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RIBEIRÃO PRETO – SP
2010
BRUNO ALBERTO PEREIRA DE SANT’ANA
DANIELLY BOTELHO NUNES
RIBEIRÃO PRETO – SP
2010
AGRADECIMENTOS
À nossa família, por ter nos dado a vida, nos educado e por nos
ter possibilitado chegar aonde chegamos.
Bruno e Danielly.
DROGA
Fábio Jr.
DROGA MALDITA
Eu falo
Pela boca de todas as mães
Que acordam
de noite assustadas
Sem saber o futuro dos filhos
Diante das facilidades
Se a tevê
Já não tem mais censura
E nossos ídolos
levantam bandeiras
Que arrastam os jovens
Pela estrada do vício
Da ilusão e do sonho
Ninguém vê
Que os jornais e as revistas
Só nos mostram os crimes
De total violência
E a conseqüência
da dependência
Desta droga maldita
Contra a humanidade.
Eu falo
Pela boca de todos os jovens
Que acordam um dia assustados
Sem saber por que se perderam
Diante das facilidades
Se eles vêem
Que ninguém mais os censuram
E os seus ídolos
permanecem calados
Aos que arrastam os jovens
Pela estrada do vício
Da solidão e do medo
Pois eu falo
Em nome dos jovens
Que um dia partiram
Ou se perderam
Na experiência
na total dependência
Sem saber que a viagem
Quase nunca tem volta
Procura-se
O que matou nossos jovens
(Aracelli)
Procura-se
Aquele som de batera
(Vítor Manga)
Procura-se
O que drogou nossos ídolos
(Jimi Hendrix)
E continua
a matar tanta gente
Procura-se
Recompensa-se bem
O que assassinou
Cláudia Lessin e Janis Joplin.
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO 13
2. METODOLOGI A 15
4. DROG AS E SOCIEDADE 25
4. 1 MO M ENT O HI ST Ó RI CO 25
4. 2 A S D RO G A S N A S O CI E D AD E AT U A L 26
4. 3 PO L ÍT IC A P Ú BL IC A SO B R E DR O G A S N O BR A SI L E E M A LG U NS
P AÍ S E S 27
6. O USUÁRIO DE DROG A 32
6. 1. D E P E ND Ê NC I A 32
6. 2. C O N CE IT O D E U SO 32
6. 2. C O N CE IT O D E A BU S O 33
6. 3. C O N CE IT O D E D E P ÊN D EN CI A 34
7. CONSEQUÊNCIA DO USO 36
7. 1. PRO B L E M A D E S EG UR A NÇ A P Ú B LI CA x P RO B L EM A D E S AÚ DE
PÚ B L IC A 36
7. 2. EX IG Ê NC I A S SO CI AI S 38
7. 3. E ST IG M A 40
7. 4. T R AT AM E NT O S 42
8. RESULTADOS E DISCUSS ÃO 45
8. 1. R E S ULT ADO S 45
8. 2. D I SC U S S ÃO 62
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 72
10.REFERÊNCI AS 76
1. INTRODUÇÃO
1
Snowball Sampling ( B E R NA RC K I e W ALDO R F, 19 8 1) .
técnica “Snowball Sampling”, onde os participantes indicaram outros
participantes, que por sua vez indicararam outros. Esta técnica foi
utlizada por ser particularmente adequada de fenômenos sociais em
áreas de ilegalidade.
Primeiramente foi feito um contato com um usuário, o qual foi o
participante inicial. A partir dele, foi solicitado a indicação de mais
participantes e assim sucessivamente, não necessariamente nesta
ordem, até chegar no número total da amostragem.
Os participantes, inicialmente, foram contatados por telefone,
através de portal de relacionamento ou por moderador de mensagens
instantâneas, e convidados a participar da pesquisa. O convite tendo
sido aceito, era agendado data e local para o primeiro contato. Para
cada um dos participantes foi solicitado a indicação de outros, que
façam parte de seu círculo de amizade e com as características de
interesse para a pesquisa.
No momento em que foi feito o contato com o participante, o
pesquisador se apresentou, como estudante de psicologia e explicou o
seu interesse no contato e que se tratava de um trabalho acadêmico e
disse quem o indicou. Com a concordância e disponibilidade do
participante, foi agendado dia, horário e local para a apresentação
pessoal e a posterior aplicação do questionário, de acordo com a
disponibilidade de cada um.
Os participantes foram informados sobre o caráter da pesquisa,
cujas informações obtidas pelas coletas de dados seriam selecionadas
para se compor um trabalho acadêmico. Em seguida foi apresentado o
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que foi lido e
assinado.
