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FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CURITIBA

SENAI – CIETEP – SINDUSCON/PR


MELINA ZACHARIAS

RACIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO EM CANTEIROS DE EDIFICIOS PELA

OTIMIZAÇÃO DA LOGISTICA COM A UTILIZAÇÃO DE GRUAS

Projeto de Pesquisa apresentado, como requisito


parcial à obtenção ao Pós-Graduado em Gestão de
Obras de Edificações da Faculdade de Tecnologia
SENAI Curitiba / parceira SENAI CIETEP.
Orientador: Eng. Msc. Jose R. Soto Quevedo

CURITIBA
2010
1

MELINA ZACHARIAS

RACIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO EM CANTEIROS DE EDIFICIOS PELA

OTIMIZAÇÃO DA LOGISTICA COM A UTILIZAÇÃO DE GRUAS

Projeto de Pesquisa apresentado, como requisito


parcial à obtenção ao Pós-Graduado em Gestão de
Obras de Edificações da Faculdade de Tecnologia
SENAI Curitiba / parceira SENAI CIETEP.
Orientador: Eng. Msc. Jose R. Soto Quevedo

CURITIBA
2010
2

RESUMO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
1.1 TEMA DA PESQUISA........................................................................................... 6
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 6
1.3 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................6
1.4 OBJETIVO DA PESQUISA.....................................................,.............................6
1.5 LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES...................................................................7
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ................................................................................... 8
2.1 DIRETRIZES GERAIS PARA GESTÃO DA LOGÍSTICA NA PRODUÇÃO........8
2.1.1.Níveis de Decisão e Ação...................................................................................8
2.2. FERRAMENTAS NECESSARIAS PARA A GESTÃO LOGISTICA..................10
2.2.1 Gestão das Informações Logísticas.................................................................11
2.3 PROJETO DE PRODUÇÃO...............................................................................13
2.3.1 Gestão da Produção Civil.................................................................................15
2.3.2 Projeto de Produção em Canteiros...................................................................18
2.4 RACIONALIZAÇÃO DE RECURSOS LOGISTICOS.........................................18
2.4.1 Caracterização de Equipamentos Logísticos: o uso de gruas..........................19
2.4.2 Normas e Aspectos de Segurança na Operação de Gruas..............................22
2.4.3 Aplicação da Grua nas Etapas da Obra............................................................30
3. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA..................................32
3.1 LEVANTAMENTO E PESQUISA DOCUMENTAL..............................................33
4. PRINCIPAIS RESULTADOS DA PESQUISA.......................................................39
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................40
3

RESUMO

Por força de diversas demandas tanto de ordem econômica como de


qualidade e produtividade, a indústria da Construção Civil está requisitando novas
tecnologias para aprimorar seus processos e conseqüentemente reduzir seus
custos. O processo de modernização da Construção Civil no país vem ocorrendo de
forma mais lenta e gradativa do que outras indústrias por força de certas barreiras
como mão-de-obra desqualificada, processos artesanais altamente difundidos, baixa
capacidade de investimento das empresas de médio e pequeno porte, entre outros
motivos.
Dentre todas as alternativas para se reduzir estes custos encontra-se em
racionalizar o ambiente de trabalho, ou seja, racionalizar o canteiro de obra. Uma
das parcelas de emprego de tecnologias novas a serem empregadas na construção
de edifícios é a otimização no processo de transporte vertical de materiais. Hoje já
se encontra diversas soluções para a diminuição de tempo para o transporte vertical.
Resta saber que critérios nortearam a análise de tempo e produtividade a fim de
balizarmos em que condições uma dada solução para o problema apresentará
resultados efetivos em termos de produção.
O objetivo deste trabalho é analisar por completo os aspectos da implantação do
transporte vertical na obra bem como conciliar a adoção de novas tecnologias para a
melhora do processo produtivo na construção de edifícios.
A proposta do trabalho surgiu devido a necessidade das empresas terem um
parâmetro real da produção dos transportes verticais bem como pode fazer a
escolha na fase de planejamento do empreendimento tentando obter resultados
mais expressivos em termos de produtividade final da construção do edifício.
Inicialmente a pesquisa buscou através da revisão bibliográfica aqueles
fundamentos teóricos que permitiriam uma racionalização dos canteiros pela
melhoria dos sistemas logísticos.
Estes conceitos teóricos foram contextualizados nos processos de produção e
arranjos de canteiros e na seqüencia a pesquisa foi corroborada pelo levantamento
de um questionário efetivado junto a engenheiros com larga experiência no
planejamento de produção.
4

Alicerçado assim tanto num referencial teórico como na extração de dados


obtidos da vivencia pratica desses profissionais, o trabalho pôde fornecer algumas
conclusões plenamente satisfatórias aos seus objetivos. E, por outro lado contribuir
com a inserção de conceitos logísticos e parâmetros de decisão pelos profissionais
do setor por ocasião do planejamento de sua produção em canteiros. Entre as
principais conclusões citamos que a associação dos elementos do canteiro com a
grua é de fundamental importância.

Palavras-chave: arranjo de canteiros; produtividade; logística; gruas; construção


5

1. INTRODUÇÃO

A crescente necessidade de racionalização da produção com vistas a obtenção


de uma maior competitividade alcançando custos e qualidade mais atrativos ao
mercado consumidor, têm levado as empresas do setor de construção a buscarem
meios de serem mais eficazes. Diversos setores produtivos e a indústria de modo
geral tem aplicado com sucesso as técnicas e os procedimentos oriundos da teoria
logística. A contribuição e o propósito deste trabalho é o de pesquisar o alcance da
eficiência da aplicação de critérios logísticos nos transportes verticais em canteiros
de obras de construção e delinear elementos para o seu bom planejamento.

1.1 TEMA DA PESQUISA

Planejamento do canteiro de obras.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Quais as condições necessárias para analisar a decisão da implantação do


tipo de transporte vertical em uma obra de uma torre de edificação para racionalizar
sua produção?

1.3 JUSTIFICATIVA

Por força de diversas demandas tanto de ordem econômica como de


qualidade e produtividade, a indústria da Construção Civil está requisitando novas
tecnologias para aprimorar seus processos e conseqüentemente reduzir seus
custos. O processo de modernização da Construção Civil no país vem ocorrendo de
forma mais lenta e gradativa do que outras indústrias por força de certas barreiras
como mão-de-obra desqualificada, processos artesanais altamente difundidos, baixa
capacidade de investimento das empresas de médio e pequeno porte, entre outros
6

motivos. Por se tratar de um dos componentes mais importantes na parcela do


Produto interno Bruto (PIB), inicia-se uma nova corrida para diminuir os custos da
produção em favor da balança de lucro x custo. MERCIA (1996) afirma que “numa
economia competitiva, como a que atualmente está se configurando, a redução dos
custos de produção dos empreendimentos é um fator decisivo para a sobrevivência
das empresas”. Confirmando assim que toda a concorrência do setor quer produzir
um produto com uma manutenção menor, com baixa rotatividade de funcionários,
menores os desperdícios, redução de retrabalhos, enfim, baixos custos de produção
e alta competitividade.
Dentre todas as alternativas para se reduzir estes custos encontra-se em
racionalizar o ambiente de trabalho, ou seja, racionalizar o canteiro de obra. A
Tecnologia Construtiva é o que vem a ser empregado para que a obra racionalize
seus processos. MERCIA (1996) adotou o termo Tecnologias Construtivas
Racionalizadas (TCR’s) para melhor entender o emprego do conhecimento científico
e empírico na prática da construção de um edifício ou parte, otimizando os recursos
envolvidos.
O trabalho de planejamento da nova técnica a ser aplicada no canteiro requer uma
série de análise quanto ao empreendimento a ser devolvido e também, fatores
externos como por exemplo, o custo no mercado para adoção da tal prática. Em
outras palavras há muitas variáveis nesta relação de análise e que tem de ser feita
parcialmente no serviço a ser empregado e globalmente pelas interferências de
outros serviços à nova tecnologia.
Uma das parcelas de emprego de tecnologias novas a serem empregadas na
construção de um edifício é a otimização no processo de transporte vertical de
materiais. Hoje já se encontra diversas soluções para a diminuição de tempo para o
transporte vertical. Resta saber que critérios que nortearam a análise de tempo e
produtividade a fim de balizarmos em que condições uma dada solução para o
problema apresentará resultados efetivos em termos de produção. Espera-se neste
trabalho que se confirme que para cada característica da obra seja necessária uma
diferente abordagem no planejamento da produção do transporte vertical adotando
técnicas de logísticas, lean-construction e parametrizações de indicadores para os
diferentes transportes oferecidos pelo mercado.
Para que o trabalho não se torne muito extenso, a linha para abordar o tema
será de edificações de uma torre (comuns em centros de grandes cidades as quais
7

