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Universidade de Aveiro

Departamento de Química

Métodos Analíticos em Processos


Químicos
Componente Prática
2ª Parte

Ano Lectivo de 2010/2011


Distribuição dos trabalhos da 2ª série

Turma P1

Grupo 1 2 3 4 5 6
7 Abril Tr. 4A Tr.4B Tr. 5 Tr. 5 Tr. 6 Tr. 6
28 Abril Tr. 5 Tr. 5 Tr. 6 Tr. 6 Tr. 4A Tr.4B
19 Maio Tr. 6 Tr. 6 Tr. 4A Tr.4B Tr. 5 Tr. 5

Turma P2

Grupo 1 2 3 4 5
14 Abril Tr. 4A Tr.4B Tr. 5 Tr. 5 Tr. 6
5 Maio Tr. 5 Tr. 5 Tr. 6 Tr. 6 Tr. 4A
26 Maio Tr. 6 Tr. 6 Tr. 4A Tr.4B Tr. 5

Nota

Esta segunda série de trabalhos práticos será dedicada aos métodos instrumentais de
análise, que requerem calibração prévia para análise quantitativa. Vão ser aplicados dois
métodos de calibração: calibração com padrões externos e calibração pelo método de
adição de padrão.
TRABALHO 4 - Doseamento potenciométrico de cloreto ou cobre,
usando um eléctrodo selectivo

1. OBJECTIVOS

• Descrever o funcionamento de um eléctrodo selectivo


• Fazer o diagrama da célula constituída pelos eléctrodos indicadores e de
referência e saber quais as parcelas que contribuem para a diferença de potencial
medida
• Compreender a necessidade de ajustar a força iónica dos padrões e da amostra
ao mesmo valor e saber como o fazer.
• Fazer uma análise quantitativa usando o método de potenciometria directa com
calibração com padrões externos

2. INTRODUÇÃO

Em potenciometria directa mede-se a diferença de potencial entre um eléctrodo


indicador e um eléctrodo de referência, ambos mergulhados na solução a analisar. O
eléctrodo de referência é na verdade uma semi-pilha, cujo potencial é independente da
composição da solução a analisar. O eléctrodo indicador é um eléctrodo de membrana
selectivo para um dado ião. Neste caso, o eléctrodo indicador será um eléctrodo
selectivo de cloreto para os alunos que realizarem a parte experimental 3A e será um
eléctrodo selectivo de cobre para os alunos que realizarem a parte experimental 3B.
Na figura 1 está representado um esquema da célula electroquímica constituída
pelos dois eléctrodos mergulhados na solução a analisar.

Refer Indic.
- +
Voltímetro ou
potenciómetro

Eléctrodo de referência
interno

Junção líquida Solução interna do


solução eléctrodo selectivo
Membrana selectiva
para o ião analito

Figura 1 – Representação esquemática da célula electroquímica constituída pelo


eléctrodo selectivo, o eléctrodo de referência e a solução a analisar

O eléctrodo selectivo, representado à direita na Figura 1, é constituído por um


eléctrodo de referência interno, mergulhado numa solução interna que contém iões Mz
(z=carga do ião) para os quais a membrana é selectiva. A membrana separa a solução
interna da solução amostra. Se a concentração (actividade) dos iões Mz for maior na
solução amostra do que na solução interna, haverá um fluxo momentâneo de iões Mz de
fora para dentro. Por exemplo, no caso do eléctrodo selectivo de cobre, mergulhado
numa solução de Cu(NO3)2, se a concentração de Cu2+ for maior na solução amostra do
que na solução interna, haverá migração de iões Cu2+ de fora para dentro. Como a
membrana é selectiva para os iões Cu2+, e não deixa passar os iões NO3-, esse fluxo
momentâneo de cargas positivas de fora para dentro, gera uma acumulação de carga
positiva do lado de dentro de que resulta uma diferença de potencial através da
membrana. Essa acumulação de carga positiva do lado interno da membrana contraria a
passagem de mais iões positivos Cu2+ e rapidamente se atinge um equilíbrio. A
diferença de potencial através da membrana é uma das parcelas que contribui para a
diferença de potencial medida. Essa diferença de potencial através da membrana
depende da actividade dos iões Cu2+ na amostra, enquanto as outras parcelas são
constantes.
Quando um eléctrodo selectivo para o ião Mz e um eléctrodo de referência são
mergulhados numa solução que contém iões Mz, a diferença de potencial entre os dois
eléctrodos é dada pela expressão:
RT
E = K + 2,303 log a M (1)
zF
onde
K é uma constante
aM representa a actividade do ião Mz na solução amostra
z é a carga do ião
T – é a temperatura em Kelvin
R – é a constante dos gases, 8,314 J K-1 mol-1
F – é a constante de Faraday – 96 485 C (coulombs)

A actividade de um ião é o produto da sua concentração pelo coeficiente de


actividade:

[ ]
aM = M z ! M (2)

O coeficiente de actividade depende da força iónica, a qual é uma medida da


concentração total de iões na solução. A força iónica é dada por:

1
µ = ! ci zi2 (3)
2i
onde ci representa a concentração de cada ião i na solução e zi representa a carga desse
ião.

Atendendo à definição de actividade (equação 2), a equação (1) pode escrever-se:

RT (4)
E = K + 2,303
zF
([ ] )
log M z !

No caso de a força iónica ser constante, o coeficiente de actividade do ião Mz, γ, é


constante e a equação (4) pode escrever-se sob a forma
RT
E = K ! + 2,303
zF
[ ]
log M z (5)
onde
RT
K ' = K + 2,303 log ! (6)
nF

A equação (a) é a equação de uma recta

y = a + bx em que y =E, x= log M z[ ]


Portanto, se se mantiver constante a força iónica das soluções, espera-se observar uma
relação linear entre a diferença de potencial dos dois eléctrodos e o logaritmo da
concentração do ião que se está a analisar.

