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TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira.

Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento


terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Capítulo 1

INTRODUÇÃO
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Capítulo 1: Introdução

Com os avanços tecnológicos e científicos na área da neonatologia, cada


vez mais, é possível a sobrevivência de bebês que nascem pré-termo. Segundo Silva
(2003) a vida destes neonatos tem sido salva, entretanto, com alto custo para o
desenvolvimento infantil.
O feto é preparado para nascer a partir de 37 a 42 semanas de gestação,
uma vez que dentro de seu ambiente natural (útero materno) são recebidos todos os
estímulos necessários para o seu desenvolvimento. Quando esta gravidez é
interrompida precocemente o feto deixa de receber os estímulos adequados, de modo
que passa a ter que se desenvolver em um ambiente muito diferente do natural, a
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), cuja experiência afeta negativamente o
desenvolvimento do pré-termo.
Nessa perspectiva, a prematuridade pode trazer para o bebê uma série de
seqüelas para o seu desenvolvimento, por isso a preocupação dos profissionais da área
da saúde tem aumentado em relação à qualidade de vida que esses bebês prematuros
terão ao longo de seu desenvolvimento. E para que este ocorra de maneira saudável é
necessário que todos os fatores que o integram, como os aspectos maturacionais,
fisiológicos, ambientais, psico-emocionais e sociais, estejam em equilíbrio. O
desequilíbrio de um deles é chamado de fator de risco para o desenvolvimento. Diante
disso, considera-se de suma importância o acompanhamento do desenvolvimento
infantil de bebês prematuros que já apresentam a prematuridade como fator de risco.
O tema abordado foi escolhido perante a necessidade encontrada através da
prática terapêutica ocupacional em consultórios particulares. Verificou-se que muitos
bebês com fatores de risco associados ao nascimento (prematuridade) não realizavam
um trabalho preventivo em relação ao seu desenvolvimento e, na maioria dos casos, o
encaminhamento para esses serviços privados se efetivava quando a criança já
apresentava alteração em seu desenvolvimento.
De acordo com Neves (apud RODRIGUES, 2003) existe uma interação
contínua entre fatores biológicos e ambientais durante todo o desenvolvimento infantil,
sendo que, os fatores ambientais podem atenuar ou agravar os fatores de risco. Diante
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disso, constatou-se a importância de um acompanhamento por meio da estimulação


essencial para o desenvolvimento de bebês pré-termo, uma vez que esta potencializa
todos os aspectos necessários para que a criança se desenvolva.
Assim, buscou-se realizar uma proposta de acompanhamento terapêutico
ocupacional do desenvolvimento infantil de bebês nascidos prematuramente, desde a
sua alta hospitalar. Nesses termos, o terapeuta ocupacional não é caracterizado como
um profissional de reabilitação, mas sim um facilitador do desenvolvimento infantil, de
maneira que propicie ações preventivas de possíveis desvios no desenvolvimento,
possibilitando, assim, melhor qualidade de vida para os bebês pré-termo e seus
familiares.
Espera-se, dessa forma, contribuir para um estudo crítico-científico que
desperte a atenção dos profissionais da área da saúde que trabalham diretamente com
o desenvolvimento infantil em relação à importância do acompanhamento desse
desenvolvimento em bebês com fatores de risco como a prematuridade.
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Capítulo 2

PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
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Capítulo 2: Procedimentos Metodológicos

De acordo com Gil (2002) o objetivo fundamental da ciência é chegar à


veracidade dos fatos por meio de um método que permita atingir determinado
conhecimento. Sendo que, método é o caminho para se chegar a determinado fim, e
método científico seria o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados
para se atingir o conhecimento.
Esse mesmo autor afirma que a caracterização da pesquisa ocorre conforme
suas fontes de informações, ou seja, configura-se como pesquisa bibliográfica,
pesquisa de campo e/ou pesquisa de laboratório. O referido estudo caracteriza-se como
uma pesquisa bibliográfica com base em fontes primárias secundárias, uma vez que a
coleta ocorreu por meio das contribuições teóricas já existentes, tanto originais como
nas baseadas nestas, objetivando sistematizar tais contribuições acerca do referido
objeto de estudo.
As fontes secundárias, citadas anteriormente, compõem-se de elementos
derivados de obras originais, referem-se a trabalhos escritos com o objetivo de analisar
e interpretar fontes primárias e, normalmente, com o auxílio e consulta de outras obras
consideradas, também, fontes secundárias. Dessa forma, a pesquisa bibliográfica tem
diversas finalidades, dentre as quais, destaca-se a de descrever e explicar o
conhecimento atual sobre o tema escolhido, dentro do campo e do tema escolhidos e
ajudar a apontar os autores mais importantes e conhecidos acerca da temática.
Os dados coletados foram analisados qualitativamente, cuja técnica tem a
finalidade de levantar informações que justifiquem e expliquem o “como” e os “porquês”
dos fatos investigados. Segundo Dias (2000), na pesquisa qualitativa o pesquisador é
um interpretador da realidade, ou seja, os métodos qualitativos são a imersão do
pesquisador no contexto e a perspectiva interpretativa de condução da pesquisa.
As informações e os dados da referida pesquisa foram coletados a partir de
materiais como: livros, revistas, artigos, trabalhos científicos, entre outros, embasou-se,
principalmente em autores como Silva (2007), Brazelton (1998), Rodrigues (2003),
Lopes; Lopes (1999), Caniato; Navajas (2003) e Figueiras (2005), tendo como foco,
principal, a abordagem comportamental.
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Capítulo 3

PREMATURIDADE
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Capítulo 3: Prematuridade

A gravidez de um bebê a termo tem duração de 37 a 42 semanas, enquanto


que o nascimento do recém-nascido prematuro ou pré-termo ocorre antes de completar
as 37 semanas de gestação, podendo ser classificado de acordo com sua idade
gestacional. O prematuro limite é aquele que nasce entre as 37 e 38 semanas, o
prematuro moderado nasce entre as 31 e 36 semanas e o prematuro extremo é o que
tem o nascimento entre as 24 e 30 semanas.
De acordo com Silva (2008) os bebês prematuros apresentam algumas
características físicas semelhantes, como pele fina, brilhante e rosada, podendo em
alguns casos ver-se claramente as veias como uma rede, pele por vezes coberta de
penugem fina e pouco cabelo, cabeça grande e desproporcional em relação ao resto do
corpo, orelhas finas e moles, músculos fracos e atividade física reduzida, reflexos de
sucção e deglutição fracos ou inexistentes, respiração irregular. No caso das meninas
os genitais têm um aspecto estranho porque os grandes lábios não cobrem os
pequenos lábios e nos meninos é provável que os testículos não tenham ainda descido
para o escroto.
A chegada prematura de um bebê traz consigo uma série de sentimentos
negativos para a família, pois raramente se está preparado para um parto prematuro. É
natural a mãe se culpar pelo nascimento precoce de seu filho, agora em vez de crescer
e se desenvolver de forma “normal” dentro de seu ventre, nasceu antes do tempo
esperado, pequenino e desprotegido, tendo que se desenvolver em um ambiente
muitas vezes hostil, cheio de luzes fortes, barulhos e muitos estímulos, ambiente este
muito diferente do tranqüilo e confortável útero da mãe.

