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IBP2259_08

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DOS PRINCIPAIS PROCESSOS


CRÍTICOS UTILIZADOS NO COMPERJ
Roberta A. Pereira1, Peter Seidl 2, Maria José O. C. Guimarães3
Construtora Norberto Odebrecht 1, Escola de Química – UFRJ1,3

Copyright 2008, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP


Este Trabalho Técnico foi preparado para apresentação na Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008, realizada no período de 15
a 18 de setembro de 2008, no Rio de Janeiro. Este Trabalho Técnico foi selecionado para apresentação pelo Comitê Técnico do
evento, seguindo as informações contidas na sinopse submetida pelo(s) autor(es). O conteúdo do Trabalho Técnico, como
apresentado, não foi revisado pelo IBP. Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme,
apresentado, não necessariamente reflete as opiniões do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, seus Associados
e Representantes. É de conhecimento e aprovação do(s) autor(es) que este Trabalho Técnico seja publicado nos Anais da Rio Oil
& Gas Expo and Conference 2008.

Resumo
Considerado fundamental para o país, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) irá proporcionar
vantagens significativas à indústria brasileira, tais como a produção, em larga escala, de matérias-primas
petroquímicas, devido ao maior e melhor processamento do petróleo pesado nacional, especialmente do Campo de
Marlim. A implantação desse complexo agregará valor à economia nacional, devido à substituição da exportação de
petróleo pesado, de menor valor no mercado, pela exportação de produtos de maior valor agregado a serem
produzidos no Complexo. A integração refino-petroquímica que ocorrerá no COMPERJ facilitará os processos
críticos, tais como destilação atmosférica, destilação á vácuo, FCC Petroquímico e processos de polimerização. Este
empreendimento terá em uma mesma planta industrial, uma Unidade Petroquímica Básica (UPB) e um conjunto de
Unidades Petroquímicas Associadas (UPA´s), onde na primeira geração, a UPB produzirá eteno e propeno e na
segunda geração, as UPA´s transformarão os petroquímicos básicos em resinas, tais como polipropileno, polietileno,
estireno, entre outros. A tecnologia da Petrobrás em relação aos processos citados anteriormente avançou muito
nesses últimos anos e o resultado desse desenvolvimento pode ser observado através do número cada vez maior de
patentes no campo técnico dessa área. A análise da evolução tecnológica desses processos é de extrema importância
para a identificação das tendências de inovação do Brasil em relação aos outros países, a fim de confirmar o grande
potencial do Centro de Pesquisa da Petrobrás no que se refere a esses processos. Dessa forma, este trabalho tem como
objetivo fazer uma análise da evolução tecnológica dos principais processos críticos que vão ocorrer no COMPERJ e
sua integração refino-petroquímica, identificando as diversas inovações em relação a estes processos.

Abstract

Considered key to the country, the Petrochemical Complex in Rio de Janeiro (COMPERJ) will provide significant
benefits to the Brazilian industry, such as production, a large-scale petrochemical raw materials, due to bigger and
better processing of heavy oil national, especially the field of Marlim. The deployment of this complex aggregate
value to the national economy, due to replace the export of heavy oil, lower market value, the export of products of
higher added value to be produced in the complex. The integration refining-petrochemistry that occur in COMPERJ
facilitate critical processes, such as atmospheric distillation, vacuum distillation, Petrochemical FCC and
polymerization processes. This venture will take in the same plant, a Basic Petrochemical Unit (UPB) and a number
of Petrochemical Associates units (UPA's), where in the first generation, the UPB will produce ethylene and
propylene and in the second generation, the UPA's will convert the basic petrochemical in resins such as
polypropylene, polyethylene, styrene, among others. The technology of Petrobras in relation to processes cited
previously, has made many progress in recent years and the result of this development can be seen by increasing of
patent number in the technical area. The analysis of technological evolution of these processes is of extreme
importance for the identification of innovation trends of Brazil in relation to other countries to confirm the great
potential of the Research Center of Petrobras with regard to these processes. Thus, this work aims to make an analysis
of the technological developments of the main critical processes that will occur in COMPERJ and their integration
refining-petrochemistry, identifying the various innovations regarding these processes.
1. Introdução

______________________________
1
Mestranda, Engenheira Química – Construtora Norberto Odebrecht
2
PhD – Escola de Química/UFRJ
3
DSc – Escola de Química/UFRJ
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

O petróleo nacional está cada vez mais pesado, mesmo com a descoberta de poços contendo óleo leve, a
maior parte do óleo nacional ainda é pesada, ou seja, apresenta baixo grau API e a tendência é que o API médio da
produção nacional diminua ainda mais, aumentando dessa forma a dificuldade do refino. A figura 1 a seguir mostra a
evolução do API médio da produção nacional.

