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Friedman sempre defendeu idéias que, a princípio, causaram grande polêmica, mas
com o tempo revelaram-se soluções econômicas sensatas e desejáveis. Hoje ele defende
a extinção pura e simples do Federal Reserve (Banco Central americano) e do Fundo
Monetário Internacional porque suas equivocadas políticas monetárias têm causado
enormes danos à economia americana e à mundial.
‘Nem o câmbio fixo nem o flutuante resolvem os problemas fiscais internos. Não há
soluções fáceis. O Brasil tem de pôr sua casa fiscal em ordem: ou corta fortemente os
gastos governamentais ou aumenta fortemente a receita governamental. Não há outro
caminho. Ah, tem outra saída: imprimir dinheiro. Mas isso levaria inevitavelmente à
inflação. No caso do Brasil, a inflação voltou porque o governo não tem mais crédito
para tomar emprestado o necessário para cobrir o déficit. O déficit fiscal brasileiro é
muito grande e isso tem de ser resolvido. Mexer no câmbio ou qualquer coisa parecida é
apenas um paliativo.’
Nessa mesma entrevista também ressaltou que o problema dos juros elevados deveria
ser solucionado pelo mercado, não pelo governo. Este é, aliás, a causa do problema.
Friedrich Hayek
Nascido em Viena, em uma família de cientistas e professores acadêmicos (seu pai era
professor de Botânica na Universidade de Viena), quando jovem, esteve indeciso entre
seguir a carreira de economista e a de psicólogo. Escolheu a Economia e seu trabalho
nesse campo é notável: em 1974, ganhou o Prêmio de Ciências Econômicas. Hayek
poderia ter-se tornado um psicólogo de igual destaque: em 1952 publicou um livro
sobre a percepção sensorial, The Sensory Order, que passou a ser incluído entre as obras
de maior relevo na Psicologia.
Na Psicologia, Hayek propôs uma teoria da mente humana segundo a qual a mente é
um sistema adaptativo. Em Economia, Hayek defendeu os méritos da ordem
espontânea. Segundo Hayek, uma economia é um sistema demasiado complexo para ser
planejado por uma instituição central e deve evoluir espontaneamente, por meio do livre
mercado. A mesma idéia foi aplicada ao Direito: Hayek sustentou que um sistema
jurídico produzido pela gradual interação entre os tribunais e os casos específicos
funciona melhor que um sistema legal planejado a priori por um legislador. Na Política,
propôs uma fórmula constituinte que procura garantir as idéias liberais, com ênfase no
conceito de "governo limitado".
Embora quando muito jovem, em Viena, tenha sido socialista, diz ter percebido
"...como estava no caminho errado" após ter tido contato, em 1922, com os trabalhos de
Ludwig von Mises. Em 1944, publicou o best-seller O caminho da servidão (Road to
Serfdom). O livro foi um brado de alerta contra os movimentos totalitários que então se
expandiam na Europa continental, obra que dedicou a seus "amigos socialistas de todos
os partidos". Hayek procurou mostrar que a tendência de substituir-se a ordem
espontânea e infinitamente complexa de mercado por uma ordem deliberadamente
criada pelo engenho humano e administrada por um sistema de planejamento central
acabava resultando inexoravelmente no empobrecimento e na servidão.
A carreira de Hayek desenvolveu-se em quatro fases. De 1927 a 1931, dos 28 aos 32
anos de idade, foi diretor do Instituto Austríaco de Pesquisas Econômicas e de 1929 a
1931, professor de Economia na Universidade de Viena, onde seguiu a tradição de
Menger, Wieser, Böhm-Bawerk e Mises. Em 1931, foi convidado a assumir uma
cátedra na London School of Economics, onde permaneceu até 1950; tornou-se cidadão
britânico em 1938. (Durante a II Guerra Mundial foi transferido para a Universidade de
Cambridge, onde conviveu com John Maynard Keynes.) No ano de 1950, Hayek
aceitou uma cátedra na Universidade de Chicago, o mais famoso centro americano de
especialistas que defendem a economia de livre mercado. Permaneceu em Chicago até
1962. De 1962 a 1969, ocupou uma cátedra em Freiburg, base acadêmica do professor
Eugen Böhm-Bawerk, onde foi Professor Emérito.(CP)* No início dos anos 1970, a
produção intelectual de Hayek estava desacelerada. Seu vigor foi retomado com a
conquista do Prêmio Nobel de 1974, concedido por suas teorias sobre o capital e por
elucidar a interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais.
