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Inovações Digitais

E-book Colaborativo
Volume 2

“Não use velhos mapas para descobrir novas terras”


Gil Giardelli

“Você é o que você compartilha”


Charles Leadbeater

Um projeto
Gaia Creative + CIC ESPM
Copyright © 2011 Gaia Criative – www.gaiacreative.com.br (fund. 2009) / São Paulo; 86 páginas

Título: Redes Sociais e Inovação digital | E-book Colaborativo - Volume 2

Expediente

Conselho Editorial:
Cibele Silva, Gil Giardelli, Talita Carvalho

Responsável:
Gil Giardelli

Realização:
Gaia Creative e CIC/ESPM

Edição e Revisão
Cibele Silva

Produção de gráca e diagramação:


Camila Carrano e Ellen Oliveira

ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO

+
A Gaia Creative é uma Empresa de Tendências, O Centro de Inovação e Criatividade (CIC)
que visa à inovação na Gestão do Conhecimento, ESPM proporciona o ambiente adequado
a Gestão da Inovação e é especializada em para pessoas interessadas em se tornarem
soluções tecnológicas para Relacionamento prossionais atuantes em um cenário
Digital, Redes Sociais, Campanhas de Email extremamente dinâmico onde inovação e
Marketing e Campanhas de Mobile Marketing. criatividade caracterizam cada vez mais as
atividades das marcas líderes. No CIC são
realizados os cursos do professor Gil Giardelli,
o #InovadoresESPM

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.


Atribuição – Uso não-comercial – Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil.
Para ver esta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/
Inovadores
Aline Patini
Allan Alves
Anderson Pinho
Cintia Coutinho
Cláudia Boechat
Danuzza Cavalcante
Denise Ferreira
Érica Brasil
Fabio Fernandes
Felipe Mendes
Fernando Eliezer Figueiredo
Gabriela Ramos
Heloisa Biagi
João Pedro Piragibe
Jose Eugênio
Karina Giardelli
Larissa Andrade
Letícia Volponi
Magali Martins
Marcus de Barros Pinto
Maria Elisa Teixeira Leitão
Nei Grando
Paulo Redondo
Priscilla Freire
Reinaldo Cirilo
Ricardo Moreno
Roberto Cibulski
Samantha Col Debella
Samia Gabriel
Sandra de Angelis
Sergio Karagulian
Sonia Maria Eulálio Alves
Thierry Aires
Vanessa Teodoro
VIviane Amaro
Wellington Sacchi
PREFÁCIO
As escolas deveriam ser um lugar para se aprender, e não para se ensinar. Em vez
de se concentrar no professor, o sistema educacional deveria se concentrar no aluno.

Por persistir nesta ideia é que lanço mais um livro colaborativo – volume II. É a junção
do espírito colaborativo de meus alunos e a concentração do que eles podem me
ensinar e também ensinar a todos vocês leitores este livro

O intuito aqui em vez de isolar os estudantes, é encorajá-los a escrever/colaborar, é


o conceito do Don Tapscott no livro “A hora da geração digital”.

Não é a hora de cidadãos globais e conectados encontrarem a educação progressista?

O pensador Mark Prensky disse “A fonte do conhecimento não são mais os professores,
mas a internet. A educação mais útil para o futuro não está acontecendo na escola.
Está acontecendo depois da escola, especialmente em clubes de robótica etc., e na
internet como um todo – está acontecendo nos games…”

Alnetou o educador Jeffery Bannister sobre os modelos de educação seculares


“Professores que leem anotações manuscritas e escrevem em quadros negros, e
alunos que anotam o que eles dizem. Esse é um modelo pré-Gutenberg.”

Eric Mazur da Universidade de Harvard disse “Educação é muito mais do que mera
transferência de informação. A informação precisa ser assimilada. Os alunos têm de
conectar a informação ao que já sabem, desenvolver modelos mentais, aprender a
aplicar o novo conhecimento e adaptá-lo a situações novas e desconhecidas.”

E para colocar mais pimenta nesta encruzilhada, não contávamos com as rápidas vias
digitais “No século XXI, redes de banda larga serão tão cruciais para a prosperidade
econômica e social quanto às redes de transporte, água e eletricidade” disse
Hamadoun Touré, secretário-geral da ITU União Internacional de Telecomunicações.

Fica claro, que a escola precisa de uma reforma. Ser interativa! Coletiva! Em rede!
“Banda largueada”. Como será ensinar para alunos conectados na rede com bandas
gigantescas, trocando arquivos, experiências e percepções em uma era, onde a
simples troca de informação é um motor de grandes mudanças?

Vivemos o choque entre a era do “seu diploma tem prazo de curta validade” com
a pedagogia da era industrial? Do aprendizado em massa à interatividade? Do
aprendizado individual ao colaborativo? Da padronização à personalização?

Juntos conseguiremos avançar as fronteiras do conhecimento individual para a


mentalidade coletiva, saltar para o software da sabedoria das multidões.

Vivemos um sopro renovador. São tempos de transição, vamos aprender o “pacismo,


a bondade, o perdão, o amor, a lantropia, a honestidade e a ternura”. No século
XXI na era digital precisamos de humanos magnânimos, progressistas, talentosos,
sensatos e probos. E parabéns e obrigada aos alunos que participaram desse livro,
quebrando o tabu que somente professores ensinam. Esse livro é um apanhado de
aprendizagem.

Gil Giardelli é professor nos cursos de Pós-Graduação,


MBA e coordenada quatro cursos no Centro de
Inovação e Criatividade (CIC) na ESPM. CEO da Gaia
Creative, empresa em que implementa Inteligência
de Mídias Sociais, Economia Colaborativa e gestão do
conhecimento para empresas como BMW, Fundação
Roberto Marinho, Grupo CCR, SEBRAE, MINI COOPER,
Grupo Cruzeiro do Sul, entre outras.
SUMÁRIO
A era da síntese na escrita
1 Anderson Pinho
11

2 Planejamento Estratégico - Web 2.0 13


Maria Elisa Teixeira Leitão

Mídias Sociais: Você está conectado?


3 Aline Patini 15

4 Nas Redes Sociais como numa conversa com as ‘comadres’ 17


Cláudia Boechat

5 Como empresas devem lidar com críticas nas redes sociais


Felipe Mendes
20

6 Real e imaginário
Gabriela Ramos
22

7 Inovação Digital: O que ela traz para você?


Karina Giardelli 23

8 Redes Sociais no divã


Larissa Andrade
25

9 Do choro individual ao grito da multidão


Marcus de Barros Pinto
27

10 O tempo entre o rolo e as redes sociais: uma década de tecnologia e


transformação social
29
Samantha Col Debella
11 Os deuses e a Inovação Digital
Sergio Karagulian
31

12 Redes Sociais x Cultura BBB


VIviane Amaro 34

13 Assessoria de Imprensa 2.0


Letícia Volponi 35

14 Conteúdo é Preciso, Rede Social não


Paulo Redondo 38
O Flickr de Dorian Gray
15 Roberto Cibulski 40
Mamãe, hoje é amanhã?
16 Samia Gabriel 42

17 Palavrinhas mágicas que aprendi aos dois anos...


Sandra de Angelis 44

18 O meu aprendizado
Thierry Aires 46

As histórias que a internet não contou


19 Vanessa Teodoro 47

Turbine-se!
20 Érica Brasil 49

21 A inovação digital e o foco no usuário.


Heloisa Biagi 51
22 Colombos Digitais
Wellington Sacchi
53

23 Muito além das fronteiras do Cyberespaço


Ricardo Moreno 55
Inovações no comércio
24 Allan Alves 57

25 Basta um clique
Danuzza Cavalcante 59
A nova descoberta do fogo
26 Cintia Coutinho 60
O mundo nesta rede
27 Denise Ferreira 62
Faça da sua rede de relacionamentos uma inovação.
28 Fabio Fernandes 65

29 Inovação com sustentabilidade. O caminho para um mundo.


Fernando Eliezer Figueiredo 67

30 A “mão invisível” da rede social.


João Pedro Piragibe 69

31 Inovação entre os públicos


Jose Eugênio Grillo 70

32 Inovação nas organizações


Nei Grando 72
33 Inovar é transformar pela irresistível força da mudança.
Priscilla Freire
78

34 Inovar : novidade ou renovação


Reinaldo Cirilo 79

35 O que é inovação?
Sonia Maria Eulálio Alves 82
Inovação Digital
36 Magali Martins 84
1. A era
da síntese
na escrita
Anderson Pinho

Revirando minhas gavetas outro dia, tive a grata surpresa de reencontrar a carta de
um amigo paulistano. Amarelada pelo tempo, a carta manuscrita foi postada no dia 16
de junho de 1996, conforme carimbo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT). A caligraa não era das melhores, mas seu conteúdo era legível. Ela descrevia
uma rotina de sonhos, de trabalho, de lazer e das relações conituosas de uma família,
como muitas outras, tal qual a minha. A riqueza de detalhes dos relatos estimulava
minha imaginação.

O fuso horário entre Cuiabá e São Paulo - cuja diferença é de uma hora - restringia
as conversas telefônicas, mais esporádicas do que as correspondências. A carta via
serviço postal era uma das formas mais baratas de manter correspondência com quem
morava longe, uma forma de regar o jardim da amizade. Com três páginas, o documento
era bem escrito, com poucos erros de gramática. A correspondência era um espelho de
muitas que recebi e tantas outras que enviei.

Hoje recebo todo tipo de correspondência via correio: boletos, contas, faturas, cartões
comemorativos, revistas, informativos, exceto cartas manuscritas. A internet e mundo
digital contribuíram para que processos manuais estivessem tão em baixa. Enviar carta
manuscrita equivale hoje a ouvir disco de vinil. Mas, por romantismo ou nostalgia,
há sempre alguém que não abre mão dessas práticas. As inovações tecnológicas
revolucionaram a forma de lidar com as relações sociais.

Graças às novas tecnologias em comunicação, a distância entre as pessoas cou mais


curta e o contato cou mais instantâneo. O computador diminuiu de tamanho, agora
cabe no bolso. A popularização no acesso às novas tecnologias tem permitido a inclusão
social, ainda que precariamente no Brasil, e despertado o interesse pelas redes, pelo
mundo virtual. A internet é o meio, seu conteúdo seduz e vicia. Ele desperta interesses
pessoais e coletivos, um trampolim para o protagonismo, para o voluntariado, para a
atuação colaborativa.

11
Nunca o conceito de que “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” esteve tão em
alta como nessa era das mídias digitais. Vídeos postados na internet fazem um recorte
do olhar de um indivíduo. Eles são compartilhados com milhares de pessoas no mundo
todo, fazendo com que aquelas imagens valham mais que mil palavras.

As mensagens via celular, aprimoraram a simplicação (abreviação) da escrita, da


mesma forma que aquelas veiculadas em comunicadores web, salas de bate-papo e
instant Messenger: - “Eaí kra, blz? Kkkkkkkkk Ql eh a boa? Vai rolá um churras aki
em Ksa no fds!”. A mecânica dessa engrenagem é ser compreendido, ainda que
regras gramaticais sejam ignoradas. Não é à toa que os aparelhos celulares foram os
eletrônicos mais vendidos no e-commerce no ano passado. Cada vez mais suas funções
vem acompanhando as necessidades do mundo digital como ferramentas e aplicativos.
Celular é um objeto tão indispensável quanto para a internet. Você consegue viver sem
eles hoje em dia?