Figura 1: Evolução do API Médio da Produção Nacional


Fonte: Unifei Agosto, 2004

Em relação ao segmento downstream, referente ao refino, transporte e comercialização, o Brasil pretende


expandir a sua atuação integrada em refino, petroquímica, comercialização e logística até 2020. Para isso, o país deve
aumentar a capacidade de refino, processando o máximo de petróleo nacional produzido, além de expandir a
capacidade de refino dentro e fora do país, buscando sempre o equilíbrio com o crescimento da produção de óleo.
Além disso, o país também precisa adequar o parque existente e as expansões de refino no país e exterior para atender
aos padrões e tendências de qualidade de produtos dos mercados-alvo. (Azevedo,2007)
A figura 2 indica que até 2015, o Brasil pretende aumentar a carga fresca processada de petróleo nacional de
2.001 mil bpd para 2.445 bpd, conseqüentemente o processamento de petróleo nacional também tende aumentar até
2015, passando de 1.853 mil bpd para 2.445 mil bpd.

Figura 2: Metas coorporativas - Segmento Downtream


Fonte: Azevedo,2007

Nos últimos anos, as refinarias aumentaram muito o volume de petróleo pesado processado e o mercado da
nafta, por exemplo, tem apresentado uma demanda crescente, a diferentes taxas, e atualmente, a produção doméstica
desse derivado não é capaz de suprir toda a necessidade do mercado, gerando uma balança deficitária desse produto.
Adicionalmente, a demanda por produtos petroquímicos também vem aumentando muito ao longo dos anos
fazendo com que os estudos se voltem para a melhor forma de integrar o refino com a petroquímica correspondente.
Para tentar resolver este problema de processamento de cargas muito pesadas e a falta de nafta no mercado
nacional, foi desenvolvida no Centro de Pesquisa da Petrobrás (CENPES) em 2004, a tecnologia do FCC

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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

Petroquímico que tem por objetivo processar frações pesadas de petróleo nacional com o uso de coqueamento
retardado em conjunto com hidrocraqueamento catalítico (HCC) e com craqueamento catalítico fluido (FCC), além
de modificações operacionais no próprio processo de FCC que visam produzir ao máximo olefinas, tais como eteno e
propeno. Este processo será utilizado pela primeira vez no Brasil no novo empreendimento denominado Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), cuja previsão de operação é 2012. Através desse novo empreendimento
(COMPERJ), em parceria com o grupo Ultra e o BNDES, será implantado uma nova refinaria denominada Unidade
Petroquímica Básica (UPB) e um conjunto de Unidades Petroquímicas Associadas (UPA´s), que conseguirá produzir
produtos de primeira e segunda geração, aumentando a produção nacional de produtos petroquímicos , através do
processamento de 150 mil barris/dia de óleo pesado nacional.
A refinaria do complexo petroquímico que apresenta um custo de 8,4 bilhões de dólares na UPB e 3,2
bilhões de dólares nas dowstream integrará o Complexo e produzirá insumos petroquímicos visando satisfazer cada
vez mais e melhor o mercado de termoplástico que se expande a cada ano. Além de produzir também intermediários,
tais como estireno, PTA e etilenoglicol.
Uma das vantagens da integração refino-petroquímica do COMPERJ é a estratégia logística, pois a matéria-
prima que dá origem aos produtos petroquímicos, no caso a nafta estará sendo produzida no mesmo complexo
petroquímico, facilitando dessa forma os processos que acontecerão subseqüentemente, como a produção dos
produtos petroquímicos básicos de primeira geração: eteno, propeno, benzeno e paraxileno e produtos de segunda
geração: polietileno, polipropileno, estireno e etilenoglicol. Dessa forma, os custos com transporte e armazenamento
serão menores. Outra vantagem competitiva são as economias de escala, a flexibilidade operacional, produção de
derivados com maior valor agregado e otimização de processo e melhor uso das utilidades (Santos, 2006). A
integração refino-petroquímica que irá ocorrer no COMPERJ pode ser observado no esquema representado logo a
seguir:

Figura 3: Integração refino-petroquímica do COMPERJ


Fonte: Neto, 2006

2. Processos críticos que irão ocorrer no Comperj e a sua evolução


O Comperj apresentará em uma mesma planta industrial uma unidade petroquímica básica denominada UPB
e um conjunto de unidades petroquímicas associadas, denominada UPA´s. Na primeira geração, a UPB irá produzir
eteno (1,3 milhão de toneladas/ano), propeno ( 880 mil toneladas/ano), benzeno ( 600 mil toneladas/ano) e paraxileno
(700 mil toneladas/ano). Já na na segunda geração, as UPA´s transformarão os petroquímicos básicos em resinas,
como estireno (500 mil toneladas/ ano), etilenoglicol (600 mil toneladas/ ano), polietilenos (800 mil toneladas/ano),
polipropileno (850 mil toneladas/ano) e resinas PTA/PET ( de 500 a 600 mil toneladas/ano).
Um dos processos que irá ocorrer no Comperj é a destilação atmosférica, que é um processo de destilação
fracionada que tem por objetivo efetuar a primeira separação de hidrocarbonetos em uma refinaria, separação esta
sem transformação química, que ocorre devido à diferença de ponto de ebulição de vários hidrocarbonetos. A
destilação atmosférica consiste em aquecer o petróleo a uma determinada temperatura em torno de 300º C a 340ºC,
para que este chegue na torre de destilação e consiga separar-se em diversas frações de acordo com o ponto de
ebulição dos hidrocarbonetos. Um derivado obtido deste processo é a nafta, a qual é a matéria-prima para obtenção
dos produtos petroquímicos básicos citados anteriormente. Com a instalação da unidade de craqueamento catalítico
fluido, houve a necessidade ao longo dos anos de produção de carga para a mesma, a maneira encontrada, foi através
da unidade de destilação à vácuo, onde a alimentação é com resíduo atmosférico, denominado rat.
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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

A carga é primeiramente aquecida com os derivados que saem em alta tempertaura da coluna, após tem um
aquecimento final no forno, chegando a média de temperatura de 395 º C, nessa condição, entra na parte inferior da
coluna, os hidrocarbonetos mais pesados que a carga depositam-se no fundo ( resíduo de vácuo), usado para produzir
óleo combustível que é queimado nos fornos e caldeiras ou asfalto que também é vendido. Os mais leves ascendem à
coluna, sendo retirados lateralmente de forma decrescente: óleo pesado circulante ( slop wax), gasóleo pesado e
gasóleo leve que representam cerca de 65% dos derivados da unidade e que irão alimentar a U-FCC. Os gases são
ejetados no topo através de ejetores de vapor d´ água, criando vácuo. A unidade de FCC petroquímico é o coração da
refinraia petroquímica, onde as características comuns são a alta severidade operacional, especialmente maior
temperatura e razão catalisador/óleo e sistema catalítico com alto teor de ZMS-5. A carga de FCC petroquímico deve
apresentar correntes ricas de hidrogênio e/ou cargas parafínicas, correntes mais pesadas como resíduos, geram
olefinas leves no FCC petroquímico (Santos, 2006). Os processos da integração refino-petroquímica do Comperj
podem ser observados na figura 5 a seguir.

Figura 5: Processos da integração refino-petroquímica do COMPERJ


Fonte: Santos, 2006

Observa-se que desde a entrada do petróleo até a obtenção das resinas, os processos estão completamente
integrados entre si, facilitando muito a sinergia do refino e da petroquímica.

2.1. Evolução tecnológica dos processos críticos do Comperj

A análise do estado da arte é de extrema importância para a identificação da evolução das tecnologias
desenvolvidas ao longo dos anos não só pelas empresas de petróleo e gás, mas também pelas instituições acadêmicas
que se interessam por essa área.. Dessa forma, para melhor entendimento das tecnologias utilizadas no complexo
petroquímico, deve-se procurar saber primeiramente como tem sido a evolução desses processos. A figura 4 mostra
como tem sido a evolução da empresa Petrobras entre os anos de 1994 a 2004 em relação ao número de patentes
depositadas no Brasil e no exterior. Observa-se que houve um aumento considerável do número de patentes, tendo
uma ligeira queda no ano de 2007. Esse aumento pode ser percebido através do número de projetos que a Petrobras
tem participado dentro e fora do país. A rapidez da implantação de refinarias muito mais robustas e de alta tecnologia
e os processos viáveis ecologicamente e economicamente são características marcantes nas empresas de petróleo e
gás de uma forma geral.