O declive previsto para a recta é

RT
b = 2,303
zF
que, a 25ºC, tem o valor de 0,05916/z V (Volts)

O valor experimental do declive pode diferir ligeiramente do valor previsto


teoricamente, mas deve ser muito próximo (diferença tipicamente inferior a 5%)

Ajuste da força iónica

Para manter a força iónica constante adiciona-se uma concentração fixa e elevada de
electrólito forte inerte, aos padrões e amostras. Dessa forma, os iões do electrólito forte
adicionado são os prinicipais contribuintes para a força iónica da solução, pois estão em
concentração muito superior à dos outros iões presentes nos padrões e amostras e por
isso a contribuição destes últimos é desprezável.

4A- Análise potenciométrica de cloreto

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3. 1. Reagentes/soluções fornecidas
• Cloreto de sódio p.a. (previamente seco a 120ºC, durante 1h)
• Solução de NaNO3, 1,0 M)
• Amostra de água

3. 2. Soluções a preparar
• A partir do sal NaCl, prepare 100 ml de uma solução padrão de NaCl,
aproximadamente 0,1 M em ião cloreto.
• Prepare uma solução padrão aproximadamente 0,005 M em ião cloreto por diluição
da solução anterior, num balão volumétrico de 100 mL

3.3. Preparação dos padrões


Para 3 balões volumétricos de 50 mL, transfira 10, 5 e 2 mL da solução padrão
aproximadamente 0,1 M em ião cloreto, respectivamente. Escolha o material adequado
para medir os volumes da solução padrão aproximadamente 0,1 M, tendo em
consideração se é ou não necessário rigor na medição. Adicione 25 mL da solução de
NaNO3 1,0 M a cada balão e perfaça o volume com água destilada.

Noutros 3 balões volumétricos de 50 mL introduza, 10, 5 e 2 mL da solução padrão


aproximadamente 0,005 M em ião cloreto, respectivamente. Escolha o material
adequado para medir os volumes da solução padrão aproximadamente 0,005 M, tendo
em consideração se é ou não necessário rigor na medição. Adicione 25 mL da solução
de NaNO3 1,0 M a cada balão e perfaça o volume com água destilada.

3.4. Calibração
Utilizando um potenciómetro equipado com um eléctrodo específico de cloretos
e um eléctrodo de referência (por exemplo, o eléctrodo saturado de calomelanos, ou o
eléctrodo de prata/cloreto de prata), meça o valor da diferença de potencial para as
várias soluções padrão anteriormente preparadas.
Meça a temperatura das soluções (deverá ser igual para todos os padrões e para a
amostra)

3.5. Preparação e análise da amostra


Dilua 10 mL da amostra fornecida a 100 mL, tendo o cuidado de, antes de
perfazer o volume do balão, adicionar o volume de solução de NaNO3 1,0 M necessário
para igualar a força iónica da amostra à força iónica dos padrões.
Meça o valor da diferença de potencial para a solução resultante da diluição da
amostra. Caso o valor obtido se encontre fora da gama de respostas dos padrões,
demasiado próximo de um extremo da recta de calibração, ou na zona de resposta não
linear, proceda a uma diluição mais adequada e repita a medição do potencial.

4. QUESTIONÀRIO
4.1. Calcule a força iónica das seguintes soluções:
a) NaCl 1,0×10-2 M b)NaCl 1,0×10-4 M
c) solução 1,0×10-2 M em NaCl e 0,5 M em NaNO3
d) solução 1,0×10-4 M em NaCl e 0,5 M em NaNO3
4.2. Com base nos cálculos da alínea anterior, comente o efeito da adição de uma
concentração constante e elevada de um electrólito forte às soluções de cobre como
processo de controlar a força iónica
4.3. Explique a necessidade de ajustar a força iónica dos padrões e amostras ao mesmo
valor

5. RELATÓRIO
5.1. Registo de dados
5.1.1. Preparação da solução padrão de NaCl aproximadamente 0,1 M
massa pesada
material usado
5.1.2. Preparação da solução padrão de NaCl aproximadamente 0,005M, por diluição
da anterior
material usado
5.1.3. Calibração
Padrão nº 1 2 3 4 5 6
Solução mãe
usada na
preparação ≈0,005 M ≈0,005 M ≈0,005 M ≈0,1 M ≈0,1 M ≈0,1 M
Volume de 1 5 10 2 5 10
solução mãe
/mL
Potencial/mV

5.1.4. Diluição da amostra


material usado:
5.1.5. Potencial do elécrodo na amostra diluída
Após diluição de 10 mL de amostra a 100 mL conforme indicado em 3.5, registe
o potencial na solução diluída. Comente se é necessário fazer nova diluição. Em caso
afirmativo, indique qual a nova diluição efectuada, explique como a efectuou (material
usado e volume de NaNO3 adicionado) e registe o novo valor de potencial

5.2. Cálculos e discussão de resultados

• Calcule as concentrações exactas das soluções referidas em 5.1.1 e 5.1.2


• Apresente uma Tabela com os valores das concentrações exactas dos padrões
preparados em 3.3, valores dos respectivos logaritmos e os valores dos potenciais
lidos para cada solução.
• Represente graficamente o potencial em função do logaritmo da concentração de ião
cloreto, para cada um dos padrões preparados. Caso se verifique uma relação linear
determine a equação da recta usando o método dos mínimos quadrados e represente-
a no gráfico.
• Com base na equação da recta de calibração definida calcule a concentração de
cloreto na amostra original. Tenha em consideração a diluição efectuada para
efectuar a medição do potencial
• Compare o valor experimental do declive da recta de calibração com o valor teórico
e indique se o eléctrodo apresenta resposta Nernstiana (declive de acordo com o
previsto teoricamente)

6. BIBLIOGRAFIA
1. Skoog, D. A.; West, D. M.; Holler, F. J. “Fundamentals of Analytical Chemistry”,
7ªed., Saunders College Publishing, Philadelphia, 1996, Cap. 18 (18A, 18B, 18C,
18D-2, 18D-6) e Cap. 19 (19A e 19B)

2. Gonçalves, M. L.; “Métodos Instrumentais para Análise de Soluções”, Fundação


Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1983, Cap. 7, pg. 737, 738

4B - Doseamento potenciométrico do cobre

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 Reagentes/soluções fornecidas


• Solução de NaNO3 1,0 M.
• Amostra
• Solução padrão de Cu(NO3)2 0,100 M

3.2 Preparação de solução de cobre 0,005 M


• Prepare 100 mL de uma solução padrão aproximadamente 0,005 M em ião Cu2+ por
diluição da solução de Cu(NO3)2 0,100 M.