Nessa esteira, as mensagens deixadas nos pers de redes sociais acompanharam essa
simplicação os torpedos, ganhando textos mais curtos, mas sem tantas abreviações.
Se por um lado se perdeu em detalhes e em espaço por causa do caráter prático do
mundo moderno, de outro se ganhou em poder de síntese. O Twitter, por exemplo,
estabeleceu 140 caracteres por mensagem. Mais fácil de escrever, mais difícil de errar,
melhor para ser compreendido, melhor para ler.

As redes sociais são uma vitrine do seu mundo, de uma imagem positiva de si, um
cartão de visitas, de um argumento inteligente, de uma imagem que queremos que os
outros tenham da gente, de uma persona virtual. Um ator social, anal você é o que
compartilha. Ou não é?
2. Planejamento
Estratégico -
Web 2.0
Maria Elisa Teixeira Leitão

As redes sociais estão aí, com força total, modicando dia-a-dia comportamentos e
rompendo conceitos estabelecidos. Conceitos estes, que pareciam ser únicos, eternos
e ecientes.

Mas, em seu lugar, aora uma consciência coletiva e colaborativa que está
reposicionando e reestruturando papeis sociais.
Neste novo cenário encontramos as empresas que irão derrubar suas paredes e abrir
suas salas de reuniões para viverem esta nova era da transparência, da informação e
da colaboração entre pessoas, sejam elas denomidadas como: clientes, fornecedores,
funcionários, etc., que irão impactar o mundo dos negócios.

Até então, as empresas tinham um papel unilateral nas suas relações com os clientes,
produziam produtos e serviços, distribuiam e desenvolviam a comunicação, do outro
lado, os clientes compravam – acreditando que estes eram feitos para atender suas
necessidades e aceitavam o que lhes era imposto pelas indústrias. Agora, os clientes
passaram a ter acesso a informação e as pessoas, ideias e experiências passaram a
ser trocadas entre clientes, catálogos e guias de produtos e serviços, gerados pelos
departamentos de marketing, perderam espaço para opiniões publicadas nas redes
sociais e, as empresas precisarão aprender a administrar estas novas relações onde a
opinião externa e colaborativa fará parte das empresas.

Sem dúvida, o fator de sucesso passará a ser a rapidez. A rapidez que as empresas
compreendem as necessidades e comportamentos e a forma como se relacionam com
as pessoas. Lembrando que o segredo tornou-se obsoleto dando lugar para a gestão da
transparência da informação.

Diante desta realidade, é preciso desenvolver um planejamento estratégico para cuidar


da percepção da marca e das relações interpessoais.

13
Inicialmente, é necessário integrar os colaboradores internos, para que sejam envolvidos,
construam e se identiquem com as diretrizes corporativas, fomentando a participação
e o monitoramento da marca no mercado.

Também é importante saber “com quem a empresa está se relacionando e com quem
quer estabelecer relacionamento” para desenvolver um conteúdo adequado para as
mídias digitais.

Denir o objetivo da comunicação, onde e quando será lançada e planejar como a


empresa irá se relacionar com as pessoas que irão interagir com a marca.

Estabelecer uma métrica para análise das ações. Por exemplo: se a comunicação
está alinhada e interessante, a probabilidade é que o número e frequência de acessos
sejam crescentes. Caso contrário, a ação deverá ser repensada rapidamente.

Estimular a criatividade na comunicação para as mídias digitais é fundamental para o


sucesso das ações, porque a maioria da comunicação na web tem conteúdo e textos
estáticos que lembram catálogos e outros materiais impressos, não servindo para o
dinâmico meio digital.

Depois destas reexões e denições, certamente as empresas irão encontrar as


ferramentas adequadas para desenvolverem suas campanhas com sucesso.

Concluindo, é fundamental desenvolver um planejamento estratégico para as mídias


sociais, considerando a reputação digital da marca e o impacto que este novo modelo
de negócios, causará no mundo corporativo.
3. Mídias Sociais:
Você está
conectado?
Aline Patini

Provavelmente de uns tempos para cá, você se deparou com duas palavras que juntas
“se anunciam” revolucionárias para os negócios: Mídias Sociais.

Muitos torcem o nariz e mesmo diante de inúmeros cases de sucesso, acreditam que é
“modinha”. Grandes enganos cometem os mesmos.

É necessário admitir o avanço tecnológico e as mudanças decisivas nas relações entre


empresa e consumidor e literalmente sair do lugar, dando o primeiro passo rumo a um
mundo de possibilidades.

São inúmeras mídias sociais que estão disponibilizadas para serem exploradas. Entre
elas citarei as cinco mais populares no Brasil: Orkut, Twitter, Facebook, Youtube e
Formspring, lembrando que existem outras, tão boas e ecientes quanto.

Mas anal, como usá-las e conseguir resultados positivos para seu negócio?

Tenha em mente que o seu consumidor sempre falou de marcas e empresas, a grande
diferença presente nessas mídias é que agora ele pode ser observado, analisado e
principalmente, OUVIDO.

Os consumidores estão dispostos a procurarem as empresas e darem sua opinião


(positiva ou negativa) sobre os produtos. As Mídias Sociais facilitam essa conexão,
por isso estudá-las de forma individual, avaliando os diferentes impactos causados
na sociedade e adequando a melhor comunicação (linguagem) para cada uma, é o
primeiro passo para uma boa relação.

Com essa informação, posso citar um grande erro que muitas empresas cometem:
- Tratar as Mídias Sociais como mais um canal de marketing, passando assim, a falar

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apenas delas mesmas, por favor, esqueçam essa metodologia.

Mídias Sociais é mais do que autopromoção; é relacionamento.

Estamos na era do consumidor bem informado, impaciente e principalmente com


milhares de opções para fazer suas escolhas na hora de optar por serviços ou produtos.
Falar de todas suas habilidades o tempo todo, não fará dele el a sua marca. Ao invés
de vender algo, proponha ajuda para comprar.

Comece devagar, observando quem já chegou antes.

Interaja com seu público, oferecendo um bom conteúdo, com assuntos relevantes e
inovadores, tornando-se uma fonte útil de informação.
Esteja preparado para ouvir críticas (feedbacks instantâneos) e as tornem fontes de
melhoramentos. Você sabia que sugestões colocadas na internet são uma das formas
mais conáveis de propaganda?

Pense antes de falar; uma opinião postada na internet pode gerar grande inuência
sobre outras pessoas, por isso é necessário PLANEJAMENTO.

Tenha comprometimento com as mídias sociais, nas quais você resolver ingressar, ou
seja, nada adianta você criar um perl, para deixá-lo abandonado, sua interação tem
que ser permanente. É preciso conversar com se público, se você não der subsídios
coerentes e rápidos ele se frustra.

Mensure resultados. Avalie o retorno destas mídias, assim como faz com mídias off-
line. Analise se seu conteúdo gera relevância na busca orgânica do Google, busque
controlar o número de acessos, RTs, busca geográca entre outras formas de medir
sua popularidade.

Seguindo essas dicas, posso garantir que os resultados serão satisfatórios, pois
você atrairá pessoas que se tornarão entusiastas, divulgando sua marca de forma
espontânea.

Muito Complicado?

Fique tranqüilo, pois no mercado existem prossionais especializados e capacitados


que com certeza poderão ajudá-lo em sua presença digital.
A grande proibição é você car fora dessa, por isso: Conecte-se, já!
4. Nas Redes Sociais
como numa conversa
com as ‘comadres’
Cláudia Boechat

Há alguns anos, mesmo nas ditas grandes cidades, principalmente no nal da tarde,
as pessoas levavam as cadeiras para as calçadas, formavam pequenos grupos e
colocavam a conversa em dia. Vez ou outra, passava alguém e contava uma novidade.
Os assuntos eram variados: a chuva que não chega, a prima que vai casar, o vizinho que
está doente, a loja nova, as mágoas, as alegrias. Havia ocasiões em que aparecia um
violão para animar o grupo. Até hoje ainda é assim em muitas cidades do interior desse
país. Talvez essa seja a rede social de um mundo não globalizado. Hoje, se vê tudo isso
no Orkut, Facebook, Twiter e companhia, com um dado inusitado: esse bate-papo entre
“comadres” acontece entre estranhos.

E por causa dessa conversa-ada diária os estranhos se tornam íntimos. Não foi a
tecnologia que provocou essa integração. Ela é natural. Apenas estendeu sua teia. Se
você chega em uma cidade bem pequena, se senta no botequim e começa a conversar
com o dono e com as pessoas que estão a seu lado, logo uma rede se estabelece. Pode
até rolar uma paquera... No supermercado, na farmácia, na prefeitura, na praça. No
interior, as pessoas conversam mais.

Como em todo tipo de relações, regras vão sendo informalmente estabelecidas. Por
exemplo, cada um sabe onde lhe aperta o calo, cada um sabe o que ‘deve’ ou não dizer.
Cada um estabelece o limite de sua exposição.

E como toda roda de papo-furado, a linguagem varia de acordo com o grupo. Tem roda
onde se pode falar palavrão, falar bobagem sem ser censurado. Em outras se deve
manter um certo recato. Há ocasiões em que é bom se exibir. Em outras é melhor
passar despercebido e car só espiando. Assim são as redes sociais, cada uma com
sua característica peculiar. E essas normas não estão escritas, não foram discutidas
antes nem regulamentadas. São estabelecidas sem serem verbalizadas!

Contudo, na internet a conversa é pública e perene. O que você disser vai car lá para

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todo mundo ver e para sempre. Quem para pra pensar nisso, mede suas palavras.
Mas não deixa de ser espontâneo. Xinga o juiz ladrão, discute política, fala do coração
partido. Por isso tantas relações estreitas se estabelecem.

E que vendedor (empresa) não quer entrar nessa conversa inndável? Mas não basta
dar uma paradinha junto das comadres, sacar seu produto e começar a enumerar suas
qualidades. Assim, vai ser um chato oportunista e logo será excluído do grupo e cará
falando para as paredes. É preciso entrar no clima, levantar um assunto que interesse
a todos, ensinar alguma coisa, contar uma novidade, aguçar a curiosidade, brincar.

Para tanto, é preciso estar bem informado. Saber o que se faz do outro lado do mundo.
E ser criativo. Tem de inovar, arriscar, experimentar. E, principalmente, conhecer bem
o terreno onde está pisando; no caso, a web. Se não tem as ferramentas necessárias,
busque quem as tem. Porém, de nada adianta ter ferramentas se não souber fazer
um bom uso delas. Por isso, acredito que o conteúdo é fundamental. É com ele que se
prende a atenção do outro.

E detalhe fundamental: talvez mais importante do que ter algo interessante a dizer seja
ouvir o outro com a devida atenção. Isso se chama interagir. Um toma-lá-dá cá. Nas
redes sociais, todo mundo quer se exibir. E também espiar a vida alheia. E descobrir
coisas novas. É o mundo que passa na sua calçada.

A gente conversa de igual para igual com um camponês de Ouricuri e com um banqueiro
da Suíça. É só eles passarem na nossa calçada ou a gente na calçada deles. Portanto, a
gente tem que falar uma língua que todo mundo entenda. Questionamentos losócos
e piadas estão em alta. Sexo nem se fala! E amor, claro.

