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Diaconia no horizonte do Reino de Deus

Uma apreciação de uma contribuição moltmanniana


no ano do centenário do credo social

Helmut Renders

Resumo

O artigo apresenta as alegações-chave do livro Dia-


conia no horizonte do Reino de Deus de J. Moltmann,
texto pouco conhecido na América Latina. O autor
alerta que, apesar de tanta discussão sobre a relação
entre práxis e teoria, a diaconia continua sendo igno-
rado pela teologia sistemática e a dogmática poucas
vezes é consultada pela diaconia

Palavras-chave

Jürgen Moltmann – teologia diaconal – diaconia – rei-


no de Deus – ação social.

Doutor em Ciências da Religião,


Umesp. Professor de teologia e
história e secretário executivo do
Centro de Estudos Wesleyanos
da Faculdade de Teologia,
Umesp. Presbítero da Igreja
Metodista Unida na Alemanha.
Endereço eletrônico:
helmut.renders@metodista.br
Diacony in the horizon of the Kingdom of God

An appreciation of Moltmann’s contribution


in the year of the centenary of the Social Creed

Helmut Renders

Abstract

This article presents the key allegations in the book


Diacony in the horizon of the Kingdom of God, by J.
Moltmann, a very little known text in Latin Ameri-
ca. The author alerts that despite so much discussion
about the relation between praxis and theory, Dia-
cony remains being ignored by Systematic Theology,
and Dogmatics is very little consulted by Diacony.

Keywords

Jürgen Moltmann – diaconal theology – diacony –


kingdom of God – social work.

Doctorate in Religous Studies,


Umesp. Professor of theology
and history and executive
secretary of the Center for
Wesleyan Studies of the Faculty
of Theology, Umesp. Ordained
elder of the United Methodist
Church in Germany.
Electronic address:
helmut.renders@metodista.br
Diaconía en el horizonte del Reino de Dios

Una apreciación de una contribución moltmanniana


en el año del centenario del credo social

Helmut Renders

Resumen

El artículo presenta los argumentos clave del libro


Diaconía en el horizonte del Reino de Dios de J. Molt-
mann, texto poco conocido en América Latina. El au-
tor alerta que, a pesar de tanta discusión sobre la
relación entre praxis y teoría, la diaconía continúa
siendo ignorada por la teología sistemática y la dog-
mática pocas veces es consultada por la diaconía.

Palabras clave

Jürgen Moltmann – teología diaconal – diaconía – rei-


no de Dios – acción social.

