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ESTADO DE GOIÁS

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR


ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR

ESTÁGIO DE ADAPTAÇÃO DE CABOS

E–A–C

MATERIAL DIDÁTICO

OUTUBRO DE 2008
INDÍCE
CONTEÚDO Pág.
1 RELAÇÕES INTERPESSOAIS 1
1.1 Objetivo da Disciplina................................................................................................... 1
1.2 As Relações Humanas................................................................................................. 1
1.3 O Auto-conhecimento................................................................................................... 1
1.4 O Conflito...................................................................................................................... 1
1.5 O Problema das Chefias Intermediárias ...................................................................... 2
2 CHEFIA E LIDERANÇA 2
2.1 Definições. ................................................................................................................... 2
2.2 Dedicação..................................................................................................................... 3
2.3 Regras de Procedimento.............................................................................................. 4
3 DEFESA CIVIL 5
3.1 Histórico........................................................................................................................ 5
3.2 Definições..................................................................................................................... 5
3.3 Finalidade e Objetivos.................................................................................................. 5
3.4 Estrutura Nacional de Defesa Civil............................................................................... 5
3.5 Fases de Defesa Civil................................................................................................... 6
3.6 Classificações............................................................................................................... 6
3.7 Classificação dos Desastres........................................................................................ 6
3.8 Critérios para Decretação de Situação de Emergência e de Estado de Calamidade 7
3.9 Pública.........................................................................
Emergência Com Produtos Perigosos......................................................................... 8
4 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (Protocolo SBV CBMGO 2007) 11
4.1 Segurança no Atendimento ......................................................................................... 11
4.2 Avaliação Primária........................................................................................................ 11
4.3 Exame Complementar.................................................................................................. 11
4.4 Reavaliação e Monitoração.......................................................................................... 12
4.5 Obstrução Respiratória................................................................................................. 12
4.6 Parada Respiratória...................................................................................................... 12
4.7 Parada Cardiorespiratória............................................................................................ 13
4.8 Estado de Choque........................................................................................................ 14
4.9 Hemorragias................................................................................................................. 14
4.10 Ferimentos.................................................................................................................... 15
4.11 Traumatismos de Extremidades................................................................................... 16
4.12 Trauma de Crânio......................................................................................................... 17
4.13 Trauma Raqui-Medular................................................................................................. 17
4.14 Trauma de Tórax.......................................................................................................... 18
4.15 Queimaduras................................................................................................................ 18
5 SALVAMENTO 20
5.1 Definições..................................................................................................................... 20
5.2 Condições básicas para o salvamento......................................................................... 20
5.3 Seqüência..................................................................................................................... 20
5.4 Fases............................................................................................................................ 20
5.5 Para o sucesso em uma operação de salvamento deve observar.............................. 20
5.6 Operações de Proteção................................................................................................ 20
5.7 Arrombamento.............................................................................................................. 20
5.8 Ações no encerramento da ocorrência......................................................................... 21
5.9 Salvamento em Altura.................................................................................................. 21
5.10 Salvamento Terrestre................................................................................................... 21
5.11 Procedimento em Acidente Automobilístico................................................................. 22
5.12 Procedimentos em Incêndio em Galpões e Residências............................................. 22
5.13 Procedimentos em Captura de Insetos........................................................................ 23
5.14 Procedimentos em Ocorrências com Eletricidade........................................................ 23
5.15 Procedimentos em Desabamento................................................................................ 23
5.16 Procedimentos em Soterramento................................................................................. 23
5.17 Procedimento de Salvamento em Torres / Postes....................................................... 23
5.18 Procedimento de Salvamento em Elevadores............................................................. 24
5.19 Táticas em Ocorrências de Poços, Valas e Galerias................................................... 24
5.20 Salvamento Aquático.................................................................................................... 24
5.21 Medidas principais durante uma operação de prevenção............................................ 25
5.22 Número de guarda-vidas.............................................................................................. 25
5.23 Ações preventivas........................................................................................................ 25
5.24 Fases de salvamento................................................................................................... 25
5.25 Material Básico Para Salvamento Aquático................................................................. 25
5.26 Materiais / Equipamentos Para Auxílio do Salvamento Náutico.................................. 25
5.27 Tipos de Embarcações no CBMGO............................................................................. 26
5.28 Afogamento.................................................................................................................. 26
6 COMBATE A INCÊNDIO 27
6.1 Introdução..................................................................................................................... 27
6.2 Elementos que Compõem o Fogo................................................................................ 27
6.3 Pontos Notáveis do Fogo............................................................................................. 28
6.4 Fases de um Incêndio.................................................................................................. 29
6.5 Métodos de Extinção do Fogo...................................................................................... 29
6.6 Classificação dos Incêndios......................................................................................... 30
6.7 Principais Agentes Extintores....................................................................................... 30
6.8 Aparelhos Extintores.................................................................................................... 31
7 ORDEM UNIDA 32
7.1 Generalidades.............................................................................................................. 32
7.2 Objetivos da Ordem Unida........................................................................................... 32
7.3 Divisão da Instrução de Ordem Unida.......................................................................... 32
7.4 Disciplina...................................................................................................................... 32
7.5 Termos Militares........................................................................................................... 32
7.6 Comandos e Meios de Comandos............................................................................... 33
7.7 Passos de Ordem Unida.............................................................................................. 33
8 EDUCAÇÃO FÍSICA MILITAR 34
8.1 Tabelas de Aptidão Física............................................................................................ 35
ANEXO I....................................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 39
1.Relações Interpessoais conseqüentemente encontramos muitos defeitos no que fazem. Necessitamos considerar a
“Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolada. Cada homem é um pedaço do continente, uma relatividade das coisas, para percebemos a razão do outro, seu espaço, seus direitos, enfim
parte do todo” perceber um contexto maior que vai além do meu, levo em conta que o outro, como homem, tem
seus próprios conflitos interiores não resolvidos e que nem tudo acontece conforme minha visão de
1.1 Objetivo da disciplina: mundo.
Capacitar o aluno militar ao desempenho de uma melhor interação social interna e externamente,  Para decidir, há a necessidade de equilibrar razão e emoção. Assim, para um bom relacionamento
com os vários segmentos da sociedade. interpessoal é preciso que sejam consideradas todas as variáveis que interferem no
comportamento do ser.
1.2 As Relações Humanas  O relacionamento interpessoal pode tornar-se e manter-se harmonioso e prazeroso, permitindo
• O homem é um ser social que necessita de interação com outros seres humanos para o seu trabalho cooperativo, em equipe, com integração de esforços, conjugando as energias,
desenvolvimento na busca da sua realização como Ser. E sua constituição é o somatório de todas conhecimentos e experiências para um produto maior que a soma das partes, ou seja, a tão
as experiências de sua vida. buscada sinergia. Ou então, tornar-se tenso e conflituoso podendo ocorrer a divisão de energias e
• O processo interação humana é complexo e ocorre permanentemente entre pessoas, sob forma de até a dissolução do grupo.
comportamentos manifestos e não manifestos, verbais e não verbais, pensamentos, sentimentos, • A habilidade de lidar com situações interpessoais exigem várias habilidades, entre as quais:
expressões físico-corporais. flexibilidade perceptiva e comportamental, ou seja, ver vários ângulos ou aspectos da mesma
• Desta forma, um sorriso, uma postura corporal, um olhar, um aproximação ou afastamento físico situação tendo um repertório de condutas que varia de acordo com as exigências da situação e as
são formas não verbais de inteiração entre pessoas, pois comunica algo a elas. necessidades de cada pessoa.
• O corpo fala sem palavras e pela linguagem do corpo você diz muitas coisas aos outros, é uma • As ações do BM impõem àqueles que desenvolvem a tarefa, a necessidade de trabalhar em
linguagem que não mente, além de nosso corpo ser antes de tudo, um centro de informações para equipe, com lideres, com culturas, climas de grupo variados e até com conflitos.
nos mesmos. Citamos como exemplo a postura do corpo inclinado para trás, que passa aos outros
e a si a mensagem de afastamento, recuo e rejeição, no entanto, o corpo avançado para frente, Consideremos portanto:
emite a mensagem de que quer avançar. Dessa forma, o corpo e um importante veículo de
comunicação, que não pode ser desconsiderado nas relações de interação entre pessoas, já que a  A cultura de um grupo reúne um sistema de crenças e valores compartilhados e que interagem
mensagem transmitida por ele pode aproximar ou distanciar, facilitar ou complicar as relações com as pessoas, as estruturas mecanismos de controle para produzir as normas de
interpessoais. comportamento características daquelas comunidades.
• As relações interpessoais desenvolvem-se em decorrência do processo de interação, que não são  O clima de grupo traduz um conjunto de valores ou atitudes que manifestam a maneira pela qual
unilaterais, tudo o que acontece no relacionamento interpessoal decorre, levando-se em conta as pessoas se relacionam umas com as outras, é o ambiente humano que traduz o estado de
duas fontes: EU e OUTRO(S). ânimo e/ou o grau de satisfação das pessoas naquela comunidade. Tem ligação estreitas com
• O comportamento do ser humano agrega um complexo de situações abstratas oriundas do próprio percepção que as pessoas têm da forma de relacionamento, tais como: sinceridade, ajuda mútua,
ser, em aquisições passadas e presentes e da interação do Ser com o meio. padrões de autoridade e liderança.
• Cada um é o que pensa e o comportamento decorre do pensamento naturalmente trabalhado pelos  Segundo Hunter (2004), a liderança é a capacidade de influenciar pessoas para trabalharem
conflitos entre aquisições, repressões, lutas, posturas, cultura e situações que o meio impõe. entusiasticamente na busca dos objetivos identificados como sendo para o bem comum. O líder
• Faz-se necessário observar, analisar, estudar e depois trabalhar os comportamentos, sempre deve identificar e satisfazer as necessidades serve para o bem estar do ser humano.
tendo em mente a complexidade do assunto, o desconhecimento do SER HUMANO, isto porque o  A maneira de lidar com diferenças individuais cria um certo clima entre as pessoas e influencia
ser humano ainda conhece pequena parte de si mesmo. toda a vida em grupo, principalmente os processos de comunicação, o relacionamento interpessoal
• Portanto, aceitar as criaturas em suas idéias, manias, propósitos e atos, é uma versão delicada das o comportamento organizacional e produtividade.
relações interpessoais (entre pessoas). Dentro da relatividade de tudo o que já se conhece, o  Para a Eficácia do relacionamento interpessoal, o processo da percepção do outro exige um
aceitar as criaturas e um dos conceitos de que mais a relação se beneficia. processo de crescimento pessoal que envolve a autopercepção, autoconscientização e auto-
aceitação para possibilitar a percepção realística dos outros e da situação interpessoal.
1.3 O Auto-conhecimento
Para entender esse processo é preciso observar o HOMEM, vejamos: 1.4 Conflito
• As pessoas representam o somatório de suas experiências de vida então é natural que tenham
 Embora o ser humano seja único, complexo e desconhecido em seu todo, cada pessoa, necessita divergências de percepção e idéias, que no relacionamento são antagônicas e transformando-se,
conhecer seus comportamentos em situações normais, quais os seus valores, crenças habilidades, muitas vezes, numa situação conflitiva, podendo ser leve ou profunda, fato comum, inevitável e
seus limites ter idéia dos conflitos interiores que não consegue resolver. necessário na experiência de um grupo.
 Essa necessidade advém, em razão dos estímulos que o homem recebe a todo instante, sejam • Dependendo como o conflito é tratado, a intensidade, o cenário e sua evolução, ele pode trazer
eles positivos ou negativos, o que o faz ter a percepção de algo, seja coisa, lugar, pessoa ou conseqüências positivas, tais como a busca de novas soluções para o problema, o estimulo e a
situação ambiental ou comportamental. Podemos citar como exemplo que: é freqüente ouvirmos curiosidade para vencer desafios, assim como pode, como conseqüência negativa provocar
uma musica e nos transportamos para o momento em que aquela música marcou-nos; sentir o destruição em vários seguimentos, enfim pode provocar mudanças nas pessoas, nos grupos e na
cheiro de comida saborosa nos faz muitas vezes sentir fome; sociedade.
 Neste momento é necessário levar em conta a relatividade das coisas, pois tudo é relativo, • Ao lidar com conflito necessitamos compreender suas variáveis, ou seja, ter o maior número de
depende do ângulo que olho e com que olhos quero ver. Exemplo disso é: se olharmos com os informações, as percepções e o papel social das pessoas envolvidas nos conflitos.
olhos do amor, nossos filhos são os mais belos, mais inteligentes etc. No entanto, as ações das • Schmidt e Tannebaum (1972) indicam quatro abordagens para um líder e membros de um grupo
pessoas com as quais não temos afetividade, olhamos, muitas vezes, com os olhos da intolerância, trabalharem os conflitos.

1
• Evitar conflitos - Compondo grupos mais homogêneos, levando em conta entre outros, os pontos  Egocentrismo, massacram a auto-estima do subordinado, este executa as tarefas mas, sem
de vista, valores metas e métodos de cada um. Embora esta seja uma forma útil de evitar conflitos internalizar nenhum valor, isto é, sua atitude tem caráter defensivo, mecânico.
não podemos esquecer do risco, do bloqueio e até da extinção criatividade.
• Reprimir o conflito – Desenvolvendo um ambiente de recompensas e punições, têm vantagens 2. CHEFIA & LIDERANÇA
quando não se tem tempo para a administração de indiferenças individuais não são relevantes
para o trabalho em si, não podemos, esquecer o custo psicológico que a pressão sempre deixa, 2.1 Definições
ficando guardadas, as pressões que se acumulam e crescem podendo explodir em momento 2.1.1 Chefe & Líder
inadequado.  Através de sua ação de comando você pratica seu poder de decisão e exerce o seu poder de
• Aguçar as divergências em conflito – O líder reconhecendo e aceitando as divergências, cria mando. Aqui você é imperativo;
situações para trabalha-lo de forma aberta, para isso, é necessário compreender a dinâmica do  Como líder você consolida sua proeminência e aplica a sua capacidade de influência. aqui você é
conflito e suas variáveis, após a resolução do conflito é necessário adotar mecanismos que motivador. Como chefe você faz da missão um dever a ser cumprido custe o que custar. Ao
reforcem o relacionamento dos oponentes no conflito. mesmo tempo, como líder você faz da missão causa comum do comandante e dos comandados.
• Transformar as diferenças em resolução de problemas - Ao invés de competição se as Vai aqui uma advertência:
divergências forem percebidas como construtivas, poderão ser resolvidas de forma criativa e
cooperativa, isto requer tanto do líder quanto dos membros do grupo habilidade para explorar e  No exercício da liderança não se deve criar vínculos de afeição com seus subordinados, esperando
argumentar em relação às divergências a fim de evitar a geração de um problema maior e obter popularidade, simpatia, amizade e prestígio.
incontrolável.  Deste equívoco nascem os vícios do bom-mocismo, da ação de comando demagógica, da
prevalência do bem-estar sobre a missão e a falência da autoridade.
1.5 O Problema das Chefias Intermediárias:
• Outro grande inimigo que caracteriza o envolvimento nas questões de interesse Institucional é a 2.1.2 Comandante:
figura das chefias intermediárias quando estes apresentam dificuldades em levar ao escalão Militar legalmente investido, com prerrogativa impessoal, da autoridade para conduzir homens e
superior problemas de seus subordinados, necessários a uma tomada de decisão madura. controlar forças em razão de seu posto, graduação ou função.
• A figura do chefe que não leva o problema para o escalão de nível superior decorre de diversas
razões, mas as principais são: a própria insegurança pessoal e a incompetência do chefe Para possuir autoridade do Comandante, devemos ser/ter:
represador, que não quer ver caracterizado para a sua chefia superior a sua deficiência como  Impessoal;
gestor.  Poder de decisão;
• Isso gera obstáculos, causando aos subordinados, uma forte desmotivação e como conseqüência  Poder de mando;
o não comprometimento com o norte cultural da instituição.  Responsabilidade pessoal.
 Uma das formas de batalhar a eliminação dessa deficiência é percorrer os diversos níveis  Impor aos subordinados dever de obediência.
hierárquicos de baixo para cima, procurando conhecer a todos, dentro do espírito de uma nova
cultura, ou seja, como afetividade, transparência e empatia. Qualidades essenciais do Comandante quando no exercício da liderança:
 Dando-se espaço para que os outros níveis hierárquicos inferiores se posicionem frente às
dificuldades, à mentira, à hipocrisia, fará com que o represamento decisório corra risco, levando, a) competência;
possivelmente a uma modificação dos níveis de conflitos. b) caráter;
 Outro grande inimigo é a falha de gestão preventiva. Dizemos que temos uma gestão preventiva c) dedicação.
quando os chefes trabalham de forma estática, não interagem com seus subordinados, no mundo
deles, junto ao local de trabalho. 2.1.3 Competência
 A gestão preventiva é facilitada quando ocorre um aumento de aproximação entre os níveis É a qualidade que confere ao comandante autoridade intelectual. Pode ser desenvolvida com:
hierárquicos, calcado, contudo, em bases de valores, com comprometimento, ou seja, quando se
veste e se sua a camisa para a consecução, para a o alcance do objetivo definido pelo norte 2.1.3.1 Preparo Técnico-Profissional
cultural da empresa.  Conheça sua fração nos mínimos detalhes;
 Na realidade precisamos eliminar diretores, gerentes, chefes estáticos, cuja característica  Conheça a organização e destinação de cada componente;
principais são:  Conheça o emprego do agrupamento como um todo e de cada fração;
 Estáticos, só sabem despachar de trás de uma mesa;  Conheça seu equipamento.
 Como se deslocam pouco, junto aos níveis inferiores, deixam muitos vazios, sendo entendido via
de regra, pôr esses subordinados como abandonados, afetivamente a auto estima;
 Autoritário e prepotentes, todas as decisões dependem dele; 2.1.3.2 Preparo Físico
 Péssimos ouvintes, pois estão sempre sobrecarregados de papéis;  Pratique um treinamento físico regular;
 Somente usuários do poder de direito, perdem o poder de fato, administram com a autoridade que  Acompanhe sua fração em todas as atividades;
lhes é atribuídos pela hierarquia, desenvolve a gestão do abandono e da centralização excessiva;  Controle seu peso, não se torne obeso;

2
 Não demonstre atitude displicente; 2.1.6 Integridade
 Aja com vivacidade.  Trate com correção os negócios e bens públicos, seja escrupuloso ao tratar com dinheiro;
 Cumpra a palavra empenhada;
2.1.3.3 Iniciativa  Não use de meios escusos para resolver seus problemas;
 Dê solução imediata aos problemas que surgirem;  Cumpra com pontualidade os seus compromissos pecuniários;
 Não protele as providências;  Não aceite facilidades, favores e agrados em razão do seu cargo, não se iluda, a cobrança virá;
 Não tema agir, não demonstre hesitação;  Não use em proveito próprio, o prestígio ou as prerrogativas do seu cargo;
 Exija iniciativa também dos seus subordinados;  Não se aproprie do que não lhe pertence.
 Esgote primeiro seus recursos, antes de partir para o Escalão Superior
2.1.7 Eqüidade
2.1.3.4 Determinação  Pratique a bondade sem fraqueza e sem bom-mocismo;
 Pense todos os fatores antes de decidir, mas decida com rapidez;  Seja severo, não permita um ato de indisciplina sem um corretivo;
 Não vacile, aja com firmeza e aceite os riscos da decisão;  Puna sem rancor e nos estritos limites do regulamento;
 Dê ordens claras, precisas e com toda a convicção;  Recompense sem favor, não perca oportunidade para elogiar.
 Aplique sua vontade, para ver sua decisão cumprida integralmente;
 Demonstre confiança no êxito; 2.1.8 Lealdade
 Acompanhe, fiscalize e impulsione o cumprimento da missão.  Seja franco e sincero com seus subordinados e superiores;
 Não traia a confiança;
2.1.4 Caráter  Não minta, se a verdade não puder ser dita, simplesmente não diga nada;
É a qualidade que confere ao comandante autoridade moral. Esta qualidade, o CARÁTER, é  Você deve a verdade aos chefes, camaradas e subordinados;
configurada pelas cinco Virtudes Morais:  Não critique seus subordinados para outrem;
 Não transfira a responsabilidade do insucesso para seus homens, mas divida o sucesso com eles;
 DIGNIDADE;  Não desprestigie superiores. Este mau exemplo pode ser seguido para seu prejuízo.
 INTEGRIDADE;
 EQÜIDADE; 2.1.9 Coragem
 LEALDADE;  Não se intimide diante das dificuldades e do perigo. Vencer o medo é o primeiro passo para a
 CORAGEM. bravura;
 Sua coragem é uma expectativa de seus subordinados. Não os decepcione;
2.1.5 Dignidade  Busque suportes morais e psicológicos para a coragem:
 Comporte-se com pudor, seja discreto não revelando sua intimidade; – Na fé e em sua honra pessoal;
 Seja moderado na bebida e nas diversões; – No seu amor à Pátria;
 Tenha vida familiar exemplar; – No sentimento de Dever.
 Seja cortês, cavalheiro e exponha boas maneiras;
 Não vulgarize o seu vocabulário; 2.2 Dedicação
 Zele por sua boa apresentação individual e pelo aprumo de seu fardamento; É a qualidade que confere ao comandante autoridade exterior, isto é, autoridade presente, visível,
 Não trabalhe para agradar os superiores, mas para cumprir o seu dever; atuante. A dedicação é caracterizada por três atributos:
 Não seja bajulador nem servil, seja ativo.  Devotamento;
 Tenha Autoridade e Responsabilidade  Perseverança;
– AUTORIDADE = IMPESSOAL, jamais para a satisfação pessoal, mas em função de um dever  Identificação com o agrupamento.
e no interesse do serviço.
– RESPONSABILIDADE = PESSOAL, você responderá sempre pelas suas ações e omissões e 2.2.1 Devotamento
por tudo que sua tropa fizer ou deixar de fazer.  Concilie interesses, mas faça sempre prevalecer o interesse do serviço sobre as conveniências
pessoais;
O comandante deve comandar e obedecer, pois por mais alta que seja sua posição  Antes de tudo, faça abstração de si mesmo, sua carreira, vontades; primeiro o serviço;
hierárquica, você sempre será subordinado a alguém.  Faça o seu trabalho com entusiasmo. Procure prazer nele;
Para tanto ressaltamos 02 (dois) papéis do Comandante:  Faça tudo pra valer, sem simplificações, ilusionismo, teatro ou amadorismo;
 Chefe militar, atividade funcional = ação de comando;  Assuma a sua responsabilidade.
 Líder militar, condutor de homens = liderança militar.

