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O mercador de Veneza confronta sentimentos bons e maus da humanidade: tolerância,

intolerância, usura, amizade, vingança, interesse, paixão, romance e bela poesia.


O judeu Shylock é a representação do que há de pior na alma do ser humano por possuir
os piores sentimentos pelos cristãos, pois acredita que é superior a eles devido ao
pensamento de sua religião, e que somente a vingança recupera a reputação de um homem.
Antônio, apesar de ser um bom homem discrimina qualquer pessoa que não seja cristã.
Assim, conclui-se que o conceito maior da obra é que o ser humano não se considera igual
aos outros, já que os homens são julgados segundo a sua religião, classe social e raça.
Por isso, muitos conflitos são criados nos seres humanos e isso desperta os sentimentos
ruins da alma.
Enquanto a sociedade for formada por preconceitos e estereótipos, haverá tragédias e
desentendimentos no mundo.
Como em todas as obras do dramaturgo inglês William Shakspeare, O Mercador de Veneza
explora traços comportamentais do ser humano, em particular a falta de compaixão ou
misericórdia e o desejo de vingança.
A peça tem como cenário Veneza e a fictícia Belmonte onde um mercador bem sucedido
contrai uma dívida com um judeu para ajudar um amigo em dificuldades confiando em seus
negócios de risco.
A multa em caso de não pagamento poderia custar-lhe a vida, mas a promissória foi assinada
sem receio já que era dono de negócios vários.
Embora tudo indicasse não haver riscos, seus navios afundaram e o mercador, um cristão viu
sua vida nas mãos de um judeu nada misericordioso e vingativo.
Salvar a sua vida exigiu estratégias inteligentes e ações decisivas que somente verdadeiras
amizades poderiam explicar. Uma obra que merce leitura e reflexão.
Em sua obra, Shakespeare, através de seu talento impar consegue apresentar uma obra
sucinta e bela, onde apresenta vários assuntos para discussão e reflexão, inclusive na área
jurídica, interessantes para o estudante de Direito.
A história tem como uma de suas personagens Porcia que é uma rica herdeira e está em
busca de um marido. Para tanto o pretendente tem que ser aprovado por um engenhoso
teste preparado pelo seu falecido pai no qual o incauto terá que arriscar tudo para
conseguir a mão da Princesa.
Do outro lado está Bassânio, amigo, pobre, mas apaixonado por Pórcia que cria um plano para
conquistar o seu amor.
Antonio, homem de bom coração e amigo de Bassânio, dispõe a ajudá-lo, afinal nada o faria
mais feliz do que ver seu amigo conquistando o coração de sua amada.
Para Bassânio colocar o seu plano em prática era necessário que seu amigo Antonio lhe
emprestasse uma grande soma em dinheiro. O problema é que Antonio não tinha este valor
disponível, pois, as suas riquezas estavam investidas em navios que traziam mercadorias de
várias partes do mundo para comercializar em Veneza.
Então Antonio decide fazer algo que vai de encontro a seus valores e procura o judeu
Shylock, para solicitar um empréstimo a juros.
Shilock considera Antonio um inimigo, pois Antonio emprestava dinheiro sem juros, vale
lembrar que Antonio era cristão, e escarnecia Shilock em publico por sua prática usuraria.
Shilock vê na ocasião a oportunidade de vingar-se de Antonio e propõe um contrato no qual
se Antonio não devolvesse o valor na hora e data marcada teria direito a cortar uma libra de
carne, do corpo de Antonio.
Antonio não cumpre o acordado e vai a julgamento. Shilock com sede de vingança busca no
tribunal os seus direitos, mas, vê frustrados os seus interesses quando o advogado de
defesa, que na verdade era Porcia disfarçada de homem, argumentar e defender de forma
brilhante Antonio, livrando-o Antonio de sua pena.
- Comparação com o Código Penal Brasileiro.
Mas e se a historia fosse ambientada no Brasil nos dias atuais? Analisando apenas os
aspectos criminais, seria permitido tal contrato? Existe algo, neste contrato, que fere o
nosso Código Penal?
- Lesão Corporal
Artigo 129 – Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.
O contrato prevê como multa uma lesão corporal grave, ou seja, uma libra de carne do seu
corpo. O que seria impossível, pois nenhum contrato poderia conter uma cláusula que obrigue
o executor a cometer um crime. Na historia, Shylock, para executar o seu direito teria que
ir contra o que está previsto no Artigo 129 do nosso código penal.
Shylock cometeria um crime conforme os Artigos 13 e 14 – Inciso I:
Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
- Conclusão
O contrato apresentado no livro entre Antonio e Shylock, além de ferir preceitos descritos
em nossa Constituição Federal e em nosso Código Civil, seria também impossível de ser
celebrado em nosso país por conter em seu escopo crimes previstos em nosso Código Penal.

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