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Direito Tributário Aplicado

Direito Tributário Aplicado sobre o comércio internacional. Nenhum Estado pode criar
um tratamento mais favorável aos produtos nacionais em
Aula 1 – 28.02 relação aos produtos importados presentes em seu mercado.
Existem até mesmo tratados internacionais falando sobre a
base de cálculo de impostos sobre importação e exportação.
A teoria geral que aprendemos no ano passado será
certamente aplicada em todos os tributos em espécie que
aprenderemos durante este ano. Contudo, cada um dos Importo sobre Exportação
impostos também tem sua própria teoria e estrutura interna,
de modo que a nossa matéria terá uma aparente sensação A Constituição em seu art. 153 prescreve a competência
de quebra do estudo, que apenas pode ser dissolvida se da União para legislar sobre impostos sobre a exportação.
entendermos cada tributo através da teoria geral que é o que Esse imposto sobre exportações é um típico imposto que
une todo o direito tributário. tem uma aplicação meramente reguladora do comércio. O
prof. diz que apesar de existirem impostos sobre a
Aula 2 – 07.03 exportação, atualmente nenhum deles é aplicado na prática.
Eles só seriam aplicáveis na prática para conter a saída de
mercadorias que fossem necessárias ao mercado interno.
O CTN, quando trata dos impostos nos arts. 15 e
Assim, o Presidente da República pode majorar por meio de
seguintes, enumera os impostos e a sua ordem é a que
decreto as alíquotas do imposto de exportação.
seguiremos durante o curso de nossas aulas.