3.3. Preparação dos padrões

Para 3 balões volumétricos de 100 mL, transfira 10, 5 e 2 mL da solução padrão 0,100
M em ião Cu2+, respectivamente. Escolha o material adequado para medir os volumes
da solução padrão 0,100 M, tendo em consideração se é ou não necessário rigor na
medição. Adicione 10 mL da solução de NaNO3 1,0 M a cada balão e perfaça o volume
com água destilada.

Noutros 3 balões volumétricos de 100 mL introduza 10, 5 e 2 mL da solução padrão


0,00500 M em ião Cu2+, respectivamente. Escolha o material adequado para medir os
volumes da solução padrão 0,005 M. Adicione 10 mL da solução de NaNO3 1,0 M a
cada balão e perfaça o volume com água destilada.

3.4. Calibração
Utilizando um potenciómetro equipado com um eléctrodo específico de cobre e
um eléctrodo de referência (por exemplo, o eléctrodo saturado de calomelanos, ou o
eléctrodo de prata/cloreto de prata), meça o valor da diferença de potencial para as
várias soluções padrão anteriormente preparadas.
Meça a temperatura das soluções (deverá ser igual para todos os padrões e para a
amostra)

3.5. Preparação e análise da amostra


Dilua 10 mL de amostra fornecida a 100 mL, tendo o cuidado de, antes de
perfazer o volume do balão, adicionar o volume de solução de NaNO3 1,0 M necessário
para igualar a força iónica da amostra à força iónica dos padrões (considere desprezável
a contribuição dos iões da amostra para a força iónica).
Meça o valor da diferença de potencial para a solução resultante da diluição
amostra. Caso o valor obtido se encontre fora da gama de respostas dos padrões,
demasiado próximo de um extremo da recta de calibração, ou na zona de resposta não
linear, proceda a uma diluição mais adequada e repita a medição do potencial.

4. QUESTIONÁRIO
O mesmo do trabalho 4A

5. RELATÓRIO
5.1. Registo de resultados
5.1.1. Preparação da solução padrão aproximadamente 0,005M em Cu2+
material usado
5.1.3. Calibração

Padrão nº 1 2 3 4 5 6
Solução mãe
usada na
preparação ≈0,005 M ≈0,005 M ≈0,005 M ≈0,1 M ≈0,1 M ≈0,1 M
Volume de 1 5 10 2 5 10
solução mãe
/mL
Potencial/mV

5.1.4. Diluição da amostra


material usado:
5.1.5. Potencial da amostra diluída
Após diluição de 10 mL de amostra a 100 mL conforme indicado em 3.5, registe o
potencial da solução diluída. Comente se é necessário fazer nova diluição. Em caso
afirmativo, indique qual a nova diluição efectuada e explique como a efectuou (material
usado e volume de NaNO3 adicionado)

5.2. Cálculos e discussão de resultados

• Apresente uma Tabela com os valores das concentrações exactas dos padrões
preparados em 3.3, valores dos respectivos logaritmos e os valores dos potenciais
lidos para cada solução.
• Represente graficamente o potencial em função do logaritmo da concentração de ião
cloreto, para cada um dos padrões preparados. Caso se verifique uma relação linear
determine a equação da recta usando o método dos mínimos quadrados e represente-
a no gráfico.
• Com base na equação da recta de calibração definida calcule a concentração de cobre
na amostra original. Tenha em consideração a diluição efectuada para efectuar a
medição do potencial
• Compare o valor experimental do declive da recta de calibração com o valor teórico
e indique se o eléctrodo apresenta resposta Nernstiana (declive de acordo com o
previsto teoricamente)
TRABALHO 5 - DETERMINAÇÃO DO FÓSFORO POR ESPEC-
-TROFOTOMETRIA UV/VIS

1. OBJECTIVOS

• Descrever os princípios em que se baseia uma análise espectrofotométrica


• Identificar os componentes de um espectrofotómetro de ultravioleta-visível e
a sua função
• Enunciar a lei de Beer e aplicá-la
• Identificar as formas específicas de fósforo que podem existir em amostras
aquosas
• Preparar a amostra para análise consoante a forma de fósforo a quantificar
• Familiarizar-se com métodos de digestão no tratamento prévio da amostra
• Realizar a análise quantitativa de fósforo total numa amostra com recurso a
uma recta de calibração com padrões

2. INTRODUÇÃO

2.1. O fósforo em águas naturais


O fósforo pode apresentar-se na forma de ortofosfato, polifosfato ou fósforo
orgânico podendo encontrar-se naturalmente em águas de superfície e subterrâneas. No
entanto, um nível demasiado elevado de ortofosfatos é indicação de uma possível
contaminação com águas residuais domésticas ou industrias ou com fertilizantes
agrícolas. Os detergentes são um exemplo de um produto de grande consumo que
contém elevadas quantidades de ortofosfato como agente complexante. O excesso de
fosfatos e nitratos nas águas proporciona o desenvolvimento excessivo de algas e
plantas aquáticas conduzindo à eutrofização do aquífero com consequências nefastas
para o equilíbrio do ecossistema. O teor de fosfatos é um parâmetro utilizado no sistema
de classificação de águas.
O método utilizado neste trabalho é específico para o ião ortofosfato (PO43-). O
método baseia-se na adição de reagentes que reagem com o fosfato formando um
produto de cor azul. Os reagentes são adicionados em excesso e a intensidade da cor é
proporcional à concentração de fósforo existente na amostra. Para a quantificação é
utilizada espectrofotometria no visível.
Dependendo do tratamento da amostra é possível determinar várias formas de
fósforo. Os polifosfatos (e alguns compostos orgânicos com fósforo) podem ser
convertidos em ortofosfatos por hidrólise ácida e os compostos orgânicos com fósforo
podem ser convertidos em ortofosfatos por digestão com persulfato.
 Ortofosfato: fósforo inorgânico (PO43-, HPO42-, H2PO4-, H3PO4) na
amostra quantificado por colorimetria directa da amostra
 Fósforo hidrolizável: fósforo em formas hidrolisáveis por tratamento
da amostra com ácido sulfúrico, menos o teor em ortofosfato pré-
determinado por colorimetria directa da amostra. O fósforo hidrolisável
inclui polifosfatos e algum fósforo orgânico
 Fósforo orgânico (oxidável) total: fósforo na amostra após digestão
com persulfato menos os teores em ortofosfato e em fósforo hidrolisável

