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Inicia-se a cerimônia...
Os membros formam uma fila em direção ao centro do barracão para iniciar
os cânticos para a evocação das entidades. O primeiro é os babalaô,
equede, e demais cargos da casa depois as iaôs por ordem de idade de
santo. Todos portando ojás em suas cabeças exceto as iaôs de santo
homem
Esú
Egba Kose
E Modé Ko E Ko
Gbara Um Be Be
Tiriri Lona
Esú Tiriri
Gbara Um Be Be
Tiriri Lona
Esú Tiriri
Elegbara (Bis)
Esú Ajo
A Ma Ma
Ke O Elegbara
Esú Ajo
A Ma Ma
Ke O Laroye
Esú Soroke
Odará Odará
Baba Ebó
Esú Oo
Esú Olona
Mofori Gbale
Esú O
Gbara Loji Ki
Esú Lobi Wá
Ara E E
Laroye
Lagiri Esú Ma Na
Le Le Lagiri
Ajê Ma Na
Lê Lê Lagiri
Firo Ofe Na
Fena Jô
Lagiri
Orisa Pa Ta
Ago Nile
Loju Gbara
Ara Legbe
Ogó Run Gó
Run Go
Laroye
Ogun
E Matu Yeye
E Un Jojo
E Un Jojo E Un Jeje
Oni Koso
Akoro Un To Bo Silé
Oxosse
Omoode
Ode Ni Sewe
E Arawe
E Orisa Ero
E Un Ofa Akuerã
E Un Ofa Akuerã
E Osi Bode
Omolu
Dagoluna Kewa Saworo
Dago Lele
Dago Lele
Omolu A Fara E E
Jan Pepe
E Lobi Ware
Tori Bomi
Jan Pepe
Osi E To Bo Wale
Osi E To Bo Wale O
Ossãe
Abebe Ni Bo Wa
Abebe Ni Bo
E Abebe
Abebe Ni Bo Wa
Abebe Ni Bo
Odo Ro Dun
E Pi Lo Pe Mi
E Pi Lo Iya Mi
Sawo Orepepe
Sawo Orepepe
Osumare
Kobe Jiro
Lese Orisa
Lese Komafo
Sa Hoho
Lese Orisa
Lese Komafo
Sa Hoho
Osumare Lokuere
Olokuere Olokuere
Osumare Se Lunbó
Se Lunbó
O Se Lunbó
Alakoro Le In Ni
Wala Koro Le In O
Nanã
Olu Obo
Nana Iyo
Olu Obo
Nana Iyo
A In Ala Ore
A Iku Do Lose
A In Ala Ure
A Iku Do Lose
O Kolodo Si Sa Lejua
Ari Ku Ma Ore
O Kolodo Si Sa Lejua
Ari Ku Ma Ore
Sa Lawajo
Oluwo Ku Kewajo
Sa Lawajo
Oluwo Ku Kewajo
Oloore
Osun
Yeye Yeye Ye O
Oro Miuwa
Oro Miuwa
A Mu Iyan Mu Iyan
Ojare
Omi Fa Were
Omi Fa Reo
Asope Olorun
Omi Fa Were
Omi Fa Reo
Aka Murele
Osun Fara Ja
Aka Murele
Osun Fara Ja
Iyawo Omiibu
Iyawo Omiibu
Obá
Oro Moba
E Liru O
Oba Saba O
Oba Dudere
Bari Ekó
E Nu Were
Ofá Were
E Nu Were
Ofá Were
Iyewá
Iyewa Iyewa
Iyewa Iyewa Ma Ajo
Iyewa Iyewa
Ma O Ma O Lese
Iyewa Iyewa
Olu Aiye
O Iyaba E
O Iyaba E
Iyewa Masa
Awa Masa
Amu Re Le O
Se Ke Se Nin
Se Ke Se Dan
Oyá
Oge Rege
Oya Komo Relo
Do Mu Nhã Nhã
Da Ni Apada Do L’oya O
Do Mu Nhã Nhã
Da Ni Apada O Do L’oya
Da Ni Apo
Da Ni Apo Fara Jo
Oya Mi To Le L’oya
Oya Mi To Ke L’oya
Orisa Were We
Oya Mi to Ke L’oya O
Logun
E Akofa E Akofa
Logun O E Akofa
E Akofa
A Ibayn E Akofa
E Akofa E Akofa
E Akofa Ijo
Akofa Ibayn
Fara Ni Lewa
Nita Ewe Se
Fara Logun
Nita Ewe Se
Ayrá
Orisa Ke Me Sebewa
Ayra Ayra Ee
Ayra Ayra
Ayra O Oregede Pá
Oregede
Ayrá A Ebora Pá
A Eborá
Aja Unsi
Iyemanja
Marele Marabodo
Sa Rena
A Oiyo Karabodo
Sa Rena E E
Oni A Ara E
Marele Marabodo
Sa Rena
Arabo Laiyo
Iyemanja
Iyaba Lode
Erese
Osi E Iyemanja
Iyaba Lode
Erese A Oiyo
Oro La Mi O
Oro La Mi Sasa
A Iyemaja Ori O
Ri Lé
Iyemanjá
Sango
Oberio Ma
Ina Ina
Obakoso
Obakoso Arae
A Ina Ina
Obakoso Arae
Obakoso E
Mojubá
E Losi
Baiya Mi
Sere A Lado
E Mojubá
E Losi Baiya Mi
Osalá
Baba Durode
Baba Durode
E Kewa Já
Baba Oje O
Abuké Kewa Já
Baba Oje
E Bere Iko
Kewa Já
Baba Oje
Aso Funfun Go Iya Pi
A E Ajale O
Opere Kete
Ago Ala
Ala Osu
Ago Ala
Ala Osu
Baba Durode
Quando o xire chega a yemonja todos devem retirar os ojás por cabeça no
ille axé, caso aja um filho de santo de yemonja, ele deve por cabeça para os
babalaô. Logo depois as demais iaôs devem cumprimentar a iaô ali
representando o seu santo no caso desse exemplo (yemomja) a fim de
reverenciar o orixá ali representado. Esta ordem é para todos os orixás.
ADABI AGABI ou EGO - Utilizado no Jeje ou Nagô – Bater para nascer é seu
significado. Ritmo sincopado dedicado a Exu/Ogum.
BATA – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô. Ritmo cadenciado
especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as
mãos.
HUNTÓ ou RUNTÓ – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser
executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô
ILU – Termo da língua Yorubá que também significa atabaque ou tambor. Ritmo
dedicado a Oya/Iansã
SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e
marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Yemanja, Oxumaré ou Nanã. Significa
a manifestação de algo sagrado.
TONIBOBÉ – Pedir e adorar com justiça é o seu significado. Tocado para Xangô
Angola/Congo
Arrebate
Congo de Ouro
Cabula
Barra Vento
Alujá
Ijexá
Muzenza
No Batuque é tocado o:
“Ogueré” para Odé e sua mulher, Otím;
“Jêje”, também muito rápido, para todos os orixás em sua forma jovem
“Aré”, com andamento similar, para Ogum, Bará, Oyá, Xangô, Ossanha, Xapanã,
Oxum e Oxalá. Lô-coridí” (para outros “olocorí”) para a Oxum Docô, a velha
Acontecimentos
É normal durante uma cerimônia uma pessoa que veio pela primeira vez
virar no santo. Porem esse ato é estrema mente perigoso, e devem ser
analisados todos os pro menores, por exemplo, uma pessoa de (Oxossi)
deve dançar conforme o ritmo dos atabaques, movimentando um pé para
frente e outro atrás e suas mãos devem fazer um formato de flecha.
Representando sua função de caçador, pois a pessoa não tem a cabeça
totalmente firme, pois o seu (eledá) não esta assentada no (adosi).podendo
então o orixá levar a pessoa ao (orum), ou seja, ate mesmo a morte...
Suponhamos que (omolu) entre no barracão. Esse jamais poderá fazer uso
de quiabos qualquer material a base de carne de tartaruga, esteiras desse
modelo abaixo.
(Obi) ou noz de cola foi um homem cuja sua soberba foi tamanha que foi
condenado á viver no alto de uma arvore chamado (obi) por isso deu-se
origem a seu nome porem após passar por sua punição obi foi altamente
reconhecido por isso hoje esta semente é TAM usada nos rituais de (bori) e
(obi) (d água), no entanto nos dias de hoje esta semente pode ser usada em
todas as cerimônias de iniciação ou qualquer outro ritual do candomblé, por
quaisquer pessoas... Exceto as de (omolu). Assim como conta uma
determinada história que conta que durante a partilha dos poderes aos
orixás (oloorum) decidiu que (omolu) deveria ficar separado dos demais, por
isso justifica-se o fato de que os iniciados de (omolu) e outros mais em seu
período de reclusão sejam recolhidos em uma cabana na mata,
devidamente preparada com suas folhas e axés e assim fica fixada essa
obs.:
Adìe – A galinha
Entre os animais domésticos a galinha e o galo são utilizados
freqüentemente, é isto pelo fato de estas aves possuírem diferentes,
sentidos. As penas, iye, do peito dão proteção, quando usadas ceri-
monialmente:
Eiyele-O pombo
Representa a honra, a prosperidade e a longa vida. É o que se espera
daqueles que o usa em sacrifícios a sua serenidade quando voa, sua
aparência e elegância de movimento atribuem-lhe uma espécie de
santidade daí o cântico.
À ye mì o
À sàn mi o
Por ter sido ajudado por êji ogbe, tornou-se um pássaro da cidade e passou
a ser chamado de (eiyelè) passaro de casa
" O estudo dos movimentos rituais do candomblé e danças
folclóricas. Como forte elemento de valorização cultural. A partir do
reconhecimento do governo brasileiro, (depois de várias lutas e
exigências do Movimento Negro) em sancionar a Lei que tornou
obrigatório o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
nas escolas públicas e particulares dos Ensinos Fundamental e
Médio, a Dança Afro, as demais tradições afro-brasileiras e
africanas tornaram um culto grandioso. Programa do Curso: -
Dança para todos os Òrisá, sem distinção de nação - A importância
da dança no Candomblé - ADABI " Bater para nascer é seu
significado. Ritmo sincopado dedicado a Exú. - ADARRUM " Ritmo
invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado
junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto especialmente
para Ogum. - AGUERE " Em Yorubá significa "lentidão". Ritmo
cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã.
Quando executado para Iansã é chamado de "quebra-pratos" -
ALUJÁ " Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com
características guerreiras. É dedicado a Xangô. - BRAVUM "
Dedicado a Oxumaré. Ritmo marcado por golpes fortes do Run. -
HUNTÓ ou RUNTÓ " Ritmo de origem Fon executado para
Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô
- IGBIN " Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes.
Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã. - IJESA "
Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum
quando sua execução é só instrumental. - ILU " Termo da língua
Yorubá que também significa atabaque ou tambor - BATA " Batá
significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado
especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás.
Tocado com as mãos. - KORIN- EWE " Originário de Irawo, cidade
onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é "Canção
das Folhas". - OGUELE " Ritmo atribuído a Obá. Executado com
cânticos para Ewá. - OPANIJE " Dedicado a Obaluaiê, Onile e
Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run.
Significa "o que mata e come" - SATÓ " A sua execução lembra o
ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas
do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de
algo sagrado. - TONIBOBÉ " Pedir e adorar com justiça é o seu
significado. Tocado para Xangô Faça já sua inscrição pelo
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Pontos Cantados da
Umbanda
PONTO DE ABERTURA e FECHAMENTO das GIRAS
Vou abrir minha Jurema
Vou abrir meu Juremá
Vou abrir minha Jurema
Vou abrir meu Juremá
Com licença de mamãe Iansã
E de Nosso Pai Oxalá
Com licença de mamãe Iansã
E de Nosso Pai Oxalá
Já abri minha Jurema
Já abri meu Juremá
Já abri minha Jurema
Já abri meu Juremá
Com licença de mamãe Iansã
E de Nosso Pai Oxalá
Com licença de mamãe Iansã
E de Nosso Pai Oxalá
==========================
Eu abro a nossa gira
Com Deus e Nossa Senhora
Eu abro a nossa gira
Sambolê pemba de angola
Eu abro a nossa gira
Com Deus e Nossa Senhora
Eu abro a nossa gira
Sambolê pemba de angola
Abriu, abriu, abriu
Abriu deixa abrir
Com as forças da Jurema
Jurema Juremá
==============================
Vamos abrir a nossa gira
Com licença de Oxalá
Vamos abrir a nossa gira
Com licença de Oxalá
Salve Xangô
Salve Iemanjá
Mamãe Oxum, Nanã Buroquê
Salve Cosme e Damião
Oxóssi, Ogum
Oxumaré
Salve Cosme e Damião
Oxóssi, Ogum
Oxumaré
===============================
Eu fecho a nossa gira
Com Deus e Nossa Senhora
Eu fecho a nossa gira
Sambolê pemba de angola
Eu fecho a nossa gira
Com Deus e Nossa Senhora
Eu fecho a nossa gira
Sambolê pemba de angola
Fechou, fechou, fechou
Fechou deixa fechar
Com as forças da Jurema
Jurema Juremá
==============================
Vamos fechar a nossa gira
Com licença de Oxalá
Vamos fechar a nossa gira
Com licença de Oxalá
Salve Xangô
Salve Iemanjá
Mamãe Oxum, Nanã Buroquê
Salve Cosme e Damião
Oxóssi, Ogum
Oxumaré
Salve Cosme e Damião
Oxóssi, Ogum
Oxumaré
===============================
Estrela da Guia
Que guiou nossos pais
Guiai nossos filhos
Pros caminhos que eles vais.