Dicas e serviços são importantes e o tal ‘vendedor’ (as empresas) deve car de olho
nisso. O que ele tem para oferecer de útil às comadres da calçada? E tem de contar do
jeito que elas entendam. Não adianta complicar. Nessa nossa grande rede globalizada,
o mais simples é o mais eciente. O mais prático. Tudo isso sem perder o charme e a
poesia, pois as emoções não desapareceram na frieza de um computador. Ao contrário,
ali se aoram ainda mais.

Há quem prera um pseudônimo (o anonimato) para viver na rede a mais completa


liberdade. Provavelmente, quem escolher essa opção estará sendo mais verdadeiro do
que nunca. Em relação a empresas, há quem crie ou contrate alguém para humanizar
essa conversa com os consumidores. É bacana, funciona. A interação é bem maior.

Há quem distribua prêmios para aumentar sua rede. Funciona? Por pouco tempo. A
não ser que gere um conteúdo que prenda o interesse dessas pessoas lá. Trabalho
árduo, porém absolutamente viável.
Enm, as redes sociais, qualquer que seja, devem ser tratadas com naturalidade. Olhe
para aquele grupo, para aquela rodinha de bate-papo, e descubra como eles falam,
quais os assuntos mais interessantes, o que chama mais atenção e mergulhe nela! Em
Roma como os romanos.

O importante é estar atento ao surgimento de cada grupo, de cada nova rede. Acompanhar
esse movimento. E ser muito, muito criativo. E todos nós somos. É só agir numa rede
social, como agimos nos diversos círculos de relacionamento que cultivamos ao longo
da vida. Nesse aspecto, a experiência vale muito. E a diversidade também. Como na
vida de um modo geral. Temos de exercer plenamente nossa capacidade de adaptação,
ser um pouco camaleão sem deixar de ser verdadeiro. Não há nada pior numa rede, ou
numa roda de amigos, do que alguém fake.

19
5. Como empresas
devem lidar com
críticas nas redes sociais
Felipe Mendes

Números mostram que 87% dos internautas brasileiros navegam por redes
sociais, onde passam 6hs:20mins por mês apenas como comparativo vale dizer
que no Brasil as pessoas “gastam” 6hs por mês em lazer, em média ou seja,
¼ de seu tempo online. Dessas pessoas, 67% dizem interagir com marcas e
empresas nas redes sociais.

Como a tendência é que Facebook, Orkut, Linkedin, Twitter, YouTube e muitas


outras redes que já existem e outras que ainda vão existir façam dia após dia
mais parte da vida das pessoas, as empresas precisam entender que não são
mais as “donas do brinquedo”, quem decide a que horas a brincadeira acaba,
como antes. Quer queiram ou não, as pessoas estão falando de suas marcas,
produtos e serviços por aí.

Acontece que essas pessoas que falam das empresas são pessoas comuns,
de carne, osso, coração e cabeça. Elas encontraram nas redes sociais um
canal para expressar de forma livre, rápida e fácil o que pensam e sentem
em relação a todos os assuntos, entre eles suas experiências com empresas,
produtos e serviços. E por que fazem isso? Porque compartilhar experiências
é tão antigo quanto a vida em sociedade. Foi graças às rodas em volta de
fogueiras que aprendemos que “mamutes são maus, corra deles” e sobrevivemos
até os dias de hoje. Também é exatamente por isso que hoje, 80% das pessoas
conam mais em recomendações de amigos do que em publicidade. E é aí
que o “problema”
começa para quem ainda não entendeu ou se preparou para as mudanças do
mundo.

As empresas precisam ser humildes o suciente para ouvir o que as pessoas


têm a dizer, principalmente em casos negativos. Ser omisso é, no mínimo,
perigoso e irresponsável. Redes sociais são como gotas de sangue que caem
num rio cheio de piranhas. A crítica do João chega rapidinho no José, depois
na Maria, depois no Francisco. Quando a empresa acorda já está formada uma
rede de pessoas extremamente insatisfeitas e engajadas em acabar com sua
reputação. Exemplo recente que já virou case de #epicfail foi a história do
senhor Oswaldo Boreli. Depois de car 90 dias sem sua geladeira Brastemp
por causa de um vazamento de gás, e de várias tentativas de ter seu
problema resolvido ele resolveu botar a boca no trombone. Gravou um vídeo,
colocou no YouTube e pediu a ajuda das pessoas para ajudá-lo a divulgar.
Resultados? Mais de 700 mil visualizações do vídeo no momento em que este
artigo é escrito e a marca da Brastemp no Trending Topics mundial do Twitter.
É preciso agir muito antes que bombas assim explodam.

O primeiro passo, como já mencionado, é ser humilde e se dispor a ouvir


as pessoas. Sua empresa precisa conhecer as preferências e hábitos dos seus
clientes, dos formadores de opinião do seu segmento e a reputação da sua marca
e das marcas dos seus concorrentes nas redes sociais. Tendo conhecimento
das críticas, reclamações e até elogios, é preciso dar respostas rápidas,
individuais e, principalmente, transparentes. Não invente que “o problema já
está sendo resolvido” se você ainda não faz ideia de onde ele se encontra.
Ninguém gosta de ser feito de bobo e as pessoas são muito mais inteligentes
do que você imagina. Responda o óbvio: “ainda não fazemos ideia de onde
o problema se encontra, mas estamos dando nosso melhor para encontrá-lo.
Entraremos em contato assim que isso acontecer”.

Tenha a certeza de que isso vai delizar seus clientes e agregar valores
importantes à sua marca. Se sua empresa ainda não tem uma equipe interna
gerenciando sua presença nas redes sociais trate de montá-la ou contratar
uma agência especializada rápido, muito rápido. Não espere o João, a
Maria, o Francisco e o seu Oswaldo se unirem.

21
6. Real e
imaginário

Gabriela Ramos

Estamos acostumados a ver, e não olhar o outro. Diferente de “ver” o olhar é mais
humano, mais atento, preocupado com o propósito de perceber.

Hoje as redes sociais são como um grande encontro, no qual muitos estão em
busca de um olhar, mesmo que muitas vezes a supercialidade esteja presente
nas relações. Nas redes sociais você diz o que pensa, você julga, você clica dizendo
se gostou ou não, discute, arma, publica. Sua opinião é sempre importante, tão
importante como a de qualquer outro. Conversamos com quem nunca vimos como
se estivéssemos escrevendo uma carta para alguém bem perto. Apoiamos causas
sociais e nos engajamos em lutas até então desconhecidas, compartilhamos nossas
alegrias, tristezas e frustrações, nos expomos a todo momento com o objetivo de
atrair o “olhar” do outro.

Essa inquietação humana me faz reetir... Outro dia fui visitar os pais do meu marido,
e minha sogra foi me mostrar a nova “caixinha” de correspondência que eles haviam
instalado na casa “acredita que todos os dias olho para ver se alguém nos escreveu?”
disse. Fiquei pensando que poderíamos nos falar mais se eles utilizassem as redes
sociais, porque nem me lembro da última vez que escrevi uma carta... Mais na
verdade o que eles querem não são cartas, aquilo foi uma forma de expressar o
quão só eles estão, eles querem ser “olhados” com mais frequência. Um gesto que
envolve sensibilidade e atenção de pessoas que veêm seu tempo sendo engolidos
freneticamente por um mundo que exige cada dia mais.

As redes sociais fortaleceram nosso poder de transformação, resgatou a generosidade


perdida, nos mostrou a força das palavras, a diferença do olhar mediado e do ver
imediato. Precisamos mais do que nunca car atentos ao sentido das nossas relações,
e na diferença que podemos fazer para alguém e para o mundo com apenas um
“click”.
7. Inovação Digital:
O que ela traz
para você?
Karina Giardelli

Tudo começou no pouquinho que restava de Janeiro de 2011, várias pessoas atrás de
conhecimento e formas de como fazer a presença digital, tanto delas próprias quanto
a de seus clientes, se tornar mais presente de maneira eciente e expansiva...

O curso de Ações Inovadoras na ESPM trouxe a tona um turbilhão de conteúdo sobre


o enorme universo digital, nos trouxe a visão do quanto essa forma de se comunicar
é válida para você se tornar um prossional completo, conectado com o mundo e se
tornar presente nos acontecimentos e nas tendências que estão por vir e o que já é.
Não somente isso, a plenitude prossional é conseqüência, mas o que há de mais
válido é o tamanho que isso pode atingir, quando as redes sociais possibilitam as
mais variadas formas de expressão, de interação, conhecimento, empreendimento,
entretenimento, conversão e muito mais...

Passaria horas exemplicando o que é possível fazer nesse grande universo digital,
mas o mais legal disso tudo são os relacionamentos que você cria, os laços de
amizade, a colaboração vinda de todas as partes, o engajamento das pessoas em
causas que você jamais imaginou que poderia fazer parte um dia.

A facilidade com que tudo vem e vai, como as ondas do mar, a nobreza das ações
pensadas não apenas em prol de uma pessoa, mas sim, de milhares e milhares,
buscando atingir a todos, eu, você, ele, ela, branco, negro, amarelo e vermelho.
E como tudo que começa, seguindo as leis naturais, tem um m, o curso teve um
desfecho maravilhoso, em que as pessoas puderam transpor suas mentes de dentro
da sala de aula, para um lugar mais natural e belo que se possa imaginar.

Em meio a natureza, no Jardim Botânico de São Paulo, todos puderam conhecer


ainda mais a essência de cada um, seus objetivos com o aprendizado do curso, criar
laços de amizade, conversar sobre o universo digital e fora dele, os seus sonhos,
criar momentos que naturalmente irão mudar de alguma forma as suas vidas e

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nada é excluído, ‘deletado’ ou algo do tipo, lá só existiu o acréscimo, a inclusão, o
acontecimento, a interação, o social.

E esse nal de curso, não teve nem um pouco ‘cara’ de nal, mas sim, mais um início
de um grande começo.
8. Redes Sociais
no divã

Larissa Andrade

Muito se fala hoje em dia sobre a revolução trazida pelas redes sociais no
relacionamento interpessoal, entre clientes e empresas, cidadãos e governos. Há
pouco mais de um século, uma outra revolução que também estava diretamente
ligada à comunicação mudou o mundo: o lançamento do livro A Interpretação
dos Sonhos, de Sigmund Freud.

Pode parecer que psicanálise e mídias sociais não têm muita relação, mas
na verdade ela é bastante estreita. Um exemplo disso é o uso que muitos dos
usuários dessas redes têm feito para reclamar ou elogiar empresas e seus
produtos/serviços no Twitter, esperando com isso com isso um retorno mais
rápido do que aquele oferecido pelo call center e com maior visibilidade – na
rede, tudo é visto e comentado, e com isso seus amigos também podem palpitar
naquele problema que você teve. A busca é só uma: buscar uma solução se
expressando. Foi mais ou menos isso o que propôs Freud ao criar a psicanálise,
a chamada Talking Cure, ou Cura pela Palavra, que consistia em deixar que o
paciente falasse o que lhe viesse à mente, sem interrompê-lo ou censurá-lo. Não
é isso que vem acontecendo nas redes sociais?

Talvez a diferença maior esteja no fato de que a psicanálise consiste na fala e


escuta, enquanto nas redes sociais as pessoas escrevem e leem. Mas até isso
pode mudar com a chegada do serviço de voz para Twitter anunciado pela Nextel
no início de fevereiro.