AMOSTRA

Filtrar
0,45µm

Resíduo Filtrado

Hidrólise Digestão com


Colorimetria com H2SO4, persulfato,
directa Colorimetria. Colorimetria

Ortofosfato Ortofosfato e fósforo Fósforo total


dissolvido hidrolisável dissolvido

Figura 1: Representação esquemática da metodologia para a determinação das diferentes


formas de fósforo dissolvido

Neste trabalho experimental pretende-se determinar o fósforo total dissolvido.


A determinação de fósforo pelo método descrito pode ser realizada em água
potável, águas de superfície e salinas, bem como em águas residuais domésticas e
industriais dentro do intervalo de concentrações: 0,01-0,5 mg/L.

2.2. Absorção de radiação pela matéria

Em espectroscopia, absorção é um processo em que uma espécie química num


meio transparente atenua (decresce a intensidade de) certas frequências da radiação
electromagnética. Segundo a teoria quântica, a energia das partículas elementares
(átomos, iões, ou moléculas) está “quantizada”, isto é, só lhe são permitidos
determinados valores. Para que uma partícula elementar absorva um fotão de radiação, é
necessário que a energia desse fotão coincida com a diferença de energia entre dois dos
níveis de energia (E1 e E0) da partícula:
hν = Ε −Ε
1 0 (1)

Se se colocar uma solução de uma espécie química que absorve radiação de


frequência ν, no percurso óptico de radiação com essa frequência (ver figura 2), a
radiação que atravessa a solução sofre atenuação.

b
P0 P

Solução da espécie P0 = potência do feixe incidente


absorvente, de concentração
C
P = potência do feixe após
atenuação

Figura 2 – Atenuação do feixe de radiação incidente, devida à absorção por uma


ou mais espécies em solução

A transmitância e a absorvência são duas grandezas que podem ser usadas para
exprimir quantitativamente a atenuação da radiação.

P
Transmitância, T: T=
P0

P0
Absorvência, A A = ! log10 T = log
P

O espectro de absorção de uma amostra (por exemplo da solução representada na


figura 2) é um gráfico da absorvência, ou da transmitância, em função do comprimento
de onda (ou da frequência). Cada espécie química tem um espectro de absorção
característico, pois só absorve determinadas frequências (as que correspondem à
diferença de energia entre dois níveis energéticos dessa espécie; ver equação 1). Assim,
a espectroscopia pode ser usada em análise qualitativa (identificação de analitos).
As moléculas têm três tipos de energia “quantizada”: energia electrónica,
vibracional e rotacional. Alterações na energia dos electrões requerem radiação mais
energética do que alterações na energia vibracional. Por isso, enquanto a absorção de
radiação da zona do infravermelho pode originar alterações na energia vibracional das
moléculas, a alteração da energia dos electrões requer radiação da zona do visível e
ultravioleta, a qual é mais energética (de maior frequência).
A absorção de radiação pertencente à região UV-Visível (200 a 800 nm) por uma
espécie molecular resulta geralmente na excitação de electrões ligantes: o valor do
comprimento de onda ao qual ocorrem os picos de absorção pode assim ser relacionado
com os vários tipos de ligações nas espécies em estudo. Mas a alteração de energia
electrónica das moléculas pode ser acompanhada de alteração da energia vibracional e
rotacional, e por isso uma dada transição electrónica dá origem a uma banda de
absorção, constituída por numerosas riscas muito próximas.

2.3. Espectrofotómetro de ultravioleta-visível

Um espectrofotómetro de UV-visível é um instrumento que permite medir a


absorvência de uma amostra em função do comprimento de onda..
Os constituintes principais de um espectrofotómetro de UV-visível estão indicados
esquematicamente no diagrama de blocos da Figura 3.

Monocro Processador de
Fonte mador Detector sinal/registador

Compartimento da amostra, onde é


colocada a célula com a solução
amostra

Figura 3 – Diagrama de blocos representativo de um espectrofotómetro de absorção


molecular no UV-visível

O monocromador é um selector de comprimento de onda (Figura 4). A radiação


policromática entra através de uma fenda. O elemento dispersor dispersa a radiação
policromática proveniente da fonte nos feixes de vários comprimentos de onda que a
constituem (efeito idêntico ao da dispersão da luz branca do sol, dando origem às cores
do arco-iris). Uma fenda de saída do monocromador permite seleccionar “o
comprimento de onda” que incide na amostra. O espectrofotómetro tem um dispositivo
que permite rodar o elemento dispersor e variar assim “o comprimento de onda” que é
focado na fenda de saída do monocromador. Desta forma, é possível variar o
comprimento de onda que incide na amostra.
Note-se que nenhum monocromador é capaz de seleccionar um único comprimento de
onda. Pela fenda de saída do monocromador sai uma banda estreita de comprimentos de
onda
Espelhos
côncavos

Elemento
dispersor Fenda de
Fenda de
entrada saída

Figura 4 – Esquema de um monocromador

2.4. Análise quantitativa. A lei de Beer

A aplicação de espectroscopia em análise quantitativa, baseia-se na lei de


Beer. Segundo a lei de Beer, a absorvência de uma solução a um dado comprimento de
onda é dada por

