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DIVERSIDADE DE RELIGIÕES NO BRASIL: PRINCIPAIS TENDÊNCIAS

Na raiz da história religiosa brasileira, encontram-se dois filões principais. O primeiro, um


substancial e tradicional filão formado pelo cristianismo e, dentro do cristianismo, sobretudo
pelo catolicismo. O outro, formado pelo universo referido como religiões afro-brasileiras.

As religiões afro-brasileiras representam experiências e tradições que acompanharam as


levas de escravos vindos da África e aqui se desenvolveram e ramificaram. Essas religiões
exerceram um importante papel de preservação da cultura dos diferentes grupos étnicos
negros. Mantiveram viva, com sua resistência, grande parte das práticas ancestrais
remanescentes da dispersão africana. Como vieram de diversos lugares da África e se
formaram em diferentes grupos étnicos negros. Mantiveram viva, com sua resistência, grande
parte das práticas ancestrais remanescentes da dispersão africana. Como vieram de diversos
lugares da África e se formaram em diferentes regiões brasileiras, há diferentes ritos afro-
brasileiros. Encontramos, entre outros , o candomblé, na Bahia; o xangô, em Peranmbuco e
Alagoas; o tambor de mina, no Maranhão e no Pará; o batuque, no Rio Grande do Sul; e a
umbanda, no Rio de Janeiro.

Estudiosos, como A. F. Pierucci e R. Prandi, caracterizam o candomblé como uma religião


mágica e ritual. Não seria, assim, centrada nas noções de salvação, do bem e do mal-
características das religiões éticas. Por ser mágica, busca a manifestação e interferência das
forças divinas na vida concreta, através das oferendas às divindades, chamadas orixás, que têm
funções específicas no controle das forças da natureza e na regência da vida humana e social.
É, assim, bem como todas as religiões afro-brasileiras, uma religião politeísta. Por ser ritual, o
candomblé estabelece regras rituais de comportamento.

A umbanda caracteriza-se por ser uma religião tipicamente brasileira, nascida na década de
1920, no Rio de Janeiro. Com origens no universo negro, mescla-o com elementos do
espiritismo kardecista e do catolicismo popular, sendo, assim, uma religião sincrética. Além
disso, possui um caráter multiénico, não circunscrito aos afrodescentes.

É importante ressaltar que essas religiões foram vítimas de preconceitos e estigmatização em


virtude de suas origens sociais e culturais. Na atualidade, embora sejam referidas como afro-
brasileiras, constituem uma proposta religiosa universal, independente de nação, etnia ou
raça.

Segundo o senso de 2000, apenas 570mil indivíduos (0,33%da população) são adeptos do
candomblé ou da umbanda. Mas dificilmente um sociólogo, um antropólogo ou qualquer
pessoa que conheça a nossa cultura reduzirá os adeptos das religiões afro-brasileiras a esses
números. Certamente, há muitas pessoas freqüentando esses cultos, ao menos
ocasionalmente, mas que se declaram católicas ou espíritas. Esse escondimento revela uma
história de marginalização e medos. Revela também o fenômeno do duplo pertencimento,
presente no Brasil: o fiel freqüenta mais de uma religião.
Hoje, o pentecostalismo impõe sua pureza em relação a elas. Especificamente, a Igreja
Universal do Reino de Deus as enfrenta e demoniza configurando uma situação de intolerância
religiosa.

Mas, além das religiões, afro-brasileiras e do cristianismo, encontramos várias outras


religiões, o que revela como o campo religioso brasileiro é plural.

O espiritismo kardecista está muito presente no cenário brasileiro. O Brasil é o maior país
espírita do mundo, com aproximadamente 1,3%da população de adeptos. Esse sistema
filosófico-religioso tem seu eixo principal na crença na reencarnação, na possibilidade de
comunicação mediúnica com os “desencarnados” e na prática da caridade.

Parte da população brasileira (1,80%) está espalhada em um grande número de outras


religiões. Destacamos o judaísmo, o islamismo e a presença das religiões orientais,
especialmente o budismo. O crescimento de adeptos das religiões orientais leva alguns
estudiosos a falar de uma “orientalização “ do campo religioso brasileiro.

