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c A LENDA

Sun Tzu, por volta do ano 400 antes de Cristo, apresentou seu livro
para Ho-lü, ou Wu Helu, rei do pequeno povo semibárbaro de Wu. O
rei, após ler os treze capítulos, chamou Sun Tzu e elogiou seu
trabalho. Perguntou se era possível utilizá-lo com suas tropas. Sun
Tzu respondeu com alegria que sim. Depois perguntou o rei, em tom
de zombaria, se poderia aplicá-lo às mulheres. O general, ressentido,
disse sim.
O rei imediatamente mandou reunir suas 180 concubinas no pátio do
palácio e lhes deu armas. Sun Tzu dividiu-as em dois grupos,
liderados pelas duas favoritas do rei, que a tudo assistia do púlpito.
E então perguntou:
- Vocês conhecem as posições "frente", "esquerda", "direita" e
"retaguarda"?
- Sim. Responderam as moças, que estavam dispersas e riam da
situação.
- Ótimo, pois quando eu disser "frente" olhem para frente. Quando
eu disser "esquerda", "direita" e "retaguarda" olhem nessas
direções. Façam o que eu mandar. Está claro?
Mas uma vez, as moças responderam que sim por entre os risinhos.
Sun Tzu sinalizou para a guarda e falou:
- Estejam prontos para punir quem me desobedecer. - Os guardas
prontamente desembainharam suas espadas.
O general levantou sua bandeira e sinalizou, gritando a plenos
pulmões:
- Frente!. - As concubinas desataram a rir, displicentes. Sun Tzu
refletiu:
- A incapacidade de dar ordens claras é uma falha do comandante.
Explicarei novamente. Quando eu disser "frente", "esquerda",
"direita" e "retaguarda", olhem nessas direções.
Levantou novamente sua bandeira e apontando para o lado gritou:
- Esquerda!
As moças desataram a gargalhar.
Sun Tzu falou:
- A incapacidade de dar ordens claras é uma falha do comandante.
Mas quando elas são claras, a culpa é dos soldados.
Assim, ordenou aos guardas:
- Matem quem me desobedeceu! Poupem as moças, mas não suas
líderes!
As moças, acuadas, pediram piedade ao rei, que interveio:
- Sei agora que você é um bom comandante, mas não gostaria de
perder minhas concubinas favoritas. Deixe-as ir, não as mate. -
Pediu o rei, animado com a cena.
- Não. - Retrucou Sun Tzu - Como comandante, não posso aceitar
interferências no comando das tropas.
Virou-se para os guardas e ordenou:
- Executem-nas em público! - E os soldados, sem o menor traço de
piedade, obedeceram. O rei e as concubinas assistiram ao espetáculo
aflitos.
Sun Tzu escolheu mais duas moças para liderar as tropas e orientou-
as novamente. Desta vez nenhuma moça ousou rir e todas elas
marcharam de acordo com o rufar dos tambores.
O general dirigiu-se ao rei e exortou:
- Elas agoras estão treinadas e prontas para a inspeção, majestade.
Podereis usá-las como bem entender, estão prontas para realizar a
tarefa mais difícil em vosso nome.
O rei, contrariado, retirou-se. Mas reconheceu o gênio de Sun Tzu e
nomeou-o General de suas tropas. Neste período o pequeno estado
Wu anexou os reinos ao norte e oeste, transformando-se numa
grande potência graças aos feitos de Sun Tzu.

c HISTÓRICO

Sun Tzu, também conhecido como Sun Zi ou Sun Wu, nascido


no em Ch'i, viveu durante o período histórico da China
conhecido como o dos "Reinos Combatentes" (476-221 a.C.). O
primeiro registro da obra foi feito pelo famoso historiador
chinês Ssu-Ma Chien por volta do ano 100 a.C. Obra seminal
entre os "clássicos marciais", A Arte da Guerra foi estudada por
centenas de oficiais chineses e japoneses durante séculos a fio.
Os grandes generais tinham como costume incluir notas e
comentários aos versículos do livro, que foram sendo
acrescentados à cada nova versão, até consolidar a
considerada padrão, datada do fim do século XVIII.