O tratamento dado pelo CTN limitou-se a discriminar o


O CTN faz menção apenas ao imposto sobre importação
conteúdo da base de cálculo (art. 24). O prof. diz que a
e ao imposto de exportação, mas a situação é na verdade
redação do artigo 24 não é mais aplicado, pois o CTN foi
muito mais complexa. O CTN faz parte de uma reforma do
derrogado por um tratado internacional. O art. 27 diz que o
sistema tributário nacional na qual se incluiu o imposto sobre
contribuinte do imposto é o exportador ou outro a ele
o valor agregado. O imposto sobre o valor agregado propõe-
comparado.
se a eliminar a cumulação de tributos em cadeia e garantir
uma neutralidade do tributo nas operações mercantis
realizadas a partir da produção, seguindo-se pelo atacadista, A constituição reserva diversos dispositivos tratando
para o varejista, até chegar ao consumidor. Essa cadeia que sobre o imposto de importação e fala sobre várias
descrevemos é uma cadeia simplificada, mas que pode se imunidades a este imposto. Tais regras estão no artigo 153
tornar muito complexa, ainda mais quando existem atores da CF, parágrafo 3°. O art. 155, p 2°, X, a, diz que não incide
estrangeiros no meio dela. a COFINS sobre o imposto sobre exportação. Também o
artigo 149, 2°, I, afastou o PIX/CONFINS dos produtos ou
serviços para o exterior. Mesmo foi feito com o artigo 156,
Quando os tributos sobre o comercio incidem sobre todas
que trata dos impostos sobre serviços.
as fases do produtor até o consumidor final, são chamados
de polifásicos1 e ai surge a discussão a respeito da
cumulatividade destes tributos. Esses tributos também são Atualmente o Brasil exporta cerca de 156 bilhões por
chamados de indiretos, pois não atingem a renda do ano, sendo que as cem maiores exportadoras realizam 137
indivíduo diretamente, mas através do consumo. bilhões. Em 2002 exportava 76 bilhões, em 1999 exportava
Cumulativos são os impostos polifásicos que incidem 50 bilhões e em 1990 a exportação era de 38 milhões de
diversas vezes sobre a cadeia de comercialização sem reais. Esse crescimento foi resultado das reformas da CF
qualquer consideração ao fato de que já incidiu em uma fase que impediram que fossem aplicados os impostos sobre a
anterior da produção. Por outro lado, os não-cumulativos exportação.
apresentam algum artifício para que o mesmo imposto não
incida sobre ele mesmo. Contudo, recam sobre os produtos nacionais diversos
produtos ao longo de sua escala de produção e
A reforma de 1965 distribuiu internamente as comercialização e só quando o produto vai ser exportado é
competências tributárias entre os entes estatais e isso que o tributo não incide. De acordo com os mecanismos de
causou um caos no sistema tributário nacional, pois tornou- não-cumulatividade de tributos, o exportador fica com um
se muito mais complexo o mecanismo de não-cumulatividade crédito para com o Fisco uma vez que vem um crédito da
dos impostos. Isso gerou ainda a exportação de tributos por corrente e ele não precisará pagar nenhum tributo quando
parte dos tributos brasileiros, dos quais não se consegue exportar. Assim sendo, o Estado fica em débito com o
desvincular completamente dos impostos que já foram produtor e tem que compensá-lo quando o produto for
cobrados internamente. Isso dificulta extremamente a exportado e deve pagá-lo. Isso não é uma graça, um
entrada do produto nacional no mercado internaciona. estímulo ou uma anistia por parte do Estado, mas sim um
direito que tem o exportador a receber de volta o valor pago
em impostos que na realidade não seriam devidos. Os
Hoje para trabalhar com tributos aduaneiros, todo
Estados de São Paulo e do Rio costumam devolver esse
tributarista tem que entender muito de tratados
dinheiro, já outros Estados não os devolvem, justificando no
internacionais, pois a OMC rege por meio de acordos
fato de que os impostos indevidamente pagos não foram
internacionais tudo o que se faz em termos de impostos
pagos a eles. Assim a União começou a repassar altos a restituição deste valor, e criou também um débito da União
montantes aos Estados para que eles devolvessem o que na melhor das hipóteses fiou acumulado perto dos 30
dinheiro dos exportadores, entretanto, mesmo assim os bilhões de reais.
Estados Federados continuaram não pagando e passaram a
receber um dinheiro que se tornou forma de enriquecimento Imposto sobre a Importação
ilícito. Por isso a reforma tributária tornou-se tão urgente.
O imposto de importação está previsto no artigo 19 e ss.
A Lei Complementar 87/96 em seus artigos 25 e 32 foi do CTN e tem base na competência constitucional dada à
quem instituiu o direito de crédito aos exportadores. União pelo art. 153, I. Há uma interessante discussão que se
põe sobre se existe uma diferença entre produto e
A exportação, contudo, não envolve apenas mercadorias, mercadoria e tanto mais quando hoje falamos em diversos
mas também serviços. E tais serviços também não são bens intangíveis que em alguns casos são mercadorias e em
tributáveis. A regra do artigo 156 é de que não incide imposto outros não. Mais ainda, em alguns casos os serviços estão
sobre serviço nas exportações de serviços para o exterior e a anexos aos produtos e o imposto sobre importação existe
regra do ICMS também é a mesma, mas a coisa não é tão apenas para os produtos. O critério material da hipótese é
simples. A dificuldade reside no fato de que nem sempre é realizar importação de produtos, logo é importante saber se
simples a identificação da prestação de um serviço ao pode ser aplicado o imposto com relação a intangíveis (ex. o
exterior. Exemplos disso são: comércio eletrônico, ligações software) ou aos serviços cujo valor encontra-se anexo ao do
telefônicas internacionais, onde é difícil conceituar quais produto.
casos e operações são serviços prestados
internacionalmente e quais não. Há autores que dizem que intangíveis não são produtos
em nenhuma hipótese, nem mesmo quando se trata de
As redes de telecomunicação tem uma lógica particular software. O acordo de valoração aduaneira em seu artigo 8°
de funcionamento. Quando uma operadora recebe uma diz que todos os serviços que forem condição de venda do
chamada de outra, quem está prestando o serviço tributável produto devem ser adicionados ao preço. Então, por
é a empresa que recebe a ligação e não aquela que realiza. exemplo, serviços de engenharia para instalar máquinas
Assim, a exportação de serviços para o exterior acontece compradas do exterior são adicionados ao preço da máquina
quando uma alguém no Brasil recebe uma ligação adquirida. O imposto de importação alcança essas
internacional, de tal modo que a operadora aqui no Brasil diferenças sobre o preço da mercadoria e o do produto final?
estará prestando um serviço à operadora de origem. O conceito de produto seria o gênero do qual mercadoria
seria uma espécie, mas a mercadoria envolveria bens
O artigo 149 fala que as contribuições não incidiram intangíveis comercializados e não o intangível aplicado. Para
sobre as receitas decorrentes de exportação. Portanto, elas o professor o serviço somente poderia ser tributado quando
não incidem sobre as receitas provenientes de serviços realmente parte integrante do bem, mas quando autônomo,
prestados à operadoras internacionais. Contudo, a União como no exemplo acima, o valor não deveria ser tributável de
disse após que só existe exportação quando há entrada de acordo com o critério da constituição.
divisas o que complicou a situação das operadoras
nacionais. Isso porque as operadoras internacionais O critério espacial do imposto de importação se confunde
geralmente fazem acordos compensatórios, já que existem com a vigência espacial da norma, mas isso é impreciso, vez
chamadas entrando e saindo de ambas as operadoras e, que ninguém consegue entrar com mercadoria em território
assim, somente é feito o pagamento da quantia excedente, nacional por qualquer parte da fronteira, mas tem que passar
de modo que o grosso do serviço é prestado sem que haja por postos aduaneiros determinados em legislação (portos,
qualquer entrada de divisas e, portanto, são cobrados aeroportos, estações rodoviárias).
impostos sobre esses serviços, como se não houvesse ali
exportação. O prof. critica a posição da União, uma vez que O critério temporal é definido pela súmula n° 4 do extinto
na constituição não há qualquer menção à necessidade da Tribunal Federal de Recursos que diz que o ingresso da
entrada de divisas para que haja exportação. mercadoria em território nacional ocorre quando do
desembaraço aduaneiro, mas o professor não vê nenhum
A Lei Complementar 87 deixou claro que nos serviços de problema em que o critério. Esse critério foi escolhido, pois é
transportes o frete é calculado apenas a partir da entrada em quando do desembaraço aduaneiro que se decide sobre a
território nacional. permanência da mercadoria em território nacional, vez que
se ela for proibida o desembaraço não ocorrerá e ela
Outo aspecto relevante sobre as exportações tem retornará à origem. Hoje em dia algumas mercadorias já
imediata repercussão no mercado interno que é a aplicação chegam ao Brasil desembaraçadas, o que é feito pelo
do acordo de valoração aduaneira. Esse acordo diz sobre a ComEx.
base de cálculo do imposto de exportação e importação.
O importador ou o arrematante de produtos apreendidos
Em 1969, Delfim Neto, enquanto Min da Fazenda, criou o ou abandonados serão os sujeitos passivos desse tributo.
crédito prêmio do IPI que tinha a finalidade de devolver aos
contribuintes o acumulado de tributos na mercadoria No final da Segunda Guerra foi instituído o GATT/47 com
exportada. Contudo, esse crédito nunca foi pago, o que o objetivo de intensificar o comércio internacional. Seu artigo
prejudicou muito as empresas que exportaram contando com sétimo dizia que o valor aduaneiro seria alcançado pelo valor
atual ou real da mercadoria. Isso foi uma resposta à Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio,
discussão a respeito de como evitar a discriminação dos Seguro, Títulos e Valores Mobiliários (CF art. 153, V) –
países aos produtos importados de membros signatários do IOF
GATT. Essa resposta foi dada através de quatro princípios: (i)
princípio da nação mais favorecida; (ii) princípio do Apesar de ter se consolidado chamar este imposto de iof,
tratamento nacional (professor chama do princípio de não- ou imposto sobre operações financeiras, o professor diz que
discriminação dos produtos importados); (iii) princípio da esta nomenclatura é imprecisa, pois não são somente as
valoração aduaneira (vedando a ultra-tributação dos operações financeiras que se encontram abarcadas por este
produtos estrangeiros); (iv) princípio da vedação à imposto. Na verdade, este é um imposto sobre atos ou
concorrência desleal (ninguém pode dar vantagens aos negócios jurídicos com valor financeiro ou sobre títulos
produtores nacionais, através de subsídios ou dumping imobiliários. Neste tributo, portanto, não existe uma unidade,
internacional). mas cinco impostos diferenciados.

Acontece que em 1994 o novo acordo de valoração Ele ingressou na CF brasileira pela emenda 18/1965 para
aduaneira afastou o preço normal e agora funcionariam regular operações de crédito e seguro. A Lei 5146/66 foi
certos testes e o que valeria seria o valor declarado nas quem instituiu este imposto pela primeira vez e em seu artigo
notas de fatura do produto vendido e não o controle do preço 15 extinguiu o imposto que anteriormente era aplicado a
que a mercadoria alcança no mercado interno entre estas operações, o imposto sobre o selo. Este imposto ainda
similares. Assim, acabou-se a necessidade do controle de existe em países como Itália e França e é uma forma de
preços por meio de tabelas que a Receita Federal cria, cobrar um tributo por atos jurídicos praticados e em troca
apesar de esta prática ainda remanescer. Assim, a base de apõe-se um selo sobre o documento. Contudo, no Brasil ele
cálculo do artigo 19 do CTN se encontra revogada e agora é não mais existe. O Dec. 783/83 foi quem alterou as hipóteses
mundial. de incidência par o modelo atualmente vigente.