Mas enquanto a terapia se limita ao divã e ao analista numa sala com horário
marcado, as redes sociais não oferecem limites: é possível falar com pessoas do
mundo inteiro, o tempo todo, sobre qualquer assunto. Diante de tanta liberdade,
muitos se questionaram: mas, afinal, sobre o que eu quero escrever? E sem
saber exatamente o porquê, fizeram da wall do Facebook ou da timeline do
Twitter sua sessão de análise, onde falam o que lhes vier à mente. Mas Freud

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nunca responde – talvez a tarefa fique a cargo dos amigos ou seguidores.

Um dos aspectos mais interessantes das redes sociais está na interação com
as empresas, que deixou de ser uma via de mão única. Mais do que nunca os
consumidores sentem que têm o poder: eles estão sendo lidos por centenas ou
milhares, eles podem encontrar pessoas que nem conhecem, mas que estão
na mesma situação e se dispõem a ajudar. Mas muito além de reclamar e lutar
pelos seus direitos, esse consumidor busca atenção daquela empresa e quer
entender como ela pôde decepcioná-lo quando ele confiou nela e a escolheu
diante de tantas opções disponíveis no mercado. Profissional de Marketing
Digital da Rede Pão de Açúcar, Andrea Dietrich, disse bem: ‘todo cliente mantém
com a marca uma relação de amor e ódio’.

E é exatamente essa relação que agora está visível para todos: é expondo nas
redes sociais o que sente pela marca que as pessoas têm a oportunidade de
serem ouvidas e, principalmente, respondidas – seria a tal cura pela palavra
quando se fala em atendimento ao cliente na era 2.0? O fato é que as empresas
que estão nessas redes vêm encontrando desafios diários em atender essa
demanda de atenção que os clientes exigem. Mais do que simplesmente atender,
elas devem surpreender, encantar, porque o cliente já espera isso delas. Afinal,
não é isso que esperamos todos nós dos produtos que compramos, das viagens
que realizamos, dos serviços que adquirimos e das pessoas com quem nos
relacionamos?

Ao contrário do que se pode imaginar, não há nada de moderno em


‘redes’. Pelo contrário! Há mais de uma década, Freud já desvendava que nossa
primeira ‘rede’ se dava no contato com a mãe, nosso primeiro Grande Outro.
No século XXI, esse papel de Grande Outro é exercido cada vez mais por quem
está do outro lado da tela – do computador, do celular, do iPad. Será que Freud
aceitaria atender seus pacientes pelo msn ou outros meios virtuais como vêm
fazendo muitos de seus discípulos? Não saberemos. Mas a principal lição ele
já deixou: temos todos, principalmente, que aprender a ouvir mais e censurar
menos.
9. Do choro individual
ao grito da multidão

Marcus de Barros Pinto

A paternidade é um estado interessante. No momento em que você engravida (sim,


defendo que o casal engravida) começa a perceber bebês por todo lado onde anda.
E a observar e tentar entender aqueles seres dos quais, em breve, você terá um em
casa. Meu pânico era quando ouvia choro ou sons desconexos e imaginava: “Como é
que vou saber o que ele/a estará dizendo?!” Pois nasceu Rita. E eu consegui entender
cada som, cada choro. O da cólica, o da fome, o da fralda suja, o da manha, o da
vontade de dar uma volta e tantos outros. Hoje, aos 19, ela debate comigo, contesta,
tem ideias próprias, me apresenta grupos musicais dos quais jamais ouvi falar e me
faz ir adiante do meu tempo, olhar além.

Redes sociais são semelhantes. No começo só quem as integra entende o que


falam, do que falam. Com o tempo esse universo se amplia, multiplica. É óbvio: isso
só funciona para quem tem olhos e ouvidos atentos ao que se diz nas redes. Para
quem age percebendo que o mundo vai além, muito além do seu quadrado. E que
busca perceber, entender, não apenas o signicado de twitter, facebook ou mesmo
orkut – este tão distante de nós, mas fundamental para a classe emergente que
avança em cidadania e capacidade de consumo. Não adianta fazer como aqueles
pais ausentes que tentam compensar sua surdez e cegueira com os lhos comprando
todos os brinquedos (ferramentas) que estão na moda. Caixas de brinquedos ou de
ferramentas são inertes se não há quem interaja com elas. Portanto, há que se ouvir,
se ler, se entender o que dizempensamfalamexpressamopinamreclamamelogiamco
ndenam...

Quando comecei a trabalhar, na década de 80 do século passado, era máquina de


escrever. Três folhas de papel e, entre elas, papel carbono. Esse tal de carbono era
geralmente roxo, sujava as mãos e servia para reproduzir o que você escrevia na
primeira folha para que você tivesse... cópias! Ah, e para transmitir um texto para
outra cidade, estado ou país, telex. Você usava um teclado acoplado a um furador
de ta. Uma vez perfurada a ta (da largura de um polegar) você fazia uma ligação
telefônica e passava a ta cuidadosamente enrolada por um caminho estreito,

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num modelo semelhante ao moderno e posterior... fax. Computador? Ainda era um
monstro de tela âmbar e rodando DOS. Windows? Só nas revistas de cção ou no
meio acadêmico.

Hoje desktop é obsoleto, notebook ainda usual, mobile fundamental (até


eventualmente para usa-lo como telefone) e os tablets tendem a dominar o mundo.
Como ferramentas. A serviço de cidadãos, homens e mulheres, consumidores,
eleitores, formadores de opinião ou apenas para quem ousa no máximo um “curtir”.
A informação se multiplicou em proporções inimagináveis. O conteúdo a que um ser
humano é exposto em 24 horas corresponde ao que gerações não muito distantes
levavam anos, até uma vida para consumir.

Daí a importância da gestão do conhecimento, do gestor de conhecimento. De um lado


ferramentas tecnologicamente cada vez mais modernas, interativas e acessíveis. De
outro, a portabilidade avançando, se miniaturizando e te possibilitando estar ligado a
qualquer hora, em qualquer lugar. Literalmente!

“Quem lê tanta notícia?”, cantava Caetano Veloso em Alegria, alegria. Quem consegue
separar joio de trigo, o que presta e o que não presta entre tantos e-mails, jornais,
revistas ou mesmo nas innitas redes sociais às quais nos associamos. Quanto mais
gente você segue, mais perde o que foi postado. Quanto mais ca no facebook, mais
é demandado a fazerdizercurtirprotestar. O dia encurta, as horas desaparecem, a
vida corre. E como corre!!!

Somos relacionadores. Já fomos apenas jornalistas, prossionais de RP, de tecnologia,


de criação, de marketing, de sociologia, de antropologia. É nosso papel fundamental
ajudar a orientar os recém-chegados nesse universo mutante – que em dois anos faz
explodir o mundo com uma rede de relacionamento que vira lme de Hollywood e
ajuda a derrubar uma ditadura de 30 anos no Egito.

Somos ltro. Cabe a nós ajudar a identicar o que foi um dia segmentação, depois
transformou-se em stakeholders e agora atende pelo singelo nome de clusters.
Saber o que dizer a cada um, como chegar a cada um, saber ouvir, ler e entender
é papel dos gestores de conteúdo. Os mesmos que precisam ajudar a traduzir para
uma linguagem clara e inteligível os discursos técnicos de médicos, advogados,
engenheiros, economistas e, porque não, até mesmo de marqueteiros.

Ser gestor de conteúdo é fazer ouvir e saber cuidar de quem um dia apenas chorava e
emitia sons desconexos (mas que se fazia entender) e hoje constrói teias sociais nas
redes invisíveis, explora as possibilidades das ferramentas de mídias sociais e grita!
Grita com a multidão que ajudou a formar!

E isso é apenas mais um começo...


10. O tempo entre o rolo
e as redes sociais: uma década
de tecnologia e transformação social
Samantha Col Debella
O badalar do relógio da matriz sinalizava duas da tarde. Os termômetros marcavam
quase quarenta graus de um tarde ensolarada e sem brisa.

Eu, menina, saindo apressada da faculdade de comunicação, corria, feliz, para o


meu primeiro emprego num mix de agência de publicidade e produtora audiovisual.
Naquela quarta-feira, como de praxe, eu tinha a incumbência de acompanhar a
gravação do programa semanal de rádio para o maior cliente da agência. A pauta
já estava denida e as laudas impressas. A equipe, formada por mim, um casal de
locutores e o operador de áudio, atuava em na sintonia. Ganhávamos pouco, mas
nos divertíamos muito.

Era uma delícia entrar no estúdio com aquele arsenal de equipamentos. As paredes
forradas, os microfones, as mesas de áudio repletas de botões e os discos...ah, os
belos discos de vinil. De lá só saíamos com a matriz do programa pronto e com um
céu noturno salpicado de estrelas a nos brindar.

O processo era exaustivo. Primeiro gravava-se a locução, que não podia ter erros e
precisava estar cronometrada e ininterrupta. Com essa base pronta, trocava-se o rolo
de ta e começava o processo de construção da master, com os sons de fundo, as
vinhetas, as sonoras e entrevistas que já estavam previamente gravadas. E de corte
em corte ia-se criando o programa. O ouvido do operador era o instrumento mais
aado de que dispúnhamos. Um microssegundo errado e lá íamos nós começar todo
o processo novamente. A edição analógica era linear. Sim, consumíamos uma tarde
inteira para gravar e editar míseros dois minutos de programa de rádio. Ao terminar,
guardávamos aquele rolo de Akay como uma jóia preciosa, a materialização de
muitas horas de trabalho e empenho.

Às quintas-feiras, reservávamos para fazer cópias em ta cassete. Ao nal de mais


um dia de trabalho tínhamos uma centena de caixinhas envelopadas para que a
mídia pudesse distribuir nas emissoras de rádio: em mãos, pelos correios ou
transportadoras.

29
Não. Não é a história de uma saudosista publicitária na década de 50. Isso era julho de
1997 e eu, agora com pouco mais de 30 anos, acompanhei de perto toda a revolução
que a tecnologia impôs ao processo de trabalho na área de comunicação e à vida em
sociedade.

Hoje pede-se a gravação de um spot ou um jingle e em minutos o áudio pronto


está na caixa de e-mail para aprovação. A mídia envia para todas as emissoras,
simultaneamente, com um único clique. O mesmo acontece com os lmes. E não se
concebe o trabalho de uma agência ou produtora sem a internet. Um momento de
pane na conexão coloca todos a andar como baratas tontas entre as salas até que a
internet volte a interligar a equipe e o resto do mundo.

Hoje compra-se fotos para anúncios em bancos de imagem cujo acervo não tem
limite geográco. E compra-se imagem também, para editar vídeos, documentários
e o que mais a imaginação quiser.

Se a velocidade e o acesso facilitado são vantagens na produção, vale lembrar que


a internet também fomentou o mercado e ampliou o número de fornecedores. Uma
gama de prossionais, ou mesmo amadores, que tinham bons materiais audiovisuais
e não sabiam o que fazer com isso hoje conseguem ter renda ao comercializar online.
A rede abriu caminhos.

E como tecnologia sozinha é vazia, as pessoas, com computadores e internet,


passaram a estabelecer relações diferentes entre si. Dessas relações sociais foram
surgindo novas demandas e formas de utilização. É muito para dez anos? Não. Os
que vivenciaram essa transformação, sobreviveram a era analógica e estão em pleno
processo produtivo na era digital, são todos resilientes.

