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A Cabanagem

Na década de 1830, a província do Grão-Pará, que compreendia os estados do Pará e do


Amazonas, tinha um pouco mais de 80 mil habitantes (sem incluir a população indígena
não-aldeada). De cada cem pessoas, quarenta eram escravos indígenas, negros, mestiços
ou tapuios, isto é, indígenas que moravam nas vilas.

Belém, nessa época, não passava de uma pequena cidade com 24 mil habitantes, apesar
de importante centro comercial por onde era exportado cravo, salsa, fumo, cacau e
algodão.

( denominação "Cabanagem" remete ao tipo de


habitação da população ribeirinha, constituída por mestiços, escravos libertos e indígenas .)

A independência do Brasil despertou grande expectativa no povo da região. Os


indígenas e tapuios esperavam ter seus direitos reconhecidos e não serem mais
obrigados a trabalhar como escravos nas roças e manufaturas dos aldeamentos; os
escravos negros queriam a abolição da escravatura; profissionais liberais nacionalistas e
parte do clero lutavam por uma independência mais efetiva que afastasse os portugueses
e ingleses do controle político e econômico. O resto da população – constituída de
mestiços e homens livres -, entusiasmada com as idéias libertárias, participou do
movimento, imprimindo-lhe um conteúdo mais amplo e mais radical.

A grande rebelião popular, que aconteceu em 1833, teve origem num movimento de
contestação, ocorrido dez anos antes e que havia sido sufocado com muita violência,
conhecido como “rebelião do navio Palhaço”.

Em 6 de janeiro de 1835, liderados por Antônio Vinagre, os rebeldes (tapuios, cabanos,


negros e índios) tomaram de assalto o quartel e o palácio do governo de Belém,
nomeando Félix Antonio Clemente Malcher presidente do Grão-Pará. A Cabanagem
apenas começava. Os cabanos, em menos de um dia, atacaram e conquistaram a cidade
de Belém, assassinando o presidente Lobo de Souza e o Comandante das Armas, e
apoderando-se de uma grande quantidade de material bélico. No dia 7, Clemente
Malcher foi libertado e escolhido como presidente da província e Francisco Vinagre
para Comandante das Armas. O governo cabano não durou por muito tempo, pois o
novo presidente, Félix Malcher - tenente-coronel, latifundiário, dono de engenhos de
açúcar - era mais identificado com os interesses do grupo dominante derrotado, é
deposto em 19 de fevereiro de 1835, com o apoio das classes dominantes e pretendia
manter a província unida ao Império do Brasil.

Francisco Vinagre, Eduardo Angelim e os cabanos pretendiam se separar. O


rompimento aconteceu quando Malcher mandou prender Angelim. As tropas dos dois
lados entraram em conflito, saindo vitoriosas as de Francisco Vinagre. Clemente
Malcher, assassinado, teve o seu cadáver arrastado pelas ruas de Belém.

Agora na presidência e no Comando das Armas da Província, Francisco Vinagre não se


manteve fiel aos cabanos. Se não fosse a intervenção de seu irmão Antônio, teria
entregue o governo ao poder imperial, na pessoa do marechal Manuel Jorge Rodrigues
(julho de 1835). Devido à sua fraqueza e ao reforço de uma esquadra comandada pelo
almirante inglês Taylor, os cabanos foram derrotados e se retiraram para o interior.
Reorganizando suas forças, os cabanos atacaram Belém, em 14 de agosto. Após nove
dias de batalha, mesmo com a morte de Antônio Vinagre, os cabanos retomaram a
capital.

( Eduardo Angelim, um dos líderes da revolta.)

Eduardo Angelim assumiu a presidência. Durante dez meses, a elite se viu atemorizada
pelo controle cabano sobre a província do Grão-Pará. A falta de um projeto com
medidas concretas para a consolidação do governo rebelde provocou seu
enfraquecimento. Diante da vitória das forças de Angelim, o império reagiu e nomeou,
em março de 1836, o brigadeiro Francisco José de Sousa Soares de Andréa como novo
presidente do Grão-Pará, autorizando a guerra total contra os cabanos. Em fevereiro,
quatro navios de guerra se aproximavam de Belém, prontos para atacar uma cidade
tomada pela desordem, fome e varíola. No dia 13 de maio de 1836, o brigadeiro
d'Andrea estacionou sua esquadra em frente a Belém e bombardeou impiedosamente a
cidade. Os cabanos insurgentes escapavam pelos igarapés em pequenas canoas,
enquanto Eduardo Angelim e alguns líderes negociavam a fuga.

O brigadeiro d'Andrea, entretanto, julgando que Angelim, mesmo foragido, seria uma
ameaça, determinou que seus homens fossem ao seu encalço. Em outubro de 1836,
numa tapera da selva, ao lado de sua mulher, Angelim foi capturado, tornado prisioneiro
na fortaleza da Barra, até seguir para o Rio de Janeiro. A cabanagem, porém, não
acabou com a prisão de Eduardo Angelim. Os cabanos lutaram até 1840 (internados na
selva), até serem literalmente exterminados: nações indígenas foram chacinadas: os
murá e os mauê praticamente desapareceram.

Entre 1837 e 1840, os conflitos no interior foram controlados. Diversas batalhas fizeram
com que este movimento ficasse marcado por sua violência. Estima-se que mais de 30
mil pessoas foram mortas. Dessa maneira, a Cabanagem encerrou a única revolta
regencial onde os populares conseguiram, mesmo que por um breve período, sustentar
um movimento de oposição ao governo.
A
Revolta

da

Cabanagem.
Soviedade Civil Madre Celeste.

Aluno: Rafael Dias S.D. Gaia .

6º ano
2009

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