O nascimento de uma criança prematura é um choque. Todo o trabalho da


gravidez, enquanto preparativo para o parto e para a chegada do novo bebê, é
bruscamente interrompida. Tanto o bebê prematuro quanto os seus pais têm de
enfrentar uma série de ajustes (BRAZELTON, 1994, p. 425).

A família que espera a chegada de um bebê se prepara para que ele chegue
no tempo normal, ou seja, a partir da trigésima sétima semana de gestação e, quando
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essa chegada é antecipada, a idealização do filho perfeito é ameaçada. Assim, tanto a


família quanto o bebê prematuro terão que se adaptar a essa nova situação.
De acordo com Silva (2008) alguns fatores podem estar associados com o
parto prematuro como: antecedentes maternos, que incluem doenças maternas,
antecedentes de partos prematuros ou abortos de repetição, idade da mãe (menor de
18 anos e maior de 35 anos); causas relacionadas com a gravidez, entre as quais tem-
se a Síndrome de HELLP (eclâmpsia), técnicas de reprodução assistida que se
associam à gravidez múltipla, infecções urinárias, ruptura prematura de membranas,
diabetes e/ou hipertensão, insuficiência cervical (fraqueza do colo do útero), placenta
prévia (a placenta totalmente alojada sobre o colo do útero), malformações do feto,
gravidez não controlada; e outros fatores como situações de stress físicos e psíquicos,
hábitos pouco saudáveis (tabaco, álcool e drogas), acidente por impacto.
Com a evolução dos cuidados intensivos e o aprimoramento da tecnologia
utilizada no cuidado de neonatos pré-termos, cada vez mais, é possível a sobrevivência
de bebês prematuros. De acordo com Rugolo (2005), no final da década de 90, as
expectativas de sobrevivência para prematuros com 750 a 1.000g estavam em torno de
85% e para os de 500 a 749g em torno de 45% em países desenvolvidos como os
Estados Unidos, enquanto no Brasil as pesquisas mostraram sobrevida de 73% nos
pré-termos de 750 a 1.000g e de 9 a 44% para os de 500 a 749g.
Martins, Mello e Scochi (apud RODRIGUES, 2003), apontam que no Brasil
alguns estudos mostram que há uma alta incidência de recém-nascidos prematuros,
porém, apesar do aumento da sobrevida desses bebês, existe a constante preocupação
dos pais em relação às seqüelas que a prematuridade pode causar. Por isso, deve-se
levar em consideração não apenas a sobrevivência, mas também a qualidade de vida
desses bebês dentro da UTI Neonatal e após sua alta.
Nessa perspectiva, o cuidado voltado ao prematuro dentro da UTIN
necessita de várias intervenções que minimizem o estresse nesse ambiente
possibilitando, assim, seu melhor desenvolvimento. Segundo Silva (2006) tais
intervenções não dizem respeito somente aos aspectos físicos do ambiente, mas todos
os procedimentos de cuidar bem. Ele afirma que os aspectos sociais envolvidos
incluem o uso de estratégias de cuidar que promovam e integrem os princípios dos
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cuidados voltados ao desenvolvimento e centrados na família, dentro do modelo


tradicional de cuidados médicos e de enfermagem, onde o foco principal é a diminuição
dos estímulos nocivos e a individualização aos cuidados do bebê prematuro para que
este possa ficar o mais estável, bem organizado e competente possível.
O cuidar bem busca proteger o bebê de estímulos inapropriados,
hiperestimulação e procedimentos desnecessários, bem como, garantir que esse
cuidado seja efetivado por alguém que o conheça intimamente, ou seja, que
(re)conheça as formas de iniciar contato, suas competências e dificuldades. Dessa
maneira, ele passa a ser visto como um ativo colaborador no seu próprio cuidado,
deixando-se o modelo tradicional de cuidar do bebê (sob a perspectiva do cuidador),
passando-se ao modelo de cuidar com o bebê, cuja atitude exige uma observação
prévia, uma análise da real necessidade do procedimento e sua realização no momento
mais adequado e modulado de acordo com suas respostas.
Sendo assim, a equipe multidisciplinar voltada para os cuidados do bebê pré-
termo dentro da UTIN deve estar apta a cuidar dele, isto é, cada profissional deve
conhecer as formas de iniciar contato, suas competências e dificuldades através dos
sinais de aproximação de cada recém nascido, além dos procedimentos necessários
para garantir a sobrevivência do prematuro.

Nós acreditamos que a atenção e o respeito aos bebês muito pequenos, seres
humanos freqüentemente frágeis, e à suas famílias não sejam apenas
essenciais para melhorar ainda mais o cuidado médico e os resultados em
termos de desenvolvimento, mas também, fundamentais a partir do ponto de
vista da humanização (SIZUN, WESTRUP and ESF apud DA SILVA, 2006, p.1,
grifo do autor).

Humanizar quer dizer tornar humano e, tornar humano um ambiente


hospitalar não quer dizer apenas modificar o aspecto físico do ambiente, mas modificar
também as relações existentes entre corpo técnico, pacientes e seus familiares. O
paciente, neste caso o bebê prematuro, é visto de forma individualizada e sua família é
de fundamental importância para o seu desenvolvimento.
Por ser prematuro, ele estará mais exposto a determinadas doenças e a
condições que podem acarretar em dificuldades no seu desenvolvimento global. Dessa
maneira, Leone e Tronchin (1996) salientam que a imaturidade de órgãos e sistemas de
recém-nascidos pré-termo ao nascerem faz com que eles tenham maior tendência em
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apresentar seqüelas em relação ao seu desenvolvimento. Sendo assim, Lopes e Lopes


(1999) afirmam que cuidar apenas da sobrevivência do pré-termo não basta, deve-se
estar preocupado com o futuro deles e de suas famílias.
Esse novo bebê prematuro merece ter uma atenção especial e adequada às
suas necessidades básicas de sobrevivência e de desenvolvimento, pois seu
amadurecimento biológico ainda não está completo, sendo necessário uma série de
procedimentos de tratamento que garantam o seu melhor desenvolvimento.