3
2.2.2 Perseverança 2.2.6 Vaidade
 Vá até o fim na execução das grandes e pequenas coisas;  Consiste num desejo vicioso de atrair a admiração e as homenagens dos subordinados em vez de
 Não aceite tarefas incompletas ou mal feitas; conquistar-lhes o respeito e a confiança;
 Não seja obstinado, se as coisas não vão bem, modifique o seu caminho. Mas não perca de vista o  O vaidoso vale-se de sua posição para satisfazer um desejo de prazer pessoal.
objetivo e vá até o fim;  A vaidade cega, abre caminho para o bajulador e liquida o prestígio do Chefe;
 Não dê ordens meramente formais, só para constar e que, de antemão, você sabe que não serão
cumpridas. 2.2.7 Ambição
 Amor ao poder e carreirismo. Desejo veemente de reconhecimento, aspiração imoderada de
2.2.3 Identificação Com o Agrupamento progresso na carreira e amor à glória pessoal;
 Conheça seus homens;  O ambicioso usa seu cargo e abusa de seus homens e camaradas para atingir seus objetivos
 Desenvolva o espírito de corpo; pessoais de auto-promoção.
 Responda por tudo que sua fração fizer ou deixar de fazer;
 Esteja sempre presente e à frente de seus homens; 2.2.8 O Sadismo e o Sarcasmo
 Partilhe os perigos e o trabalho árduo.  Perversidade e humilhação. Expansão de impulsos cruéis, prazer de humilhar o subordinado
indefeso e de expô-lo ao desdém e ao ridículo;
2.2.4 Liderança:  Às vezes, o sadismo e o sarcasmo, são equivocados meios de que o Chefe mal formado ou
Cabe a você, com empenho próprio, com toda sua inteligência e com sua pessoal responsabilidade despreparado emprega.
de Comandante, estabelecer os seus próprios princípios de chefia e liderança.  Destruindo a dignidade e o auto-respeito do soldado, não estaremos formando homens
moralmente fortes;
 Os homens não estão a seu serviço, estão no serviço assim como você também.
2.2.4.1 Liderança Militar:
É o processo de influenciar os comandados para que cooperem em favor do cumprimento da missão. 2.2.9 O Bom-Mocismo
 Tibieza e abdicação da autoridade. Incapacidade de contrariar interesses, castigar e dizer não,
C mesmo que a conveniência do serviço o exija;
O CHEFE AÇÃO  O bom-moço não usa sua autoridade, é extremamente temeroso em contrariar se não é mesmo
M  MILITAR  DE COMANDO  CUMPRIMENTO movido por um desejo irresistível de só agradar os subordinados.
A
N 2.2.10 Favoritismo
D LÍDER DA  Predileção e favorecimento. Preferência a uns poucos subordinados, beneficiando-os ou
A  MILITAR  LIDERANÇA  MISSÃO dedicando-lhes a atenção que não dispensa igualmente a todos;
N MILITAR  O favoritismo estimula à bajulação, a intriga, a delação e finalmente, rompe a coesão do
T agrupamento.
E
2.3 Regras de Procedimento

2.2.4.2 Os Vícios da Liderança 2.3.1Sempre Faça!


O Comandante que não se guarda destes vícios, que não se policia e que não busca, com empenho,  Mantenha o seu bom humor mesmo que as circunstâncias desagradáveis lhe digam respeito
seu próprio aperfeiçoamento, com toda certeza, não contará com o respeito e a confiança de seus diretamente;
subordinados;  Procure aperfeiçoar-se constantemente;
Não se iluda. nem tente iludir. O subordinado é muito atento ao chefe e, com facilidade identificará as  Aplique seus conhecimentos e habilidades com inteligência;
suas fraquezas e vícios.
 Procure fontes de consulta;
 Zele pelo bem-estar de seus homens, sem tratá-los como meninos;
2.2.5 Hipocrisia
 Distribua tarefas e recompensas com eqüidade;
 O hipócrita finge interessar-se por seus homens, simula tratar de seus interesses e bem-estar,
aparenta bem proceder como líder, na falsa expectativa de influenciar seus comandados sem  Mantenha seus homens informados;
esforços;  Corte pela raiz os BOATOS;
 A hipocrisia acaba iludindo o próprio chefe, que passa a acreditar em suas falsas virtudes, mas  Dê exemplo. Seja o modelo das virtudes que prega e das técnicas que ensina;
desilude o subordinado e liquida a autoridade;  Ouça os seus homens, deixe-os sugerir.
 Não se pode “tapear” um soldado em momento algum. O Chefe que tenta isto, escolhe uma trilha
perigosa.

4
2.3.2 JAMAIS FAÇA! tectônica, como os terremotos, maremotos e erupções vulcânicas, seus problemas maiores tem sido
 NÃO é absolutamente necessário ser simpático, mas também não é preciso ser ou se fazer as secas e as inundações. Em outras palavras, nossos problemas de resumem em escassez ou
antipático; abundância de água. Ainda assim, os governantes sempre demonstraram interesse pelo assunto,
 NÃO faça promessas nem ameaças; dê as suas ordens e exija o seu cumprimento; definindo como competência da União a organização da defesa permanente contra Calamidades
 NÃO arbitre punição degradante nem puna coletivamente buscando atingir o transgressor Públicas inserida no texto constitucional e ratificada no item XIII, do art. 8º da Constituição, de 17 de
anônimo; outubro de 1969, veio resultar no desencadeamento de outras leis e decretos, que instituíram e
 NÃO tenha prediletos. estruturaram o Sistema de Defesa Civil no Brasil.
 NÃO engane os seus homens, não minta nem finja o que não é;
 NÃO se vulgarize com más atitudes, palavras grosseiras e palavrões; 3.2 Definições
 NÃO se promiscua; conviva com seus homens mas não se torne íntimo;
 NÃO se mostre relaxado, displicente; 3.2.1. Defesa Civil
 NÃO seja sensível à bajulação; Conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar
 NÃO permita grupos de influência, grupos rivais em sua fração. ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social.

3.3 Finalidade e Objetivos.


3. DEFESA CIVIL
Finalidade: o direito natural à vida e à incolumidade foi formalmente reconhecido pela
3.1 Histórico Constituição da República Federativa do Brasil. Compete à Defesa Civil a garantia desse direito, em
Ações de defesa civil estão registradas desde a pré-história. Sua origem se deu nos circunstâncias de desastre.
primeiros agrupamentos humanos. O homem, por seu instinto agregário proporcionou a convivência Objetivo Geral: reduzir os desastres, através da diminuição de sua ocorrência e da sua
em grupos socialmente organizados, cada integrante desempenhava seu papel conforme o modelo intensidade. As ações de redução de desastres abrangem os seguintes aspectos globais: 1 —
resultante dos seus usos e dos seus costumes. Prevenção de Desastres; 2 — Preparação para Emergências e Desastres; 3 — Resposta aos
Era instintivo que a sobrevivência do indivíduo dependia do seu abrigo no grupo e que a Desastres; 4 — Reconstrução.
existência do grupo, dependia da sua própria capacidade de organização para garantir a sua defesa Objetivos Específicos: 1 — promover a defesa permanente contra desastres naturais ou
e superar o inimigo ou adversidades naturais. provocados pelo homem; 2 — prevenir ou minimizar danos, socorrer e assistir populações
Reforçavam o seu instinto grupal, a consciência de que nem o seu espírito guerreiro, nem a atingidas, reabilitar e recuperar áreas deterioradas por desastres; 3 — atuar na iminência ou em
força física eram suficientes para mantê-lo incólume por si só frente a outros inimigos ou perigos que situações de desastres; 4 — promover a articulação e a coordenação do Sistema Nacional de Defesa
presumia existir e, principalmente, pelas surpresas que o aprendizado experimental lhe Civil — SINDEC, em todo o território nacional.
proporcionava.
Sabemos hoje que muitos conhecimentos eram transmitidos de geração a geração, como 3.4 Estrutura Nacional de Defesa Civil
nos dão mostra as inscrições deixadas nas paredes das cavernas, as quais, não foram feitas com o
único propósito de servirem como um registro histórico, mas também foram utilizadas como resultado 3.4.1. Organização do SINDEC - Sistema Nacional de Defesa Civil
parcial de um processo pedagógico. A defesa civil no Brasil está organizada sob a forma de sistema, denominado de Sistema
Aterrorizava-o, também a sua impotência ante as forças imponderáveis dos fenômenos Nacional de Defesa Civil- SINDEC, composto por vários órgãos.
naturais, obrigando-o a procedimentos de segurança, como bem pode mostra-nos a história ao longo A Secretaria Nacional de Defesa Civil - SEDEC, no âmbito do Ministério da Integração
do tempo, onde o homem buscava proteção contra as secas, as inundações, as epidemias, os Nacional, é o órgão central deste Sistema, responsável por coordenar as ações de defesa civil, em
incêndios, a fome e da própria guerra contra os grupos rivais ou predadores. todo o território nacional. A atuação da defesa civil tem o objetivo de reduzir desastre e compreende
Buscava o homem como condição para sua sobrevivência a solidariedade no seu grupo ou ações de prevenção, de preparação para emergências e desastres, de resposta aos desastres e de
comunidades e contra determinadas forças, uma relação solidária com outros grupos, para fazerem reconstrução.
frente a um inimigo comum. A atuação da defesa civil é multissetorial e deve ser executada pelos três níveis de governos
Esse movimento de solidariedade comunitária, embora sem uma organização sistêmica e federal, estadual e municipal - com ampla participação da comunidade. A ação organizada de forma
sem os fundamentos de uma legislação especial, desenvolveu-se com a sociedade, começando a integrada e global do SINDEC proporciona um resultado multiplicador e potencializador, muito mais
ganhar maior amplitude, a partir da Primeira Guerra Mundial. Na verdade, foi impulsionado na eficiente e eficaz do que a simples soma das ações dos órgãos que o compõem.
Europa, com a ameaça da segunda guerra e evoluiu sob influência dela, notadamente na Inglaterra Todos os órgãos do SINDEC têm atribuições, mas a atuação do órgão municipal de defesa
e, depois nos Estados Unidos da América, a partir do ataque a Pearl Harbor, em 1942. civil, Coordenadoria Municipal de Defesa Civil – COMDEC é extremamente importante, tendo em
No Brasil, os trabalhos de defesa civil iniciaram-se em 1942, subordinado ao Ministério da vista que os desastres ocorrem no município.
Aeronáutica, com a denominação de Serviço de Defesa Passiva Antiaérea que no ano de 1946 O município deve estar preparado para atender imediatamente a população atingida por
passou a se chamar “Serviço de Defesa Civil” subordinado ao Ministério da Justiça. Como o Brasil qualquer tipo de desastre, reduzindo perdas materiais e humanas, fato que constatamos diariamente
não sofreu ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial, a nação não conviveu também com pela mídia, daí a importância de cada município criar a sua COMDEC.
os problemas conseqüentes. Sendo o Brasil um país privilegiado em matéria de calamidades, Há uma grande diversidade de desastres naturais, humanos e mistos, conforme classificação
especialmente por não ter sofrido, até hoje, as conseqüências de fenômenos sísmicos, de natureza adotada pelo Sistema Nacional de Defesa Civil e aprovada pelo Conselho Nacional de Defesa Civil,

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a Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos – CODAR. 3.5 Fases da Defesa Civil
A realidade brasileira, neste contexto de desastres, pode ser caracterizada pela freqüência
dos desastres naturais cíclicos, especialmente as inundações em todo o País, seca na região As ações de defesa civil estão divididas em quatro grandes fases:
Nordeste e um crescente aumento dos desastres humanos, devido ao crescimento urbano
desordenado, às migrações internas e ao fenômeno da urbanização acelerada sem a disponibilidade 3.5.1 Fase Preventiva: nesta fase compreende as ações preventivas como planejamentos,
dos serviços essenciais. o Brasil apresenta-se com características regionais de desastres, ou seja: campanhas, reunião com órgãos afins entre outras. É a fase mais importante para a Defesa Civil.
Região Norte - incêndios florestais e inundações/ Região Nordeste - secas e inundações/ Região 3.5.2 Fase Preparativa: nesta fase intensifica ainda mais as reuniões e encontros, é onde se define
Centro-Oeste - incêndios florestais /Região Sudeste – deslizamento e inundações/Região Sul – estratégias para que se ocorrer um desastre, estejamos preparados.
inundações, vendavais e granizo. 3.5.3 Fase de Resposta: o desastre ocorreu, portanto temos que atender as vítimas do desastre e
Órgão Superior: Conselho Nacional de Defesa Civil - CONDEC. preservar o moral da população. É a fase que, dependendo do que foi executado antes (nas fases
É Constituído por representantes dos Ministérios e de órgãos da Administração Pública Federal, anteriores), teremos pouco trabalho.
designados pelo Ministro de Estado da Integração Nacional. Ao CONDEC compete, entre outras 3.5.4 Fase de Reconstrução: fase onde restabelece a normalidade social da população atingida,
atribuições, a de aprovar a Política Nacional de Defesa Civil e as diretrizes de ação governamental com ações sociais, reconstrutivas de cenários e outras.
de Defesa Civil e de deliberar sobre as ações de cooperação internacional de interesse do SINDEC -
Sistema Nacional de Defesa Civil. Ao Ministério da Integração Nacional, representado pelo titular da 3.6 Classificações
SEDEC - Secretaria Nacional de Defesa Civil - cabe a presidência do Conselho.
Órgão Central: Secretaria Nacional de Defesa Civil - SEDEC. Compete à Secretaria Nacional
3.6.1. Desastre
de Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional:
Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema
(vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e conseqüentes prejuízos
 Articular e coordenar as ações de Defesa Civil; econômicos e sociais.
 Gerenciar tecnicamente e fiscalizar as ações específicas desenvolvidas; Os desastres são quantificados, em função dos danos e prejuízos, em termos de
 Promover a implementação das ações conjuntas dos órgãos integrantes do SINDEC - Sistema intensidade, enquanto que os eventos adversos são quantificados em termos de magnitude.
Nacional de Defesa Civil; A intensidade de um desastre depende da interação entre a magnitude do evento adverso e
 Participar do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro - SIPRON, como órgão setorial o grau de vulnerabilidade do sistema receptor afetado. Normalmente o fator preponderante para a
encarregado da proteção da população nas emergências nucleares e/ou radiológicas. intensificação de um desastre é o grau de vulnerabilidade do sistema receptor.
Os desastres classificam-se quanto à Intensidade, Evolução e Origem.
Órgãos Regionais: Coordenadorias Regionais de Defesa Civil - CORDEC, cuja vinculação e
localização, por região geográfica, será estabelecida em regulamento. Sob a supervisão técnica da 3.7 Classificação dos Desastres
SEDEC - Secretaria Nacional de Defesa Civil, compete aos órgãos compatibilizar e consolidar os
planos e os programas estaduais de Defesa Civil para o planejamento regional e coordenar as ações 3.7.1. Classificação quanto à Intensidade
regionais de Defesa Civil, em suas áreas de atuação. A classificação geral dos desastres quanto à intensidade pode ser estabelecida em termos
Região Norte absolutos ou em termos relativos. Em administração de desastres, a classificação de acordo com
Região Nordeste critérios relativos é mais precisa, útil e racional. A classificação, de acordo com critérios relativos,
Região Centro-Oeste baseia-se na relação entre a necessidade de recursos, para o restabelecimento da situação de
Região Sul normalidade e a disponibilidade desses recursos na área afetada pelo desastre e nos diferentes
Região Sudeste escalões do SINDEC. Quanto à intensidade, os desastres são classificados em quatro níveis: nível I,
desastres de pequena intensidade (porte) ou acidentes; nível II, desastres de média intensidade
Órgãos Estaduais: Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil - CEDEC, Coordenadoria de (porte); nível III, desastres de grande intensidade (porte); nível IV, desastres de muito grande
Defesa Civil do Distrito Federal. intensidade (porte).
Órgãos Municipais: Comissão Municipal de Defesa Civil - COMDEC. A implantação é feita
pela prefeitura municipal. Cabe ao prefeito determinar a criação de uma COMDEC, iniciativa que 3.7.1.1 Desastres de Nível I. Os desastres de pequeno porte (intensidade) ou acidentes são
pode partir das autoridades locais ou dos cidadãos da comunidade, conscientes da necessidade caracterizados quando os danos causados são pouco importantes e os prejuízos pouco vultosos e,
deste órgão para a segurança da população. por estes motivos, são mais facilmente suportáveis e superáveis pelas comunidades afetadas.
Órgãos Setoriais: Órgãos e Entidades da Administração Pública Federal, dos Estados, do Nessas condições, a situação de normalidade é facilmente restabelecida com os recursos existentes
Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos nas ações de Defesa Civil. e disponíveis na área (município) afetada e sem necessidade de grandes mobilizações. É necessário
Órgãos de Apoio: Instituições públicas e privadas, ONGs - organizações não-governamentais ressaltar que: a quantificação da intensidade de um desastre seja definida em termos objetivos e a
e comunitárias - clubes de serviços e associações que prestam ajuda aos órgãos do Sistema partir de uma ótica coletivista; na visão subjetiva das vítimas, qualquer desastre é muito importante.
Nacional de Defesa Civil, em circunstâncias de desastres, caracterizando a participação da
cidadania. 3.7.1.2 Desastres de Nível II. Os desastres de médio porte (intensidade) são caracterizados quando
os danos causados são de alguma importância e os prejuízos, embora não sejam vultosos, são
significativos. Apesar disto, esses desastres são suportáveis e superáveis por comunidades bem

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informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis. Nessas condições, a situação de intensificar, complicar e/ou agravar desastres naturais. Caracterizam-se, também, por intercorrências
normalidade pode ser restabelecida com os recursos existentes e disponíveis na área (município) de fenômenos adversos naturais que atuam sobre condições ambientais degradadas pelo homem,
afetada, desde que sejam racionalmente mobilizados e judiciosamente utilizados. provocando desastres.

3.7.1.3 Desastres de Nível III. Os desastres de grande porte (intensidade) são caracterizados 3.8 Critérios para Decretação de Situação de Emergência e de Estado de Calamidade Pública
quando os danos causados são importantes e os prejuízos vultosos. Apesar disso, esses desastres
são suportáveis e superáveis por comunidades bem informadas, preparadas, participativas e 3.8.1 Situação de Emergência
facilmente mobilizáveis. Nessas condições, a situação de normalidade pode ser restabelecida, desde Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres,
que os recursos mobilizados na área (município) afetada sejam reforçados com o aporte de recursos causando danos (superáveis) à comunidade afetada.
estaduais e federais já disponíveis.
3.8.2 Estado de Calamidade Pública
3.7.1.4 Desastres de Nível IV. Os desastres de muito grande porte (intensidade) são caracterizados Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres,
quando os danos causados são muito importantes e os prejuízos muito vultosos e consideráveis. causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade e à vida de seus integrantes.
Nessas condições, esses desastres não são superáveis e suportáveis pelas comunidades, mesmo
quando bem informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis, a menos que recebam 3.8.2.1 Declaração (de Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública)
ajuda de fora da área afetada. Nessas condições, o restabelecimento da situação de normalidade Documento oficial baixado por autoridade administrativa competente, observando os critérios
depende da mobilização e da ação coordenada dos três níveis do Sistema Nacional de Defesa Civil e procedimentos estabelecidos pelo CONDEC, para decretar, registrar e divulgar publicamente um
— SINDEC e, em alguns casos, de ajuda internacional. ato legal, relativo a uma situação anormal provocada por desastre, desde que se caracterizem
condições que o justifiquem. O Decreto de declaração de situação de emergência ou de estado de
3.7.2 Classificação quanto à Evolução calamidade pública é da competência dos prefeitos municipais e do Governador do Distrito Federal.
Quanto à evolução, os desastres são classificados em: desastres súbitos ou de evolução A decretação de situação de emergência ou de estado de calamidade pública não é e não
aguda; desastres graduais ou de evolução crônica; desastres por somação de efeitos parciais. deve ser feita com o objetivo único de recorrer aos cofres do Estado ou da União, para solicitar
Desastres Súbitos ou de Evolução Aguda. Esses desastres caracterizam-se pela recursos financeiros.
subtaneidade, pela velocidade com que o processo evolui e, normalmente, pela violência dos A decretação significa a garantia plena da ocorrência de uma situação normal, em uma área
eventos adversos causadores dos mesmos. Podem ocorrer de forma inesperada e surpreendente ou do município, que determinou a necessidade de o Prefeito declarar situação de emergência ou
ter características cíclicas e sazonais, sendo facilmente previsíveis. No Brasil, os desastres de estado de calamidade pública, para ter efeito "na alteração dos processos de governo e da ordem
natureza cíclica e caráter sazonal são os de maior prevalência. jurídica, no território considerado, durante o menor prazo possível, para restabelecer a situação de
Desastres Graduais de Evolução Crônica. Esses desastres, ao contrário dos súbitos, normalidade".
caracterizam-se por serem insidiosos e por evoluírem através de etapas de agravamento A solicitação de reconhecimento de situação de emergência ou de estado de calamidade
progressivo. No Brasil, o desastre mais importante é a seca, pois apresenta essa característica de pública pelo Governo Federal é feita mediante Ofício do Coordenador Estadual de Defesa Civil (ou
agravamento progressivo. correspondente), acompanhado obrigatoriamente dos seguintes documentos:
Desastres por Somação de Efeitos Parciais. Esses desastres caracterizam-se pela somação 1. Decreto(s) de Declaração do(s) Prefeito(s) Municipal (ais);
de numerosos acidentes (ou ocorrências) semelhantes, cujos danos, quando somados ao término de 2. Decreto de Homologação do Governador;
um determinado período, definem um desastre muito importante. No Brasil, os estudos 3.Cópia da publicação do Decreto do Governador no Diário Oficial do Estado;
epidemiológicos demonstram que os desastres por somação de efeitos parciais são os que 4.Formulário(s) de Avaliação de Danos - AVADAN;
provocam os maiores danos anuais. Dentre os desastres por somação de efeitos parciais, destacam- 5.Mapa(s) ou Croqui(s) da(s) área(s) afetada(s) pelo desastre;
se: os acidentes de trânsito; os acidentes de trabalho; os acidentes com crianças no ambiente 6.Parecer do Órgão de Coordenação do SINDEC, em nível estadual, sobre a intensidade do
domiciliar e peridomiciliar. desastre e sobre a coerência dos atos, em relação aos critérios estabelecidos pelo CONDEC;
A referida documentação, devidamente assinada pelas autoridades competentes, deve ser
3.7.3. Classificação quanto à Origem encaminhada por Fac-símile, tão logo o decreto de homologação seja publicado, podendo os
Quanto à origem ou causa primária do agente causador, os desastres são classificados em: documentos originais ser remetidos posteriormente.
naturais; humanos ou antropogênicos; mistos. Toda a documentação deve ser encaminhada ao Órgão Central do SINDEC, no mais curto
Desastres Naturais. São aqueles provocados por fenômenos e desequilíbrios da natureza e prazo possível, para permitir que o reconhecimento pelo Governo Federal ocorra em tempo hábil.
produzidos por fatores de origem externa que atuam independentemente da ação humana. Para a caracterização da Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública, faz-
Desastres Humanos. São aqueles provocados por ações ou omissões humanas. se necessário analisar os fatores preponderantes e os fatores agravantes.
Relacionam-se com o próprio homem, enquanto agente e autor, por isso, são produzidos por fatores
de origem interna. Esses desastres podem produzir situações capazes de gerar grandes danos à 3.8.2.2 Critérios Preponderantes
natureza, aos habitats humanos e ao próprio homem, enquanto espécie. Normalmente os desastres Os critérios preponderantes estão relacionados com a intensidade dos danos (humanos,
humanos são conseqüência de ações desajustadas geradoras de desequilíbrios socioeconômicos e materiais e ambientais) e a ponderação dos prejuízos (sociais e econômicos). Para esta análise, não
políticos entre os homens e de profundas e prejudiciais alterações de seu ambiente ecológico. servem os critérios absolutos, baseados na visão subjetiva da pessoa. Não servem os modelos
Desastres Mistos. Ocorrem quando as ações ou omissões humanas contribuem para matemáticos, pois a realidade é extremamente complexa, com inúmeras variáveis relacionadas com

