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Belém, nessa época, não passava de uma pequena cidade com 24 mil habitantes, apesar
de importante centro comercial por onde era exportado cravo, salsa, fumo, cacau e
algodão.
A grande rebelião popular, que aconteceu em 1833, teve origem num movimento de
contestação, ocorrido dez anos antes e que havia sido sufocado com muita violência,
conhecido como “rebelião do navio Palhaço”.
Eduardo Angelim assumiu a presidência. Durante dez meses, a elite se viu atemorizada
pelo controle cabano sobre a província do Grão-Pará. A falta de um projeto com
medidas concretas para a consolidação do governo rebelde provocou seu
enfraquecimento. Diante da vitória das forças de Angelim, o império reagiu e nomeou,
em março de 1836, o brigadeiro Francisco José de Sousa Soares de Andréa como novo
presidente do Grão-Pará, autorizando a guerra total contra os cabanos. Em fevereiro,
quatro navios de guerra se aproximavam de Belém, prontos para atacar uma cidade
tomada pela desordem, fome e varíola. No dia 13 de maio de 1836, o brigadeiro
d'Andrea estacionou sua esquadra em frente a Belém e bombardeou impiedosamente a
cidade. Os cabanos insurgentes escapavam pelos igarapés em pequenas canoas,
enquanto Eduardo Angelim e alguns líderes negociavam a fuga.
O brigadeiro d'Andrea, entretanto, julgando que Angelim, mesmo foragido, seria uma
ameaça, determinou que seus homens fossem ao seu encalço. Em outubro de 1836,
numa tapera da selva, ao lado de sua mulher, Angelim foi capturado, tornado prisioneiro
na fortaleza da Barra, até seguir para o Rio de Janeiro. A cabanagem, porém, não
acabou com a prisão de Eduardo Angelim. Os cabanos lutaram até 1840 (internados na
selva), até serem literalmente exterminados: nações indígenas foram chacinadas: os
murá e os mauê praticamente desapareceram.
Entre 1837 e 1840, os conflitos no interior foram controlados. Diversas batalhas fizeram
com que este movimento ficasse marcado por sua violência. Estima-se que mais de 30
mil pessoas foram mortas. Dessa maneira, a Cabanagem encerrou a única revolta
regencial onde os populares conseguiram, mesmo que por um breve período, sustentar
um movimento de oposição ao governo.
A
Revolta
da
Cabanagem.
Soviedade Civil Madre Celeste.
6º ano
2009