Embora a maior parte dos bebês prematuros cresça com aptidões normais, a
incidência de deficiências de aprendizagem, distúrbios de atenção ou
hiperatividade é mais alta neles do que nos bebês nascidos depois de uma
gestação normal (BRAZELTON, 1994, p. 429).

Para tanto, faz-se necessário o acompanhamento do desenvolvimento de


neonatos pré-termo após sua alta hospitalar. Lopes e Lopes (1999) apontam que
estudos de acompanhamento de crianças nascidas prematuras, em longo prazo, que
antes eram diagnosticadas como “normais”, aos dois anos de vida mostram que, na
idade escolar, tais crianças podem apresentar alterações nas áreas do desempenho
acadêmico e do aprendizado, integração visomotora e da linguagem, alterações na
área do comportamento e alterações motoras sutis.
O acompanhamento do desenvolvimento de bebês prematuros é de grande
importância devido a maior expressão da neuroplasticidade em que se encontram. A
fase de 0 a 12 meses de vida é considerada o período de maior plasticidade do
desenvolvimento humano, pois:

Há indícios crescentes de uma capacidade rápida de recuperação no sistema


nervoso dos bebês prematuros. Os caminhos do sistema nervoso do bebê
prematuro são caracterizados como “redundantes”. Em outras palavras, mesmo
que houver áreas lesadas, outras áreas podem assumir as funções das que não
estão atuando, desde que se inicie a tempo um trabalho de intervenção precoce
(idem, p. 428).

O acelerado desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida é devido


ao alto grau de plasticidade cerebral dessa fase. Agonilha (2008) denomina a
plasticidade cerebral como as capacidades adaptativas do sistema nervoso central
(SNC), em outros termos, a habilidade para modificar sua organização estrutural própria
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e seu funcionamento, sendo a propriedade do sistema nervoso que permite o


desenvolvimento de alterações estruturais em resposta à experiência, e como
adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos.
Conforme Brazelton (1994) não se pode regenerar células nervosas
danificadas, entretanto pode-se ajudar uma criança nascida prematuramente a
compensar as suas deficiências neurológicas, desde que a intervenção seja precoce.
Acredita-se que o acompanhamento precoce do desenvolvimento de neonatos pré-
termo possibilitará um trabalho preventivo, visando evitar e/ou minimizar
acontecimentos prejudiciais ao desenvolvimento de bebês prematuros, através de
programas de estimulação essencial.
O neonato pré-termo se desenvolve de forma mais lenta comparando-se ao
neonato a termo, pois há dificuldade em organizar um sistema nervoso tão frágil. É
comum a mãe de bebês prematuros compararem o desenvolvimento de seus filhos ao
desenvolvimento de crianças nascidas a termo. Todavia, faz-se mister a correção da
idade do bebê prematuro para poder se fazer tal comparação, cujo aspecto deve ser
esclarecido aos pais.
Brazelton (1994) enfatiza que, para descobrir a idade padrão e compará-la
ao atual estado de desenvolvimento do bebê pré-termo, deve-se calcular o número de
meses de prematuridade, somar às semanas ou meses em que ele esteve sob
cuidados intensivos e subtrair de sua idade atual. Ressalta-se que os estados graves
de doença e/ou realização de tratamentos intensivos pode reprimir o cérebro e não
amadurecer, canalizando toda sua energia para sua recuperação física, após a sua
melhora, o cérebro começa a progredir, podendo assim, sair do atraso. Além disso, o
autor relata que lentamente o neonato pré-termo aprenderá a prestar atenção, ou seja,
responderá de forma positiva aos estímulos essenciais ao seu desenvolvimento,
enquanto vai se recuperando de seu nascimento precoce.
Para tanto, serão abordados no capítulo a seguir aspectos acerca do
desenvolvimento normal de crianças de zero a doze meses de idade.
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Capítulo 4

DESENVOLVIMENTO INFANTIL
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Capítulo 4: Desenvolvimento Infantil

Sabe-se que nos últimos anos, devido aos avanços na área da neonatologia,
houve um aumento no índice de sobrevivência de bebês prematuros. Diante disso, o
interesse em garantir um bom desenvolvimento para pré-termo tem aumentado entre os
profissionais que atuam na área da saúde.

Se a sobrevivência infantil é uma das principais questões pendentes que nos


legou o século XX, garantir um crescimento e desenvolvimento saudáveis a
todos na primeira infância é um objetivo que, já iniciado o século XXI, lhe deve
estar indissoluvelmente associado (FIGUEIRAS, 2005, p. 7)

Entretanto, o desenvolvimento não é abordado como sinônimo de


crescimento, pois o crescimento termina em uma determinada idade, isto é, quando
esta alcança sua maturidade biológica, em contrapartida, o desenvolvimento é um
processo que acompanha o ser humano por toda a sua existência. Assim, o
desenvolvimento se refere a mudanças qualitativas, como por exemplo: aquisição e
aperfeiçoamento de capacidades e funções, que permitirão a criança realizar
habilidades novas, progressivamente mais complexas. Enquanto que o crescimento se
refere a mudanças quantitativas das proporções do organismo, em outras palavras,
trata-se das mudanças das dimensões corpóreas, como peso, altura, perímetro
cefálico, entre outros (MIMURA, 2008).
Conforme Bigsby (2002) o processo de desenvolvimento infantil sofreu
modificações durante o século XX. Há algumas décadas, teóricos do desenvolvimento
compreendiam o assunto como uma seqüência de passos definidos que dependiam da
maturação do sistema nervoso central (SNC). Hoje, sabe-se que o desenvolvimento é
um processo que depende de uma interação complexa entre a herança biológica,
relações interpessoais e ambientais.
O desenvolvimento como uma seqüência de passos definidos pela
maturação do SNC diz respeito a um modelo hierárquico, onde o desenvolvimento é
baseado em estudos observacionais do desenvolvimento motor e cognitivo em que o
processo intrínseco dessa progressão linear do desenvolvimento é biologicamente
predeterminada e diretamente relacionada com mudanças hierárquicas no
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desenvolvimento do SNC. Todavia, o modelo hierárquico não explica a variabilidade e


