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Métodos e técnicas de investigação:

amostragem e inquérito

Organização geral do questionário e


tipos de questões
Texto, ordem e duração: aspectos gerais
1) Texto
• Redacção da questão → resposta
• É necessário que as questões sejam elaboradas de tal modo
que não restem dúvidas quanto ao seu significado;
• Cada questão deve ser clara, para que a pessoa saiba, sem
ambiguidade, o que se espera dela;
• Não deve ser necessário fornecer explicações
suplementares para além das instruções contidas na própria
questão; excepto, em casos pontuais, se uma pergunta for
antecedida por uma breve definição clarificadora;
• Deve procurar-se diversificar a forma das questões,
principalmente no caso de questionários longos.
2) Ordem
• Um questionário desempenha um “papel socializador” - o quadro
de referência do inquirido (aquilo que este sabe ou pensa sobre
um tema) vai-se alterando ao longo do questionário.
• Por razões metodológicas, algumas questões devem vir primeiro
(no caso das amostras por quotas)
• Necessidade de coerência do conteúdo e de encadeamento dos
temas.
• É preferível colocar as questões que se relacionam com um
mesmo tema todas juntas: evita a impressão de que nos estamos
a repetir ou a tentar “apanhar alguém em falso”.
• Por vezes, principalmente quando nos debruçamos sobre opiniões
ou atitudes, podemos contornar esta recomendação para evitar
respostas enviesadas devido à preocupação de coerência do
inquirido.
3) Duração:
• Depende:
– da forma como o questionário é elaborado;
– das condições de aplicação;
– e do interesse que o indivíduo tem pelo tema
• Em termos práticos, um questionário composto de questões fechadas não
deverá ultrapassar os 45 minutos quando a aplicação é feita em boas
condições (local tranquilo, confortável, etc.). Se o tema interessar de facto
às pessoas a duração pode chegar a 1 hora (mas não mais do que isso).
• Quando as condições de aplicação não são favoráveis (na rua, em lugares
públicos, em pé, etc.): 10 minutos é o máximo aceitável.
• Em algumas situações: podemos dividir o inquérito em blocos distintos
que serão aplicados a amostras independentes, embora comparáveis.
Desvantagem: morosidade, custo, duplicação do procedimento de
amostragem.
• Outra solução: questionar os mesmos indivíduos em dois momentos
distintos. Desvantagem: problema do hiato de tempo que pode separar as
duas recolhas e afectar as respostas; problema também de amostragem.
Tipos de questões
• Podemos fazer a seguinte distinção:
a) Conteúdo
• Questões de facto
• Questões de opinião
b) Forma
• Questões fechadas
• Questões abertas
• Questões semi-fechadas
Questões de facto
• Aquelas que se debruçam sobre factos, em
princípio, susceptíveis de serem conhecidos
de outro modo.
Exs.
- Que programas televisivos viu ontem?
- Em que local trabalha?
- Onde passou as últimas férias?
Questões de opinião
• Aquelas que se debruçam sobre opiniões e atitudes.
Este tipo de questões, ao contrário das primeiras,
debruçam-se sobre aspectos que não podemos
conhecer de outro modo a não ser perguntando aos
indivíduos.
Exs.
- Pensa que o programa televisivo x é de boa qualidade?
- Dos programas que viu ontem quais os que prefere?
- Em termos gerais, gostou do local onde passou as suas
últimas férias?
Questões fechadas
• As questões fechadas, onde se apresenta à pessoa
uma lista de respostas possíveis e se pede que
indique aquela que corresponde melhor à sua
posição.
Exs.

Resposta
única ou
escolha
múltipla
Existem várias opções:
• indicar a resposta mais adequada;
• indicar várias respostas, sendo livre o número
de respostas possíveis;
• indicar várias respostas, sendo fixo o número
de respostas possíveis;
• ordenar todas as respostas, das menos às
mais adequadas
• ordenar as n respostas (número fixo) mais
adequadas;
• A lista de opções de resposta pode ser simples
(dicotómica em alguns casos – p. ex. “sim/ não”) ou
implicar uma escala de dimensão variável.