Somente em 1772, por intermédio da tradução para o francês do


padre J. J. M. Amiot, o ocidente pode ter acesso ao texto integral de
A Arte da Guerra e é bem possível que tal publicação tenha caído nas
mãos de Napoleão. Hoje é impossível existir uma escola militar que
ignore seu conteúdo. Era o "livro de cabeceira" de Mao Tse Tung.

Se existe um propósito no qual toda a evolução tecnológica do


homem é empregada com mais afinco, certamente é na criação de
artefatos bélicos. É de espantar-se então que toda academia militar
que se preze tenha como leitura obrigatória uma obra escrita
quatrocentos anos antes de Cristo, quando os homens guerreavam
com armas tão rústicas quanto espadas, flechas, paus e pedras.

c COMENTÁRIOS
Como explicar a longevidade de uma obra como A Arte da Guerra, do
general chinês SunTzu, se os instrumentos de batalha evoluíram
tanto no espaço de tempo entre o surgimento deste texto milenar e
os nossos dias?
Uma pista estaria na maioria dos tratados militares feitos pelos
gregos e romanos, que sempre tiveram a preocupação de discutir
uma estratégia em particular, ou de resolver um problema de ordem
tática. Eles discutiam planos mirabolantes que se aplicavam a uma
única situação, como os estratagemas propostos por Arquimedes.
Sun Tzu garantiu seu espaço na posteridade ao observar os aspectos
constitutivos da guerra, seus elementos formadores. Ateve-se aos
pontos que são comuns a todas as batalhas e com isso foi além de
todas elas.
O autor usa como ponto de partida o importante papel que a guerra
desempenha na vida social, sendo a causa da desgraça dos povos.
Analisa sua influência na economia e observa o quanto ela é
prejudicial ao povo; como general, sabia o quanto a manutenção das
tropas custava ao Estado e como a passagem das tropas aumentava
a inflação nas províncias. Assim, é do interesse de todos que o
conflito, quando necessário, seja resolvido de maneira sucinta,
diminuindo a extensão dos danos que invariavelmente provoca.
A partir daí, Sun Tzu avalia que elementos devem ser levados em
consideração pelo general na busca pelo êxito, salientando sempre a
constante necessidade de avaliação da situação estabelecida e de
planejamento do passo seguinte. O centro da estratégia é deslocado
para o inimigo. Uma vez que sempre os mesmos fatores (terreno,
clima, disciplina, comando e moral) devem ser examinados sob a luz
das situações possíveis, cabe ao general observar o cumprimento de
tais diretrizes e esperar que o inimigo deixe de realizar uma delas
para atacar. Só através de toda essa preparação uma nação poderia
tornar-se apta a entrar em um conflito armado e obter chances de
vitória.
É interessante notar como o general chinês e Maquiavel aproximam-
se por caminhos opostos. Como gênio militar, Sun Tzu observa a
necessidade da política no jogo da guerra. Já o pensador italiano
parte da política para perceber o jogo da guerra. Ambos
consideravam a dissimulação um elemento essencial no trato com os
inimigos. Vale salientar que dificilmente Maquiavel teve acesso ao
texto chinês, visto que a primeira tradução de A Arte da Guerra no
Ocidente só viria a aparecer em 1772.
A questão da espionagem, que é fortemente defendida na Arte da
Guerra, tem o embasamento lógico de que numa guerra necessita-se
de informações, de fontes seguras, sobre o inimigo. Sun Tzu utiliza-
se do artifício maquiavélico dos "fins que justificam os meios" para
poder passar por cima do forte código moral da época e legitimar o
ardil.
Outra área que também foi explorada de maneira afim foi a
Psicologia Social, através de uma série de atitudes a serem tomadas
no trato com as massas, tendo em vista um efeito em particular. Se
por um lado Maquiavel orienta de que maneira o governante deve
lidar com os súditos, Sun Tzu preocupa-se com o que deve fazer um
general para ser respeitado e temido por seus subordinados e
opositores, além de ensinar a reconhecer o verdadeiro estado
emocional reinante entre as tropas. Estas são as semelhanças mais
significantes entre as obras.
Aos olhos de hoje, tais idéias nos parecem arrojadas. Agora, imagine
que avanço significaram entre os povos semibárbaros que habitavam
a China de 2.400 anos atrás, onde guerras poderiam ser provocadas
por uma simples desfeita, movidas pelo ímpeto.