O tempo de duração da aplicação do questionário foi de, no
máximo, 60 minutos, e o anonimato dos participantes foi garantido
através da não identificação da folha de respostas.
O método de pesquisa adotado foi o quantitativo, com o qual
pertende-se procurar identificar um padrão de comportamento ou
opinião, assim como o desvio em relação a este padrão, através de
coleta de informações e do tratamento estatístico. O procedimento
quantitativo foi escolhido por ser neutro, livre de juízos de valores,
objetivo e lógico.
O questionário era constituido por perguntas fechadas com
alternativas que deveriam prever quase todas as possibilidades de
respostas e, se fosse necessário, uma opção de alternativa aberta,
para aquelas respostas que nao se adequaram dentre as opções
sugeridas.
Houve, também, no questionário, uma pergunta aberta, na qual o
participante pode dissertar sobre assuntos e temas abordados nas
questões fechadas. Neste momento esperava-se que o sujeito pudesse
expor conteúdos relacionados às questões das exigências sociais e do
contexto do uso da droga.
Esta pesquisa seguiu as normas éticas estipuladas pela
Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre Pesquisas
em Seres Humanos.
Esta pesquisa foi encaminhada para o Conselho de Ética,
garantindo o sigilo, anonimato e desistência do participante, para que
não oferecesse qualquer risco ao mesmo. Além disso, os dados foram
utilizados para fins de pesquisa, podendo ser divulgado em reuniões e
revista científica.
No decorrer da pesquisa, caso fosse necessário, poderia o
entrevistado, se quisesse, ter sido encaminhado para um
acompanhamento psicológico. Não houve a demanda e nem hoveram
interessados.
3. AS DROGAS: SUBSTÂNCIAS DE ABUSO
3.1. Definição
3.2. Tipos
- Drogas estimulantes
2
Rave: é um tipo de festa que acontece em sítios, chácaras, fazendas (longe dos centros urbanos)
ou galpões, com música eletrônica. É um evento de longa duração, normalmente acima de 12 horas,
onde DJs e artistas plásticos, visuais e performáticos apresentam seus trabalhos, interagindo, dessa
forma, com o público.
Efedrina é anfetamina sintética, utilizada para emagrecimento,
para não sentir o cansaço ou aumentar o efeito do ecstasy. Pode
causar depressão, ansiedade e pânico.
GHB é usado como sedativo, e geralmente é diluído em bebidas
para que o usuário perca o nível de consciência, de memória, mas
esteja acordado para fazer o que lhe pedem e depois não se lembra de
nada do que aconteceu. Portanto, na maioria da vezes é utilizado para
sedar pessoas com intuito de estrupá-las, violentá-las e etc.
Ice ou Crystal é anfetamina pura, os usuários buscam euforia,
bem-estar, aumento de energia, agitação física, pensamento rápido.
Com a utilização desta droga o indivíduo pode se tornar agressivo e
violento, principalmente pela paranóia provocada. É uma droga
perigosa pois pode provocar convulsões, derrames, coma e morte
súbita.
Poppers, mais conhecida como “gás hilariante”. Seus usuários
buscam euforia, sedação leve e aumento do prazer sexual. Pode
causar sufocação e coma.
Speed, é uma droga sob a forma de pó branco, por isso também é
chamada de “cocaína dos pobres”, sendo que seus efeitos são
parecidos com os do ecstasy.
Já a cocaína é a droga que predomina no mundo do crime. Pode
ser inalada ou injetada. O uso de cocaína pode desencadear surtos
paranóides, crises psicóticas e condutas perigosas. A inalação deixa
lesões graves no nariz, a injeção deixa marcas de picada e há também
o risco de contaminação por outras doenças (DST/aids).
Merla é feita com água de bateria de carro, ácido sulfúrico,
querosene, gasolina, benzina, metanol, cal virgem, éter e pó de giz. È
uma droga extremamente destrutiva poque pode provocar hemorragia
cerebral, alucinações, delírios, convulsão, enfarte cardíaco e morte.
Crack é feito de subprodutos da extração de cocaína. Atinge o
cérebro em menos de dez segundos, gerando uma excitação que dura
de cinco a vinte minutos, seguida de rápida depressão. Leva uma
dependência quase imediata.
- Drogas depressoras
São substâncias químicas utilizadas para retardar o
funcionamento do organismo por meio da aceleração ou desaceleração
dos impulsos nervosos. As mais conhecidas são álcool; barbitúricos e
tranquilizantes e opiáceos.
O álcool é sempre depressor do Sistema Nervoso Central (SNC).