flexibilidade do comportamento motor e cognitivo, ou ainda, a enorme influência da
plasticidade do SNC e do ambiente no desenvolvimento (BIGSBY, 2002).
Por outro lado, Bee (2003) salienta o modelo de influência ambiental sob a
perspectiva ecológica que tem como percussor Urie Bronfenbrenner. Nesse sentido, o
desenvolvimento da criança é compreendido a partir do contexto o qual está inserida e
suas relações diretas e indiretas, ou seja, para Bronfenbrenner deve-se pensar sobre o
sistema ecológico em que a criança se desenvolve como uma série de camadas ou
círculos concêntricos. O primeiro círculo diz respeito ao microssistema (todos os
ambientes em que a criança vive experiências pessoais diretas), o segundo é referente
ao exossistema (elementos que a criança não experiencia diretamente, mas que
influenciam-na porque afetam o microssistema) e por fim, tem-se o macrossistema
(ambiente cultural mais amplo em que estão inseridos o microssistema e o
mexossistema).
Para Mussen et al. (apud FIGUEIRAS, 2005) o desenvolvimento é definido
como mudanças nas estruturas físicas e neurológicas, cognitivas e comportamentais,
que emergem de maneira ordenada e são relativamente duradouras compreendendo
três aspectos: padrões universais (mudanças que parecem ser universais, ocorrem em
todas as crianças, não importando a cultura em que cresçam ou as experiências que
tenham), diferenças individuais (explica as diferenças individuais) e influências
contextuais (comportamento influenciado pelo contexto ou situação ambiental).
É fato que o desenvolvimento ocorre de forma comum a todos os seres
humanos, porém, cada um apresenta sua especificidade, isto é, sua individualidade,
sofrendo influências do meio ao qual estão inseridos. Dessa maneira, Figueiras (2005)
afirma que desenvolvimento infantil é um processo que inicia na concepção, envolve
vários aspectos, desde o crescimento físico, as maturações neurológicas,
comportamentais, cognitivas, sociais e afetivas da criança, tendo como finalidade torná-
la competente para responder as suas necessidades e as do meio em que vive.
Com base nesta perspectiva, abordar-se-á o desenvolvimento infantil como
sendo um processo pelo qual a criança passa para adquirir habilidades adequadas a
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cada faixa etária, utilizando-se o aspecto neuropsicomotor como foco para proposta de
acompanhamento que será descrita posteriormente.
No estudo psicomotor, encontra-se o movimento como base para um
desenvolvimento infantil saudável, visto que, de acordo com Bueno (1998) a criança
atua no mundo através de seus movimentos. A relação do movimento com o
desenvolvimento deve ser entendida a partir da concepção de homem, cuja concepção
implica em localizar a relação humana e a dimensão do corpo em relação ao homem e
sua posição no mundo, no tempo e espaço, com outros homens e consigo mesmo
(FERREIRA; THOMPSON, 2002).
É através do corpo que o ser humano se configura enquanto ser atuante do
mundo em que vive e fazedor de sua história. Sendo também, através do corpo que se
manifestam os desequilíbrios biológicos, ambientais, psico-emocionais e sócio-culturais
relacionados ao desenvolvimento. Porém:

Para apropriar-se do corpo, uma criança terá que realizar, sucessivamente,


importantes conquistas em relação ao seu espaço, seus movimentos, suas
posturas, seus gestos, seus tempos. Temos um corpo (órgão), que, como diz a
expressão, terá que ser alguém (um sujeito), justamente para ser um corpo e
não uma pura carne (LEVIN apud OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2007, p. 17, grifo do
autor).

Para tornar-se um corpo significante e atuante é necessário a inter-relação


entre todos os fatores, já mencionados, que fazem parte do desenvolvimento do ser
humano. O desenvolvimento em seu aspecto neurofisiológico é citado por Lévy (apud
LACERDA; SILVA, 2000, p. 63):

A maturação pós-natal do sistema nervoso reverte-se, no homem, de


importância e duração consideráveis. Se os efeitos de um meio cheio de
estímulos sobre a organização do córtex cerebral, sua riqueza de conexões,
são ainda objeto de controvérsias, um fato é indiscutível: ele é exatamente
sensível às condições do meio ambiente físico, social e cultural. Eis porque não
basta amar e alimentar uma criança (...). É preciso compreender e saber que
suas atividades motoras concorrem para o desenvolvimento do cérebro e são
indispensáveis à organização do sistema nervoso.

A atividade motora é indispensável para o desenvolvimento do cérebro,


porém, deve-se entender que um aspecto isolado não se configura como adequado
para o desenvolvimento global. Aspectos como o motor, sensorial, cognitivo, sócio-
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cultural, e psico-emocional atuam concomitantemente durante o desenvolvimento


humano.
Para uma melhor compreensão da relação entre os fatores supracitados,
serão abordadas as fases do desenvolvimento infantil no primeiro ano de vida. Segundo
Bueno (1998), algumas “respostas” são esperadas no desenvolvimento
neuropsicomotor da criança de zero a doze meses de idade, como é o caso do recém-
nascido em que se verifica posição em flexão (braços e pernas flexonados), mãos
fechadas e reflexo (de Moro, cocleopalpebral, de sucção, entre outros). Num bebê de
um mês, espera-se que ele esperneie alternadamente, abra as mãos, comece a olhar,
comunique suas necessidades através do choro, vocalize, apresente sorriso social e
deixe de chorar quando alguém se aproxima e demonstre reação de atenção inata.
Já no segundo mês, almeja-se que ele fixe o olhar no rosto, siga objetos na
linha média, reaja ao som, eleve a cabeça, emita sons vocais e brinque com as mãos.
Aos três meses de vida, que ele já saia do estágio reflexo, sorria em resposta a outro
sorriso, sacuda o chocalho involuntariamente, entre no mundo humano pela
comunicação do sorriso e emita sons. Com quatro meses, que sustente a cabeça, ria
alto, esconda-se, segure objetos e comece a orientar-se no espaço. No quinto mês, que
ele pegue objetos ao seu alcance, leve os pés à boca e role. Já com seis meses de
vida, que utilize seu corpo e objetos no espaço, balbucie, alcance um brinquedo, leve
objetos à boca, localize o som e sente com apoio.
Durante o sétimo e oitavo mês, espera-se que procure objetos caídos, jogue
objetos, simbolize ausência e presença (brincadeira de cadê, achou!), sente sem apoio,
apresente preensão ativa do polegar, chore quando a mãe não está perto, reconheça-
se alegremente no espelho e engatinhe. Aos nove meses, que ele transfira objetos de
uma mão para outra, bata palmas, duplique sílabas, fique de pé com apoio, pegue
objetos escondidos a sua frente e apresente movimento de pinça. Com dez meses de
vida, que coloque-se em pé sozinho, beba com copo, repita os sons ouvidos,
interrompa a ação ao ouvir ordens, aprenda a falar as primeiras palavras juntando
sílabas e entenda noções de defesa e proibição. Aos onze e doze meses de idade, que
ele apresente desenvolvimento da marcha, entenda frases curtas, imita gestos, faça
pinça e ande com apoio.
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Não se pode negar que o desenvolvimento infantil se efetiva numa complexa