Agora o dec. 4543/2002 dispõe no art. 75 que a atividade Essa figura permite uma opção por parte do legislador:
da valoração aduaneira consiste na verificação do valor ou ele cria um único tributo para as cinco modalidades
aduaneiro declarado pelo produtor. descritas ou poderia criar diversos impostos específicos para
cada uma das modalidades. Esta segunda foi a opção do
Existem alíquotas que o Presidente da República não nosso legislador.
pode dispor que se encontram na TEC (Tarifa Externa
Comum), para nós alíquota externa comum. Quando o O que importa é que existe um negócio jurídico entre as
Mercosul decidiu se tornar uma União Aduaneira, ele teve partes e a partir de sua constituição é que se justifica a
que lidar com uma alíquota externa comum. Há uma prática incidência tributária. Este estudo, portanto, exige uma
muito danosa no Brasil que é a CF estabelecer que o compreensão das instituições de direito privado que são
Presidente estabelecerá a alíquota dos impostos aliada à objetos desses tributos. É necessário qualificar uma
prática de um Secretário de Comércio estabelecer estas operação antes de saber dentro de qual dos regimes é
alíquotas. possível qualificá-la, o que nem sempre é tarefa das mais
fáceis, dependendo da complexidade das operações. Muitas
O IOF, o IPI, o ICMS geram uma carga adicionada ao vezes ainda ocorre de as instituições realizarem manobras
produto importado sob a justificativa de equiparar o buscando evitar a incidência do imposto ou buscando o
tratamento desse produto ao nacional, para impedir um imposto menos gravoso.
tratamento favorável ao produto importado em desvantagem
do produto nacional. A súmula n° 20 e a súmula ?71 do STJ O art. 110 do CTN deixa muito claro que a lei tributária
dizem que a importação de produtos estrangeiros devem não pode desrespeitar os conceitos de direito privado.
sofrer os mesmos impostos que produtos similares. Porém, poderia o contribuinte alterar tipos e formas para
evitar o tributo? Evidentemente não. Nesse caso, cabe ao
Houve um convênio entre os Estados para isentar o Fisco o direito de conhecer o negócio jurídico e conhecê-lo
peixe seco e salgado de impostos, mas Minas Gerais não qualificá-lo adequadamente. Não se pode tirar esse direito do
entrou nesse acordo. Essa discussão foi até o STJ e Fisco, do contrário bastaria alterar o nome de um negócio
demorou dez anos para se decidir se bacalhau era peixe ou para que se evitasse a incidência de impostos.
não. E o STJ decidiu que a tributação não poderia ser feita,
pois bacalhau se enquadrava dentro da classe de peixe seco Qual o regime constitucional que se aplica sobre este
e salgado. imposto? O primeiro que devemos observar é o princípio da
capacidade contributiva, especialmente pela forma agressiva
Aula 3 – 14.03 desse imposto sobre esse tipo de operação. E isso nem
sempre ocorre por alíquotas elevadas, mas sim porque estas
Falar somente do imposto de importação e do imposto de operações tem valor elevadíssimo, de modo que mesmo
exportação é muito pouco, existe muitos outros impostos que alíquotas baixas acabam onerando sobremaneira algumas
incidem sobre os atos de importação e de exportação. dessas operações.

Outo ponto importante é a legalidade o artigo 153, p 1°,


estabelece que é vedado ao poder público de alterar a
alíquota deste imposto além do seu limite máximo, não que moeda estrangeira ou sua colocação à disposição do
não possa haver variação abaixo deste limite. Alguns autores interessado ou o equivalente em moeda nacional. Momento
entendem que este artigo é uma exceção ao princípio da da liquidação do contrato de câmbio. Não basta firmar o
legalidade, mas isso é besteira já que se pode alterar a contrato de câmbio puro e simples, é necessária a sua
alíquota dentro do seu limite. liquidação

O parágrafo 1° do art. 150 Contribuintes são tanto o coprador como o vendedor de


moeda estrangeira. Os responsáveis em sua esmagadora
Outro ponto importante é a discussão sobre a imunidade maioria são as Instituições Financeiras
tributária, muito discutida quando estas operações são
alcançadas por imunidades: o STF entente que a imunidade A Lei 8894/94, art. 5 diz sobre a alíquota máxima de 5%
se estende sobre este imposto. deste imposto. 2% de IOF incidem sobre compras no exterior
feitas com cartão de crédito.
Ainda sobre o regime constitucional pode-se falar de um
efeito de extra-fiscalidade deste tributo. Este tributo é um O dec-lei 2303/86 definia para estas operações de
imposto regulador, ou seja, serve também para fins de câmbio uma alíquota máxima de 130% sobre a operação.
controle e regulação dos negócios jurídicos. O ouro quando
ativo financeiro ou artigo cambial é objeto deste imposto na 3. Imposto sobre Seguros: este imposto alcança as
proporção de 30% para o Estado e 70% para o Município. operações de seguro. Nestas operações temos diversos
momentos, mas o momento em que há a incidência é o da
Esse regime constitucional é acompanhado pelo regime efetivação pela emissão da apólice do seguro ou equivalente
do CTN, que em seu artigo 63 contempla este mesmo ou recebimento do prêmio. Art. 2° 1783/80 fala que a pessoa
imposto. Contudo, este artigo ampliava tratamento segurada é o sujeito passivo deste tributo.
específico da competência constitucional. Nos arts. 65 e 66
está a base de cálculo e contribuinte destes tributos. No ato de recebimento do prêmio as pessoas físicas ou
jurídicas seguradas recolhem o imposto. A alíquota máxima
1. Crédito (Imposto sobre Operações de Crédito): de 25%, sofrem um tratamento diferenciado de acordo com o
operação em que alguém efetua uma operação presente, tipo de seguro.
esperando receber uma contraprestação futura. A base de
cálculo é o montante do empréstimo acrescido de juros. O O critério material deste imposto está na lei 6385/76 no
art. 1°, da Lei 8894/94, diz que estas operações são apenas artigo 2° que teve sua redação ampliada pelo artigo 4° da Lei
aquelas realizadas por Instituições Financeiras ou empresas 10303/2001. Valores mobiliários são as ações, as
de Factoring que estão abarcadas por estes impostos. debêntures, os bônus de subscrição, quotas de fundos de
investimento, mas existem também outros disciplinados por
Para os fins deste artigo, operações financeiras estão esta lei.
restritas a operações de crédito que podem ser empréstimo
em quaisquer modalidades, alienação e o mútuo de recursos O momento em que se aperfeiçoa este imposto é na
financeiros entre pessoas jurídicas ou jurídicas e físicas (lei realização de cada uma destas operações e não do
9779 art. 13). A regra geral é a intervenção de instituições pagamento em si, pois estas operações são muito
financeiras, mas mútos de pessoa jurídica para pessoa complexas. É imposto sobre o negócio jurídico realizado e
jurídica ou de pj para pf também serão alcançados pelo IOF, não sobre o montante efetivamente transacionado. Observe-
mas em um regime excepcional. se que é diferente, portanto, dos demais impostos acima
estudados.
Critério temporal: é o momento da entrega do valor ou a
colocação à disposição do interessado. Cada operação tem O sujeito passivo é o adquirente do título ou os titulares
um momento diferente e todos estão legislativamente de aplicações financeiras. Os responsáveis serão sempre as
considerados. instituições vinculadas (Instituições Financeiras em geral).