7
o fenômeno e com o cenário e a vulnerabilidade das pessoas e instalações expostas, que interferem 3.9.2 Simbologia
no impacto do desastre. A padronização feita pelo Ministério dos Transportes através da resolução nº. 420/04 diz
Nessa avaliação, buscam-se critérios relativos, que levam em conta o impacto sob a ótica da respeito a sinalização dos produtos químicos perigosos de acordo com suas classes e subclasses,
coletividade. É mais importante que pessoal, além de ser mais precisa, útil e racional. Pois do ponto cujas simbologias de risco e modelos dos elementos indicativos de risco são apresentados nas
de vista da pessoa atingida, todo desastre tem a mesma importância, avaliação que não deve ser figuras abaixo.
considerada para classificá-lo. Os numerais que fazem parte das simbologias apresentadas nas figuras devem medir cerca
Há que se fazer a análise das necessidades relacionadas com todos os recursos: humanos, de 30mm de altura e cerca de 5mm de largura (para um rótulo medindo 100mm x 100mm).
materiais, institucionais e financeiros, comparando com a análise das disponibilidades relacionadas Simbologia de produtos perigosos (classes)
com esses mesmos recursos.

3.8.2.3 Critérios Agravantes


 Ocorrência de desastres secundários;
 Despreparo da administração local (geral e defesa civil);
 Grau de vulnerabilidade do cenário e da comunidade;
Classe 1 Classe 2 Classe 3
 Padrão evolutivo do desastre.
Os desastres súbitos (agudos) geralmente caracterizam a situação de emergência e até o Explosivos Gases Líquidos Inflamáveis
estado de calamidade pública, enquanto os desastres graduais (crônicos) não justificam a
decretação, pois sua evolução permite a preparação, reduzindo danos e prejuízos.
Os desastres por somação de efeitos parciais, como por exemplo, os acidentes da
construção civil, acidentes de trânsito, apesar de trazerem grandes danos e prejuízos sociais não
caracterizam situação de emergência ou estado de calamidade pública.
No Brasil, a maioria dos desastres de grande porte caracteriza-se como situação de
emergência. Menos de 2% dos desastres declarados, homologados e reconhecidos justificariam o Classe 4 Classe 5 Classe 6
estado de calamidade pública. Sólidos inflamáveis; Substâncias oxidantes e Substâncias tóxicas
3.8.3 Formulários a Serem Preenchidos Substâncias sujeitas a peróxidos orgânicos (venenosas) e substâncias
A) Notificação Preliminar de Desastres –NOPRED (ANEXO I) combustão espontânea; infectantes
B) Avaliação de Danos – AVADAN (ANEXO II)
Substâncias que, em contato
3.8.4 Convênios com a água, emitem gases
Convênios entre os municípios e o Ministério da integração para obtenção de recursos
Federais, para recuperação de áreas. inflamáveis

3.9 Emergências com Produtos Perigosos.

3.9.1 O que é produto perigoso?


 Considera-se produto perigoso aquele que represente risco para saúde de pessoas, para a
segurança pública ou para o meio ambiente ;
Classe 7 Classe 8 Classe 9
 Um acidente com produto perigoso ocorre todas as vezes que se perde o controle sobre o risco,
resultando em extravasamento, causando danos humanos, materiais e ambientais; Materiais radioativos Corrosivos Substâncias perigosas diversas
 Devido à natureza perigosa de muitos deles, foram estabelecidas normas para reduzir os danos
prováveis;
 Os acidentes com produtos perigosos variam em função do tipo do produto químico, da quantidade Os painéis de segurança devem ter o número das Nações
e das características dos mesmos.
Unidas (ONU), e o número de risco do produto transportado.
 Em ocorrências com produtos perigosos recomenda-se, o uso do manual de emergências com
produtos perigosos publicado pela ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química que em
sua 4a.Edição (2002) relaciona 3.358 produtos químicos, por ordem alfabética e por número de
classificação de risco da ONU, informando ações emergenciais a serem adotadas em acidentes
com produtos químicos. Ainda sim, se necessário, é sempre conveniente a presença de um técnico
ou responsável pelo produto e que conheça os procedimentos a serem adotados.

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3.9.3 Procedimentos Industriais  Não fumar absolutamente e nem acender fósforos ou quaisquer artifícios que possam ocasionar
chamas e faíscas perto do vazamento;
 Adotar as providências constantes da ficha de emergência e do envelope para o transporte
correspondente a cada produto transportado;
 Utilizar os EPIs recomendados pelo expedidor ou fabricante do produto. Na ausência destas
informações, utilizar EPI apropriado ao produto transportado, conforme recomenda a NBR 9734 –
Os acidentes em complexos Conjunto de equipamentos de proteção individual para avaliação de emergência e fuga no
industriais têm proporções variáveis, desde transporte rodoviário de produtos perigosos;
incêndios e explosões até vazamentos de  Em caso de incêndio, ficar longe da carga incendiada e fora do alcance da fumaça para evitar a
produtos no estado líquido e gasoso. inalação de vapores. Lembrar que algumas embalagens podem explodir com o calor. Se o veículo
“Nos casos em que o acidente for fechado, não abrir as portas da unidade do transporte, a menos que esteja com o EPI adequado
provoca incêndios, com geração de e uma pessoa competente aconselhe;
produtos tóxicos, o primeiro atendimento é  No caso de incêndios pequenos e localizados, na cabine ou no motor, por exemplo, devem-se
em geral prestado por equipes de combate apagá-los, empregando-se os meios disponíveis para impedir que o incêndio se estenda à carga.
a emergências da própria empresa e pelo Curtos-circuitos são causas comuns de incêndio em veículos. Deve-se desconectar a bateria;
corpo de bombeiros. Atenção especial deve  Se ocorrer vazamento de produtos líquidos, procurar movimentar a embalagem danificada a fim de
ser dada as águas de combate ao incêndio, controlar o vazamento, tomando o cuidado para que não ocorra inalação de vapores e o contato
que muitas vezes não são coletadas por com a pele. Envolver essa embalagem com outra para evitar a dispersão do produto. Cuidar para
sistemas próprios de drenagem. Essas que os produtos derramados não contaminem o ambiente, rede hídrica ou mesmo a pista, nem se
águas estão vias de regra, contaminadas infiltrem nos bueiros. Para isso, utilizar terra, areia ou serragem ao redor da zona contaminada
com os produtos envolvidos e, portanto para conter o produto no menor espaço possível. Para maiores quantidades, abrir valetas em volta.
devem ser contidas no interior da Não utilizar água, a fim de evitar a dispersão de praguicida;
empresa.”  Em caso de espalhamento de pó, minimizar sua extensão cobrindo-os com terra, areia ou com
uma lona e depois recolher com uma pá ou escova. Colocar em um tambor, fechar bem ou rotular;
 Nunca deixar o veículo sozinho;
 Após toda a situação sob controle, proceder a descontaminação do local, se possível com o auxílio
Assim são necessárias medidas de contenção no interior da empresa como a construção de
de um técnico especializado. Para a limpeza da área do acidente e do veículo:
diques de material absorvente, areia, material com capacidade para neutralizar materiais corrosivos;
ou ainda a contenção poderá ser feita pelo próprio sistema de drenagem com precauções  Trabalhar a favor do vento para evitar inalações químicas;
específicas.  Não fumar, beber ou comer durante as operações de limpeza;
Um monitoramento ambiental também é necessário para saber sobre a contaminação das  Se houver possibilidade de alimentos ou outros bens de consumo terem sido contaminados,
áreas e do ar nas redondezas do acidente. deve-se destruí-los. Não devem ser reaproveitados ou oferecidos a animais. Isto seria fatal;
Se existir vazamentos de substâncias perigosas, poderão ser utilizadas medidas para  Em caso de contaminação corporal ou apresentação de sintomas por inalação, retirar a pessoa
contenção de vazamentos. Ainda sim o responsável técnico deve ser contatado e os resíduos do imediatamente da área contaminada e seguir as instruções de primeiros socorros.
atendimento resguardados para evitar um dano maior ao meio ambiente.  Sempre devem ser consultadas Notas fiscais, testemunhas, pessoal envolvido, etc.;
 Realizar uma avaliação detalhada do cenário, observando relevo do terreno (depressões, área de
3.9.4 Emergências em Acidentes Rodoviários (Transporte De Cargas Perigosas) vale, tipo de solo etc.), proximidade de áreas sensíveis como adensamento.
Em caso de acidente, as ações que se tomem nos primeiros minutos podem ser de  Face a constatação de qualquer risco potencial e ou perigo, o local deverá ser imediatamente
importância vital. Uma ação imediata para conter qualquer vazamento, pode impedir um acidente interditado e isolado. Zonas de trabalho deverão ser estabelecidas obedecendo critérios técnicos,
aparentemente pouco importante, mas que pode se transformar em algo mais grave. Deverão ser como os apresentados abaixo:
observadas as seguintes recomendações:
 Parar imediatamente o veículo em local seguro, se possível, em área de pouco movimento; 3.9.4.1 Zona Quente - é uma área restrita, imediatamente ao redor do acidente.
 Sinalizar o local do acidente, isolando o veículo com cones e faixas de segurança. Colocar o 3.9.4.2 Zona Morna - é uma área demarcada após a zona quente, onde ocorrerão as atividades de
triângulo de segurança e manter afastados do local curiosos e outras pessoas estranhas às descontaminação de pessoas e equipamentos.
atividades; 3.9.4.3 Zona Fria - área destinada para outras funções de apoio.
 Se o produto se derramar na estrada ou houver contaminação ambiental, notificar-se 3.9.4.4 Zona de Exclusão - nessa área permanecerão as pessoas e instituições que não possuem
imediatamente das informações contidas na ficha de emergência sobre o produto. Comunicar-se qualquer envolvimento direto com a ocorrência, como imprensa e comunidade.
com o fabricante ou representante mais próximo para que este tome as providências necessárias.
Se houver contaminação em fontes de água, notificar as autoridades de Saúde. Se a contaminação 3.9.4.5 Observações
ambiental for significativa, também alertar moradores vizinhos ao local;  Utilizar informações técnicas de especialistas da empresa fabricante, fornecedora, transportadora,
Manual ABIQUIM e outros;

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 Informar as autoridades ambientais responsáveis e correlacionadas;
 Acionar a Defesa Civil, PM, PRF, Polícia Civil, CNEN, ABIQUIM, transportadora, fabricante,
fornecedor;
 Se a ocorrência for em edificações contatar a Brigada de Incêndio ou equipes de emergência da
empresa, caso haja, a fim de informar-se dos procedimentos adotáveis e desenvolver operação
conjunta;
 Utilização correta de equipamentos adequados ao tipo de produtos.

3.9.5 Ações Preventivas / Corretivas


 Não adentrar a área de risco sem a utilização de EPI e EPR adequados ao caso;
 Prevenir pânico, contaminação e a geração de fontes de calor possíveis de iniciar incêndios e
explosões;
 Caso seja necessário, evacuar a população envolvida;
 Se próximo a mananciais, proceder de forma a desviar o curso do vazamento evitando assim
acidentes ambientais;
 Montar posto de comando das operações e Posto Médico de Atendimento (PMA) e estabelecer
zonas de atuação das equipes de emergência (zona quente, zona morna e zona fria).

3.9.6 Operações de evacuação e abandono


Esta ação tem como objetivo salvaguardar a integridade física das pessoas, e deve ser
promovida todas as vezes que existir perigo ou risco à saúde ou à vida. Esta ação pode ser
empregada para dois segmentos, são eles:
Remoção da comunidade circunvizinha a área da ocorrência;
Retirada das pessoas e equipes do cenário onde esta se desenvolvendo o atendimento.
A atividade de atendimento de ocorrências com produtos perigosos, pela sua própria
natureza, se classifica como uma atividade de alto risco, contudo, todas as vezes que avaliações
técnicas revelarem o surgimento de um perigo ou risco (que não seja possível naquele momento o
seu controle), ou o surgimento de uma condição que sinalize um descontrole, gerando perigo para os
profissionais que trabalham no atendimento, os mesmos devem ser retirados da zona quente e
somente retomar as suas atividades quando existirem condições propícias de segurança para
executá-las.
Destaca-se, que as ações de remoção de uma comunidade, envolve muita responsabilidade,
e deve, sempre que possível, ser coordenada e realizada por representes da Polícia Militar e da
Defesa Civil.

3.9.7 Ações de Rescaldo


 Esta etapa consiste de ações e medidas que visam o desenvolvimento de atividades voltadas para
recompor o meio ambiente.
 Programa de monitoração da qualidade das áreas impactadas.
 Elaboração de relatórios dos trabalhos desenvolvidos em campo.

3.9.8 Notas Importantes


A equipe que se deslocar para o local da ocorrência, deverá estar ciente de todas suas
responsabilidades, atribuições e autonomias, para desenvolvimento das atividades externas. É
recomendável que o(s) representante(s) da instituição ou empresa possua conhecimento do Decreto
Federal n° 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprova o regulamento para o Transporte Rodoviário
de Produtos Perigosos.
Os segmentos envolvidos na ocorrência (transportador, expedidor, fabricante e embarcador)
devem enviar para o local, profissionais dotados de habilidades para interagir com diferentes
equipes, qualificados para prestar informações técnicas, e com autonomia para tomar decisões e
contratar serviços, atendendo as expectativas e as demandas dos órgãos públicos.

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4. APH - PROTOCOLO PARA O SUPORTE BÁSICO DE VIDA DO CBMGO 4.3. EXAME COMPLEMENTAR
ATENDIMENTO INICIAL
É realizado após a estabilização dos sinais vitais do acidentado. Consiste num exame minucioso, o
qual se inicia na cabeça e vai até os pés, na parte anterior (frente) e posterior (costas), identificando
4.1. SEGURANÇA NO ATENDIMENTO
fraturas e ferimentos que apesar de sua gravidade não colocam em risco iminente a vida do
acidentado. Este exame é dividido em objetivo e subjetivo.
Regra dos três esses:

 Situação 4.3.1. Subjetivo:


 Cena do Acidente (Scene) A parte subjetiva é um rol de perguntas direcionadas a complementação da avaliação da vítima;
 Segurança • Relacionar local do acidente com a posição da vítima;
 Segurança do socorrista • Conversar com a vítima, se consciente, fazendo história resumida
 Segurança do transeunte • (nome, idade, como foi o acidente, queixas principais, endereço e telefone);
 Barreiras de proteção • Usar o AMPLA (Ambiente , Medicamentos, Passado médico, Líquidos e alimentos e
Alergias);
4.2. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA • Conversar com acompanhantes e testemunhas,
• Aplicar a Escala de Glasgow.
Visa checar os sinais vitais do acidentado/vítima e tratar condições que o colocam em risco iminente
de vida. Para melhor avaliação adota-se uma seqüência alfabética (A,B,C,D,E ).
- ESCALA DE COMA OU DE GLASGOW:
A: Imobilizar a coluna cervical (pescoço) em toda vítima que recebeu descarga de energia (trauma);
Desobstruir as vias aéreas:
• Tração de mandíbula (Jaw Thrust ou Chin Lift)
• Hiperextensão do pescoço em casos clínicos
• Manobra de Heinlich (obstrução por corpo estranho)

B: Verificar a Respiração:
• VOS - Ver, ouvir, sentir;
• Usar cânula de guedel em vítimas inconscientes;
• Suporte ventilatório com oxigênio de 12 a 15l/min;
• Se for preciso iniciar reanimação ventilatória.

C: Verificar a Circulação:
• Pulso carotídeo (pescoço);
• Se for preciso iniciar reanimação cardíaca;
• Efetuar o controle de hemorragias;
• Prevenir ou tratar o Estado de Choque.

D: Avaliar o nível de consciência através do AVDN:


• Alerta;
• Responde a estímulos verbais;
• Responde a estímulos dolorosos;
• Nulo.
4.3.2. Objetivo:
E: Exposição da vítima:
• Consiste em expor a vítima, retirando ou cortando as vestes no sentido da costura para • Exame da “cabeça aos pés” (apalpação);
melhor visualizar as lesões. • Sinais vitais: respiração, pulso, pupilas, perfusão capilar, pressão arterial, nível de
• Tratamento de lesões de extremidades. consciência.

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4.4. REAVALIAÇÃO E MONITORAÇÃO 4.5.3 Bebê inconsciente engasgado:
• Verifique inconsciência;
É realizado por um ou mais socorristas durante o transporte da vítima até a chegada da mesma ao • Se estiver inconsciente, posicione o bebê em decúbito dorsal em superfície rígida e
hospital de referência. Os principais procedimentos são: chame auxílio;
• Desobstrua suas vias aéreas;
• Aspiração de secreções das vias aéreas com o material adequado e disponível; • Verifique respiração;
• Controle dos sinais vitais através do pulso-oxímetro; • Se não respira, faça ventilações de resgate
• Aplicação da oxigeno terapia. Em vítimas de trauma é de 12 a 15l por minuto; • Se o tórax não expandir, repita a desobstrução e a ventilação;
• Controle da temperatura corporal através do cobertor aluminizado e/ou de lã. • Efetue a reanimação cardio-pulmonar com a freqüência de compressões dependendo
da quantidade de socorristas presentes (30:2 quando um socorrista presente e utilize
EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS compressão torácica com 2 dedos, utilizando uma mão / 15:2 quando dois socorristas
presentes e utilize compressão torácica com 2 polegares com as duas mãos;
4.5 OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA • Verifique se o corpo estranho se moveu para a cavidade oral antes de administrar
ventilações, para que este possa ser retirado;
4.5.1 Adulto engasgado: • Transporte para hospital ou aguarde suporte avançado.
• Vítima não consegue falar e tem dificuldade respiratória;
• Ative o sistema de emergência 4.5.4 Vômitos:
• Se consegue tossir é sinal de obstrução parcial; • Limpe a cavidade oral, retire próteses;
• Se não consegue tossir e tem a face congesta, acinzentada ou azulada (cianose), é • Aspire às secreções se aspirador estiver disponível;
sinal de obstrução total; • Coloque a vítima em posição lateral de segurança;
• Abra a sua boca e tente visualizar o corpo estranho; • Se a vítima estiver imobilizada, gire-a na prancha, de forma lateral, em um único bloco.
• Caso a vítima se encontre de pé aproxime-se pelas costas, e posicione-se atrás da
mesma, abaixando a sua cabeça e efetuando 04 a 06 tapotagens nas costas;
• Caso a vítima continue engasgada, abrace a vítima por trás e com o punho cerrado no 4.6. PARADA RESPIRATÓRIA
estômago faça de 6 a 10 compressões abdominais (manobra de Heimlich) ou no
esterno (gestantes e obesos); 4.6.1 RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL BOCA A BOCA:
• Se não obtiver sucesso, repita a seqüência;
• Caso a vítima se encontre inconsciente, posicione-se na lateral da mesma e efetue A respiração boca a boca só é feita caso o bombeiro não disponha de material adequado para
reanimação cardio-pulmonar como no protocolo de RCP, exceto por verificar se o atendimento da emergência.
corpo estranho se moveu para a cavidade oral antes de administrar ventilações, para • Verifique a consciência da vítima;
que este possa ser retirado; • Estabilize a coluna cervical usando as mãos;
• Não realizar exploração digital às cegas; • Desobstrua as vias aéreas com a extensão da cabeça (se não houver história de
• Se não obtiver sucesso, repita a seqüência; trauma);
• Transporte para hospital ou aguarde suporte avançado. • Desobstrua as vias aéreas sem a extensão da cabeça (se houver história de trauma);
• Verifique a respiração através do VOS;
4.5.2 Bebe consciente engasgado: • Se não respira, efetue 02 ventilações boca a boca, se o tórax não expandir na primeira
• Constate a obstrução; ventilação refaça a manobra e faça mais 01ventilação;
• Posicione o bebê em decúbito ventral (de bruços) em seu antebraço, com cabeça • Verifique pulso carotídeo;
mais baixa que tronco; • Se houver pulso, continue ventilando a cada:
• Efetue de 4 a 10 tapotagens entre as escápulas;  Adultos = 5 segundos;
• Vire o bebê em decúbito dorsal (de costas) em seu antebraço;  Crianças (de 1 ano até antes da puberdade) = 3, 4 ou 5 segundos dependendo da
• Verifique a cavidade oral a procura do corpo estranho; avaliação do socorrista;
• Efetue de 4 a 10 compressões no esterno;  Bebês (menores de um ano exceto neonatos) = 3 segundos;
• Verifique a cavidade oral a procura do corpo estranho;  Cheque pulso carotídeo a cada 2 minutos;
• Repita a seqüência.  Transporte ao hospital ou aguarde o suporte avançado.
• Transporte para hospital ou aguarde suporte avançado.