c O TAO DA GUERRA

Pode parecer estranho querer relacionar o Tao ao tema da guerra.


Mas se levarmos em consideração que o Taoísmo é a base da
sabedoria popular chinesa, veremos que o princípio deste
pensamento permeia toda a construção de A Arte da Guerra.
Os dois livros provêm do mesmo período histórico da China Antiga;
poderia-se contra-argumentar que A Arte da Guerra tem como
objetivo o ensino de um ofício do mal. Algo, aliás, que realiza tão
bem que até hoje é utilizada com esse fim. Ora, o Tao Te King, livro
que contém a essência do pensamento taoísta, diz:
" Quando todos reconhecem o bom como bom, isso em si mesmo é
mau."
O oposto também é perfeitamente aplicável à essência da guerra. Se
ela é de todo o Mal, em si mesma será o Bem. Uma vez que a
perspectiva é de inevitabilidade do conflito, o total domínio de sua
dinâmica permite a realização somente do mal estritamente
necessário. O bem residirá na concretização de um mal menor.
Levando adiante essa política dos opostos sugerida pelo Tao, Sun
Tzu considera que o exército sempre deve aparentar o contrário do
que é. Parecer incapaz para ser capaz, parecer inativo para ser ativo,
etc. Ter sempre uma visão espelhada. Assim, um general não
constrói uma estratégia, ele destrói a do inimigo.
Ao descrever como deve agir um general, Sun Tzu aproxima-se mais
e mais do conceito que o Tao Te King descreve de um sábio,
idealizando a figura do militar. "Se podemos compreender e
abranger o todo, somos capazes de fazer justiça", diz o Tao. Esse é o
princípio de A Arte da Guerra, o domínio total dos elementos
envolvidos. O general deve ser discreto, humilde, indiferente aos
seres em prol de um objetivo superior. É um bom diplomata e um
bom administrador, além de ser um bom guerreiro.
A guerra desenvolve-se, a partir desses pontos, como uma resposta
natural às situações impostas. O preparo ideal das tropas permite
que se lute visando o erro do inimigo, ou mesmo provocando-o com
antecedência. É o ensinamento taoísta de só agir no momento
oportuno.
Outros aspectos, como a natureza aforística da obra, contribuem
para sua beleza e força metafórica, fazendo a Arte da Guerra
ultrapassar os limites do tempo, tendo influenciado grandes líderes
como Mao Tse Tung e Napoleão, e quebrar as barreiras do gênero,
visto que o livro é empregado hoje em dia no treinamento de jovens
executivos, sendo constantemente adaptado também para outras
áreas do conhecimento.


c RESUMO DA OBRA

Capítulo I - Estimativas ou Cálculos

A guerra é um assunto de vida ou morte para um Estado, deve


então ser seriamente estudada.
Cinco fatores são fundamentais:

1) A moral: um soberano deve ter a confiança de seu povo para


conseguir levá-lo à guerra e arriscar suas vidas.

2) O clima: compreensão e bom uso das estações do ano.


;) O terreno: as condições físicas da geografia local, o cálculo
das distâncias.