==========================
PONTO DE SAUDAÇÃO À OXALÁ
Meu Pai Oxalá
É o Rei, venha me valer
Meu Pai Oxalá
É o Rei, venha me valer
O velho Omulu
Atotô Baluaê
Atotô Baluaê
Atotô Baluaê
Atotô Baba
Atotô Baluaê
Atotô é orixá
===========================
Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
O malei malei
O malei malá
O malei malei
Salve as forças de Oxalá !
Pontos de Iansã
Minha Santa Bárbara
Virgem da coroa
Pelo amor de Deus Santa Bárbara
Não me deixe a toa
Minha Santa Bárbara
Virgem da coroa
A Coroa é dela Xangô
É da pedra de ouro.
=================================
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
PONTOS DE IEMANJÁ e das SEREIAS DO MAR
Eram duas ventarolas
Duas ventarolas que sopravam sobre o mar
Eram duas ventarolas
Duas ventarolas que sopravam sobre o mar
Uma era Iansã, Ieparrê
A outra era Iemanjá, adoceáh
Uma era Iansã, Ieparrê
A outra era Iemanjá, adoceáh
=====================
Eu vou jogar
Vou jogar flores no mar
Eu vou jogar !
Uma promessa eu fiz
Para Deusa do mar
O meu pedido atendeu
Eu prometi vou pagar
Eu vou jogar
Vou jogar flores no mar
Eu vou jogar !
===================================
ê Iemanjá
ê Iemanjá
Rainha das ondas, sereias do mar
Rainha das ondas, sereias do mar
Como é lindo o canto de Iemanjá
Faz até o pescador chorar
Quem ouvir a mãe d'água cantar
Vai com ela pro fundo do mar
Iemanjá !
Iemanjá é
Rainha das ondas, sereias do mar
Rainha das ondas, sereias do mar
=============================
O Janaina
Princesa d'água
Solte os cabelos Janaina
E caia n'água
==============================
Janaina eehh
Janaina eaahh
Que vive na terra
Que vive na lua
Que vive na água
Que vive no mar
Me livre dos inimigos
Me livre das aflições
Me livre dos perigos
Me livre das tentações
Janaina eeh
Janaina eah
========================
O sereia o sereia
vosso filho tá chamando
sereia
você tem que ajudar
sereia
PONTOS DA MAMÃE OXUM
O viva Oxum
Iansã e Nanã
Mamãe Sereia
Viemos saudar
Oi me leva
Pras ondas grandes
Eu quero ver as sereias cantar
Eu quero ver os caboclinhos na areia
Oi como brincam com Iemanjá
Aruê, ê, ê, êeee
Aruê Mamãe é dona do mar
Aruê, ê, ê, êeee
Aruê Mamãe é dona do mar
========================
Eu vi a mamãe Oxum
Sentada na cachoeira
Colhendo os lírios, lírios ê
Colhendo os lírios, lírios Ah
Colhendo lírios pra enfeitar nosso congar
Colhendo os lírios, lírios ê
Colhendo os lírios, lírios Ah
Colhendo lírios pra enfeitar nosso congar
PONTOS DE XANGÔ
Pedra rolou pra Xangô
Lá nas pedreiras
Afirma o ponto meu pai
Na cachoeira
Pedra rolou pra Xangô
Lá nas pedreiras
Afirma o ponto meu pai
Na cachoeira
Tenho meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Afirma o ponto meu pai
Pai de cabeça é Xangô
Tenho meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Afirma o ponto meu pai
Pai de cabeça chegou
=====================
Quem rola as pedras na pedreira é Xangô
Quem rola as pedras na pedreira é Xangô
Giro na coroa de Zambi
Giro na coroa de Zambi
Giro na coroa de Zambi
é Xangô
Giro na coroa de Zambi
Girooo
Giro mas saravá meu pai Xangô
Quem é quem vence as demandas ?
Quem é o dono das Pedras ?
é Xangô
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Lá em cima daquelas pedreiras
Tem um livro que é de Xangô
Lá em cima daquelas pedreiras
Tem um livro que é de Xangô
Kaô, Kaô, Kaô cabeciem
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Xangô morreu de velho
Na pedra ele escreveu
- Justiça meu Pai , Justiça !
Ganhou quem mereceu
- Justiça meu Pai , Justiça !
Ganhou quem mereceu
=============================
Xangô meu pai
deixa está pedreira aí
Xangô meu pai
deixa está pedreira aí
que umbanda tá lhe chamando
deixa está pedreira aí
que a umbanda tá lhe chamando
deixa está pedreira aí
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O Gino olha sua banda
O Gino olha o seu conga
a onde o rochinol cantava
a onde Xangô morava
ele é filho da cobra coral
ele é filho da cobra coral
ele é filho da cobra coral
Kâo
PONTOS de OGUM
Seu Ogum Beira Mar
O que trouxes do mar ?
Seu Ogum Beira Mar
O que trouxes do mar ?
Quando ele vem
Beirando a areia
Vem trazendo no braço direito
O rosário de Mamãe Sereia
Quando ele vem
Beirando a areia
Vem trazendo no braço direito
O rosário de Mamãe Sereia
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Ogum em seu cavalo corre
E a sua espada reluz
Ogum em seu cavalo corre
E a sua espada reluz
Ogum, Ogum Megê
Sua bandeira cobre os filhos de Jesus
Ogunhê
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Se meu pai é Ogum
Vencedor de demanda
Ele vem de Aruanda
Pra salvar filhos de umbanda
Ogum, Ogum, Ogum Iara
Ogum, Ogum, Ogum Iara
Salve os campos de batalha
Salve as sereias do mar
Ogum, Ogum Iara
Ogum, Ogum Iara
================================
Ogum venceu demanda
Nos campos do Humaitá
Ogum venceu demanda
Nos campos do Humaitá
Cruzou sua espada na areia
Lavou seu escudo no mar
Cruzou sua espada na areia
Lavou seu escudo no mar
=============================
Em seu cavalo branco ele vem montado
Calçando botas ele, vem armado
O vinde , vinde , vinde
Nosso Salvador
O vinde , vinde , vinde
São Jorge defensor
=============================
Ogum não devia beber
Ogum não devia fumar
A fumaça é as nuvens que passam
E a cerveja é a espuma do mar
A fumaça é as nuvens que passam
E a cerveja é a espuma do mar
===============================
Cavaleiro na porta bateu
Eu passei a mão na pemba para ver quem era...
Cavaleiro na porta bateu
Eu passei a mão na pemba para ver quem era...
Era São Jorge guerreiro, minha gente !
Cavaleiro na força e na fé
Era São Jorge guerreiro, minha gente !
Cavaleiro na força e na fé
===============================
Eu venho de Alta cidade
Venho saudar a aldeia de umbanda
Estou saudando São Jorge Guerreiro
Com licença de Ogum da Ronda
================================
Ogum de Ronda
Salve Ogum de Ronda
Salve Ogum de Ronda que acaba de chegar
Ogum de Ronda
Ele é guerreiro
Chegou nesse terreiro
Pro seus filhos ajudar
Ogum de Ronda
Em seu cavalo branco
Corre em todas as campinas
Do nosso pai Oxalá
Ogum de Ronda
Salve Ogum de Ronda
Salve Ogum de Ronda que acaba de chegar
================================
Que cavaleiro é aquele
Que vem cavalgando pelo céu azul
É seu Ogum Rompe Mato
Ele é defensor do cruzeiro do Sul
Eae
E e aaaa
E e e seu Ventania
Pisa na Umbanda
Eae
E e aaaa
E e e seu Ogum
Pisa na Umbanda
Olha que barco bonito
Que vem navegando em pleno mar
É seu Ogum Sete Ondas
Que vem ao encontro
De Ogum Beira Mar
================================
Ogum de Lei
Não me deixes sofrer tanto assim
Meu pai
Ogum de Lei
Não me deixes sofrer tanto assim
Meu pai
Quando eu morrer
Vou passar em Aruanda
Saravá Ogum
Saravá Seu Sete Ondas
Quando eu morrer
Vou passar em Aruanda
Saravá Ogum
Saravá Seu Sete Ondas
PONTOS de OXÓSSI e dos CABOCLOS
Dentro da mata virgem
Uma linda cabocla eu vi
Com seu saiote
Feito de penas
É a Jurema filha de Tupi
Com seu saiote
Feito de penas
É a Jurema filha de Tupi
Jurema. Jurema , Jurema
Linda cabocla, filha de Tupi
Ela vem, lá da Juremá
Vem firmar seu ponto
Nesse congar
Ela vem, lá da Juremá
Vem firmar seu ponto
Nesse congar
==========================
Caboclinha da Jurema
Onde é que você vai ?
Vou pra casa de Odé, no terreiro de meu Pai
De Aruanda êee
De Aruanda aah
De Aruanda êee caboclinha de pemba
De Aruanda aah
===============================
Caboclo roxo
Da pele morena
É Seu Oxóssi
Caçador lá da Jurema
Ele jurou e tornou a jurar
E ouviu os conselhos
Que a Jurema vai lhe dar
==========================
Quem manda na mata é Oxóssi
Oxóssi é caçador
Oxóssi é caçador
Eu vi meu pai assobiar
Eu já mandei chamar
Eu vi meu pai assobiar
Eu já mandei chamar
É de Aruanda êeee
É de Aruanda aaaa
Seu Pena Branca é Aruanda
É de Aruanda aaaa
===========================
Não chores não caboclinho
Pra que chorar
A casa é sua caboclinho
Prá trabalhar
Oi olhe agora
E venha receber
Ogum de Ronda
Meu Pai Baluaê
==============================
Curimbembê, Curimbembá
Sete Flechas um grande orixá
Com sete dias de nascido
A Jurema o encontrou
Deitado na folha seca
O caboclo ela criou
Curimbembê, Curimbembá
Sete Flechas um grande orixá
Nasceu na mata de Oxóssi
Na aldeia de Juremá
O caboclo Sete Flechas
Iluminado por Oxalá
=====================
Oxóssi êeee
Oxóssi aaaaa
Oxóssi é marambolê, marambolá
Quem é aquele que vem lá de Aruanda
Montado em seu cavalo
Com seu chapéu de banda
Ele é Oxóssi de Aruanda eeeeee
Ele é Oxóssi de Aruanda aaaaa
===============================
Caboclo venceu demanda
Para o povo de Umbanda
Na ponta da sua flecha
Quando veio de Aruanda
Venceu...
Caboclo venceu...
No fundo da mata virgem
Oxalá gritou
- Esse filho é meu !!!
Esse filho é meu !!!
===============================
Onde está a Jurema?
A Jurema a onde está ?
Tá procurando os capangueiros
Que ainda estão na Juremá
Quem mandou chamar
Em nome do Pai Oxalá?
Foi seu Oxóssi caçador
Que já baixou nesse congar
Salve todo o povo da Jurema
Salve sua luz
Seu jacutá
Levando a todos lares e seus filhos
Trazendo paz e amor
Na fé de Oxalá
=========================
Oxalá chamou !
Oxalá chamou e já mandou buscar
Os caboclos da Jurema
Pro seu Juremá
Pai Oxalá
É o rei do mundo inteiro
Já deu ordens pra Jurema
Chamar seus capangueiros
Mandai, Mandai
Minha cabocla Jurema
Os seus guerreiros
Essa é a ordem suprema !!
===============================
Ogan segura o toque
Com Deus e a Virgem Maria
Ogan segura o toque
Com Deus e a Virgem Maria
Por Oxalá Meu Pai
Saravá Seu Ventania
Por Oxalá Meu Pai
Saravá Seu Ventania
===============================
Um grito na mata ecoou
Foi seu pena branca que chegou
Com sua flecha
Com seu cocar
Seu Pena Branca vem nos ajudar
Com sua flecha
Com seu cocar
Seu Pena Branca vem nos ajudar
=================================
Saravá seu Pena Branca
Saravá seu apache
Pega flecha e seu bodoque
Pra defender filhos de fé
Ele vem de Aruanda
Trabalhar neste casuá
Saravá Seu Pena Branca
No terreiro de Oxalá
Sua flecha vai certeira
Vai pegar no feiticeiro
Que fez juras e mandingas
Para o filho do terreiro
Pega o arco , atira a flecha
Que esse bicho é caçador
Além de ser castigo
Ele é merecedor
===============================
Ele atirou
Ele atirou e ninguém viu
Só seu Flecheiro é que sabe
A onde a flecha caiu
Ele atirou!
=================================
Tupinambá é canga na batalha
Tupinambá ee Tupinambá
Tupinambá guerreiro de Oxóssi
Tupinambá ee Tupinambá
Tupinambá vem defender seus filhos
Tupinambá ee Tupinambá
Só não apanha
Folha da Jurema
Sem ordem suprema
Do Pai Oxalá
Só não apanha
Folha da Jurema
Sem ordem suprema
Do Pai Oxalá
==============================
Tava na beira do rio
Sem poder atravessar
eu chamei pelos caboclos
Caboclo Tupinambá
eu chamei pelos caboclos
Caboclo Tupinambá
Tupinambá chamei
Chamei tornei chamar eaahhh
Tupinambá chamei
Chamei tornei chamar eaahhh
==============================
Ele é caboclo ele é
Flexeiro
tumba la catunga
e matador
de feiticeiro
tumba la catunga
ele vai firma seu ponto
ele já firmo é na Angola
oi tumba la catunga
PONTOS dos PRETOS-VELHOS
Pai João cadê vó Maria ?
Foi no mato apanhar guiné
Pai José cadê vó Luzia ?