Critério pessoal: pessoa tomadora do crédito e a A base de cálculo será o valor da aquisição ou resgate de
Instituição Financeira ou empresa de Factoring. quotas. Observe-se que este imposto é excluído do imposto
sobre a renda, não sendo ambos cumulativos.
A Lei 4597/64 (4595?) diz o que são Instituições
Financeiras. Ler lei 8894/94.

Alíquota máxima é de 1,5% ao dia. Alíquota máxima de 1,5% ao dia, porém, existem
diversas alíquotas variadas qe estão no dec 4494/02 art. 28
A lei 7766/89 trouxe o regime jurídico das operações com a 33.
ouro enquanto ativo financeiro.
Aula 4 – 21.03
2. Imposto sobre Câmbio: em todas as operações com
moeda estrangeira a efetivação dá-se pela entrega da
Contribuições Sociais – Contribuições sobre o A doutrina, entretanto, muito resistente, veio dizer que o
Faturamento que estava escrito na CF deveria ser entendido em sentido
estrito, de modo que as contribuições não seriam tributos,
Na CF art. 149 está discriminada a competência da aos quais se aplicariam o regime tributário completo, mas
União para instituir as contribuições sociais. apenas esses três elementos expressamente estipulados
constitucionalmente. Dizia-se que as contribuições eram um
instituto sui generis, ao qual se estaria autorizado até mesmo
A primeira constituição que trouxe referência a matéria
o confisco.
das contribuições sociais foi a CF/34 e a partir dela todas as
CF's dispuseram sobre as contribuições de um modo geral.
A aplicação do 146, III, a, deve ser lido sempre como
uma medida de eliminação de conflitos de competência,
Até o início do século XX não se tinha notícia das
porque senão a União poderia alterar a competência de
contribuições enquanto distintas das taxas ou dos impostos.
Estados e Municípios de instituir contribuições.
Ainda hoje, inclusive, perpetuam-se erros na doutrina e na
jurisprudência que tem base em uma concepção inadequada
das contribuições. Até a década de 30, a finalidade é que Não se pode classificar tributos segundo o destino da
definia a espécie imposto (financiar despesas gerais do receita, segundo Alfredo Augusto Becker, e é somente a
Estado) da espécie taxa (financiar despesas específicas do estrutura da norma tributária que serve como indicador
Estado). Na origem do Estado de Direito concebeu-se a seguro de uma classificação. Devemos ter condições de
necessidade de se estabelecer certas diferenças como a testar a lei para saber qual é o tributo que se cria.
discriminação que era uma antítese ao princípio da
igualdade. Nesse momento, houve um jurista chamado Amílcar de
Araújo Falcão, o qual trabalhou com Baleeiro, o qual
A intervenção do Estado passa a ser relevante para escreveu muitas obras revolucionárias sobre o direito
distinguir grupos e dar-lhes tratamento diferenciado. As tributário. Este jurista disse que é apenas a partir da
contribuições, então, quando do seu surgimento não se sabia conjunção fato gerador + base de cálculo é que se pode
ao certo se eram taxas especiais que não teriam uma descobrir qual a espécie de tributo que estamos em face.
vinculação com um serviço determinado, ou impostos que
tinham a destinação de remunerar uma atividade especifica O prof. Paulo de Barros Carvalho retomou este
do Estado. pensamento dando-lhe maior precisão através do critério
material aliado à base de cálculo, dando a esta uma maior
A atuação do Estado na economia e na área social é que importância em caso de conflito. Esta teoria veio acabar com
legitima a cobrança das contribuições sociais pelo Estado. os critérios anteriormente estabelecidos e confusos para a
classificação dos tributos.
As contribuições em geral não são idênticas às
contribuições previdenciárias, para se entender as É na estrutura da norma, portanto, que temos que
contribuições previdenciárias, espécie das contribuições em procurar os critérios para distinguir os impostos, taxas e as
geral, deve-se estudar necessariamente a previdência social. contribuições e não no destino dado às verbas arrecadadas.
O motivo constitucional serve de orientação para a
construção de uma norma e é a justificativa política para a
No Brasil as contribuições previdenciárias não eram
constituição de contribuições que intervenham na ordem
entendidas como tributos, até a CF/69 ou AI -1 à CF/67. O
econômica.
art. 21, p2, I, foi alterado para que as contribuições se
tornassem competência da União e assim a doutrina ainda
defendia que essas contribuições sociais não eram tributos. Conseqüentemente, o conceito de parafiscalidade não
A afirmação de que as contribuições não eram tributos tem a menor utilidade par a definição do conceito de
serviam a três finalidades: (i) não aplicar o CTN e assim contribuições, pois impostos e taxas também podem ser
evitar os prazos prescricionais e decadenciais especiais do parafiscais. Não é por estar afetada a um orçamento
CTN; (ii) não se aplicar a legalidade estrita em matéria de específico que o tributo ganhará uma natureza jurídica
contribuições, podendo então a União legislar em matéria de autônoma. O problema maior é a discussão a respeito do
contribuições; (iii) não-aplicabilidade da anualidade para o sujeito ativo. Se a CF dá a um ente a competência tanto para
início de vigência de alterações das contribuições. arrecadar os tributos, como para permanecer e utilizar as
verbas deles provenientes, então ter-se-á o fenômeno da
parafiscalidade.
É por isso que no artigo 4° do CTN não reconhece as
contribuições sociais como espécies de tributos.
Classificação das Contribuições
Em 1982 o STF acata a doutrina de que as contribuições
não eram tributos e mantém até 1988 o entendimento que o (i) Sociais:
CTN não se aplica às contribuições. É por isso que a CF/88
foi forçada a dizer que às contribuições se aplica o CTN, a. Previdenciárias gerais:
tanto quanto a legalidade, como quanto à anualidade, quanto
aos prazos prescricionais. 1. Empregados;
2. Empresas (sobre lucro, faturamento (ou equivalente ao faturamento, conforme entendia o FISCO.
receita) e folha de salários); Isso não quer dizer que receita bruta é todo o tipo de
ingresso em caixa da empresa. Essa receita bruta é o
3. Importação (adicionada recentemente e produto de todas as vendas e não apenas as vendas
completamente autônomo às empresas) acompanhadas de fatura.

