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TRABALHO SEMESTRAL
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO I
Turma 2
Docente: Teresa Almeida Rocha
Discentes: 15085, Giovani Silva
18804, Rui Suzano
18806, Ana Bárbara Magalhães
18814, Sara Bastos
18817, Cristiana Levinthal
18992, Maria Inês Abrantes
2010/2011
Índice
1. Introdução………………………………………………………………………………........3
1.1 Problema…………………………………………………………………………….........7
1.2 Hipótese……………………………………………………………………………..........7
1.3 Variáveis…………………………………………………………………………….........7
2. Método…………………………………………………………………………………........8
2.3 Procedimento……………………………………………………………………….........9
3. Resultados……………………………………………………………………………........10
4. Discussão………………………………………………………………………………......14
5. Referências…………………………………………………………………………….......18
6. Anexos………………………………………………………………………………….......20
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1. Introdução
3
sensíveis às características e competências dos filhos, ajustando os seus
comportamentos nas interacções com os mesmos (Lewis & Lamb, 2003).
Mas, apesar da estrutura familiar ter sofrido – e vir ainda a sofrer – drásticas
mudanças, investigações demonstraram que a conformidade a uma norma familiar
específica não é essencial ao bem-estar da criança. Muitos factores ditos modernos
como a já citada entrada da mulher no mundo de trabalho, o divórcio, a coabitação, as
famílias reconstituídas ou as monoparentais podem interferir na forma como a criança
vê o mundo à sua volta, mas não devem ser rotuladas como directamente prejudiciais
ao seu desenvolvimento.
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Goldberg & Easterbrooks (1984) verificaram que pai e mãe com um baixo ajustamento
conjugal estabelecem relações de vinculação inseguras e que a ausência de conflitos
num casamento, por sua vez, favorece o estabelecimento de relações de vinculação
segura entre pai e criança e mãe e criança.
Entende-se por vinculação “um laço que se desenvolve com um outro indivíduo
diferenciado e preferido, que é normalmente mais forte e/ou mais sensato” (Bowlby, cit
in Berryman, 2002, p.70). Segundo referido por Berryman (2002), no que diz respeito
ao amor desenvolvido nas crianças, estas “dirigem o seu amor para aqueles que são
sensíveis às suas necessidades e as assistem rapidamente. É a qualidade do cuidado
prestado que é importante no despertar do amor”. Assim, tanto o pai quanto a mãe –
ou qualquer outra pessoa próxima – podem se tornar figuras de vinculação igualmente
importantes na vida da prole.
De acordo com Bowlby (1982) e Marvin & Britner (1999), embora aconteça
crescimento físico e intelectual nas crianças, estas continuam a manter as figuras de
vinculação presentes na organização dos seus comportamentos. A vinculação não
significa que as figuras presentes sejam só a mãe e o pai. Também os avós e irmãos
mais velhos podem ser a base segura de uma criança. Um aumento da participação
do pai, nas actividades diárias relacionadas com as crianças parece fortalecer a
relação de base segura com o progenitor, indicando que a experiência nos cuidados
poderá facilitar o modo como os pais interpretam e respondem aos sinais da criança
(Cox, 1992). Verificou-se que pais com maior participação nos cuidados como por
exemplo mudar fraldas e dar banho, têm crianças com valores elevados de segurança
(Caldera, 2004).
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familiar e que o filho(a), neste caso, vislumbra o seu pai e a sua mãe de maneiras
totalmente distintas.
A este respeito, um estudo realizado por Balancho (2004), vem trazer-nos alguns
esclarecimentos dos motivos pelos quais os pais têm se mostrado menos presentes
ou presentes de forma diferente da mãe no contexto actual. A investigação referida
consistiu numa amostra interessante de filhos, pais e avós nascidos, mais ou menos,
nas décadas de 1990, 1960 e 1920, respectivamente. É útil notar que ambos os
grupos de avós e pais concordam em um ponto: os pais de antigamente eram muito
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mais distantes, autoritários, menos presentes e admitiam muito menos diálogo e
momentos de carinho que os pais actuais, o que pode justificar, directa ou
indirectamente o comportamento geral dos pais de hoje em dia.