A= ε.b.C (1)

em que C é a concentração da espécie absorvente (mol/dm3), b, o comprimento (cm) da


célula que contem a amostra (percurso óptico; ver figura 1) e ε representa a
absortividade molar, característica da espécie absorvente. Medindo as absorvências de
uma uma série de soluções padrão do analito, sempre na mesma célula de quartzo (b
constante) obtém-se uma recta de calibração que pode ser usada para determinar a
concentração de analito na amostra a partir do valor da absorvência desta.
A lei de Beer é válida em soluções diluídas e em condições de radiação incidente
monocromática.
Note-se que o feixe incidente na amostra, seleccionado pelo monocromador, não é
absolutamente monocromático, mas sim uma banda, embora bastante mais estreita do
que a banda de absorção do analito. Para minimizar o facto de o feixe incidente na
amostra não ser absolutamente monocromático, deve trabalhar-se ao valor de
comprimento de onda correspondente ao máximo da banda de absorção, pois nessa
situação, ε praticamente não varia com pequenas variações do comprimento de onda.
Por outro lado, consegue-se o máximo de sensibilidade.
Na Figura 5 está representada uma banda de absorção de um analito. Se se
ajustasse o monocromador do espectrofotómetro de forma a seleccionar a banda B de
comprimentos de onda, fora do máximo da banda de absorção, para fazer as leituras de
absorvência de várias soluções padrão, poderia não se obter uma recta ao representar a
absorvência em função da concentração (lei de Beer não era obedecida). Esses desvios à
lei de Beer devem-se ao facto de ε do analito variar com o comprimento de onda na
gama de comprimentos de onda seleccionada pela fenda de saída do monocromador.
Seria melhor ajustar o monocromador de forma a seleccionar a banda A.

comprimento de
onda
Figura 5 – Vantagens de fazer as leituras de absorvência ao máximo da banda de
absorção do analito

3. REALIZAÇÃO EXPERIMENTAL

Reagentes e soluções fornecidos

1. Persulfato de amónio (sólido)


2. Dihidrogenofosfato de potássio (sólido previamente seco a 105ºC durante 2h e
guardado no exsicador, Mr=136,09)
3. Soluções de NaOH 10 M, 1 M, 0,01 M e 0,001 M e soluções de H2SO4 0.1 e 0.01 M
(para ajustes de pH)
4. Solução de ácido sulfúrico 11 N
5. Reagente combinado (solução contendo ácido sulfúrico + tartarato de potássio e
antimónio + molibdato de amónio + ácido ascórbico)

3.2. Preparação da amostra para determinação de fósforo total dissolvido:


Prepare a amostra, seguindo o seguinte procedimento:
•Num copo de 100-150 mL, de forma alta, coloque 50.00 mL de amostra e
adicione 1 mL de H2SO4 11 N e 0.4 g de persulfato de amónio.
• Ferva suavemente, sobre uma placa de aquecimento, previamente aquecida,
durante 30-40 minutos ou até o volume se reduzir a cerca de 10 mL. Não
deixe secar.
• Deixe arrefecer, dilua a amostra a cerca de 25-30 mL e ajuste o pH a 7.0 ±
0.2 com NaOH 10 M, 1M, 0.1M, 0.01M e/ou 0.001M, usando um medidor
de pH. Dispõe também de soluções de H2SO4 de várias concentrações para o
ajuste de pH, caso o valor pretendido seja ultrapassado.
• Transfira quantitativamente para um balão volumétrico de 50.00 mL, mas
não perfaça o volume com água destilada, antes de adicionar o reagente
combinado, conforme descrito no ponto 3.6
Faça um ensaio em branco seguindo exactamente o mesmo procedimento descrito
para a amostra, mas substituindo os 50.00 mL de amostra por 50.00 mL de água
destilada.

3.3. Preparação de solução padrão de fósforo 50 mg L-1 (50 mg de P por litro):


Num copo pequeno, pese rigorosamente cerca de 0.10 g de KH2PO4, dissolva em água
destilada, transfira quantitativamente para um balão volumétrico de 500.0 mL e
perfaça o volume com água destilada. Homogenize bem a solução.

3.4. Preparação de solução padrão de fósforo 1.0 mg L-1:


Pipete 10.00 mL da solução anterior para um balão de 500.0 mL e perfaça o
volume com água destilada. Homogenize bem a solução.

3.5. Preparação dos padrões de calibração


• A partir da solução 3.4 (1.0 mg L-1), prepare uma série de 6 padrões de
calibração, pipetando os volumes a seguir indicados para cada um de 6 balões
volumétricos de 50.00 mL. Não perfaça o volume com água destilada, antes
de adicionar o reagente combinado, conforme descrito no ponto 3.6

balão 1 2 3 4 5 6
Volume a pipetar (mL) 0 5 10 15 20 25

3.6. Medição das absorvências dos padrões e das amostras


Adicionar 8.0 mL de reagente combinado a cada um dos padrões e a cada uma das
amostras e brancos preparados conforme indicado em 3.5 e 3.2, e perfaça o
volume dos balões com água destilada
Após um mínimo de 10 minutos mas não mais de 30 minutos, meça as absorvências das
soluções a 880 nm.
4. TRATAMENTO DE RESULTADOS E CÁLCULOS

• Faça a representação gráfica das absorvências dos padrões em função da


respectiva concentração (deve calcular a concentração rigorosa dos padrões).
Caso se verifique uma relação linear determine os parâmetros da recta usando o
método dos mínimos quadrados e represente-a no gráfico.
• Comente o resultado do branco
• Determine a concentração de fósforo (P) total dissolvido, em mg/L

Bibliografia

Methods for Chemical Analysis of Water and Wastes, EPA


Phosphorus, all forms, Method 365.2 (Colorimetric, Ascorbic Acid, Single
Reagent), March 1979.
TRABALHO 6 - DETERMINAÇÃO DE MAGNÉSIO NUMA
ÁGUA ENGARRAFADA POR ESPECTROFOTOMETRIA DE
ABSORÇÃO ATÓMICA

1. OBJECTIVOS
• Identificar os diversos componentes de um espectrofotómetro de absorção atómica e
conhecer as respectivas funções
• Identificar as principais diferenças entre um espectrofotómetro de absorção atómica
e um espectrofotómetro de absorção molecular
• Identificar os parâmetros instrumentais que é necessário ajustar para que uma
determinada quantificação possa ser feita por espectrofotometria de absorção
atómica
• Aplicar o método de calibração por adição de padrão
• Comparar os resultados obtidos para a concentração de magnésio na água usando
métodos diferentes de calibração