E nessa reinvenção diária, a máxima de que passamos de consumidores à produtores


já é senso comum. Há os que realmente produzem, os que usufruem, os que
compartilham, os que criam coletivamente, os individualistas, os da turma do rock,
os bambas, os que gostam de lmes e os que adoram fofoca. Na rede, há lugar para
todos e para que cada um possa ser muitos.

Eu, não mais tão menina, ouço iPod mas não abro mão da coleção de discos de vinil.
Uso a história, isenta de nostalgia e repleta de compleição estética, para ser presente
e me preparar para os próximos dez anos, que serão ainda mais velozes.
11. Os deuses e a
Inovação Digital

Sergio Karagulian

Não é de hoje que é sabido da necessidade humana de relacionar-se, de estar em


comunidade, de poder aprender e ensinar, compartilhar e ajudar, receber e ser ajudado,
enm viver como um ser sociável, o que de fato fomos criados para ser.

Seguindo esse raciocínio assistimos a proliferação de ideologias, teorias, tendências


especícas e genéricas para todos os tipos e gostos visando atender a demanda de
todo um planeta: ter experiências e relacionamentos.

O fato é que devido ao progresso da tecnologia moderna esses dois objetos de busca,
que são em si mesmos subjetivos e intrínsecos, ganharam nessa tecnologia uma aliada
fascinante. Hoje através de poucos toques e em segundos, é possível alcançar a esfera
de milhares ou até de milhões de pessoas num intervalo de tempo já considerado
“real”, o fator on-line é hoje algo subentendido, e quem não está nesse “status” já está
descartado do mundo atual.

Qualquer idéia pode ser debatida em poucos minutos após ser concebida em diferentes
países e lugares do mundo, tornando cada idéia, cada compartilhar na rede em algo
único e eterno, uma vez que colocado na mesma rede, na rede eternamente cará, seja
relevante ou não.

O que nos faz repensar os objetivos a serem alcançados, experiências e relacionamentos,


uma vez que a rede se auto regula, pelo que dizem, é que qualquer pessoa pode se
relacionar com quem achar que deva, ou seja, pode se “tribalizar”, só se “enturmar”
com pessoas que tem algo em comum, segundo os pers editados, e assim formar
comunidades em nome do bem estar comum.
Mas e as pessoas que são diferentes? E as pessoas off line, que são em número um
contingente que não pode ser desprezado? E se todos só se relacionarem com quem
acham ter algo em comum, como cará de fato a humanidade, as sociedades como
um todo?

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Passa a ser dúbio o fator então de ter experiências por se tratar de experimentar em
outro aquilo que eu já aprovo em mim mesmo, através de pers escolhidos e que é
bom lembrar, foram editados, sem necessariamente corresponder a 100% da verdade,
uma vez que nem nós mesmos nos conhecemos a fundo.

E a questão de relacionamento? Posso conversar on-line com o mundo e isso por si só não
signica que tenho relacionamento nessa dimensão. A palavra em si (relacionamento)
já demonstra o equivoco, uma vez que evoca amizade, intimidade, convivência, como
posso ter tudo isso com milhões de pessoas e ao mesmo tempo?

Portanto podemos ter uma grande gama de pessoas que “curtimos” e que nos
identicamos de alguma forma, por critérios de beleza, posição cultural, social, questões
prossionais, etc., podemos até dentre essas pessoas, desenvolver de fato algo mais
profundo, mas daí a dizer que temos relacionamento com as “comunidades” de que
fazemos parte, sinceramente é algo muito complexo de armar.

Por isso podemos analisar que a inovação digital enquanto um meio é uma benção,
mas quando passa a ser um m em si mesma, relativizando os conceitos básicos de
comunidade e sociedade, sendo assim utilizada, pela própria sociedade, temos um
problema.

Veja os conceitos de qualquer religião que tem por nome padrão religar o homem a
Deus, o eterno criador, que nos criou a todos e nos colocou juntos para aprender uns
com os outros, e ver a presença dEle mesmo em cada um.

Quando não desenvolvemos de fato relacionamentos como Deus nos criou para fazer, as
experiências obtidas perdem o foco, a razão, porque em todas as ideologias conhecidas,
o próximo deve ser elevado a um nível de alta valia e consideração, preterindo-se o
próprio ego em favor dos outros.

Por isso podemos armar que a inovação digital, a internet propriamente dita, as redes
sociais, enm todas as ferramentas que se mostram no presente e que serão ainda
mais importantes no futuro, se não forem bem trabalhadas, se não tiverem um enfoque
de fato social, indo além dos meus gostos e predileções, se não me zerem ir além
de saber, ir além de ter informação, de me levar a uma ação pró-ativa em prol de uma
causa maior do que razões políticas, econômicas, ou outras, de fato pra que servem?

Devem sim nos levar a trazer as pessoas para estarem aonde deveriam estar, de onde
nunca deveriam ter saído, que é da presença de Deus, e do relacionamento que Ele
quer ter conosco em Cristo que veio ao mundo e disse que veio para servir e não ser
servido, para curar, para ajudar, para amar ao próximo e nos mandou fazer o mesmo.
Isso sim é uma experiência que ui de um relacionamento que nos torna pessoas de
fato, nos torna reais num mundo virtual, nos torna lhos do verdadeiro Deus e não de
nos mesmos, de nossos desejos e “grupos” seletos, mas de toda uma razão de ser e
existir.
Deixaremos então se ser deuses de nós mesmos, onde tudo que importa é o eu, o meu,
a minha vontade, o ego exarcebado e passaremos a entender o que a bíblia diz sobre
fé sem obras, o que comunidades fazem ao ajudar as pessoas (quer sejam espíritas,
ou de qualquer outro nome), o que outros diversos grupos fazem em prol de um mundo
melhor.

Paramos então para entender que se ao invés de gastar horas em frente das telas
que se nos oferecem, se desligarmos tudo por uma hora que seja e ganharmos nosso
tempo olhando nos olhos, abrindo o coração ao invés das bocas somente; daí teremos
uma família melhor, casamentos melhores, comunidades de fato, deixaremos de ser
falsos deuses e nos tornaremos semelhantes ao verdadeiro e único Deus que é amor.
Experiência e relacionamento estão no fato de amar sem querer nada em troca e se
puder viver essa realidade usando as ferramentas da inovação, digital ou não, será
maravilhoso, por isso vamos cultuar ao verdadeiro Deus que nos ajuda e ensina a
amar, e não aos deuses que nos fazem odiar a nos mesmos.

E você tem usado a inovação para cultuar ou ser cultuado? Que deus é você? O verdadeiro
manda amar e fazer algo real pelo próximo, temos feito ou vivemos na “vitualidade” do
mundo sendo “avatares de zumbis”, achando que redes sociais nos serão sucientes?
Acordemos, vivamos com intensidade a tecnologia mas sempre sem esquecer quem é
Deus, quem somos nós, porque estamos aqui, como devemos estar, e o nal de todas
as coisas: o amor real, no mundo real, de pessoas reais.
Que Deus nos ajude!

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12. Redes Sociais x
Cultura BBB

Viviane Amaro

Será que o Brasileiro ainda não entendeu o poder que tem nas mãos? Infelizmente não,
basta prestar atenção no trending topics mundial do twitter para entender porque o
brasileiro ainda não acordou. Durante 3 dias seguidos acompanhei as noticias relevantes
pelo mundo e Brasil, tweetei sobre o assunto, não tive nenhum RT. Para desespero geral
os temas colocados pelo brasileiro nos top 10 do twitter entre 08/02/11 e 11/02/11
foram:

- Gloria Pires - “gosto vê-la sofrer na novela”, “ela está acabada”


- Eguinha Pocotó - by Googleokê
- Parabéns Marizete Santana - aniversário da mãe de um pirralho sertanejo

Nós somos quase 200 milhões de vozes das quais 40% exercem papel ativo nas redes
sociais produzindo que tipo de conteúdo? Exemplos como os citados acima são muito
comuns e retratam o que a grande maioria dos brasileiros produzem nas redes, besteira
sem nenhum engajamento político,social e ambiental. É óbvio que não podemos
generalizar e que existe muita produção de conteúdo com relevância feito por nós, mas
está na hora da grande massa acordar e entender que agora é a hora de agir! Vamos
deixar esta cultura ridícula e supérua de lado e vamos nos engajar em causas que
realmente valem a pena para contribuição de um país e mundo mais descente e justo.
13. Assessoria de
Imprensa 2.0

Letícia Volponi

O que muda no universo das assessorias de imprensa com o advento das redes sociais?
Se você respondeu tudo, está enganado! A essência da comunicação com a imprensa
não mudou, o que mudou foi o formato como essa comunicação acontece. Se antes a
informação era propagada e a assessoria de imprensa era um meio para as empresas
levarem suas mensagens aos formadores de opinião, hoje, a comunicação é construída
a partir de inúmeras fontes disponíveis, sejam elas porta-vozes ociais e experts em
determinados assuntos, sejam blogueiros, twitteiros e internautas, capazes de mobilizar
multidões, muitas vezes com apenas 140 caracteres.

Se hoje boa parte da comunicação se dá pela forma escrita, até 2014 estima-se que os
vídeos representem 90% do tráfego de dados da internet. Enquanto o e-mail ainda tem
uma força muito grande no trabalho da assessoria, há uma forte tendência de que ele
vá perdendo espaço para outros mecanismos de comunicação. Tudo isso, nos revela
que já não se fazem mais planos de comunicação sem levar em conta o mundo de
oportunidades que se abre mesmo para as empresas que ainda não despertaram para
a importância de estarem conectadas.

O primeiro passo para adotarmos uma nova postura em assessoria de imprensa


é avaliar o que o prossional ou sua agência já fazem e os resultados que está se
atingindo ou perdendo. A partir dessa análise, é preciso considerar de que forma as
inúmeras ferramentas de mídias sociais podem potencializar o seu trabalho, otimizar
a visibilidade do cliente e ser facilmente localizada nas diferentes plataformas que
hoje pautam boa parte das redações das mídias tradicionais. Estima-se que 80% dos
jornalistas usem blog para buscar fontes para suas matérias. Com mais de 11 mil
seguidores, o @ajudeumreporter, começa a se consagrar como ferramenta de busca de
fontes e personagens para a grande imprensa.

Entre as principais competências do assessor de imprensa do futuro estão a


capacidade de planejar, relacionar-se, escrever bem, entreter, prestar serviço e construir

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personalidade tanto para seus clientes quanto para ele mesmo. O prossional que
souber explorar e aplicar essas competências vai se tornar referência para a busca de
informação de qualidade por parte da imprensa e para executar uma estratégia bem
sucedida de exposição de seus clientes, contribuindo de forma efetiva para o negócio
dele.

Na largada de um projeto de comunicação, é importante analisar o contexto social,


econômico e político atual para projetar o cenário. Com o advento das mídias sociais,
o volume de informações disponíveis e que, obviamente, precisam ser ltradas é
enorme, mas o mercado já pode recorrer a inúmeras ferramentas que vão além das
buscas de artigos e análises. Em uma apresentação elaborada por Rodrigo Capella
em de seus cursos sobre Relações Públicas 2.0, ele destaca a célebre frase do escritor
francês Joseph Joubert (1754-1824): “Somente buscando palavras é que se encontram
pensamentos”.

O que as buscas que realizamos para mapear cenários utilizam para nos trazer a
informação desejada? Palavras-chave. Ferramentas como o Google Search, Technorati,
Social Metrix e Social Mention permitem ao assessor de imprensa observar e mensurar
o que o público em geral está dizendo a respeito de determinado tema e, com base
nesses dados, avaliar o impacto que essas opiniões trazem para a atividade do cliente
e qual a melhor estratégia para potencializar os pontos positivos ou mitigar os impactos
negativos.