As suas idéias e as dos seus seguidores foram adotadas por vários governos ocidentais
e também por muitos governos do terceiro mundos. Constituem, até hoje, a essência da
política econômica mantida nos Estados Escandinavos, cujas populações desfrutam dos
melhores padrões de vida do mundo. A sua influência começou a diminuir a partir dos
anos 70 com a ascensão dos monetaristas, provocada pela crise do dólar norte-
americano de 1971, durante o governo Nixon, quando os Estados Unidos se viram
obrigados a interromper a conversibilidade do dólar em ouro, mas ressurge depois de
1986 com a publicação do teorema de Greenwald-Stiglitz e o surgimento dos
economistas novo-keynesianos.
O primeiro volume da obra Capital e Juro, que Ludwig von Mises decretou como "a
contribuição mais eminente para a teoria econômica moderna", intitulado História e
Crítica das Teorias de Juro (1884), é um estudo exaustivo dos tratamentos alternativos
de juro: teorias de uso, teorias de produtividade, teorias de abstinência, e assim por
diante.
Igualmente foi incluída uma crítica à teoria da exploração de Karl Marx. Böhm-
Bawerk argumentou que os capitalistas não exploram seus trabalhadores; mas na
realidade ajudam os empregados ao fornecer-lhes uma renda adiantada das receitas dos
bens por eles produzidos, dizendo "o trabalho não pode aumentar sua parte às expensas
do capital." Em particular, ele argumentou que a teoria marxista da exploração ignora a
dimensão de tempo na produção, que ele discutiu em sua teoria de roundaboutness (em
inglês) e que uma redistribuição de lucros de industrias capitalistas minará a
importância da taxa de juros como uma ferramenta vital de política monetária. Desta
crítica segue que, de acordo com Böhm-Bawerk, o valor inteiro de um produto não é
produzido pelo trabalhador, mas que o trabalho pode somente ser pago no valor atual de
todo o produto previsível.
O livro Karl Marx and the Close of His System (título em inglês) de 1896 examina a
teoria marxista do teoria do valor-trabalho, acreditando que o suposto erro no sistema de
Marx tenha sido resultado de uma auto-contradição da lei do valor marxista, a saber
como a taxa de lucro e os preços de produção do terceiro volume da obra O Capital de
Karl Marx, contradiz sua própria teoria do valor apresentada no primeiro volume.
Böhm-Bawerk também ataca Marx por minimizar a influência da oferta e demanda em
determinar o preço permanente, e para a ambiguidade deliberada com tais conceitos.
A obra Positive Theory of Capital (título em inglês) de 1889, proposta como um
segundo volume para Capital and Interest, tratando sobre os processos de produção
consumidores de tempo da economia, e sobre o pagamento de juros que eles acarretam.
O Livro III, que é parte do segundo volume, tem o título de Value and Price(em inglês)
desenvolve as ideias de Menger da utilidade marginal delineadas em sua obra Princípios
de Economia para então desenvolver a idéia de valor subjetivo em relação com o
marginalismo, na qual as coisas têm somente valor enquanto as pessoas querem tais
bens:
Um fazendeiro pioneiro tinha cinco sacos de grão, sem maneira de vendê-los ou de
comprar mais. Ele tinha então cinco possíveis usos—como alimentação básica para si
mesmo, alimento para construir força, alimento para suas galinhas para variação
dietética, um ingrediente para fazer uísque, e alimentação para que seus papagaios o
divirtam. Então o fazendeiro perdeu um saco de grão. Em vez de reduzir cada atividade
por um quinto, o fazendeiro simplesmente esfomeou os papagaios, como eram de
menos utilidade do que os outros quatro usos, em outras palavras, eles estavam na
margem. E é na margem, e não com uma visão ampla, que nós fazemos decisões
econômicas.
Further Essays on Capital and Interest (1921) foi o terceiro volume e que
originalmente começou como apêndices para o segundo volume.
Suas críticas às teorias de Marx eram postas sob intenso escrutínio por economistas
marxistas, tais como Nikolai Bukharin, que defendeu em Economic Theory of the
Leisure Class[2] que as suposições axiomáticas de Böhm-Bawerk de liberdade
individual em suas teorias subjetivistas são falaciosas e que fenômenos econômicos
apenas podem ser compreendidos sob o prisma de uma análise histórica da sociedade
coerente e contextualizada, tal como a de Marx.
Muitos dos trabalhos de Böhm-Bawerk foram trazidos aos Estados Unidos por um
industrialista de Chicago e libertário ávido Frederick Nymeyer através da Libertarian
Press.