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INFANTIL
COLATINA
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INFANTIL
COLATINA
2010
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RESUMO
INTRODUÇÃO
Atualmente poucas vezes pode-se dizer que o jogo está presente na vida
escolar das crianças. Desde o seu significado até a sua prática. Analisando a
prática usual de atividades psicomotoras, percebe-se que as atividades observadas
representam um conjunto de regras complexas e preestabelecidas que chegam a
privar os alunos de participarem ativamente das aulas, submetendo-se a resultados
que satisfaçam exclusivamente ao observador-professor.
Desta forma, as atividades deixam de possuir o caráter de jogo sobrepujando o
sentido e a importância do lúdico na vida do ser humano. A prática do jogo, seja ela
individual, seja coletiva, constantemente se caracteriza sob forma de competição
regida por regras.
O aspecto competitivo torna-se imprescindível à medida que possibilite a
demonstração de prazer durante a ação e reflita uma expressão agradável e
interessante conseguida pelo próprio esforço do jogador.
O mesmo se pode dizer das regras incluídas no jogo. São propostas
desafiadoras e estimuladoras no processo de relação entre o jogo e jogadores.
A teoria do jogo de Piaget, a ação pedagógica que estimula o desenvolvimento
dos aspectos psicomotores tem dado uma grande contribuição no sentido de
promover o envolvimento da criança como sujeito da ação. Nesta condição, não se
trata apenas de conceder-lhe a liberdade de agir, mas, através de suas
características de desenvolvimento e de seu próprio interesse, suscitar prazer nas
atividades em que está inserida.
Passemos, então, ao entendimento de como esta ação pedagógica pode estar
associada ao envolvimento da criança na situação do jogo. Além de tomarmos por
base exemplos de atividades, o envolvimento da criança na situação de jogo
estende-se, sobretudo, aos momentos em que ela consegue representar, através do
desenho, alguns dados vivenciados durante a aula.
Desde o início da vida, a criança passa pela fase de vivência corporal. Ela
trabalha seu corpo em busca de respostas. Nesse período, a criança – através
dessa movimentação – vai enriquecendo a experiência subjetiva de seu corpo,
ampliando assim as potencialidades motoras espontâneas e coordenadas.
Considerando a criança como ser integral desse processo, cabe à escola criar
o máximo de situações onde ela interaja de maneira atrativa e prazerosa, com
atividades que favoreçam o seu amadurecimento psicomotor.
Segundo LAPIERRE (1986), a educação psicomotora tem por objetivo não só
a descoberta do seu próprio corpo e capacidade de execução do movimento, mas
ainda a descoberta do outro e do meio ambiente, utilizando melhor suas
capacidades psíquicas, facilitando a aquisição de aprendizagens posteriores.
É através da atividade psicomotora, principalmente nos jogos e atividades
lúdicas que a criança irá explorar o mundo que a cerca, diferenciando aspectos
espaciais, reelaborando o seu espaço psíquico, ligações afetivas e domínio do seu
corpo.
Se o professor desenvolve sua prática tendo por referência teórica a idéia de
que o conhecimento é construído pelo aluno em situações de interação, precisará
dispor de estratégias que ajudem a compreender o que cada um já traz consigo,
elevando suas potencialidades.
Daí, a importância da escolha das atividades curriculares. Elas devem
contemplar a psicomotricidade a partir de uma relação entre o conhecimento prévio
do professor frente às etapas do desenvolvimento motor infantil.
Piaget trata das fases motoras da criança desde seu nascimento. Um bebê
sente o meio ambiente como fazendo parte dele mesmo. À medida que cresce, com
um maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências
e passa, pouco a pouco, a se diferenciar de seu meio ambiente.
Chega, pois, à representação dos elementos do espaço, descobrindo formas e
dimensões e com isto passa a aperfeiçoar e refinar seus movimentos adquirindo
uma maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado.
Acredita-se que o educador não deve se preocupar só com a aprendizagem
específica de determinada tarefa. Existem dificuldades que resistem a uma
pedagogia normal. É por isto que é melhor “prevenir que remediar”, isto é, ele deve –
antes de tudo – promover condições para que esta aprendizagem se torne
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PSICOMOTRICIDADE E DISGRAFIA
ocorrer uma carência desse trabalho motor na qual poderá ser revertido na
aprendizagem escolar da criança.
Portanto deverá ser trabalhada com essa criança a coordenação motora inicial,
onde ela despertará tudo aquilo que estava recluso dentro dela. A motivação é muito
importante neste caso, pois eficiência da aprendizagem está em proporção direta
com a motivação. A motivação é um problema individualizado, que considera o
resultado de qualquer recurso através das necessidades e intenções do indivíduo,
ou o seu autoconhecimento, diante da situação em que se encontra.
PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM
definida, ela encontra problemas de ordem espacial, não percebe diferença entre
seu lado dominante e o outro lado, não é capaz de seguir uma direção gráfica, ou
seja, iniciar a leitura pela esquerda. Muitos fracassos em matemática, por exemplo,
são produzidos pela má organização espacial ou temporal. Para efetuar cálculos, a
criança necessita ter pontos de referência, colocar números corretamente, possuir
noção de coluna e fileira, combinar formas para fazer construções geométricas.
Segundo STAES e DE MEUR (1984), o intelecto se constrói a partir da
atividade física. As funções motoras não podem ser separadas do desenvolvimento
intelectual nem da afetividade. Para que o ato de ler e escrever se processe
adequadamente, é indispensável o domínio de habilidades a ele relacionado,
considerando que essas habilidades são fundamentais manifestações psicomotoras.
Educação psicomotora é a educação da criança através de seu próprio corpo e
de seu movimento (Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.91-93, jul. 2002-jul. 2003). A
criança é vista em sua totalidade e nas possibilidades que apresenta em relação ao
seu meio-ambiente.
Através da educação psicomotora, a criança explora o ambiente, passa por
experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e
é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
Nos casos em que as perturbações do relacionamento fundamental entre o eu
e o mundo são evidentes, a reeducação psicomotora às vezes permite obter
resultados espetaculares. O que é bem-sucedido com os deficientes poderia se
impor também às pessoas normais durante o período de estruturação do seu
esquema corporal: a psicocinética, que toma o aspecto de uma educação
psicomotora, quando se aplica as crianças menores de doze anos pode ser
considerada como uma forma eletiva de educação física nesta idade.
Relacionar-se com o outro na escola, através do ensino, é fundamental. Esse
relacionamento deve ser bem proporcionado para que haja uma relação entre
professor-aluno, aluno-aluno e aluno-professor.
Nesse aspecto as atividades psicomotoras propiciam para a criança uma
vivência com espontaneidade das experiências corporais, criando uma simbiose
afetiva entre professor-aluno, aluno-aluno e aluno-professor, afastando os tabus e
preconceitos que influenciam negativamente as relações interpessoais.
O desenvolvimento psicomotor caracteriza-se por uma maturação que integra o
movimento, o ritmo, a construção espacial; e, também, o reconhecimento dos
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENDES, N.; FONSECA, V. da. Escola, escola, quem és tu? Porto Alegre:
Artmed, 1987.