b. Previdenciárias do regime público (art. 149, p I); A emenda n° 20 à CF realizou uma mudança que diz que
a contribuição se dará sobre a receita OU faturamento. A
discussão agora é a respeito da amplitude do conceito de
c. Típicas:
receita, se é mais largo do que o de faturamento. A lei 9718
veio antes da emenda n° 20 e pretendia ampliar o conceito
1. Sistema “S” (SESI, SENAI, etc. - CF art. 240); de faturamento. Assim, passou-se a considerar a ampliação
do conceito de faturamento como inconstitucional, pois
2. FGTS; quando de sua promulgação não havia autorização para se
instituir uma contribuição sobre receita, mas somente sobre o
3. Seguro do Acidente de Trabalho (SAT – art. 7, faturamento. Esta discussão ainda esta presente em outros
XXVIII); assuntos no STF.

4. CPMF (art. 74 dos Atos e Disposições O prof. entende que o princípio da recepção
Constitucionais Transitórias); constitucional das leis também se aplica às emendas à
constituição. O debate é importante: precisa-se saber se uma
5. Salário Educação (CF art. 215, p 5, e Lei emenda constitucional pode receber enquanto
9424/96) constitucionais leis que antes eram inconstitucionais.

d. Competência para criar novas contribuições A discussão a respeito do conceito de faturamento até
hoje ainda não está morta e é de difícil solução. A doutrina
entende que faturamento e a soma indiscriminada de faturas.
(ii) de Intervenção no Domínio Econômico;
O conceito de receita, contudo, é maior. São as entradas em
caixa decorrentes da persecução do objeto social da
(iii) de Categorias Profissionais ou Econômicas. empresa, venda de suas mercadorias ou prestação de seus
serviços. Ver lei 9718, art. 224.
As empresas são chamadas a contribuir de três formas:
folha de salários, lucro e faturamento. No início, apenas a A emenda 42 à CF trouxe a não cumulatividade para
folha de salário era tributada antigamente. Contudo, com a estas contribuições. As leis 10684 10833 e 10865 vieram
automação da produção a folha de salários foi muito alterar as alíquotas dessas contribuições.
enxugada de modo que o tributo perdeu muito de sua rende
para o Estado, que procurou outras bases para tributar as
Surgiu um sistema de combinatórias entre regimes
empresas.
monofásicos, cumulativos e não-cumulativos. E esta
combinação gera uma confusão, pois existem não-
Apenas seis países no mundo tributam o faturamento: cumulativos que são monofásicos e monofásicos que, em
Brasil (9,25%), Argentina, Filipinas, Colômbia e Venezuela. tese, aceitam substituição tributária.
Destes, somente o Brasil e a Colômbia cobra alguma
contribuição sobre movimentação financeira. Tributar
A base de funcionamento do PIS/COFINS não cumulativo
movimentação financeira e faturamento é muito grave, pois é
é ter uma base de cálculo distinta. A não cumulatividade do
um desestímulo à circulação de riquezas e à produtividade.
IS/COFINS não é a mesma do IPI e do ICMS. Ela trabalha
com alíquotas de descontos e alíquotas de incidência. Na
A contribuição sobre faturamento em conjunto com a prática existem regimes de apuração do desconto e regime
CPMF, que são cumulativos, geram uma receita de quase 60 de apuração da contribuição devida. A base de cálculo do
bilhões de reais. A lei complementar 70/1991 instituiu a pis/confins é dividido em geral, o de cumulatividade e o
COFINS que tinha como base somente o faturamento. Essa tratamento de substituição tributária ou monofasia, que
contribuição sobre o faturamento veio cumular-se depois somente se aplica a alguns casos (combustíveis, cigarros).
com o PIS, que já existia na Constituição em seu artigo 239.
As pessoas que estão sujeitas ao regime não-cumulativo
O que é faturamento? Como este é um conceito aberto, são todas aquelas que não se enquadram na descrição do
os contribuintes passaram a entender que faturamento é o art. 8°, da Lei 10637. As que se enquadrarem farão parte do
mesmo que emitir faturas e não o ingresso de qualquer valor regime cumulativo.
nas contas de uma empresa. O FISCO ao meso tempo
passou a entender que o faturamento é tudo aquilo que entra
Como calcular-se o não cumulativo é necessário
no caixa da empresa, do contrário estar-se-ia a tributar o
identificar-se a alíquota de desconto (art. 3 da 10637, 10833
lucro e não o faturamento. Ação Declaratória de
e 10865) para após calcular a alíquota de incidência. Essas
Constitucionalidade n° 1, julgada pelo STF, aceitou a
regras de cumulatividade e não-cumulatividade somente
cumulação entre PIS e CONFINS e que a receita bruta era o
podem ser entendidas através da leitura dos textos legais informada por este conteúdo de intervenção na área
deste tributo. econômica, ou seja, o fato jurídico tributário deve ter relação
com a potencialidade interventiva da União no domínio
Aula 5 – 28.03 econômico.