2. INTRODUÇÃO
NOTA: Leia previamente os pontos 2.1, 2.2 e 2.3 da introdução do trabalho nº 5

2.1. Fundamentos da espectroscopia de absorção atómica


Em espectroscopia atómica as amostras são vaporizadas a uma temperatura bastante
elevada, decompondo-se em átomos. A absorção ou emissão de radiação aos
comprimentos de onda característicos desses átomos pode então ser medida. Devido à
sua sensibilidade e à facilidade com que pode analisar-se um grande número de
amostras, a espectroscopia atómica é muito utilizada como técnica analítica na indústria
e em laboratórios de análises químicas. Neste trabalho vai determinar-se a concentração
de magnésio numa água de mesa, usando a espectrofotometria de absorção atómica
como método de análise. Para calibração irão usar-se dois métodos distintos: calibração
com padrões externos e calibração pelo método de adição de padrão. Os resultados
obtidos pelos dois métodos serão comparados e analisados.
Na Figura pode ver-se uma representação esquemática de um espectrofotómetro de
absorção atómica com atomização por chama.
Monocro-
chama mador Detector
fonte

acetileno
“Chopper” ar Processador de
capilar sinal/registador
Nebulizador-
-queimador
Copo com amostra

A amostra (solução) é arrastada para o nebulizador-queimador pelo fluxo rápido


do oxidante que passa na ponta do capilar cuja outra ponta está mergulhada na amostra.
Desta forma a amostra líquida é aspirada e pulverizada em pequenas gotas, formando
um aerossol. O fluxo de oxidante, combustível e gotículas de amostra passa por um
sistema que promove a mistura e rejeita as gotas de maior tamanho que se acumulam na
parte de baixo da câmara de nebulização e são escoadas por um dreno. A mistura
oxidante/combustível mais usada é ar/acetileno (mistura que vai ser usada neste
trabalho). As gotículas de menor tamanho são arrastadas para a chama. Uma chama de
ar-acetileno atinge uma temperatura no intervalo 2125-2400 ºC. Após evaporação do
solvente os solutos são volatilizados e dissociados dando origem a átomos.
A chama deve estar alinhada com o feixe de radiação proveniente da fonte, a
qual emite radiação aos comprimentos de onda a que absorvem os átomos do elemento a
analisar. Assim, a radiação, ao passar na chama, é parcialmente absorvida por esses
átomos, provocando a transição dos mesmos do estado fundamental para um estado
excitado. A chama é, portanto, a fonte de energia que permite a atomização dos
componentes da amostra e é, simultaneamente, o compartimento da amostra.
A absorvência medida é proporcional à concentração de átomos na chama e
esta é proporcional à concentração do elemento na amostra líquida, se esta for
introduzida na chama a uma velocidade estável e reprodutível. Diversas
propriedades físicas da amostra podem afectar a absorvência medida, devido ao facto de
alterarem o caudal de aspiração. Por exemplo, a presença de agentes tensioactivos numa
amostra faz com que a tensão superficial desta seja menor do que a de uma solução
padrão com a mesma concentração de analito mas sem agente tensioactivo. Em
consequência disso, as gotículas de aerosol que se formam na câmara de nebulização
durante a aspiração da amostra terão tamanho diferente das que se formam durante a
aspiração da solução padrão, fazendo com que a quantidade de solução que chega à
chama por unidade de tempo, e consequentemente a concentração de átomos na chama,
seja diferente. A amostra e a solução padrão dariam absorvências diferentes, apesar de
ambas as soluções terem a mesma concentração de analito. Assim, uma análise dessa
amostra feita usando padrões de calibração onde o agente tensioactivo não está presente,
conduziria a um resultado errado. Diferenças significativas entre as propriedades físicas
da amostra e dos padrões de calibração podem conduzir a erros na análise. Neste caso, a
calibração pelo método de adição de padrão é mais adequada do que a calibração com
padrões externos.
Muitos elementos formam óxidos e hidróxidos na chama. Uma vez que as
moléculas não têm os mesmos espectros que os átomos constituintes, o sinal de
absorção atómica é diminuído. Se a chama for rica em combustível, o excesso de
espécies contendo carbono tende a reduzir os óxidos e hidróxidos aumentando a
sensibilidade. O mesmo pode, por vezes, ser conseguido, aumentando a temperatura da
chama de forma a decompor os óxidos e hidróxidos formados, o que pode ser
conseguido alterando a composição da mistura combustível/oxidante. O contrário de
uma chama rica é uma chama pobre (“lean”) que contém um excesso de oxidante e é
mais quente. Para cada elemento é recomendada uma determinada mistura
combustível/oxidante e uma chama mais ou menos rica. Por esse motivo, antes de
efectuar a análise, deve consultar o manual de métodos analíticos que acompanha o
aparelho, onde estão indicados os caudais e tipo de combustível e oxidante que deve
usar e o tipo de chama para o elemento a analisar.

2.2. Comparação entre um espectrofotómetro de absorção atómica e um


espectrofotómetro de UV-visível (para estudar depois de dar esta matéria na
aula teórica)

Existem três diferenças fundamentais entre um espectrofotómetro para


espectroscopia atómica e um espectrofotómetro para espectroscopia molecular. Uma
delas é, como vimos, o compartimento da amostra. As outras duas são o tipo de fonte de
radiação e a necessidade de um método de correcção de fundo, no caso da
espectroscopia atómica.