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4.6.2 MÁSCARA PORTÁTIL: 4.7.2. RCP EM CRIANÇAS (01 ANO ATÉ INÍCIO DA PUBERDADE):
 Proceda a análise como no item anterior, selecionando a máscara adequada; • Realize a reanimação descrita no item 3.1 com a seguinte observação:
• Coloque a porção mais estreita da máscara sobre o nariz; 1. A compressão do tórax deverá ser de um terço a metade do diâmetro antero-
• Posicione a máscara no rosto fixando-a com as mãos; posterior do tórax da vítima e o socorrista poderá fazê-la com uma ou duas mãos sobre
• Efetue as insuflações conforme protocolo da respiração de boca a boca. o esterno na linha inter-mamilar. Sempre analise o porte da criança para realizar as
• Siga o mesmo protocolo da ventilação boca a boca. compressões.

4.6.3. AMBÚ: 4.7.3. RCP EM BEBES DE ATÉ 01 ANO:


• Selecione o ambú adulto, infantil ou neonato conforme o caso; • Realize a reanimação descrita no item 3.1 com as seguintes alterações:
• Posicione a máscara no rosto, fixando-a enquanto tracione a mandíbula 1. As ventilações devem ser efetuadas apenas com o ar da bochechas;
anteriormente; 2. A compressão do tórax deverá ser de um terço a metade do diâmetro
• Insufle o ar pressionando o balão com a mão; antero-posterior do tórax da vítima e o socorrista deverá fazer com o dedo indicador e
• Siga o mesmo protocolo do item 2.1. o médio em cima do esterno na linha inter-mamilar;
3. Verifique pulso braquial ou femoral;
4. Após os cinco ciclos verificar o pulso braquial ou femoral.
4.7. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA:

RCP PARA UM SOCORRISTA 4.7.4. RCP EM ADULTOS: (02 socorristas)


• Realize a reanimação descrita no item 3.1 com a seguinte observação:
4.7.1. RCP PARA TODAS AS VÍTIMAS: 1. No final dos cincos ciclos, após a checagem do pulso carotídeo nulo, os socorristas
• Verifique a consciência da vítima; deverão inverter as funções (de ventilação e de compressão torácica) de forma rápida.
• Estabilize a coluna cervical usando as mãos ou se for o caso os joelhos; Esta mudança não pode ultrapassar 5 segundos.
• Desobstrua as vias aéreas com a hiperextensão do pescoço (se não houver história
de trauma) 4.7.5. RCP EM CRIANÇAS (01 ANO ATÉ INÍCIO DA PUBERDADE): (02 socorristas)
• Desobstrua as vias aéreas sem a hiperextensão do pescoço (se houver história de • Realize a reanimação descrita no item 3.1 com a seguinte observação:
trauma) 1. A compressão do tórax deverá ser de um terço a metade do diâmetro
• Verifique a respiração através do VOS; Antero-posterior do tórax da vítima e o socorrista poderá fazê-la com uma ou duas
• Se não respira, efetue 02 ventilações se o tórax não expandir na primeira ventilação mãos sobre o esterno na linha inter-mamilar. Sempre analise o porte da criança para
refaça a manobra e faça mais 01 ventilação; realizar as compressões;
• Verifique pulso carotídeo; 2. Os ciclos serão de 15 compressões para 2 ventilações;
• Caso não haja pulso realizar 30 compressões no esterno com as mãos espalmadas 3. Realizar 6 ciclos por minuto totalizando 12 ciclos em 2 minutos para manter
e braços esticados. Comprima rápido e forte e permita que o tórax recolha a sua freqüência cardíaca de aproximadamente 100 bpm;
posição normal; 4. Após os 12 ciclos verificar o pulso radial.
• Realize cinco ciclos de 02 ventilações por 30 compressões num tempo estimado de
dois minutos; 4.7.6. RCP EM BEBÊS DE ATÉ UM ANO: (02 socorristas)
• Após os cinco ciclos verificar o pulso carotídeo; • Realize a reanimação descrita no item 3.1 com as seguintes alterações:
• Não havendo pulso use o DESA com aplicação de apenas um choque; 1. As ventilações devem ser efetuadas apenas com o ar da bochechas;
• Reinicie RCP imediatamente após choque (não perder tempo verificando pulso) e 2. A compressão deverá ser realizada com os dois polegares um pouco abaixo da linha
faça mais cinco ciclos; intermamilar sobre o esterno. Os dedos restantes estarão comprimindo o tórax do
• Após os cinco ciclos verificar o pulso carotídeo; lactente posteriormente;
• Não havendo pulso use o DESA com aplicação de apenas um choque; 3. Os ciclos serão de 15 compressões para 2 ventilações;
• Os socorristas deverão intercalar e desfibrilar uma vez com o DESA a cada cinco 4. Verifique pulso braquial ou femoral;
ciclos enquanto aguarda suporte avançado ou transportar para o hospital de 5. Realizar 6 ciclos por minuto totalizando 12 ciclos em 2 minutos para manter
referência realizando RCP; freqüência cardíaca de aproximadamente 100 bpm;
• Ver uso do DESA no item 3.7. 6. Após os 12 ciclos verificar o pulso braquial ou femoral.
OBS: Apesar dos ciclos não variar entre as faixas etárias para um socorrista procurar realizar as
compressões um pouco mais rápido quanto mais nova for a vítima.

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4.7.8. USO DO DESA (Desfibrilador Externo Semi-Automático): • Perfusão capilar acima de 2 segundos;
• Respiração curta e rápida;
• Lábios arroxeados ou pálidos;
• Náuseas e vômitos;
• Tremores de frio;
• Perda de consciência;
• Lábios e face inchados (choque anafilático);
• Pele arrepiada (pescoço de peru);
• Sede, tremor e agitação (principalmente hipovolêmico);

Observação: Choque Neurogênico:


Devido à ausência da regulação do sistema nervoso nos vasos sanguíneos pode haver choque
mesmo com seguintes sintomas:
• Pele quente e rosada;
• Perfusão capilar boa;

Sempre há :
• Ausência ou redução importante da motricidade quando lesionado a medula (ver
Para usar o DESA temos que analisar o período que a vítima se encontra em parada. Quando trauma de coluna);
este tempo for:
• Menor que 4 a 5 minutos (parada cardio-repiratória testemunhada) realizar a Pode haver:
desfibrilação antes do suporte básico de vida com apenas um choque, se a vítima não • Priapismo.
responder, realize imediatamente a reanimação com a aplicação de um choque ao
final de cada cinco ciclos, após a aferição do pulso carotídeo; Obs: O choque neurogênico possui sinais mais característicos que não encaixam em todos os sinais
• Acima de 5 minutos realize a reanimação descrita no item 3.1 e se o pulso estiver clássicos. Ver também item 8 de emergências de trauma.
ausente aplique um choque apenas no final de cada cinco ciclos;
• Em crianças o procedimento será o mesmo, mas com o uso das pás infantis, caso
não disponíveis use as pás de adulto; 4.8.3. Tratamento:
• Em recém-nascidos e crianças de até um ano não é recomendado o uso do DESA. • Suporte Básico de Vida;
• Tentar eliminar causa do estado de choque;
4.8. ESTADO DE CHOQUE • Posicione vítima deitada com as pernas elevadas (tomar cuidado com as lesões);
• Afrouxe as vestes;
4.8.1. Classificação: • Mantenha vítima aquecida com um cobertor aluminizado e ou de lã;
a. Neurogênico; • Administre oxigênio com fluxo de 12 a 15 l por minuto;
b. Cardiogênico; • Transportar ao Hospital de referência ou aguarde o suporte avançado.
c. Hipovolêmico;
d. Séptico
e. Anafilático
4.9. HEMORRAGIAS
4.8.2. Reconhecimento:
Estes sinais e sintomas são os indicativos de estado de choque, alguns destes sinais nos 4.9.1. Tipos de Hemorragias:
indicam o tipo de choque por serem específicos. • Externa
• Interna
SINAIS CLÁSSICOS (presente em todos podendo não ocorrer no neurogênico):
4.9.2. Reconhecimento:

• Pele pálida, úmida e fria;


• Pulso anormal (rápido e superficial ou fraco); Hemorragia Externa
• Pressão arterial baixa • Saída de sangue pela ferida ou por orifícios naturais do corpo;
• Pupilas dilatadas e opacas; • Presença de Fraturas Expostas;

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• Presença de hematoma; • Os socorristas devem usar o EPI completo, tomando todas as precauções para evitar
• Sinais vitais anormais; contato direto do sangue com sua pele, boca e olhos;
• Sinais e sintomas do estado de choque. • Quando uma atadura estiver saturada de sangue acrescentar mais ataduras e não
retirar a atadura saturada para não perder o trabalho de coagulação já iniciado.
Hemorragia Interna
• Sinais vitais anormais *; 4.10. FERIMENTOS
• Sinais e sintomas do estado de choque;
• Presença de hematoma; 4.10.1. FERIMENTOS SUPERFICIAIS ABERTOS:
• Natureza do acidente; • Executar Suporte Básico de Vida;
• Cinemática do Trauma; • Os procedimentos de ferimentos estão contidos na letra E do atendimento inicial;
• Rigidez da parede abdominal. • Expor a ferida;
• Limpar ao redor;
* Indicativo tardio que quando identificado significa que a hemorragia está em um estágio mais • Retirar detritos da ferida somente por irrigação com soro fisiológico;
avançado. Portanto, não pode ser usado como fator isolado e soberano na constatação de uma • Não remover coágulos
hemorragia interna. • Se possível aproximar as bordas da lesão;
• Fazer tamponamento com atadura compressiva;
4.9.3. Tratamentos: • Prevenir estado de choque;
Existem quatro procedimentos que são realizados na seguinte seqüência quando o anterior falhar: • Havendo grandes lesões, transportar ao hospital.
1. Compressão direta no ferimento e uso do curativo compressivo;
2. Elevação do segmento; 4.10.2. FERIMENTOS NOS OLHOS :
3. Compressão arterial; • Executar Suporte Básico de Vida;
4.Torniquete em casos de amputação traumática ou esmagamento de membros com • Retirar corpo estranho apenas na conjuntiva e esclerótica se não estiverem
hemorragia intensa. transfixados;
• Pode ser feito simultaneamente o procedimento 1 e 2 antes de realizar os próximos; • Lavar com soro fisiológico ou água em abundância nos casos que não haja
• Prevenir o estado de choque; transfixação;
• Transportar para o Suporte Avançado (USA ou hospital de referência). • Aplicar atadura oclusiva em ambos os olhos;
• Não retirar objetos transfixados;
4.9.4. Técnicas: • Caso o globo ocular esteja protuso, protegê-lo com atadura e gases embebidas em
• A pressão direta deverá ser feita o quanto antes, inicialmente com a mão ou pinçando soro fisiológico e ocluir ambos olhos;
com os dedos o vaso seccionado e posteriormente com atadura compressiva; • Em caso de extrusão completa do globo ocular não tentar recolocá-lo, proceder a
• A compressão arterial deverá ser feita em 6 artérias básicas; oclusão bilateral com gaze umedecida
• Facial: ferimentos no rosto; • Remoção de lente de contato somente em vítimas inconscientes com tempo de
• Temporal: ferimentos no couro cabeludo; transporte prolongado;
• Carótida: ferimento no pescoço; • Prevenir o estado de choque;
• Subclávia: ferimentos nos ombros; • Transportar ao hospital de referência oftalmológica.
• Braquial: ferimentos nos membros superiores;
• Femoral: ferimentos nos membros inferiores; 4.10.3 FERIMENTOS SUPERFICIAIS NA CABEÇA
• A compressão arterial somente será efetuada por elementos treinados para tal; • Ver também TCE item 8;
• Torniquete: • Executar Suporte Básico de Vida;
a) Usar um pano largo (no mínimo 7 cm de largura) e uma haste rígida ou o • Não aplicar compressão excessiva;
esfigmomanômetro (insuflando até a mínima pressão capaz de interromper a • Efetue tamponamento se não observar fragmentos de ossos, afundamento ou
hemorragia); exposição de tecido cerebral;
b) Não use arame; • Empregue para tamponamento a bandagem triangular;
c) Não manter pressão por mais que 10 minutos. Após este tempo afrouxe de 1 a 2 • Não conter hemorragias ou saída de líquido claro pelos ouvidos ou nariz;
minutos. • Prevenir o estado de choque;
• Em adultos a perda de mais de 1 litro de sangue é considerada grave e pode levar a • Transportar ao hospital de referência ou aguardar suporte avançado.
vítima ao estado de choque;

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4.10.4. AMPUTAÇÃO OU AVULSÃO COMPLETA: 4.11. TRAUMATISMOS DE EXTREMIDADES
• Executar Suporte Básico de Vida
• Proteja o local ferido; 4.11.1. Classificação:
• Caso haja hemorragia intensa não controlada por outros meios usar o torniquete • Fraturas Fechadas;
conforme descrito em hemorragias; • Fraturas Expostas.
• Envolva o segmento amputado / avulsionado em gazes ou atadura embebida em soro
fisiológico; 4.11.2. Reconhecimento de fraturas:
• Coloque o membro se possível em dois sacos plásticos com cuidado de manter ar • Dor local;
dentro dos sacos; • Hematoma;
• Logo após, coloque o membro em recipiente com gelo, ou água gelada, sem que o • Deformidade ou inchaço;
membro tenha contato direto com estes líquidos; • Incapacidade funcional ou mobilidade anormal;
• Tratar o estado de choque; • Pulso periférico deficiente (pode ocorrer);
• Informar o centro de operações para que a equipe cirúrgica seja preparada no • Crepitação óssea;
hospital de referência; • Hemorragia e exposição do osso (fratura exposta).
• Transportar ao hospital de referência.
4.11.3. Tratamento de fraturas dos membros superiores:
• Executar Suporte Básico de Vida;
• Sempre imobilize uma articulação proximal e distal;
• Cheque pulso periférico do membro afetado e a perfusão distal;
• Cheque a motricidade;
• Cheque sensibilidade;
• Use talas moldáveis, bandagens e ataduras. As ataduras serão utilizadas apenas nas
articulações, elas não devem envolver todo o membro como um processo de
mumificação;
• Use bandagem triangular para fraturas na clavícula, escápula e cabeça do úmero;
• Nas luxações e fraturas em articulações imobilize na posição em que se encontra;
• Nas fraturas anguladas, gentilmente tente alinhar o membro antes de imobilizar;
• A tentativa de se alinhar o membro deve ser feita gentilmente, com leve tração e
apenas uma única tentativa. Se encontrar resistência para alinhamento imobilize na
posição em que se encontra com tala rígida;
• Após a imobilização continue checando sensibilidade, pulso periférico e perfusão
capilar;
4.10.5. OBJETOS TRANSFIXADOS: • Prevenir o estado de choque;
• Executar Suporte Básico de Vida • Transportar ao hospital de referência.
• Não tente remover o objeto do local (exceto objetos na bochecha);
• Imobilizar e proteger o objeto de movimentações;
• Prevenir o estado de choque; 4.11.4. Tratamento de fraturas dos membros inferiores:
• Transportar para hospital de referencia e informar a regulação. • Executar Suporte Básico de Vida;
• Sempre imobilize uma articulação proximal e distal;
• Cheque pulso pedioso ou tibial posterior do lado afetado;
4.10.6. EVISCERAÇÕES TRAUMÁTICAS: • Cheque a motricidade;
• Executar Suporte Básico de Vida • Cheque sensibilidade;
• Nunca tentar recolocar as vísceras no interior do abdômen; • Use talas moldáveis, bandagens e ataduras. As ataduras serão utilizadas apenas nas
• Cobrir as vísceras expostas com bandagem, gazes ou ataduras embebidas em soro articulações, elas não devem envolver todo o membro como um processo de
fisiológico; mumificação;
• Flexionar as pernas da vítima; • Nas luxações e fraturas do joelho e tornozelo imobilize na posição em que se
• Tratar o estado de choque; encontram;
• Transporte ao hospital de referência e informar a regulação. • Fraturas de perna angulada, gentilmente, com leve tração e apenas uma única
tentativa;

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• Se encontrar resistência para alinhamento, imobilize na posição em que se encontra • Deformidade do crânio;
com tala rígida; • Dor ou inchaço no local da lesão;
• Fratura de fêmur com coxa angulada não tente alinhar. Imobilize na posição em que • Hematoma nas pálpebras;
se encontra com no mínimo duas talas rígidas até o nível das costelas com duas • Pupilas anisocóricas;
bandagens entre a cintura pélvica e o início das costelas. Uma tala deverá apoiar o • Saídas de sangue ou líquido cefalorraquidiano pelo nariz ou ouvidos;
membro na parte inferior; • Tontura, desmaio e sonolência;
• Após a imobilização continue checando sensibilidade, pulso pedioso ou tibial posterior • Paralisia unilateral;
e perfusão capilar; • Confusão mental progressiva;
• Previna o estado de choque; • Pulso lento e forte;
• Transporte ao hospital de referência. • Alterações respiratórias
• Visão dupla ou cegueira;
4.11.5. Tratamento de fraturas expostas: • Náuseas, vômitos incontroláveis sem náusea;
• Executar Suporte Básico de Vida; • Cuidado! A vítima pode ficar agitada devido à hipóxia.
• Estanque a hemorragia, conforme o descrito anteriormente;
• Não recoloque o osso exposto no interior da ferida; 4.12.2. Tratamento:
• Não limpe ou passe qualquer produto na ponta exposta do osso; • Executar Suporte Básico de Vida;
• Tente alinhar a fratura gentilmente, caso haja resistência imobilize na posição em que • Há uma grande possibilidade de ter uma lesão na coluna cervical;
o membro se encontra; • Administre oxigênio de 12 a 15l/min;
• Em todos os casos previna o estado de choque; • Posicione a vítima deitada com a cabeça em plano mais elevado que o corpo,
• Transporte para o hospital de referência ou suporte avançado. aproximadamente 30º de ascendente. Na maca articulada ajuste o pino na primeira
posição inclinada e realize o transporte;
• Mantenha a vítima coberta, porém não superaquecida;
4.11.6. Tratamento de fratura de pelve: • Não obstrua a saída de sangue ou líquido cefalorraquidiano dos ouvidos ou nariz;
• Use a bandagem triangular estendida de cabeça para proteção do ferimento;
4.11.6.1. Reconhecimento: • Afrouxe as vestes da vítima;
• Pé rodado para a lateral do corpo; • Se estiver consciente, converse com ela deixando-a acordada;
• Dor à palpação do púbis e cristas ilíacas; • Na avaliação secundária pergunte a quanto tempo a vítima está inconsciente e se ela
• Perda de mobilidade dos membros inferiores; vomitou;
• Aplicar a cinemática do trauma associando o acidente com a possibilidade da lesão • Mantenha controle sobre os sinais vitais;
(atropelamento, quedas em que a vítima caiu sentada, quedas de altura, acidentes • Aplique a escala de Glasgow e verifique sua evolução, ou processo de avaliação
onde a vítima use cinto de segurança sub-abdominal); rápida do nível de consciência (AVDN);
• Dificuldade de urinar. • Transporte para um hospital ou suporte avançado informando a situação da vítima.

4.11.6.2. Tratamento: 4.13. TRAUMA RAQUI-MEDULAR


• Executar Suporte Básico de Vida
• Use o KED invertido com o coxim entre as pernas; 4.13.1. Reconhecimento:
• Com a vítima deitada de costas, coloque um cobertor dobrado ou travesseiro entre as • Aplicar a cinemática do trauma associando o acidente com a possibilidade da lesão
pernas, caso não tenha o KED; (acidentes automobilísticos, atropelamentos, quedas de altura, mergulho raso, em fim,
• Prenda suas pernas unidas com faixas ou lençol, mantendo um coxim entre os todo acidente em que a vítima recebeu alta descarga de energia);
membros inferiores caso não tenha o KED; • Dor intensa no local (em forma de cinturão);
• Transporte em prancha longa; • Deformação;
• Prevenir o estado de choque; • Perda da sensibilidade e/ou mobilidade nos membros;
• Transporte para o hospital de referência. • Somente respiração abdominal;
• Perda de controle urinário e intestinal;
• Vítima caída de costas com os braços mantidos estendidos acima da cabeça;
4.12. TRAUMA DE CRÂNIO
• Em homens: priapismo (ereção persistente e sem estímulo sexual);
4.12.1. Reconhecimento: • Sinais e sintomas do estado de choque neurogênico (ver estado de choque);
• Ferimento externo no couro cabeludo ou testa; • Inconsciência.