De acordo com Tiba (2007), em pequenas quantidades deprime o
superego – responsável pela ética e por condutas sociais adequadas,
tornando as pessoas aparentemente mais livres e eufóricas.
A droga psicoativa utilizada mais frequentemente nas sociedades
ocidentais é o álcool, pois é de fácil acesso e seu alto potencial pode
gerar dependência acarretando graves problemas de saúde.
Os barbitúricos e tranquilizantes, são medicações prescritas por
médicos, mas também são utilizadas como drogas.
- Drogas alucinógenas
Os alucinógenos são drogas naturais ou sintét icas
que provocam alter ações de percepção do mundo
ext erior ou, em alguns casos, sensações de
paisagens imaginár ias, cenár ios, seres que podem
parecer mais reais do que o mundo exter ior.
( MORRI S e MAISTO, 2004, p 146)
3
Refere-se a uma bebida ritual produzida a partir da decocção de duas plantas nativas da floresta
amazônica: o cipó Banisteriopsis caapi (caapi ou douradinho), que serve como IMAO e folhas do
arbusto Psychotria viridis (chacrona) que contém o princípio ativo dimetiltriptamina. A bebida é
utilizada em rituais religiosos com o objetivo de induzir visões pessoais e estados alterados por meio
da ingestão de uma substância. Era utilizada pelos incas e também por tribos indígenas da
Amazônia. É utilizada em países como Peru, Equador, Colômbia, Bolívia e Brasil.
4
Canabista: indivíduo que faz o uso de maconha. O termo canabistas vem do nome científico da
droga, que é Cannabis Sativa, que é uma planta herbácea da família das Canabiáceas.
3.3. Aspectos neurológicos
4.1.Momento Histórico
5
É uma droga sedativa e hipnótica, assim como um reagente químico e precursor de sínteses
orgânicas.
As próprias drogas mudaram, hoje as substâncias psicoativas são
em geral mais fortes do que aquelas utilizadas em outras culturas e em
outras épocas.
Parece improvável que a humanidade em geral seja algum dia
capaz de dispensar os “Paraísos Artificiais”, isto é, a “...busca
da autotrancedência através das drogas” ou "...umas férias
químicas de si mesmo. [...] A maioria dos homens e mulheres
levam vidas tão dolorosas – na pior das hipóteses – ou tão
monótonas, pobres e limitadas – na melhor delas – que a
tentação de transcender a si mesmos, ainda que por alguns
momentos, é e sempre foi um dos principais apetites da alma.
(HUXLEY apud GRAEFF, 1989, p.101)
6
Região no nordeste da Europa, na costa leste do mar Báltico, onde estão localizados os estados da
Lituânia, Letônia e Estônia.
7
Disponível em <http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/drogas/o-brasil-na-moda-a-a-legalizacao-
das-drogas>. Acessado em 11/05/2010
“Afinal, o uso de drogas está deixando de ser crime, mas a venda
continua ilegal. Portanto, continua havendo o incentivo para que
organizações criminosas se financiem com esse comércio.”
(BURGIERMAN, 2009) 8
8
Disponível em <http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/drogas/o-brasil-na-moda-a-a-legalizacao-
das-drogas>. Acessado em 11/05/2010
9
Disponível em <
http://pt.wikipedia.org/wiki/Forças_Armadas_Revolucionárias_da_Colômbia#cite_note-17>. Acessado
em 11/05/10
um projeto de governo, através de programas e de ações
voltadas para setores específicos envolvidos com a temática.
Entre as expectativas de mudanças, espera-se: uma política
que articule uma proposta de prevenção ampla, preservadora
dos direitos humanos, permanente e realista; que dê atenção
aos usuários de drogas, reduzindo os danos à sua saúde e à
sociedade (doenças como AIDS e Hepatites, overdoses,
dependência e mortes violentas, acidentes de trânsito e de
trabalho, entre outros); que promova a inserção de grandes
setores da sociedade, proporcionando alternativas de vida e
evitando deixá-los à mercê do tráfico como forma de
subsistência. (MESQUITA Apud GARCIA; LEAL; ABREU,
2008) 10
10
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822008000200014>. Acessado em 12/05/2010
5. FATORES QUE INFLUENCIAM O USO DE DROGAS
Não existe uma regra geral que explique todos os casos, mas,
conforme Morris e Maisto (2004), os psicólogos identificaram diversos
fatores que, especialmente se combinados, aumentam a probabilidade
de que uma pessoa venha a usar drogas em excesso.