4) O comando: as cinco qualidades básicas de um general, a


saber, a coragem, o rigor, a sabedoria, a sinceridade e a
humanidade.

5) A Doutrina: tudo que concerne à manutenção e


administração das tropas.

O conhecimento desses cinco fatores possibilitará a previsão de


que lado vencerá. Aquele que melhor souber usá-los poderá
criar situações que o levem à vitória.
Sete cálculos respondem sobre a vitória.
1) Quem pode unir povo e exército?
2) Quem tem um melhor comandante?
;) Quem tem vantagem sobre o terreno e o clima?
4) Quem pode garantir mais ordem e disciplina?
5) Quem tem um exército superior?
6) Quem tem homens mais treinados?
7) Quem tem um sistema mais justo de recompensa e punição?

Com muitos cálculos pode-se vencer, com poucos não. Mas sem
eles as chances são nulas.

Toda guerra baseia-se no ardil, um bom comandante sempre


dissimulará as suas reais condições com o intuito de ludibriar o
inimigo e criar as condições de vitória.
Capítulo II - A Condução da Guerra ou Planejamento

Os custos de uma guerra são muito elevados para qualquer


Estado, a manutenção das tropas por longos períodos de tempo
leva um reino à ruína. Assim, a chave da guerra está na vitória
e não na sua prolongação.

Capítulo III - Estratégia Ofensiva

Na guerra, o objetivo é tomar o Estado intacto. A habilidade


consiste em derrotar o inimigo sem lutar.
Portanto deve-se primeiro atacar a estratégia do inimigo; em
seguida deve-se romper as alianças dele; o melhor passo
seguinte é atacar seus exércitos.
A pior atitude é cercar uma cidade, pois isso consome recursos
e tempo.

Aquele que consegue tomar o império intacto, não cansa suas


tropas e domina a arte da estratégia ofensiva.
No uso das tropas assim é que se deve proceder:
a) Quando suas tropas estiverem na proporção de dez para um
em relação ao inimigo, cerca-o.
b) Quando tiver cinco para um, ataca-o.
c) Se a força dele é o dobro da sua, divide-o.
d) Se sua força for numericamente mais fraca, certifique-se da
possibilidade de retirada.
e) Havendo equilíbrio de forças, vá à combate. Prevalecendo a
igualdade, tente enganá-lo.
O comando das tropas cabe exclusivamente ao general,
existem três modos de um governante atrapalhar seu exército:
a) Quando não sabe quando atacar ou recuar e interfere nas
ordens do general.
b) Quando ignora os assuntos militares e se intromete na
administração dos exércitos.
c)Quando participa do exercício da responsabilidade, dividindo
a cadeia de comando e confundindo os oficiais.

Existem, assim, cinco modos de ganhar:


a) Saber quando combater ou não.
b) Saber utilizar a força máxima de um exército, numeroso ou
não.
c) Possuir tropas firmes no apoio ao seu comandante.
d) Ser prudente e aguardar uma imprudência do inimigo.
e) Possui generais hábeis e independentes.

Estas cinco matérias, garantem a vitória, pois aquele que


conhece a si e ao inimigo, será invencível; aquele que conhece
a si mas desconhece o inimigo terá chances iguais de vitória e
derrota; aquele que desconhece a si e ao inimigo, corre risco
constante.

Capítulo IV - Disposições ou O Poder da Defesa

Os homens letrados na guerra podem fazerem-se invencíveis,


mas não podem ter certeza da vulnerabilidade do inimigo.
Assim, é possível saber vencer, mas não se garante conseguir
vencer.
A invencibilidade reside na defesa; a possibilidade de vitória,
no ataque. Aquele que está em inferioridade de forças,
defende-se; aquele que é superior, ataca.
Quem domina os elementos da arte da guerra, não será
aclamado por suas vitórias no campo de batalha, pois vence
sem cometer erros, combate um inimigo já derrotado. Isso o
vulgo não compreende, nem valoriza. O perito se torna
primeiro invencível e espera a falha do inimigo.