São as palavras-chave também que ajudarão o assessor de imprensa para identicar


nas redes novos formadores de opiniões, alguns mais inuentes no contexto atual do
que os grandes nomes do jornalismo tradicional. Para esse mapeamento, hoje podemos
contar com o Who’s Talkin, que elenca os resultados em ordem de relevância; Tweepz,
que procura informações na biograa de todos os pers de usuários do twitter, ou o
Tweet Reach, que cria um relatório do impacto e alcance das mensagens publicadas
no microblog.

Enquanto essas ferramentas contribuem para mapear o que dizer e para quem, ca
o desao de como transmitir a sua mensagem, como se relacionar com esses novos
formadores de opinião. Segundo dados da Mega Brasil, há no País cerca de 1,2 mil
agências de assessoria de imprensa que empregam cercam de 11 mil prossionais
formados. Muitos clientes acreditam que precisam ter suas marcas expostas em
alguns poucos veículos-alvo. Esses dois fatores somados resultam em uma disputa
dramática por espaços que levam jornalistas a receberem cerca de 200 contatos
diários de assessores de comunicação vendendo suas pautas. Para ganhar espaço
nesse ambiente, é preciso inovar no conteúdo, na forma de apresentação e criar canais
alternativos para que a empresa obtenha o destaque desejado.

É o tempo de uma nova realidade para o mercado de comunicação, onde a interação


e a agilidade são palavras de ordem para garantir a exposição adequada e efetiva dos
clientes, produtos e serviços junto ao público nal. No ambiente da comunicação
colaborativa, o velho press release dá espaço a novos formatos que devem incorporar à
estratégia os quatros pilares que sustentam um projeto de mídias sociais: Comunicação,
colaboração, educação e entretenimento. Por isso, mais do que identicar veículos-alvo,
a comunicação empresarial deve denir o conteúdo e a linha editorial que alcançará os
públicos de interesses, estejam eles onde estiverem.

O e-mail ainda tem uma força de transmissão de dados muito grande entre as redações
da grande imprensa, mas as pessoas mais jovens já não usam mais e-mails e são, na
maioria das vezes, os formadores de opinião dos produtos e serviços dos clientes que
atendemos. Para atingir esses diferentes públicos, o texto da assessoria de imprensa
evoluiu para um novo formato, o social media press release.

As informações são disponibilizadas de forma mais concisa e o lead ganha ainda


mais força para caracterizar a notícia dentro de um contexto que realmente importe
ao receptor da mensagem. Para garantir a abrangência necessária ao tema, links
passam a ser aplicados como recursos que permitem ao leitor aprofundar-se no
conteúdo e buscar novas fontes de pesquisa. O texto ganha um caráter mais informal
e ferramentas on-line como o Google Trends possibilitam a escolha das palavras-chave
mais procuradas na Internet, comparando sinônimos e mensurando a força de cada
uma delas no conceito de Search Engine Optimization (SEO).

A inserção de infográcos, vídeos e podcasts no corpo da mensagem garantem


a exposição multimídia necessária para atingir os diferentes públicos e meios
de comunicação. Citações das fontes ganham destaque no texto, o que facilita a
visualização por parte do jornalista, favorece a propagação da mensagem do cliente e
garante pessoalidade ao conteúdo. Ao nal do texto, links de compartilhamento para
o Twitter, Facebook, Delicious e outras redes, hashtags e indicações de palavras-chave
ampliam a exposição e oferecem ao jornalista uma nova experiência de aprendizado
permanente na construção de sua reportagem.

A nova assessoria de imprensa deixa de ser uma ferramenta de marketing para atuar
de forma integrada e desenvolver a comunicação como um processo que busca engajar
pessoas. É preciso adquirir mais sensibilidade do que técnica, porque nossa prossão
não é apenas um ramo de comunicação é sobre a arte de se relacionar com os seres
humanos.

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14. Conteúdo é Preciso,
Rede Social não

Paulo Redondo

Quando decidi fazer o curso de Redes Sociais e Inovação Digital oferecido pelo Centro
de Inovação e Criatividade da ESPM, “compartilhado” (leia a explicação do termo
mais adiante) pelo Gil Giardelli, realmente esperava um curso focado em Internet e
Mídias Sociais. Estes assuntos foram o que me levaram até o curso, mas não foram
eles que me motivaram a escrever aqui.

Este curso, caso possa ser chamado assim, disseminou aprendizados, inquietações,
desconfortos, surpresas, frustrações, mudanças, debates, encontros, muito
compartilhamento – enm, tudo o que diz respeito a uma verdadeira Rede Social.

Infelizmente não tive nem o tempo para pesquisar e nem o tempo para elaborar como
queria este texto, mas gostaria de dar também a minha contribuição a esta iniciativa
e compartilhar o que assimilei sobre redes sociais e a maneira como podemos nos
beneciar dela para disseminar conteúdo relevante à todos ligados a elas.

Diferentemente de antes quando pensava que redes sociais eram somente um meio
digital, explorado pelas mídias sociais, para ver, ser visto e se divertir, inspirado pelo
Augusto de Franco e outros ótimos palestrantes, agora entendo que este fenômeno
é bem mais antigo que isso. Redes Sociais evoluem com a história da Humanidade,
desde o princípio de sua sobrevivência e existência. E conviver em redes sociais é uma
característica intrínseca do ser humano, apesar de inconsciente para muitos, explica
talvez o enorme sucesso que a implementação destas no meio digital alcança. Não
vou citar aqui as variadas contribuições que as redes trouxeram para a evolução da
humanidade, mas pense que por trás de cada passo grandioso dado pelos seres
humanos em sua história, a coletividade, a rede, estava presente.

O que isso tem a ver com a disseminação de conteúdo? Tudo! Pois se hoje temos
somente 1% de conteúdo (falta citar a fonte) sendo produzido e consumido nas
mídias sociais, qual é a explicação? No meu entender uma fonte vasta de informação,
mesmo que ainda em, já está disponível em meio digital para ser compartilhado,
discutido, questionado, aprendido e utilizado por todos os que tem acesso a esse
meio. Informação esta que inclui todas as questões humanas e cientícas largamente
produzidas desde remotas eras até os dias atuais. Já que temos acesso (infelizmente
não podemos incluir a todos), por que continuamos a produzir tão pouco conteúdo
relevante (aqui relevante tem o sentido de algo que contribua com nossa evolução
como seres humanos)? Vou falar por mim, falta tempo! Tempo que vai sobrar quando
estiver vivendo de acordo com o que acredito e me relacionando com Redes de
pessoas que estarão compartilhando este enorme conteúdo comigo e vice versa. Mas
o conteúdo não é tudo, pois o fato de se conectar e compartilhar com outras pessoas
transformem o conteúdo existente anteriormente em algo novo. Um novo conteúdo
que não necessariamente será baseado em outros anteriores, podendo até negá-los
ou contradizê-los, mas que talvez não existissem caso não houvesse esse contato e
troca proporcionados pelas redes. Não é assim que as novas teorias e pensadores se
apresentam?

Concluindo, quero deixar meu sincero agradecimento ao Gil e a todos os palestrantes


do curso, que me zeram vislumbrar possibilidades em meio ao caótico e imediatista
mundo em que vivemos e onde pude me convencer que empreender e inovar é
possível, apesar de tudo.

Abraços a todos os #InovadoresESPM e aos tantos outros com a mesma gana dos
antigos exploradores, deixo os versos do sensacional do Poeta Fernando Pessoa,
que demonstra num mesmo verso a constatação da imprecisão do controle da vida,
diante das ferramentas que sempre nos querem fazer seguir seu rumo preciso. A
contradição é a que entregam sua alma para a humanidade e querem contribuir para
sua evolução – para torná-la grande – usando novos mapas.

Navegar é Preciso

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:


“Navegar é preciso; viver não é preciso”.
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
Transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.


Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;


ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue


o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.


Fernando Pessoa

39
15. O Flickr de
Dorian Gray

Roberto Cibulski

Eu sei que parece complicado, mas é só uma pirâmide! Se todo mundo zer a sua
parte, tudo vai dar certo. O faraó ca feliz, todos camos felizes! E assim, com um
pouco de pressão e sem nenhuma inovação digital, uma rede social às avessas
conseguiu fazer um senhor trabalho. De lá para cá a máquina de café talvez tenha
sido a principal inovação, pois nada no ambiente corporativo possui tanto poder de
agrupar pessoas e fazer com que fofocas e opiniões sejam atualizadas!

As redes sociais não são novidade, apenas aceleraram sua dinâmica com o passar
do tempo. Existiam no comércio da Mesopotâmia, nos estudantes que discutiam
as últimas da losoa na Alexandria e também na galerinha que se encontra no
shopping e mantém o corpo por lá e a mente em 50 lugares diferentes. As redes
sociais são antigas, mas ganharam poder e velocidade quando a inovação digital
entrou na receita.

Para quem é mais velho, o mundo gira rápido demais. Um dia donos do mundo,
começamos escancarar a vida em um blog. No dia seguinte, acordamos ansiosos por
um convite para o orkut. Entramos na onda, contamos e mostramos tudo: aquilo que
era só nosso e de mais alguns virou patrimônio de todos. E antes que explicassem
que privacidade é uma coisa bacana e não algo que seu avô curtia, a avalanche
jogou redes públicas, privadas, algumas narcisistas, outras colaborativas e mais um
punhado de redes super cool que você não sabe usar e nem entende para que servem.
O mundo cou pequeno, o dia cou curto e as regras mudaram.

Este novo mundo desperta paixões. Alguns alertam para a supercialidade das
relações e também para a exposição descontrolada e suas possíveis consequências.
Outros agitam bandeiras em nome da liberdade sem restrições e validam qualquer
uso para a rede. A rede e suas redes são a cornucópia digital ou o vício que nos
consumirá? Cara e coroa, certamente!
As mídias sociais de hoje são uma lente de aumento. Se por um lado dão força e
alcance a quem luta para imprimir sua marca em busca de um mundo melhor, por
outro escancaram a futilidade e o narcisismo da imensa maioria de usuários que vê
nas redes uma maneira de chamar a atenção para o seu nada. É o Princípio de Pareto
aplicado de forma crua e triste.

Um lado da moeda agrupa pessoas com interesses nobres ou úteis: acabar com a
fome no mundo, descobrir ETs, motivar doações, encontrar a cura para uma doença
ou quem queira emprestar um sofá a um turista backpacker nos conns do mundo.
O outro lado consome tempo de milhares de pessoas que buscam somente o êxtase
do narcisismo em escala planetária: veja minhas fotos, saiba o que eu comi ontem,
acompanhe minha viagem de férias, veja como eu frequento lugares legais, descubra
quem estou namorando, me veja xingar muito no Twitter! Uma maioria brutal vive
como um avatar de Dorian Gray e deixa seu retrato envelhecendo no Flickr enquanto
grita em um tweet: “Vou ser infantil para sempre!”

Se pensar demais, estremeço diante da vida passando em 140 caracteres, sem tempo
para uma relação amadurecer, ganhar consistência, se desenvolver. Mas se pensar
um pouco mais, co inebriado com as inimagináveis oportunidades que brotam a
cada link. Cara e coroa, tudo na mesma moeda. A virtude está no meio: é só lembrar
a máxima de Aristóteles para manter a compostura e se deliciar com o futuro que é
jogado sobre nós todos os dias!

