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Reflexão sobre o filme “Little Miss Sunshine - Uma família à beira de

um ataque de nervos”

Little Miss Sunshine - Uma família à beira de um ataque de nervos (2006)

Imdb.com ®

“Let our imagination guide us and never cease to follow it, for if we do, we grow up and the

child inside us is no more.”

Ivan

Turgueniev

O filme “Little Miss Sunshine” (Jonathan Dayton e Valerie Faris) – Uma família

à beira de um ataque de nervos de 2006 é uma tragicocomédia que conta a história de

uma família que percorre o caminho do Novo México até a Califórnia numa Kombi

amarela, para levar a pequena Olive a um concurso de beleza: "Little Miss Sunshine". A

narrativa acontece neste género de filme de estrada (road movie), um estilo próprio em

que os realizadores norte-americanos são especialistas. Este filme na 79ª edição dos

Óscares 2007 ganhou os prémios de Melhor Actor Secundário: Alan Arkin e Melhor
Argumento Original. Os protagonistas são os membros da família Hoover, que moram

no Novo México. Richard (Greg Kinnear) é o pai, faz palestras sobre a motivação e está

a tentar vender o seu programa de auto-ajuda chamado os 9 Passos, que promete

transformar qualquer pessoa num vencedor. Sheryl (Toni Collette) é a mãe, que trabalha

fora, exerce as funções domésticas em casa e acaba por servir de inter-mediadora do

resto dos membros da família, valoriza a sinceridade acima de tudo e serve como ponto

de coesão entre todos. Os seus filhos são o Dawyne (Paul Dano) e a Olive (Abigail

Breslin). Dawyne resolveu fazer um voto de silêncio até conseguir entrar para a Força

Aérea: não fala há 8 meses e segue a filosofia de Friedrich Nietzsche. Olive é uma

menina de 9 anos que sonha em se tornar Miss. Frank (Steve Carrell) é o irmão de

Sheryl, um professor universitário que se identifica como o maior entendido sobre a

vida do escritor Marcel Proust e que recentemente tentou o suicídio. O último membro

da família é Edwin (Alan Arkin), o pai de Richard. Um senhor que foi expulso do asilo

por ser viciado em heroína e ensaia todos os dias a neta para o concurso. Durante um

jantar em que a situação familiar é pouco estável, com cada membro da família com as

suas peculiares diferenças e problemas, surge um telefonema para convidar a Olive a

participar no concurso de beleza “Little Miss Sunshine”, já que a outra rapariga que

tinha ficado em primeiro lugar desistiu devido a uma dieta rigorosa que lhe tinha

causados transtornos. Durante este jantar discute-se os problemas de todos os membros

da família, principalmente do tio Frank que acaba de chegar do hospital psiquiátrico;

Olive quer saber como é que ele se tentou suicidar (pois reparou nos pulsos ligados) e

depois em torno desta questão gera-se uma confusão e um agravamento da crise familiar

já instaurada. Depois de terem recebido o telefonema vem novamente uma zaragata em

torno de quem iria ou não ir para a Califórnia. Assim, Sheryl precisa de levar o irmão

Frank, pois tem medo que ele se tente suicidar de novo. O avô Edwin também quer ir,
pois desenvolveu a coreografia que Olive mostrará no concurso. Mas como o carro de

Sheryl é muito pequeno e desconfortável para a viagem, a única solução é usar a velha

Kombi amarela do Richard. Sobra então Dawyne, que por ser adolescente não pode

ficar sozinho em casa. Resultado: a família acaba toda por ir na tentativa de realizar o

sonho de Olive. O restante do filme é passado na estrada, na tentativa de chegar ao

concurso a tempo. Nessa viagem de três dias entre o Novo México e a Califórnia, a

família passa por diversos momentos de alegria, tristeza e descobertas.

Neste filme, o acanhado espaço da carrinha exige o confronto de uma família,

expondo os seus problemas e inseguranças, mas também o entendimento e aproximação

que se geram em torno do inocente sonho de Olive, que cresceu a ver concursos de

Miss’s (a pressão da imagem mediática é extremamente forte na cena do restaurante em

que Richard atribui um pesado sentimento de culpa a Olive por ela querer comer um

gelado). “Little Miss Sunshine” é um filme que fala da importância de vencer numa

sociedade que exige, por vezes, o impossível e onde se esquece que ser mais não é o

mesmo que ser melhor.

Todo o filme faz um elogio à desconstrução, como o exemplo da desconstrução

do conceito de concurso de beleza. A partir do momento da actuação da Olive, a sua

entrada em palco e a forma de se exprimir relativamente ás outras concorrentes é de

forma marcante e inesperada para todos. O filme retrata o conceito da família de 3

gerações que engloba a geração idosa, a intermédia e a mais jovem. No caso deste filme

havia uma forte ligação entre o avô e a neta, do que mais propriamente a filha com os

próprios pais. Apresenta-nos uma família disfuncional e stressada. Fala-nos do sonho

americano mas apresenta-nos um conjunto de mal sucedidos. Acompanha uma viagem

pela América mas dentro de uma carrinha Volkswagen que só pega quando a

empurram.
Em suma, “Little Miss Sunshine” é um filme sobre a importância, a função e o valor da

família. Um filme que observa uma família excêntrica e aparentemente improvável, mas

que revela ter muito de normal. Integrados na cultura americana do sucesso, sofrendo a

pressão do seus próprios insucessos, a família Hoover vive à beira do desespero e da

confusão como família, chocam, discutem, detestam-se, mas acabam por se encontrar

uns nos outros, o apoio para lidar com a incerteza da vida.

Gostei muito de ver este filme. Acho que é um filme actual, que aborda

temáticas de grande ímpeto e profundidade artísticas. É um filme que envolvendo

drogas, morte, tem a capacidade de nos divertir, é hilariante, intenso, divertido e com

um excelente e original argumento. Aborda de forma humorista e em certa parte

“ridícula”, as relações familiares e as suas crises. Com diálogos extremamente

trabalhados mas ao mesmo tempo tão simples e objectivos. Com sarcasmo e absurdo,

“Little Miss Sunshine” condena a abusiva cultura dos resultados, a par da obscenidade

dos concursos de beleza infantis. E apesar da constante alternância de tom, este filme

mantém a sua segurança e consistência, nunca deixando que a seriedade se perca na

comédia. “Usando e despertando fortes emoções, “Little Miss Sunshine” é um filme

espectacular sobre as coisas que fazemos pelas pessoas que amamos, mesmo quando

essas pessoas dão connosco em doidos”.

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