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IMPUTAÇÃO OBJECTIVA
Há uma acção penalmente relevante, mas não é típica se não é típica, não
há responsabilização penal do agente.
E só havendo nexo de imputação, esse nexo relacional, que não tem de ser
necessária e forçosamente causal, é que se pode afirmar a responsabilidade
jurídico-penal do agente.
Surge uma teoria que procurava dar resposta a esta imputação do resultado
a uma determinada actividade e que é uma verdadeira teoria da causalidade,
que pressupõe a existência de um nexo causal entre um determinado resultado
e uma conduta, em termos de causa e efeitos.
Uma critica que se faz à teoria da “conditio sine qua non” é que ela não
resolve os casos de imputação na chamada causalidade cumulativa e na
chamada causalidade virtual ou hipotética.
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Por outro lado ainda, uma critica que se faz a esta teoria, é a de que esta
teoria, já excessiva na responsabilização criminal, por referência ao conceito de
causa que tem, e porque não permite distinguir entre causas relevantes e
irrelevantes e irrelevantes porque todas as circunstâncias são condições aptas
à produção do resultado, então este conceito naturalístico de causa não
consegue explicar a imputação nos crimes omissões impuros ou impróprios.
Parece ser aquela que o Código Penal perfilha no art. 10º, quando equipara
a acção à omissão e quando se diz que, quando de um crime faz parte um
determinado resultado, o facto é tanto a acção adequada a produzi-lo, como a
omissão da acção adequada a evitá-lo.
Neste juízo vai-se verificar se, para um homem médio, para um agente
médio colocado nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar daquele
comportamento em concreto, era previsível que resultasse aquela ocorrência
ou que desse comportamento resultasse aquele evento em concreto.
E é objectiva, porque não se vai perguntar ao próprio agente que agiu se,
actuando daquela forma, lhe era a si previsível que ocorresse aquele evento,
mas vai-se efectivamente questionar, por relação – é quase uma valoração
paralela na esfera laica do agente. Ou seja, vai-se averiguar, para um homem
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Por outro lado, este critério, ou esta ideia de previsibilidade em que assenta
a teoria da adequação é um critério algo impreciso. E isto porque, postulando
um conhecimento da realidade e do mundo objectivo, não há dúvida nenhuma
que esse conhecimento é residual.
Existem doutrinas posteriores cujo percurso foi iniciado por Klaus Roxin, que
vêm introduzir determinadas ideias para de alguma forma, corrigir estas teorias
antecedentes: quer a teoria da adequação ou da causalidade adequada, quer a
teoria da “conditio sine qua non” ou da equivalência das condições. É a
chamada teoria do risco, ou dos critérios do risco.
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Em conclusão:
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Por outro lado, pode haver causalidade e não obstante não haver imputação
objectiva, são casos de diminuição do risco.
- Se, pelo contrário, se afirmar que não era previsível, então trata-se de
um desvio relevante ou essencial.
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Nos termos do art. 10º/1 CP, diz-se que quando um determinado crime, ou
um determinado facto típico, compreende um resultado, o facto abrange não só
a acção adequada a produzi-lo, como a omissão da acção adequada a evitá-lo.
Neste sentido, parece que o legislador firma aqui, como ponto de partida
para a imputação objectiva, uma teoria da adequação, mas teoria da
adequação que, sendo no entanto maioritária na doutrina e jurisprudência mais
recentes, completada pelos critérios de imputação objectiva nomeadamente
pelas ideias do risco.
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