Doctor en Ciencias de la Religión,


Umesp. Profesor de teología e
historia y secretario ejecutivo del
Centro de Estudios Wesleyanos
de la Facultad de Teología,
Umesp. Presbítero de la Iglesia
Metodista Unida de Alemania.
Correo electrónico:
helmut.renders@metodista.br
No ano do centenário do Credo So- 1. A diaconia como tema
cial, gostaríamos de trazer uma contri-
buição do teólogo J. Moltmann no campo
da teologia sistemática
da teologia diaconal (MOLTMANN, 1984a;
MOLTMANN, 1987). Em Diaconia no hori- Na Alemanha, a diaconia se tornou
zonte do Reino de Deus, o autor relaciona tema das ciências teológicas em 1925
diaconia e teologia sistemática de uma (Instituto da Ciência de Caritas5) na Uni-
forma inspiradora. versidade de Friburgo. O protestantismo
seguiu com esse projeto em 1927 com o
Na perspectiva protestante brasileira,
Instituto Seeberg (Berlim) e o recome-
o tema da diaconia é um domínio lutera-
çou, em 1954, em Heidelberg, por meio
no (GAEDE NETO, 2001; BEULKE, 2001;
do Instituto das Ciências da Diaconia.6 En-
SINNER, 2003; NORDSTOKKE, 2003) e
tre outras, essas instituições promovem
do presbiterianismo. Assim, fez também
reflexões sobre a relação entre diaconia
parte de um projeto pan-protestante. A
e teologia (PHILIPPI & STROHM, 1989;
hoje extinta Confederação Evangélica do
SCHÄFER & STROHM, 1998) e formam li-
Brasil, fundou em 1967 a ainda existente
deranças para instituições diaconais. Pou-
organização Diaconia. Além disso, há co-
cas universidades seguiram o exemplo e
munidades novas que também acolheram
integraram a reflexão sobre a diaconia na
a designação.1
teologia sistemática (Mainz7, Alemanha, e
O metodismo favoreceu até a década Berna8, Suíça), normalmente, com uma
setenta, em vez do modelo da diaconia, interface para uma teologia pública9 (BE-
o modelo de stewardship.2 Paralelamente, DFORD-STROHM, 2007) e com sensibilida-
estabelece-se a partir de 1922 a expres- de para o tema da pessoa com deficiência
são serviço social (RENDERS, 2003: 55. (BACH, 200610). Em geral, porém, o tema
60) a qual, mais recentemente, cedeu lu- ficou vinculado com a teologia pastoral.
gar à “ação social”.3 Na expressão meto- Schäfer, de Heidelberg, resume:
dista brasileira, o serviço – ou a diaconia
– ganha a partir de 1922, graças ao Credo A relação entre teologia universitária e
Social, uma dimensão pública. Entretanto, diaconia foi, em grande parte, carac-
terizada por uma indiferença mútua. A
houve, recentemente, uma discussão so- missão (do interior) se desenvolveu em
bre o diaconato como segundo ministério
ao lado do ministério presbiterial, parecido
com o modelo luterano ou presbiteriano (Cf. CUMMING, 2005).
(HARTLEY, 2000; CRAIN, 2001; NEVILLE, 5
Cf. Caritaswissenschaft. Disponível em: < http://
www.caritaswissenschaft.uni-freiburg.de/cw >. Aces-
2002; IGREJA METODISTA, 2004).4 so em: 20/08/2008; Cf. Katholische Fachholschule
Mainz onde o tema da diaconia é integrada na teologia
sistemática de Herbert Frohnhofen. Disponível em: <
http://www.theologie-systematisch.de/diakonie .htm
1
Cf. a página COMUNIDADE EVANGÉLICA LEÃO DE >.Acesso em: 20/08/2008.
JUDÁ. Disponível em: < http://www.leaodejuda.org. 6
Diakoniewissenschaftliches Institut. Disponível em:
br/ministerios/ >. Acesso em: 20/08/2008. < http://www.dwi.uni-heidelberg.de/ >. Acesso em:
2
A compreensão metodista segue o modelo da stewar- 20/08/2008.
dship. Os stewards, no Brasil traduzido por ecônomos, 7
Cf. < http://www.theologie-systematisch.de/ >. Aces-
cuidavam em nome e com a comunidade dos pobres so em: 20/08/2008.
[da diaconia] e dos imóveis etc. 8
A teologia sistemática abrange em Berna a dogmática,
3
Representa esta designação também uma vinculação a ética, a filosofia e a diaconia. Cf. < http://www.theol.
maior da diaconia com o envio da igreja (Sendung) e unibe.ch/ist/index.html >. Acesso em: 20/08/2008.
a ética social? Cf. o caso das pastorais escolares nas 9
Dr. Rudolf von Sinner, teólogo reformado, atuando
escolas metodistas no Brasil que não criaram comu- na EST, RS, é envolvido em Berna numa pesquisa
nidades estudantis, mas, servem na instituição como sobre a teologia pública no Brasil Cf. < http://www.
fermento na massa (Cf. também “Igreja para os ou- theol.unibe.ch/ist/forschunget.html >. Acesso em:
tros” do CMI na base de Dietrich Bonhoeffer). Já o 20/08/2008.
programa de Dons e Ministérios favorece a igreja local 10
Ulrich Bach, pioneiro desta área, contribuiu para o
como principal referência diaconal (Sammlung). livro de Moltmann sobre a diaconia. A sua “teologia
4
Além disso, houve depois de 1967 também uma re- depois de Hadamar” de 2006 corresponde à teologia
novação do ministério dos diáconos na Igreja Católica depois de Auschwitz de J. Moltmann [E. Lévinas].

