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CURSO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA – 1° Sem.

– 2009

Grupo de Estudos sobre Santo Agostinho


Profa. Rochelle Cisne
Primeiro fórum de discussão
MARCUS MELLO
Sábado, 20 março 2010, 07:43

Santo Agostinho e a Inexistência do Tempo


Santo Agostinho identifica o tempo com a própria vida da alma que se
estende para o passado e para o futuro.
“Que é, pois, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu o sei; se desejo
explicar a quem o pergunta, não o sei. Nem o passado nem o futuro, mas só o
presente realmente é; o presente é somente um momento, e o tempo só pode
ser medido enquanto está passando”.
Para Agostinho não existem três tempos (passado, presente, futuro),
mas três presentes.
O passado é a memória, o presente é o que está á vista e o futuro
apenas uma expectativa.
Agostinho confessa a Deus que ignora o que é tempo, mas, a teoria por
ele sugerida é que o tempo é subjetivo. Que o tempo está na mente humana,
que espera, considera e recorda.
Semelhante a Parmênides e Platão, Agostinho afirma que tal conceito
não passa de uma ilusão, fruto de nossos sentidos. Passado, presente e futuro
reduzem-se a meros lapsos de nossa percepção.

Interessante Santo Agostinho questionar a existência do tempo, pois em


Abril/2009 escrevi sobre isso mas ainda não tinha ninguém para ajudar.
A ideia de tempo vem da medição do intervalo decorrido entre dois
eventos a partir do intervalo entre eventos mais curtos, mais frequentes, e
teoricamente estáveis.
Todas as tentativas de medir o "tempo" passam pelas propriedades da
matéria, ou do átomo, medindo o intervalo entre eventos que não são
absolutamente estáveis sob todas as circunstâncias: o tic-tac movido por
molas que se "cansam" ou baterias que se exaurem, o gotejar ou a areia
puxados pela gravidade "deste" planeta.
Teoricamente dá para parar ou atrasar até um relógio atômico, sob
forças excepcionais. E como fica o controle do tempo?
Experiências humanas por longo período em ambientes fechados,
demonstram a total incapacidade de controlarmos a passagem do dito tempo.
Mas envelhecemos, então temos um "tempo" de vida, certo? Na verdade
estamos limitados não ao tempo, mas à velocidade da divisão celular, e a
capacidade de divisões subsequentes dos centrômeros e telômeros no núcleo
das células.
Biologicamente é até possível "adiar" esse tempo. Nosso "aniversário"
derivado do número de vezes que a Terra dá voltas ao Sol nada tem a ver com

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a idade biológica de cada indivíduo, é apenas uma aproximação burocrática e


grosseira de nossa expectativa de vida.
Até o meu nascimento não percebi a passagem dos 16 bilhões de anos
deste universo... Mas eu estava lá, um monte de átomos espalhados na
natureza, esperando pela minha consciência.
Mas sem consciência não há tempo. Quem vai estar lá para medir os
eventos? E se não houver sequer dois eventos a medir, a singularidade do
nada antes do tudo?
Quantas vezes o universo já explodiu, colapsou e explodiu de novo?
Infinitas vezes? E o tal de tempo?
Portanto, considerando-se a fragilidade condicional das medições
"físicas", a impossibilidade das medições "mentais", a incompatibilidade das
medições "biológicas", e ao caráter provisório de nossa "consciência", o
tempo não existe, é uma ilusão mental baseada na necessidade humana de
controlar os eventos.
Muito coerente a visão de Santo Agostinho que vê no presente o que É
de fato, no passado a recriação de uma lembrança da memória, e no futuro
inexistente as ilusões alimentadas por nossas próprias expectativas.

Marcus Mello

090324_Santo Agostinho e a Inextência do Tempo.doc 12/04/2011


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