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4.13.2. Tratamento: 4.14.3 Tratamento
• Toda vítima que recebeu alta descarga de energia é suspeita de lesão na coluna • Executar Suporte Básico de Vida;
cervical; • Administre oxigênio de 12 a 15 l/min;
• Usar colar cervical, prancha rígida e encostos laterais; • Ventilar paciente com ambú e oxigênio se o mesmo estiver em insuficiência
• Use as técnicas adequadas de retirada de vítimas em veículos e as movimentações respiratória;
corretas na prancha; • Imobilizar vítima na prancha longa;
• Mantenha a cabeça alinhada com leve tração e aplique o colar cervical; • Não colocar ataduras em volta do tórax ou colocar pesos sobre o tórax flácido
• Se a vítima estiver sentada ou em pé, coloque-a na prancha longa; (restringe movimentos torácicos e favorece a atelectasia e pneumonia);
• Se a vítima estiver deitada, coloque-a na prancha longa; • Prevenir o estado de choque;
• Administre oxigênio de 12 a 15 l/min; • Em pneumotórax aberto, colocar sobre o ferimento celofane ou plástico quadrangular
• Prevenir estado de choque; (pode –se usar o plástico transparente do pacote de gazes), ocluindo três lados com
• Transporte ao hospital de referência e informe a central. esparadrapo;
• Observar sinais de pneumotórax hipertensivo;
• Se houver curativo em alguma lesão penetrante do tórax retira-lo imediatamente (se a
4.14. TRAUMA DE TÓRAX:
lesão não estiver selada pelas estruturas da parede torácica o ar sairá pela lesão) e
após a liberação da pressão oclui-lo novamente (isso pode ser repetido
4.14.1. Tipos: periodicamente);
• Fratura no esterno; • Transporte para um hospital ou aguarde o suporte avançado informando a situação
• Fratura de costela. da vítima.
• Tórax Instável;
• Pneumotórax Simples, Aberto e Hipertensivo;
• Hemotórax;
• Contusão Pulmonar; 4.15. QUEIMADURAS
• Contusão miocárdica;
• Tamponamento cardíaco; 4.15.1. Classificação quanto à profundidade:
• Lesão de grandes vasos;
a) 1º grau :
• Asfixia traumática;
• Pele vermelha na área queimada (eritema);
• Ruptura Diafragmática.
• Dor local;
• Inchaço no local.
4.14.2. Reconhecimento:
• Dor torácica; b) 2º grau :
• Dispnéia; • Formação de bolhas;
• Crepitação; • Dor intensa no local;
• Deformidade local; • Áreas de tecidos exposto (bolhas se rompem);
• Sinais de choque; • Queimaduras de 1º grau ao redor.
• Movimento paradoxo da parede torácica, ocorre a retração da área na inspiração e
expansão na expiração (tórax instável);
c) 3º grau :
• Desvio da traquéia (pneumotórax hipertensivo);
• Rubor e necrose de tecido com áreas que variam do branco pálido ao marrom escuro;
• Dilatação das veias do pescoço (pneumotórax hipertensivo e ou tamponamento
• Lesão no tecido muscular e ósseo pode estar presente;
cardíaco);
• Perda da sensibilidade nas áreas necrosadas;
• Sangue borbulhando em uma ferida no peito (pneumotórax aberto);
• Exposição de camadas mais profundas do tecido;
• Percussão com sons maciços (hemotórax)
• Queimaduras de 1º e 2º grau ao redor.
• Bulhas cardíacas hipofonéticas (tamponamento cardíaco);
• Tosse com sangue (contusão pulmonar);
• Arritmia cardíaca (contusão miocárdica);
• Ruídos hidro-aéreos no tórax (ruptura diafragmática);
• Abdômen escavado (ruptura diafragmática);
• Coloração azulada na face e pescoço e hemorragia conjuntival e nasal (asfixia
traumática);

18
4.15.2. Classificação quanto à extensão (adultos): • Não passe pomadas, mercúrio ou quaisquer outros produtos em quaisquer
• Cabeça e pescoço – 9% queimaduras;
• Membros superiores – 9% cada • Atenção com as queimaduras de 3º Grau;
• Membros inferiores – 18% cada • Trate imediatamente o estado de choque;
• Tronco completo – 36% • Transporte ao hospital de referência e informe a central.
• Área genital - 1%.
4.15.6. Procedimentos específicos para queimaduras químicas:
4.15.3. Classificação quanto à extensão (Crianças): • Ver anterior;
• Cabeça e pescoço – 18% • Proteção da equipe de emergência;
• Membros superiores – 9% cada • Identificação do produto;
• Membros inferiores – 13,5 % cada • Retire as roupas (não retirar pela cabeça) impregnadas com o agente químico;
• Tronco completo – 36% • Lave a área afetada usando grande quantidade de água corrente por 15 minutos;
• Área genital - 1%. • Não use qualquer produto para tentar neutralizar o produto (geralmente ocorrem
reações exotérmicas que pioram a queimadura);
• Não faça fricção no local e não empregue água com pressão para a lavagem;
4.15.4. Classificação quanto à gravidade:
• Se o agente agressor for cal virgem seco, não use água, remova o conteúdo da pele
do paciente com escova macia;
a) Quanto à região queimada: • Prevenir o estado de choque;
• As regiões como órgãos genitais, articulações, mãos, pés e principalmente face ou • Transporte ao hospital de referência e informe a central.
vias aéreas são regiões críticas.
b) Outros fatores:
• Doenças concomitantes, tais como a diabetes; 4.15.7. Queimaduras nos olhos:
• Lesões associadas;
a) Térmicas:
• Idade da vítima.
• Cubra os olhos da vítima com compressa macia de gaze umidificada em água fria ou
soro fisiológico, fixando com fita crepe sem efetuar pressão.
4.15.5. Procedimentos Gerais:
• Executar Suporte Básico de Vida; b) Químicas:
• Se a vítima estiver com fogo nas vestes role-a no chão ou envolva em um cobertor • Identifique o agente agressor;
úmido em seu corpo a partir do pescoço em direção aos pés. Após a extinção retirar o • Lave com água corrente e abundante, sem pressão ou fricção, da porção medial para
mesmo; a lateral, por 20 minutos;
• Mantenha desobstruídas as vias aéreas e certifique-se de que a vítima respira bem, • Logo após, cubra os olhos como na queimadura térmica;
principalmente em queimadura na face; • Retire a compressa e lave novamente os olhos da vítima por 5 minutos, se durante o
• Tome cuidado com as queimaduras de face, pois a vítima pode ter asfixia devido ao transporte a vítima voltar a sentir queimação.
edema de glote. Sempre administre oxigênio;
• Administre oxigênio a 15 l/min;; c) Luz intensa:
• Estabeleça a gravidade; • Cubra os olhos da vítima com compressas escuras, impedindo a passagem de luz.
• Retire as partes de sua roupa que não estejam grudadas na área queimada;
• Retire pulseiras, relógios e anéis imediatamente; Obs: Em queimaduras dos olhos transporte a vítima par um hospital de referência oftalmológica.
• Nas pequenas queimaduras de 1º e 2º grau, lavar a área afetada com soro fisiológico
ou água fria em torno de 15 minutos até passar a dor (embora não haja evidencia 4.15.8. Hipotermia
científica que esta conduta produza analgesia a sensação refrescante da água pode • Executar Suporte Básico de Vida;
ter efeito psicológico para vítima);
• Retirar vestes molhadas para evitar perda futura de calor por evaporação;
• Vítimas com grandes queimaduras não devem receber irrigação e ter seus curativos
• Aquecer a vitima com um cobertor aluminizado e de lã e administrar oxigênio;
úmidos, pois estes podem provocar hipotermia;
• Manipular com muito cuidado (há descrição que movimentação brusca da vítima pode
• Envolva as regiões queimadas com curativos estéreis secos (filme de PVC, gazes
precipitar fibrilação ventricular);
estéreis ou atadura de rayon);
• Transporte para um hospital de referência.
• Cubra a vítima com o cobertor aluminizado e o de lã após a proteção do ferimento;
• Não estoure as bolhas em queimaduras de 2º de grau;

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4.15.9. Hipertermia e Insolação  Operação de rescaldo (caso de incêndio)
• Remover para local fresco, à sombra e ventilado;  Regresso
• Remover o máximo de roupas;
• Se consciente mante-lo em repouso e recostado (cabeça elevada); 5.5 Para o sucesso em uma operação de salvamento deve observar
• Compressas frias na testa, pescoço, axilas e virilhas;
• Transporte para um hospital de referência. 5.5.1 Fatores que influenciam no sucesso do plano tático.
a) Preparação; b) Deslocamento; c) Informações; d) Reconhecimento; e) Feedback.
REFERÊNCIA: 5.5.2 Análise da Situação.
Protocolo de suporte básico de vida 2007 do CBMGO, atualizado em 28/05/2007. Obs: Para fins de
a) Dados: Informações a serem colhidas;
Estágio de Adaptação de Cabos (EAC) foi retirada do presente protocolo a parte que trata das
emergências clínicas bem como foi resumida a parte sobre trauma de tórax. b) Riscos: De morte; / de propagação do dano; / de modificação de condições climáticas; / de danos
evitáveis; / de meios que dispõe.

5. SALVAMENTO c) Decisão: Terminada a coleta dos dados importantes da situação, dispostos esses dados
mentalmente em ordem lógica, examinados os riscos ou perigos que a situação oferece os meios de
5.1 Definições que dispõe para controlá-la, deve o comandante das operações chegar a uma conclusão sobre os
Tática de Salvamento: É a disposição e o emprego inteligente dos recursos disponíveis para objetivos a serem atingidos e quais as ações que deve por em prática para atingir este objetivo que
o atendimento a um sinistro. é, portanto a fase culminante da análise da situação e constitui a sua própria finalidade, somente
Técnica – Maneira, jeito ou habilidade de fazer algo. depois de analisarmos fatores da situação, no próprio local, é que ela se define totalmente. O
Tática - É a arte de manobrar tropas. “Parte da arte da guerra que trata da disposição e da princípio maior que deve presidir sua decisão é que sua missão maior é impedir, a partir do aviso do
manobra das forças durante o combate ou na iminência dele. Parte da arte da guerra que trata de socorro, maiores prejuízos à vida e a propriedade, que os que já foram causados. O chefe deve estar
como travar um combate ou uma batalha; Processo empregado para sair-se bem num sempre procedendo a uma revisão dos dados, riscos e meios de seu esquema mental, completando-
empreendimento”. os com as modificações essenciais, da situação, e em conseqüência, modificando a idéia de
manobra inicial mas não de um modo essencial e sim, acrescentando ligeiras modificações,
principalmente quanto ao emprego dos meios de reserva.
5.2 Condições básicas para o salvamento
 Treinamento: exercício constante físico e profissional d) Plano de Operações: É a concretização da idéia de manobra. Concebida esta, o chefe arma num
 Segurança: pessoal, do grupo e da vítima diagrama mental mostrando como tenciona empregar seu pessoal, viaturas e equipamentos para
 Avaliação: determinação do grau de risco executar a decisão e alcançar seus objetivos.
 Situações para deslocamento:
5.6 Operações de Proteção.
 Urgente: vidas e patrimônio de real valor em perigo e risco iminente.
O serviço de proteção destina-se a limitar prejuízos aos objetos ou pessoa envolvidos na
 Não urgente: não há vidas e patrimônios de real valor envolvido.
ocorrência.
Consiste em ações de proteção de todos objetos susceptíveis de serem destruídos ou
5.3 Seqüência
estragados.
 Localizar a(s) vítima(s)
 Alcançar a(s) vítima(s) 5.6.1 As operações de proteção compreendem
 Afastar a(s) vítima(s) do perigo ou vice-versa  Cobertura de objetos e mercadorias;
 Prestar os 1° SOS a(s) vítima(s) e transporta-la(s)  Canalização e evacuação da água;
 Transporte de objetos;
5.4 Fases
 Ventilação;
 Aviso
 Estaqueamento ligeiro;
 Partida e formação do trem de socorro
 Controle do trânsito.
 Deslocamento
 Reconhecimento 5.7 Arrombamento
 Operação de salvamento Faz-se necessário antes de promover um arrombamento, pesar todas as possibilidades
 Operação de estabelecimento (caso de incêndio) que nos oferece o local, para causar menores danos, ou até evitá-los. Antes de forçar uma porta,
 Operação de combate a incêndio (caso de incêndio) devemos verificar se ela não se encontra apenas fechada com o trinco, ou se não há possibilidade
 Inspeção final de alguém por perto possuir a chave.

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5.8 Ações no encerramento da ocorrência
 Remanejar o detrito; 5.9.5 Manutenção
 Observar condições de segurança do local;  Após a utilização, realizar uma inspeção visual para se constatar algum desgaste
 Verificar o prédio e seu conteúdo com o proprietário ou seu representante autorizado; excessivo;
 Providenciar guarda para o local;  Se for necessário lavar o cabo, utilizar para isso água e sabão neutro;
 Entregar os bens envolvidos aos respectivos donos, representantes autorizados ou  Se durante seu emprego o cabo entrar em contato com água, deve-se estendê-lo em
autoridades policiais competentes; local arejado, à sombra evitando dobrá-lo;
 Advertir proprietários usuários dos perigos existentes e recomendar as precauções  Após limpo e seco, deve-se utilizar métodos adequados para o acondicionamento do
necessárias; cabo, de forma que facilite seu transporte, armazenamento e emprego rápido no caso
 Colher testemunhas; de uma necessidade.
 Colher dados para relatório;
 Preservar local para perícia; 5.9.6 Características de um Bom Nó
 Acionar perícia se necessário;  Fácil de fazer;
 Recolher e conferir material;  Seguro;
 Providenciar limpeza e manutenção;  Fácil de desfazer.
 Comunicar alterações de pessoal e material.
5.9.6.1 Família dos Nós
A tática de salvamento é dividida em: Altura, Terrestre e Aquático.  Nós de extremidade do cabo;
 Nós para emendas de cabo;
OBS.: Em uma mesma ocorrência, pode haver os três tipos de operação.  Nós para fixação de cabos;
 Nós para encurtar ou reforçar um cabo;
5.9 Salvamento em Altura  Nós para formação de alças e assentos.

5.9.1 Conceito 5.9.7 Aduchamento de Cabos


Toda e qualquer atividade de salvamento realizada no plano vertical que visa salvaguardar  Até 30 m – forma de “8”;
vidas e bens materiais.  De 31 m a 60 m corrente dupla ou tripla;
 De 61 m a 120 m forma de coroa;
5.9.2 Materiais básicos de Salvamento em Altura
FREIO TIPO OITO, MOSQUETÃO, LUVAS, CADEIRAS (BAUDRIER), CAPACETE, POLIAS, 5.10 Salvamento Terrestre:
GRAMPO-MANILHA, LONAS PARA PROTEÇÃO, RAXI, FITA TUBULAR, CABO DA VIDA, CABOS. Toda operação na qual, durante o seu desenvolvimento, o bombeiro atua em contato direto
com o solo;
5.9.3 Inspeção
5.10.1 Condições Básicas Para o Salvamento
5.9.3.1 Cuidados na inspeção, utilização e manutenção de cabos.  Treinamento: Consiste em exercitar-se constantemente, física e profissionalmente;
Antes da sua utilização os cabos devem ser inspecionados com o objetivo de constatar o seu  Segurança: Todos os exercícios, instruções e operações devem ser executados com o
estado. Os principais pontos a serem observados são: máximo de segurança possível;
 Se há algum ponto desgastado (coçado ou puído) no cabo;  Tempo: Durante a execução dos exercícios instruções e operações, o tempo é um dos
 Se existem variações no seu diâmetro (calos ou estreitamentos); fatores fundamentais, do qual podem depender vidas;
 Se o cabo entrou em contato com alguma substância (óleo, tinta etc);  Avaliação: No caso de operações, deve-se determinar o grau de risco:
 Se o cabo possui odor estranho.  Urgente – São aquelas em que estão envolvidas, vidas e/ou patrimônios de real valor
em perigo e risco iminente;
5.9.4 Utilização  Não Urgente – São aquelas em que não estão envolvidas em risco e perigo vidas e/ou
 Proteger os cabos das “quinas vivas”, para isso utilizando pedaços de lona ou patrimônios de real valor e que independem de tempo na sua execução.
similares;
 Evitar arrastar e pisar no cabo; Seqüência:
 Evitar o contato do cabo com areia, terra, óleos e produtos químicos;  Localizar a(s) vítima(s);
 Retirar as cocas que por ventura se formem durante a utilização do cabo;  Alcançar a(s) vítima(s);
 Utilizar sempre nós harmoniosos que não provoquem o estrangulamento do cabo. Os  Afastar a(s) vítima(s) do perigo ou vice-versa;
nós quando submetidos à grandes trações devem possuir um obstáculo (raxi) para que  Prestar os 1º Socorros à(s) vítima(s) e transportá-la(s) ou vice-versa.9.2
isso não ocorra.

21
5.10.2 Táticas em Ocorrências com Corte de Árvore 5.10.4.2 Balanço: Quando utilizamos cabos e cordas para fazer amarrações evitando que os
O corpo de bombeiros atua rotineiramente em operações de corte de árvores oferecendo galhos caiam livremente em cima de obstáculos ex: casas, jardins, cercas e outros;
risco,buscando preservar o patrimônio público e particular, garantir a segurança comunitária e de sua
equipe.A guarnição deverá atuar nas seguintes condições: 5.11 Procedimento em Acidente Automobilístico:
O corte ou poda será efetuado somente quando existir risco à vida ou danos ao patrimônio.  Durante o deslocamento verificar junto ao COB o número de vítimas e quais os tipos
Optar sempre que possível, por retirar os galhos que ofereçam risco sem abater a árvore. de veículos envolvidos, se houver vítima fatal solicitar a Polícia Técnica Científica e
IML (Só retirar os corpos com autorização da Polícia Técnica Científica);
5.10.2.1 Observar durante o reconhecimento o seguinte:  Sinalização e isolamento do local; (se for a rodovia sinalizar no mínimo 100m). Nesta
etapa deve interpretar tipo e traçado da via, além da condição do tempo;
5.10.2.1.1 Indícios de que a árvore oferece risco:  Em toda ocorrência a guarnição deverá usar o EPI ideal;
 Se estiver inclinada ou apresentar rachaduras;  Se em via de trânsito comum fazer a sinalização mais apropriada para a situação;
 Raiz fofa soltando-se ou balançando em demasia;  Não esquecer de desconectar o cabo da bateria, sendo o pólo negativo primeiro e se
 Oca, podre ou seca; possível retirar a bateria;
 Com raízes destruindo calçadas ou a estrutura de edificações próximas;  Quando se tratar de rodovia fazer um pente fino num raio de aproximadamente 30m;
 Galhos em contato ou próximo à linha de transmissão de energia elétrica.  Verificar se há vazamento de combustível, se houver fazer a contenção sendo
necessário solicitar o apoio do ABT;
5.10.2.1.2 Cuidados especiais na operação de corte ou poda de árvore:  Se o acidente automobilístico estiver envolvendo produtos químicos verificar no Manual
 Ao chegar no local, se a árvore estiver energizada ou próxima de fios elétricos chamar ABQUIN os procedimentos a serem adotados e acionar a Defesa Civil;
a CELG e somente depois de desligada a energia começar a operação;  Quando houver necessidade de utilizar o desencarcerador cortar somente o necessário
 Verificar se o solo é acidentado ou tem poço (cisterna ou fossa); do veiculo para não aumentar o prejuízo da vitima;
 O isolamento é fundamental para evitar acidentes com terceiros (isolar num raio de  Quando for relacionar objetos e valores no interior do veículo sempre lembrar de
aproximadamente duas vezes e meia a altura da árvore); colocar o nome do responsável pela custódia dos bens e pedir para que a mesma
 Se o bombeiro ao subir em uma árvore a mesma estiver balançando, procurar calça-lá assine o relatório (preferencialmente familiar ou policial militar);
para dar mais segurança;  Em hipótese alguma abandonar o local sem que fique em responsabilidade da Policia
 Os militares quando estiverem em cima de uma árvore deverão trabalhar sempre com Militar ou Policia Rodoviária Federal.
cadeiras de sustentação, mosquetões, oito cabos e cordas apropriados;  Antes do retorno a OBM, deverá conferir pessoal e material envolvido na ocorrência.
 Utilizar equipamentos de segurança (coturno, óculos, capacetes, luvas, roupas grossas
e de manga longa); 5.12 Procedimentos em Incêndio em Galpões e Residências
 Antes de cortar ou podar uma árvore utilizando a moto-serra, verificar se há pregos,  Durante o deslocamento verificar junto ao COB se há vítimas no interior da edificação e
arames ou outros metais nos troncos ou galhos para evitar acidentes; quando for em lojas verificar o tipo da carga incêndio;
 Em operações em cima de uma árvore a amarração de segurança da moto-serra  Sempre utilizar EPR e EPI’s;
deverá sempre que estar abaixo do bombeiro para evitar acidente em caso de queda  Primeira ação ao chegar ao local será desligar a energia sendo que o motorista irá
de ambos; posicionar a viatura em local seguro;
 Antes de começar qualquer operação de cortes ou podas verificar as ferramentas se  Se for possível procurar vias de acesso evitando arrombamentos;
estão em perfeitas condições de uso como: correntes da moto-serra e facões  A equipe de salvamento antes de entrar no recinto verificará se há perigo de
amolados, moto-serra abastecida, regulada, cabos e cordas em perfeitas condições de desabamento e se houver fazer escoramento adequado em seguida adentrar ao local e
uso; procurar possíveis vitimas;
 Somente em casos especiais se sobe em uma árvore com chuva para fazer corte ou  Retirar o botijão de GLP ou qualquer outro material combustível se houver, assim
poda; evitando propagação e explosão;
 Realizar a proteção de salvados (retirando os bens que ainda não foram atingidos e
5.10.3 Como Abastecer Corretamente a Moto-Serra colocando-os em local seguro);
 Para abastecer o reservatório de combustível à cada litro de gasolina misturar 40 ml de  Jogar água somente onde for necessário, lembrando que se jogar água nas paredes e
óleo 2T; no teto em abundância poderá ocasionar um choque térmico e assim um colapso na
 Para abastecer o reservatório de óleo lubrificante da corrente utilizar óleo 20W 40; estrutura;
 Em hipótese alguma abandonar o local sem que fique em responsabilidade do próprio
5.10.4 Tipos de cortes: dono ou de uma outra pessoa que prontificar em ficar responsável pela edificação e
pedir para que a mesma assine o relatório.
5.10.4.1 Queda livre: Quando não houver obstáculos que impeçam a queda da árvore ou dos
galhos ex: casas, jardins, cercas e outros;

22
5.13 Procedimentos para Captura de Insetos: 5.14.1 CUIDADOS:
 Sendo ataque de abelhas ou marimbondos a Guarnição chegará ao local já equipada,  Considerar todo cabo elétrico como energizado.
priorizando a retirada de vitimas protegendo-as com cobertores ou roupa apropriada;  Avaliar a tensão do cabo elétrico; os cabos de maior tensão ficam na parte mais alta
 Os insetos estando agressivos e não havendo vítimas, deve-se orientar ao solicitante dos postes.
para que seja realizada a ocorrência no período noturno devido aos mesmos cessarem  Utilizar o EPI necessário. Botas de borracha, capa, luvas de borracha sob as luvas de
suas atividades neste período e por terem pouca visibilidade; trabalho pesado e capacete são indispensáveis nesta operação.
 O comandante da operação deverá estabelecer uma rota de fuga para eventual  Isolar a área energizada.
necessidade;  Verificar se a luva de borracha não está furada, para isto, soprar no interior da luva
 Durante a operação pedir ao solicitante que feche as portas, janelas e desligue as para inflá-la. Lembrar que um pequeno furo na luva pode ser fatal.
luzes para não atrair os insetos;
 Só exterminar os insetos em casos que não seja possível capturá-los; 5.15 Procedimentos em Desabamento:
 Os agentes exterminadores mais comuns são: lança chamas, gasolina (jogar
diretamente na colméia), tochas com panos embebedado com óleo e gasolina; 5.15.1 Tipos de Desabamento
 Sempre utilizar roupa de apicultor para que o componente da Guarnição não seja  Desabamento parcial lateral – laterais sustentadas apenas por uma das laterais.
picado;  Desabamento em camadas – todas as paredes de sustentação cedem e a estrutura cai
 Se a colméia estiver em área energizada, providenciar o desligamento da energia; em camadas.
 Utilizar óleo diesel queimado no local aonde foi retirado o enxame para evitar que o  Desabamento em “V” – ocorre quando o teto ou estrutura superior fica com suas
mesmo retorne. extremidades sustentadas pelas paredes laterais.