relação entre fatores biológicos, ambientais e interacionais que, por sua vez, podem
acarretar em riscos para o desenvolvimento e, tais riscos, são uma constate durante
todo o desenvolvimento do ser humano. Nesses termos, Figueiras (2005) enfatiza os
fatores de riscos, os quais podem ser classificados como: biológicos (fatores pré-natais,
perinatais e pós-natais) e fatores de riscos ambientais (experiências adversas de vida
ligada à família, ao meio ambiente e à sociedade).
De acordo com a autora supracitada, os fatores de riscos biológicos podem
estar relacionados aos fatores pré-natais, que compreendem as doenças durante a
gravidez, o uso de drogas, a exposição a raio X, a não aceitação da gravidez, entre
outros; os fatores perinatais que estão relacionados ao trabalho de parto demorado, ao
uso de fórceps, a prematuridade, a anóxia crônica ou aguda, entre outros; enquanto
que os pós-natais são referentes à meningites, à encefalites, à kernicterus, à doenças
intensas, entre outros. Com relação aos fatores de risco ambientais, a autora destaca
as condições precárias de saúde, a falta de recursos sociais e educacionais, a
educação materna, os estresses intrafamiliares (violência, abuso, maus-tratos),
problemas de saúde mental da mãe ou de quem cuida e as práticas inadequadas de
cuidado e educação, dentre outros.
Conforme Rodrigues (2003), cada fator de risco tem um peso variável na
instalação de problemas para o desenvolvimento, sendo que a soma desses fatores
pode aumentar a probabilidade para o aparecimento de problemas durante o
desenvolvimento infantil. Nessa linha de raciocínio, acredita-se que seja relevante a
detecção precoce de tais fatores para que possa ser realizado um trabalho de
estimulação essencial para o melhor desenvolvimento dessas crianças. Para tanto,
deve-se conhecer o processo de desenvolvimento infantil normal, para assim, poder
reconhecer os fatores indicativos de um desenvolvimento infantil inadequado.
De acordo com Figueiras (2005) é de suma importância proporcionar á
criança oportunidades para que tenha um desenvolvimento adequado, principalmente
nos primeiros anos de vida. Pois é nesta fase da vida que o tecido nervoso mais cresce
e amadurece e, devido a sua grande plasticidade, é também nesta fase que a criança
melhor responde às terapias e aos estímulos que recebe do meio ambiente.
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A inclusão da relação família-bebê dentro do ambiente de estimulação


essencial é de suma importância para o desenvolvimento infantil. Segundo Silva (2007)
a família tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança, pois pode ou não
potencializar esse desenvolvimento a partir das relações que trava com seus filhos. Bee
(2003) afirma, ainda, que a partir do vínculo afetivo (apego), o bebê sente-se seguro e
apto para explorar o mundo.
Nessas perspectivas, verifica-se a importância da participação efetiva dos
responsáveis para o desenvolvimento do bebê nos programas de estimulação
essencial. Conforme Caniato e Navajas (2003) a família deve ser orientada em relação
a estimulação essencial de seu filho, objetivando a compreensão das dificuldades, das
limitações, das diferenças pessoais de ritmo e de potencial de cada bebê,
proporcionando, assim, um melhor desenvolvimento neuropsicomotor para seu filho,
como será abordado no capítulo seguinte.
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Capítulo 5

ESTIMULAÇÃO PRECOCE
OU
ESTIMULAÇÃO ESSENCIAL?
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Capítulo 5: Estimulação Precoce ou Estimulação Essencial?

Segundo Herren e Herren (apud MARTINS; MOSER, 1996), a estimulação


precoce é um conjunto de processos preventivos e/ou terapêuticos realizados para
assegurar à criança, durante a primeira infância, um melhor intercâmbio com o meio em
que vive. Por outro lado, para Caniato e Navajas (2003) estimulação e intervenção
precoce não são vistas como sinônimos. Estimulação aborda aspectos que toda criança
recém-nascida necessita para desenvolver suas capacidades, enquanto que a
intervenção precoce visa ajudar crianças com alteração no desenvolvimento atuando de
forma efetiva desde os primeiros momentos de vida.
Dessa forma, o termo estimulação precoce vem sendo substituído por
estimulação essencial ao desenvolvimento, que segundo Cabral (apud CANIATO;
NAVAJAS, 2003) significa uma necessidade humana básica para um crescimento e
desenvolvimento harmônico, sendo, através dessa prática que a criança desenvolve
seu potencial genético e atinge as maturidades físicas, mentais, emocionais e sociais.
Para D’Avila, Moraes e Tonini (2006) a estimulação essencial caracteriza-se por
oferecer à criança experiências e atividades que incentivam seu desenvolvimento, tanto
nas suas capacidades, suas habilidades e suas energias, ou seja, suas
potencialidades.
O termo estimulação essencial surgiu com o trabalho da educadora Heloísa
Marinho, que após a sua longa experiência, salientou que a estimulação é essencial por
ser um importante incentivador do processo evolutivo no desenvolvimento infantil
(CABRAL apud CANIATO; NAVAJAS, 2003). Marinho (apud CANIATO; NAVAJAS,
2003) afirma, ainda, que o termo estimulação precoce não se aplica à nossa língua,
pois, em relação ao desenvolvimento e à educação, nada pode ser realizado
antecipadamente. Não se tem como saber antecipadamente o que vai acontecer em
relação ao desenvolvimento infantil, porém, deve-se favorecer às crianças com fatores
de riscos estimulação essencial com o intuito de proporcionar um melhor
desenvolvimento neuropsicomotor, ou o mais próximo, possível, de sua faixa etária.
Para se falar em estimulação essencial, abordar-se-á a prematuridade como
fator de risco para o desenvolvimento, contudo o aspecto da prematuridade não é visto
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