Os elementos da arte da guerra são:


1) A medida do espaço: possibilita o cálculo dos custos.
2) O cálculo dos custos: garante as estimativas de forças.
;) As estimativas: levam à comparação das forças.
4) As comparações dos números, possibilitam o cálculo das
probabilidades de vitória.
5) As probalilidades de vitória. Assim um exército luta como a
água que corre do desfiladeiro.

Capítulo V - Energia ou Formação

Dirigir muitos é o mesmo que dirigir poucos, é uma questão de


organização.
Do mesmo modo, comandar muitos é o mesmo que comandar
poucos, é uma questão de comunicação.
Numa guerra, os exércitos se valem de ataques diretos e
indiretos (ataques-surpresa). Mesmo só existindo esses dois
tipos, suas combinações são infinitas. Aquele que bem souber
usá-los e neutralizá-los será imprevisível como o céu e a terra e
inexaurível como os grandes rios.
O exército que se mantém em prontidão, será mortífero ao
desferir o golpe. O general que for habilidoso extrairá a vitória
da situação, aproveitando o potencial de seus homens, mas
jamais atribuirá o fardo da vitória unicamente a eles. Utiliza
seus homens como quem rola pedras e paus da ribanceira.

Capítulo VI - Pontos Fortes e Fracos

O bom general deve ocupar o campo de batalha antes do


inimigo. Aquele que primeiro toma a iniciativa leva vantagem.
Atraia o inimigo para onde deseja que ele vá. Faça ameaças
para que ele não chegue onde deseja ir.

Se o opositor estiver tranqüilo, agite-o; se alimentado, faça-o


passar fome; se imóvel, faça-o mover-se. Esgote-o, depois
confunda-o. Enquanto o inimigo divide-se, devemos nos
concentrar.

Quem tem poucos prepara-se para o inimigo; quem tem muitos,


força o inimigo a prepara-se contra ele.

O exército é como a água, ataca os fracos e evita os poderosos.


Molda-se a situação do inimigo como a água ao terreno. Assim
como a água não tem forma constante, também a guerra
comporta-se desta maneira.

Capítulo VII - Manobra

Quando tropas se movimentam, devem tornar o caminho


tortuoso no mais direto. Deve-se tomar uma rota indireta e
lançar uma isca para o inimigo. Assim é possível sair depois e
chegar primeiro ao campo de batalha. Mas deve-se ter em
mente que tanto a vantagem quanto o perigo são inerentes à
manobra.

Tropas que se movimentam com todos seus equipamentos e


provisões são lentas. Se partir e deixar para trás suas
provisões, andará mais rápido, mas poderá perder sua
bagagem. Tropas que movem-se rapidamente, sem suas
bagagens e sem descanso, chegarão mais rapidamente, porém
se desorganizarão. Os mais fortes deixarão os mais fracos para
trás e somente um décimo das tropas chegará ao campo de
batalha. Não se vence uma batalha onde se entrou
rapidamente. Um exército sem provisões se esgota.

Aquele que conduz o exército deve conhecer as condições das


montanhas, dos desfiladeiros, das florestas, dos pântanos e dos
brejos para ter sucesso. Aquele que não usa guias locais não
terá acesso às vantagens do terreno.

Na velocidade, sê rápido como o vento. Na quietude, silencioso


como a floresta. Na agressão, feroz como o fogo. Na defesa,
incólume como a montanha. Ao esconder-se, sê como as
nuvens negras; ao atacar, como um raio.

Capítulo VIII - As Nove Variáveis

Não acampe em terrenos baixos.