5.14 Procedimentos em Ocorrências com Eletricidade: 5.15.2 Desabamento sem vítimas:


 Neste tipo de ocorrência o bombeiro deve ter atenção especial para não se tornar Nos desabamentos que não fizeram vítimas, o bombeiro trabalhará sem emergência,
vítima. resgatando bens materiais.
 A primeira providência a ser tomada é solicitar o comparecimento da CELG para
efetuar o corte da energia. 5.15.3 Desabamento com vítimas:
 O bombeiro fará reconhecimento para saber a localização dos cabos energizados. Se Para agilizar a operação, alguns serviços devem ser executados.
eles estiverem em contato com peças metálicas, ou em solo molhado, serão  Isolar o local, impedindo o acesso de pessoas não ligadas ao serviço;
necessários cuidados adicionais.  Retirar primeiramente as vítimas que estão visíveis;
 Os esforços devem visar afastar o mais rápido possível as vitimas dos cabos  Fazer escoramento ou retirar partes da edificação que oferecem perigo de quedas;
energizados. Caso a corrente elétrica seja logo cortada, o salvamento não apresentará  Parar os serviços de vez em quando para escutar pedidos de socorro, choro, ou
dificuldades. Caso contrário, os trabalhos de salvamento da vítima devem ser gemidos, ou usar o localizador de pessoas;
efetuados de imediato.  Através de informações, identificar a disposição dos cômodos;
 O bombeiro deve equipar-se com botas e luvas de borracha isolante, a vítima pode ser  Executar ventilação para as vítimas localizadas e que demorarão a ser resgatadas;
afastada do “cabo energizado” com um croque de (baquelite) material apropriado para  Ao localizar uma vítima coberta por escombros, limpar rapidamente as vias aéreas
trabalhos com eletricidade, prendendo o gancho na roupa da vítima e puxando-a. Se (boca e nariz);
isto não for possível, puxar o condutor elétrico, afastando-o da vítima.  Remover o entulho para fora da área de desabamento, preferencialmente para local
 Puxar o croque andando para trás, mantendo-se o mais afastado possível da área mais baixo;
energizada.  Prosseguir na remoção dos escombros até encontrar todas as vítimas;
 O cabo elétrico pode ser cortado com o corta-fios com cabo isolante, para isto,  Iluminar o local, se necessário utilizando holofotes e geradores.
devem-se colocar dois pesos sobre o cabo elétrico e efetuar o corte entre eles. Isso
evitara a movimentação do cabo, dando maior segurança durante e após o corte. 5.16 Procedimentos em Soterramento
 Cabos de sisal ou nylon, amarrados a uma “garatéia”, também podem ser utilizados O comportamento do bombeiro no atendimento a este tipo de ocorrência é semelhante ao
para afastar o cabo sempre que houver necessidade de manter uma distancia maior da adotado no desabamento, para tanto devemos realizar serviços simultâneos, como isolar o local,
área energizada, neste caso, certificar-se de que os cabos de sisal ou nylon estejam retirar as vítimas visíveis, fazer escoramento se necessário.
secos. Sempre que necessário estancar o vazamento de água ou gás que porventura exista,
 Caso a vítima esteja eletrocutada em locais elevados, como postes e torre de alta realizando escoramento ou ventilação do local.
tensão, há perigo iminente de queda, portanto, após a energia desligada, o bombeiro
deverá subir até o sinistro e fazer uma amarração especial para descida da vítima 5.17 Procedimento de Salvamento em Torres / Postes:
evitando que a mesma caia se possível deve armar o colchão inflável ou um outro No local do evento (ocorrências), o comandante de socorro deve observar, durante a fase
dispositivo que permita aparar a queda. de reconhecimento:

23
 Natureza da torre;
 Dimensões; 5.19 Táticas em Ocorrências de Poços, Valas e Galerias:
 Constituição; O Comandante do Socorro, quando da chegada ao local deverá, antes de começar a
 Localização; operação, ater-se ao seguinte:
 Tipo de problema;  Existência de vítima (ou animal) no interior do poço;
 Existência de água no interior do poço ou gases provocados por animais mortos,
5.17.1 Ao Iniciar a Operação Deve: cadáveres e outros;
 Fazer o corte do fornecimento de energia elétrica;  Observar se o solo é firme para montagem do tripé;
 Se possível, fazer desmontagem do equipamento;  Quando se tratar de fossa pedir ao morador para não utilizar a descarga ou qualquer
 Isolamento do local – por isso verifique as dimensões da estrutura; outro sistema de escoamento que vai para o poço;
 Caso haja necessidade, realize o desvio ou interrupção de tráfego de veículos e/ou  Existência de animais peçonhentos ou mortos;
pessoas;  Risco de desmoronamento ou soterramento;
 Uso de EPI por parte dos Bombeiros envolvidos na operação;  O socorrista deverá descer com capacetes, luvas, roupas apropriadas e botas;
 Adoção de segurança do pessoal e do material;  Para dar estabilidade no tripé, uma das pernas do aparelho tem que estar alinhada
 Procurar estaiar a torre, se possível, em mais de um ponto de fixação. com o ponto fixo;
 Quando se tratar de cisterna ou poço artesiano procurar desligar a energia elétrica.
5.18 Procedimento de Salvamento em Elevadores:
Trata-se de pessoas retidas em elevadores, normalmente por falta de energia elétrica, por Tendo concluído o reconhecimento, o Comandante de Socorro:
defeito no mecanismo de paragem, ou então, por uso indevido do equipamento, quando  Deve-se sempre que possível aerar o poço;
normalmente a ocorrência se reveste de maior gravidade.  Procurar sempre utilizar o aparelho do poço, que apresenta, como vantagens:
a) Centralização do cabo de resgate;
5.18.1 Esses são os locais onde o bombeiro deve atuar: b) Uso de roldanas e tifor em posição favorável a retirada;
 Casa de máquinas, que é o coração do sistema; c) Melhor comodidade na operação em virtude de sua altura.
 Porta em pavimento, de vários modelos e consequentemente possuindo vários tipos de  Utilizar-se de polias e pontos de amarração existentes no local, ou improvisando-os em
chaves. último caso (viatura, fixando estacas, escadas, etc.);
 Porta de cabina e saídas de emergência.  Utilizar-se de holofotes na superfície, e lanternas no interior, com o fim de iluminação;
 Em ambientes com risco de conter gazes tóxicos é necessário a utilização de EPR’s;
5.18.2 Observações:  Nas situações em que a vítima se encontra sob escombros deve-se procurar retirar
 A primeira providência, desligar a chave geral de corrente elétrica do elevador sobre ela o material, utilizando-se de alavancas, pés de cabra, policorte, etc.;
acidentado;  A adoção de um sistema de sinalização entre o socorrista e o pessoal de superfície por
 Dirigir ao andar em que se supõe estar a cabine; meio de um cabo guia;
 Decidir por onde tirar as pessoas presas;  O isolamento da área irá garantir a segurança e evitar a interferência de terceiros;
 Para melhor entrosamento entre a equipe, seria interessante a comunicação via rádio  Em caso de vítima fatal, solicitar o IML, criminalística e informar o COB a respeito.
portátil;  Quando se tratar de animal o socorrista deverá sair do poço primeiro, e logo em
 Como são utilizadas chaves específicas, caso não tenha estas na viatura, o zelador do seguida retirar o animal para evitar acidentes.
prédio sempre dispõe de uma cópia das chaves de elevadores;
 Não tirar as vítimas antes de desligar a chave geral. O excesso de confiança é causa 5.20 Salvamento Aquático
de sérios acidentes;
 Lembrar que uma cabina de elevador não “despenca” em queda livre, mesmo que É toda operação na qual, durante o seu desenvolvimento, o bombeiro atua em meio líquido.
todos os cabos de sustentação tenham se rompido, isso porque os elevadores
possuem um freio de segurança; 5.20.1 O Guarda-Vidas
 A maioria das ocorrências em elevadores é para retirar pessoas presas na cabina.
Lembre-se que para a vítima, numa ocorrência, o local mais seguro é dentro da cabine, 5.20.1.1 Particularidades
salvo se apresentar um mal clínico, por isso tente acalmar a vítima; A segurança dentro e sobre a água depende de vários fatores. O primeiro deles,
 Em caso de incêndio, a maioria dos elevadores dispõe de dispositivo para descerem naturalmente, é a capacidade de nadar suficientemente bem para poder cuidar de si mesmo em
para o pavimento térreo, com isso o elevador não pode ser mais utilizado, caso circunstâncias normais. Outro fator é a capacidade de utilizar artifícios de auto-salvamento para sair
contrário o bombeiro deverá solicitar o elevador para o térreo e colocar um obstáculo de situações perigosas. Finalmente saber salvar outras pessoas em perigo de afogamento,
para manter as portas da cabine e do pavimento abertas; demonstrando capacidade de preservar sua própria vida, assim como de cuidar da segurança de
 Uso de fitas de isolamento para impedir a aproximação de pessoas estranhas ao outra pessoa. O interessante seria toda pessoa saber nadar, e todo nadador saber salvar vidas.
serviço.

24
O salvamento é uma ação complexa, difícil e que, quando mal sucedida, tem como
conseqüência à perda de uma vida humana. Para garantir o sucesso de uma missão de salvar é 5.24 Fases de salvamento
importante que três fatores sejam considerados: Aviso ou observação / aproximação / abordagem / salvamento / transporte / reanimação.

Condicionamento psicológico 5.24.1 Tipos de Salvamento:


O perfeito equilíbrio psicológico é fundamental para o pleno exercício de uma atividade. Entre  Salvamento simples; em caso de necessidade, usar o judô aquático caso contrário
muitos aspectos de um bom guarda-vidas podemos destacar os seguintes: utilizar alguma técnica de reboque.
Liderança / Sociabilidade / Exercício da autoridade / Autoconfiança.  Salvamento com equipamentos; pranchas, life belt (rescue-tube), corda.
 Salvamento com embarcação; seja canoa simples, lancha, ou moto náutica.
Condicionamento técnico  Salvamento com aeronave; helicóptero.
Deverá ser realizado constantemente de forma a manter o guarda-vidas apto a desempenhar  Salvamento conjugado; ação conjunta de vários meios.
suas atividades.
5.25 Material Básico Para Salvamento Aquático
Condicionamento físico
É um fator preponderante para o bom desempenho da atividade de guarda-vida. As 5.25.1 Máscara / Visor
condições físicas ideais do guarda-vida deverão ser mantidas através de exercícios físicos Função: proteção do rosto contra qualquer atrito, pode ser utilizada em conjunto com o snorkel.
específicos. Antes de usá-la (máscara seca), é interessante passar algum produto no interior da máscara e sobre
o vidro para evitar o embaçamento, como sabão em pó/líquido, e na falta, pode usar a própria saliva.
5.20.2 Uniformes:
Os guarda-vidas devem usar uniformes de fácil identificação e próprios para o exercício de 5.25.2 Nadadeiras / Sapatas
sua atividade, como: Função: proporcionar maior velocidade, tração e estabilidade quando usadas corretamente.
 Calção de banho cor preta;
 Camisa de nylon sem manga cor vermelha; 5.25.3 Snorkel / Respirador;
 Sandália havaiana cor preta; Função: evita que o guarda vida, quando em um deslocamento, retire a cabeça fora d’água para a
 Agasalho de inverno cor vermelha; respiração. No caso dos mergulhadores, quando estiverem em deslocamento na superfície da água,
 Calção de nylon para ginástica cor vermelha; evite a utilização do ar comprimido.
 Gorro com pala cor vermelha;
 Peças complementares como: óculos de proteção contra os raios solares, apito, 5.25.4 Flutuador Salva-Vidas / Rescue Tube
nadadeiras, binóculo, life belt (rescue tube) e protetor solar. Ideal para salvamento e resgate aquático. Evita o contato direto com a vítima, sendo prático e
funcional, além de boa durabilidade.
5.21 Medidas principais durante uma operação de prevenção: Função: utilizado para o reboque de vítimas, podendo suportar pesos que podem chegar a 120 Kg.
 Exercer atividades de segurança de vida humana nas praias, balneários, lagos e rios; Durante uma operação de prevenção, o interessante é que este material fique sempre preso ao
 Proteção e segurança a pequenas embarcações; guarda-vidas. Quando aproximar-se da vítima, lançar o material para a mesma e tentar acalmá-la.
 Fiscalizações de piscinas coletivas e públicas;
 Planejar e executar os serviços de assistência médica especializada às vítimas de 5.26 Materiais / Equipamentos Para Auxílio do Salvamento Náutico
afogamento;
 Instruir o pessoal especializado sobre as medidas técnicas de recuperação de 5.26.1 Embarcação
afogados; A capacidade de carga varia com o tamanho e qualidade da embarcação. É interessante salientar
que a carga total inclui as pessoas e a carga a transportar.
 Orientar a população sobre como prestar os primeiros socorros a vítimas de
Função: transporte de carga e/ou pessoas. No caso do CBMGO, é utilizada para patrulhamento,
afogamento, para casos de emergência;
busca e transporte de guarda-vidas ou mergulhadores.
 Manter em perfeitas condições de funcionamento, as embarcações, seu equipamento e
demais materiais especializados.
5.26.2 Motores de Popa;
 Destacamento e sinalizações dos postos. Utilização: São usados em conjunto com as embarcações e podem ser empregados tanto em águas
paradas, quanto em águas correntes. São equipamentos que exigem constantes manutenções de
5.22 Número de guarda-vidas: primeiro escalão e prevenção, além de cuidados como:
O interessante é que em qualquer operação, os guarda vidas sempre trabalhem em duplas. Antes do funcionamento: Amarração correta na embarcação, combustível ideal, puxar o afogador,
mantê-lo em baixa rotação;
5.23 Ações preventivas: Durante o funcionamento: Verificar se está refrigerando correto (água morna), de acordo com o
É o conjunto de ações realizadas para diminuir a incidência de ações de socorro ou local, travar ou destravar o motor, não ficar “repicando” a aceleração, liberar o suspiro do tanque,
agilizá-las, como: sempre que for mudar a direção ou sentido, diminuir a aceleração.
Patrulhamento / observação / orientação aos banhistas / comunicações / Sinalizações.

25
Após o funcionamento: Queimar o combustível que está no motor (isso após retirar a mangueira Afogado de água doce – é importante sabermos a natureza desse líquido, os alvéolos pulmonares
de alimentação), não deixá-lo deitado sobre o manche. são invadidos por um líquido hipotônico com relação ao plasma, provocando a passagem de um
considerado volume de água dos pulmões para a corrente sanguínea.
5.26.3 Combustível: para os motores (novos) a dois tempos, a proporção é de: 40 (quarenta) litros Afogamento em água salgada - os alvéolos pulmonares são invadidos por um líquido hipertônico, o
de gasolina comum, para 01 (um) litros de óleo 2T, após certo uso, a proporção passa para 40/1,5 que atrai líquido da corrente sanguínea. Os alvéolos são invadidos por esse liquido albuminoso,
litros. (na duvida sempre observar o manual de funcionamento do motor) já os motores a quatro responsável pela espuma expelida por esse tipo de afogado.
tempos, utiliza gasolina comum pura.
5.28.3 Graus de Afogamento
5.26.4 Pilotagem: antes de sair, deixar a embarcação o mais equilibrada possível e certifique-se que
todos os materiais que acompanham a mesma estão ao seu alcance / todos devem usar coletes Grau I, ou benigno – O afogado é retirado da água sem sentir queixas, nesse caso devemos apenas
salva-vidas / a aceleração do motor de popa é gradativa / antes de engrenar o motor, deve-se orientá-lo, além de repouso e aquecimento.
abaixar a rotação / caso necessite engrenar a ré, segure na parte superior do motor (cabeça do
motor), ou trave o mesmo, evitando assim a sua subida. Grau II, ou moderado – O afogado é retirado da água ficando semi consciente, devendo a vítima ficar
em repouso, aquecimento, oxigênio e observação no centro médico.
5.27 Tipos de Embarcações no CBMGO
Grau III, ou grave –O afogado ainda respira, o guarda-vidas deverá coloca-lo em decúbito dorsal e
5.27.1 Bote inflável de Salvamento (BIS): em declive, com o pescoço em hiper-extensão e, enquanto isso, devem ser providenciadas
Embarcação destinada a atividades de prevenção e salvamento aquático. Usada pelo GBMAR. condições de remoção para um centro médico. A vítima apresenta vômitos com presença de bolhas.
Dentre os serviços prestados à população, podem ser destacados ainda o resgate de embarcações à
deriva, de pessoas ilhadas e de objetos de valor, como automóveis, a prevenção aquática e o Nesses três casos, não é necessário a respiração boca-a–boca, ou manobras de RCP.
socorro em situações de acidentes causados por animal marinho. Alguns cuidados a serem tomados: Grau IV, ou gravíssimo – nesse caso são necessários cuidados precisos e imediatos. Após o seu
verificar se está cheio o suficiente, amarração correta do motor de popa, locais como pedreiras, diagnóstico partimos para o tratamento, ou seja, desobstrução das vias aéreas superiores de
matas ilhadas, podem com facilidade, perfurar o material. vômitos, secreções, corpos estranhos, alimentos, etc, que poderão dificultar a passagem do ar.
Nesse caso são necessárias manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP).
5.27.2 Lancha de Salvamento Aquático (LSA):
Embarcação destinada a atividades de fiscalização costeira, grandes rios e lagos. Cuidados a serem Obs. Algumas literaturas, já adotam 06 (seis) graus de afogamento.
tomados: inadequada para pequenos rios ou lagos, apesar de possuir fácil manobra, e ter grande
velocidade, não é ideal que pessoas com pouca experiência sejam usadas como piloto.

5.27.3 Moto de Salvamento Aquático (MSA)


Embarcação destinada a atividades de prevenção e salvamento aquático. Usada pelo GBMAR, e
outras corporações por ter um alcance rápido à vítimas de afogamento. Obs.: este equipamento só
realiza manobras quando se acelera, em marcha lenta não acontece nada. Sempre trabalhar com
dois guarda vidas devidamente equipados e que possuam conhecimento de uso e manutenção
suficiente para este trabalho.

5.28 Afogamento
É um acidente de asfixia, por imersão prolongada em um meio líquido, com inundação e
encharcamento alveolar e graves distúrbios hidrossalinos. Classificação de afogamento:

5.28.1 Quanto ao mecanismo: primário / secundário


Afogamento primário – ocorre primeiramente à asfixia, seguida de para respiratória, posteriormente,
a síncope respiratória, a vítima afoga por se debater muito na água, levando a câimbra, ou fadiga
muscular.
Afogamento secundário – primeiramente ocorre à síncope cardíaca, e posteriormente a parada
respiratória. O nadador desaparece da superfície, silenciosamente, sem se debater passando o
acidente despercebido aos circunstanciantes, o que retarda o socorro.

5.28.2 Quanto à natureza do líquido: seco / de água doce / de água salgada.


Afogado seco – um dos fenômenos iniciais, ao contato com o meio líquido, é um espasmo
prolongado com pouca ou nenhuma penetração de água nas vias respiratórias;

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6. COMBATE A INCÊNDIO 6.2.1.2 Propagação do Calor
O calor pode se propagar de três diferentes maneiras: condução, convecção e irradiação.
6.1 Introdução Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos com temperatura mais
O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um entendimento da natureza alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor até que
química e física do fogo. Isso inclui informações sobre fontes de calor, composição e características esteja com a mesma quantidade de energia do outro.
dos combustíveis e as condições necessárias para a combustão. Combustão é uma reação química
de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases. 6.2.1.2.1 Condução
Para efeito didático, adota-se o tetraedro (quatro faces) para exemplificar e explicar a Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula.
combustão, atribuindo-se, a cada face, um dos elementos essenciais da combustão. A figura Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor, as
representa a união dos quatro elementos essenciais do fogo, que são: combustível, comburente, moléculas desta extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se chocarão com
calor e a reação em cadeia. as moléculas vizinhas, transferindo-lhes calor . Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão
adiante a energia calorífica, de modo que o calor será conduzido ao longo da barra para a
extremidade fria. Na condução, o calor passa de molécula a molécula, mas nenhuma molécula é
transportada com o calor.
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se
fossem um só corpo.

6.2.1.2.2. Convecção
É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos
dentro de si próprios.
Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um movimento, dentro
do próprio líquido, de baixo para cima. À medida que a água é aquecida, ela se expande e fica
menos densa (mais leve) provocando um movimento para cima. Da mesma forma, o ar aquecido se
expande e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos
níveis mais baixos. Em incêndio de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para
andares superiores, quando os gases aquecidos encontram caminho através de escadas, poços de
elevadores, etc.