tem um índice alto de terrenos considerados pequenos para a implantação de


canteiros de obras). Análises do transporte vertical acerca de obras com uma torre
seriam supostamente mais difíceis pois nem sempre o terreno ajuda para aplicação
da prática de algumas tecnologias.

1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA

O objetivo deste trabalho é analisar por completo os aspectos da implantação


do transporte vertical na obra bem como conciliar a adoção de novas tecnologias
para a melhora do processo produtivo na construção de edifícios.
Proposição e discussão de uma metodologia para implantação do transporte vertical
em obras de uma torre com base nos projetos, documentos, recursos humanos,
índices de tempo, cronograma, materiais, e realimentação do sistema empregado.
Com este enfoque espera-se contribuir para a melhoria do processo produtivo da
construção de edifícios de múltiplos pavimentos, diminuindo desperdícios tanto de
materiais quanto de natureza humana. E, com isto diminuir os custos da obra, o que
tornam as empresas mais competitivas no mercado e estimulando a compra de
imóveis nas mais variadas parcelas da população.

1.5 LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES

A primeira hipótese é de que existem diversos intervenientes no processo de


produção de uma obra sendo necessário um planejamento adequado. A meta de
uma maior produtividade passa desta forma pelo correto dimensionamento dos
pontos relevantes sejam eles de ordem técnica, econômica ou de capacitação dos
recursos envolvidos. E, dentre esses fatores deve atribuir-se enorme importância
aos conceitos de logística e particularmente ao uso criterioso de gruas pela
preponderância e a tendência futura de construções verticais no conjunto das obras
em andamento.
8

2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

A função suprimentos (que ultrapassa em quilômetros o ato da aquisição) é


muitas vezes apontada como causadora de atrasos e paradas no processo de
produção, pois a falta de material pode impedir a realização de uma atividade,
causando paradas nas frentes de serviço e perda de produtividade (PICCHI, 1993).
Além disso, quando os materiais não atendem às especificações,provocam outros
tipos de desperdícios devido a quebras ou necessidade de ajustes.
A logística de suprimentos desempenha um papel estratégico na construção civil por
que atua na interface entre os fornecedores e a produção e tem significativa
participação nos custos totais do empreendimento.
Por seu turno, logística de suprimentos trata de uma série de atividades que são
cíclicas e ocorrem diversas vezes ao longo do processo de produção. São elas
basicamente:
• especificação de recursos e planejamento de suprimentos;
• emissão e transmissão de pedidos de aquisição;
• transporte dos recursos até a obra e seu recebimento;
• manutenção dos suprimentos previstos no planejamento (controle e
reprogramação).
O provimento de recursos humanos, bem como o seu dimensionamento, para as
atividades de canteiro constituem-se também atividades da logística de suprimento,
que por uma questão de delimitação de escopo do trabalho, não são aqui
aprofundadas.
Por outro lado, o Movimento pela Qualidade desencadeado no setor da construção
e, de certa maneira, a difusão dos princípios do JIT, têm influenciado positivamente
o processo de gestão da logística de suprimentos nas empresas construtoras.
O Movimento pela Qualidade no setor da construção civil brasileira tem envolvido
diversas empresas, dos diferentes estados. Ele se manifesta hoje basicamente na
difusão e na busca pela implantação dos Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ),
tais como o Sistema de Certificação QUALIHAB, adotado pela Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU); o Sistema
de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras (SIQ-Construtoras), que é uma
ação do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade da Construção
9

Habitacional (PBQP-H); e a própria serie de Normas NBR ISO 9000, que é a base
dos dois sistemas anteriormente citados.

2.1 DIRETRIZES GERAIS PARA GESTÃO DA LOGÍSTICA NA PRODUÇÃO

Observa-se, portanto, nas empresas e obras conhecidas que algumas das


visões, métodos e ferramentas para a gestão da logística de suprimentos e de
canteiro apresentadas na revisão bibliográfica já estão sendo utilizadas. Embora,
estas ações venham sendo executadas sem uma ação coordenada e um enfoque
sistêmico para potencializar os ganhos de eficiência e eficácia no processo
produtivo. Por enfoque sistêmico, entende-se aqui a implementação de ações
integradas nos diversos componentes chaves ou dimensões de uma estratégia
logística.
Divide-se aqui estas diretrizes gerais em três níveis diferentes de campos de
decisão, são eles: estratégico, estrutural e operacional.

2.1.1 Níveis de Decisão e Ação

No nível mais alto da hierarquia, normalmente definido como estratégico podem


ser apontadas algumas das diretrizes genéricas para a organização da logística e
que são:
• a definição do nível de serviço desejado, ou seja, dos níveis de estoque
desejados e dos tempos de tolerâncias para atendimento de pedidos dos
fornecedores;
• o estabelecimento de indicadores de desempenho logístico e metas a serem
atingidas a curto, médio e longo prazos;
• o estabelecimento das políticas de relacionamento e integração com os
fornecedores e de possíveis parcerias.
Estas diretrizes estratégicas estão, portanto, relacionadas com o estabelecimento de
políticas e procedimentos genéricos relativos à logística. Pressupõem a definição de
objetivos do sistema logístico (a empresa tem que entender o que é logística e tem
10

que ter objetivos claros em relação a ela) e da política de atendimento aos requisitos
de desempenho, o estabelecimento de procedimentos gerenciais genéricos, etc.
Num plano mais de ação, normalmente denominado como nível operacional pode-se
estabelecer como sendo necessária, no mínimo, a busca da implantação das
seguintes diretrizes:
• a definição dos materiais estratégicos para racionalização dos fluxos físicos;
• a elaboração de um planejamento de suprimentos em três níveis, com um
plano geral, uma previsão a médio prazo e um plano detalhado, conforme
proposto nas considerações teóricas;
• o estabelecimento de sistemática para estudo e apropriação das perdas de
materiais e de suas causas, de forma a reduzir desperdícios e melhorar a
capacidade de planejamento da empresa;
• o estabelecimento de mecanismos para controle de estoques e de utilização
de equipamentos;
Buscando otimizar este aspecto em algumas empresas se busca até mesmo uma
grande padronização nas soluções arquitetônicas foi a solução adotada para que
pudesse utilizar sempre os mesmos tipos de materiais, a partir da qual definiu seus
prazos médios de produção e estabeleceu relações de longo prazo com a maioria de
seus fornecedores de materiais. Este tipo de intervenção propicia reduções dos
tempos- integração das necessidades de informação; de atendimento dos ciclos de
pedidos, das necessidades de troca de informações entre os agentes e também dos
níveis de estoques.
Considerando suas próprias particularidades, algumas empresas podem adotar
políticas genéricas para a logística, como o de atendimento dos ciclos de pedidos,
das necessidades de troca de informações entre os agentes e também dos níveis de
estoques.
Finalmente, podemos apontar um terceiro nível que poderemos chamar de
diretrizes estruturais estão relacionadas com a definição da organização sistêmica
da empresa para tratar da gestão das atividades logísticas. Entre elas, estão:
• a definição de responsabilidades pelo planejamento, condução da logística e
criação ou enriquecimento de funções administrativas da empresa, de
maneira que possam atender às metas de desempenho logísticos
estabelecidos;
11