E se Dorian Gray topar descobrir os novos sabores que o amadurecimento pode trazer
tudo cará ainda melhor.

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16. Mamãe,
hoje é amanhã?

Samia Gabriel

Parece uma pergunta simples de uma criança de quatro anos que ainda está perdida
nas convenções do tempo, mas essa pergunta me fez parar por alguns instantes para
em seguida vir a tona um milhão de coisas que tenho visto, ouvido e vivido nesses
últimos dias em que começo, realmente, a me interessar pelo mundo digital.

Poderia simplesmente responder para ela que não, dentro da lógica do tempo que
estamos acostumados, hoje é o presente e amanhã ainda estar por vir e a dúvida
certamente continuaria, pois o “por vir” é muito confuso para o entendimento objetivo
e concreto de uma criança de quatro anos. Aproveitei a dúvida dela para mergulhar
na possibilidade de dizer, pra mim mesma, que sim, hoje é amanhã e fazer algumas
observações no “continum”do tempo. Ver como estava o homem no início do século
passado, como deve ter sentido as mudanças no seu modo de vida. Tentar achar em
algum lugar na nossa história um tempo semelhante a este que vivemos hoje, com
tantas mudanças.

Dei um pulo em 1910. Encontro o crescimento populacional das cidades e uma


“grande diculdade do homem frente à sua própria ignorância e desconhecimento,
quanto às novas máquinas e aceleração da velocidade e do tempo. Surgem novas
possibilidades e diculdades, nas relações do corpo com o ambiente, frente às
noções de tempo e espaço”¹. A linha de montagem, o bonde elétrico, o cinema, o
automóvel. As pessoas vão vivendo aos sustos. A cidade torna-se um “ambiente
muito mais abarrotado, caótico e estimulante, como jamais havia sido no passado”².
Hiperestímulos, mobilidade, liberação,o choque do novo...onde estamos, mesmo?
Em 1910 ou em 2010? Parece que o tempo é o mesmo , com algumas mudanças
de cenários, personagens e ferramentas. Parece que a dúvida de uma criança em
entender se hoje é amanhã carrega uma grande verdade. Fico feliz em admitir que
a frase “nunca , antes, na história desse pais”³ realmente não faz sentido nenhum
e que tudo está ligado. É bom saber que não estou sozinha, de olhos arregalados e
apavorada diante desse mundo de internet, web 2.0, redes e mais redes. Que em
outros tempos muitas pessoas também se sentiram assim.

Já me sinto bem mais tranquila para experimentar os avanços que a tecnologia


proporciona. E encarar as dúvidas com a naturalidade de uma criança. Só espero não
precisar responder pra minha lha que hoje não é amanhã e estragar o jeito especial
que ela tem de entender o tempo. ■

Referências:

1- Texto: Modernidade, hiperestimulo e o inicio do sensasionalismo popular. Ben Singer

2- Livro: O cinema e a invensão da vida moderna. Leo Charney e Vanessa R. Schwartz (orgs.)

3- Frase mais horrivel que já ouvi na minha vida e que nosso ex-presidente adora falar.

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17. Palavrinhas mágicas
que aprendi
aos dois anos...
Sandra de Angelis

A notícia é que acabou o sossego, não existe mais zona de conforto, tudo é para
ontem e estar conectado, saber mexer com as mais modernas ferramentas de
Tecnologia da Informação e Comunicação, ter feito este ou aquele trabalho de
comunicação, divulgação, campanha comercial, etc, nos últimos 20 anos não lhe
garantirão sobrevivência para os próximos 30 dias. Se o seu foco de trabalho é a
comunicação, marketing, publicidade, então, a notícia é mais grave ainda. Mas nem
que você tenha 20 anos e não tenha tido tempo de fazer muita coisa na sua vida,
será possível escapar da implacável e voraz evolução dos meios de comunicação e
de expressar-se.

A gente vê que esse ritmo alucinante se expande para todos os setores produtivos, e
cedo ou tarde vai impactar em todos os setores da sociedade.

O pacato cidadão que ca sentado no sofá da sala, assistindo sua novela, vai se
inquietar em breve. O clássico empregado de expediente das 9h às 18h vai ser
agrado por novos ambientes de trabalho. A padaria da esquina vai continuar
a vender o pãozinho, mas como será essa venda? O modelo clássico do negócio
“padaria” certamente enfrentará um concorrente mais ousado que pode vir a vender
o pãozinho por meio de uma rede social, por exemplo, montada com os moradores
do raio de um quilômetro da padaria. Essa rede social pode, inclusive, vender muito
mais do que pãozinho e assim por diante, colocando em risco o negócio “padaria”,
conforme conhecíamos.

Políticas de uso, boas práticas de convívio social, etiqueta comportamental, entretanto,


para quem está diante de um equipamento que lhe abre uma janela para o innito
poderiam parecer estranhas? Onde foi que eu ouvi dizer que quando ninguém está
vendo, ali se revela outra pessoa? E quem disse que ali, na web, ninguém está lhe
vendo?
Fica cada vez mais claro que esses novos tempos podem ter tudo, menos aquele
tapetão empoeirado onde antigamente se escondia o lixo da sala. Pensar em abrir uma
porta ou janela virtual, pensar em abrir um canal de conversa com seus públicos-alvo,
implica em usar altas doses de verdade, a essência do marketing, ou seja, nenhuma
novidade para quem está acostumado com esta ferramenta. E mais, mesmo que a
gente não pense em nada disso, muitas vezes esses espaços vão chegar até nós.

Se antes uma pessoa ou empresa podia adotar uma política de relacionamento


com o cliente e ter uma postura real bem diferente do discurso descrito lá naquele
quadro de missão e visão, essa esquizofrenia corre grande risco de ser exibida na
web e mais, por meio da eloquência dos afetados que hoje têm o poder de colocar o
descompasso na boca do povo.

Se aquela empresa ou negócio tem por prática sublimar o cliente, não entregar o que
vende, seja produtos ou serviços, ter canais obstruídos de comunicação interna ou
externamente, o risco de ter sua marca exposta negativamente e de forma inerente, é
crescente. No sentido contrário, quando se constroem “fãs” de uma marca, proposta
ou abordagem, a possibilidade de colheita positiva também é verdadeira. E neste
caso, na construção de “fãs”, nenhuma estratégia publicitária e de marketing será
mais eciente do que o testemunhal positivo do seu público.

Terra de ninguém que opera com vida própria, a lógica da rede, por mais inquietante
que seja pelo menos me dá um alento quando analiso que todas as estratégias já
vistas como “cases de sucesso nas redes sociais” têm seu eixo baseado na verdade,
na educação, no respeito ao outro e na colaboração. Além disso, POR FAVOR, COM
LICENÇA e MUITO OBRIGADO são palavras mágicas, para desenhar os primeiros e
os últimos traços de um plano de relacionamento com o cliente, com o colaborador,
com o fornecedor, seja ele no ambiente físico ou virtual. E essas palavrinhas mágicas
eu aprendi quando comecei a falar...

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18. O meu
aprendizado

Thierry Aires

A comunicação e a inovação me apaixonam, não há nada mais maravilhoso do que


ter idéias que façam a diferença na vida das pessoas, ver que através de ações sejam
humanitárias ou publicitárias conseguimos tirar sorrisos das pessoas. Vejo muitos
amigos que estudaram comigo com ótimos salários, porém infelizes e sem nenhuma
satisfação pessoal. Muitas vezes me perguntei se isso vale a pena, mas já tirei a
conclusão que não.

O curso passou lições sobre inovação e novas mídias, mas também passou a lição
mais importante de todas, que não encontramos escrita em livros de 50 reais ou
em qualquer post de blog. Nos ensinou que se agirmos juntos podemos trazer uma
melhor qualidade de vida para as pessoas e para nós mesmos, fazer o mundo um
pouco melhor.

Inovar não é somente inventar o que não foi inventado, ou fazer o que não foi feito.
Inovar é também atualizar o que já existe e que através daí podemos evoluir como
prossionais e seres humanos. Hoje podemos contar com a tecnologia e as novas
mídias que surgem todos os dias, sem esquecer que por trás delas temos pessoas
e não somente máquinas. De nada vale ferramentas de monitoria e métricas se
esquecermos disso, e se tratarmos os relatórios de números apenas como números.
Gil, palestrantes e colegas de sala, vocês são sensacionais. Obrigado pela inspiração,
nos vemos no futuro!
19. As histórias que
a internet
não contou
Vanessa Teodoro

Na década de 1980, meu pai tentava se especializar fazendo cursos à distância do


Instituto Universal Brasileiro, já que a prossão de eletricista não era suciente para
completar o orçamento familiar.

O curso de montagem de rádio foi o mais especial para mim. Eu tinha cinco anos e
me lembro perfeitamente da imagem do meu pai chegando cansado do trabalho,
vestido com um macacão azul marinho. Ele tomava banho, jantava e, depois, lia os
livros didáticos e tentava montar as peças.

Eu não sabia o que ele queria fazer, mas eu o observava e desejava estar presente
durante o processo. Achava que ele era um cientista maluco, como o Professor Pardal
da Disney.

Um dia, ele me chamou e mostrou a tal engenhoca nalizada, em cima da mesa


da cozinha. Eu cheguei perto. Ele ligou o rádio para testar se funcionava. Era um
aparelho grande, de cor cinza, do tamanho de uma caixa de sapato.

No começo, só se ouvia um chiado inaudível. Ele foi rodando um botão e achou uma
estação. Inesperadamente, um homem começou a falar. Ao perguntar do que se
tratava, meu pai me respondeu:
- Tem um homem que mora lá dentro.

Levei um susto e, ao mesmo tempo, quei maravilhada. Meu pai era sério e contido,
mas sorriu timidamente ao ver seu grande feito.

Para ele, isso era inovação.

A partir deste momento, comecei a buscar entrar nesse universo também. Aos 14
anos trabalhava em rádio comunitária. Aos 18 anos, me prossionalizei. Tirei meu

47
DRT e virei radialista e locutora comercial.

Minha avó Olívia, mais conhecida como vó Lola, tinha muito orgulho de mim, pois eu
era “a pessoa famosa da família”, mesmo anônima. Em 2003, eu a presenteei com
um clipe, editado com fotos da família e uma narração que eu mesma z contando a
história de sua vida.

Depois de ver o vídeo, ela me pediu para rever a cena que mostrava meu avô Benedito,
seu marido que havia falecido quatro anos antes. Eu, então, pausei o vídeo, sem
entender o porquê do pedido.

Ela levantou do sofá com diculdade e chegou perto da televisão. Passou a mão no
aparelho e começou a conversar com a imagem do meu avô. Eu nunca esquecerei do
seu ar de espanto. E ela me olhava com admiração, assim como olhei para o meu pai
quando ele ligou o rádio a primeira vez. Era como se eu fosse uma bruxa que tivesse
conseguido captar a alma do meu vô e transportado para a televisão.

Para ela, isso era inovação.

A vó Lola morreu em agosto de 2010, aos 87 anos. Ela nunca soube o que fazia
um computador. Sabia que era um equipamento “usado para trabalhar”, mas não
chegava perto de um quando ia à casa dos lhos e netos. Acredito que a assustava
saber que o aparelho tinha vida própria.