O artigo 149 da CF fala de contribuições que a União tem O art. 170 diz que a ordem econômica baseia-se nos
competência para instituir em face de sua atuação nas áreas seguintes princípios (repete o artigo 1° da CF): transcrever
econômicas (intervenção no domínio econômico) e social. No artigo. É perfeitamente possível que seja utilizada uma CID
início elas aparentavam continuar uma forma subsidiária de proporcional ao impacto no meio ambiente para inibir que
interesse ativo da União sobre essas contribuições, mas atores possam causar danos ao meio ambiente.
após 95 a União começou a fazer um uso intenso dessas
contribuições já que não poderia aumentar o uso das Outro ponto que merece consideração é o artigo 174 que
contribuições sociais. Elas não são novas, já estavam fala no planejamento usado como medida para justificar ou
previstas nas Constituições de 1946 e 1967. determinar a intervenção. É exatamente aqui no ponto
relativo à subsidiariedade que encontramos a
Um dos grandes pontos deste assunto é a destinação. É subsidiariedade necessária.
necessário a destinação corresponder exatamente ao
conteúdo, seriam tributos finalísticos? O destino não pode Intervenção no domínio econômico (CID) pode se
ser critério de identificação das espécies de tributos. Quando confundir com poder de polícia (taxa)? Se a ação do Estado
ocorre o fato jurídico tributário o sujeito passivo da obrigação for interventiva ou fiscalizadora é que determinará a
tributária deve estar provido dos meios de verificar o motivo qualificação do tributo. O poder de polícia é um conceito
pelo qual ele está obrigado a prestar sua obrigação. O desgastado e que perdeu um pouco para o conceito de
efetivo destino do dinheiro pago não pode ser critério de administração reguladora, mas de qualquer forma ele
qualificação do tributo simplesmente porque isto alijaria o corresponde a atos de controle não atos regulamentares
sujeito passivo da possibilidade de análise prévia, já que este (CTN, ART. 78) e por estas ações específicas que
destino somente será configurado posteriormente. Ou seja, o geralmente coincidem com fiscalizações e remete à
sujeito passivo tem o direito de ter elementos de controle das cobrança da taxa. A intervenção faz parte do planejamento
normas aplicáveis à sua atividade. O que acontece com o do Estado, então, esta ação não tem exercício de controle de
dinheiro empregado no pagamento dos tributos não é atividades, mas corresponde a um programa de indução
problema do direito tributário, mas da administração pública. positiva ou negativa para garantir o cumprimento de
determinadas finalidades. Portanto, não se confundem os
As contribuições de intervenção no domínio econômico dois conceitos.
são sempre provisórias, pode-se até mesmo falar no
princípio da provisoriedade das contribuições de intervenção Outro ponto relevante: pode haver mais de uma CID
no domínio econômico. Isto porque a intervenção é sempre sobre o mesmo fato jurídico tributário? Pode CID tomar como
provisória, para resolver um econômico problema imediato, fato jurídico tributários, fatos que já são utilizados por outros
logo, a contribuição também deve ser provisória e cessada a tributos? A CID pode até mesmo alcançar uma situação
necessidade de investimento ou de privilégio a um certo tributada por outro tributo desde que isto esteja
ramo do domínio econômico, também cessará necessidade exclusivamente relacionado com o fundamento da
de cobrança da contribuição. Se não houver a demonstração intervenção.
da necessidade de intervenção naquele ramo da economia o
tributo carecerá de seu fundamento constitucional. O critério material de toda CID tem que manter
vinculação direta com o segmento sobre o qual realiza-se a
Podemos dizer que toda CID é extra-fiscal ou parafiscal? intervenção. Elas têm sua vigência em todo o território
Parafiscalidade é quando o sujeito ativo é diferente daquele federal, já que são tributos federais. Há autores que
que é competente para a instituição de um tributo e este entendem que é possível que uma CID seja imposta apenas
sujeito ativo pode manter o capital recebido a título de a uma determinada parte do território, mas o prof. não
tributos para posterior investimento em suas atividades. A concorda cm esta tese e acha que o princípio da
extra-fiscalidade ocorre quando os tributos são usados para uniformidade geográfica do art. 151, I da CF deve fazer com
outros fins que não aqueles de fiscalização de uma atividade. que a CID seja válida uniformemente em toda área do
Todos os tributos podem ser extra-fiscais ou parafiscais e território.
isto, segundo o professor, não pode ser critério para
distinguir as CID's de outros tributos. O sujeito ativo pode ser a União ou qualquer pessoa a
quem a União atribua a fiscalização daquele tributo. O sujeito
Toda contribuição no domínio econômico pode ser criada passivo, que deve ter relação com o motivo constitucional da
por lei ordinária, sendo desnecessária a lei complementar. contribuição, destas obrigações podem ser . Seria aplicável o
Isto é muito debatido pela doutrina, mas o professor fala que princípio da capacidade contributiva? Sim, ela é interventiva
a referência feita pelo artigo 149 ao artigo 146 não tem a ver e não confiscatória, nenhum tributo pode ter a finalidade
com a alínea “a” e o 149 não exige lei complementar. confiscatória, mormente tributos com finalidade interventiva.
A base de cálculo é dependente da materialidade e deve ser
Os pressupostos da CID são formas de qualificar a representação econômica daquilo que serve como base
modalidade, o fim e, portanto, a materialidade deve ser material da intervenção do Estado.
No caso da CID combustíveis o artigo 177 diz em seu Imposto sobre Produtos Industrializados (CF – art.
parágrafo 4°, acrescentado pela emenda 33/01, que a lei que 153, IV; p. 3°)
instituir a CID sobre os combustíveis deverá atender ao
requisito de que os recursos arrecadados serão destinados As alíquotas de IPI não podem ser uniformes, tem que
ao pagamentos de subsídios a preços dos combustíveis e garantir uma diferenciação em favor dos produtos mais
financiamento de projetos de pesquisa de combustíveis e essenciais. Porém, é muito difícil conceituar o que seja
programas de infraestrutura de transportes. Neste caso, a exatamente a essencialidade de um produto e fica a cargo
própria CF disse qual o destino da contribuição, não de discricionariedade política.
deixando ao legislador ordinário a destinação do tributo.
Como a união não queria distribuir estes recursos para estas O constituinte não deixou a liberdade ao legislador pela
atividades ela resolveu contingenciar estes recursos para as metodologia que já foi completamente exaurida pelo
suas atividades. Então, o STF em ação direta de constituinte.
inconstitucionalidade conhecendo da situação decidiu que
era inconstitucional o contigenciamento dos valores
arrecadados. A legislação do IPI pode ser modificada por meio de
decretos (art. 153, p 1°). Porém, toda a legislação do IPI
pode ser alterada por lei, incluindo-se as alíquotas. A
Se o Estado não transfere para os destinos anterioridade (somente viger no início do próximo exercício
correspondentes à contribuição então os contribuintes financeiro) não se aplica ao IPI, mas o prazo de 90 dias
tendem a não querer mais pagar os tributos, já que não aplica-se tanto à lei quanto ao decreto. Assim, a
estão sendo beneficiados nem indiretamente pelo anterioridade para o IPI é de noventa dias sendo lei o sendo
pagamento dessas contribuições. decreto que venha alterar seu regime.