• a definição da forma de troca de informações entre os diversos agentes que


atuam no processo logístico e do mecanismo de tomada de decisões,
estabelecendo, se necessário, dinâmica de reuniões, e a periodicidade
destas, visando em longo prazo estabelecer mecanismos de trocas de
informação em "tempo real";
• o estabelecimento dos diversos procedimentos gerenciais para orientar a
operacionalização das diversas atividades associadas à logística, tais como
especificação de materiais, procedimentos de compras, procedimentos que
orientem a organização de canteiro, entre outros;
• a definição da forma de aquisição dos materiais, se através de um setor que
fará compras centralizada ou descentralizada.
A implantação de Sistema de Gestão da Qualidade pode também favorecer este
aspecto pela utilização da dinâmica de realização de reuniões periódicas para troca
de informações, incluindo-se as tomadas de decisões relativas à diversos temas,
inclusive a logística tanto interna ao canteiro como aquela que prevê uma parceria
com os fornecedores.

2.2. FERRAMENTAS NECESSARIAS PARA A GESTÃO LOGISTICA

Podem ser consideradas como ferramentas essenciais para a gestão logística na


produção:
• a gestão das informações logísticas;
• o projeto de produção;
• a racionalização dos recursos e equipamentos.

2.1.1 Gestão das Informações Logísticas

Um sistema de informação "compreende a organização das formas de emissão,


recebimento e registro de informações" (BARTON, 1989). O sistema de informação
pode ser visto como um subsistema do sistema empresa. Na verdade é o
12

subsistema que promove o inter-relacionamento entre os diversos subsistemas da


empresa.
Quanto à sua finalidade, pode-se classificar as informações em:
• De apoio a operações - que são redes de procedimentos rotineiros para o
processamento de transações correntes. Numa empresa construtora,
cumprem esta função, entre outros: os projetos do produto e da produção, o
conjunto dos procedimentos operacionais, os pedidos de compra, os
documentos e mecanismos de controle de produção.
• De apoio a decisões - que existem especificamente para auxiliar os processos
decisórios. Fazem parte desse sistema: os relatórios de produtividade, os
relatórios do acompanhamento físico-financeiro de obras, a avaliação de
fornecedores de serviços e materiais, entre outras.
Em uma empresa, as informações fluem através de canais, sejam eles formais ou
informais, de maneira escrita ou verbal. O processo de transmissão dessas
informações constitui o que podemos chamar de processo de comunicação, onde
sempre há um transmissor da informação e um receptor da mesma. Nele podem
ocorrer diversas interferências que fazem com que as informações cheguem ao
receptor de maneira incompleta ou com distorções. Essas interferências estão
relacionadas com a própria forma de transmissão das informações e com o longo
percurso que levam para chegar a seus receptores.
Partindo-se do princípio de que a eficiência de um sistema é medida pela
capacidade deste utilizar adequadamente os recursos disponíveis e a eficácia pela
capacidade que este têm de atingir determinados objetivos, pode-se afirmar que os
sistemas de comunicação são mais eficientes e eficazes a medida que no processo
de comunicação existem menos interferências.
Um sistema de informação eficiente é aquele que é capaz de utilizar
adequadamente os recursos de transmissão, recepção e registro dos dados de uma
empresa. Um sistema de informação eficaz é aquele que é capaz de suprir os
diversos subsistemas da empresa com as informações adequadas no tempo
necessário.
O fato das empresas possuírem formas organizadas de receber, emitir e registrar
informações não significa exatamente que exista eficiência e eficácia no processo de
comunicação. BARTON (1989) cita algumas debilidades que podem possuir os
sistemas de informação que prejudicam a sua eficiência e eficácia:
13

• Morosidade no processamento e na circulação da informação - o sistema não


estará sendo eficaz, pois para que as informações tenham valor é preciso que
elas estejam disponíveis para os "tomadores de decisão" ou mesmo para
aqueles que vão operacionalizar determinadas tarefas no momento correto.
• Transmissão de informações incompletas - o sistema não estará sendo eficaz,
pois não basta chegarem ao momento certo, é preciso que o conjunto das
informações estejam disponíveis.
• Altos custos de obtenção da informação - o sistema não estará sendo
eficiente, o que é sinal de que os recursos disponíveis não estão sendo
adequadamente utilizados, já que os benefícios gerados pela obtenção de
determinadas informações (agilidade do processo, influência no custo final do
produto, etc.) devem sempre justificar os custos.
• Duplicação das informações - uma mesma informação pode estar sendo
coletada por diversos departamentos dentro da empresa; apesar de que o uso
da informação possa dar-se de maneira diferente, não há a necessidade de
essa ser coletada diversas vezes,indicando uma falta de atribuição de
funções dentro do sistema; nesse caso,portanto, o sistema não estará sendo
eficiente.
Para possuir um sistema de informação eficiente e eficaz, é necessário haver
anteriormente um pré-dimensionamento do sistema e que ele atenda às
necessidades operacionais e de tomada de decisão no âmbito da empresa. Além
disso, é necessário haver continuamente uma avaliação em função dos itens citados
acima para se checar a eficiência e a eficácia do sistema.

2.3 PROJETO DE PRODUÇÃO

Segundo MELHADO (1994), o projeto de produção é um conjunto de elementos


de projetos elaborados de forma simultânea ao detalhamento do projeto executivo,
para utilização no âmbito das atividades de produção em obra, contendo as
definições de disposição e seqüência de atividades de obra e frentes de serviço; uso
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de equipamentos; arranjo e evolução do canteiro de obras; dentro outros recursos


vinculados às características e recursos próprios da empresa construtora”.

A respeito dos aspectos que deveriam estar analisados no planejamento de


curto prazo é necessário identificar os meios de produção, envolvendo os
equipamentos e o layout do canteiro, a alocação dos recursos humanos, a
seqüência de trabalho, a programação do projeto e o orçamento (MACHADO, 2003).
Um dos pontos de origem da maioria dos problemas relacionados à qualidade do
processo na obra é devido à prática de não se fazer um projeto executivo baseado
nas informações do projetos Arquitetônicos e Complementares.
Em relação à construção de edifícios, especificamente, MELHADO (1994) define
projeto para produção como “conjunto de elementos de projeto elaborados de forma
simultânea ao detalhamento do projeto executivo, para utilização no âmbito das
atividades de produção em obra, contendo as definições de: disposição e seqüência
de atividades de obra e frentes de serviço; arranjo e evolução do canteiro; dentre
outros itens vinculados às características e recursos próprios da empresa
construtora”.
O projeto para produção é a ferramenta entre o produto especificado e o
processo de produção, e deve ser incorporado para o estudo do planejamento da
obra e as tomadas de decisão. Em conformidade ao nosso estudo tem uma
importância muito maior, pois o tempo de percurso para o transporte vertical é
baseado ao projeto do canteiro que nada mais é que um projeto de produção.
Portanto, é destacada a importância da introdução de projetos para produção que
visem uma maior integração entre o projeto executivo e a obra racionalizando os
processos como um todo.
SHINGO (1996) explica que: “É fundamental reconhecer que a melhoria no
transporte e a melhoria das operações de transporte são dois problemas nitidamente
diferentes. O transporte apenas aumenta os custos, nunca agrega valor. [...] Mesmo
quando o transporte manual é mecanizado, estes custos com mão-de-obra são
simplesmente transferidos para as máquinas – um investimento sem retorno. [..]
Somente depois das possibilidades de melhoria do layout terem sido esgotadas é
que o trabalho de transporte que resta inevitável deve ser melhorado através da
mecanização.”
15