11. Que aparelhos USAS para ir à internet? (Marca com “x” a


resposta correcta para cada caso) Sim Não

O teu computador de mesa ou o teu portátil


Computador/portátil de familiares (irmão, pai, mãe, tio, etc.)
O teu Telemóvel
A tua consola de jogos
A televisão de casa (TV)
O computador da escola/biblioteca
Escala
aplicada a
uma pergunta
de opinião
Escalas aplicadas a perguntas sobre factos:

Indicação
vaga da
frequência

Tentativa de
especificar a
frequência
aproximada

[…]
• Tem a vantagem de fornecer às pessoas um leque de respostas
possíveis, que poderiam não lhe ocorrer face a uma questão
aberta;
• Ou, em certos casos, quando o assunto é de natureza mais
“melindrosa”, pode ter a vantagem de fornecer à pessoa uma
resposta que esta poderia não ter coragem (ter medo, pudor, etc.)
de referir e, deste modo, pode fazer aparecer respostas que de
outra forma (numa questão aberta) poderiam não aparecer.
• Apresenta a desvantagem de, ao fornecer uma lista de respostas
possíveis, apresentar soluções às quais o inquirido nunca teria
chegado porque não fazem parte do seu quadro de referência.
Portanto, fornece às pessoas um campo de respostas que se
consideram aceitáveis.
• No caso de perguntas factuais, as questões fechadas são
preferíveis, dado que permitem descrever com pormenor e rigor
todos os aspectos pretendidos, uniformizando as respostas dos
indivíduos.
Questões abertas
• Nas questões abertas, a pessoa responde
como quer, recorrendo ao seu próprio
vocabulário. Duas modalidades:
- entrevista: aquilo que o inquirido diz é integralmente anotado pelo
entrevistador;
- auto-administrado: o inquirido terá de redigir a resposta

Exs. Diga-me, em termos gerais, o que pensa da Pergunta aberta, mas


qualidade dos serviços de saúde prestados pré-codificada (existe
neste hospital por enfermeiros e médicos? lista prévia de cursos,
__________________________________ permitindo codificar as
__________________________________ respostas dadas)
• Vantagem de recolher respostas nos próprios termos dos
inquiridos.
• Desvantagem: necessidade de codificação a posteriori.
• Dificuldade que podemos ter em agregar as diversas
respostas à questão colocada.
• Facilmente se compreenderá que a análise dos resultados é
muito mais facilitada no caso das perguntas fechadas do que
nas abertas.
• A utilização de questões abertas ou fechadas, depende
também dos objectivos do estudo:
– No caso de pretendermos aprofundar determinado assunto,
podemos incluir determinadas questões abertas;
– no caso de estudos exploratórios ou quando apenas queremos
abordar determinado assunto que “controlamos” bem, utilizamos
questões fechadas.
Questões semi-fechadas
• Temos, ainda, a um nível intermédio, as questões semi-
fechadas, em que, para além da lista pré-estabelecida, existe
a possibilidade de acrescentar uma resposta, caso o inquirido
não se reveja em nenhuma das anteriores.
Exs.

Categoria “outros” como


garantia de exaustividade
• Incluir na lista de respostas possíveis as
categorias “não sei” e “não respondo”?
• Em vários casos, devemos estar preparados
para incluir na nossa lista aqueles que não
têm conhecimento e incluir a categoria “não
sei” ;
• Para certo tipo de questões (mais “delicadas”
ou “melindrosas”) incluir a categoria “não
respondo” pode ser adequado.
Recolher informação sem elaborar
propriamente questões
• Podem fazer parte de um questionário outras
formas de recolha de informação que não
sejam questões.
• Pode pedir-se a determinada pessoas que
atribua pontos, que ordene, que estabeleça
correspondências entre objectos (sentido
lato), etc.
Problemas das “questões de facto” e
das “questões de opinião”
• Problema dos factos e do conhecimento dos factos (factos
objectivos e o conhecimento dos factos)
• Estes factos sobre os quais um questionário se debruça
podem ser de dois tipos, que poderão condicionar a
percepção que deles têm os indivíduos:
– acontecimentos únicos (episódios da história pessoal mais ou menos
raros);
– ou acontecimentos de repetição (hábitos).
• Outro problema: momento do tempo em que a observação
(recolha) é efectuada.
• Esquecimentos, omissões, sobre-avaliações ou sub-
avaliações → as explicações para este facto têm a ver com a
valorização/desvalorização social das actividades, práticas,
etc.
Problemas as questões de opinião
• A característica que distingue as questões de facto das de opinião
é seguinte:
a) no primeiro caso, podemos, em princípio, validar a informação
obtida recorrendo a outras fontes;
b) no segundo caso, este tipo de validação externa é impossível.
Por isso, devemos contentar-nos com a validação interna,
verificando a coerência das respostas individuais, o que, como
facilmente se compreenderá, é insuficiente como validação.
• Quando formulamos uma questão que pretende captar uma
opinião nada nos garante que tal opinião exista, mesmo que a
pessoa responda à questão. Por dois motivos:
– as pessoas podem nunca ter pensado sobre determinado assunto e não
possuírem qualquer opinião;
– os termos em que a questão está formulada podem não corresponder
exactamente à opinião que possuem sobre determinado assunto.
Bibliografia
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Simmons, Rosemarie (2001), "Questionnaires", in Nigel Gilbert (org.),
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