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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
O PREÇO DA RIQUEZA:
Pilhagem Ambiental e a Nova (Des)Ordem Mundial
Mococa
2010
Por que o desenvolvimento é contrário ao meio ambiente
Recursos naturais limitados evitam que as torres babilônicas da sociedade industrial arranhem os
céus em todas as direções. Em escala mundial, o desenvolvimento industrial, ao que indica, não
ocorre conforme o princípio das reações negativas, que cuidariam para que com o tempo se
estabelecesse um equilíbrio. Pois recursos naturais, uma vez utilizados no processo de
desenvolvimento, não estarão disponíveis uma segunda vez para as estratégias de desenvolvimento.
Isso só não seria problemático se o meio ambiente não fosse limitado, se a capacidade das biosferas
e das esferas abióticas fosse ilimitada.
As sociedades industriais só podem reivindicar para si as benesses da afluência industrial
enquanto o mundo ainda hoje não industrializado assim permanecer. Se os recursos naturais da
Terra fossem ilimitados, se a capacidade das áreas do planeta para receber as emissões poluentes da
industrialização não fosse finita, este problema não existiria. O moderno sistema industrial
capitalista de recursos naturais numa dimensão desconhecida a qualquer outro sistema social na
história da humanidade, liberando emissões tóxicas no ar, nas águas e nos solos, e portanto também
na biosfera. Uma sociedade industrial capitalista é expansiva no tempo e no espaço; ela se amplia, e
aceleradamente. Mesmo com crescimento zero, que é visto por uma série de ecologistas como
solução para os problemas ambientais, gasta-se energia e matérias-primas, ainda que o crescimento
em valor econômico/monetário seja zero ou negativo. O ônus ambiental será maior do que com
crescimento positivo, devido à obrigação de poupar custos no sistema econômico.
Assim, os homens utilizam as reservas naturais (no âmbito do sistema econômico em
expansão) progressivamente, como fonte e depósito para os produtos indesejados. Como os
ecossistemas globais são limitados, outras espécies de natureza viva são reprimidas e por fim
eliminadas (de maneira simples e comovente) na medida em que lhe são retiradas as bases vitais:
concorrentes que não conseguem se defender, povos indígenas, espécies de animais e vegetais. Com
a destruição da multiplicidade das espécies nas modernas sociedades industriais do tipo capitalista,
o ambiente natural torna-se mais uniforme, menos articulado e, também, mais monótono e mais
sensível em relação a choques externos, que podem conduzir ao desaparecimento de todo um
sistema.
Porém, o antientropismo da sociedade industrial só pode ser atingido na medida em que são
mobilizadas e concentradas enormes quantidades de energia, a sociedade industrial não apenas
sobreviverá, mas crescerá e se fortalecerá, e poderá continuar a possibilitar aos homens, nas regiões
privilegiadas da Terra, a satisfação quase continuamente aperfeiçoada de suas necessidades. A
sociedade industrial capitalista de modo algum soçobrará em consequência de crises econômicas;
mas ela gera uma lenta crise civilizatória, uma expressão do entropismo da natureza e do sistema
social, e do antientropismo da economia das transformações materiais e energéticas no processo de
desenvolvimento.
É possível apresentar esta relação também como consumo de energia, medida em watts: a
Terra funciona como um “moinho de fótons” (Ebeling, 1991), que transforma energia solar
(recebida), de alto valor, em energia (irradiada) de menor valor, mantendo com a diferença a sua
economia própria, ou seja, fornecendo o suprimento da fotossíntese para o produto primário líquido,
providenciando a circulação dos ventos, das águas etc. Em outras palavras, quem anda diariamente
duas horas de automóvel e utiliza muitos utensílios elétricos já está estourando a sua conta, é um
aproveitador da evolução.
A fotossíntese, responsável pela formação da biomassa, é mantida pela energia da radiação
solar. Apenas 0,06% da energia solar que atinge a Terra é necessário para prover e propiciar a
evolução da vida das até 30 milhões de espécies. Destas espécies, uma, “os senhores da criação”,
usa a produção primária de um modo que sobra cada vez menos para as outras espécies. Os homens
utilizam uma parcela cada vez maior do produto primário bruto, deslocando assim os produtores da
biomassa. “Caçadores transformam-se eles mesmos em caça”.
O meio ambiente constituirá um bem disponível e desprovido de importância para o sistema
enquanto sistemas fechados puderem obter acesso às reservas de outras regiões além de suas
fronteiras, e outras sociedades possivelmente irão reagir de maneira sistematicamente específica a
problemas ambientais: por exemplo, mediante a ecomigração. Nas sociedades não diretamente
atingidas, porém, a ecomigração não é tematizada como problema ambiental produzido por elas,
mas debatido como problema de asilo e, portanto, categorizado e elaborado de modo equivocado.
Elmar Altvater trata aqui das conseqüências do esgotamento dos recursos
naturais pelo capitalismo contemporâneo. Ao privilegiar uma determinada
estratégia energética, o capitalismo perpetua as condições de pobreza dos
países do Hemisfério Sul, pois os países do Primeiro Mundo dependem
daquilo que o autor chama de modelo fordista fossilista. Como forma de
ultrapassar esse impasse, o livro defende a ecologização da economia e a
substituição da atual base energética da produção por intermédio do
paradigma da revolução solar.é uma reflexão teórica que aponta para o
recurso à energia solar como única alternativa para a crise ecológica da
humanidade, engendrada pelo aproveitamento das energias fósseis.
esgotamento das reservas fósseis. Muito menos se preocupa com o fato de
que estamos queimando em alguns segundos um estoque que exigiu
milhões de anos de fotossíntese para ser formado. possibilidade de um
colapso do sistema ecológico global, com conseqüências sociais
imprevisíveis. Aponta os limites da economização da ecologia. E, sobretudo,
mostra porque a expressão desenvolvimento sustentável
Conclusão
O texto traz uma reflexão sobre as consequências do esgotamento dos recursos naturais causados
pelo modelo de industrialização capitalista, que proporcionou – e proporciona – condições de
pobreza em muitos países. A exploração desordenada dos recursos naturais que E aponta como
alternativa para a crise ecológica: a energia solar. que levou milhões de anos para ser formado