Foi no mato apanhar guiné
Diga a ela quando vier
Que suba as escadas
E não bata o pé
Diga a ela quando vier
Que suba as escadas
E não bata o pé
===============================
Nessa casa tem quatro cantos
Cada canto tem um santo
Pai e filho, Espirito Santo
Nessa casa tem 4 cantos
Zum zum zum
Olha só Jesus quem é
Eu rezo para santas almas
Inimigo cai
Eu fico de pé
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O preto por ser preto
Não merece ingratidão
O preto fica branco
Na outra encarnação
No tempo da escravidão
Como o senhor me batia
Eu chamava por Nossa Senhora, Meu Deus!
Como as pancadas doíam
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Vovó não quer
Casca de coco no terreiro
Vovó não quer
Casca de coco no terreiro
Pra não lembrar dos tempos do cativeiro
Pra não lembrar dos tempos do cativeiro
Carpiste Angola
Eu to carpinando e tá crescendo
Olha que
Tô carpinando e tá crescendo
Tô carpinando e tá crescendo
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Cambina mamanhê
Cambina Mamãe-nhã
Oi segura a Campina que eu quero ver
Filhos de Umbanda não tem querer
Segura a Campina que eu quero ver
Filhos de Umbanda não tem querer
O Povo de Cambina
oi quando vem pra trabalhar
O Povo de Cambina
oi quando vem pra trabalhar
Todo o povo vem por terra
Campinar vem pelo mar
Todo o povo vem por terra
Campinar vem pelo mar
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Rei Congo, Rei Congo
Cadê preto-velho ?
Foi trabalhar na linha de Congo
É Congo, é Congo, é Congo
é de Congo, é de Congo aruêe
É Congo, é Congo, é Congo
Agora que eu quero ver...
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Tira o cipó do caminho, oi criança
Deixa a vovó atravessar
Tira o cipó do caminho, oi criança
Deixa a vovó atravessar
Eles vem chegando
São os preto velhos que vem trabalhar
Eles vem chegando
São os preto velhos que vem trabalhar
PONTOS DE COSME E DAMIÃO (Linha das Crianças)
Cosme e Damião,
Damião cadê Doun ?
Doun foi passear lá no cavalo de Ogum
Cosme e Damião,
Damião cadê Doun ?
Doun foi passear lá no cavalo de Ogum
Dois dois sereias do mar
Dois dois mamãe Iemanjá
Dois dois sereias do mar
Dois dois mamãe Iemanjá
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Cosme e Damião
O que é que eu vou comer ?
- Peixe da maré
- Com azeite de dendê !
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Fui no jardim colher as rosas
A vovózinha deu-me a rosa mais formosa
Fui no jardim colher as rosas
A vovózinha deu-me a rosa mais formosa
Cosme e Damião, ÔOOOh Doun
Crispim , Crispiniano
São os filhos de Ogum
Cosme e Damião, ÔOOOh Doun
Crispim , Crispiniano
São os filhos de Ogum
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Mariazinha da beira da praia
Como é que sacode a saia ?
É assim, assim, assim
Assim que sacode a saia
É assim, assim, assim
Assim que sacode a saia
Juquinha da beira da praia
Como é se que abana o boné ?
É assim, assim, assim
Assim que se abana o boné
É assim, assim, assim
Assim que se abana o boné
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Bahia é terra de dois
Terra de 2 irmãos
Governador da Bahia
É Cosme e São Damião
Bahia é terra de dois
Terra de 2 irmãos
Governador da Bahia
É Cosme e São Damião
PONTOS dos BAIANOS
É lamp, é lamp, é lamp
É Lamp, é Lampião
O seu nome é Virgulino
Apelido é Lampião
Lampião tava dormindo
acordou todo assustado
deu um tiro na barata
Pensando que era soldado
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Baiano é um povo bom
Povo trabalhador
Baiano é um povo bom
Povo trabalhador
Quem mexe com baiano
Mexe com Nosso Senhor
Quem mexe com baiano
Mexe com Nosso Senhor
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Quem nunca viu, vem ver
Caldeirão sem fundo ferver
Quem nunca viu, vem ver
Caldeirão sem fundo, ferver
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Bahia
ô África
Venha nos ajudar
Bahia
ô África
Venha nos ajudar
Povo baiano, povo africano
Povo baiano, vem cá vem cá
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Baiana faz e não manda
Não tem medo de demanda
Baiana faz e não manda
Não tem medo de demanda
Baiana feiticeira
Filha de Nagô
Trabalha com pó de pemba
Pra ajudar Babalaô
Baiana sim
Baiana vem
Quebra a mandinga com dendê
Baiana sim
Baiana vem
Quebra a mandinga com dendê
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Quem tem baiano
Agora que eu quero ver
Firma seu ponto
Com azeite de dendê
Eu quero ver a baianada de Aruanda
Trabalhando na Umbanda
Pra quimbanda não vencer
Eu quero ver a baianada de Aruanda
Trabalhando na Umbanda
Pra quimbanda não vencer
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Um baiano um coco
Dois baiano dois coco
Três baiano três coco
Quatro baiano uma cocada
Cinco baiano uma baianada
Cinco baiano uma baianada
Fui fazer uma caçada
Essa foi pequenininha
Com um facão de sete palmos
Fora o cabo e a bainha
Uma cesta de ovo
e setecentas galinhas !!
E o tricô ?
De cima da linha
E o tricô ?
De cima da linha
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Eu to chamando
To chamando, to chamando
To cansado de chamar
To chamando
To chamando
To cansado de chamar
Cadê meu irmão
Que não vem brincar mais eu ?
Cadê meu irmão
Que não vem brincar mais eu ?
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Baiano bom
Baiano bom
Baiano bom é o que sabe trabalhar
Baiano bom
Baiano bom
Baiano bom é o que sabe trabalhar
Baiano bom
É o que sobe no coqueiro
Tira o coco, bebe a água
e deixa o coco no lugar
Baiano bom
É o que sobe no coqueiro
Tira o coco, bebe a água
e deixa o coco no lugar
==============================
Na Bahia tem
Já mandei buscar
Lampião de vidro
Ôi sá Dona
Para trabalhar... ôooo
PONTOS de BOIADEIRO
Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu, choveu
Relampiou
Foi nessa água que seu boi nadou
Mas,
Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu, choveu
Relampiou
Foi nessa água que seu boi nadou
==================================================
=
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que água rolou
Foi nessa água que seu boi nadou
Foi nessa água que seu boi nadou
Seu boiadeiro cadê sua boiada?
Sua boiada ficou em Belém
Chapéu de couro ficou lá também
Chapéu de couro ficou lá também
==================================================
=
Olha meu camarada
Camarada meu
Olha meu camarada
Camarada meu
Sou Boiadeiro que cheguei aqui agora
Candomblé toca no keto
Mandar tocar angola
(Substitua BOIADEIRO por um nome de orixá - exemplo abaixo )
Olha meu camarada
Camarada meu
Olha meu camarada
Camarada meu
Sou Zé do Laço que cheguei aqui agora
Candomblé toca no keto
Mandar tocar angola
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Chetruê, Chetruá
Corda de laçar meu boi
Chetruê, Chetruá
Corda de meu boi laçar
Chetruê, Chetruá
Corda de laçar meu boi
Chetruê, Chetruá
Corda de meu boi laçar
Seu Boiadeiro
Cade sua boiada ?
Mas, Seu Boiadeiro
Cade sua boiada ?
Seu boiadeiro na Jurema é nosso pai
É nosso camarada
Seu boiadeiro na Jurema é nosso pai
É nosso camarada
===================================
Chetruê, Chetruá
Minha corda é de laçar
Chetruê, Chetruá
Meu boi fugiu mandei buscar
A minha boiada é de trinta e um
Vieram trinta
está faltando um
====================================
Toque o berrante, boiadeiro
Toque o berrante
Toque o berrante pra anunciar sua chegada
É os boiadeiros que vem lá de Aruanda
Pra trabalhar nesta tenda de Umbanda
PONTOS DE MARINHEIRO
Seu marinheiro
Que vida é a sua
Tomando cachaça
caindo na rua ?
Eu bebo sim
Eu bebo muito bem
Bebo com meu dinheiro
Não devo nada a ninguem
=============================================
Navio Negreiro no fundo do mar
Navio Negreiro no fundo do mar
Correntes pesadas arrastando na areia
A negra escrava se pos a cantar
A negra escrava se pos a cantar
Saravá minha Mãe Iemanjá
Saravá minha Mãe Iemanjá
Virou a caçamba pro fundo do mar
Virou a caçamba pro fundo do mar
Quem me salvou foi mãe Iemanjá
Quem me salvou foi mãe Iemanjá
=============================================
O Cirandeiro
Cirandeiro ó
O Cirandeiro
Cirandeiro ó
A pedra do seu anel
Brilha mais que ouro em pó
A pedra do seu anel
Brilha mais que ouro em pó
================================
Seu Martim Pescador
Que vida é a sua?
É bebendo cachaça
Caindo na rua
Eu também sei nadar
Eu também sei nadar no mar
Eu também sei nadar
Eu também sei nadar no mar
Eu também sei, também sei, também sei nadar
Eu também sei, também sei, também sei nadar
Na barra vi só dois navios
Perguntando se podia entrar
A barra já está tomada seu marujo
Nessa barra aqui quem manda é Oxalá
A barra já está tomada seu marujo
Nessa barra aqui quem manda é Oxalá
PONTOS de DESPEDIDA
O coqueiro do Norte
Está balançando
É a Bahia que está me chamando
================================
Ogum já trabalhou
Ogum ja saravou
Filhos de pe-emba
Que tanto chora
É meu pai Ogum
Que já vai embora
Filhos de pe-emba
Que tanto chora
É meu pai Ogum
Que já foi embora
===============================
A sua terra é longe
E eles vão embora
E vão beirando o rio azul
Adeus a Umbanda que os caboclos
Vão embora
E vão beirando
O rio azul
===============================
Despedida de baiano faz chorar
Faz chorar
Faz soluçar
Despedida de baiano faz chorar
Faz chorar
Faz soluçar
==================================
Despedida das crianças
Andorinha que voa , que voa andorinha
Leva as crianças pro céu Andorinha
Andorinha que voa , que voa andorinha
Leva as crianças pro céu Andorinha
==============================
Oi quem tem pemba joga fora
Maré, Maré
Que os *orixás já vão embora
Maré, maré
--------------------------------------
Oi quem tem pemba joga fora
Maré, maré
Que os *marinheiros vão embora
Maré, maré
*(substitua a palavra orixá pela linha ou nome próprio)
PONTOS de BATER CABEÇA
(Para Pais e Mães de Santo)
Bate cabeça Babá
Que eu sou camisa azul
E para o ano que vem
Dois, dois comer caruru
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Bate cabeça Babá
Já foi pedir
A proteção pras seus filhos não cair
Bate cabeça Babá
Já foi pedir
A proteção pras seus filhos não cair
=====================================
Glória a Deus, lá nas alturas
Glória a Deus nesse congar
Glória a Deus no pensamento
Glória a Deus nossa Babá
Auê Babá
Babá de Orixá
Auê Babá
Babá de Orixá
Auê babalaô
Babalaorixá
PONTOS de BATER CABEÇA
(Para filhos de santo e demais médiuns)
Vai, vai, vai
Aos pés de Nosso Senhor
Vai bater cabeça iaô
Iansã mandô
Iaô..
================================
Bate cabeça povo da Nação
Bate cabeça o povo da Nação
Vai pedir a proteção
Ao nosso pai Oxalá
Vai pedir a proteção
Ao nosso pai Oxalá
PONTOS DE DEFUMAÇÃO
To defumando
To defumando
A casa do Bom Jesus da Lapa
Nossa Senhora incensou a Jesus Cristo
Jesus Cristo incensou os filhos seus
Eu incenso
Eu incenso essa casa
Pro mal sair e a felicidade entrar
Eu incenso
Eu incenso essa casa
Na fé de Oxóssi, de Ogum e de Oxalá
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A Umbanda queimou, cheirou guiné
Vamos defumar filhos de fé
A Umbanda queimou, cheirou guiné
Vamos defumar filhos de fé
Defuma eu Babá
Defuma eu Babalaô
Defuma eu Babá
Defuma eu Babalaô
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Defuma com as ervas da Jurema
Defuma com arruda e guiné
Alecrim, benjoim e alfazema
Vamos defumar filhos de fé
================================
Com licença Pai Ogum
Filhos querem se defumar
A Umbanda tem fundamento
É preciso preparar
Com arruda e guiné
Alecrim e alfazema
Defuma filhos de fé
Com as ervas da Jurema
Voltar
Os mitos são muito importantes no culto dos orixás, pois é através deles que
encontramos explicações plausíveis para determinados ritos.
Sem estas estórias, lendas ou ìtan seria difícil ter respostas a sérios enigmas,
como o envolvimento entre a vida do ser humano e do próprio orixá.
Oxalá foi avisado para fazer uma oferenda à Exu antes de sair para cumprir
sua missão. Por ser um orixá funfun, Oxalá se achava acima de todos e, sendo
assim, negligenciou a oferenda à Exu. Descontente, Exu resolveu vingar-se de
Oxalá, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo outra alternativa, Oxalá furou
com seu opasoro o tronco de uma palmeira. Dela escorreu um líquido
refrescante que era o vinho de Palma. Com o vinho, ele saciou sua sede,
embriagou-se e acabou dormindo.
Olodumaré, vendo que Oxalá não havia cumprido a sua tarefa, enviou
Oduduwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxalá estava
embriagado, Oduduwa cumpriu sua tarefa e os outros orixás vieram se reunir a
ele, descendo dos céus, graças a uma corrente que ainda se podia ver no
Bosque de Olose.