Não ignore a diplomacia em terreno aberto (comunicante).
Não permaneça em terreno desolado.
Em terreno fechado, planeje uma fuga.
Em situação desesperada, lute até a morte.
Há estradas que não devem ser seguidas.
Há momentos em que não se deve capturar o inimigo.
Há cidades que não devem ser atacadas, territórios que não
devem ser disputados.
Há ocasiões em que as ordens do comandante não devem ser
seguidas.
Mesmo aquele que conhece o terreno, fracassará se não
conhecer as nove variáveis. Sempre deve levar em contra os
fatores favoráveis e desfavoráveis.

Na guerra, não se deve esperar que o inimigo venha, mas estar


pronto quando ele chegar. Não presumir que ele atacará, mas
tornar-se invencível antes.

Existem cinco fraquezas que devem ser evitadas num


comandante. Quando é descuidado, é fácil matá-lo. Quando é
covarde, é fácil capturá-lo. Quando é irascível, é fácil provocá-
lo. Quando é honrado, é fácil insultá-lo. Quando é benevolente,
é fácil preocupá-lo.

Capítulo IX - Marchas ou Mobilização

Ao posicionar tropas fique longe das montanhas e perto dos


vales. Ocupe a parte mais alta do terreno. Nunca lute montanha
acima. Essa é a estratégia para regiões montanhosas.
Ao atravessar um rio, distancia-se da margem rapidamente.
Nunca ataque quando o inimigo estiver atravessando o rio,
espere que metade de suas tropas tenha atravessado para
atacar. Não espere o adversário perto da margem, busque o
terreno próximo mais elevado. Essa é a estratégia para regiões
de rios.

Num terreno pantanoso, atravesse-o rapidamente. Ao


encontrar o inimigo, estejas perto da grama e com a floresta às
costas. Essa é a estratégia para o pântano.

Num terreno plano, posicione sua retaguarda e o flanco direito


no terreno mais alto. Essa é a estratégia para regiões planas.
Eis os quatro tipos de guerra.

Quando os emissários são humildes, mas os preparativos


continuam, o inimigo avançará. Quando as tropas mostram-se
apressadas e o emissário é arrogante, o inimigo se retirará.
Quando os emissários são bajuladores, deseja-se uma pausa.
Se, sem alguma razão, pedem trégua, é porque planejam algo.

Capítulo X - Terreno

Há os seguintes tipos de terreno:


O terreno fácil é uma área acessível para você e para seu
inimigo. Aquele que ocupar sua parte mais alta e guardar a via
de abastecimento levará vantagem.
O terreno difícil é área que é fácil de entrar e difícil de sair, é
simples atacar tropas que não estão preparadas neste terreno.
Aquele que bloquear o caminho de saída terá vantagem.
O terreno neutro é aquele em que é complexo tanto para você
como para o opositor lançarem a ofensiva. Deve-se bater em
retirada neste terreno e esperar que o inimigo o persiga para
se poder atacá-lo.
O terreno estreito nunca deve ser atacado se já se tiver armado
sua defesa, mas se não estiver pronta é possível atacá-lo.
No terreno íngreme deve-se ocupar a parte mais alta primeiro e
aguardar o inimigo.
Em terreno distante é difícil tomar a iniciativa de combate para
ambos os lados.
Estes seis tipos de terreno devem ser estudados e
compreendidos por todos.

Existem erros de comando que podem desestabilizar um


exército:
Uma força equilibrada porá uma força dividida em fuga.
Soldados bem treinados comandados por oficiais fracos geram
insubordinação.
Chefes rigorosos e soldados fracos geram o colapso no
exército.
Soldados vingativos e desobedientes levam o exército à
destruição.
Quando os soldados não tem disciplina e as ordens não são
claras surge a desorganização no exército.
Quando o comandante é incapaz de avaliar o inimigo e o
enfrenta em desigualdade, o resultado será a debandada das
forças.
Essas seis causas de derrota devem ser estudadas e o
comandante deve ser responsabilizado.

O bom general é a principal jóia do estado. Pois ele sabe


considerar esses fatores.