56 Helmut RENDERS, Diaconia no horizonte do reino de Deus


oposição à teologia acadêmica. A teo- flitos do cotidiano (Moltmann, 1971b), O
logia científica mais nova, em grande que é o ser humano (Moltmann, 1975b),
parte, acabou esquecendo a diaconia.
(SCHÄFER, 2005: 92) Dignidade humana, direito e liberdade
(Moltmann, 1979a) e Direito de trabalhar,
Esta afirmação de 2005 torna eviden- sentido do trabalho (Moltmann, 1979b).
te porque o livro de Moltmann, ainda em Os últimos dois livros já refletiram o
1984, era visto como uma obra pioneira impacto da recessão econômica mundial
e “um sinal de esperança” (MOLTMANN, da época. No Brasil, este momento evi-
1984: 11). denciou o fracasso da política econômica
da ditadura militar que, por sua vez, abriu
a porto para o processo da redemocrati-
2. O tema da diaconia zação, cenário respondido pela Igreja Me-
na obra de Moltmann todista pelo Plano para a Vida e a Missão
da Igreja (1982). Na Alemanha procurava-
... A sociedade industrial jamais se responder, eclesiasticamente, em nível
promoveu a liberdade e igualdade, ecumênico, pelo já citado ano de diaconia
mas criou uma nova sociedade de segregação.
[...] Diaconia não é tratamento de ferimentos e de 1983. Ainda em 1984, Moltmann pu-
compensação social, blicaria o texto Teologia política, ética po-
mas, antecipação da nova vida, da nova comu-
lítica (Moltmann, 1984b). A relação entre
nhão e do mundo livre.
sociedade industrial, estado social e diaco-
MOLTMANN, 1984: 18 e 20
nia ia ser apresentada brevemente no livro
O livro respondia ao “ano da diaconia” sobre a diaconia no capítulo “A respeito da
das igrejas cristãs na Alemanha de 1983, compreensão teológica da tarefa diaco-
data do qüingentésimo ano do nascimen- nal hoje” (MOLTMANN, 1984: 16-21). Em
to de Lutero e do centésimo septuagési- tudo transparece a proposta de Moltmann
mo quinto ano de nascimento de Wilhelm de investigar a teologia diaconal a partir
Löhe e Johann Hinrich Wichern, dois pio- de uma teologia pública.
neiros da diaconia institucional (Moltmann,
1984: 7-8). Mais uma vez, Moltmann rea-
gia a um desafio concreto para iluminar a 3. Diaconia no horizonte
práxis da igreja. do Reino de Deus:
Nesta data Moltmann já tinha publi- sete teses guias
cado obras como a Teologia da Esperan-
ça (Moltmann, 1964), O Deus crucifica-
A referência ao “horizonte do Reino de
do (Moltmann, 1972), Igreja na força do
Deus” no título relaciona o ensaio com a
Espírito (Moltmann, 1975a) e Trindade e
sua eclesiologia (MOLTMANN, 1975: [IV]
Reino de Deus (Moltmann, 1980). Em te-
153-221) e sua doutrina de Deus (MOLT-
mas antropológicos, concentraram-se Os
MANN, 1980: [VI] 207-293). “A Igreja do
primeiros libertos da criação (Moltmann,
Reino de Deus” é a Igreja que, no meio dos
1971a), citando uma frase de Herder,11
processos da vida, resiste e antecipa, mas
Ser Humano: antropologia cristã nos con-
nunca se confunde com o Reino. Já no se-
gundo livro, Moltmann investiga a relação
11
Uma frase na introdução chama a nossa atenção:
“Os Ensaios que seguem têm por desígnio restaurar, entre a Trindade e a liberdade do Reino.
contra a pretensão totalitária da ética, a alegria da
estética. Nasceram os mesmos Ensaios de inúmeras Na sua eclesiologia, Moltmann descre-
discussões [...] desde o começo de contestação estu- ve a diaconia como parte constitutiva da
dantil de 1967”. (p.9-10). Este comentário se dirige à
teologia da revolução não à teologia da libertação. práxis da Igreja:

Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 57


1º. A tarefa do anúncio do evangelho, Moltmann pretende reconciliar aqui a
2º. a tarefa de batizar e celebrar a Ceia tensão entre as preferências escatológi-
do Senhor, 3º. a tarefa de liderar as as-
sembléias da comunidade, 4º. a tarefa cas do mundo anglo-saxão e alemãs (tan-
da diaconia. A comunidade necessita to da teologia luterana como da teologia
para isso de pregadores, presbíteros reformada), designada por ele de confli-
e diáconos. [...] A tarefa da diaconia
na comunidade e a favor da sociedade
to “entre a teologia do Reino de Deus e
pode, segundo as circunstâncias, ser a teologia da cruz, emancipação e diaco-
especificado. Mas a Igreja não pode nia, transformação do mundo e serviço no
responder ao seu envio de forma ade-
mundo” (Moltmann, 1984a: 23).
quada sem a proclamação do evange-
lho, sem o batismo e a ceia do Senhor, Concordamos com Moltmann que esta
sem a assembléia e a diaconia. (MOLT-
tensão marca a discussão e acrescenta-
MANN, 1980: [VI.2.4] 334) (negrito
pelo autor) mos que ela se repete – dentro do próprio
mundo anglo-saxão e de muitas igrejas da
Classicamente, constitui-se a Igreja na missão – nas leituras escatológicas espe-
perspectiva protestante, como comunhão rançosas (pós-milenaristas) do movimen-
dos fiéis pelo anúncio da palavra e a ad- to do evangelho social e a compreensão de
ministração dos sacramentos. A inclusão uma total decadência do processo históri-
da diaconia representa, então, um avanço. co pelos pré-milenaristas. Em Moltmann,
Com isso Moltmann desafia uma fragmen- a reconciliação “escatológica” ganha a sua
tação das atuais igrejas: consistência na memória da pessoa do
próprio Cristo, sendo ele tanto o crucifica-
Como a comunidade mesma é o povo
do como proclamador e proclamação em
messiânico, vocacionado por Cristo, há
[coisas] “essenciais”, ou seja, tarefas pessoa do Reino de Deus.
necessárias [...] Há outras comunida-
Ao lado da questão da coerência entre
des cristãs, que consideram como es-
sencial a oração comunitária, ou a cura as escatologias e a cristologia, Moltmann
dos enfermos, ou a diaconia e que se reflete sobre o seu impacto na antropo-
reúnem ao redor destas atividades. logia. Segundo ele, o evangelho de Jesus
(MOLTMANN, 1980: [VI.2.4] 333) (ne-
grito pelo autor) Cristo é anúncio da soberania de Deus
e da liberdade humana. Onde Deus se
Diaconia não pode ser vista como um torna rei, ele liberta o ser humano para
aspecto específico de certo tipo de comu- sua própria liberdade. Aqui, Moltmann
nidade cristã em distinção, por exemplo, desafia qualquer teologia que, em nome
de comunidades que enfatizam a cura ou de Deus, anula o papel do ser humano na
a intercessão. história ou que perde Deus de vista na
descoberta do ser humano. Positivamen-
Sete anos depois encontramos no livro
te dito, abre-se aqui uma perspectiva de
A Diaconia no horizonte do Reino (sete fra-
ses guias (Leitsätze) que discutem a diaco- entender a diaconia como participação
nia na luz da escatologia, cristologia, dou- humana na Missio Dei, sempre a critério
trina de Deus, soteriologia e antropologia: do Reino de Deus.
A teologia metodista chama o papel do
Frase guia 1: Diaconia no horizonte do
Reino é diaconia no seguimento do cru- ser humano nos processos da libertação,
cificado – e em nenhum outro nome! ser envolvido, sinergeticamente, enten-
Mas – diaconia como seguimento do
dido como uma atitude nem meramente
crucificado é diaconia no horizonte do
Reino de Deus que está se iniciando passiva, nem isoladamente ativa. O ser
– e em nenhum outro horizonte. (Molt- humano como ecônomo (steward) corres-
mann, 1984a: 22)