Compartimento da amostra

Num espectrofotómetro de absorção molecular no UV-visível, o compartimento


da amostra é apenas uma cavidade onde se introduz a célula contendo a amostra.
Normalmente, a amostra é introduzida numa célula de vidro, ou quartzo, a qual é
encaixada num suporte adequado no compartimento da amostra. As espécies
absorventes são moléculas ou iões que se encontram na solução.
Em espectroscopia de absorção atómica mede-se a absorção de radiação por
átomos neutros do elemento a analisar, no estado gasoso. Ora, o elemento a analisar na
amostra não se encontra nessa forma, pelo que o compartimento da amostra inclui um
acessório para fazer a atomização. No caso de um espectrofotómetro de absorção
atómica com atomização por chama, o compartimento da amostra inclui o nebulizador-
queimador que permite aspirar a solução amostra para a chama, a qual provoca a
volatilização do solvente e a dissociação dos solutos em átomos. É na chama que o
elemento a analisar passa ao estado de átomos neutros, os quais vão absorver a radiação
da fonte

Tipo de fonte

A lei de Beer só se aplica a radiação monocromática. Em termos práticos, isso


implica que a banda de radiação que chega ao detector (seleccionada pelo
monocromador) deve ser bastante mais estreita do que a banda de absorção da amostra.
Como os espectros atómicos são constituídos por riscas estreitas (largura ≈ 10-4 nm) e
não existe nenhum monocromador com uma resolução tão elevada, a fonte de radiação
não pode ser contínua, como acontece nos espectrofotómetros para espectroscopia
molecular. A fonte usada em espectroscopia de absorção atómica emite riscas com
largura inferior e o mesmo comprimento de onda das riscas de absorção do elemento a
analisar na amostra. O monocromador permite isolar a risca pretendida, eliminando
outras riscas emitidas pela fonte. Neste trabalho vai usar-se como fonte uma lâmpada de
cátodo oco de magnésio.

Necessidade de correcção de fundo

Num espectrofotómetro de absorção atómica, é necessário eliminar


interferências devidas à emissão de radiação pela chama, resultante do decaimento de
moléculas e átomos excitados para um estado de menor energia. Muita da radiação
emitida é removida pelo monocromador, mas há sempre radiação emitida pelos átomos
e moléculas na chama que passa para o detector. Para eliminar os efeitos da emissão da
chama é necessário modular o sinal de saída da fonte de tal forma que a sua intensidade
flutue a uma frequência constante. Essa modulação pode ser conseguida por meio de um
“chopper” ou interruptor de sinal, posicionado entre a fonte e a chama.
O “chopper” é um disco em que quadrantes alternados são removidos e que roda a uma
velocidade constante, provocando a interrupção do sinal da fonte à frequência desejada
Num espectrofotómetro de feixe duplo os quadrantes não abertos são espelhados: quando
a radiação incide nos quadrantes abertos passa pela chama, quando incide nos quadrantes
espelhados é reflectida e encaminhada para o monocromador e detector sem passar na
chama.

O detector recebe assim dois tipos de sinal: um sinal contínuo proveniente da


chama e um sinal alternado proveniente da fonte. O sinal contínuo pode ser removido
por um dispositivo adequado e apenas o sinal alternado é amplificado.
O “chopper” não permite corrigir interferências espectrais devidas à presença de
produtos de combustão moleculares que absorvam ao comprimento de onda do analito
nem interferências devidas à presença de produtos particulados que dispersem a
radiação. Ambas as interferências provocam diminuição da intensidade do feixe
transmitido e dão origem a erros positivos. O aparelho que vai utilizar possui um
sistema de correcção de lâmpada de deutério, o qual permite corrigir este tipo de
interferências.

2.3. Análise quantitativa

A análise quantitativa por espectrofotometria de absorção atómica baseia-se na


lei de Beer que prevê que a absorvência é proporcional à concentração do analito (ver
secção 2.3 do trabalho nº 5).

A= ε.b.C (1)

No entanto, para muitos elementos não se observa uma relação linear em toda a
gama de concentrações. No caso do magnésio o limite máximo das concentrações para
as quais se observa resposta linear é de 0,5 ppm, conforme está indicado no manual de
métodos que acompanha o aparelho.

Método da adição de padrão

No método de adição de padrão que vai aplicar, prepara várias soluções contendo a
mesma quantidade de amostra e quantidades variáveis de uma solução padrão do
analito, X.
Assim, suponha que introduz um volume Va de amostra em cada um de 5 balões,
adiciona volumes variáveis (V1, V2, etc) de uma solução padrão de X, de concentração
Cp, aos vários balões e perfaz o volume de cada balão, Vf, com solvente (normalmente,
água). Em seguida, mede a absorvência de cada uma das soluções preparadas.

balão 1 2 3 4 5
Volume de
padrão V1 V2 V3 V4 V5
Absorvência A1 A2 A3 A4 A5
Nota: É conveniente que V1=0

No balão nº j foi introduzido um volume Va de amostra e um volume Vj de padrão e


perfez-se o volume Vf do balão com solvente
Quantidade (nº de moles) de X no volume Va de amostra = CaVa
Quantidade (nº de moles) de X no volume de padrão adicionado = CpVj
Quantidade total de X na soluçaõ final = Ca Va + CpVj
Volume total da solução final = Vf

C aVa + C pV j C aVa C pV j
concentração de X na solução final = = + = C a, f + C p, j
Vf Vf Vf

A Absorvência é proporcional à concentração: A=k.Cx

A absorvência da solução j é dada por: Aj = k (Ca,f+Cp,j)

Aj = k Ca,f + k Cp,j
Como todas as soluções contêm a mesma quantidade de amostra, tem-se
k Ca,f = constante = a
Então:
Aj = a + k Cp,j

A equação anterior é a equação de uma recta: há uma relação linear entre a absorvência
e a concentração final de padrão adicionado, Cp,j. Ajustando uma recta aos valores de Aj
e Cp,j determinam-se os parâmetros a e k da recta. Calcula-se então a contribuição da
amostra para a concentração de analito em cada balão: Ca,f =a/k.
Mas a amostra sofreu uma diluição. Como vimos, C aV a logo, a
C a, f =
Vf
concentração de analito na amostra é C a, f V f
Ca =
Va

3. REALIZAÇÃO EXPERIMENTAL
3.1. Reagentes e soluções fornecidos
Solução padrão de Magnésio para absorção atómica (1000 ppm de Mg)
Água engarrafada (com indicação do teor em Mg)
3.2 Preparação de solução padrão de magnésio 5 ppm
• Prepare 200 mL de uma solução padrão 5 ppm de Mg, por diluição da solução
fornecida.

