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A umbanda caracteriza-se por ser uma religião tipicamente brasileira, nascida na década de
1920, no Rio de Janeiro. Com origens no universo negro, mescla-o com elementos do
espiritismo kardecista e do catolicismo popular, sendo, assim, uma religião sincrética. Além
disso, possui um caráter multiénico, não circunscrito aos afrodescentes.
Segundo o senso de 2000, apenas 570mil indivíduos (0,33%da população) são adeptos do
candomblé ou da umbanda. Mas dificilmente um sociólogo, um antropólogo ou qualquer
pessoa que conheça a nossa cultura reduzirá os adeptos das religiões afro-brasileiras a esses
números. Certamente, há muitas pessoas freqüentando esses cultos, ao menos
ocasionalmente, mas que se declaram católicas ou espíritas. Esse escondimento revela uma
história de marginalização e medos. Revela também o fenômeno do duplo pertencimento,
presente no Brasil: o fiel freqüenta mais de uma religião.
Hoje, o pentecostalismo impõe sua pureza em relação a elas. Especificamente, a Igreja
Universal do Reino de Deus as enfrenta e demoniza configurando uma situação de intolerância
religiosa.
O espiritismo kardecista está muito presente no cenário brasileiro. O Brasil é o maior país
espírita do mundo, com aproximadamente 1,3%da população de adeptos. Esse sistema
filosófico-religioso tem seu eixo principal na crença na reencarnação, na possibilidade de
comunicação mediúnica com os “desencarnados” e na prática da caridade.
Embora não seja uma religião, chama a atenção o crescimento de uma religiosidade da Nova
Era nas áreas mais urbanizadas. Trata-se de uma religiosidade, porque oferece sentido,
orientação e até redenção. Fazem parte dessa tendência o gosto pelo esotérico; a proliferação
de centros holísticos que mesclam tradições religiosas e espiritualidades diferentes,
especialmente as orientais; a popularização de atividades que buscam harmonia entre corpo,
mente e espírito; e a prática difundida da meditação. Movimento menos institucionalizado
expande-se com penetração capilar na nossa cultura. Representa a negação de uma
modernidade individualista, racional e dessacralizadora.
Digno de nota no Brasil é o Santo Daime, religião nascida no Acre e difundida nas maiores
capitais. Essa religião conjuga as tradições indígenas e xamânicas do Brasil com as aspirações
das classes mais representativas da modernidade.
Vem chamando a atenção dos estudiosos o número crescente daqueles que se dizem sem
religião. Somam 7,4% da população, segundo o Censo de 2000, com tendência ao crescimento
(representavam 4,8%, em 1991). No caso do estado do Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE encontrou 15,5% de sem religião. Significaria esse número que o
país vem se tornando menos religioso? Tudo indica que não, a religiosidade continua muito
alta entre os brasileiros. Só que a religião vem sofrendo alterações, e uma delas é a valorização
(muitas vezes unilateral) do sentimento pessoal, íntimo, não acompanhado pela participação
em comunidades ou instituições religiosas. Mas o indivíduo não deixa de rezar, mesmo que
ocasionalmente, e de acreditar em Deus ou em uma Força Superior. Destes, apenas 1,2% se
declaram ateus(sem Deus).
Enfim, pudemos crescente que vem caraterizando o campo religioso brasileiro. Podemos
ressaltar algumas características dessa nova situação:
Neste campo há movimento e dinamismo. Dentre os setores que mais crescem, estão as
igrejas pentecostais e os movimentos pentecostais inseridos dentro do catolicismo (renovação
carismática católica, novas comunidades) e dentro das igrejas protestantes históricas.
Outro grupo que cresceu expressivamente nas últimas décadas é o dos sem religião. Estes, em
sua maioria, segundo as pesquisas, embora sem religião, crêem em Deus e vivem uma
religiosidade difusa.
Há também dinamismo nas religiões orientais, embora seja numericamente menor. Esse
dinamismo aponta para mudanças culturais e assimilação de elementos das cosmovisão e
tradição orientais.
Há uma grande mobilidade religiosa, ou seja, mudança entre religiões. Em recente pesquisa
realizada pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais- Ceris, uma em cada
quatro pessoas respondeu ter mudado de religião pelo menos uma vez na vida.
A escolha religiosa passa cada vez menos pela força instituicional ou pela tradição familiar e
cada vez mais pela EXPERIÊNCIA pessoal religiosa significativa.
Para o cristianismo, o tempo presente configura uma oportunidade para voltar às fontes da
sua espiritualidade, para oferecer a experiência de sentido e de vida trazida por Jesus de
Nazaré. Essa experiência de sentido e de vida caracteriza s primeiras comunidades e permance
paradigmática para os cristãos e cristãs de hoje.
Bibliografia
PIERUCCI, Antonio Flávio. As religiões no Brasil. In: HELLERN, Vítor; NOTAKER, Henry;
GAARDER, Jostein. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. P. 281-302.
WEbliografia
http:/WWW.ibge.gorv.br/ibgeteen/datas/religião/Brasil.html
WWW.pucsp.br/rever/rv2_2003/p_antoni.pdf
http:/www.brazilsite.com.br/religiao/introd/menu.htm
Estudo pessoal