Explicação dada para o melhoramento do layout do canteiro como principal


motor desta diminuição do transporte e não a valorização do mesmo.
A aplicação de transportes verticais em obras de múltiplos pavimentos está sendo
empregada em larga escala porém, os equipamentos mais utilizados são de
elevadores de carga e as gruas ou guindastes de forma fixa e outros que são
empregados de forma temporária como as bombas de concreto, por exemplo.
Poucos são os trabalhos publicados específicos para o transporte vertical mas
temos com uma grande importância mesmo que antigo o trabalho relacionado da
aplicação de grua como forma de racionalização do canteiro de obras de
LICHTENSTEIN (1987) e outro que aborda mais geral próximo do objetivo deste
trabalho (SOUZA; FRANCO, 1997 a e b).
Especificamente, nesta parte de gestão e planejamento de canteiro temos ainda
outras publicações menos direcionadas, conforme aponta SILVA (2000), em seu
trabalho.
Por outro lado, na pesquisa de SANTOS(1995), são citados os seguintes
princípios como prática de melhores alternativas para transporte dentro do canteiro
de obras:
• o melhor transporte é aquele que não existe;
• a força da gravidade é a força motora mais econômica que existe;
• devem ser movimentadas em conjunto aqueles materiais que possuem a
mesma carga;
• quando mais o trabalho se torna seguro, mais a produtividade da
movimentação aumenta;
• o caminho mais direto é o melhor;
• quanto menor o peso, mais economia operacional;
• o armazenamento deve utilizar o espaço cúbico mínimo, se possível;
• evitar cruzamento no transporte;
• prever ida e volta nas movimentações;
• planejar uso de cargas de retorno;
• os postos de trabalho devem ser os menores possíveis;
• a entrega de materiais devem ser diretamente no local de serviço;
• transportar o máximo de carga possível de uma vez só, se possível ;
• primeiramente cargas em plataformas, depois transportá-las;
16

• não empilhar materiais diretamente no chão pois facilitará no erguimento e


ventilação;
• amplo espaço de circulação na área de estoque;
• manter a obra organizada, limpa e o mais plana possível;
• usar equipamentos adaptáveis para vários tipos de materiais.

Nestas premissas ele concorda sobre qualquer equipamento de transporte


vertical pois diminui o tempo de circulação, pode carregar os mais variáveis tipos de
materiais além de elevadores transportarem os funcionários, evitando o desperdício
de tempo.

2.3.1 GESTÃO DA PRODUÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Para o aumento da produtividade estão sendo adotado alguns conceitos e


novas metodologias de trabalho que nascidos em outros campos da manufatura
como a industria automobilística, estão migrando paulatinamente para a construção
civil. São algumas delas o Lean Construction (Produção Enxuta); Just in Time (JIT);
Gestão da qualidade; engenharia simultânea que descrevemos sucintamente
adiante e refletem a preocupação em atingir os índices e performances que estas
industrias vem conseguindo.
O Lean Construction se tem o maior destaque pela função de maior integração
do que os demais (FRED, 2000), ela aborda uma crítica contra uma forma tradicional
bem conhecida de tratar os fluxos de materiais numa obra. Segue abaixo o que
KOSKELA (1992), definindo a produção como um fluxo de material e informação a
partir da matéria-prima até o produto final considerando o mesmo sendo processado,
inspecionado, em movimento ou em espera.
17

Fig. 01 - A produção segundo um processo de fluxo (KOSKELA,1992) (SILVA,


2000).

Tab. 01 - Novas formas de racionalização da construção (CARDOSO,1996a)


(SILVA, 2000).

A Engenharia Simultânea é uma forma de racionalizar eminentemente centrada


nas relações entra empresa, projetistas e empresa de gerenciamento, buscando a
integração de todas as necessidades da produção e operação desde a fase de
concepção, obtendo ganhos de custos através da melhoria da qualidade do produto
e do processo e do aumento da produtividade do sistema de produção.
Outra filosofia organizacional é a chamada Sócio-Técnica que busca uma forma de
racionalização elevada no sistema de produção e que supõe “internalização” da
produção. Isto vem permitindo ganhos de custos devido ao domínio das técnicas e
dos métodos construtivos e a um cuidado particular com a mão-de-obra de
produção. Esse domínio engloba, ao mesmo tempo, habilidades afeitas à execução
18

das tarefas propriamente ditas, como também à logística e à gestão de força de


trabalho.
Já na Gestão Pelos Fluxos e Parcerias – têm-se uma forma de racionalização
que supõe a externalização da produção, trabalhando principalmente com a mão-de-
obra subcontratada. Permite a empresa realizar ganhos de custos graças a uma
capacidade de gestão bem desenvolvida dos fluxos de operações e de informações
que circulam ao longo da obra.. No caso, a gestão das informações para o projeto,
das interfaces entre agentes, da mão-de-obra própria, dos subempreiteiros, dos
suprimentos, das datas críticas de obra, dos prazos, de qualidade. Tem grande
importância também a sua capacidade de estabelecer parcerias com os diversos
agentes que intervém no processo de um empreendimento, sejam eles fornecedores
de materiais ou de serviços.
Na forma de racionalização Técnico-Comercial, combina-se aspectos técnicos e
comerciais, o incorporador-construtor se dirige para estratégias alternativas de
financiamento.
Entre as formas de racionalização mais difundida encontra-se a Qualidade total
que busca uma racionalização por diferenciação. Neste objetivo procura fornecer
aos clientes um produto que apresente, ao mesmo tempo, qualidades enquanto
“produto edifício”(estética, funcionalidade, integração no meio social e urbano),
assim como qualidades intrínsecas ao objeto construído (atendimento a requisitos de
desempenho, durabilidade, confiabilidade). Já a Redução Global dos Prazos é uma
diferenciação que busca atrair clientes graças às capacidades de organização e de
condução do processo de produção que permitem ganho de tempo, ou reduções
globais dos prazos das operações. Todos os fatores relacionados à engenharia
simultânea são aqui igualmente importantes e ainda alguns associados à gestão
pelos fluxos e parcerias e à sócio-técnica. Para a redução global dos prazos de
execução é necessário também um incremento de produtividade, mediante uma boa
gestão da logística e da mão-de-obra.
Na metodologia da Oferta de Serviços a racionalização tem seu maior objetivo
na atração dos clientes graças à oferta, por parte da empresa de construção, de
diferentes tipos de serviços, ao longo do processo de produção. Em geral a empresa
passa a explorar pontos fortes relacionados às formas de racionalização por custos,
de engenharia simultânea, sócio-técnica, gestão pelos fluxos ou parcerias ou técnico
19

– comercial, que sejam capazes de gerar também uma diferenciação em relação às


suas correntes.
Existem inúmeras outras novas filosofias de produção e poderíamos ainda
acrescentar a Financeira-Comercial que está inspirada na forma de racionalização
técnico-comercial, seu objetivo é oferecer aos clientes compradores financiamentos
que tornem a compra das unidades possíveis. Esta é a única das formas de
racionalização que tem como foco não o sistema de produção da empresa e sim a
sua capacidade de gestão financeira e comercial.
Para aplicação do Lean Construction em obra é importante observar o fluxo de
cada serviço. Se observarmos separadamente poderemos ter uma visão para
somente aplicarmos na produção sem nos ater a aspectos financeiros e/ou
comerciais que não são base do estudo deste trabalho. .Segue abaixo um exemplo
da separação dos serviços do canteiro para análise.