58 Helmut RENDERS, Diaconia no horizonte do reino de Deus


ponde à ação da trindade econômica.12 O diaconal, e reflete-se sobre a necessária
metodista Meeks faz disso o centro da sua libertação do/a “diácono/a” para a tarefa
doutrina de Deus com ampla referência a da diaconia (no sentido da autonegação,
Moltmann (MEEKS, 1989: 186-187, 200, seguindo o exemplo do caminho da cruz).
206-208, 213-214, 217-218, 222)13 Outra Este acento da “libertação para”, ao lado
aproximação é a reinterpretação da sote- da “libertação de”, é um diferencial de
riologia como soteriologia social a partir dos Moltmann que transpasse em toda a sua
seus aspectos comunitário (no nível eclesi- teologia [da cruz]. Os/As primeiros/as li-
ástico), sinergético e público como plena- bertos/as da criação estão livres para li-
mente entrelaçados (RENDERS, 2006). bertar e nesta dinâmica acontece o Reino
de Deus no reconhecimento e seguimento
Frase guia 2: Reconhecemos o Reino de
de Jesus Cristo.
Deus em Jesus, quando reconhecemos
a sua missão e deixamos que ela tenha Este acento encontra hoje talvez mais
efeito sobre nós, quando escutamos o compreensão do que vinte anos atrás por-
chamado da liberdade e fazemos aquelas
que hoje em dia o “entusiasmo liberal” ce-
obras com as quais o futuro de Deus se
inicia conosco. (Moltmann, 1984a: 25) deu espaço a um entusiasmo apocalíptico.
A tarefa de providenciar uma terapia inte-
Continua a fundamentação cristológica gral – inclusive a dimensão da necessária
da diaconia. “O Reino começa neste mun- transformação da sociedade – foi substi-
do com Jesus em meio aos pobres, doen- tuída pela promessa de uma cura plena
tes e abandonados. [...] Enquanto estão e imediata de todos os males, físicos ou
bem-aventurados, não possam ser `obje- econômicos (teologia da prosperidade)
tos´ da benevolência [...] cristã.” A sepa- que, aparentemente, ausenta todos/as do
ração entre “tempo e eternidade, ação e caminho da cruz.
palavra, Estado e Igreja, razão e fé” es- Frase guia 3: A diaconia no horizonte
piritualiza a fé. Esta “desastrosa divisão” do Reino de Deus é [...] abrangente e
esvazia a soteriologia. uma diaconia integral. Em outro caso
não seria coerente ao [único] Reino e
Aqui Moltmann descreve Jesus, o diá- ao [único] criador. Diaconia integral são
cono, em relação ao mundo ao seu redor ações terapêuticas [heilvolles Handeln]
e aos grupos sociais no seu meio. Diaco- visando todas as perturbações insanas
nia é seguimento, primeiro, no sentido de [heillose Störungen] do ser humano.
Ela trabalha a favor da superação e
uma atitude que transparece em tudo, se-
eliminação das barreiras no ser huma-
gundo, em atos públicos concretos a favor no, entre os seres humanos, entre os
dos/as mais necessitados/as. Moltmann seres humanos e Deus. A diaconia no
traz aqui três aspectos importantes. trans- horizonte do Reino é serviço realista da
parece aqui uma opção Jesuína preferen- reconciliação (2Co 5.18): todo separado
se reencontra – há paz no meio do tu-
cial aos pobres como exemplo para a igre- multo. (Moltmann, 1984a: 28)
ja; os pobres são considerados sujeitos
da história e não objetos da benevolência Não há, somente, um sofrimento do ser
humano causado por terceiros (pessoas
12
Cf. a tradução de Ef. 3.2 [Òοικονομìιαν τÞης χìαριστος ou um destino cego) sendo ele superável
τοÞυ θεοÞυ]. Nas traduções alemãs prefere-se “Amt”
ou ministério humano, ou seja, prevalece uma pers-
ou não, mas também existe um sofrimen-
pectiva institucional. No português, como no inglês, to causado pelo ser humano. Acompanhe,
usa-se “dispensação da graça de Deus” – que abriu
toda discussão dispensacionalista e milenarista. Wes-
primeiro, no aspecto diaconal a vontade
ley comenta nas Notas do NT: “Isso é a comissão de de entender e assumir a sua própria res-
dispensar o evangelho da graça”. Mas, repare que
Wesley traduz διαìκονος em Ef 3.7 por “ministro”.
ponsabilidade nas estruturas opressoras
13
Esta relação não aparece na edição das palestras do mundo. Segundo, trata-se da força de
proferidas no Brasil sobre o mesmo tema (MEEKS,
2001). encontrar na fraqueza do outro – e, espe-

Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 59


cialmente, no crucificado - a sua própria senvolveu uma dimensão público-diaconal
fragilidade. Os dois se fortalecem na com- no sentido literal da palavra somente pela
binação entre oração e fidelidade à terra, integração do movimento do evangelho so-
contemplação e luta, piedade transcen- cial – o que culminou no Credo Social.
dental e solidária (cf. MOLTMANN, 1979c e
Frase guia 4: Diaconia debaixo da cruz
MOLTMANN, 75: [V.6.4] 309-315).
significa conviver no sofrimento, aceitar
Integralidade e realismo como marcas o sofrimento, assumir o sofrimento. Ela
da diaconia no horizonte do Reino de Deus envolve a morte diária do seu eu en-
frentando o seu medo. A diaconia de-
partem da compreensão do ser humano
baixo da cruz acontece, por causa disso,
como um ser social que está sempre em na presença e na força do ressurreto.
relação consigo mesmo, com os outros se- Somente a esperança da ressurreição
res humanos, com toda a criação e com faz aceitar o amor desinteressado e a
Deus. A esta relacionalidade correspon- morte. (Moltmann, 1984a: 32)

de a Igreja de Jesus Cristo como igreja


missionária, ecumênica e política (MOLT- A diaconia é vista como existência de-
MANN, 1975: [I.1-4] 15-32). baixo da cruz. Somente lá se ganha uma
perspectiva capaz de “conviver no sofri-
Também serve como alerta que a atual
mento” e “aceitar o amor desinteressado”.
distinção popular no metodismo brasileiro
Para Moltmann não existe avanço diaconal
entre obras da piedade e da misericórdia
sem vitória sobre si mesmo. Nessa refle-
não preserva mais a sua intenção original.
xão sobre uma igreja “a serviço” está au-
Em John Wesley – como em toda tradição
sente qualquer romantismo social ou en-
cristã anterior – as obras da misericórdia
tusiasmo transformador. Uma comunidade
ou da caridade descreviam o cuidado com
“a serviço” ou “diaconal” não nasce nem
a pessoa humana na sua integralidade e
prevalece sem a aceitação da cruz.
atendiam o ser humano em relação a si,
ao outro (a humanidade) e a Deus, ou Precisamos hoje prolongar esta linha
seja, a seu corpo e a sua alma (WESLEY, também na direção da teologia da criação.
1981: 548). A diaconia não deve partir da concepção
da infinitude dos recursos e simplesmente
Nessa perspectiva, ser diaconal não
criar acessos para os/as ainda excluídos/
descreve somente a promoção da sanida-
as, por exemplo, do mercado do trabalho,
de físico-psicológica. Veja, por exemplo, o
como símbolo do acesso àquilo que sus-
símbolo das diaconisas metodistas alemãs.
tenta a vida. Diferentemente, a diaconia
cristã na tradição do crucificado pretende
criar uma nova mentalidade. Somente a
partilha justa e o amor desinteressado
respondem ao fato da finitude dos recur-
sos ecológicos e da vida em geral. Uma
teologia pública diaconal ajudará a supe-
rar a mentalidade da diaconia como oficina
de concerto que simplesmente mantém o
sistema funcionando. Uma Igreja diaconal
Aqui se constrói a diaconia, simbolica- “não compensa” mas “renova” (MOLT-
mente, ao redor da promoção de fé (cruz) MANN, 1984a: 18-20).
esperança (âncora) e amor (coração). Nes- O lema “Igreja Metodista, comunidade
ta tradição, o seguimento do crucificado, a missionária a serviço do povo” (negrito
esperança da vida renovada e o amor como pelo autor) – criado mais ou menos na
expressão das duas estão, simbolicamente, mesma época do livro de Moltmann – pro-
relacionados. Entretanto, o metodismo de-