Apesar do erro cometido, uma nova chance foi dada à Oxalá: a honra de criar
os homens. Entretanto, incorrigível, embriagou-se novamente e começou a
fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.
Oduduwa interveio novamente. Acabou com os monstros gerados por Oxalá e
criou homens sadios e vigorosos, que foram insuflados com a vida por
Olodumaré.
Esta situação provocou uma guerra entre Oduduwa e Oxalá. O último, Oxalá,
foi então derrotado e Oduduwa tornou-se o primeiro Oba Oni Ifé ou "O primeiro
Rei de Ifé".
Oduduwa foi pai dos reis de diversas nações yorubás, tornando-se assim
cultuado após sua morte, devido ao costume yorubá de cultuar-se os
ancestrais.
Um outro aspecto a ser analisado sobre a tradição de orixá e sua origem seria
a de que alguns orixás seriam, em princípio, ancestrais divinizados que em vida
estabeleceram vínculos que lhes garantiam um controle sobre certas forças da
natureza, como o trovão, o vento, as águas doces, ou salgadas, ou então,
assegurando-lhes a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o
trabalho com metais, ou ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades
das plantas e de sua utilização. O poder axé do ancestral-orixá teria, após a
sua morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em um de seus
descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada.
SAUDAÇÕES
As saudações são muito importantes, pois é através delas que nós invocamos
os orixás.
Assim, vamos traduzir para vocês "As saudações dos Orixás e seus
significados":
AXÉ
A palavra Axé é de origem yorubá e é muito usada nas casas de Candomblé.
Axé significa "força, poder" mas também é empregada para sacramentar certas
frases ditas entre o povo de santo, como por exemplo: Eu digo: - "Eu estou
muito bem." Outro responde: -"Axé!" Esse "axé" aí dito equivaleria ao "Amém"
do Catolicismo ("que Deus permita").
Mas, o Axé ainda pode significar a própria casa de Candomblé em toda a sua
plenitude. Daí, uma Yalorixá também ser chamada de Yalaxé(Iyálàse), ou seja,
"Mãe do Axé" ou a pessoa responsável pelo zelo do Axé ou força da casa de
Orixá.
Axé também pode significar "Vida". E tudo que tem vida tem origem. Chamar a
vida é chamar o Axé e as origens. Os Orixás são Axé, os Orixás são Vida.
Na tradição dos orixás, axé também pode significar a "força das águas, do
fogo, da terra, das árvores, das pedras" enfim de tudo que tem vida. Pois, o
Candomblé é um culto de celebração à vida e a toda a força que dela advém,
ou seja, o próprio culto, é o próprio Axé.
Usamos o termo Olódùmarè por representar para o povo yorubá, "o criador de
todas as coisas" ou "a divindade suprema acima dos Orixás-Ancestrais".
Os povos de Ketu, Oyó, Ijesá, Ibadan e Ifé não só prestam culto à divindades
naturais, mas também cultuam à ancestralidade, pois para os yorubás a
reencarnação existe (atun wá), ou seja, a pessoa morre e renasce no mesmo
seio familiar ao qual pertencia. Aí entra o orixá-ancestral de cada família que
por tradição será o orixá-dominante de toda uma região. Por exemplo, Xangô
em Oyó, Ogun em Irê, Oxum em Ijexá, Oxossy em Ketu e assim por diante.
O JOGO DE BÚZIOS
Como será meu dia de amanhã?
Desde que o mundo é mundo que o homem tem necessidade de saber algo
sobre o seu futuro. Dentro do Candomblé, a modalidade do jogo de búzios é a
mais conhecida (O búzio é uma concha do mar encontrado em praias
litorâneas).
Diz ainda que Oxum era a companheira de Ifá e os homens lhe pediam
constantemente que respondesse às suas perguntas. Oxum contou o caso a
Orunmilá que concordou que ela fizesse a adivinhação com a ajuda de 16
(dezesseis) búzios. Porém, as respostas seriam indicadas por Exu. Exu, então,
voltou à antiga função, ou seja, a de responder às perguntas de Oxum. Depois
disso, por espírito de vingança, Exu passou a atormentar com mais raiva os
filhos de Oxum.Na verdade, o jogo de búzios é o instrumento de maior consulta
constante do Babalorixá ou Yalorixá, pois é através dele que ele(a) irá dirigir
diversas situações dentro da casa de orixá.
ODÙ
A palavra odù vem da língua yorubá e significa "destino". Portanto, odù é o
destino de cada pessoa.
Cada odù ou destino está ligado a um ou mais orixá. Este orixá que rege o odù
de uma pessoa influenciará muito durante toda a vida dela. Mas, nem por isso
ele será obrigatoriamente o orixá-ori, ou "o pai de cabeça" daquela pessoa, ou
seja, o orixá-ori independe do odù da pessoa. Vejamos um exemplo: um omon-
orixá de Yansã que tenha no seu destino a regência do odù ofun (que é ligado
à Oxalá), essa pessoa terá todas as características dos filhos de Yansã:
independentes, autoritários, audaciosos. Mas, sofrerá as influências diretas do
odù ofun, trazendo portanto para este filho de Yansã, lentidão em certos
momentos da vida. Situação esta desagradável para os filhos de Yansã, que
tem a rapidez como marca registrada.
Porém, como expliquei, existe o lado evolutivo e o próprio odù odi citado aqui
em nosso exemplo possui características boas e marcantes como: caráter forte
e firme e tendência a liderança.
Na verdade, são os odùs que governariam tudo que está ligado a vida em
todos os sentidos.
ODÙ ORIXÁ
1.Òkànràn Exu
2.Éji Òkò Ogun e Ibeji
3.Étà Ògúndá Obaluaiye e ainda Ogun
4.Ìròsùn Yemanjá
5.Òsé Oxum
6.Òbàrà Oxossy, Xangô, Yansã e Logun-Edé
7.Òdì Exu, Omolu
8.Éjì Onílè Oxaguian
9.Òsá Yemanjá e Yansã
10.Òfún Oxalá
11.Òwórín Yansã e Exu
12.Èjìlá Seborà Xangô
13.Éjì Ológbon Nanã
14.Ìka Oxumarê
15.Ogbègúndá Obá e Ewa
16.Àlàáfia Orunmilá
ÈSÙ
A palavra Èsù em yorubá significa "esfera"
e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe
oferecem.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando
as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e
discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que:
"Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples
peneira sem que este óleo se derrame".
*Aláàye de Èfòn
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, através de uma artimanha,
conseguiu ser o Rei da região, tornando-se um dos Reis de Ketu. Sendo que
as comunidades dessa nação no Brasil, o reverenciam também com este
nome.
O ìpàdé não é uma festa pública, não podendo aí nesse momento haver
nenhuma conversa por parte dos participantes. Todos permanecem abaixados,
ajoelhados em esteiras sem olhar o que se passa a sua volta. Este ato é por
causa de iyamin. Se uma pessoa levantar a cabeça em hora indevida, as
iyamins podem cegar esta pessoa naquele momento.
No ato do ìpàdé, só a Ìyamoró pode entrar e sair do barracão, pois a ela foi
conferido um objeto (cuia) que a proteje como escudo dos perigos das
ajé(iyamin).
Na verdade, o ìpàdé é uma obrigação feminina. Não quero dizer com isso que
homens não participem; apenas ressalto que quem controla o ìpàdé são as Iyá
Mí Ajé ou "As Grandes Mães Feiticeiras".
ERE
Todo orixá está ligado a um ou vários Exus
assim como a um Ere.
Agora, esses nomes não serão os mesmos em cada iyawo. Cada Ere trará um
nome que, como expliquei, será inspirado no arquétipo ou natureza do orixá a
que está submetido.
A IMPORTÂNCIA DAS PINTURAS
Três elementos são utilizados nas casas de Candomblé, para diversas
finalidades e são essenciais pela ação de proteção que exercem: Osun, Efun e
Waji.
Toda atenção lhe é dedicada, sendo-lhe destinada uma mãe criadeira também
denominada de ojúbòna, para lhe assistir em tempo integral.
Mas, o iyawo ainda sofrerá alguns èèwò durante algum tempo, tais como: não
vai à praia, não toma bebida alcoólica, só se veste de branco e comporta-se de
forma submissa diante dos mais velhos, além de não receber a benção com a
cabeça coberta. Enfatizo que iyawo não toma benção com a cabeça coberta.
Adosu e Iyawo são denominações nas casas de Ketu; Muzenza, nas casas de
Angola e Vodunsi, nas de Jeje.
Kizila ou Èèwò
Tudo aquilo que provoca uma reação contrária ao axé, dá-se o nome de kizila
ou èèwò, ou seja, são as energias contrárias a energia positiva do orixá. Estas
energias negativas podem estar em alimentos, cores, situações, animais e até
mesmo na própria natureza.
*Ogun - quiabo
*Yansã - abóbora
*Oxalá - dendê
SANGO (XANGÔ)
Xangô teria sido o 4o (quarto) alafin de Òyó,
sendo filho de Òrànmíyàn e Íyamasé
Torossi que era filha de Élempé, Rei dos
Tapás.
Xangô tem ainda o seré como símbolo que tem a forma de uma cabaça
alongada que contém no seu interior pequenos grãos e quando agitados
produzem ruídos similar aos da chuva.
Xangô usa ainda uma grande bolsa a tira-colo chamada de Labá. Dentro do
Labá, Xangô guarda seus Edun Ará que são as pedras de raio que ele lança
sobre a terra durante as tempestades e também contra seus inimigos nas
batalhas.
Este orixá usa também uma coroa de cobre enfeitada com búzios chamada de
adé de bayni e que deu origem no país de yorubá a uma das festividades de
Xangô.
Em um itan diz o porquê de Xangô não usar o obí. Foi quando Olodumare
castigou Xangô tomando-lhe o pilão (também, um dos seus símbolos). Xangô,
arrependido e desesperado, enforcou-se num pé de obí. Porém, Olodumare o
perdoou e consentiu que ele retorna-se ao aiyê como orixá, para fazer justiça
aos homens que não se portavam bem. Contudo, Xangô ficou proibido de usar
o obí que transformou-se em seu èèwò ou kizila, pois lembra-lhe a passagem
pela vida e a morte na terra.
IRÓKÒ
Irókò é um orixá originário de Íwerè, região que fica ao leste de Oyó na Nigéria.
Na Nigéria, Irókò é cultuado numa árvore que tem o mesmo nome. Porém, no
Brasil esta árvore foi substituída pela gameleira-branca que apresenta as
mesmas características da árvore usada na África. É nesta árvore, a gameleira-
branca, que fica acentuado o caráter reto e firme do orixá pois suas raízes
fortes, firmes e profundas, dão uma estrutura sólida aos filhos deste orixá.
Irókò ainda é tido com árvore guardiã da casa de Candomblé pois, ter esta
árvore plantada no terreno da casa de Candomblé representa força e poder.
Irókò foi associado ao vodun daomeano Loko dos negros de dinastia Jeje e
ainda ao inkice Tempo, dos negros bantos.
Irókò, na verdade, é o orixá dos bosques nigerianos, onde lá na Nigéria é muito
temido, porque como conta um itan, ninguém se atrevia a entrar num bosque
sem antes reverenciá-lo.
Sua cor é o branco e ainda usa palha da costa em sua vestimenta. Sua comida
tem por base o ajabó, o caruru, feijão fradinho, o duburu, o acassá, o ebo e
outras.
É isto! A adúrà é a reza ou oração própria do orixá que não pode ser mexida.
Enquanto o oríki são palavras expressas de forma intimista com o orixá,
podendo ser modificado dependendo da ocasião em que for dito.
Como expliquei, isto deve ser feito num Sábado de lua cheia, portanto vocês
devem fazer olhando para a lua e pedindo que vocês tenham sorte, fartura e
prosperidade. Em seguida, vocês devem embrulhar no pano branco e esquecer
este embrulho num canto alto da casa e só repetir de 05 em 05 (cinco) meses,
despachando o velho num galho alto de uma árvore bem frondosa e repetir o
ritual.
Obàlúwàiyé representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa
uma coroa de palha ou azê, que tampa seu rosto, porque sem ela as pessoas
não poderiam olhar para ele. Ninguém pode olhar o soldiretamente. Sua
matéria de origem é a terra e como tal ele é o resultado de um processo
anterior. Relaciona-se também com os espíritos contidos na terra.
Lidera o poder dos espíritos dos ancestrais os quais o seguem. Oculta sob o
saiote o mistério da morte e do renascimento. Ele é a própria terra que recebe
nossos corpos para que vire pó.
ÒSÁNYÌN (OSSAIM)
Òsányìn é o detentor do segredo de todas
as ervas existentes.
O sumo das folhas é também chamado de èjé ewé ou "sangue das folhas" e é
um dos axés mais poderosos que traz em si o poder do que nasce e do que
advém. No ato de se macerar as folhas, entoa-se cânticos chamados de
sàsányin.
Colocar água sobre a terra significa não só fecundá-la, mas também restituir-
lhe seu sangue branco com o qual ela alimenta e propicia tudo que nasce e
cresce em decorrência, os pedidos e rituais a serem desenvolvidos. Deitar
água é iniciar e propiciar um ciclo. Diría ainda que as águas de Oxalá pelas
quais começa o ano litúrgico yorubá tem precisamente este significado.
Outro orixá feminino associado à água é o orixá Òsun. Oxum tem toda a sua
história ligada às águas pois, na Nigéria, Òsun é a divindade do rio que recebe
o mesmo nome do orixá.