Fig.02 – Fluxograma de processo na produção de alvenaria pelo processo


tradicional (SOUZA; FRANCO, 1997 a e b).

O planejamento baseado no fluxograma nos permite avaliar melhor os


processos para inseri-los num planejamento enxuto. “É uma ferramenta bastante útil
para se avaliar a organização da produção, elucidando quais as partes que a
compõem e a interação entre estas.” (SOUZA; FRANCO, 1997 a e b).
Para o planejamento correto e a tomada de decisão em termos de logística
para o melhor fluxo do canteiro segundo (SILVA, CARDOSO, 1998), deve-se seguir
a análise dos seguintes aspectos para se obter um diagnóstico da logística de
empresas:
20

a) Análise global da situação da empresa – apontar ações setoriais as quais a


maioria das empresas deve tomar, ou seja, identifica os principais desafios
para melhorar o processo logístico como um todo.
b) Análise por empresa – em razão das características da empresa como forma
de comercialização das unidades, sistemas construtivos tradicionais, etc,
novos desafios se fazem presentes na sua logística
c) Análise por obra – cada obra é uma diferente da outra, assim mesmo sendo
da mesma empresa a condução da logística pode se diferenciar e pode
apresentar a necessidade de sistemas construtivos especiais para a logística.
d) Análise por categoria de materiais – cada material possui suas peculiaridades
em relação à sua forma de transporte, estocagem, transbordos, utilização, o
que modifica os critérios de sua logística levando em consideração sua forma,
peso, tecnologia de utilização, etc.

Tab.02 – Ferramentas e aspectos analisados no diagnóstico da logística (SILVA;


CARDOSO, 1998).
21

2.3.2 PROJETO DE PRODUÇÃO EM CANTEIROS

Como os canteiros passam por diversas fases é desejável que o mesmo seja
desenvolvido a partir dos projetos, notadamente o arquitetônico e o de fundações-
contenção, do processo construtivo adotado e demais condicionantes da produção
como cronogramas de material e mão de obra, fases da construção e alternativas de
transporte a ser adotada.

Desta forma pode-se dizer que o canteiro é configurado a partir dos seguintes
elementos:

• Componentes e suas características necessariamente presentes no layout do


canteiro;

• Processo construtivo a ser aplicado em cada fase;

• Fluxo dos processos, seu seqüenciamento (atividades predecessoras e


sucessoras) e fases;

• Inter relações dos elementos do referido fluxo, bem como suas restrições,
proximidades ou distanciamento;

• Priorização quanto ao local e tempo de permanência dos componentes do


layout;

• Elaboração de um arranjo físico para cada fase quando for o caso e que
contemple todos as premissas de logística, ergonomia, etc;

• Mobilizações relevantes de exclusão/inclusão de componentes em cada fase;

• Aspectos globais de segurança e higiene no trabalho.

Na seqüência do projeto do canteiro é desejável a partir da lista de componentes


elaborarem-se os projetos finais de cada fase. Por exemplo, preliminarmente o
canteiro deve contar com um stand de vendas o qual existirá enquanto houver
22

comercialização das unidades e os escritórios de administração da obra que


invariavelmente migra de uma instalação provisória para o próprio corpo da
edificação.

Quanto às fases, o canteiro normalmente ao acompanhar a evolução dos


serviços se divide em: implantação e infraestrutura; estrutura e fechamentos;
acabamentos e finalização ou desmobilização.
23

Fig. 03 – Localizações das instalações do Canteiro em todas as fases da obra


(Revista Téchne, 2004)

Em FERREIRA (1998); SOUZA (1997), temos a recomendação de que seja


feita uma priorização visando uma melhor escolha de locais para aqueles
componentes mais importantes à performance da produção. E, neste sentido uma
seqüência recomendada é a seguinte:

1 - posicionamento do stand de vendas;

2 - escolha dos acessos;

3 - posicionamento de guaritas de segurança, recepção; almoxarifados e


escritórios da obras;

4 - posicionamento dos equipamentos verticais, gruas, elevadores, etc;

5 - locais de deposito de materiais in natura e processamentos intermediários


como a central de massa e corte/dobra de ferro; bancadas de formas; etc

6 - refeitórios, banheiros, centro de vivencias, etc.

Em complementação a esta priorização deve ser efetivada um detalhamento


dos componentes como a divisão funcional dos ambientes, a localização exata de
maquinas e equipamentos, o planejamento das desmobilizações intermediarias e
24

finais; a previsão do ciclo evolutivo do canteiro, os fluxos de materiais e seu controle,


a comunicação, iluminação, segurança e limpeza entres outros.

O Sistema SLP (Systematic Layout Planning) descrito por ELIAS (1998) é


uma sistematização de projetos de arranjo físico. O mesmo consiste de uma
estruturação de fases, de um modelo de procedimentos e de uma série de
convenções para identificação, avaliação e visualização dos elementos e das áreas
envolvidas no planejamento. Não se pode dizer que o modelo de procedimentos seja
científico, pois o próprio planejamento de arranjo físico é considerado como um
misto de arte e ciência. A seqüência das fases do modelo de procedimentos está
demonstrada na figura 4.

Figura 4 - O sistema de procedimentos SPL (ELIAS, 1998)


25

2.2 RACIONALIZAÇÃO DE RECURSOS LOGISTICOS

Diferentes institutos de pesquisa e universidades vem desenvolvendo


trabalhos no sentido de levantar elementos que nos permitam parametrizar fatores
relevantes no processo de economia na construção. Neste sentido, o
NORIE/UFRGS (2006), na análise de viabilidade econômica e financeira do
empreendimento, diferentes variáveis na forma de realização do empreendimento
podem ser apontadas entre elas:

• a utilização de diferentes métodos construtivos;


• realização de parcerias com fornecedores;
• opções de logística; e,
• estrutura organizacional.
Todas estas alternativas devem ser analisadas de forma quantitativa em
termos de rentabilidade (análise econômica) e de fluxo de caixa (análise financeira).
Por outro lado, sabidamente o desenvolvimento e utilização das gruas na construção
civil estabelecem um marco para a racionalização e agilidade dos mais variados
tipos de construção. Esse tipo de equipamento está sendo utilizado há seis décadas.

O menor custo da mão-de-obra é apontado por muitas empresas do setor como o


grande entrave à popularização das gruas no Brasil. Atualmente o uso dessas
máquinas tem se difundido com a maior utilização de estruturas pré-moldadas nas
construções e por causa do maior ritmo das construções, ditado pela exigência dos
clientes, o que impossibilita o trabalho manual de ser tão eficiente e seguro quanto o
executado pelas gruas.

Nestas premissas ele concorda sobre qualquer equipamento de transporte


vertical pois diminui o tempo de circulação, pode carregar os mais variáveis tipos de
materiais além de elevadores transportarem os funcionários, evitando o desperdício
de tempo.

Segundo Mercia, de 10 empresas estudadas 5 delas já apresentavam o uso


de grua em pelo menos um de seus canteiros de obras, justificando o uso pela
economia indireta que trazem ã obra mesmo com aumento do custo direto do
equipamento.
26

2.2.1 CARACTERIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS: o uso de gruas

Gruas ou, também chamadas de guindastes de torre, são equipamentos


utilizados para trabalhos de transporte de materiais de relativo peso. Estes
equipamentos são muito utilizados na construção civil principalmente em
construções de edifícios verticais. São destinadas exclusivamente para transporte de
materiais e podem ter diversas variações de modelos e aplicações. A seleção deste
equipamento depende do tipo e peso do material a ser transportado e da
metodologia para aplicação no canteiro.