60 Helmut RENDERS, Diaconia no horizonte do reino de Deus


jeta a eclesiologia metodista brasileira MANN, 1975: [VII.5] 383). Podemos dizer
como, essencialmente, diaconal! Isso está que a sua reflexão sobre a teologia diaco-
em grande proximidade com a proposta nal era um passo para ele redimensionar a
de Moltmann. Moltmann, entretanto, alega sua eclesiologia. Por essa presença e força
que sua conseqüente realização não será transformadora, a comunidade começa se
possível sem uma teologia da cruz rela- tornar um espaço terapêutico e diaconal.
cionada com uma teologia da esperança. Essencial neste processo é a ênfa-
Seria de suma importância interpretar o se espiritual e seu subjacente imaginário
tomar da própria cruz não somente como da relação entre o mundo e o indivíduo.
esforço de se movimentar e participar de Uma espiritualidade, predominantemente
forma eficaz na missão, mas de pensar intimista, parece hoje mais representar a
melhor a missão em si e a igreja e socie- interiorização do crescente isolamento do
dade que ela pretende gerar. A teologia da ser humano. Assim, não fornece recursos
glória não constrói uma igreja nem projeta para interagir com o mundo e é capaz de
uma sociedade na qual os alertas e con- assumir o seu papel na criação como pri-
tribuições da teologia diaconal são consi- meiro libertos ou livres.
deradas. Sem ela, a finitude dos recursos
e a fragilidade – e finitude – da vida não Frase guia 6: Diaconia acontece em e
pela comunhão terapêutica [heilende
são respondidas da forma realista, justa e
Gemeinschaft]. A comunhão aberta
misericordiosa. Faz parte desta responsa- cura os sofrimentos sociais do isola-
bilidade pensar nas gerações após a nos- mento, desprezo e da alienação e tor-
sa: “Deus, oramos por aqueles que virão na-se, desta forma, a precondição para
depois de nós. [...] Lembramos, com es- a cura ou a diminuição do sofrimento
físico. (Moltmann, 1984a: 38)
panto, que eles viverão no mundo que nos
estamos construindo para eles.” (RAUS-
Na perspectiva de Moltmann, a tera-
CHENBUSCH, 1910, p. 109)
pia requer o outro e o extra nos. Primeiro,
Frase guia 5: A diaconia específica entre pela vinda de Deus e por meio da sua gra-
pessoas enfermas tem as suas raízes na ça infinita. Segundo, por uma Igreja reno-
comunidade diaconal14 (diakonische Ge-
vada que investe nas relações humanas,
meinde). O diaconato específico se baseia
no diaconato universal15 [Diakonat aller na base de respeito e do envolvimento
Gläubigen]. (Moltmann, 1984a: 33-34) com outro. Assim, pode-se preservar ou
restabelecer sanus e salus. Além disso,
Diaconia acontece por meio da comu- serão ambientes desta qualidade prova-
nhão humana e divino-humana. Precisa- velmente os únicos em quais nos percebe-
se inverter o isolamento dos membros da remos na profundidade a ausência da vida
igreja local – imposta sobre eles e toda a no sentido qualitativo! É a antecipação do
humanidade como efeito colateral das pre- Reino que nos faz desconfiar e abandonar
missas da sociedade industrial – para criar as propostas alternativas. A clássica so-
uma comunidade diaconal. ciedade industrial – em 1984 já na pro-
Moltmann introduz aqui um tema que funda crise – e a sociedade “pós-colonial”
na edição original da sua eclesiologia já ti- ou globalizada criou e está continuamente
nha sido mencionado (MOLTMANN, 1975: oferecendo muitos mecanismos para que
352-362), mas segundo seu posfácio de nós confundamos viver com consumir, sa-
1989, não suficientemente: a necessidade ber com informar, participar com assistir,
de ser Igreja do povo e com o povo (MOLT- curar com narcotizar ou medicamentar.
Tudo isso pode ser feito sozinho. Quando
as comunidades do reino são diaconais,
14
A comunidade do serviço mútuo. percebe-se que a economia global jamais
15
Ou “de todos os/as fiéis”.

Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 61


será diaconal. Quando as comunidades se igreja local e a criação de comunidades
tornam parte da economia do mercado diaconais na sociedade. (Moltmann,
1984a: 38)
global, oferecendo um bem religioso, não
sentimos diferença nenhuma nem neces-
Na consulta da literatura sobre o a re-
sidade de algo diferente.
percussão do livro ressalta-se, com fre-
Entretanto, ao lado do “extra nos”, qüência, a sua abertura para uma nova
ao lado da ênfase na primazia da graça ênfase na diaconia como parte integral da
como geradora e renovadora de toda vida, comunidade ou igreja local (SCHWARZ,
a igreja diaconal ensina também o “por- [2008?]). Por outro lado, Moltmann é lem-
meio-de-nós”. A Igreja diaconal é comuni- brado pela sua aproximação da diaconia
dade de contraste em relação à sociedade, à teologia política (SCHMIDT, 2007, 476).
mas, não por ou para se manter longe dos Em ambas as apreciações, reflete-se uma
seus desafios! Pelo contrário, por ser dia- situação muito especifica do contexto ale-
conal, ela se torna uma oficina ou um labo- mão. Por um lado, observa-se já desde o
ratório da releitura das estruturas do velho século XVII16 e, especialmente, no século
éon e suas sempre novas vestimentas. A XIX17 um forte acento na diaconia institu-
sua essência diaconal faz que a igreja não cional como empreendimento filantrópico
separe a teoria – a observação, releitura em resposta à falta de integração da dia-
e investigação séria daquela “realidade” conia em nível de igreja local ou da co-
construída por nós – da prática – a busca munidade desde a época da reforma. Por
de contribuir para a transformação da so- outro lado e ao mesmo tempo, há nos pa-
ciedade, das suas instituições, economias, íses protestantes a tendência de respon-
políticas, ideologias, relações sociais e sabilizar, predominantemente, o Estado
seus horizontes da esperança. O horizonte por cuidar da população (estado social).
do reino da comunidade diaconal desafia Nessa visão, pertence à Igreja, em relação
qualquer compreensão autônoma da rea- à demanda diaconal, predominantemente,
lidade como sendo uma entidade própria uma atitude profética e educativa a favor
que governa de forma absoluta sobre as da cidadania.
vidas de todos/as. De certo modo, o ho-
Acreditamos que justamente nesta in-
rizonte do reino se faz “irrealista”, para
terface entre a existência diaconal da co-
muitos, sinônimo de loucura. A busca da
munidade do Reino e a Igreja como pro-
construção de um mundo diferente pela
motora de uma sociedade (sempre mais)
comunidade diaconal, entretanto, reduz
diaconal ou social, por meio da teologia
a realidade ao que ela é: uma contínua
pública, a contribuição de Moltmann me-
construção humana. E a comunidade pre-
rece ser ouvida pelo protestantismo lati-
cisa desconstruir imaginários e símbolos
no-americano de hoje. O mero princípio
que não tomam a realidade séria em rela-
da delegação da responsabilidade, seja
ção ao seu caráter “penúltimo”. A descons-
pelas instituições diaconais – como o caso
trução diaconal rejeita tanto a deificação
do contexto alemão – ou pelos programas
como a diabolização da realidade. A cons-
trução diaconal projeta o caráter humano
da realidade e desafia qualquer aspecto
16
August Hermann Francke (1663-1727, Fundação de
desumano na perspectiva do Reino. Franke, Halle).
17
Wilhelm Löhe (1808-1872; Neudetelsau); Johann
Frase guia 7: A diaconia institucional Heinrich Wichern (1808-1871, Prisão de reforma Moa-
precisa resistir ao princípio da delega- bit, Berlim e Rauhes Haus, Hamburgo), Gustav Werner,
1809-1887, Reutlingen), Friedrich von Bodelschwingh
ção, por meio do qual uma sociedade (1831-1910, Instituições de Bethel, Bielefeld). Irman-
insana exclui os seus adoecidos e as dades de diaconisas protestantes: Início em 1836 por
suas vítimas. A tarefa mais importante Theodor Fliedner (1800-1864, Kaiserswerth), depois
é hoje o fortalecimento da diaconia na muitas fundações, inclusive, na Igreja Metodista e Ba-
tista na Alemanha.