6.2.1.2.3. Irradiação
É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica (ondas eletromagnéticas) que se
deslocam através do espaço. As ondas de calor propagam-se em todas as direções, e a intensidade
com que os corpos são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximos ou mais
afastados da fonte de calor.
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até que
ambos tenham a mesma temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao redor de uma
6.2. Elementos que Compõem o Fogo fonte que irradie calor para protegê-los, a fim de que não ocorram novos incêndios. Para se proteger,
6.2.1.Calor o bombeiro deve utilizar roupas apropriadas e água (como escudo).
Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia,
através de processo físico ou químico. 6.2.2 Combustível
Pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão. É o elemento que serve de
vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em campo de propagação ao fogo.
movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e a grande maioria precisa passar
(demonstrado pela variação da temperatura) também aumenta. pelo estado gasoso para, então, combinar com o oxigênio. A velocidade de queima de um
combustível depende de sua capacidade de combinar com oxigênio sob a ação do calor e da sua
6.2.1.1 Efeitos Fisiológicos do Calor fragmentação (área de contato com o oxigênio).
O calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados
pelo calor incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além de 6.2.2.1. Combustíveis Sólidos
queimaduras, que nos casos mais graves (lº, 2º e 3º graus) podem levar até a morte. A maioria dos combustíveis sólidos transformam-se em vapores e, então, reagem com o
oxigênio. Outros sólidos (ferro, parafina, cobre, bronze) primeiro transformam-se em líquidos, e
posteriormente em gases, para então se queimarem. Quanto maior a superfície exposta, mais
rápido será o aquecimento do material e, conseqüentemente, o processo de combustão. Como

27
exemplo: uma barra de aço exigirá muito calor para queimar, mas, se transformada em palha de aço, Como conclusão, pode-se dizer que se existir um gás inflamável num determinado recinto,
queimará com facilidade. Assim sendo, quanto maior a fragmentação do material, maior será a com ar e mais uma fonte de ignição, este combustível só poderá arder se os gases se encontrarem
velocidade da combustão. dentro da faixa de inflamabilidade, ou seja, entre o LIE e o LSE.

6.2.2.2 Combustíveis Líquidos 6.2.3. Comburente


Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor, É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O mais comum é que
aumentando o perigo para os bombeiros. o oxigênio desempenhe esse papel.
Os líquidos assumem a forma do recipiente que os contem. Se derramarmos, os líquidos Sabe-se também que a atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1%
tomam a forma do piso, fluem e se acumulam nas partes mais baixas. Tomando como base o peso de outros gases, por isso, em ambientes com a composição normal do ar, a queima desenvolve-se
da água, cujo litro pesa 1 Kg, classificamos os demais líquidos como mais leves ou mais pesados. É com velocidade e de maneira completa e notam-se chamas, contudo, a combustão irá consumir o
importante notar que a maioria dos líquidos inflamáveis são mais leves que água e, portanto, flutuam oxigênio do ar num processo contínuo.
sobre esta. Quando a porcentagem do oxigênio do ar ambiente passar de 21% para a faixa
Outra propriedade a ser considerada é a solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade de compreendida entre 16% e 8%, a queima tornar-se-á mais lenta, surgirão brasas e não mais chamas.
misturar-se à água. Os líquidos derivados do petróleo (conhecidos como hidrocarbonetos) têm pouca Quando o oxigênio contido no ar do ambiente atingir concentrações menores de 8%, é muito
solubilidade, ao passo que líquidos como álcool, acetona (conhecidos como solventes) têm grande provável, que a combustão deixe de existir.
solubilidade, isto é, podem ser diluídos até um ponto em que a mistura (solvente + água) não seja Quando as concentrações de oxigênio ultrapassam os 21%, diz-se que a atmosfera está
inflamável. enriquecida com oxigênio. Nessas condições, os materiais que arderiam nos níveis normais de
A volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, também é de grande oxigênio (O2), queimam muito mais rapidamente e podem igualmente se incendiar mais facilmente.
importância, porque quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo Os bombeiros devem ficar atentos e lembrar que muitos materiais que não queimam nos níveis
explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a temperaturas menores que normais de oxigênio poderão queimar com rapidez em atmosferas enriquecidas com oxigênio. Um
20°C. desses materiais é o conhecido Nomex (material resistente ao fogo que é utilizado na fabricação de
roupas de aproximação e combate ao fogo para bombeiros) que em ambientes normais não se
6.2.2.3 Combustíveis Gasosos inflama, no entanto, arde rapidamente em atmosferas com concentrações de 31% de oxigênio. Essas
Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em situações podem ocorrer em indústrias químicas, ambientes hospitalares e até, em domicílios
que estão contidos. particulares cujos inquilinos utilizem equipamentos portáteis para oxigenioterapia.
Se o peso do gás é menor que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso do
gás é maior que o do ar, o gás permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento, 6.2.4 Reação em Cadeia
obedecendo os contornos do terreno. A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das chamas atinge o
Para o gás queimar, há necessidade de que esteja em uma mistura ideal com o ar combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e
atmosférico, e, portanto, se estiver numa concentração fora de determinados limites, não queimará. queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.
Cada gás ou vapor tem seus limites próprios. Por exemplo, se num ambiente há menos de 0,7% ou
mais de 7,0% de vapor de gasolina, não haverá combustão, pois a concentração de vapor de 6.3 Pontos Notáveis do Fogo
gasolina nesse local está fora do que se chama de mistura ideal, ou limites de inflamabilidade; isto é,
ou a concentração deste vapor é inferior ou é superior aos limites de inflamabilidade. 6.3.1 Ponto de Fulgor
É a temperatura na qual os corpos combustíveis começam a liberar vapores, que se
Faixas ou Limites de Inflamabilidade incendeiam em contato com uma fonte externa de calor. Entretanto, a combustão não se mantém
devido à insuficiência de vapores.
Produto Limite inferior (% vol) Mistura ideal Limite superior (% vol)

Acetileno 2.0 7.4 80.0 6.3.2 Ponto de Combustão


É a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis se
Butano 1.8 3.0 9.0 inflamam ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, e através da qual a combustão se
mantém.
Gasolina 0.7 1.6 7.0
6.3.3 Ponto de Ignição
Hidrogênio 4.0 28.8 76.0 É a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis entram
em combustão, quando em contato com o oxigênio, independente de qualquer fonte externa de calor
Metano 5.0 9.0 15.0 e através da qual a combustão se mantém.
Monóxido de carbono 12.0 28.8 74.0
Os pontos de fulgor e de combustão de uma substância são bastante próximos entre si,
Fonte: BLESA, José Miguel Basset. Flashover: Desarrollo y control. 2002, p.20. porém, o ponto de ignição fica bem afastado dos outros dois. A tabela abaixo exemplifica os pontos
de fulgor e de ignição de alguns combustíveis:

28
6.4.2 Incubação
Pouco depois da eclosão, o calor gerado no foco inicial se propaga, determinando o
aquecimento gradual de todo o ambiente e se inicia a formação de uma coluna de gás aquecido
(pluma) sobre o combustível que queima. Nesta fase, o oxigênio contido no ar está relativamente
normalizado e o fogo está produzindo vapor d’água (H2O), dióxido de carbono (CO2), monóxido de
carbono (CO) e outros gases. Grande parte do calor está sendo consumido no próprio aquecimento
dos combustíveis presentes e, neste estágio, a temperatura do ambiente está ainda pouco acima do
normal. No entanto, o calor está sendo gerado e evoluirá com o aumento do fogo e a fase de
crescimento ou incubação continuará seguindo se houver suficiente combustível e oxigênio
disponíveis.

6.4.3 Generalização (flashover)


Nesta fase a temperatura ambiente aumenta de forma que os gases produzidos neste
período se aquecem até a temperatura de ignição e poderá ocorrer um fenômeno denominado de
ignição súbita generalizada ou flashover, ficando toda a área envolvida pelas chamas.

6.4.4 Propagação
A fase da propagação de um incêndio tem lugar quando todos os materiais combustíveis de
um determinado espaço físico são envolvidos pelo fogo. Durante este período de tempo, os
combustíveis que ardem no ambiente liberam a máxima quantidade de calor possível, calor este
Ex.: irradiado dos combustíveis presentes, os quais produzem grandes volumes de gases e fumaça.

6.4.5 Extinção
COMBUSTÍVEL PONTO FULGOR PONTO IGNIÇÃO À medida que o incêndio consome todos os combustíveis disponíveis do ambiente, a taxa de
liberação de calor começa a diminuir. Uma vez mais o incêndio se converte em um incêndio
GASOLINA -42,8ºC 257,2ºC controlado, agora por falta de material combustível. A quantidade de fogo diminui e as temperaturas
do ambiente começam a reduzir, entretanto, as brasas podem manter temperaturas ainda elevadas
ÁLCOOL 12,8ºC 371ºC
durante algum tempo. Esta fase representa a decadência do fogo, ou seja, a redução progressiva
DIESEL 65ºC 400ºC das chamas até o seu completo desaparecimento, quer seja por exaustão dos materiais
combustíveis que tiveram todo seu gás combustível emanado e consumido, pela carência de
ÓLEO LUBRIFICANTE 168,3ºC 417,2ºC oxigênio ou mesmo pela supressão do fogo pela eficaz atuação de uma equipe de bombeiros
combatentes.
6.4 Fases de um Incêndio 6.5. Métodos de Extinção do Fogo
Sabe-se que se o fogo ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos
ele seja descoberto logo no seu início e a situação mais facilmente resolvida. Mas se ele ocorrer essenciais que provocam o fogo.
quando a edificação estiver deserta ou fechada, ele continuará crescendo até ganhar grandes
proporções. 6.5.1 Retirada do Material
Para melhor compreender como tudo acontece, deve-se considerar que quando os quatros É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do material
componentes do tetraedro do fogo estão presentes, produz-se a ignição do fogo e nesta fase inicial combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da
do incêndio, o calor gerado acaba formando uma coluna de gás aquecido que se eleva. No entanto, combustão. Método também denominado corte ou remoção do suprimento de combustível.
convém observar que a ignição e o desenvolvimento de um incêndio interior é algo complexo, que Ex.: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso,
depende de uma série de numerosas variáveis. Por isso, pode ser que nem todos os incêndios se retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.
desenvolvam seguindo cada uma das fases descritas a seguir, no entanto, os incêndios poderão ser
mais bem entendidos se estudarmos esse modelo de seqüência em fases como se segue: 6.5.2 Resfriamento
É o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que
6.4.1 Início do incêndio (eclosão) está queimando, diminuindo consequentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis. A
A eclosão do fogo descreve o período em que os quatro elementos do tetraedro do fogo se água é o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor e ser facilmente
juntam e se inicia a combustão. Neste ponto, o incêndio é pequeno e geralmente se restringe ao encontrada na natureza.
material que se incendiou primeiro.

29
6.5.3 Abafamento Os pós especiais são compostos dos seguintes materiais: cloreto de sódio, cloreto de bário,
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com material combustível. Não monofosfato de amônia, grafite seco . O princípio da retirada do material também é aplicável com
havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo. Como exceção estão os sucesso nesta classe de incêndio.
materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade do oxigênio do ar,
como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco. 6.7 Principais Agentes Extintores
Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o combustível
vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próxima de 8%, onde 6.7.1 Água
não haverá mais combustão. Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, É o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento, devido
ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acessa, são duas experiências a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor. Atua também por abafamento
práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em contato com o (dependendo da forma como é aplicada, neblina, jato contínuo, etc.).
combustível.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor 6.7.1.1 Vantagens da Água
d’água, espumas, pós, gases especiais, etc. a) possui grande poder de absorção de calor (resfriamento);
b) A água é o agente extintor mais empregado, em virtude do seu baixo custo e da facilidade de
6.5.4 Quebra da Reação em Cadeia obtenção.
Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação do calor, reagindo c) alto grau de expansão (abafamento).
sobre a área das chamas, interrompendo assim a “reação em cadeia” (extinção química). Isso ocorre
porque o oxigênio comburente deixa de reagir com os gases combustíveis. Essa reação só ocorre 6.7.1.2 Desvantagens da Água:
quando há chamas visíveis. a) alta tensão superficial: diminui o poder de penetração em combustíveis incendiários;
b) conduz eletricidade: Em razão da existência de sais minerais em sua composição química, a água
6.6 Classificação dos Incêndios conduz eletricidade e seu usuário, em presença de materiais energizados, pode sofrer choque
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos. Essa elétrico.
classificação é feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico. c) possui baixa viscosidade: escorre rapidamente, dificultando assim o abafamento e o resfriamento;
Entendemos como agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos d) reage com determinados materiais:
elementos essenciais do fogo, cessando a combustão.
6.7.2 Espuma
6.6.1 Incêndio Classe “A” A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de formação. Química, se
São os incêndios que ocorrem em combustíveis sólidos e fibrosos e que queimam em razão resultou da reação entre as soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio;
de seu volume, isto é, na superfície e em profundidade. Ao seu final, encontramos brasas e outros mecânica, se a espuma foi produzida pelo batimento da água, LGE (líquido gerador de espuma) e ar.
resíduos. A rigor, a espuma é mais uma das formas de aplicação da água, pois constitui-se de um
Necessita de resfriamento para a sua extinção, a fim de reduzir a temperatura do material em aglomerado de bolhas de ar ou gás (CO2) envoltas por película de água. Mais leve que todos os
combustão, abaixo do seu ponto de ignição. líquidos inflamáveis, é utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, por conter água, possui
uma ação secundária de resfriamento.
6.6.2 Incêndio Classe “B”
São os incêndios que ocorrem em combustíveis líquidos, gasosos e graxosos. Nesta classe 6.7.3 Pó Químico Seco
os materiais combustíveis queimam somente na superfície e não apresentam resíduos. Os pós químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato de
Necessita para a sua extinção do abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo,
cadeia. No caso de líquidos muito aquecidos, é necessário resfriamento. extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento. O pó deve receber um tratamento
anti-hidroscópico para não umedecer evitando assim a solidificação no interior do extintor.
6.6.3 Incêndio Classe “C” Para o combate a incêndios de classe “D”, utilizamos pós à base de cloreto de sódio, cloreto
São incêndios que ocorrem em equipamentos e instalações elétricas energizadas. Para sua de bário, monofosfato de amônia ou grafite seco.
extinção deve ser utilizado um agente extintor não condutor de eletricidade. É bom lembrar que, após
o corte ou interrupção da energia elétrica, estes incêndios passam para a Classe A ou B em alguns 6.7.4 Gás Carbônico (CO2)
casos. Também conhecido como dióxido de carbono ou CO2, é um gás mais denso (mais pesado)
que o ar, sem cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso (porém asfixiante). Age
6.6.4 Incêndio Classe “D” principalmente por abafamento, tendo, secundariamente, ação de resfriamento.
São os incêndios que ocorrem em metais pirofóricos. Para sua extinção, necessita de Por não deixar resíduos nem ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater
agentes extintores especiais que se fundam em contato com o metal combustível, formando uma incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis centrais telefônicas e computadores.
espécie de capa que o isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão pelo princípio de
abafamento.

30
6.8 Aparelhos Extintores 6.8.2.2 Extintor de Espuma Mecânica (Pressurizado)
 Capacidade: 9 litros (mistura de água e LGE);
6.8.1. Introdução  Unidade extintora: 9 litros;
Extintores são recipientes metálicos que contêm em seu interior agente extintor para  Aplicação: Incêndio classe “A” e "B";
combate imediato e rápido a princípios de incêndio. Podem ser portáteis ou sobre rodas, conforme o  Alcance médio do jato: 5 metros;
tamanho e a operação. Os extintores portáteis também são conhecidos simplesmente por extintores  Tempo de descarga: 60 segundos;
e os extintores sobre rodas por carretas. Classificam-se conforme a classe de incêndio a que se  Funcionamento: A mistura de água e LGE já está sob pressão sendo expelida quando acionado o
destinam: “A”, “B”, “C” e “D”. Para cada classe de incêndio há um ou mais extintores adequados. gatilho; ao passar pelo esguicho lançador, ocorrem o arrastamento do ar atmosférico e o
Todo o extintor possui, em seu corpo, rótulo de identificação facilmente localizável. O rótulo batimento, formando a espuma.
traz informações sobre as classes de incêndio para as quais o extintor é indicado e instruções de
uso. O êxito no emprego dos extintores dependerá de: 6.8.2.3 - Extintor de Pó Químico Seco -pressurizado
 Fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT);  Capacidade: 1, 2, 4, 6, 8 e 12 kg;
 Distribuição apropriada dos aparelhos;  Unidade extintora: 4 kg;
 Inspeção periódica da área a proteger;  Aplicação: incêndios classes “B” e “C”. Classe “D”, utilizando pó químico seco Especial;
 Manutenção adequada e eficiente;  Alcance médio do jato: 5 metros;
 Pessoal habilitado no manuseio correto.  Tempo de descarga: 15 segundos para extintor de 4kg, 25 segundos para extintor de 12 Kg;
Os extintores devem conter uma carga mínima de agente extintor em seu interior, chamada  Funcionamento: O pó sob pressão é expelido quando o gatilho é acionado.
de unidade extintora, e que é especificada em norma.
6.8.2.4 - Extintor Pó Químico Seco Pressão Injetada
Vantagens do uso dos extintores:
 Capacidade: 4, 6, 8 e 12 kg;
a) pequeno porte;
 Unidade extintora: 04 Kg;
b) fácil manuseio;
c) custo razoável;  Aplicação: Incêndios classes “B” e “C”. Classe “D”, utilizado PQS especial;
d) possibilidade de localização próximo aos locais onde há maior probabilidade de  Alcance médio do jato: 5 metros
ocorrer o sinistro.  Tempo de descarga: 15 segundos para extintor de 4kg, 25 segundos para extintor de 12 kg;
 Funcionamento: Junto ao corpo do extintor há um cilindro de gás comprimido acoplado. Este, ao
Desvantagens do uso dos extintores: ser aberto, pressuriza o extintor, expelindo o pó quando o gatilho é acionado.
a) agentes extintores específicos para combustível correspondente;
b) quantidade de agente extintor limitado. 6.8.2.5 - Extintor de CO2
 Capacidade: 2 , 4 e 6 kg;
Localização do aparelho extintor:  Unidade extintora: 6 Kg;
a) onde haja menor probabilidade do incêndio bloquear o seus acesso;  Aplicação: incêndios classes “B” e “C”;
b) onde sejam bem visíveis e livres de obstáculo no raio mínimo de 1,0 metro;  Alcance do jato: 2,5 metros;
c) não devem ser colocados em paredes de escadas;  Tempo de descarga: 25 segundos;
d) não devem ter sua parte superior a mais de 1,80 metro acima do piso;  Funcionamento: O gás é armazenado sob pressão e liberado quando acionado o gatilho;
e) os locais destinados a extintores deverão ser assinalados por um círculo de raio  Cuidados: Segurar pelo punho do difusor, quando da operação.
mínimo de 10 cm, vermelho com bordas amarelas, ou por setas indicativas;
6.8.2.6 - Compostos halogenados (Halon)
6.8.2 Tipos de Aparelhos Extintores  Capacidade: 1 , 2, 4 e 6 kg;
 Unidade extintora: 2 Kg;
6.8.2.1 Extintor de Água (Pressurizado)  Aplicação: incêndios classes “B” e “C”;
 Capacidade: 10 litros;  Alcance médio do jato: 3,5 metros;
 Unidade extintora: 10 litros;  Tempo de descarga: 15 segundos,para extintor de 2 kg;
 Aplicação: Incêndio classe “A”;  Funcionamento: O gás sob pressão é liberado quando acionado o gatilho.
 Alcance médio do jato: 10 metros; O halon é pressurizado pela ação de outro gás (expelente), geralmente nitrogênio.
 Tempo de descarga: 60 segundos;
 Funcionamento: a pressão interna expele a água quando o gatilho é acionado. 6.8.3. Manutenção e Inspeção
A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com a
correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizada
através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo de identificação,