Não diferente dos demais orixás femininos, Yemanjá também está muito ligada
às águas. É o orixá que em terra yorubá é patrona de dois rios: o rio Yemonja e
o rio Ogun - não confundir com o orixá Ogun, Deus do ferro. Daí Yemonja estar
associada à expressão Odò Iyá, ou seja, "Mãe dos Rios".
Òsun tem fundamentalmente seus axés nas pedras do Rio Osun, nas jóias de
cobre e num pente de tartaruga. O amor de Òsun pelo cobre, o metal mais
precioso do país yorubá nos tempos antigos é mencionado nas saudações que
assim lhe são dirigidas:
No Brasil, Òsun foi ligada ao ouro, isso devido a esse metal ser de grande
importância para a confecção de jóias, uma das paixões de Òsun.
A cidade de Osogbò recebeu este nome depois que Laro, após muitas
atribuições, veio instalar-se às margens do rio Òsun. Laro achou aquele local
ideal para estabelecer uma cidade e ali fixar seu povo. Dias depois, uma das
suas filhas foi banhar-se no rio e desapareceu sob as águas. No dia seguinte,
ela retornou muito bem vestida e enfeitada com muitas jóias, dizendo ter sido
muito bem tratada pela divindade do rio. Agradecendo então o regresso de sua
filha, Laro dedicou à Òsun muitas oferendas e numerosos peixes. Mensageiros
da divindade vieram comer em sinal de aceitação às oferendas que Laro havia
depositado nas águas. Um grande peixe cuspiu-lhe água e ele a recolheu
numa cabaça e bebeu: estava selada a aliança entre Òsun & Laro. Este peixe
saltou sobre as mãos de Laro e a partir desse momento recebeu o título de
Ataoejá ou Atáoja, que quer dizer "aquele que recebe o peixe (ejá)"e declarou
Òsun Gbó ou "Òsun está em estado de maturidade".
Essa foi a origem do nome da cidade de Òsogbo, onde até os dias de hoje
encontram-se os descendentes de Laro que honram o pacto feito no passado.
YÁNSÀN (YANSÃ)
Oyá ou Yansã está muito ligada ao culto de
egúngún, pois é ela que encaminha os
espíritos dos mortos para o òrun, através do
ritual do àsèsè.
Outra divindade que está muito ligada ao culto de Oyá ou Yansã é a divindade
Ebora Yoruba denominada de Onirá. Onirá, como o próprio nome sugere, foi
uma sacerdotisa do culto à Oxum nas regiões Ilexá e Ijebu, na Nigéria.
Na verdade, o òrun é uma massa infinita sem local determinado, sem começo e
sem fim que segundo a tradição yorubá é sustentado pelo ala-kokô, uma árvore
sagrada, cujo tronco é o próprio eixo que sustenta o òrun atravessando assim
os nove espaços. Daí Yansã ser chamada de Iyá Mèsàn Òrun que significa
"Mãe dos Nove Espaços do Òrun". Yansã também é chamada de Ya Unlá
Kokô ou "A grande Senhora Ala-Kokô", porque cada espaço do òrun pertence
na verdade a um filho de Yansã; sendo que o último, ou o nono, pertence à
Egun. É por isso a grande associação de Yansã com o número 9 (nove) e com
os mortos.
Ainda vendo esta associação de Yansã com o número 9 (nove), vemos que na
Nigéria, em Banigbe, o nome recebido pelo orixá como Abesan, deu origem à
expressão Aborimesan, que significa "com nove cabeças" fazendo aí alusão
aos nove braços do delta do Rio Niger, origem verdadeira de Yansã ou Oyá,
como é chamada na terra yorubá.
ABIYAN
Dentro dos cultos afros-brasileiros existe uma categoria de pessoas que são
classificadas de Abiyans.
A palavra Abiyan quer dizer: Abi= "aquele que" e An= seria uma contração de
"Onã", que quer dizer "caminho". As duas palavras aglutinadas formaram o
termo Abiyan, que quer dizer "aquele que começa", "um novo caminho". E é
isto, o Abiyan é uma pessoa que está começando um novo caminho, uma nova
vida espiritual.
O Abiyan também pode ter fios de contas lavados, obrigação de bori e, até em
alguns casos, ter orixá assentado.
Existem pessoas que passaram por um longo período sendo Abiyan, antes de
se iniciarem no Candomblé. Portanto, vale ressaltar a importância deste
período, ou seja, Abiyan e dizer que o frequentador em yorubá, chama-se
Lemó-mú.
Segue algumas das providências que são tomadas: assim que nasce a criança
Abikú é levada e banhada num rio para que sejam afastados os espíritos que
possam acompanhar essa criança. Depois são feitas várias pinturas em
determinadas partes do corpo da criança Abikú e são postos em suas pernas,
braços e pulsos diversos amuletos que também servem para neutralizar os
antepassados Abikús dessa criança.
ÁGUAS DE
OSALA(OXALÁ)
O ciclo anual das cerimônias, que envolvem
os rituais de origem africanista, encontra
nas Águas de Osala fator máximo de
importância por dois motivos: inicia as atividades religiosas e prepara essas
atividades através da purificação.
Osalufan devia ir na terra de Kùsó visitar seu filho Xangô. Antes, porém,
consultou primeiramente Ifá para saber se tudo correria bem durante a viagem.
Odù saiu Ejionilé. Mesmo assim, Osalufan insistiu em ir. Devido a isto foi
aconselhado a não negar nada a ninguém o que fosse pedido e mais ainda que
levasse consigo sabão da costa, obí e três roupas brancas.
Seguindo caminho, encontrou por 03 (três) vezes Exu: Exu Elepo, Exu Idu e
Exu Adi que lhe pediu sucessivamente para ajudá-lo a carregar na cabeça uma
barriga de azeite de dendê, uma carga de carvão e outra de óleo de amêndoas
ou xoxo. As três vezes Exu derramou o conteúdo sobre Osalufan. Mas este
sem se queixar, lavou-se e trocou as três mudas de roupas e continuou a
viagem. Osalufan havia dado de presente a Xangô um cavalo branco, o qual
havia desaparecido do reinado fazia bastante tempo. Os escravos de Xangô
andavam por toda parte para encontrá-lo e eis que Osalufan passando por um
mineral, apanhou algumas espigas de milho e ao mesmo tempo deparou-se
com o cavalo perdido de Xangô. O cavalo também reconheceu Osalufan e lhe
acompanhou. Nesse instante, chegaram os escravos de Xangô, gritando: Olé
Esim Oba, que quer dizer "ladrão do cavalo do rei". Não reconhecendo
Osalufan, deram-lhe vários golpes e em seguida jogaram-no na prisão.
Osalufan permaneceu 07 (sete) anos preso. Enquanto isso no Reino de Xangô
tudo corria mal. Xangô preocupado consultou um Babalawo. Este revelou o
motivo daquilo tudo. Disse o Babalawo a Xangô: "Algum inocente paga
injustamente em tuas prisões". Xangô, então, ordenou que os prisioneiros
comparecessem diante dele e reconheceu seu pai. Enviou então os escravos
vestidos de branco até uma fonte vizinha para lavar Osalufan, sem falar uma
palavra, em sinal de tristeza. Depois, Xangô, em sinal de humildade, carregou
Osalufan nas costas de volta até o Palácio de Osaguian. Osaguian, muito
alegre com o regresso de Osalufan, ofereceu um grande banquete.
A religião de orixá tem por base ensinamentos que são passados de geração a
geração de forma oral.
Os mitos são muito importantes no culto dos orixás, pois é através deles que
encontramos explicações plausíveis para determinados ritos.
Sem estas estórias, lendas ou ìtan seria difícil ter respostas a sérios enigmas,
como o envolvimento entre a vida do ser humano e do próprio orixá.
Oxalá foi avisado para fazer uma oferenda à Exu antes de sair para cumprir
sua missão. Por ser um orixá funfun, Oxalá se achava acima de todos e, sendo
assim, negligenciou a oferenda à Exu. Descontente, Exu resolveu vingar-se de
Oxalá, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo outra alternativa, Oxalá furou
com seu opasoro o tronco de uma palmeira. Dela escorreu um líquido
refrescante que era o vinho de Palma. Com o vinho, ele saciou sua sede,
embriagou-se e acabou dormindo.
Olodumaré, vendo que Oxalá não havia cumprido a sua tarefa, enviou
Oduduwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxalá estava
embriagado, Oduduwa cumpriu sua tarefa e os outros orixás vieram se reunir a
ele, descendo dos céus, graças a uma corrente que ainda se podia ver no
Bosque de Olose.
Apesar do erro cometido, uma nova chance foi dada à Oxalá: a honra de criar
os homens. Entretanto, incorrigível, embriagou-se novamente e começou a
fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.
Esta situação provocou uma guerra entre Oduduwa e Oxalá. O último, Oxalá,
foi então derrotado e Oduduwa tornou-se o primeiro Oba Oni Ifé ou "O primeiro
Rei de Ifé".
Oduduwa foi pai dos reis de diversas nações yorubás, tornando-se assim
cultuado após sua morte, devido ao costume yorubá de cultuar-se os
ancestrais.
Quando Olorum, Senhor do Infinito, criou o Universo com o seu ófu-rufú, mimó,
ou hálito sagrado, criou junto seres imateriais que povoaram o Universo. Esses
seres seriam os orixás que foram dotados de grandes poderes sobre os
elementos da natureza. Em verdade, os orixás são emanações vindas de
Olorum, com domínio sobre os 4 (quatro) elementos: fogo, água, terra e ar e
ainda dominando os reinos vegetal e animal, com representações dos aspectos
masculino e feminino, ou seja, para todos os fenômenos e acidentes naturais,
existe um orixá regente. Através do processo de constituição física e diante das
leis de afinidades, cada ser humano possui 01 (um) ou mais orixá, como
protetores de sua vida, a eles sendo destinados formas diversas de culto.
Um outro aspecto a ser analisado sobre a tradição de orixá e sua origem seria
a de que alguns orixás seriam, em princípio, ancestrais divinizados que em vida
estabeleceram vínculos que lhes garantiam um controle sobre certas forças da
natureza, como o trovão, o vento, as águas doces, ou salgadas, ou então,
assegurando-lhes a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o
trabalho com metais, ou ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades
das plantas e de sua utilização. O poder axé do ancestral-orixá teria, após a
sua morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em um de seus
descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada.
SAUDAÇÕES
As saudações são muito importantes, pois é através delas que nós invocamos
os orixás.
Assim, vamos traduzir para vocês "As saudações dos Orixás e seus
significados":
AXÉ
A palavra Axé é de origem yorubá e é muito usada nas casas de Candomblé.
Axé significa "força, poder" mas também é empregada para sacramentar certas
frases ditas entre o povo de santo, como por exemplo: Eu digo: - "Eu estou
muito bem." Outro responde: -"Axé!" Esse "axé" aí dito equivaleria ao "Amém"
do Catolicismo ("que Deus permita").
Mas, o Axé ainda pode significar a própria casa de Candomblé em toda a sua
plenitude. Daí, uma Yalorixá também ser chamada de Yalaxé(Iyálàse), ou seja,
"Mãe do Axé" ou a pessoa responsável pelo zelo do Axé ou força da casa de
Orixá.
Axé também pode significar "Vida". E tudo que tem vida tem origem. Chamar a
vida é chamar o Axé e as origens. Os Orixás são Axé, os Orixás são Vida.
Na tradição dos orixás, axé também pode significar a "força das águas, do
fogo, da terra, das árvores, das pedras" enfim de tudo que tem vida. Pois, o
Candomblé é um culto de celebração à vida e a toda a força que dela advém,
ou seja, o próprio culto, é o próprio Axé.
O QUE SERIAM ORIXÁS-ANCESTRAIS?
Para os povos africanos, em particular, para os yorubás, fons e bantos, a
religião é a base para sua existência diária.
Ainda pela manhã, os yorubás, por exemplo, fazem uma série de adúràs e
orikìs, ou seja, rezas e invocações para que o dia corra bem. Durante o dia
ainda, vários atos serão feitos lembrando sempre a tradição religiosa. Nas
horas das refeições, enquanto a família estiver reunida também várias
saudações serão feitas, agradecendo a Olódùmarè e aos Orixás-Ancestrais a
graça da alimentação.
Usamos o termo Olódùmarè por representar para o povo yorubá, "o criador de
todas as coisas" ou "a divindade suprema acima dos Orixás-Ancestrais".
Os povos de Ketu, Oyó, Ijesá, Ibadan e Ifé não só prestam culto à divindades
naturais, mas também cultuam à ancestralidade, pois para os yorubás a
reencarnação existe (atun wá), ou seja, a pessoa morre e renasce no mesmo
seio familiar ao qual pertencia. Aí entra o orixá-ancestral de cada família que
por tradição será o orixá-dominante de toda uma região. Por exemplo, Xangô
em Oyó, Ogun em Irê, Oxum em Ijexá, Oxossy em Ketu e assim por diante.
O JOGO DE BÚZIOS
Como será meu dia de amanhã?
Desde que o mundo é mundo que o homem tem necessidade de saber algo
sobre o seu futuro. Dentro do Candomblé, a modalidade do jogo de búzios é a
mais conhecida (O búzio é uma concha do mar encontrado em praias
litorâneas).