Embora não seja uma religião, chama a atenção o crescimento de uma religiosidade da Nova
Era nas áreas mais urbanizadas. Trata-se de uma religiosidade, porque oferece sentido,
orientação e até redenção. Fazem parte dessa tendência o gosto pelo esotérico; a proliferação
de centros holísticos que mesclam tradições religiosas e espiritualidades diferentes,
especialmente as orientais; a popularização de atividades que buscam harmonia entre corpo,
mente e espírito; e a prática difundida da meditação. Movimento menos institucionalizado
expande-se com penetração capilar na nossa cultura. Representa a negação de uma
modernidade individualista, racional e dessacralizadora.

Digno de nota no Brasil é o Santo Daime, religião nascida no Acre e difundida nas maiores
capitais. Essa religião conjuga as tradições indígenas e xamânicas do Brasil com as aspirações
das classes mais representativas da modernidade.

Vem chamando a atenção dos estudiosos o número crescente daqueles que se dizem sem
religião. Somam 7,4% da população, segundo o Censo de 2000, com tendência ao crescimento
(representavam 4,8%, em 1991). No caso do estado do Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE encontrou 15,5% de sem religião. Significaria esse número que o
país vem se tornando menos religioso? Tudo indica que não, a religiosidade continua muito
alta entre os brasileiros. Só que a religião vem sofrendo alterações, e uma delas é a valorização
(muitas vezes unilateral) do sentimento pessoal, íntimo, não acompanhado pela participação
em comunidades ou instituições religiosas. Mas o indivíduo não deixa de rezar, mesmo que
ocasionalmente, e de acreditar em Deus ou em uma Força Superior. Destes, apenas 1,2% se
declaram ateus(sem Deus).

Enfim, pudemos crescente que vem caraterizando o campo religioso brasileiro. Podemos
ressaltar algumas características dessa nova situação:

Neste campo há movimento e dinamismo. Dentre os setores que mais crescem, estão as
igrejas pentecostais e os movimentos pentecostais inseridos dentro do catolicismo (renovação
carismática católica, novas comunidades) e dentro das igrejas protestantes históricas.
Outro grupo que cresceu expressivamente nas últimas décadas é o dos sem religião. Estes, em
sua maioria, segundo as pesquisas, embora sem religião, crêem em Deus e vivem uma
religiosidade difusa.

Há também dinamismo nas religiões orientais, embora seja numericamente menor. Esse
dinamismo aponta para mudanças culturais e assimilação de elementos das cosmovisão e
tradição orientais.

Há uma grande mobilidade religiosa, ou seja, mudança entre religiões. Em recente pesquisa
realizada pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais- Ceris, uma em cada
quatro pessoas respondeu ter mudado de religião pelo menos uma vez na vida.

A escolha religiosa passa cada vez menos pela força instituicional ou pela tradição familiar e
cada vez mais pela EXPERIÊNCIA pessoal religiosa significativa.

Para o cristianismo, o tempo presente configura uma oportunidade para voltar às fontes da
sua espiritualidade, para oferecer a experiência de sentido e de vida trazida por Jesus de
Nazaré. Essa experiência de sentido e de vida caracteriza s primeiras comunidades e permance
paradigmática para os cristãos e cristãs de hoje.

Bibliografia

FERNANDES, Sílvia R.A. (Org). Mudança de religião no Brasil – desvendando sentidos e


motivações. Rio de Janeiro/ São Paulo: Ceris/ CNBB/ Palavra e Prece, 2006.

PIERUCCI, Antonio Flávio. As religiões no Brasil. In: HELLERN, Vítor; NOTAKER, Henry;
GAARDER, Jostein. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. P. 281-302.

SANCHIS, P. (Org). Fiéis e cidadãos:percursos de sincretismos no Brasil. Rio de Janeiro: UERJ,


2001.

TEIXEIRA, Faustino; MENEZES, Renata. As religiões no Brasil. Continuidades e rupturas.


Petrópolis: Vozes, 2006.

WEbliografia

http:/WWW.ibge.gorv.br/ibgeteen/datas/religião/Brasil.html

WWW.pucsp.br/rever/rv2_2003/p_antoni.pdf

http:/www.brazilsite.com.br/religiao/introd/menu.htm

http://empaz.org/dudu/du_art05.htm. Texto de Faustino Teixeira: O sagrado em novos


itineraries.

Estudo pessoal

Um desenvolvimento maior do tema da diversidade religiosa no Brasil e no mundo pode ser


encontrado no texto de Faustino Teixeira. O sagrado em novos itinerários (webliografia). Nele,
é exposto o pensamento dos principais sociólogos da religião da atualidade, além de ser uma
preparação para o próximo tópico, sobre a necessidade da tolerância e do diálogo inter-
religioso, bem como sobre os riscos dos fundamentalismos.

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