6. O USUÁRIO DE DROGA
6.1. Dependência
11
“Tropa de Elite” é um filme brasileiro de 2007, dirigido por José Padilha, que tem como tema a
violência urbana na cidade brasileira do Rio de Janeiro e as ações do Batalhão de Operações
Policiais Especiais (BOPE) e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
denunciante de cumplicidade, e submissão, entre o indivíduo e a
sociedade, que é mantenedora da conduta adicta.
O toxicômano renuncia à análise e ao questionamento; sendo
assim não faz diferença como o Estado o vê, porque ele só irá ver sua
angústia e sua onipotência para resolver o fato, de forma fantasiosa e
rápida.
7.3. ESTIGMA
7.4. Tratamentos
8.1. RESULTADOS
16
2 2
Estado Civil
15
3
1 1 1
Escolaridade
Ensino Médio Incompleto Ensino Técnico Completo
Ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo
Pós-Graduação
Figura 2. Escolaridade
7
5
4
Salário
Até 2 salários mínimos De 2 até 5 salários mínimos
Acima de 5 salários mínimos
Figura 3. Renda
15
2 2
1
Renda familiar
Tipo de tratamento
Médico Psiquiátrico Psicológico
3
2
1
7 1
15
6
2
1 3 2 7
9
7 7 7 7
2 2 2 3 2 2
1 1 1
20
15
12
9 9
6
2 3 3
Figura 9. Tipo (s) de substância (s) psicoativa (s) utilizada (s) nos
últimos 12 meses.
Frequencia de uso
Diariamente 9
mensalmente 3
Eventualmente em festas 8
9 9 9
8 8 8
7
4
3 3 3
2 2
1 1
7
6 6 6
5
4
3
1 1 1
Trabalho 2
Estabelecimentos comerciais 10
Drogarias 1
Na "Boca de fumo" 7
Familiares 3
Amigos 15
11 11
10 10
Grau de parentesco
2º grau ou mais Avós Pais Primos Irmãos Tios
16
14
10
5
3
2 2 2
1 1 1 1
Figura 15. Tipo (s) de droga (s) utilizada (s) pelo (s) familiar (es).
Os problemas relacionados com o cumprimento de obrigações
foram relatados da seguinte forma: faltar às aulas; atraso e falta ao
trabalho; atraso na entrega de trabalhos; dificuldade para acordar no
dia seguinte.
Somente um participante informou já ter tido problemas legais
decorrentes do uso de drogas. O sujeito relatou já ter sido preso em
virtude de porte de drogas.
Em relação aos problemas de saúde decorrentes do uso
exagerado de substâncias psicoativas, 13 participantes responderam
que tem ou já tiveram problemas de saúde. Entre eles estão:
constipação, depressão, ressaca, problemas estomacais e renais,
dores no corpo, enxaqueca, alergias, intoxicações, tosse, náusea,
tontura.
Nove participantes já tentaram parar, ou já pararam, de utilizar
substâncias psicoativas, e somente dois, desses nove participantes, já
procuraram algum tipo de ajuda. Um procurou ajuda psicológica e o
outro procurou ajuda do pai, do terapeuta e de amigos.
As famílias, de 17 participantes, sabem que estes utilizam
substâncias psicoativas. Descobriram através: do próprio participante,
acharam em suas coisas, alguém contou, algum parente deu, o
participante mudou de comportamento, precisou de cuidados médicos,
teve mudança no corpo ou teve problemas legais. Na sua grande
maioria, 13 de 17 sujeitos, a família ficou sabendo através do próprio
parente usuário, o qual contou para sua família sua condição.
As drogas de que a família tem conhecimento que o participante
faz uso seguem na Figura 16, e o tempo que sabem sobre o uso segue
na Figura 17.
13
9
7
4
3
2
1 1 1 1
Figura 16. Tipo (s) de droga (s) que os familiares sabem que o
participante usa.
12 anos 3
10 anos 2
9 anos 1
8 anos 2
7 anos 1
6 anos 3
5 anos 4
4 anos 1
Outro 6
Projetos 2
Datas comemorativas 2
Aniversários 2
Almoços 4
Festas 3
Reuniões 2
Comprometimento
5%
32% 42%
21%
0 1 2 3
Responsabilidade
5% 5%
38%
26%
26%
0 1 2 3 4
11%
26%
16%
16%
31%
0 1 2 3 4
Memória
11% 17%
28%
33%
11%
0 1 2 3 4
Atenção
6%
27%
28%
11% 28%
0 1 2 3 4
0% 5%
21%
47%
16%
11%
0 1 2 3 4 5
Apresentação social
12% 6%
0%
24% 58%
0 1 2 3 4
8.2. DISCUSSÃO
TIBA, Içami. Juventude & Drogas: anjos caídos. São Paulo, Integrare
Editora, 8ª ed, 2007.