3.3. Calibração com padrões externos


• Prepare uma série de 5 padrões, em balões de 50 mL, com as concentrações 0.1; 0.2;
0.3; 0.4 e 0.5 ppm de Mg, por diluição adequada da solução 5 ppm preparada em
3.2.
• Com base no valor da concentração de Mg2+ indicada no rótulo da garrafa, verifique
se é necessário efectuar uma diluição prévia da amostra de forma a que a sua
concentração se situe dentro da gama de concentrações dos padrões. Se
neccessário, faça a diluição da amostra (escolha o material adequado, conforme o
rigor necessário para essa diluição).
• Meça a absorvência de cada um dos padrões (entre cada uma das leituras com
soluções diferentes aspire água destilada). Meça também a absorvência da água
destilada (branco) e a absorvência da amostra diluída (ver ponto 4 sobre o uso do
espectrofotómetro de absorção atómica)

3.4. Calibração pelo método da adição de padrão

• Prepare uma série de 6 soluções (balões de 100 ml) com uma quantidade fixa da
amostra (10 mL) e quantidades variáveis da solução padrão 5 ppm de Mg: 0, 1, 2,
3, 4 e 5 mL, respectivamente. Perfaça o volume do balão com água destilada.
• Meça a absorvência de cada uma destas soluções (ver ponto 4 sobre o uso do
espectrofotómetro de absorção atómica).

4. USO DO ESPECTROFOTÓMETRO DE ABSORÇÃO ATÓMICA (Perkin


Elmer, Analyst 100)
4.1. Ligar o aparelho e deixar a lâmpada aquecer durante 10 a 15 minutos.
4.2. Seleccionar o comprimento de onda indicado nas instruções do fabricante (para o
Magnésio λ=285.2 nm)
4.3. Alinhar a lâmpada e o queimador.
4.4. Ligar os gases e ajustar os caudais conforme as instruções do fabricante. Acender a
chama. Os caudais do combustível (acetileno) e do comburente (ar) são ajustados
de forma a obter uma chama oxidante (chama azul, excesso de ar), conforme
recomendado para a análise do magnésio.
4.5. Aspirar a solução 0.3 ppm de Mg e fazer pequenos ajustes do queimador e do
caudal de aspiração de forma a obter uma absorvência ≥ 0.200.
4.6. Aspire água destilada e acerte o zero com o comando “AUTOZERO”.
4.7. Aspire as soluções, alternando sempre com água destilada, e tome nota da
absorvência.

5. QUESTIONÁRIO

5.1.Na determinação de Ferro em sumo de frutas por Absorção Atómica com


atomização por chama, uma alíquota de 25.00 mL de sumo foi sujeita a uma
digestão prévia em meio ácido. A amostra digerida foi quantitativamente transferida
e filtrada para um balão volumétrico de 100.0 mL, perfazendo-se o volume com
água destilada (solução A). Preparou-se uma série de balões volumétricos de 50.00
mL aos quais se adicionou 10.00 mL da solução A e volumes crescentes de solução
padrão de ferro 25.00 ppm, indicados na Tabela.

Volume (mL) 0.00 5.00 10.00 15.00


Absorvência 0.100 0.381 0.666 0.946

A partir dos resultados apresentados na tabela calcule a concentração de ferro no


sumo.

5.2.Explique a vantagem de usar o método de adição de padrão em vez da calibração


com padrões externos, quando a amostra contem agentes tensioactivos.

6. RELATÓRIO
6.1. Registo de resultados
6.1.1. Preparação da solução padrão de magnésio 5 ppm, a partir da solução 1000
ppm fornecida
Volume de solução 1000 ppm = _______mL medido com_______(indicar
material)
Volume final =___________mL medido em ____________(indicar material)

6.1.2. Amostra analisada


Identifique a marca de água de mesa analisada e especifique as indicações do rótulo
da mesma

6.1.3. Calibração com padrões externos


Os padrões foram preparados em balões de 50 mL, por diluição da solução mãe referida
em 6.1.

padrão 1 2 3 4 5 6
volume de
solução mãe 0
(mL)
concentração
do padrão
(ppm) *
Absorvência
* Apresente a concentração rigorosa, com o nº de algarismos significativos correcto

Diluição da amostra:
Volume de amostra = ________mL medido com ____________(indicar material)
Volume final =___________mL medido em ____________(indicar material)

Absorvência da amostra diluída =

6.1.4. Calibração pelo método de adição de padrão


As soluções foram preparadas em balões de 100,0 mL. A cada balão foi adicionado um
volume fixo de amostra (10 mL) e um volume variável da solução padrão mãe
preparada em 6.1

solução 1 2 3 4 5 6
volume de
solução 0 1,00
padrão mãe
(mL)
Absorvência

6.2. Tratamento de resultados e discussão

6.2.1. Calibração com padrões externos


• Represente graficamente a absorvência em função da concentração de Mg2+, para
cada um dos padrões preparados. Caso se verifique uma relação linear determine os
parâmetros da recta, usando o método dos mínimos quadrados, e represente-a no
gráfico.
• Calcule a concentração de magnésio na amostra

6.2.2. Calibração pelo método da adição de padrão


• Calcule a concentração de padrão adicionado em cada uma das soluções preparadas
• Represente graficamente a absorvência em função da concentração de padrão
adicionado. Caso se verifique uma relação linear, determine os parâmetros da recta
pelo método dos mínimos quadrados e represente-a no gráfico.
• Calcule a concentração de magnésio na amostra

6.3. Análise crítica dos resultados obtidos


Compare o valor obtido por cada um dos métodos com o valor rotulado na garrafa e
comente.

7. BIBLIOGRAFIA

1. D. A. Skoog, F. J. Holler, T. A. Nieman, “Principles of Instrumental Analysis”, 5th


ed., Saunders College Publishing, 1998 (Biblioteca da UA, 543G.26).
2. D. C. Harris, “Quantitative Chemical Analysis”, 4th ed., W. H. Freemn and
Company, New York, 1996, capítulo 21 (Biblioteca da UA, 543A.332 – vários
exemplares)
3. D. A. Skoog, D. M. West, F. J. Holler, “Fundamentals of Analytical Chemistry”, 7th
ed., Saunders College Publishing, 1996, Capítulo 26, pg 611-626 (Biblioteca da
UA, 543G, 65 – um exemplar em empréstimo condicionado)

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