Fig. 05 – Grua.

Segundo LICHTENSTEIN (1987), pode-se denominar grua todos os modelos


de equipamentos que possuir lança (horizontal, vertical ou articulada) fixada em uma
torre metálica (fixa ou giratória).

O guincho oferece grande mobilidade para realizar as operações, porque


tanto pode ser erguido ou baixado verticalmente quanto girar horizontalmente, em
círculo, acompanhando sua superestrutura. A torre serve de suporte para o braço
horizontal que se prolonga em direções opostas e em comprimentos distintos. A
extremidade mais curta do braço possui um contrapeso; na outra, o mecanismo de
27

suspensão movimenta-se sobre um trole. A capacidade de carga aumenta à medida


que o trole trabalha mais próximo da torre central.
As gruas são dividas em diferentes modelos:

2.2.1.1 Grua Fixa

A Grua fixa se caracteriza por possuir uma base chumbada no piso dentro de
um bloco de concreto. A ascensão é feita de acordo com a necessidade da obra e
tem sua altura limitada com cada fabricante.

Fig.06 – Ilustração de Grua Fixa (CENTRAL LOCAÇÕES, 2009).

Fig.07 – Esquema das partes de Grua Fixa (LICHTENSTEIN, 1987).

2.2.1.2 Grua Móvel

É um tipo de equipamento montado sobre uma base com rodas metálicas,


que por sua vez deslizam por trilhos, permitindo que todo o conjunto se desloque
horizontalmente. Sendo, portanto, sua principal característica o fato desse
equipamento ser montado sobre trilhos, o que possibilita a movimentação da grua
pelo canteiro, inclusive com cargas içadas. A limitação de utilização está relacionada
28

à altura de içamento, pois ao contrário das gruas fixas, não podem ser elevadas
acima da altura definida pelo fabricante.

Fig.08 – Ilustração de Grua Móvel (CENTRAL LOCAÇÕES, 2009).

2.2.1.3 Grua Ascensional

A Grua Ascensional encaixa-se perfeitamente à estrutura de concreto armado


que já está aplicada na obra (geralmente é instalada depois de seus primeiros
andares) e sua montagem normalmente é feita dentro do poço do elevador com
sustentação por meio de vigas de apoio e cunha. A característica destas gruas é a
fixação, pois são apoiadas em dois níveis do edifício, e à medida que a obra for
subindo, a grua vai acompanhando. A vantagem deste tipo de grua é seu custo, pois
pode atingir grandes alturas sem a necessidade de ter estrutura de torre do chão até
o topo do edifício. Como principal ponto negativo tem a desmontagem, pois, ao
contrário das gruas fixas, não desce com seus próprios meios, o que requer a ajuda
de equipamentos auxiliares para a desmobilização, elevando o custo dos serviços.

Fig.09 – Ilustração de Grua Ascensional (CENTRAL LOCAÇÕES, 2009).


29

Pode-se também enumerar outros tipos como a de lança móvel que variam entre
20 toneladas métricas e 500 toneladas métricas de capacidade nominal para
equipamentos convencionais e até 10 mil toneladas métricas para gruas especiais,
estas máquinas podem possuir três variações de montagem distintas. E também as
chamadas automontantes que tem como principal característica a facilidade e a
rapidez na montagem. São indicadas para construções baixas como prédios até oito
pavimentos e edifícios comerciais.
2.3. Normas e Aspectos de Segurança na Operação das Gruas
Para a sua instalação e operação as gruas nas obras deve seguir um
conjunto de normas regulamentadas pela Norma Regulamentadora (NR) 18, subitem
18.14.24. Além, disso deve também ocorrer um planejamento determine entre outras
coisas, o isolamento de áreas para carga e descarga, trajeto das movimentações
aéreas e estocagem.
Com relação a essas normas preconizadas na NR 18, subitem 18.14.24 os
seguintes pontos:

• A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação devem ficar no mínimo a 3,00


metros de qualquer obstáculo e ter afastamento da rede elétrica que atenda
orientação da concessionária local. ( 18.14.24.1)

• É proibida a montagem de estruturas com defeito que possam comprometer


seu funcionamento. (18.14.24.2)

• O primeiro estaiamento da torre fixa ao solo deve se dar necessariamente ao


8°(oitavo) elemento e a partir daí de 5 (cinco) em 5 cinco elementos. (
18.14.24.3)

• É proibida a utilização da grua para arrastar peças. ( 18.14.24.9)

• É proibida a utilização de travas de segurança para bloqueio de movimentação


da lança quando a grua não estiver em funcionamento. ( 18.14.24.10)

• É obrigatória a instalação de dispositivos de segurança ou fins de cursos


automáticos como limitadores de cargas ou movimentos ao longo da lança.
(18.14.24.11)
30

• As áreas de carga/descarga devem ser delimitadas, permitindo o acesso às


mesmas somente ao pessoal envolvido na operação. ( 18.14.24.12)

• A grua deve possuir alarme sonoro que será acionado pelo operador sempre
que houver movimentação de carga. ( 18.14.24.13)
Outros aspectos concernentes à operação devem seguir os manuais dos
fabricantes que para cada modelo conforme enumerados acima recomendam uma
série de cuidados que devem ser observados. Como em tudo a qualificação dos
trabalhadores envolvidos é de fundamental importância, para que não aconteçam
acidentes por como erros de amarração de carga, defeitos mecânicos, falhas de
operação ou sinalização e, manter livre e desimpedido o raio de atuação da lança. A
permanente manutenção deste equipamento é também primordial.

2.4.3 APLICAÇÃO DA GRUA NAS ETAPAS DA OBRA

O equipamento grua ou guindaste de torre é utilizado temporariamente, ou


seja, sua implantação não coincide com o início da montagem do canteiro tampouco
com o fechamento de serviços de acabamentos internos do edifício. O uso está
condicionada à algumas etapas da obra dependendo do planejamento da
desmobilização do equipamento anteriormente a outras etapas como montagem do
elevador definitivo do edifício, fechamento por completo da alvenaria ( parte da
alvenaria que pode estar aberta para a estrutura da plataforma receber os materiais
transportados da grua), acabamentos externos de fachada, término das estruturas
da área comum do prédio.
A concretagem por meio de grua é feite com a utilização de caçambas de
variados tamanhos para transporte do mesmo no pavimento a ser concretado. Uma
das vantagens deste sistema pela substituição ao sistema de bomba que
invariavelmente tem problemas quanto ao entupimento da mangueira que leva o
concreto até laje a ser concretada, alguns atrasos do prestador de serviço do
bombeamento. Claro que também existem limites de altura para o bombeamento do
concreto dependendo da potência da bomba e do diâmetro da mangueira, no caso
da grua o limite é a altura da grua que sempre será projetada para tingir a altura do
edifício com a lança.
31

O transporte de armaduras é comprovadamente por meio de SOUZA, mais


produtivo com o uso de grua em cerca de 10% além de uma economia de serventes
neste processo feito com elevador de carga. Pode-se transportar alvenaria,
argamassa e outros materiais para as plataformas com ganho significativo
principalmente associando o uso dos pallets de acordo com o gancho da lança.
32

3. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

A análise de procedimentos de uma empresa tem uma validade de per si por


tornar explícita e rastreável os procedimentos e a ação dos agentes – os executores
das tarefas - na realização das operações semelhantes ao objeto desta pesquisa. O
setor da construção é sabidamente rico em conhecimentos oriundos da prática,
chamados de tácitos (NONAKA E TAKEUSHI, 1997). Apesar do seu alto índice de
informalidade e improviso nas suas operações servem perfeitamente como
diagnóstico, complementação e confronto com as referencias teóricas. Conforme
GIL (2002), pode-se observar em ato a sua validade como ferramenta de pesquisa ao
complementar a percepção do pesquisador através de um questionamento direto aos
protagonistas e usuários aos resolverem estas questões no seu dia-a-dia. Adotou-se,
desta forma pelo questionário submetido aos executivos de empresas construtoras a
complementação do que foi compilado pela Revisão Bibliográfica.
Procedeu-se assim ser essencial ao objetivo desta pesquisa, utilizando-se para tanto,
a obtenção das opiniões de especialistas selecionados, buscando-se uma convergência
no modo de tomada de decisão quanto ao planejamento das operações logísticas na
produção dos canteiros. Empregou-se a entrevista semi-estruturada, utilizando como
roteiro prévio as mesmas questões a todos os respondentes, deixando em aberto outras
observações pertinentes. Adotou-se esta flexibilidade para captar aspectos não
contemplados pelas questões.
Indo ao encontro da proposta desta pesquisa surgiu a necessidade de extrair-
se das próprias empresas os parâmetros reais da produção dos transportes verticais
bem como levantar os critérios de escolha dos equipamentos na fase de
planejamento do empreendimento. Obteremos, assim, a realidade e a totalidade dos
dados que alicerçam a tomada de decisão das empresas quando buscam um
crescimento em termos de produtividade em seus empreendimentos.
A Estrutura de Pesquisa deste Trabalho consiste em dois pontos
fundamentais:
• TEÓRICO: Descrição dos sistemas logísticos e as tecnologias empregadas
para transporte vertical, bem como suas nuances acerca da mão-de-obra
qualificada, recursos dos indicadores propostos por autores. Este quesito foi
atendido pela revisão bibliográfica apresentada no item 2 e demais subitens
do presente trabalho.
33

• PRÁTICO: Obtenção de dados em forma de questionários a empresas e/ou


Engenheiros que trabalham na área de execução ou pesquisa para relatar as
experiências adquiridas em torno dos processos escolhidos no transporte
vertical de obras, verificar também a opinião destes profissionais acerca do
tema. Este aspecto pratico será atendido através de um questionário
submetido a engenheiros com longa experiência na utilização de gruas e
demais documentos que corroborem e sustentem as hipóteses desta
pesquisa.
Na seção subseqüente apresentaremos as questões submetidas aos
especialistas e as devidas respostas obtidas no levantamento.
34

3.1 LEVANTAMENTO E PESQUISA DOCUMENTAL

As perguntas submetidas a engenheiros de empresas construtoras com larga


experiência e tradição em empreendimentos verticais e que estão denominadas com
A; B e C. As questões foram as seguintes:

QUESTÃO 1: É feito um planejamento do canteiro de obras? Qual a sua


importância?

Empresa A - Sim, o planejamento do canteiro é feito pela obra, dividido para as 3


fases de execução da obra: Fundação; Estrutura e Acabamentos. Este planejamento
é enviado a área de operações técnicas onde é aprovado pela depto. de logística.

A sua importância é de estar fundamentado e conceituado diretamente ao


planejamento da obra, pois só a partir do seu planejamento é que o projeto de
logística será bem implantado. Observando a datas de inicio e finalização da
execução de cada etapa, bem como a disposição do espaço que pode ser usado.

Deve ser observado todos os locais possíveis de instalação dos equipamentos


essenciais para o andamento da obra, bem como o espaço para a sua
desmobilização.

Empresa B - Sim, o planejamento da obra é feito no escritório, onde é feito um


cronograma de obras. Este cronograma de obras é de suma importância pois nos
disponibiliza as data em que teremos que ter os equipamentos à disposição da obra.
Além disso estabelece as datas de início e término das atividades dando condições
de previsão antecipada de insumos como material e mão de obra. O planejamento
antecipado nos facilita em fazermos a programação destes insumos.

Também é feito um planejamento da logística do canteiro de obras com o objetivo de


facilitar a logística de canteiro de obra obra.

Empresa C - Não existe um planejamento formal de canteiro, a responsabilidade da


locação do canteiro é do engenheiro da obra que deve discutir isso com sua equipe
e o coordenador da obra.
35

É extremamente importante pensar no planejamento de canteiro, pois isso facilita o


fluxo de materiais dentro da obra otimizando todos os processos e evitando
descontinuidade de serviços e desmobilizações desnecessárias durante a obra.

Comentários – Todos acreditam de extrema importância a parte do planejamento


nas obras, mesmo pra empresa C que não possui um modo mais formal para o
planejamento do canteiro. Das três empresas, a empresa C é aquela que tem menos
anos de atuação no mercado nova. Decorrente deste fato, podemos concluir que a
experiência provavelmente conduziu a Empresa A e B a investir mais neste item do
processo da construtora.

Tanto a Empresa A como a B possuem mais m² em construção atualmente,


necessitando de um maior planejamento para todas as obras e seguir por um
procedimento mais específico que a Empresa C, que por sua vez adota claramente
um procedimento preconizado por SILVA E CARDOSO (1998), onde cada obra deve
ser planejada de forma individualizada pois tem as suas demandas construtivas e de
programação especificas.

QUESTÃO 2: No planejamento do canteiro de obras existem elementos essenciais?


Entre esses elementos quais são os principais por ordem de importância?

Empresa A – No nosso entendimento devem ser adotado os seguintes critérios


para estabelecer uma prioridade no planejamento:

-Portões de Acesso de materiais

-Gruas

-Cremalheiras

-Área de armazenamento de materiais

-Guincho

-Docas de Material

- Vestiário

- Refeitório
36

-Escritório

-Almoxarifado

-Portões de acesso de pessoas

Empresa B – Pela ordem de importância normalmente adotamos nas nossas


implantações em ordem de prioridade os seguintes elementos:

1. Acesso para caminhões de concreto e material.

2. Almoxarifado (facilidade de acesso e distribuição).

3. Banheiros.

4. Central de aço.

5. Escritórios.

6. Grua.

7. Local próximo à torre para montagem de pré-vigas (no alcance da grua).

8. Portão de acesso à obra ( geralmente dois).

9. Posicionamento de elevador de carga ou cremalheira

10. Refeitório.

11. Vestiários.

Empresa C - Sim existem pontos que considero essenciais são eles:

• Portões de acesso a obra;

• Escritório da obra (engenharia, vestiário,refeitório, etc.);

• Transporte vertical (guincho ; gruas

Considerações – Ambas consideraram o acesso da obra para materiais como de


maior importância evidenciando a chegada e posteriormente o transporte dentro da
obra de materiais como item que mais influi no cronograma geral da obra. Conforme
37

SANTOS (1995) cita que o “caminho mais direto é o melhor”, todos se se mostraram
preocupados tanto para diminuir o tempo de descarga e melhorar o acesso de
caminhões à obra, como também, locar este acesso para facilitar o transporte
interno destes materiais aos pontos de uso dos mesmos.

QUESTÃO 3: Entre os elementos essenciais do layout estão os equipamentos de


transporte vertical? Quais tarefas executas por esses equipamentos determinam
sua importância?

Empresa A - As cremalheiras, gruas e guinchos podem determinar o sucesso ou


não de uma obra.

As gruas necessitam subir os materiais necessários para a estrutura- aço, concreto e


alvenaria e outros serviços – pallets

As cremalheiras necessitam subir em 90% de seu tempo, materiais e no restante


pessoas. Deve-se fazer um estudo para verificar o volume de material necessário
para cada etapa e assim determinar quantos equipamentos serão necessários para
a execução da obra.