Houve uma discussão a respeito do FUST e as empresas Já no CTN encontramos os artigos 46 e ss, que são os
de telefonia fixa começaram uma discussão com as dispositivos que em lei complementar tratam do IPI. Qual é a
empresas de companhia móvel, porque as fixas ao deveriam importância de no CTN existir referência à base de cálculo,
reter 1% do valor das contas telefônicas enviadas aos fato gerador e sujeito passivo deste imposto? Para evitar o
usuários a título de contribuições, conduto as ligações nem conflito de competência. Quais são os imposto com os quais
sempre eram prestadas unicamente pelas operadoras de o IPI mantém proximidade material? ISS, ICMS. E nessa
telefonia fixa, mas muitas vezes também em solidariedade variação, vamos encontrar desafios a respeito da
com as redes móveis que prestavam serviços às de rede determinação precisa das diferentes bases de cálculo.
fixa, também cobrados dos usuários de telefonia fixa.
Contudo, as empresas de telefonia móvel não queriam se ver
envolvidas com esta contribuição, apesar de estarem O conceito de produto disposto no CDC não serve ao
envolvidas nos serviços prestados indiretamente, não direito tributário. O conceito de produto, de um modo mais
estavam envolvidos com os clientes. Essa discussão durou restrito, é o bem de natureza móvel, corpóreo, que é
todo o ano de 2005 e ao final a Anatel saiu com uma decisão resultado de um processo industrial de modo a torná-lo
em favor das empresas de telefonia móvel, mas o prof. consumível.
discorda desta decisão já que as empresas de telefonia
móvel são aqueles que verdadeiramente prestam os serviços A base de cálculo, segundo o artigo 47, é o preço normal
quando são chamadas. Isto causa um custo adicional às (não existe mais, foi substituído pelo preço declarado)
empresas de telefonia fixa em relação às empresas de acrescido do montante do imposto de importação, dos
telefonia móvel, já que àquelas teriam um custo adicional encargos cambiais e as taxas para desembaraço aduaneiro.
muito grande em sua inter-relação com as operadoras
móveis, interferindo na concorrência entre ambas. Crédito Prêmio do IPI foi criado em 1969 e tinha como
fundamento financiar as exportações, através do pagamento
Aula 6 – 11.04 de um valor em compensação ao IPI, quando da exportação.
É um claro tipo de subsídio à exportação.
A Contribuição Social Sobre o Lucro foi instituída logo
após a CF/88, por uma medida provisória. Mais ainda, foi Isenções: qual a diferença principal da não-
instituída com base de cálculo idêntica a de um imposto, de cumulatividade do ICS e do IPI na CF? Ver artigo 153. A não
modo que desde a sua criação já houveram ações de cumulatividade tem dois deveres: (i) dever de repercussão
inconstitucionalidade apresentadas face ao STF, o qual disse obrigatória, ou seja, o contribuinte está obrigado a por na
ser constitucional a cobrança dessa contribuição com base nota fiscal o valor do imposto cobrado na operação (exigido
no artigo 195 da CF. Outro ponto importante é a questão a constitucionalmente – art. 150, p 5°); (ii)
respeito da bitributação, a qual também foi afastada.
Compensação: a não cumulatividade exige uma
(FUI EMBORA MAIS CEDO) compensação, dos créditos da operação anterior com os da
seguinte (CTN art. 49, não é a compensação do 172).
Aula 7 – 18.04 – FALTEI
Aula 9 – 02.05
Aula 8 – 25.04
REVISÃO
Tributação do comércio exterior: neste campo As contribuições detém uma doutrina geral muito grande
específico, mesmo havendo estudado outros tributos sobre e suficientemente complicada para que tenhamos
importação, a maior importância é dada aos impostos necessidade de estudar casos específicos, o importante é
federais tanto na importação como na importação (IPI, IOF, estudar os aspectos gerais das contribuições tanto sociais
PIS e COFINS). Como o Brasil orienta-se por um princípio (gerais e específicas) como aquelas de intervenção no
de destino, a tributação na exportação praticamente inexiste. domínio econômico.
O imposto de exportação é utilizado quando pretende-se
criar alguma dificuldade à exportação, portanto, em políticas A partir do artigo 129 da CF o legislador está autorizado a
extra-fiscais, o que nos afasta de um estudo sobre o imposto instituir as contribuições em geral. Os pontos fundamentais
sobre exportação, vez que extra-fiscal e periódico. Fica, começam a partir do entendimento de que as contribuições
portanto, o imposto sobre a importação, vez que contínuo. são típicos tributos, apesar de outros autores entenderem
que que existe uma classificação distinta entre impostos e
O estudo do imposto de importação não é, contudo, um taxas (no século XIX, com influência de Adam Smith). O
estudo de uma jurisdição interna. Esse imposto deve ser grande salto qualitativo da classificação dos tributos veio
compreendido e aplicados junto com os acordos do Mercosul com o Estado Social de Direito (constituição mexicana ou
ou outros acordos de livre comércio que temos com outros aquela de Weimer na Alemanha) a partir da reflexão a
países ou ainda acordos da OMC. Ele não pode ser respeito da injustiça de se cobrar da sociedade como um
discriminatório, sua base de cálculo é aquele do Acordo de todo tributos que só interessavam a uma parte dos cidadãos.
Valoração Aduaneira (formalizado a partir de 1996 com o fim
da Rodada do Uruguai, não se falando mais em preço O professor Geraldo Ataliba e seus alunos (como PBC)
normal). Apesar e haver dicção legal a respeito da base de seguiram, então, a linha de que o fato jurídico tributário é que
cálculo, portanto, vale muito pouco. deveria ser suficinete para determinar a natureza do tributo.
Se o fato tem relação com uma intervenção do Estado é
A TEC (tarifa externa comum) é aquela que tem que ser taxa, se é alheia à intervenção do Estado então é imposto.
aplicada aos produtos, salvo os produtos parte da lista de Essa classificação nunca deu uma autonomia às
exceção. contribuições, porque era possível enquadrar qualquer
contribuição dentro de um destes dois casos (Aleomar
Outro ponto importante é a identificação do fato jurídico- Baleeiro defendia esta posição). A finalidade, então, surgiu
tributário. A entrada do produtos no território nacional não é como um fator para dar autonomia às contribuições.
aquele da passagem por doze milhas marítimas, mas sim o
desembaraço aduaneiro como um ato de formalização da Para o professor, as contribuições têm autonomia e
nacionalização de uma mercadoria. O ingresso de regime tributário distintos dos impostos e das taxas e para
mercadoria proveniente do exterior é que configura o fato isso calca-se na constituição que determina um regime geral
jurídico tributário ao qual será aplicada a alíquota do Acordo constitucional tributário a partir da soma dos regimes
de Valoração Aduaneira, em tese o valor declarado na nota específicos das taxas, dos impostos e dos tributos.
fiscal. Quando não for possível identificar estes valores o
acordo dispõe outros modos que não são importantes para o O artigo 149 faz menção a regras especiais. Isso não
nosso estudo. quer dizer que às contribuições não se apliquem outras
restrições ao poder de tributar. As contribuições
Eventualmente podem ser aplicadas medidas de controle previdenciárias são as únicas limitadas pelas regras do artigo
anti-dumping quando empresas estrangeiras pretendem 154, I.
competir de forma agressiva com indústrias nacionais, ou
podem ser aplicadas medidas compensatórias por meio de Ambos os casos de contribuições (sociais e econômicas)
ataques de empresas ou o uso de subsídios nos ataques de são casos de intervenção da União. Como intervencionismo
países ao mercado interno. Ainda não esta clara na doutrina é uma atitude típica de um Estado Social de Direito, neste
a qualificação destas medidas, mas geralmente são particular as contribuições são tipicamente tributos de um
aplicadas como uma espécie de adicional do imposto de Estado Social. A contribuição de intervenção na ordem social
importação. Essa reação só é possível e permitida no caso muitas vezes vêm por autarquias e em outros vêm em ações
da China, que está num regime especial (precário) dentro da provisórias para incentivar investimentos em áreas
OMC. O assunto ainda não foi levado ao Supremo e nem à específicas. Pode também ter como fundamento a
OMC, mas esse tipo de defesa comercial é muito intervenção na ordem econômica, mas antes de tudo deve
controversa. Não se sabe ao certo qual o regime destas haver uma justificativa do porquê da intervenção. Sem
medidas de defesa comercial, se são sanções, tributos, justificativa não podem (legitimação) ser criadas
medidas extra-tarifárias ou multas. contribuições de intervenção no domínio econômico. É a
partir da justificativa que se constrói a regra matriz através da
Para a prova, concentrar estudo sobre o Imposto de composição do contribuinte e do beneficiário e devem manter
importação e o IPI incidente na importação. relação íntima com o setor que se visa intervir.