Capítulo XI- As Nove Variedades de Terreno ou As Nove


Situações Clássicas

Quando se luta dentro do próprio território, esta é uma


situação cômoda. Não ataque antes que o inimigo tiver
penetrado bastante em seu território.
Quando se luta em território inimigo mas não se avançou
bastante, esta é uma situação simples. Nesta situação, nunca
pare de avançar.
Um terreno de ocupação vantajosa tanto para mim como para o
inimigo está numa situação crítica. Deve-se sempre avançar
primeiro e nunca atacar se o inimigo estiver na vantagem.
Um terreno acessível para ambos estará numa situação aberta.
Nele também é melhor avançar primeiro e fortalecer as defesas
e comunicações.
Um terreno que oferece fronteira com vários Estados encontra-
se numa situação de controle. Nele deve-se usar da diplomacia
para fortalecer os vínculos com os estados vizinhos.
Quando se luta bem no interior do estado inimigo e se deixou
para trás muitas cidades inimigas esta é uma situação séria.
Certifique-se que não faltará provisões.
Lutar em terreno pantanoso, de altas florestas ou de
desfiladeiros, está-se numa situação perigosa. É mister nunca
permanecer mais do que o necessário.
Lutar em terreno de acesso estreito e saída distante caracteriza
uma situação difícil. Planeje como sair de uma armadilha.
Um terreno onde a única chance está na batalha, cria uma
situação desesperada. A única saída é lutar até a morte.

Aquele que tem uma boa estratégia ataca por todos os lados.
Evita a comunicação entre as tropas inimigas, confude-as.
Ataque quando for favorável.
Se atacado por inimigo superior, descubra que ponto ele visa e
ocupa-o com todas as suas forças. Ele cederá.
Aproveite-se do despreparo do inimigo, mova-se em direções
inesperadas e ataque locais desprotegidos.
Lembre-se, na guerra a velocidade é crucial.

O bom líder militar comanda um milhão de homens como se


comandasse um só.
E num campo de batalha dispõe as tropas de modo a não haver
outra saída senão lutar pela própria vida.
Atraia o inimigo sendo tímido como uma donzela. Depois
ataque-o rapidamente como uma lebre.

Capítulo XII- Ataques com Fogo

Há cinco métodos para ataques com fogo. O primeiro é atear


fogo nas tropas inimigas. Depois, em suas provisões. Em
terceiro, queimar seus transportes. Quarto, seu arsenal e por
último suas vias de abastecimento.
Em uma guerra só os interesses do Estado contam. Um
governante não deve declarar guerra por estar encolerizado.
Um general não pode ir à guerra por estar ressentido. Pois um
homem zangado pode tornar-se feliz. Um homem pesaroso
pode ficar satisfeito. Mas um país destruído não pode ser
recuperado. Um homem morto não pode reviver.

Capítulo XIII - O Serviço Secreto ou O Emprego de Agentes


Secretos

Considerando os custos que a guerra traz e o tempo que ela


consome, é imprudência recusar-se a comprar informações
sobre o opositor.
É impossível vencer sem ter informações prévias do inimigo.
Elas não podem ser obtidas através de conjecturas,
superstições ou forças sobrenaturais. Só podem ser obtidas
com aqueles que conhecem bem a situação do inimigo.
Os cinco tipos de espiões. O espião local é o camponês nativo.
O espião interno é aquele que é oficial do inimigo. O espião
convertido é aquele que servia ao inimigo e foi comprado.
Espiões mortais são aqueles que sacrificamos dando
informações falsas ao inimigo. Espiões seguros são aqueles que
podem retornar para relatar as informações coletadas.
Nenhum oficial é mais querido que o espião. Nem melhor
recompensado. Ele desfruta da confiança do comandante.
Apenas os generosos e humanos obtêm todas as informações
de um espião. Apenas os cautelosos e engenhosos podem
precisar a exatidão das informações recebidas.
Planos de espionagem revelados antes de postos em prática
devem ser punidos coma morte do espião e do informante.

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