Empresa B – Sem duvida os equipamentos de movimentação e elevação de


material ocuparão lugar de destaque na organização do canteiro e tem influencia
direta em toda a produtividade da obra. Basicamente as funções de cada
equipamento são as seguintes:

1. Grua – transporte de pré-vias e materiais para estrutura.

2. Elevador cremalheira – transporte de materiais e de pessoal.

3. Elevador de carga – transporte de materiais em granel ensacados ou em


giricas, carrinhos, paleteiras, etc.

4. Guinchos de coluna – transporte de materiais com determinados pesos e


dimensões que permitam sua fixação e elevação com segurança.

Empresa C - Sim os elementos de transporte vertical são elementos essenciais do


canteiro.
38

• Abastecimento de material na frente de trabalho

• Limpeza e organização da obra;

• Transporte de pessoal

Considerações – O transporte vertical se tornou imprescindível para o planejamento


do canteiro bem como para garantir o menor tempo de percurso seja de materiais ou
de pessoas. Pode se observar que de maneira menos estruturada todos os
elementos necessários para um bom planejamento conforme o sistema a SPL,
descrito por ELIAS (1998), estão presentes na configuração da tomada de decisão
pelo engenheiro responsável.

QUESTÃO 4: Por ordem de hierarquia quais são as suas principais vantagens da


utilização de uma grua com relação a outros sistemas de elevação vertical?

Empresa A - A grua possui um amplo poder de locomoção de materiais, que é


determinado pelo comprimento de sua lança, bem como o motor a que ela possui.
Ela permite maior agilidade do que os demais sistemas consideravelmente, porém,
assim como qualquer tipo de equipamento, deve ser muito bem utilizado para que se
possa pagar o seu custo.

Empresa B – As gruas são de suma importância para nós, pois nosso sistema
construtivo de execução de estrutura praticamente exige o uso deste equipamento
para o transporte de pré-vigas que são confeccionadas no pavimento térreo e
transportadas até o local em que ficarão definitivamente, tornando a estrutura uma
montagem industrial.

Na época em que estamos executando estrutura praticamente a obra não a


disponibiliza este equipamento para outro serviço. Portanto as nossas gruas são
utilizadas quase que exclusivamente para a estrutura de concreto armado.

O transporte de outros materiais é feito pelo elevador cremalheira.

Por questões de segurança utilizamos a grua somente para a estrutura de concreto


armado.
39

Empresa C - A grua é um transporte eficiente desde que sua utilização seja


planejada para garantir sua máxima utilização evitando que ela fique ociosa, pois é
um equipamento com locação de custo elevado e sua utilização eficiente ajuda na
diluição dos custos, as principais vantagens são:
• Otimiza o transporte horizontal no canteiro;
• Substitui sistemas de transporte específicos para determinados materiais, tais
como bombas de concreto e mini-gruas para transporte de armação;
• Facilita o controle desperdício nas obras, pois a quantidade transportada aos
pavimentos é controlada;
• Obriga o canteiro de certa maneira a se organizar;
• Auxilia na limpeza e organização do canteiro com menos mão de obra.

Considerações – A citação da utilidade da grua é diferenciada pela Empresa B


devido o sistema construtivo de suas edificações conforme descrito acima, a
importância da palavra segurança também deve ter como destaque nesta resposta
específica pois segundo SANTOS (1995) “quando mais o trabalho se torna seguro,
mais a produtividade da movimentação aumenta”.
Conforme o recomendado por SILVA e CARDOSO (1998), quando dizem que cada
obra e cada empresa devem adotar medidas especificas nas suas decisões
logísticas. Aqui também, existe uma concordância de que não há uma regra geral de
uso da grua para todas as obras e nem em todas as suas fases, diferenciando pelos
aspectos de cada obra e também o retorno de produtividade para compensar seu
custo que é mais alto que outros sistemas de transporte vertical.

QUESTÃO 5: Quais deficiências ou dificuldades podem apresentar o uso de gruas?


Descreva um pouco sobre isto na empresa pela experiência da obra.

Empresa A: Entre as dificuldades que podemos observar no seu uso estão


principalmente a sua dificuldade de manutenção rápida quando sofre alguma avaria
principalmente em momentos cruciais como no caso de concretagens.
Empresa B:Como as nossas obras a priori contam com o uso de gruas, a maior
deficiência que ocorre é a dependência deste equipamento de todo o planejamento
de produção, em especial o estrutural onde somente este equipamento está em
condições de içar os componentes pré-moldados. A empresa possui uma equipe de
40

manutenção que atende todas as obras e em alguns casos este atendimento pode
sofrer algum atraso.

Empresa C - As principais deficiências que vejo são as restrições que podem


ocorrer são quanto a área de influência lança e a capacidade de carga do
equipamento, por conta disso acho que sua utilização não pode ser encarada como
regra, pois todos os aspectos devem ser levados em consideração antes da
definição de sua utilização.

Considerações: Nota-se uma preocupação quanto ao bom funcionamento do


equipamento o que de resto pode ocorrer e de fato ocorre com qualquer
componente mecânico. Por outro lado no caso da empresa C, salienta-se a restrição
do alcance da lança a toda a área em edificação que logicamente colocada em meio
a outros prédios já levantados tendem de fato a limitar o seu potencial de uso.
41

4. PRINCIPAIS RESULTADOS DA PESQUISA

Entre as principais conclusões observou-se que todo o processo de


racionalização da produção de edifícios e obras em geral na construção civil passa
necessariamente por um planejamento do canteiro de obras seja por um
departamento anexo ou pelo próprio responsável da obra. Inúmeras são as
dificuldades encontradas pelos engenheiros e empresas de construção para
alcançar este objetivo.
Pelo levantamento efetuado observou-se que entre os principais objetivos
que os engenheiros de obras buscam na otimização dos seus recursos logístico
estão: qualidade das obras, velocidade e cumprimento exato dos cronogramas,
baixa dependência de mão de obra sem qualificação (serventes normalmente
alocados nos serviços de transporte, limpeza, etc.).
Outro aspecto do levantamento foi a priorização que os entrevistados deram
aos seguintes pontos de localização de seu portão de acesso para obra e raio de
influência da lança.
Concretamente no objetivo principal desta pesquisa concluiu-se que a
utilização de gruas são de enorme eficiência no aumento da produtividade da
construção civil, porém o seu uso passa invariavelmente por um processo de
decisão bastante rigoroso e que demanda uma série de informações e
planejamento. Entre estes elementos de decisão destacamos aspectos externos ao
canteiro como as condições da empresa em arcar com os custos destes
equipamentos e sua operação e manutenção, bem como interno ao canteiro onde
deve haver uma planejamento para que o seu uso seja de fato racionalizado.
Já entre as deficiências ou fatores negativos no seu uso, basicamente foram
apontadas falhas ou retardos na sua manutenção quando sofrem algum tipo de
avaria.
Como fatores relevantes para um adequado planejamento do sistema
logístico através do uso de gruas esta pesquisa conclui que sem o total controle de
custos, prazos, disposição dos sistemas do canteiro (concretagem, acessos, etc.)
associados à mão-de-obra qualificada e o sistema da grua somente o equipamentos
não fará diferença, podendo até causar prejuízos à obra.
42

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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aplication. Mitchels Professional Library: Londres, 1989

CARDOSO, F. F. Stratégies déntreprises et nouvelles formes de rationalisation


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Ponts e Chaussées, Paris, 1996. (Tese de Doutorado).

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FERREIRA. E.A.M. Metodologia para elaboração do projeto de canteiro de


obras de um edifício. S. Paulo, 1998- (Tese de Doutorado) Universidade de São
Paulo, 1998

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.a ed. São Paulo: Ed. Atlas,
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43

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