Contribuições: Diversas CIDs encontram-se fora desse esquadro


constitucional, é o caso da CID Royaltys. Essa figura vai
No caso das contribuições o estudo deve estar além do possível, pois se a intervenção é sobre a produção
concentrado na teoria geral das contribuições. tecnológica não poderia se configurar num adiciona do
imposto de renda sobre serviços tomados no Brasil. É uma O imposto sobre operações de crédito, cambio e
contribuição muito ruim pois encarece a aquisição de seguros, são impostos sobre os negócios realizados. Não é
tecnologia do exterior, o que justifica a importação de sobre a renda auferida, mas sobre a realização do negócio
produtos já acabados e não a sua produção interna. em si. Ao saldo destas figuras está a tributação sobre o
consumo, dentre as quais destaca-se o IPI, ao lado do ICMS
Dentre as contribuições de intervenção, a mais (estadual). Muitas vezes estes tributos coincidem.
representativa hoje é aquela incidente sobre os Acumulam-se na cadeia ICMS e IPI? Há uma regra na
combustíveis, pois afeta a todos. No campo das constituição (artigo 155, p. 2°, inciso XI) que ajuda a resolver
contribuições sociais e previdenciárias, as contribuições dos esta situação, em que IPI incidirá e quando do cálculo do
empregadores e empregados da lei 8212, dentre elas as ICMS exclui-se da base de cálculo o valor já pago em forma
mais representativas são aquelas incidentes sobre folha de de IPI. Nada impede que até o momento da industrialização
salário, lucro e faturamento (principalmente a COFINS e o final existam incidência de IPI e ICMS sobre o mesmo
PIS). A estas contribuições foram aplicadas as regras de produto. Ambos, contudo, são abrangidos pela não-
não-cumulatividade que não é perfeita, mas parcial, pelas cumulatividade, através da compensação de créditos
exclusões que faz à base de cálculo da COFINS e pelos passados até a última operação com o contribuinte final
impedimentos no caso de cumulatividade. No caso da PIS e (tributação polifásica).
da COFINS existe tributação monofásica (concentrada em
apenas uma parte da circulação de mercadorias) e polifásica. Tanto no IPI quanto no ICMS, a substituição tributária é
extremamente importante, pois se presta a garantir a
No âmbito dos tributos temos subsistemas (dos tributos eficiência na arrecadação de certos tributos (cigarro,
aduaneiros, das contribuições, ) todos formados por combustível, bebida). E este é o único fim deste mecanismo,
princípios e regras específicos. não pode jamais ser transformado em um instrumento de
aumento da arrecadação tributária que burle o principio da
não-cumulatividade destes impostos. Deve haver restituição
No caso do IPI existe uma similaridade muito grande com
dos valores presumidos quando da não concretização do fato
o IOF. O IOF incide sobre atos empresariais através da
jurídico fim da substituição tributaria. Se o preço da
realização de negócios jurídicos. Igualmente, no século XIX,
mercadoria vendida ao final for inferior ao valor presumido,
a tributação no Brasil era toda calcada sobre os negócios
deve haverá restituição tributária, e se for maior, deverá
praticados, com a aposição de selos. O imposto do selo foi
haver a tributação majorada, em virtude da inserção deste
mantido até a década de 1960, mas em sua origem era
mecanismo de técnica de arrecadação em meio a cadeia
aplicado a tudo. Assim, IOF e consumo eram tributados
tributária. Em caso de Estados que não realizem este ajuste
através do selo. Nesta época perdemos a oportunidade da
da tributação há quebra do princípio da não-cumulatividade e
unificação de todos estes impostos sobre negócios jurídicos
o instrumento da substituição tributária esta a ser utilizado
como uma tributação sobre o consumo (como o é na maior
como apanágio para a cobrança majorada de tributos ou
parte dos países do mundo). O IVA geraria um direito de
não-cobrança dos tributos legitimamente devidos.
crédito e nos abatimentos de créditos com débitos geraria
uma tributação única quando do consumo. O grosso da
tributação brasileira está no consumo e não nos tributos Neste ponto, três aspectos são delicados: substituição
sobre a renda, ou sobre a propriedade. tributária, abatimento do IPI do ICMS e emprego de isenções
ao longo da cadeia de não-cumulatividade (nestes casos
deve existir um dever de reconhecimento na operação
Hoje é muito difícil a reforma tributária para a
seguinte dos créditos anteriores àquele caso da isenção).
consolidação de todos estes tributos de modo a estabelecer
Este é outro subsistema, além do comércio exterior e
o mesmo estado de financiamento sem fazer com que os
tributação do consumo.
contribuintes não tenham a sensação de majoração na
tributação com a instituição desse imposto único no IVA.

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