1.1 Problema
1.2 Hipótese
Como uma hipótese paralela, também consideramos o papel que o pai exerce
na vida do seu filho(a). Assim, ponderamos a seguinte hipótese: se o pai e a mãe
exercerem uma participação de níveis distintos (em categorias específicas), então o
pai enquadra-se maioritariamente na categoria lúdica.
1.3 Variáveis
7
2. Método
8
como itens os nº9, 11, 17, 23 e 25, mencionando, por exemplo, quem vê televisão com
a criança. Por último, temos a categoria das actividades de lazer no exterior, medida
pelos itens nº4, 12, 18 e 24, por exemplo, “quem vai passear com o seu filho?”. As
perguntas podem ser respondidas através de uma escala ordinal de Lickert de 5
pontos, que vai desde 1- sempre a mãe a 5- sempre o pai. (Ver anexo, p.20)
2.3 Procedimento
9
3. Resultados
Fig.1 – Gráfico contendo as médias das respostas dadas nos inquéritos feitos pelos pais. (1 – “Sempre a
mãe; 2 – Mais frequentemente a mãe; 3 – Tanto a mãe como o pai; 4 – Mais frequentemente o pai; 5 –
Sempre o pai).
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Já na categoria das brincadeiras, nota-se uma participação do pai ligeiramente
maior que a mãe, embora os dois participem. É também nesta categoria que podemos
observar a maior proximidade de respostas entre as mães e os pais, isto é, ambos
concordam que o pai tem uma maior participação neste tema.
Outro ponto a ter em conta é a percepção que cada figura parental tem de si
próprio. Como podemos ver na Fig.1, embora os pais concordem que a mãe tem maior
envolvimento com a criança, ainda assim, defendem que não tanto quanto as mães
dizem ser. Isto pode ser sustentado pelos valores das respostas dadas pelos pais
serem valores mais altos, em todas as categorias, do que os valores encontrados nas
respostas das mães.
N Correlation Sig.
11
Paired Samples Test
Paired Differences
95% Confidence
Interval of the
12
Fig.5 – Frequência das respostas possíveis a cada item (26) do inquérito aplicado.
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4. Discussão
Uma vez que o objectivo central do nosso estudo era comparar as diferenças no
envolvimento parental dos pais e mães para com seus filhos, verificámos que foi
obtido êxito a partir dos métodos que utilizámos e pudemos então compreender
melhor o funcionamento de uma família de pais casados, bem como o relacionamento
dos progenitores com seus filhos.
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muito mais envolvidos com seus filhos actualmente do que há algumas décadas atrás
(Balancho, 2004).
Referente a isto, podemos então afirmar que o facto de a mãe ser mais
activamente presente em cuidados directos como alimentar e dar banho ao seu filho,
não significa necessariamente que o filho se sinta mais vinculado à mãe. Se, para a
criança, também conta muito os diferentes níveis de calor humano e controlo e esta
sente os mesmos mais provenientes do pai e da mãe, respectivamente, então é
possível que sinta um afecto muito grande pela figura paterna.
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caracterização da população ou das suas práticas. Este carácter qualitativo e não
quantitativo exerce claramente influências sobre as opções metodológicas da
investigação, sendo que não se pode tirar conclusões totalmente fiáveis acerca das
interacções entre os pais e mães da nossa amostra e os seus filhos, das suas acções
práticas e do sentido que atribuem aos objectos, às situações, aos símbolos que os
cercam. Neste sentido, o facto de serem os próprios pais a responder aos
questionários acerca de si próprios, poderá significar um enviesamento dos resultados
já que auto percepção é muito subjectiva.
Em terceiro lugar, poderia se ter evidenciado qual a etnia dos pais e mães da
amostra, já que a cultura é um factor fulcral para estrutura de uma família e como tal,
para a definição das relações entre os pais e os filhos, assim como para diferenciação
do papel da mãe e do pai. E por fim, ter em conta a existência e a quantidade de
irmãos na nossa amostra poderia ser igualmente importante visto que poderia explicar
de maneiras alternativas os resultados já existentes.
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Para investigações futuras deixamos a proposta de complementar a nossa
investigação através de observações directas dos pais com os filhos separadamente.