Diz ainda que Oxum era a companheira de Ifá e os homens lhe pediam
constantemente que respondesse às suas perguntas. Oxum contou o caso a
Orunmilá que concordou que ela fizesse a adivinhação com a ajuda de 16
(dezesseis) búzios. Porém, as respostas seriam indicadas por Exu. Exu, então,
voltou à antiga função, ou seja, a de responder às perguntas de Oxum. Depois
disso, por espírito de vingança, Exu passou a atormentar com mais raiva os
filhos de Oxum.Na verdade, o jogo de búzios é o instrumento de maior consulta
constante do Babalorixá ou Yalorixá, pois é através dele que ele(a) irá dirigir
diversas situações dentro da casa de orixá.
Além disso, este Jogo de Confirmação ou Jogo dos 04 (quatro) Búzios também
é chamado de "Jogo de Exu", porque segundo alguns antigos Babalorixás,
quem responde nesse jogo é Exu, pela precisão e rapidez nas respostas.
ODÙ
A palavra odù vem da língua yorubá e significa "destino". Portanto, odù é o
destino de cada pessoa.
Cada odù ou destino está ligado a um ou mais orixá. Este orixá que rege o odù
de uma pessoa influenciará muito durante toda a vida dela. Mas, nem por isso
ele será obrigatoriamente o orixá-ori, ou "o pai de cabeça" daquela pessoa, ou
seja, o orixá-ori independe do odù da pessoa. Vejamos um exemplo: um omon-
orixá de Yansã que tenha no seu destino a regência do odù ofun (que é ligado
à Oxalá), essa pessoa terá todas as características dos filhos de Yansã:
independentes, autoritários, audaciosos. Mas, sofrerá as influências diretas do
odù ofun, trazendo portanto para este filho de Yansã, lentidão em certos
momentos da vida. Situação esta desagradável para os filhos de Yansã, que
tem a rapidez como marca registrada.
Porém, como expliquei, existe o lado evolutivo e o próprio odù odi citado aqui
em nosso exemplo possui características boas e marcantes como: caráter forte
e firme e tendência a liderança.
Na verdade, são os odùs que governariam tudo que está ligado a vida em
todos os sentidos.
ODÙ ORIXÁ
1.Òkànràn Exu
2.Éji Òkò Ogun e Ibeji
Obaluaiye e ainda
3.Étà Ògúndá
Ogun
4.Ìròsùn Yemanjá
5.Òsé Oxum
Oxossy, Xangô,
6.Òbàrà
Yansã e Logun-Edé
7.Òdì Exu, Omolu
8.Éjì Onílè Oxaguian
9.Òsá Yemanjá e Yansã
10.Òfún Oxalá
11.Òwórín Yansã e Exu
12.Èjìlá Seborà Xangô
13.Éjì Ológbon Nanã
14.Ìka Oxumarê
15.Ogbègúndá Obá e Ewa
16.Àlàáfia Orunmilá
ÈSÙ
A palavra Èsù em yorubá significa "esfera"
e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades
àquelas pessoas que estão em falta com ele.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe
oferecem.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando
as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e
discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que:
"Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples
peneira sem que este óleo se derrame".
*Aláàfin de Òyò
*Aláàye de Èfòn
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, através de uma artimanha,
conseguiu ser o Rei da região, tornando-se um dos Reis de Ketu. Sendo que
as comunidades dessa nação no Brasil, o reverenciam também com este
nome.
O ìpàdé não é uma festa pública, não podendo aí nesse momento haver
nenhuma conversa por parte dos participantes. Todos permanecem abaixados,
ajoelhados em esteiras sem olhar o que se passa a sua volta. Este ato é por
causa de iyamin. Se uma pessoa levantar a cabeça em hora indevida, as
iyamins podem cegar esta pessoa naquele momento.
No ato do ìpàdé, só a Ìyamoró pode entrar e sair do barracão, pois a ela foi
conferido um objeto (cuia) que a proteje como escudo dos perigos das
ajé(iyamin).
Na verdade, o ìpàdé é uma obrigação feminina. Não quero dizer com isso que
homens não participem; apenas ressalto que quem controla o ìpàdé são as Iyá
Mí Ajé ou "As Grandes Mães Feiticeiras".
ERE
Todo orixá está ligado a um ou vários Exus
assim como a um Ere.
Toda atenção lhe é dedicada, sendo-lhe destinada uma mãe criadeira também
denominada de ojúbòna, para lhe assistir em tempo integral.
Estes rituais paná (no Ketu) e kitanda (no Angola) representam em verdade a
quebra das kizilas em que o iyawo estava submetido durante o tempo de
recolhimento. É o reaprendizado dos gestos e ações do dia a dia. Por isso, são
colocados objetos como: tesoura, lápis, linha, agulha, vassoura, copos, pratos
e ainda colocam-se frutas para serem vendidas. Enquanto os homens imitam
trabalhos no campo, as mulheres representam tarefas caseiras. Mas tudo isso
é feito num clima de total alegria.
Mas, o iyawo ainda sofrerá alguns èèwò durante algum tempo, tais como: não
vai à praia, não toma bebida alcoólica, só se veste de branco e comporta-se de
forma submissa diante dos mais velhos, além de não receber a benção com a
cabeça coberta. Enfatizo que iyawo não toma benção com a cabeça coberta.
Adosu e Iyawo são denominações nas casas de Ketu; Muzenza, nas casas de
Angola e Vodunsi, nas de Jeje.
Kizila ou Èèwò
Tudo aquilo que provoca uma reação contrária ao axé, dá-se o nome de kizila
ou èèwò, ou seja, são as energias contrárias a energia positiva do orixá. Estas
energias negativas podem estar em alimentos, cores, situações, animais e até
mesmo na própria natureza.
*Ogun - quiabo
*Yansã - abóbora
*Oxalá - dendê
SANGO (XANGÔ)
Xangô teria sido o 4o (quarto) alafin de Òyó,
sendo filho de Òrànmíyàn e Íyamasé Torossi que era filha de Élempé, Rei dos
Tapás.
Xangô cresceu no país de sua mãe e mais tarde foi para Kosó, onde dominou
os habitantes pela força. Depois disto, foi para Oyó onde instalou uma aldeia
com o nome de Kosó.
Xangô tem ainda o seré como símbolo que tem a forma de uma cabaça
alongada que contém no seu interior pequenos grãos e quando agitados
produzem ruídos similar aos da chuva.
Xangô usa ainda uma grande bolsa a tira-colo chamada de Labá. Dentro do
Labá, Xangô guarda seus Edun Ará que são as pedras de raio que ele lança
sobre a terra durante as tempestades e também contra seus inimigos nas
batalhas.
Este orixá usa também uma coroa de cobre enfeitada com búzios chamada de
adé de bayni e que deu origem no país de yorubá a uma das festividades de
Xangô.
Em um itan diz o porquê de Xangô não usar o obí. Foi quando Olodumare
castigou Xangô tomando-lhe o pilão (também, um dos seus símbolos). Xangô,
arrependido e desesperado, enforcou-se num pé de obí. Porém, Olodumare o
perdoou e consentiu que ele retorna-se ao aiyê como orixá, para fazer justiça
aos homens que não se portavam bem. Contudo, Xangô ficou proibido de usar
o obí que transformou-se em seu èèwò ou kizila, pois lembra-lhe a passagem
pela vida e a morte na terra.
IRÓKÒ
Irókò é um orixá originário de Íwerè, região que fica ao leste de Oyó na Nigéria.
Na Nigéria, Irókò é cultuado numa árvore que tem o mesmo nome. Porém, no
Brasil esta árvore foi substituída pela gameleira-branca que apresenta as
mesmas características da árvore usada na África. É nesta árvore, a gameleira-
branca, que fica acentuado o caráter reto e firme do orixá pois suas raízes
fortes, firmes e profundas, dão uma estrutura sólida aos filhos deste orixá.
Irókò ainda é tido com árvore guardiã da casa de Candomblé pois, ter esta
árvore plantada no terreno da casa de Candomblé representa força e poder.
Irókò foi associado ao vodun daomeano Loko dos negros de dinastia Jeje e
ainda ao inkice Tempo, dos negros bantos.
Sua cor é o branco e ainda usa palha da costa em sua vestimenta. Sua comida
tem por base o ajabó, o caruru, feijão fradinho, o duburu, o acassá, o ebo e
outras.
É isto! A adúrà é a reza ou oração própria do orixá que não pode ser mexida.
Enquanto o oríki são palavras expressas de forma intimista com o orixá,
podendo ser modificado dependendo da ocasião em que for dito.
Como expliquei, isto deve ser feito num Sábado de lua cheia, portanto vocês
devem fazer olhando para a lua e pedindo que vocês tenham sorte, fartura e
prosperidade. Em seguida, vocês devem embrulhar no pano branco e esquecer
este embrulho num canto alto da casa e só repetir de 05 em 05 (cinco) meses,
despachando o velho num galho alto de uma árvore bem frondosa e repetir o
ritual.
Obàlúwàiyé representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa
uma coroa de palha ou azê, que tampa seu rosto, porque sem ela as pessoas
não poderiam olhar para ele. Ninguém pode olhar o soldiretamente. Sua
matéria de origem é a terra e como tal ele é o resultado de um processo
anterior. Relaciona-se também com os espíritos contidos na terra.
Lidera o poder dos espíritos dos ancestrais os quais o seguem. Oculta sob o
saiote o mistério da morte e do renascimento. Ele é a própria terra que recebe
nossos corpos para que vire pó.
Atoto!
ÒSÁNYÌN (OSSAIM)
Òsányìn é o detentor do segredo de todas
as ervas existentes.
O sumo das folhas é também chamado de èjé ewé ou "sangue das folhas" e é
um dos axés mais poderosos que traz em si o poder do que nasce e do que
advém. No ato de se macerar as folhas, entoa-se cânticos chamados de
sàsányin.
AS ÁGUAS E OS ORIXÁS FEMININOS
A água é muito utilizada nas casa de Candomblé. Em muitos ritos ela aparece
tendo um significado muito importante, desde o rito do ìpàdé, quando ela é
utilizada para acalmar as ajé, até o ritual das águas de Oxalá, quando ela
representa a limpeza lustral do egbe.
Colocar água sobre a terra significa não só fecundá-la, mas também restituir-
lhe seu sangue branco com o qual ela alimenta e propicia tudo que nasce e
cresce em decorrência, os pedidos e rituais a serem desenvolvidos. Deitar
água é iniciar e propiciar um ciclo. Diría ainda que as águas de Oxalá pelas
quais começa o ano litúrgico yorubá tem precisamente este significado.
Outro orixá feminino associado à água é o orixá Òsun. Oxum tem toda a sua
história ligada às águas pois, na Nigéria, Òsun é a divindade do rio que recebe
o mesmo nome do orixá.
Não diferente dos demais orixás femininos, Yemanjá também está muito ligada
às águas. É o orixá que em terra yorubá é patrona de dois rios: o rio Yemonja e
o rio Ogun - não confundir com o orixá Ogun, Deus do ferro. Daí Yemonja estar
associada à expressão Odò Iyá, ou seja, "Mãe dos Rios".
Òsun tem fundamentalmente seus axés nas pedras do Rio Osun, nas jóias de
cobre e num pente de tartaruga. O amor de Òsun pelo cobre, o metal mais
precioso do país yorubá nos tempos antigos é mencionado nas saudações que
assim lhe são dirigidas:
No Brasil, Òsun foi ligada ao ouro, isso devido a esse metal ser de grande
importância para a confecção de jóias, uma das paixões de Òsun.
A cidade de Osogbò recebeu este nome depois que Laro, após muitas
atribuições, veio instalar-se às margens do rio Òsun. Laro achou aquele local
ideal para estabelecer uma cidade e ali fixar seu povo. Dias depois, uma das
suas filhas foi banhar-se no rio e desapareceu sob as águas. No dia seguinte,
ela retornou muito bem vestida e enfeitada com muitas jóias, dizendo ter sido
muito bem tratada pela divindade do rio. Agradecendo então o regresso de sua
filha, Laro dedicou à Òsun muitas oferendas e numerosos peixes. Mensageiros
da divindade vieram comer em sinal de aceitação às oferendas que Laro havia
depositado nas águas. Um grande peixe cuspiu-lhe água e ele a recolheu
numa cabaça e bebeu: estava selada a aliança entre Òsun & Laro. Este peixe
saltou sobre as mãos de Laro e a partir desse momento recebeu o título de
Ataoejá ou Atáoja, que quer dizer "aquele que recebe o peixe (ejá)"e declarou
Òsun Gbó ou "Òsun está em estado de maturidade".
Essa foi a origem do nome da cidade de Òsogbo, onde até os dias de hoje
encontram-se os descendentes de Laro que honram o pacto feito no passado.
YÁNSÀN (YANSÃ)
Oyá ou Yansã está muito ligada ao culto de
egúngún, pois é ela que encaminha os
espíritos dos mortos para o òrun, através do
ritual do àsèsè.
Outra divindade que está muito ligada ao culto de Oyá ou Yansã é a divindade
Ebora Yoruba denominada de Onirá. Onirá, como o próprio nome sugere, foi
uma sacerdotisa do culto à Oxum nas regiões Ilexá e Ijebu, na Nigéria.
Na verdade, o òrun é uma massa infinita sem local determinado, sem começo e
sem fim que segundo a tradição yorubá é sustentado pelo ala-kokô, uma árvore
sagrada, cujo tronco é o próprio eixo que sustenta o òrun atravessando assim
os nove espaços. Daí Yansã ser chamada de Iyá Mèsàn Òrun que significa
"Mãe dos Nove Espaços do Òrun". Yansã também é chamada de Ya Unlá
Kokô ou "A grande Senhora Ala-Kokô", porque cada espaço do òrun pertence
na verdade a um filho de Yansã; sendo que o último, ou o nono, pertence à
Egun. É por isso a grande associação de Yansã com o número 9 (nove) e com
os mortos.