como fator isolado de possível atraso para o desenvolvimento infantil, mas sim como
fator preponderante para um acompanhamento precoce do desenvolvimento do bebê
pré-termo desde a sua alta hospitalar. Sabe-se que a prematuridade pode ocasionar
desvios no desenvolvimento infantil, por isso, deve-se evitar e/ou minimizar condições
inadequadas para esse desenvolvimento através de um trabalho de estimulação
essencial.
Conforme Bauchner et al. (apud GAÍVA; FERRIANI, 2001) o nascimento
precoce põem em risco o bebê pré-termo devido à imaturidade dos órgãos e eleva os
riscos de morbimortalidade neonatal, pós-natal e na infância, visto que esses bebês têm
menores probabilidades de sobrevivência e menores condições de desenvolvimento
adequado. Devido a esses fatores, é de suma importância o acompanhamento de
estimulação essencial do desenvolvimento de bebês prematuros, através de um
trabalho preventivo e de qualidade de vida.
Concorda-se com Corde (apud RODRIGUES, 2003, p.108) quando afirma
que “a prevenção é um ato ou efeito de evitação da ocorrência de acometimentos
prejudiciais à vida e à saúde ou minimização dos efeitos, quando o dano já ocorreu”. No
caso da prática terapêutica ocupacional, observa-se que muitos bebês são
encaminhados para a realização de estimulação precoce e/ou essencial quando já
apresentam a deficiência instalada, restringindo dessa forma a intervenção que deixa
de ter um caráter preventivo de alterações do desenvolvimento infantil passando a se
caracterizar apenas por tratamento de alterações patológicas do desenvolvimento. Vale
ressaltar que no acompanhamento de estimulação essencial do desenvolvimento de
bebês prematuros não há participação somente do terapeuta ocupacional, mas também
outros profissionais da área da saúde especializados em desenvolvimento infantil como:
pediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros.
Diante do que foi exposto, abordar-se-á a estimulação essencial para o
desenvolvimento de bebês pré-termos como de suma importância para o
acompanhamento do desenvolvimento infantil de bebês com fatores de risco. Segundo
Novello, Degraw e Kleinman (apud BORDIN; JORGE; LINHARES, 2001)
acompanhando o desenvolvimento de crianças com problemas neonatais, como a
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

prematuridade, evita-se que os fatores de risco se potencializem, transformando-se,


assim, em problemas para o desenvolvimento infantil.
Entende-se por acompanhamento o mesmo que vigilância do
desenvolvimento, que de acordo com Huthsson & Nicholl (apud FIGUEIRAS, 2005,
p.10):

Compreende todas as atividades relacionadas à promoção do desenvolvimento


normal e à detecção de problemas no desenvolvimento (...) da criança. É um
processo contínuo, flexível, envolvendo informações dos profissionais de saúde,
pais, professores e outros.

Para a proposta do referido trabalho será abordada a atuação do terapeuta


ocupacional, tendo em vista que a:

Terapia ocupacional é a arte e a ciência de ajudar pessoas a realizarem as


atividades diárias que são importantes para elas (...). ‘Ocupação’ em terapia
ocupacional não se refere simplesmente a profissões ou a treinamentos
profissionais; ocupação em terapia ocupacional refere-se a todas as atividades
que ocupam o tempo e dão sentido a suas vidas (NEISTADT; CREPEAU, 2002,
p.3).

Assim, o referido profissional assume o papel de facilitador do


desenvolvimento infantil de bebês nascidos prematuros através do programa de
acompanhamento desse desenvolvimento, utilizando-se do brincar com o intuito de
promover o desenvolvimento adequado desses bebês. O brincar segundo Alessandrini
(apud REZENDE, 2005, p. 51):

É a forma infantil de aprender, é a válvula de escape à necessidade inata de


atividade. Nela a criança envolve-se com a mesma atitude e energia que nos
engajamos em nosso trabalho. Brincar é uma incumbência séria que não deve
ser confundida com diversão ou uso ocioso do tempo, não é leviandade, é uma
atividade intencional.

É através do brincar que o bebê atinge suas etapas neuropsicomotoras,


desenvolve sua inteligência, sua criatividade e seu comportamento social. É brincado
que o bebê desenvolve e potencializa suas habilidades. Conforme Takata (apud
REZENDE, 2005, p. 57) “o brincar abrange exploração, experimentação, repetição de
experiência e imitação de crianças em volta”. É a partir dessa perspectiva que adota-se
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

o brincar como ponto central da facilitação do desenvolvimento infantil em bebês que


apresentam fatores de riscos para seu desenvolvimento, neste caso, a prematuridade.
Para o bom desenvolvimento infantil não se pode deixar de incluir no
contexto da estimulação a família. Caniato e Navajas (2003) salientam que após a
chegada inesperada de um bebê prematuro é necessário que a família prepare um
ambiente centrado e acolhedor ás necessidades do bebê para que futuramente, este,
não venha apresentar alterações emocionais e de comportamento.

A existência da mãe, sua simples presença, age como um estímulo para as


respostas do bebê; sua menor ação – por mais insignificante que seja – mesmo
quando não está relacionada com o bebê, age como um estímulo. Um outro
fator de reforço é o fato de as ações do bebê que são agradáveis à mãe serem
por ela facilitadas. Suas preferências terão, portanto, uma influencia direta no
desenvolvimento do bebê. Se sua atitude é maternal e carinhosa, ela aprecia
praticamente todas as atividades do filho. Seus afetos, seu prazer, suas
próprias ações (...) facilitam inúmeras e várias ações do filho (SPITZ apud
OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2007, p. 26).

Além disso, a estimulação, como já foi dito, é essencial para o


desenvolvimento e conforme Lopes e Lopes (1999), a responsabilidade primária dessas
estimulações está no meio em que a criança vive, ou seja, na família. Para Bee (2003),
o relacionamento existente entre os bebês e sua família tem um valor de sobrevivência,
pois dizem respeito aos cuidados destinados a este ser extremamente dependente. Tal
relacionamento se caracteriza como apego, uma vez que assume um valor de
segurança e conforto quando este está na presença da pessoa a quem está apegado,
podendo usá-lo como base segura, sendo capaz de explorar o resto do mundo.
Entretanto, no nascimento prematuro de um bebê a relação de apego
acontece de forma mais lenta, segundo Brazelton (1998) os pais se culpam, por não
terem produzido o bebê perfeito que esperavam e também lamentam ospossíveis
defeitos que podem ter produzido, sentem-se culpados pela condição que o filho se
encontra. Com isso, em muitos casos, não sabem como cuidar desse ser tão
“vulnerável” e acabam superprotegendo-o.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Os pais tendem a tratar o bebê como se este estivesse sob risco por vários
anos (...). Quando os bebês são tratados como vulneráveis e são
superprotegidos, a qualidade de suas vidas, bem como seu potencial para o
desenvolvimento da autonomia, podem ser seriamente afetados (BRAZELTON,
1998, p. 78).