Isto pois pelo que retiramos das limitações do nosso estudo, consideramos que os
resultados seriam muito mais fiáveis se não tivesse só em conta a opinião dos pais
acerca deles mesmos. Desta forma, poderia-se confirmar se os resultados dos
questionários seriam coincidentes com as interacções e práticas observadas.
Seria igualmente interessante fazer observações directas dos pais com as filhas
e as mães e os filhos, no intuito de verificar a existência dos complexos de Édipo e
Electra e como eles se aplicariam ao nível do envolvimento parental. Segundo
Sigmund Freud, o complexo de Édipo define-se como uma fase pela qual o rapaz
passa quando demonstra sentimentos mais fortes pela mãe, aproximando-se mais
desta, e ciúmes em relação ao pai. A este complexo é dado o nome de Édipo pela
história mitológica de Édipo, na qual este mata o pai e casa com a própria mãe. O
complexo de Electra representa o mesmo, mas da rapariga em relação ao pai.
Por fim, concluímos que apesar de estarmos numa era moderna, ainda é a
mulher a ter o papel de principal educadora e prestadora de cuidados à criança. Ainda
assim, pode-se denotar uma maior participação e envolvimento fornecido por parte do
pai, mesmo que em categorias diferenciadas que a mãe. Ambos vão influenciar no
desenvolvimento da criança de forma incomparável e determinante para as suas
relações futuras.
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5. Referências
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Belo, J., & Macedo, M. (1996) Ascenção e queda do poder do Pai: O novo pai
emergente. In Actas do 1º Colóquio de Psicologia Social Clínica (pp. 89-99).
Lisboa: ISPA.
Cabrera, N. J., Tamis- LeMonda, C., Bradley, R., Hofferth, S. & Lamb, M. (2000).
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Cherlin, A.J. (1998). Men in families. In A. Booth, & A. C. Crouter (Eds.), On the
flexibility of fatherhood (pp. 41-51). Mahwah, New Jersey: Lawrence Erlbaum
Coelho, J. P., Cunha, L. M., & Martins, I. L. (2008). Inferência Estatística. Edições
Sílabo, 1ª Edição. Lisboa
Gottman, J., & DeClaire, J. (1997). Los mejores padres: Como desarrollar la
inteligencia emocional de sus hiros. Argentina: Javier Vergara Editor.
Hwang, C. P., & Lamb, M. (2002). Father involvement in Sweden: A longitudinal study
of its stability and correlates. International Journal of Developmental Psychology,
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role: applied perspectives (pp. 3-27). New York: Wiley.
Lamb, M. E. (1997). The role of the father in child development (3ª ed.) New York:
Wiley.
Mackey, W.C. (1985). Fathering behaviors: The dynamics of the man-child bond. New
York: Plenum.
Maroco, J., & Bispo, R. (2005). Estatística aplicada às ciências sociais e humanas.
Climepsi Editores, 2ª Edição. Lisboa
Monteiro, L., Fernandes, M., Verríssimo, M., Pessoa e Costa, I., Torres, N., Vaugh, B.
E. (2010). Perspectiva do pai acerca do seu envolvimento em famílias nucleares.
Associações com o que é desejado pela mãe e com as características da criança.
Revista Interamericana de Psicologia/ Interamerican Journal of Psychology, 44
(1), 120-130.
18
Pleck, J. H. (1997). Paternal Involvement: levels, sources, and consequences. In M. E.
Lamb (Ed.), The role of the father in child development (pp. 66-103). New York:
Wiley.
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6. Anexos
Este inquérito foi realizado com o intuito servir como instrumento de estudo
para o trabalho proposto no âmbito da unidade curricular de Psicologia do
Desenvolvimento I, leccionada no Instituto Superior de Psicologia Aplicada
de Lisboa.
Mais Mais
frequentement Tanto a mãe frequentement
Sempre a mãe e a mãe como o pai e o pai Sempre o pai
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1 – Quem dá as refeições ao seu filho. 1 2 3 4 5
17– Quem é que faz jogos de mesa com o seu filho (ex. jogar
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cartas, puzzles, jogos de encaixe, etc.).
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22 – Quem faz cumprir as regras. 1 2 3 4 5
23 – Quem é que faz jogos mais físicos com o seu filho (ex.
1 2 3 4 5
jogar à bola, andar às cavalitas, rolar no chão, etc.).
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