Ainda vendo esta associação de Yansã com o número 9 (nove), vemos que na
Nigéria, em Banigbe, o nome recebido pelo orixá como Abesan, deu origem à
expressão Aborimesan, que significa "com nove cabeças" fazendo aí alusão
aos nove braços do delta do Rio Niger, origem verdadeira de Yansã ou Oyá,
como é chamada na terra yorubá.
ABIYAN
Dentro dos cultos afros-brasileiros existe uma categoria de pessoas que são
classificadas de Abiyans.
A palavra Abiyan quer dizer: Abi= "aquele que" e An= seria uma contração de
"Onã", que quer dizer "caminho". As duas palavras aglutinadas formaram o
termo Abiyan, que quer dizer "aquele que começa", "um novo caminho". E é
isto, o Abiyan é uma pessoa que está começando um novo caminho, uma nova
vida espiritual.
O Abiyan também pode ter fios de contas lavados, obrigação de bori e, até em
alguns casos, ter orixá assentado.
Existem pessoas que passaram por um longo período sendo Abiyan, antes de
se iniciarem no Candomblé. Portanto, vale ressaltar a importância deste
período, ou seja, Abiyan e dizer que o frequentador em yorubá, chama-se
Lemó-mú.
Segue algumas das providências que são tomadas: assim que nasce a criança
Abikú é levada e banhada num rio para que sejam afastados os espíritos que
possam acompanhar essa criança. Depois são feitas várias pinturas em
determinadas partes do corpo da criança Abikú e são postos em suas pernas,
braços e pulsos diversos amuletos que também servem para neutralizar os
antepassados Abikús dessa criança.
Osalufan devia ir na terra de Kùsó visitar seu filho Xangô. Antes, porém,
consultou primeiramente Ifá para saber se tudo correria bem durante a viagem.
Odù saiu Ejionilé. Mesmo assim, Osalufan insistiu em ir. Devido a isto foi
aconselhado a não negar nada a ninguém o que fosse pedido e mais ainda que
levasse consigo sabão da costa, obí e três roupas brancas.
Seguindo caminho, encontrou por 03 (três) vezes Exu: Exu Elepo, Exu Idu e
Exu Adi que lhe pediu sucessivamente para ajudá-lo a carregar na cabeça uma
barriga de azeite de dendê, uma carga de carvão e outra de óleo de amêndoas
ou xoxo. As três vezes Exu derramou o conteúdo sobre Osalufan. Mas este
sem se queixar, lavou-se e trocou as três mudas de roupas e continuou a
viagem. Osalufan havia dado de presente a Xangô um cavalo branco, o qual
havia desaparecido do reinado fazia bastante tempo. Os escravos de Xangô
andavam por toda parte para encontrá-lo e eis que Osalufan passando por um
mineral, apanhou algumas espigas de milho e ao mesmo tempo deparou-se
com o cavalo perdido de Xangô. O cavalo também reconheceu Osalufan e lhe
acompanhou. Nesse instante, chegaram os escravos de Xangô, gritando: Olé
Esim Oba, que quer dizer "ladrão do cavalo do rei". Não reconhecendo
Osalufan, deram-lhe vários golpes e em seguida jogaram-no na prisão.
Osalufan permaneceu 07 (sete) anos preso. Enquanto isso no Reino de Xangô
tudo corria mal. Xangô preocupado consultou um Babalawo. Este revelou o
motivo daquilo tudo. Disse o Babalawo a Xangô: "Algum inocente paga
injustamente em tuas prisões". Xangô, então, ordenou que os prisioneiros
comparecessem diante dele e reconheceu seu pai. Enviou então os escravos
vestidos de branco até uma fonte vizinha para lavar Osalufan, sem falar uma
palavra, em sinal de tristeza. Depois, Xangô, em sinal de humildade, carregou
Osalufan nas costas de volta até o Palácio de Osaguian. Osaguian, muito
alegre com o regresso de Osalufan, ofereceu um grande banquete.
A religião de orixá tem por base ensinamentos que são passados de geração a
geração de forma oral.
Os mitos são muito importantes no culto dos orixás, pois é através deles que
encontramos explicações plausíveis para determinados ritos.
Sem estas estórias, lendas ou ìtan seria difícil ter respostas a sérios enigmas,
como o envolvimento entre a vida do ser humano e do próprio orixá.
Olodumaré, vendo que Oxalá não havia cumprido a sua tarefa, enviou
Oduduwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxalá estava
embriagado, Oduduwa cumpriu sua tarefa e os outros orixás vieram se reunir a
ele, descendo dos céus, graças a uma corrente que ainda se podia ver no
Bosque de Olose.
Apesar do erro cometido, uma nova chance foi dada à Oxalá: a honra de criar
os homens. Entretanto, incorrigível, embriagou-se novamente e começou a
fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.
Esta situação provocou uma guerra entre Oduduwa e Oxalá. O último, Oxalá,
foi então derrotado e Oduduwa tornou-se o primeiro Oba Oni Ifé ou "O primeiro
Rei de Ifé".
Oduduwa foi pai dos reis de diversas nações yorubás, tornando-se assim
cultuado após sua morte, devido ao costume yorubá de cultuar-se os
ancestrais.
Quando Olorum, Senhor do Infinito, criou o Universo com o seu ófu-rufú, mimó,
ou hálito sagrado, criou junto seres imateriais que povoaram o Universo. Esses
seres seriam os orixás que foram dotados de grandes poderes sobre os
elementos da natureza. Em verdade, os orixás são emanações vindas de
Olorum, com domínio sobre os 4 (quatro) elementos: fogo, água, terra e ar e
ainda dominando os reinos vegetal e animal, com representações dos aspectos
masculino e feminino, ou seja, para todos os fenômenos e acidentes naturais,
existe um orixá regente. Através do processo de constituição física e diante das
leis de afinidades, cada ser humano possui 01 (um) ou mais orixá, como
protetores de sua vida, a eles sendo destinados formas diversas de culto.
Um outro aspecto a ser analisado sobre a tradição de orixá e sua origem seria
a de que alguns orixás seriam, em princípio, ancestrais divinizados que em vida
estabeleceram vínculos que lhes garantiam um controle sobre certas forças da
natureza, como o trovão, o vento, as águas doces, ou salgadas, ou então,
assegurando-lhes a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o
trabalho com metais, ou ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades
das plantas e de sua utilização. O poder axé do ancestral-orixá teria, após a
sua morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em um de seus
descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada.
SAUDAÇÕES
As saudações são muito importantes, pois é através delas que nós invocamos
os orixás.
Assim, vamos traduzir para vocês "As saudações dos Orixás e seus
significados":
AXÉ
A palavra Axé é de origem yorubá e é muito usada nas casas de Candomblé.
Axé significa "força, poder" mas também é empregada para sacramentar certas
frases ditas entre o povo de santo, como por exemplo: Eu digo: - "Eu estou
muito bem." Outro responde: -"Axé!" Esse "axé" aí dito equivaleria ao "Amém"
do Catolicismo ("que Deus permita").
Mas, o Axé ainda pode significar a própria casa de Candomblé em toda a sua
plenitude. Daí, uma Yalorixá também ser chamada de Yalaxé(Iyálàse), ou seja,
"Mãe do Axé" ou a pessoa responsável pelo zelo do Axé ou força da casa de
Orixá.
Axé também pode significar "Vida". E tudo que tem vida tem origem. Chamar a
vida é chamar o Axé e as origens. Os Orixás são Axé, os Orixás são Vida.
Na tradição dos orixás, axé também pode significar a "força das águas, do
fogo, da terra, das árvores, das pedras" enfim de tudo que tem vida. Pois, o
Candomblé é um culto de celebração à vida e a toda a força que dela advém,
ou seja, o próprio culto, é o próprio Axé.
Ainda pela manhã, os yorubás, por exemplo, fazem uma série de adúràs e
orikìs, ou seja, rezas e invocações para que o dia corra bem. Durante o dia
ainda, vários atos serão feitos lembrando sempre a tradição religiosa. Nas
horas das refeições, enquanto a família estiver reunida também várias
saudações serão feitas, agradecendo a Olódùmarè e aos Orixás-Ancestrais a
graça da alimentação.
Usamos o termo Olódùmarè por representar para o povo yorubá, "o criador de
todas as coisas" ou "a divindade suprema acima dos Orixás-Ancestrais".
Os povos de Ketu, Oyó, Ijesá, Ibadan e Ifé não só prestam culto à divindades
naturais, mas também cultuam à ancestralidade, pois para os yorubás a
reencarnação existe (atun wá), ou seja, a pessoa morre e renasce no mesmo
seio familiar ao qual pertencia. Aí entra o orixá-ancestral de cada família que
por tradição será o orixá-dominante de toda uma região. Por exemplo, Xangô
em Oyó, Ogun em Irê, Oxum em Ijexá, Oxossy em Ketu e assim por diante.
Desde que o mundo é mundo que o homem tem necessidade de saber algo
sobre o seu futuro. Dentro do Candomblé, a modalidade do jogo de búzios é a
mais conhecida (O búzio é uma concha do mar encontrado em praias
litorâneas).
Diz ainda que Oxum era a companheira de Ifá e os homens lhe pediam
constantemente que respondesse às suas perguntas. Oxum contou o caso a
Orunmilá que concordou que ela fizesse a adivinhação com a ajuda de 16
(dezesseis) búzios. Porém, as respostas seriam indicadas por Exu. Exu, então,
voltou à antiga função, ou seja, a de responder às perguntas de Oxum. Depois
disso, por espírito de vingança, Exu passou a atormentar com mais raiva os
filhos de Oxum.Na verdade, o jogo de búzios é o instrumento de maior consulta
constante do Babalorixá ou Yalorixá, pois é através dele que ele(a) irá dirigir
diversas situações dentro da casa de orixá.
Além disso, este Jogo de Confirmação ou Jogo dos 04 (quatro) Búzios também
é chamado de "Jogo de Exu", porque segundo alguns antigos Babalorixás,
quem responde nesse jogo é Exu, pela precisão e rapidez nas respostas.
ODÙ
A palavra odù vem da língua yorubá e significa "destino". Portanto, odù é o
destino de cada pessoa.
Cada odù ou destino está ligado a um ou mais orixá. Este orixá que rege o odù
de uma pessoa influenciará muito durante toda a vida dela. Mas, nem por isso
ele será obrigatoriamente o orixá-ori, ou "o pai de cabeça" daquela pessoa, ou
seja, o orixá-ori independe do odù da pessoa. Vejamos um exemplo: um omon-
orixá de Yansã que tenha no seu destino a regência do odù ofun (que é ligado
à Oxalá), essa pessoa terá todas as características dos filhos de Yansã:
independentes, autoritários, audaciosos. Mas, sofrerá as influências diretas do
odù ofun, trazendo portanto para este filho de Yansã, lentidão em certos
momentos da vida. Situação esta desagradável para os filhos de Yansã, que
tem a rapidez como marca registrada.
Os odùs ou destinos são um segmento de tudo que é predestinação que existe
no universo, conseqüentemente, de todas as pessoas.
Porém, como expliquei, existe o lado evolutivo e o próprio odù odi citado aqui
em nosso exemplo possui características boas e marcantes como: caráter forte
e firme e tendência a liderança.
Na verdade, são os odùs que governariam tudo que está ligado a vida em
todos os sentidos.
ODÙ ORIXÁ
1.Òkànràn Exu
2.Éji Òkò Ogun e Ibeji
3.Étà Ògúndá Obaluaiye e ainda Ogun
4.Ìròsùn Yemanjá
5.Òsé Oxum
6.Òbàrà Oxossy, Xangô, Yansã e Logun-Edé
7.Òdì Exu, Omolu
8.Éjì Onílè Oxaguian
9.Òsá Yemanjá e Yansã
10.Òfún Oxalá
11.Òwórín Yansã e Exu
12.Èjìlá Seborà Xangô
13.Éjì Ológbon Nanã
14.Ìka Oxumarê
15.Ogbègúndá Obá e Ewa
16.Àlàáfia Orunmilá
ÈSÙ
A palavra Èsù em yorubá significa "esfera"
e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe
oferecem.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando
as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e
discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que:
"Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples
peneira sem que este óleo se derrame".
*Aláàfin de Òyò
*Aláàye de Èfòn
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, através de uma artimanha,
conseguiu ser o Rei da região, tornando-se um dos Reis de Ketu. Sendo que
as comunidades dessa nação no Brasil, o reverenciam também com este
nome.
No ato do ìpàdé, só a Ìyamoró pode entrar e sair do barracão, pois a ela foi
conferido um objeto (cuia) que a proteje como escudo dos perigos das
ajé(iyamin).
Na verdade, o ìpàdé é uma obrigação feminina. Não quero dizer com isso que
homens não participem; apenas ressalto que quem controla o ìpàdé são as Iyá
Mí Ajé ou "As Grandes Mães Feiticeiras".
ERE
Todo orixá está ligado a um ou vários Exus
assim como a um Ere.
Agora, esses nomes não serão os mesmos em cada iyawo. Cada Ere trará um
nome que, como expliquei, será inspirado no arquétipo ou natureza do orixá a
que está submetido.
Toda atenção lhe é dedicada, sendo-lhe destinada uma mãe criadeira também
denominada de ojúbòna, para lhe assistir em tempo integral.