Fatores ambientais como privações no meio ambiente podem trazer


complicações para o desenvolvimento infantil, bem como fatores biológicos. Dessa
forma, no capitulo seguinte, será apresentada uma proposta de acompanhamento do
desenvolvimento infantil de bebês pré-termo, em que serão realizadas orientações aos
familiares e a estimulação essencial como fatores primordiais para o desenvolvimento
infantil adequado.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Capítulo 6
PROPOSTA DE
ACOMPANHAMENTO
TERAPÊUTICO OCUPACIONAL DO
DESENVOLVIMENTO DE BEBÊS
PREMATUROS
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Capítulo 6: Proposta de Acompanhamento Terapêutico Ocupacional do


desenvolvimento de bebês prematuros

Como já foi visto, a estimulação essencial é toda estimulação necessária


para o adequado desenvolvimento do bebê, dessa maneira, abordar-se-á uma proposta
de intervenção com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento de bebês pré-termo
desde a sua alta hospitalar. Dentro dessa proposta, tem-se como ponto central a
prevenção de possíveis atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês
prematuros e a orientação aos familiares sobre o desenvolvimento infantil.
O trabalho preventivo visa oferecer aos bebês prematuros e suas famílias
uma melhor qualidade de vida, bem como, detectar precocemente algum tipo de dano
para o desenvolvimento infantil, de maneira a proporcionar a intervenção precoce do
terapeuta ocupacional frente aos comprometimentos que esses danos podem causar.
Assim, Lopes e Lopes (1999) afirmam que o profissional realizará a facilitação da
organização cerebral e a inibição de movimentos ou comportamentos anormais,
estando, portanto, o tratamento ligado diretamente ao tipo de disfunção.
De acordo com Lemos et al (2004) o terapeuta ocupacional avalia
juntamente com os médicos neonatologista e neurologista o desenvolvimento
neuropsicomotor do bebê. Havendo alguma disfunção em qualquer uma das áreas, o
terapeuta ocupacional acompanha o prematuro em sessões semanais objetivando a
estimulação global.

Este acompanhamento se baseará no modelo lúdico, ou seja, no brincar que


de acordo com Ferland (2008) na terapia ocupacional, o brincar é percebido como
modalidade privilegiada de intervenção, visto que o indivíduo configura-se como um ser
biopsicossocial, movido pela necessidade de atuar em seu ambiente. A atividade ,
neste caso, o brincar dará sentido no modo de agir e favorecerá a adaptação ao longo
do desenvolvimento infantil.

Em relação à orientação aos familiares, pretende-se esclarecê-los sobre os


marcos neuropsicomotores do desenvolvimento infantil, além de orientá-los acerca dos
cuidados com o bebê e como melhor estimulá-los no ambiente familiar. Para se
alcançar tais objetivos, a proposta de acompanhamento do desenvolvimento de bebês
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

prematuros se efetivará a partir de avaliações periódicas do desenvolvimento desses


bebês, bem como, a realização de atividades que otimizem esse desenvolvimento.
A proposta é destinada aos bebês pré-termo nascidos no Hospital Santa
Casa de Misericórdia do Estado do Pará, por ser um hospital de referência em
neonatologia, no período de setembro a novembro do ano de 2008. O
acompanhamento do desenvolvimento desses bebês prematuros poderá ser realizado
em seus domicílios, os quais serão encaminhados através do neonatologista do referido
hospital, por meio do consentimento prévio da família do bebê.
No primeiro momento da proposta, realizar-se-á uma avaliação neurológica,
baseada no método avaliativo de Dubowitz e Dubowitz. Segundo Lopes e Lopes (1999)
esse método pode ser aplicado ao bebê a termo e também ao bebê pré-termo, pois
permite detectar sinais neurológicos anormais, documenta, através de um exame
seqüencial, a evolução normal do comportamento neurológico do prematuro. Sua
aplicação é rápida e pode ser aplicado por profissionais treinados sem formação
específica em neurologia neonatal. Além disso, o exame objetiva registrar o estado
funcional do sistema nervoso em recém-nascidos pré-termo com idade corrigida de 40
semanas.

Uma finalidade desse exame é estudar a condição neurológica do recém-


nascido prematuro, e então, seguir seqüencialmente o desenvolvimento e a
evolução dos vários sinais e comparar prematuros de diferentes idades
gestacionais quando atingem 40 semanas de idade, corrigida com o recém-
nascido a termo de 40 semanas de gestação.(LOPES; LOPES, 1999, p. 154).

De acordo com esses autores, a avaliação neurológica neonatal pelo método


de Dubowitz e Dubowitz incluem os itens: a) capacidade do bebê em se habituar aos
estímulos luminosos e sonoros repetidos; b) movimentos corporais e tônus muscular,
que são avaliados com base na observação e/ou aplicação das manobras como
postura, recolhimento e tração de braços, recolhimento e tração de pernas, ângulo
poplíteo, controle (musculatura anterior e posterior do pescoço) e queda de cabeça,
suspensão ventral, elevação da cabeça quando em decúbito ventral, liberação do braço
quando em decúbito ventral, movimentos corporais espontâneos, tremores /
sobressaltos, movimentos corporais anormais; c) reflexos (tendinosos, preensão
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

palmar, pontos cardeais, sucção, marcha, Moro) e; d) comportamento (orientação


auditiva e visual, alerta, reação de defeca, pico de excitabilidade, irritabilidade,
capacidade de ser consolado).
Segundo Silva (2007) muitos itens da avaliação neurológica de Dubowitz e
Dubowitz são influenciados pelo estado de consciência do bebê, de acordo com a
classificação de Bralzeton (ver abaixo quadro), devendo iniciar por aqueles que
requerem um estado de sono (estados 1 e 2 de Brazelton), seguindo pelos que são
menos influenciados pelo estado e, terminando com a aplicação dos itens
comportamentais de Brazelton que requerem um estado de alerta (3 a 5). Além disso, o
exame deve ser realizado em ambiente tranqüilo e de preferência que se inicie 30 a 60
minutos antes da mamada.

Quadro. Estados de consciência.


os olhos estão bem fechados, a
Estado 1 Sono profundo respiração é profunda e não há
atividade motora.
os olhos estão fechados, mais
Estado 2 Sono ativo descrevem movimentos rotativos
lentos.
os olhos do bebê podem abrir-se
Estado 3 Estado de sonolência ou intermédio e fechar-se, mas ele parece
estar adormecido.
o corpo e a face do bebê estão
Estado 4 Estado de alerta, acordado relativamente calmos e inativos,
e o olhar é vivo e brilhante.
Os movimentos são freqüentes e
Estado 5 Alerta, ativo este estado procede o choro.
pode ser causado pela dor,
Estado 6 Choro fome, aborrecimento ou
desconforto.

FONTE: Brazelton citado por Ribeiro; Moura, 2008.


TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

As respostas obtidas pelo bebê devem ser marcadas na folha de avaliação


neurológica de Dubowitz e Dubowitz (em anexo) e conforme Silva (2007) alguma
dificuldade pode surgir no momento de decidir qual das descrições apresentadas é a
mais apropriada para ser marcada. Nessas circunstâncias, geralmente, elimina-se os
itens obviamente inapropriados restando normalmente dois itens a serem escolhidos,
caso continue difícil a escolha marca-se ambos (mesmo que bastante diferentes). Além
disso, alguns itens como postura e tipo de movimento não são estáticos, portanto,
marca-se o estado predominante. Caso as figuras disponíveis não reflitam
adequadamente o achado do exame as figuras que mais se aproximarem poderão ser
justapostas.
Após a realização do exame de avaliação neurológica segundo Dubowitz e
Dubowitz, realizar-se-á um plano de atendimento terapêutico ocupacional para o
acompanhamento do bebê de zero a doze meses de idade. Nessa faixa etária,
encontra-se o estágio sensório-motor e de acordo com Ferreira (apud MOREJÓN;
MUNHÓZ; FREITAS, 2008) este estágio é a fase do comportamento inteligente, o bebê
organiza a informação obtida através dos sentidos e desenvolve respostas aos
estímulos ambientais, ele põe em funcionamento um conjunto variado de
comportamentos, com a finalidade de experimentá-los e repeti-los.
O plano de atendimento será realizado de acordo com o resultado de cada
avaliação. No caso de uma avaliação considerada normal será feito o acompanhamento
mensal desse bebê, abordando-se o modelo lúdico que de acordo com Ferland (2008),
permite respeitar a criança pelo que ela é e, ainda, responde as suas necessidades de
agir da maneira mais apropriada. Caso seja detectado algum problema no
desenvolvimento serão realizados atendimentos mais regulares com o objetivo de
intervir precocemente prevenindo e/ou minimizando padrões patológicos e, se
necessário, o encaminhamento para centros especializados. Este plano será baseado
no brincar, que segundo Morejón, Munhóz e Freitas (2008) a atividade lúdica é
essencial para o desenvolvimento do bebê e o brinquedo representa um estímulo para
o seu desenvolvimento físico, mental, emocional e social.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Uma outra conduta da proposta de acompanhamento do desenvolvimento de


bebês pré-termo é a orientação aos familiares, que será realizada concomitantemente
aos atendimentos. Nessas orientações serão esclarecidos como se processa o
desenvolvimento em cada faixa etária, bem como realizar a correção da idade de sua
criança, para que comparações com crianças nascidas a termo não tragam frustrações
e preocupações. Além disso, será orientado em como estimular esse bebê da melhor
forma, de acordo com cada etapa do desenvolvimento em que se encontram.

Os programas de intervenção junto às famílias de bebês de risco têm se


mostrado eficazes em ensinar as mães a observarem e interpretarem os
comportamentos de seus filhos, tornando-se mais capazes de modificarem suas
ações contingentemente às necessidades de desenvolvimento do bebê,
favorecendo, assim, interações mais sincrônicas e recíprocas. (ALVES et al.
apud RODRIGUES, 2003, p. 110).

Nessas perspectivas, acredita-se que, o acompanhamento terapêutico


ocupacional do desenvolvimento de bebês com fatores de risco como a prematuridade,
onde há a interação entre bebê-família-terapeuta propiciará um melhor
desenvolvimento para esse bebê, bem como melhora na sua qualidade de vida e de
sua família.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Capítulo 7

CONSIDERAÇÕES FINAIS
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Capítulo 7: Considerações Finais

Diante da pesquisa realizada, verificou-se que o número crescente de


sobrevivência de bebês prematuros tem aumentado devido aos avanços tecnológicos e
científicos na área neonatal. Nessa perspectiva, a preocupação com a qualidade de
vida desses bebês e suas famílias tem aumentado entre os profissionais da área da
saúde especializados em desenvolvimento infantil.
Com isso, observou-se que programas de acompanhamento do
desenvolvimento de bebês pré-termo têm se mostrado bastante eficazes na prevenção
de possíveis atrasos no desenvolvimento infantil, bem como a facilitação do
desenvolvimento mais adequado para prematuros. Verificou-se também, que sendo a
prematuridade um fator de risco para o desenvolvimento infantil quando associada a
outros fatores de riscos, como a superproteção e/ou a hipo-estimulação, pode
potencializar os possíveis atrasos no desenvolvimento infantil.
Devido a esses aspectos os programas de acompanhamento do
desenvolvimento de bebês pré-termo têm que incluir a família no ambiente terapêutico,
visto que a família desempenha papel importante e fundamental no desenvolvimento
infantil. Foi a partir dessas perspectivas que se pensou em propor esse
acompanhamento do desenvolvimento dos bebês prematuros com a interação da
família, objetivando, com isso, minimizar as angústias da família em relação ao
desenvolvimento de seu bebê, orientando em relação ao desenvolvimento
correspondente a faixa etária que o bebê prematuro se encontra, para que não se faça
comparações inadequadas com bebês a termo e também, como estimular da melhor
maneira o bebê prematuro para não exigir dele mais do que realmente pode realizar.
Nessa proposta o terapeuta ocupacional é visto como facilitador do
desenvolvimento infantil, visto que sua atuação promove saúde e qualidade de vida do
ser humano em todos os seus estágios de desenvolvimento. No desenvolvimento
infantil, proporciona a partir do brincar (atividade essencial para promover o
desenvolvimento do bebê) um desenvolvimento adequado, ou o mais próximo possível,
para bebês nascido pré-termo.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

Com esta pesquisa, busca-se a valorização do profissional terapeuta


ocupacional como facilitador do desenvolvimento humano, bem como, a importância do
acompanhamento do desenvolvimento de bebês prematuros desde a sua alta hospitalar
e a inclusão da família nesse processo de desenvolvimento.
Espera-se, ainda, que a leitura dessa pesquisa possa possibilitar a todos os
profissionais da área da saúde um esclarecimento acerca da atuação do terapeuta
ocupacional com a clientela de bebês pré-termo, possibilitando, dessa forma, uma
maior integração entre os profissionais que atuam na promoção do desenvolvimento
infantil, vislumbrando estratégias coletivas de promoção de saúde e qualidade de vida
para bebês nascidos prematuros.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

REFERÊNCIAS
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

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uma abordagem prática. Junho de 2006. Belém, 2007. 30p. Apostila da disciplina
Desenvolvimento Neonatal do curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento Infantil da
Universidade do Estado do Pará/Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

SILVA, R. N. M. Avaliação neonatal neurocomportamental – bebês a


termo/prematuros (DUBOWITZ). Novembro de 2007. Belém, 2007. 16p. Apostila da
disciplina Desenvolvimento Neonatal do curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Infantil da Universidade do Estado do Pará/Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.

SILVA, R. N. M. Percepções do bebê pré-termo na UTI Neonatal. Março de 2003.


Belém, 2007. 12p. Apostila da disciplina Desenvolvimento Neonatal do curso de Pós-
Graduação em Desenvolvimento Infantil da Universidade do Estado do Pará/Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

ANEXO
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.
TODA, Lívia Sue Saito de Oliveira. Estimulação Essencial: uma proposta de acompanhamento
terapêutico ocupacional do desenvolvimento de bebês prematuros.

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