31
lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na mangueira, peças soltas ou deve ser considerada por todos como um significativo e veemente esforço para demonstrar a própria
quebradas e pressão nos manômetros. disciplina militar, isto é, a situação de ordem e obediência que se estabelece voluntariamente entre
Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização. militares, como decorrência da convicção de cada um da necessidade de eficiência.
Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira estão obstruídos. Observar a pressão do
manômetro (se houver), o lacre e o pino de segurança. 7.2 Objetivos da Ordem Unida:
Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás comprimido, quando  Proporcionar aos homens e às unidades, os meios de se apresentarem e se deslocarem em
houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de 90% do especificado, recarregar. perfeita ordem, em todas as circunstâncias;
Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de segurança e no lacre.  Desenvolver o sentimento de coesão e os reflexos de obediência que são fatores
Recarregar o extintor. preponderantes na formação do militar;
Qüinqüenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se submete o extintor a cada 5  Constituir uma verdadeira escola de disciplina;
anos ou toda vez que o aparelho sofrer acidentes, tais como: batidas, exposição a temperaturas  Treinar oficiais e graduados no comando da tropa;
altas, ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal habilitado e com equipamentos  Possibilitar, consequentemente, que a tropa apareça em público, quer nas paradas, quer nos
especializados. Neste teste, o aparelho é submetido a uma pressão de 2,5 vezes a pressão de simples deslocamentos de serviço, com aspecto enérgico e marcial;
trabalho, isto é, se a pressão de trabalho é de 14 kgf/cm2, a pressão de prova será de 35 kgf/cm2.
Este teste é precedido por uma minuciosa observação do aparelho, para verificar a existência de 7.3 Divisão da Instrução de Ordem Unida:
danos físicos.  Instrução Individual – comum a todas as Armas, Quadros e Serviços, na qual se ministra aos
militares a prática dos movimentos individuais, preparando-o para tomar parte nos exercícios de
6.8.4 Quadro Resumo de Extintores instrução coletiva;
 Instrução Coletiva – que se decompõe em escola do Grupo de Combatente, Peça, Seção,
Agente Extintor Pelotão, Companhia, Bateria, Esquadrão, etc, segundo a instrução que é ministrada a cada uma
Tipo de
destas frações, subunidades ou unidades.
Espuma Espuma
Incêndio Água PQS CO2
Química Mecânica 7.4 Disciplina:
Pouco A disciplina é a força principal dos exércitos. A disciplina, no sentido militar, é o predomínio
Classe “A” Eficiente Pouco eficiente Pouco eficiente Pouco eficiente
eficiente da ordem e da obediência, resultante e uma educação apropriada;
Classe “B” Não Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente A disciplina militar é, pois, a obediência pronta, inteligente, espontânea e entusiástica às
Classe “C” Não Eficiente* Eficiente Não Não ordens do superior. Sua base é a subordinação voluntária do indivíduo ao bem-estar do grupo;
PQS ** Através da Ordem Unida, a tropa evidencia, claramente, os índices de eficiência.
Classe “D” Não Não Não Não
Especial Os índices de eficiência são:
Unidade a) Moral – Pela determinação em atender aos comandos, apesar da necessidade de esforço físico;
Extintora 10 Litros 4 Kg 6 Kg 10 Litros 9 Litros
b) Disciplina – Pela presteza e atenção com que obedece aos comandos;
Alcance
médio do jato 10 m 5m 2,5 m 7,5 m 5m
c) Espírito-de-Corpo – Pela boa apresentação coletiva e pela uniformidade na prática de exercícios
Tempo de que exigem execução coletiva;
descarga 60 seg 15 seg 25 seg 60 seg 60 seg d) Proficiência – Pela exatidão nas execuções.
Método de Abafamento Abafamento Abafamento Abafamento
Resfriamento 7.5 Termos Militares:
extinção (resfriamento) (resfriamento) (resfriamento)
Os termos militares têm um sentido preciso, em que são exclusivamente empregados, quer
na linguagem corrente, quer nas ordens e partes escritas. Daí a necessidade das definições que se
seguem:
Obs: * Em equipamentos cujos componentes são sensíveis, o uso de PQS não é indicado. a) Coluna – é o dispositivo de uma tropa, cujos elementos (frações, homens ou viaturas) estão uma
** Para incêndio classe “D”, usar somente PQS especial. atrás do outro, quaisquer que sejam suas formações e distâncias;
*** Unidade extintora especificada pelo CB. b) Coluna por um - é o dispositivo de uma tropa, cujos elementos (frações, homens ou viaturas)
estão uma atrás do outro, seguidamente, guardando entre si a distância regulamentar;
“O Incêndio só acontece onde a prevenção falha” c) Distância – é o espaço entre dois elementos (frações, homens ou viaturas) colocados um atrás do
outro e voltados para mesma frente. Entre dois homens a pé a distância de 80 centímetros é o
espaço compreendido entre ambos na posição de sentido, medido pelo braço esquerdo distendido,
7. ORDEM UNIDA pontas dos dedos tocando o ombro do companheiro da frente;
d) Linha – é à disposição de uma tropa cujos elementos (frações, homens ou viaturas) estão um ao
7.1 Generalidades: lado do outro. Essa formação caracteriza-se por ter a frente menor que a profundidade.
A Ordem Unida caracteriza uma disposição individual e consciente, altamente motivada para
a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade, de sincronização e de garbo militar,

32
e) Fileira – é a formação de uma tropa em que os homens (viaturas) estão colocados na mesma tempo suficiente para realizarem este movimento, ficando em condições de receberem a voz de
fileira, um ao lado do outro, todos voltados para a mesma frente. Essa formação caracteriza-se por execução.
ter a frente maior que a profundidade. É igualmente necessário que haja um intervalo entre o comando propriamente dito e a voz de
f) Intervalo – é o espaço, contado em passos ou em metros, paralelamente à frente, entre dois execução, quando os comandantes subordinados tiverem que emitir vozes complementares.
homens colocados na mesma fileira. Também se denomina intervalo ao espaço entre duas viaturas, O comando propriamente dito, em princípio, deve ser longo. O comandante deve esforçar-se
duas frações ou duas unidades. para pronunciar a palavra correta e integralmente todas as palavras que compõe o comando. Tal
g) Alinhamento – e à disposição de vários homens (ou viaturas ou unidades), sobre uma linha reta, esforço, porém, não deve ser enunciado, por que isto comprometerá a uniformidade de execução
todos voltados para mesma frente, de modo que um elemento fique exatamente ao lado do outro. pela tropa. Este cuidado é particularmente importante em comandos propriamente ditos que
h) Cobertura – é a disposição de vários homens (ou viaturas ou unidades), todos voltados para correspondem à execução de movimentos preparatórios, como foi mostrado acima.
mesma frente, de modo que um elemento fique exatamente atrás do outro.
i) Cerra-fila – é o graduado à retaguarda de uma tropa, com a missão de cuidar da correção da c) Voz de execução - tem por finalidade determinar o exato momento em que o movimento deve
marcha e dos movimentos, de exigir que todos se conservem nos respectivos lugares e de zelar pela começar ou cessar.
disciplina. A voz de execução deve ser curta, viva, enérgica e segura. Tem que ser mais breve que o
j) Homem-base – é o homem (oficial, graduado ou soldado) pelo qual uma tropa regula sua marcha, comando propriamente dito e mais incisiva.
cobertura e alinhamento. Em coluna, o homem-base é o da testa da coluna–base, que é designada Quando a voz de execução for constituída por uma palavra oxítona (que tem a tônica na
segundo as necessidades. Quando não houver especificações, a coluna-base será a da direita. Em última sílaba), é aconselhável certo alongamento na enunciação da(s) sílaba(s) inicial (ais), seguido
linha, o homem-base é o primeiro homem da fila-base, no centro, à esquerda ou à direita, conforme de uma enérgica emissão da sílaba final. Exemplos: "PER-FI-LAR!" - "CO-BRIR!" - "VOL-VER!" -
seja determinado. "DES-CAN-SAR!".
k) Testa – é o primeiro elemento de uma coluna. Quando, porém, a tônica da voz da execução cair na penúltima sílaba, é imprescindível
l) Cauda – é o último elemento de uma coluna. destacar esta tonicidade com precisão. Nestes casos, a(s) sílaba(s) Final (ais) praticamente não se
m) Profundidade – é o espaço compreendido entre a testa do primeiro e a cauda do último elemento pronuncia(m). Exemplos: "MAR-CHE!", "AL-TO", "EM FREN-TE", "OR-DI-NÁ-RIO", "AR-MA!", "PAS-
de qualquer formação. SO!".
As vozes de comando devem ser claras, enérgicas e de intensidade proporcional ao efetivo
7.6 Comandos e Meios de Comandos: dos executantes. Uma voz de comando emitido com indiferença só poderá ter como resultado uma
Na ordem unida, para transmitir sua vontade à tropa, o comandante poderá empregar a voz, execução displicente.
o gesto, corneta e/ou apito. O comandante deverá emitir vozes de comando na posição de "Sentido", com a frente
voltada para a tropa, de um local em que possa ser ouvido e visto por todos os homens.
* Vozes de comando - são formas padronizadas, pelo qual o comandante de uma fração exprime Quando o comando tiver de ser executado simultaneamente por toda tropa, os comandantes
verbalmente sua vontade. A voz constitui o meio de comando mais empregado na Ordem Unida. subordinados não repetirão para suas frações. Caso contrário repetirá ou, se necessário, emitirão
Deverá ser usada, sempre que possível, pois permite execução simultânea e imediata. comandos complementares para as mesmas.
As vozes de comando devem ser rigorosamente padronizadas, para que a execução seja
7.6.1 As vozes de comando constam geralmente de: sempre uniforme. Para isto, é necessário que os instrutores de Ordem Unida às pratiquem
individualmente, antes que comandarem uma tropa.
a) Voz de advertência - é um alerta que se dá à tropa, prevenindo-a para o comando que será
enunciado. Exemplo: "PRIMEIRO PELOTÃO!" ou "ESCOLA!" ou "ESQUADRÃO!". 7.7 Passos de Ordem Unida:
A voz de advertência pode ser omitida, quando se enuncia uma seqüência de comandos. Exemplo:
"PRIMEIRA COMPANHIA! - SENTIDO! OMBRO - ARMA! APRESENTAR - ARMA! - OLHAR A a) Cadência é o número de passos executados por minuto, nas marchas em passo ordinário e
DIREITA! - OLHAR FRENTE!" acelerado. Os deslocamentos poderão ser feitos nos passos: Ordinário; De Estrada; Sem Cadência e
Não há portando, necessidade de repetir a voz de advertência antes de cada comando: Acelerado.
b) Passo Ordinário – é o passo com aproximadamente 75 centímetros de extensão, calculado de
b) Comando propriamente dito - tem por finalidade indicar o movimento a ser realizado pelos seus um calcanhar a outro e numa cadência de 116 passos por minuto. Neste passo, o homem
executantes. Exemplos: "DIREITA!", "ORDINÁRIO!", PELA ESQUERDA!","ACELERADO!", "CINCO conservará a atitude marcial.
PASSOS EM FRENTE!". c) Passo sem Cadência - é o passo executado na amplitude que convém ao homem, de acordo
Às vezes, o comando propriamente dito impõe a realização de certos movimentos, que com a sua conformação física e com o terreno. No passo sem cadência, o homem é obrigado a
devem ser executados pelos homens antes da voz de execução. Exemplo: (tropa armada, na conservar a atitude correta, à distância e o alinhamento.
posição de "sentido") "ESCOLA! DIREITA (os homens terão de fazer o movimento de "Arma d) Passo-de-Estrada - é o passo sem cadência em que não há a obrigação de conservar a mesma
Suspensa"), VOLVER!". atitude do passo sem cadência, propriamente dito, embora o homem tenha de manter seu lugar em
A palavra direita é um comando propriamente dito, e comporta-se, neste caso, como uma forma e a regularidade da marcha. Neste passo o homem poderá: falar cantar, fumar, beber e comer.
voz de execução, para o movimento de "Arma Suspensa". e) Passo Acelerado – é o passo executado com a extensão de 75 a 80 centímetros, conforme o
Torna-se, então, necessário que o comandante enuncie estes comandos de maneira terreno e numa cadência de 180 passos por minutos.
enérgica, definindo com exatidão o momento do movimento preparatório e dando aos homens

33
f) Deslocamentos curtos - Poderão ser executados ao comando de "TANTOS PASSOS EM A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no
FRENTE! MARCHE!". O número de passos será sempre ímpar. À voz de "MARCHE!", o homem ambiente de trabalho quanto no familiar. Às vezes o simples hábito de praticar atividade física elimina
romperá a marcha no passo ordinário, dando tantos passos quantos tenham sido determinados e problemas relacionados ao estresse causados nas ocorrências, na sala de aula e nas seções de
fará alto, sem que para isso seja necessário novo comando. nossa instituição.
Interessante notar que quanto maior o gasto de energia, em atividades físicas habituais,
8. EDUCAÇÃO FÍSICA MILITAR maiores serão os benefícios para a saúde. Porém, as maiores diferenças na incidência de doenças
ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos. Entre os últimos e aqueles que se
A prática regular de atividade física sempre esteve ligada à imagem de pessoas saudáveis. exercitam mais, a diferença não é tão grande. Assim, não é necessária a prática intensa de atividade
Antigamente, existiam duas idéias que tentavam explicar a associação entre o exercício e a saúde: a física para que se garanta seus benefícios para a saúde. O mínimo de atividade física necessária
primeira defendia que alguns indivíduos apresentavam uma predisposição genética á prática de para que se alcance esse objetivo é de mais ou menos 200Kcal/dia. Dessa forma, atividades que
exercício físico, já que possuíam boa saúde, vigor físico e disposição mental; a outra proposta dizia consomem mais energia podem ser realizadas por menos tempo e com menor freqüência, enquanto
que a atividade física, na verdade, representava um estímulo ambiental responsável pela ausência aquelas com menor gasto devem ser realizadas por mais tempo e/ou mais freqüentes.
de doenças, saúde mental e boa aptidão física. Hoje em dia sabe-se que os dois conceitos são A escolha da atividade física adequada é feita individualmente, levando-se em conta os
importantes e se relacionam. seguintes fatores:
O bombeiro militar é visto pela sociedade como uma pessoa sempre preparada e disposta a
prestar qualquer socorro, inclusive nas ocorrências mais sinistras possíveis. E, é neste momento que • Preferência pessoal: O benefício da atividade só é conseguido com a prática regular da
a atividade física vai ser cobrada de forma inteligente. mesma, e a continuidade depende do prazer que a pessoa sente em realizá-la. Assim, não adianta
Atividade física é definida como um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de indicar uma atividade que a pessoa não se sinta bem praticando.
pessoas pratica envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que
envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de atividades • Aptidão necessária: Algumas atividades dependem de habilidades específicas. Para
mental e social, de modo que terá como resultados os benefícios à saúde mental e social. conseguir realizar atividades mais exigentes, a pessoa deve seguir um programa de
No Brasil, o sedentarismo é um problema que vem assumindo grande importância. As condicionamento gradual, começando de atividades mais leves.
pesquisas mostram que a população atual gasta bem menos calorias por dia, do que gastava há 100
anos, o que explica porque o sedentarismo afetaria aproximadamente 70% da população brasileira, • Risco associado à atividade: Alguns tipos de exercícios podem associar-se a alguns tipos
mais do que a obesidade, a hipertensão, o tabagismo, o diabetes e o colesterol alto. O estilo de vida de lesão, em determinados indivíduos que já são predispostos.
atual pode ser responsabilizado por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte
por derrame cerebral, as principais causas de morte em nosso país. Assim, vemos como a atividade Para finalizar devemos ressaltar que a prática de atividade física deve ser sempre indicada e
física é assunto de saúde pública. acompanhada por profissional qualificado, incluindo médicos, fisioterapeutas e profissionais de
Em virtude desse problema mundial, devemos refletir na forma de praticar atividade física educação física. Caso sinta algo diferente é mandatório informar ao responsável. Outro ponto
dentro das unidades do CBMGO. Será que nossos militares têm realizado suas atividades físicas de importante, que não deve ser esquecido, é a adoção de uma alimentação saudável, rica em frutas,
maneira correta? legumes, verduras e fibras. Prefira o consumo de carnes grelhadas ou preparadas com pouca
Em todo o mundo observa-se um aumento da obesidade, o que se relaciona pelo menos em gordura. Evite o consumo excessivo de doces, comidas congeladas e os famosos lanches de "fast-
parte à falta da prática de atividades físicas. É o famoso estilo de vida moderno, no qual a maior foods". E lembre-se: beba muito líquido (de preferência água e sucos naturais).
parte do tempo livre é passado assistindo televisão, usando computadores, jogando videogames, e, A atividade física consiste em exercícios bem planejados e bem estruturados, realizados
ainda, não são adeptos de uma alimentação saudável. repetitivamente. Eles conferem benefícios aos praticantes e têm seus riscos minimizados através de
A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se manifestam sob orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares aumentam a longevidade, melhoram o
todos os aspectos do organismo. Do ponto de vista músculo-esquelético, auxilia na melhora da força nível de energia, a disposição e a saúde de um modo geral. Afetam de maneira positiva o
e do tônus muscular e da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações. desempenho intelectual, o raciocínio, a velocidade de reação, o convívio social. O que isso quer
Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de gordura dizer? Há uma melhora significativa da sua qualidade de vida!
corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total O que precisamos ressaltar é o investimento contínuo no futuro, a partir do qual os nossos
e aumento do HDL-colesterol (o "colesterol bom"). Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e militares devem buscar formas de se tornarem mais ativas no seu dia-a-dia, como subir escadas,
no controle de doenças, sendo importantes para a redução da mortalidade associada a elas. A participar e criar atividades aeróbicas, passeios no parque, em pistas, atividades aquáticas. A palavra
pessoa que deixa de ser sedentária e passa a ser um pouco mais ativa diminui o risco de morte por de ordem é MOVIMENTO na hora certa.
doenças do coração em 40%. Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de vida é capaz
de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida.
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das substâncias
relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro, ajuda na capacidade de
lidar com problemas e com o estresse. Além disso, auxilia também na manutenção da abstinência de
drogas e na recuperação da auto-estima. Há redução da ansiedade e do estresse, ajudando no
tratamento da depressão.

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8.1 Tabelas de Aptidão Física FLEXÕES DE BRAÇO
MASCULINO
MENÇÃO I R B MB E
18 - 25 até 19 20 – 23 24 – 30 31 – 33 34 acima
Para que o militar tenha referências para testar seu nível de capacidade física poderá I 26 - 33 até 17 18 – 21 22 – 28 29 – 31 32 acima
consultar as seguintes tabelas: D
34 - 39 até 15 16 – 19 20 – 26 27 – 29 30 acima
40 - 45 até 13 14 – 17 18 – 24 25 – 27 28 acima
A 46 - 49 até 11 12 – 15 16 - 22 23 - 25 26 acima
FLEXÕES DE BRAÇO (apoiado no joelho) 50 - 53
FEMININO D 54 - 57 PROVA NÃO PREVISTA PARA ESTAS FAIXAS ETÁRIAS
MENÇÃO I R B MB E
18 - 25 até 16 17 – 22 23 – 26 27 – 29 30 acima E
58 - 61
I 26 - 33 até 11 12 – 17 18 – 21 22 – 24 25 acima 62 - 65
D
34 - 39 até 08 09 – 13 14 – 17 18 - 20 21 acima
40 - 45 até 05 06 – 10 11 – 14 15 – 17 18 acima ABDOMINAL REMADOR
MASCULINO
A 46 - 49 até 02 03 - 07 08 - 11 12 - 14 15 acima MENÇÃO I R B MB E
50 - 53 18 - 25 até 27 28 – 36 37 – 53 54 – 61 62 acima
D I 26 - 33 até 24 25 – 34 35 – 49 50 – 58 59 acima
54 - 57 PROVA NÃO PREVISTA PARA ESTAS FAIXAS ETÁRIAS
58 - 61 D 34 - 39 até 21 22 – 31 32 – 46 47 – 55 56 acima
E
62 - 65 40 - 45 até 18 19 – 28 29 – 43 44 – 52 53 acima
A 46 - 49 até 16 17 - 25 26 - 40 41 - 48 49 acima
ABDOMINAL (Estilo Remador) 50 - 53
FEMININO D
54 - 57
MENÇÃO I R B MB E
18 - 25 até 27 28 – 39 40 – 48 49 –55 56 acima E 58 - 61 PROVA NÃO PREVISTA PARA ESTAS FAIXAS ETÁRIAS
I 26 - 33 até 22 23 – 34 35 – 43 44 –50 51 acima 62 - 65
D
34 - 39 até 19 20 – 31 32 – 40 41 – 48 49 acima
40 - 45 até 15 16 – 27 28 – 36 37 – 42 43 acima CORRIDA (em metros)
MASCULINO
A 46 - 49 até 13 12 - 23 24 - 32 33 -38 39 acima MENÇÃO I R B MB E
50 - 53 18 - 25 até 2299 2300 - 2600 - 3100 - 3300 acima
D 54 - 57 PROVA NÃO PREVISTA PARA ESTAS FAIXAS ETÁRIAS 2599 3099 3299
58 - 61 26 - 33 até 1999 2000- 2299 2300 - 2800 - 3000 acima
E I
62 - 65 2799 2999
D 34 - 39 até 1799 1800 - 2100 - 2600 - 2800 acima
CORRIDA ( em metros) 2099 2599 2799
FEMININO A 40 - 45 até 1699 1700 - 1900 - 2400 - 2600 acima
MENÇÃO I R B MB E
18 - 25 até 2049 2050 - 2299 2300 - 2449 2450 - 2599 2600 acima 1899 2399 2599
D
I 26 - 33 até 1949 1950 - 2199 2200 - 2349 2350 - 2499 2500 acima 46 - 49 até 1599 1600 - 1800 - 2200 - 2400 acima
34 - 39 até 1799 1800 - 2049 2050 - 2249 2250 - 2349 2350 acima E 1799 2199 2399
D 50 - 53 até 1500
40 - 45 até 1649 1650 - 1899 1900 - 2099 2100 - 2199 2200 acima
54 - 57 até 1400 NÃO EXISTE CONCEITUAÇÃO
A 46 - 49 até 1499 1500 - 1749 1750 - 1949 1950 - 2049 2050 acima
50 - 53 até 1300 58 - 61 até 1300
D 54 - 57 até 1200 NÃO EXISTE CONCEITUAÇÃO 62 - 65 até 1200

E
58 - 61 até 1100
62 - 65 até 1000
Flexão de Braço na Barra (Corpo Reto)
MASCULINO
Flexão de Braço na Barra (Corpo apoiado) MENÇÃO APTO INAPTO
FEMININO 18 – 25 6 Não realizar
MENÇÃO APTO INAPTO
18 – 25 6 Não realizar IDADE 26 – 33 4 Não realizar
IDADE 26 – 33 4 Não realizar Acima de 33 ISENTO
Acima de 33 ISENTO

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ANEXO I – NOPRED e AVADAN

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37
38
Referências Bibliográficas:

 Cursos de Especialização do CBMGO: CMAUT – 2002 (6º GB – Itumbiara), CMAUT –


2005 (5º SGB – Catalão), CESALT – 1999 (1º GB – Goiânia);

 Estudo sobre incêndios de progresso rápido - Monografia:. Universidade Federal de


Santa Catarina. TEN CEL Marcos de Oliveira;

 Liderança Militar - IP 20-10. BRASIL, Ministério do Exército.. -. Brasília; EME,1991;

 Manual C - 20–20 - Tabela de Padrão Básico de Desempenho Físico do Exército Brasileiro


para fins de promoção;

 Manual de Fundamentos do Corpo de Bombeiros - Corpo de Bombeiros da PMESP.,


Volumes 1, 5, 6, 8, 9, 12 e 14. São Paulo: Scriptum: 1996;

 Manual de Ordem Unida do Exército Brasileiro C-22 5;

 Manual de Planejamento em Defesa Civil – Brasília 2004, Volumes I, II, III e IV;

 Manual de Salvamento do CBMDF;

 Manual para Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos – ABIQUIM 2006.

 Manual Técnico Profissional para Bombeiro – Edição Revisada/200 , TC QOBM Osvaldo


Nunes de Freitas, TEN QOBM José Marques de Sá (CBMDF);

 Procedimento Operacional Padrão do CBMGO – POP/2004 – 2005;

 Suporte Básico de Vida SBV/2007 do CBMGO. Atualizado em 28/05/2007. Obs: Para fins
de Estágio de Adaptação de Cabos (EAC) foi retirada do presente protocolo a parte que trata
das emergências clínicas bem como foi resumida a parte sobre trauma de tórax.

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