Estes rituais paná (no Ketu) e kitanda (no Angola) representam em verdade a
quebra das kizilas em que o iyawo estava submetido durante o tempo de
recolhimento. É o reaprendizado dos gestos e ações do dia a dia. Por isso, são
colocados objetos como: tesoura, lápis, linha, agulha, vassoura, copos, pratos
e ainda colocam-se frutas para serem vendidas. Enquanto os homens imitam
trabalhos no campo, as mulheres representam tarefas caseiras. Mas tudo isso
é feito num clima de total alegria.
Mas, o iyawo ainda sofrerá alguns èèwò durante algum tempo, tais como: não
vai à praia, não toma bebida alcoólica, só se veste de branco e comporta-se de
forma submissa diante dos mais velhos, além de não receber a benção com a
cabeça coberta. Enfatizo que iyawo não toma benção com a cabeça coberta.
Adosu e Iyawo são denominações nas casas de Ketu; Muzenza, nas casas de
Angola e Vodunsi, nas de Jeje.
Kizila ou Èèwò
Tudo aquilo que provoca uma reação contrária ao axé, dá-se o nome de kizila
ou èèwò, ou seja, são as energias contrárias a energia positiva do orixá. Estas
energias negativas podem estar em alimentos, cores, situações, animais e até
mesmo na própria natureza.
*Ogun - quiabo
*Yansã - abóbora
*Oxalá - dendê
SANGO (XANGÔ)
Xangô teria sido o 4o (quarto) alafin de Òyó,
sendo filho de Òrànmíyàn e Íyamasé
Torossi que era filha de Élempé, Rei dos
Tapás.
Xangô tem ainda o seré como símbolo que tem a forma de uma cabaça
alongada que contém no seu interior pequenos grãos e quando agitados
produzem ruídos similar aos da chuva.
Xangô usa ainda uma grande bolsa a tira-colo chamada de Labá. Dentro do
Labá, Xangô guarda seus Edun Ará que são as pedras de raio que ele lança
sobre a terra durante as tempestades e também contra seus inimigos nas
batalhas.
Este orixá usa também uma coroa de cobre enfeitada com búzios chamada de
adé de bayni e que deu origem no país de yorubá a uma das festividades de
Xangô.
Em um itan diz o porquê de Xangô não usar o obí. Foi quando Olodumare
castigou Xangô tomando-lhe o pilão (também, um dos seus símbolos). Xangô,
arrependido e desesperado, enforcou-se num pé de obí. Porém, Olodumare o
perdoou e consentiu que ele retorna-se ao aiyê como orixá, para fazer justiça
aos homens que não se portavam bem. Contudo, Xangô ficou proibido de usar
o obí que transformou-se em seu èèwò ou kizila, pois lembra-lhe a passagem
pela vida e a morte na terra.
IRÓKÒ
Irókò é um orixá originário de Íwerè, região que fica ao leste de Oyó na Nigéria.
Na Nigéria, Irókò é cultuado numa árvore que tem o mesmo nome. Porém, no
Brasil esta árvore foi substituída pela gameleira-branca que apresenta as
mesmas características da árvore usada na África. É nesta árvore, a gameleira-
branca, que fica acentuado o caráter reto e firme do orixá pois suas raízes
fortes, firmes e profundas, dão uma estrutura sólida aos filhos deste orixá.
Irókò ainda é tido com árvore guardiã da casa de Candomblé pois, ter esta
árvore plantada no terreno da casa de Candomblé representa força e poder.
Irókò foi associado ao vodun daomeano Loko dos negros de dinastia Jeje e
ainda ao inkice Tempo, dos negros bantos.
Sua cor é o branco e ainda usa palha da costa em sua vestimenta. Sua comida
tem por base o ajabó, o caruru, feijão fradinho, o duburu, o acassá, o ebo e
outras.
É isto! A adúrà é a reza ou oração própria do orixá que não pode ser mexida.
Enquanto o oríki são palavras expressas de forma intimista com o orixá,
podendo ser modificado dependendo da ocasião em que for dito.
Como expliquei, isto deve ser feito num Sábado de lua cheia, portanto vocês
devem fazer olhando para a lua e pedindo que vocês tenham sorte, fartura e
prosperidade. Em seguida, vocês devem embrulhar no pano branco e esquecer
este embrulho num canto alto da casa e só repetir de 05 em 05 (cinco) meses,
despachando o velho num galho alto de uma árvore bem frondosa e repetir o
ritual.
OMOLU & OBÀLÚWÀIYÉ - O RITUAL DE
ÓLÙGBAJÉ
O lugar de origem de Omolu ou Obàlúwàiyé
é incerto. Há grandes possibilidades que
tenha sido em território Tapá ou Nupê e se
esta não for sua origem, seria pelo menos
um ponto de divisão dessa crença. Além
disso, o seu culto foi mais difundido no
antigo Dahomé, região dos negros mahins.
Obàlúwàiyé representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa
uma coroa de palha ou azê, que tampa seu rosto, porque sem ela as pessoas
não poderiam olhar para ele. Ninguém pode olhar o soldiretamente. Sua
matéria de origem é a terra e como tal ele é o resultado de um processo
anterior. Relaciona-se também com os espíritos contidos na terra.
Atoto!
ÒSÁNYÌN (OSSAIM)
Òsányìn é o detentor do segredo de todas
as ervas existentes.
O sumo das folhas é também chamado de èjé ewé ou "sangue das folhas" e é
um dos axés mais poderosos que traz em si o poder do que nasce e do que
advém. No ato de se macerar as folhas, entoa-se cânticos chamados de
sàsányin.
Colocar água sobre a terra significa não só fecundá-la, mas também restituir-
lhe seu sangue branco com o qual ela alimenta e propicia tudo que nasce e
cresce em decorrência, os pedidos e rituais a serem desenvolvidos. Deitar
água é iniciar e propiciar um ciclo. Diría ainda que as águas de Oxalá pelas
quais começa o ano litúrgico yorubá tem precisamente este significado.
Outro orixá feminino associado à água é o orixá Òsun. Oxum tem toda a sua
história ligada às águas pois, na Nigéria, Òsun é a divindade do rio que recebe
o mesmo nome do orixá.
No Brasil, Òsun foi ligada ao ouro, isso devido a esse metal ser de grande
importância para a confecção de jóias, uma das paixões de Òsun.
A cidade de Osogbò recebeu este nome depois que Laro, após muitas
atribuições, veio instalar-se às margens do rio Òsun. Laro achou aquele local
ideal para estabelecer uma cidade e ali fixar seu povo. Dias depois, uma das
suas filhas foi banhar-se no rio e desapareceu sob as águas. No dia seguinte,
ela retornou muito bem vestida e enfeitada com muitas jóias, dizendo ter sido
muito bem tratada pela divindade do rio. Agradecendo então o regresso de sua
filha, Laro dedicou à Òsun muitas oferendas e numerosos peixes. Mensageiros
da divindade vieram comer em sinal de aceitação às oferendas que Laro havia
depositado nas águas. Um grande peixe cuspiu-lhe água e ele a recolheu
numa cabaça e bebeu: estava selada a aliança entre Òsun & Laro. Este peixe
saltou sobre as mãos de Laro e a partir desse momento recebeu o título de
Ataoejá ou Atáoja, que quer dizer "aquele que recebe o peixe (ejá)"e declarou
Òsun Gbó ou "Òsun está em estado de maturidade".
Essa foi a origem do nome da cidade de Òsogbo, onde até os dias de hoje
encontram-se os descendentes de Laro que honram o pacto feito no passado.
YÁNSÀN (YANSÃ)
Oyá ou Yansã está muito ligada ao culto de
egúngún, pois é ela que encaminha os
espíritos dos mortos para o òrun, através do
ritual do àsèsè.
Outra divindade que está muito ligada ao culto de Oyá ou Yansã é a divindade
Ebora Yoruba denominada de Onirá. Onirá, como o próprio nome sugere, foi
uma sacerdotisa do culto à Oxum nas regiões Ilexá e Ijebu, na Nigéria.
Ainda vendo esta associação de Yansã com o número 9 (nove), vemos que na
Nigéria, em Banigbe, o nome recebido pelo orixá como Abesan, deu origem à
expressão Aborimesan, que significa "com nove cabeças" fazendo aí alusão
aos nove braços do delta do Rio Niger, origem verdadeira de Yansã ou Oyá,
como é chamada na terra yorubá.
ABIYAN
Dentro dos cultos afros-brasileiros existe uma categoria de pessoas que são
classificadas de Abiyans.
A palavra Abiyan quer dizer: Abi= "aquele que" e An= seria uma contração de
"Onã", que quer dizer "caminho". As duas palavras aglutinadas formaram o
termo Abiyan, que quer dizer "aquele que começa", "um novo caminho". E é
isto, o Abiyan é uma pessoa que está começando um novo caminho, uma nova
vida espiritual.
O Abiyan também pode ter fios de contas lavados, obrigação de bori e, até em
alguns casos, ter orixá assentado.
Existem pessoas que passaram por um longo período sendo Abiyan, antes de
se iniciarem no Candomblé. Portanto, vale ressaltar a importância deste
período, ou seja, Abiyan e dizer que o frequentador em yorubá, chama-se
Lemó-mú.
Segue algumas das providências que são tomadas: assim que nasce a criança
Abikú é levada e banhada num rio para que sejam afastados os espíritos que
possam acompanhar essa criança. Depois são feitas várias pinturas em
determinadas partes do corpo da criança Abikú e são postos em suas pernas,
braços e pulsos diversos amuletos que também servem para neutralizar os
antepassados Abikús dessa criança.
ÁGUAS DE OSALA(OXALÁ)
O ciclo anual das cerimônias, que envolvem
os rituais de origem africanista, encontra
nas Águas de Osala fator máximo de
importância por dois motivos: inicia as
atividades religiosas e prepara essas
atividades através da purificação.
Osalufan devia ir na terra de Kùsó visitar seu filho Xangô. Antes, porém,
consultou primeiramente Ifá para saber se tudo correria bem durante a viagem.
Odù saiu Ejionilé. Mesmo assim, Osalufan insistiu em ir. Devido a isto foi
aconselhado a não negar nada a ninguém o que fosse pedido e mais ainda que
levasse consigo sabão da costa, obí e três roupas brancas.
Seguindo caminho, encontrou por 03 (três) vezes Exu: Exu Elepo, Exu Idu e
Exu Adi que lhe pediu sucessivamente para ajudá-lo a carregar na cabeça uma
barriga de azeite de dendê, uma carga de carvão e outra de óleo de amêndoas
ou xoxo. As três vezes Exu derramou o conteúdo sobre Osalufan. Mas este
sem se queixar, lavou-se e trocou as três mudas de roupas e continuou a
viagem. Osalufan havia dado de presente a Xangô um cavalo branco, o qual
havia desaparecido do reinado fazia bastante tempo. Os escravos de Xangô
andavam por toda parte para encontrá-lo e eis que Osalufan passando por um
mineral, apanhou algumas espigas de milho e ao mesmo tempo deparou-se
com o cavalo perdido de Xangô. O cavalo também reconheceu Osalufan e lhe
acompanhou. Nesse instante, chegaram os escravos de Xangô, gritando: Olé
Esim Oba, que quer dizer "ladrão do cavalo do rei". Não reconhecendo
Osalufan, deram-lhe vários golpes e em seguida jogaram-no na prisão.
Osalufan permaneceu 07 (sete) anos preso. Enquanto isso no Reino de Xangô
tudo corria mal. Xangô preocupado consultou um Babalawo. Este revelou o
motivo daquilo tudo. Disse o Babalawo a Xangô: "Algum inocente paga
injustamente em tuas prisões". Xangô, então, ordenou que os prisioneiros
comparecessem diante dele e reconheceu seu pai. Enviou então os escravos
vestidos de branco até uma fonte vizinha para lavar Osalufan, sem falar uma
palavra, em sinal de tristeza. Depois, Xangô, em sinal de humildade, carregou
Osalufan nas costas de volta até o Palácio de Osaguian. Osaguian, muito
alegre com o regresso de Osalufan, ofereceu um grande banquete.
IFÁ é um oráculo que, segundo consta, nasceu no Antigo Egito e migrou para a
África Ocidental, especialmente para as regiões onde hoje estão localizados a
Nigéria e Benin. Nestas terras encontrou condições de desenvolver-se e
estabelecer-se até nossos dias, tendo chegado a Cuba e ao Brasil no século
passado com os escravos Nagôs. Infelizmente, os últimos sacerdotes de IFÁ
tradicionais do Brasil morreram há algumas décadas, o que não ocorreu em
Cuba, por particularidades históricas. Atualmente, apesar da Revolução
Socialista Cubana, existem cerca de quatro mil Babalawos consagrados,
mantendo viva e aprofundando a tradição de IFÁ.
Este oráculo é composto por 256 signos ou odun de IFÁ, cujo corpo literário
contém, pelo menos, 101 histórias relacionadas a cada um deles. Neste
contexto, é possível entender o passado, o presente, o futuro, a origem mística
de todas as coisas, a psicologia humana, as formas de pensar e atuar da
Humanidade, as doenças espirituais, a cura pelos ritos e a farmacologia
vegetal.
IFÁ ocupa um lugar muito significativo para os Yorubás, que vêm o mundo
dividido em dois reinos diferentes, ainda que inseparáveis: AJE, o visível, o
mundo concreto em que vivemos e ORUN, o invisível, o reino espiritual dos
ancestrais e Orixás. Este conceito do mundo é comparado a uma cabaça
esférica, cujos hemisférios superior e inferior são como duas cuias, uma
voltada para outra. A superfície central plana é uma bandeja divina, redonda,
sobre a qual esta cultura representa, através de símbolos, objetos, animais e
pessoas.