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Fica a pergunta: será possível produzir alimentos para os 9,1 bilhões de habitantes que a
Terra terá em 2050 sem comprometer o meio ambiente?
Mas, felizmente, esse aumento vem acompanhado de uma redução proporcional da área
de cultivo, o que significa que a agropecuária brasileira está se tornando mais eficiente e
sustentável.
Estudo prevê que a soja será uma das culturas mais afetadas pelas mudanças
climáticas no Brasil. Sua área de plantio deve sofrer redução de 10% em 10
anos.
Mesmo com os avanços na produção, as lavouras brasileiras não devem sair ilesas das
transformações no clima. Uma pesquisa coordenada por Silveira Pinto mostra que o
aquecimento global pode levar a prejuízos nas safras de grãos de até 7,4 bilhões de reais
em 2020. “A tendência é que a área de seca se estenda até o oeste da Bahia e o sul do
Piauí e o Maranhão, regiões que hoje têm uma ótima produção de grãos.”
O pesquisador ressalta que, apesar dos prejuízos, não haverá falta de alimento.
“Algumas culturas serão afetadas negativamente, mas outras serão beneficiadas”,
afirma. “Um exemplo é a cana, que se comporta melhor em altas temperaturas e ‘gosta’
de teores mais altos de CO2”.
Espaço para melhoras
A produção mundial de alimentos teria que crescer 40% nas próximas duas décadas
para evitar o aumento da fome
Uma técnica que já vem sendo empregada para reduzir as emissões de carbono é a
integração entre lavoura, pasto e floresta. Nesse sistema, as emissões provenientes da
pecuária são sequestradas pelas plantas da floresta e da plantação.
Outra alternativa é o plantio direto, técnica adota no Brasil na década de 1970 e hoje
disseminada pela zona rural do país. Nessa forma de plantação, o agricultor não usa o
arado e semeia diretamente em buracos no solo. Desse modo, o carbono fica fixado na
terra e não é lançado na atmosfera.
A meta é cortar 104 milhões de toneladas do CO2 que é emitido no Brasil, reduzindo a
emissão total do país para 170 milhões de toneladas por ano.
Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line