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O Brasil no século XIX passa por suas mudanças mais profundas. No império, o estilo
neoclássico contribui para divulgar de forma idealizada, as grandes conquistas do país.
A Academia Imperial de Belas Artes vai marcar uma nova fase no método de ensino,
baseado exclusivamente nas teorias neoclássicas.
A arte brasileira, antes, incentivada principalmente pela igreja católica, baseava sua
produção ao redor do tema religioso, no século XIX com o advento da arte neoclássica,
retorna aos antigos temas clássicos, voltados para o homem.
(...) nos centros maiores do litoral, especialmente Rio de Janeiro, Belém e Recife que
tinham contato direto com a Europa, desenvolveram um nível mais complexo de arte e
arquitetura e se integrou nos moldes internacionais da sua época (...) (TRIANA, A;
SILVA, E. M. ARQUITETURA NEOCLÁSSICA – IDEIA, MÉTODO E
LINGUAGEM).
Fig. 3 Louis- Léger Vauthier. Teatro Santa Isabel, Recife, 1840-1846
A arquitetura nas províncias apresenta-se menos rebuscada que nas cidades litorâneas, o
estilo neoclássico adorna apenas superficialmente as residências, e mesmo assim, o
barroco colonial ainda é visível em alguns elementos destas casas, principalmente na
materialidade empregada para a construção. Isso acontece por dois motivos; a falta de
materiais adequados, que inviabilizou a sutileza da arquitetura neoclássica; e segundo, a
carência de mão de obra especializada, o que implicou em cópias muitas vezes toscas
das grandes arquiteturas litorâneas pela mão de obra escrava:
Tendência estética das últimas décadas século XVIII e que se manteve até o início do
século XIX, surgiu como uma reação ao Barroco e ao Rococó.
O Neoclassicismo ou Academicismo retomou os princípios da Antiguidade greco-
romana que deve-se em parte à curiosidade pelo passado desencadeada pelas escavações
arqueológicas de Pompéia e Herculano (cidades italianas soterradas pela lava do vulcão
Vesúvio em 79 d.C.) Dessa maneira, as formas gregas e romanas serviram de modelo
aos artistas neoclássicos, que as reelaboraram com base nos princípios de racionalidade,
proporção, medida, simetria, nitidez e influenciados pelas idéias iluministas (filosofia
que pregava a razão, o senso moral e o equilíbrio) revelando que a beleza não se
encontra na natureza, mas no espírito humano; fruto da técnica e do estudo, mais que da
inspiração; e que só pode ser atingida pela razão e não pelo sentimento.
Estas concepções artísticas tornaram-se básicas para o ensino das artes acadêmicas
mantidas pelos governos europeus, onde dita que uma obra de arte seria perfeitamente
bela na medida que imitasse os artistas gregos e os renascentistas italianos num
aprendizado cuidadoso das técnicas e convenções da arte clássica, expressando as
virtudes cívicas, o dever, a honestidade e a austeridade.
Arquitetura
Antes das descobertas de Herculano, Pompéia e Atenas, somente a arquitetura clássica
romana era genericamente conhecida, em grande parte pelas visões de cidade do artista
italiano Giovanni Battista Piranesi. Estas descobertas estenderam o vocabulário formal
da arquitetura, e os arquitetos começaram a defender edifícios baseado em modelos
greco-romanos.
O trabalho do arquiteto e desenhista escocês Robert Adam - que nas duas décadas a
partir de 1750 redesenhou várias casas inglesas imponentes (entre outros, Sion House,
1762-69, e Osterley Park, 1761-80) - apresentou o estilo neoclássico para a Grã
Bretanha. O estilo Adam, como foi conhecido, permaneceu porém um pouco rococó em
sua ênfase em ornamentação de superfície e preciosidade de escala, até mesmo quando
adotou os motivos da Antigüidade.