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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

Figura4: Evolução tecnológica da Petrobras (1994-2004)


Fonte: Scifinder

Em relação aos processos críticos que irão ocorrer no COMPERJ, tais como o FCC Petroquímico, destilação
atmosférica e destilação à vácuo, diversos estudos têm sido feito para se obter rendimentos de produtos cada vez
maiores,com custos cada vez menores .
A análise da evolução desses processos foi realizada num período compreendido entre os anos de 1990 até
2008, empregando as bases de dados: USPTO, Espacenet, INPI e Delphion, além do SciFinder Escolar e Science
Direct
Na literatura patentária, por exemplo, foram encontrados os seguintes documentos relacionados ao estudo em
questão:
A patente US 6,059,958; intitulada “Process for the fluid catalytic cracking of heavy feedstocks”, cujo titular
é a Petrobras descreve o processo de craqueamento catalítico de cargas pesadas, onde a invenção consiste na
independência entre o controle regenerativo do catalisador e o equilíbrio térmico da unidade.
A patente US 6,319,393; intitulada “Modified aluminas and the use thereof in FCC catalysts” cujo titular é a
Petrobras, apresenta como invenção, a modificação da alumina, a fim de ser utilizada no craqueamento catalítico,
melhorando o resultado final do processo.
A patente US 6,149,800; intitulada “Process for increased olefin yileds from heavy feedstocks”, cujo titular
é a Exxon Chemical relata um processo inovador, onde há um aumento considerável do rendimento de olefinas,
devido ao hidroprocessamento da carga de alimentação.
O pedido Internacional de patente WO 2007135043, intitulado “Process for preparation of propylene from
hydrocarbon and industrial plant thereof”, cujo titular é a Shell descreve um processo inovador para a preparação de
propeno, a partir da alimentação de hidrocarbonetos com cinco, ou mais carbonos. Além disso, a invenção também
prevê um set-up industrial para esse processo.
Durante as pesquisas,observou-se que os grandes Players que se destacam dentro do desenvolvimento
tecnológico dos processos críticos citados anteriorrmente são a Petrobras, a Shell, a Exxon Chemical Patents Inc, a
Philips Petroleum Company, Fina Research, S.A e a Philips Petroleum Company.
Tendo em vista, os fatos relatados anteriormente em relação ao aumento considerável de invenções nesse
campo de estudo, este trabalho será de grande importância para as empresas e profissionais da área de refino e
petroquímica, não só pela análise detalhada dos principais processos críticos do Comperj, mas também pela
integração refino-petroquímica que ocorrerá entre os mesmos.

3.Conclusão
Este é um grande empreendimento para a Petrobrás, assim como para a indústria nacional, seja do ponto de
vista do abastecimento quanto do ponto de vista econômico, já que ambos os setores serão beneficiados com essa
futura instalação. Apesar de a refinaria petroquímica ser uma excelente opção para expandir a capacidade nacional de
refino, ela demanda inovações tecnológicas para a maximização das frações leves a partir de petróleos pesados. Logo,
é de extrema importância dar atenção aos gargalos tecnológicos e monitorar as tecnologias disponíveis para uma
adequada integração refino-petroquímica dentro de um complexo petroquímico como o Comperj.
Com a implantação deste Complexo, o Brasil ampliará a atuação na produção de 1ª e 2ª geração,
aumentando a produção de petroquímicos, agregando valor aos produtos das refinarias do sistema, capturando
sinergias entre a produção de óleo, gás, refino e petroquímica, além de conseguir desenvolver novas tecnologias para
a indústria química, com base na evolução tecnológica de craqueamento catalítico (FCC) petroquímico e em
polímeros biodegradáveis e biopolímeros.

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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

4. Agradecimentos
A Agência Nacional do petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP) através do programa de recursos
humanos da ANP (PRH 13) da Escola de Química pelo apoio financeiro dado no início do mestrado e pelo incentivo
ao desenvolvimento técnico da mestranda.
A Escola de Química pelo aprendizado e convívio nesta instituição durante a fase se graduação e pós-
graduação, a qual permitiu uma formação acadêmica e profissional sólida.
Ao professor Peter Seidl pelo apoio e incentivo durante o mestrado.
Á professora Maria José pela dedicação e apoio dado durante todo tempo.

5. Referências
AZEVEDO J. G. Apresentação do Plano Estratégico Petrobras e Plano de Negócios 2008-2012, Rio de Janeiro,
Agosto, 2007
PEREIRA, R.A. FURTADO, L.R, ALVES T.B. Tendências tecnológicas e mercadológicas para os principais
produtos petroquímicos básico: eteno e propeno. Projeto final de curso, Rio de Janeiro, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Escola de Química, 2007
Revista CREA RJ. O valor do COMPERJ, Edição 69, pg: 36-39, Rio de Janeiro, março, 2008
SANTOS, P.C. Desafios para implantação de uma Refinaria petroquímica do Brasil. Monografia em Engenharia
Química, Rio de Janeiro, Setembro, 2006.

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