62 Helmut RENDERS, Diaconia no horizonte do reino de Deus


ou boards – o caminho metodista – não é a doutrina da criação (MOLTMANN, 1985),
o “caminho do Reino”. Moltmann observa a pneumatologia (MOLTMANN, 1991) e a
que a separação entre diaconia e institui- escatologia (MOLTMANN, 1995), o tema
ções da diaconia criou uma “...`diaconia da diaconia ou de uma teologia diaconal
para as comunidades´, mas não se esta- não aparecem, tampouco o tema da cruz.
beleceu uma `diaconia da comunidade´. O mais próximo disso são ainda os capítu-
A comunidade se torna objeto passivo da los “Nova vitalidade: vida contra a morte”
diaconia, em vez de ser seu sujeito ati- e a discussão conjunta sobre a justificação
vo. A diaconia institucional professional...” e a justiça na sua pneumatologia, na qual
, em conseqüência, acaba sofrendo pelo também o tema da eclesiologia retorna.
permanente questionamento do seu cará- Aqui prevalece o aspecto da comunhão do
ter cristão (MOLTMANN, 1984: 37). Para Espírito. Mas, ao lado da koinoia, não apa-
Moltmann, estão relacionados a “desdia- rece mais a diakonia, tampouco o aspecto
conização” da comunidade e o questiona- institucional da igreja visível (MOLTMANN,
mento da diaconia institucional em relação 1991: [II.IV.4 / II.VI.1-5 / III] 87-100;
ao seu caráter cristão justamente por falta 122-140; 207-259).
do envolvimento da comunidade. Por cau- Tanto a supervalorização como o esque-
sa disso, ele enfatiza tanto a importância cimento do aspecto institucional da igreja
da comunidade diaconal ao lado da diaco- visível, porém, descaracterizam a diaconia
nia eclesiástica e da teologia pública. cristã. Esse não foi o caso do livrinho de
Que os programas sociais na igreja são 1984. Nesse sentido, aguardam algumas
questionados, exatamente, por aqueles das esperanças, formuladas no ano 1984,
que não se envolvem neles é observado ainda a sua resposta. À diaconia no ho-
entre nós. O aprofundamento deste ques- rizonte do Reino corresponderiam a uma
tionamento por Moltmann, porém, não é vinda de Deus e a uma doutrina ecológica
percebido. Diaconia sem comunidade não da criação no horizonte das intuições da
representa a plenitude do Reino. A simples teologia diaconal. Quais seriam, então, as
delegação da responsabilidade para as ins- características, de uma doutrina de Deus,
tituições do Estado não representa a atitu- cristologia, pneumatologia, soteriologia,
de do Reino. Isso não impede a colaboração antropologia, doutrina da criação e esca-
com, nem o reconhecimento de importan- tologia diaconal?
tes contribuições das instituições sociais do
Talvez seja aqui o método teológico de
Estado para o bem estar da população.
John Wesley um interessante parceiro para
Imaginamos, então, um lar de idosos, o diálogo. Wesley fez uma releitura da dou-
um hospital, um orfanato, um restaurante trina de Deus, cristologia, pneumatologia,
popular sem, ou, com um envolvimento da
soteriologia e antropologia a partir da sua
comunidade local. Além do já dito, o envol-
soteriologia social. Pelas circunstâncias da
vimento traz benefícios também para a co-
vida das massas empobrecidas, ele é leva-
munidade. Ela enxerga melhor os desafios
do pela convivência a construir, praticar e
e condições da vida e leva isso também
propor uma eclesiologia soteriológica que
para seus cultos e seus planejamentos.
integra o aspecto comunitário, o aspecto
A diaconia, além disso, pode também sinergético (divino-humano) e o aspecto
iluminar a teologia sistemática. Pergun- público da fé. (RENDERS, 2006: 8, 206)
tamos: Onde Moltmann, depois de 1984,
Faz agora 100 anos que o Credo Social
continua o dialogo? A sua ênfase na paixão
e 25 anos que o livro Diaconia no hori-
de Deus (MOLTMANN, 1980: [II] 36-76),
zonte do Reino e o Plano para a Vida e a
anterior ao llivro sobre a diaconia , combi-
missão da Igreja Metodista foram lança-
na bem. Nos três livros posteriores, porém,
dos. Será que a Igreja Metodista no Brasil

Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 63


e as outras igrejas da tradição wesleyana Tradução de Werner Fuchs. São
realmente avançaram na direção de uma Leopoldo, RS: Sinodal, 2003. 304 p.
existência “a serviço do povo”, ou melhor, MEEKS, M. Douglas. God the economist:
“lado ao lado com o povo”, de uma com- the doctrine of God and political
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preensão dinâmica da teologia diaconal ou
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de uma teologia da diaconia?
MEEKS, M. Douglas. Economia global e
Acreditamos que a realização de uma economia de Deus. São Bernardo
diaconia no horizonte do Reino continua do Campo, SP: Editeo, 2001.
ainda na mesa. E isso, não por último, MOLTMANN, Jürgen. Der gekreuzigte
porque o Reino, sem horizonte diaconal, Gott: das Kreuz Christi als Grund
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des Reiches Gottes? Schritte zum
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Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 65

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