Olivia Stander Retucci deixou o mundo sem saber o que era internet. E ela foi feliz.
E ela conheceu muitas pessoas. E ela existiu, apesar de não ser exibida nenhuma
ocorrência quando digitado seu nome do Google.

Lola não teve Orkut, Facebook, twitter, nem sabia o que eram essas coisas. Em seu
enterro, porém, estavam os sete lhos, noras, genros, 37 netos e netas, 29 bisnetos,
dois tataranetos, além de amigos da família.

O número parece pouco se comparado aos seguidores que as pessoas têm em suas
redes sociais, mas quem estava presente na cerimônia a conhecia e a amava de
verdade. O que não se pode dizer o mesmo de amigos que se conectam apenas no
mundo virtual.

O mais interessante é que agora ela existirá também na internet. Hoje, ao inserir esta
redação em uma rede social, estarei eternizando a história da minha avó no espaço
digital, mesmo que ela nunca tenha ligado um computador durante a vida.

Para mim, isso é inovação.


20. Turbine-se!

Érica Brasil

Muito se tem falado a respeito da inovação. Em pauta, a idéia de que ela é um dos
ingredientes principais a destacarem pessoas como gênios, aqueles que conseguem
colocar em prática boas sacadas e colher as cifras acumuladas, tais como frutos. A boa
notícia é que ser inovador não é algo inacessível aos pobres mortais: características
individuais podem ser trabalhadas ou aprimoradas para se trilhar o caminho rumo
ao sucesso.

Dê seu primeiro passo combatendo o receio de fracassar. Lembre-se de que a maioria


dos grandes acertos começou envolvendo ascos de iguais proporções. A jornada
revolucionária é curiosa, errática, longa e irregular. Um processo complexo e cheio de
tentativas, improvisações e observações permeiam a transformação de um simples
palpite em um elaborado produto ou serviço de ampla aceitação. Portanto, tenha
coragem de arriscar e tolere os erros, que são verdadeiros ensaios do êxito.

Aprimore as suas percepções estabelecendo relações entre elas. Steve Jobs, um dos
gurus da atualidade, acredita que a criatividade é a capacidade de ligar as coisas. E
não é difícil imaginar soluções que nasceram de uma simples observação do cotidiano,
seguida de associações improváveis entre elementos. Necessidades não atendidas
podem ser percebidas com sensibilidade e um olhar atento. A principal preocupação
de Alexander Graham Bell, por exemplo, era a educação de pessoas com deciência
auditiva. Esse interesse levou o pioneiro na área das telecomunicações à criação
do microfone em 1876 e, mais tarde, à máquina que hoje chamamos telefone. São
aparelhos que hoje facilitam a vida de todos.

A habilidade de conectar problemas; perguntas; ideias próprias e alheias, novas e


velhas, se fortalecem com experiências e conhecimento. Portanto, ainda compensa
respeitar a velha regra das leituras regulares, da reciclagem mental e prossional,
da valorização dos detalhes e da ampliação da visão de mundo. E vai continuar
compensando por toda a eternidade.

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Não se conforme. Questione, tente mudar o mundo. Imagine, seja ousado e enfrente
o status quo. E não deixe de incluir nessa conta eventuais obstáculos e diculdades
que possam aparecer nessa jornada. São desaos que a criatividade adora superar.

Tudo isso de nada adianta sem pessoas. Mais precisamente, as pessoas certas. E elas
não precisam necessariamente concordar com você. Junte uma equipe multidisciplinar
e com idéias variadas a respeito de um assunto, misture as diferentes interpretações
e, provavelmente, você vai obter conclusões criativas de primeira.

Em tempos de tecnologia de constante superação e de economia criativa, o que


vai se tornar cada vez mais valioso é o capital humano, o verdadeiro motor da tão
estimada inovação. Insights, inspirações e idéias cam com o papel de combustível,
impulsionando a máquina da evolução rumo ao bem comum. Então, que tal girar a
chave e dar a partida?
21. A inovação digital
e o foco
no usuário
Heloisa Biagi

Desde sua implantação mundial em meados da década de 90, a web tornou-se um


mar de innitas possibilidades. O rápido avanço da tecnologia tornou possível a
execução de praticamente qualquer ideia na web, a ponto de hoje um executivo poder
palestrar em dois lugares ao mesmo tempo, através da conferência holográca. Com
a frenética evolução da comunicação digital, a pergunta que mais vem atormentando
prossionais do ramo é: como ser inovador na área? A pergunta é pertinente, uma
vez que a cada dia milhares de novas ideias são lançadas no mercado. A resposta,
porém, parece distante, uma vez que boa parte dos empreendedores do mundo digital
concentra seus esforços na tecnologia, quando a maior fonte de ideias que podem
revolucionar o mundo digital encontra-se fora dos laboratórios de pesquisa. Está no
usuário.

Observar atentamente as necessidades das pessoas e pensar em algo que eleve sua
qualidade de vida tem sido a chave do sucesso para as maiores invenções da web.
Mais do que em qualquer outro meio, o usuário tem o poder no mundo no digital, e
são seus cliques, suas opiniões e seus feedbacks que tecem a web e determinam o
rumo da comunicação digital. Assim sendo, ele deve estar no topo do planejamento
de qualquer ação digital, e empreendedores que desejam inovar com sucesso devem
estar atentos aos hábitos de seu público para captar insights que reitam suas
necessidades.

Startups bem sucedidas no mundo virtual têm em comum o foco nas necessidades
do usuário. O Google é um grande exemplo disso. Nos laboratórios da Universidade
de Stanford, os pós-doutorandos Larry Page e Sergey Brin desenvolveram um
buscador cujo algoritmo revolucionava o modo como a informação era levada ao
usuário. Ao invés de exibir resultados aleatoriamente ou em ordem alfabética, o
algoritmo conseguia medir a relevância de um site e o quanto ele estava de acordo
com as palavras chaves buscadas. Dessa forma, o usuário passava a encontrar as

51
informações que desejava de uma maneira muito mais rápida, aumentando assim sua
produtividade. Outros empreendimentos bem sucedidos da web como o You Tube e o
Twitter também nasceram de uma necessidade especíca dos usuários. O primeiro,
da necessidade de se compartilhar vídeos de maneira simples e independente de
formatos; o segundo, da necessidade de uma comunicação simples e rápida que
tivesse fácil adaptação à mobilidade. O caminho tomado por esses empreendimentos
reforça a ideia de que o foco no usuário é a chave para o sucesso no meio digital.

Enquanto alguns empreendedores enxergarem o meio digital do ponto de vista


tecnológico, a inovação será sempre um esforço desperdiçado. Apenas as empresas
que entendem o valor do usuário conseguem sucesso no mercado. A inovação na web
está diretamente ligada à elevação da qualidade de vida e às novas possibilidades
para o usuário. Empresas que entrarem no ramo com a mentalidade consumista do
mundo ofine, onde o usuário é meramente passivo enquanto é bombardeado por
produtos e serviços, permanecerão estagnadas na terra onde os consumidores têm
direito e poder.
22. Colombos
Digitais

Wellington Sacchi

Dos clássicos questionamentos: De onde vim, onde estou e para onde vou, vamos nos
ater aqui a questão do presente – onde estou.

Para uma nova aproximação dessa questão comecemos com uma experiência: pense
aonde você esta neste momento, deixando passado e futuro em seus respectivos
lugares. Você provavelmente pensará primeiramente em seu posicionamento físico,
por exemplo, estou em minha casa. Pois bem, assim de maneira muito simples você
começa a responder o que poderia ser um grande enigma. Mesmo que seja necessário
um aprofundamento losóco sobre a questão, o fato concreto da localização física
é inerente a essa situação e esse geoposicionamento que nós e as coisas do planeta
nos encontramos pode nos dar pistas concretas para a resposta que procuramos.

Aqui podemos nos reportar a Ptolomeu que por volta 150 a 170 (dC) faz o que
podemos chamar um primeiro tratado sobre geoposicionamento através da obra
Introdução a Geograa onde começa a traçar nossos primeiros mapas com descrições
de coordenadas para latitudes e longitudes. Esse tratado passa a ter, na Idade
Média, uma enorme valia para a descoberta do novo mundo. Era considerado um
tratado cartográco com a possibilidade, através de instruções, para a construção
de mapas. Ptolomeu empreende um processo inovador que mesmo com os diversos
erros detectados posteriormente, permite através deste ferramental cartográco que
Cristovão Colombo vá ao encontro do Novo Mundo.

Ptolomeu faz assim a primeira grande revolução em termos de geopoosicionamento


comparada agora aos sistemas como, por exemplo, o GPS (Global Positioning System
– americano) e o GLONASS – Russo.

Mas por que falar de Ptolomeu e do GPS para essa questão do onde estou que parece
ser mais losóca do que física. È necessario, antes de mais nada lembrarmos que que
a pergunta mais adequada que devemos faze é: aonde, nós, estamos. A ferramenta
de geoposicionamento, nos leva a uma relatividade necessáriamente construida entre

53
pessoas. Mesmo que se construa mapas para lugares inabitados, ainda assim eles
estarão no universo em que a sociedade se encontra e serão relativos às pessoas. A
qualquer lugar que quizermos chegar sempre haverá uma relação interpessoal em
questão

Dentro desse sistema social, a grande diferença entre a Introdução a Geograa de


Ptolomeu e o uso do GPS é que os primeiros mapas criados eram restritos a poucos
navegadores e hoje através das redes sociais muitos podem acessa-los e quiça
modica-los.

Assim, as redes sociais, através de um ferramental globalmente acessível, nos tornam


facilmente Colombos digitais, desbravadores de um novo mundo e já nos fazem olhar
ao longe indo além dos mares para viagens espaciais, já com a possibilidade concreta
em fazer um check in* do espaço como fez o astronauta Doug Wheelock através de
uma parceria da NASA com a rede Foursquare.

Mas anal, onde estamos mesmo?


Estamos na tribo Suruí, em Rondonia onde seu chefe , Almir Suruí, fez um acordo
para incrementar os sistemas de geoposicionamento do Google com os mapas de
sua região.

Será o indio descobrindo Colombo?

*Termo usado para fazer uma vericação de geoposicionamento através da rede Foursquare.

Referências

CAMPBELL, Joseph. O Herói de mil faces, São Paulo: Pensamento 1995

DUGAR, Martin. A ultima viagem de Colombo, Rio de janeiro: Record 2007

FUGITA, Alexandre. “Índios Brasileiros no Google Earth”, in Blog Meio Bit [http://meiobit.com/11300/
ndios-brasileiros-no-google-earth/] acesso em 21/11/2010

McCARTY, Brad. “The rst check in from space? It just happened via Foursquare and Nasa”, in Blog
The Next Web [http://thenextweb.com/location/2010/10/22/the-rst-check-in-from-space-it-just-
happened-via-foursquare-and-nasa/ ] acesso em 21/11/2010

RIBEIRO JR., W.A. Introdução à Geograa, de Ptolomeu. Portal Grécia Antiqua, São Carlos. Disponível
em www.greciantiga.org/arquivo.asp?num=0509. Consulta: 14/11/2010.

RIBEIRO JR., W.A. Ptolomeu: Geograa 2.1.1-6. Portal Grécia Antiqua, São Carlos. Disponível em
www.greciantiga.org/arquivo.asp?num=0565. Consulta: 14/11/2010.
23. Muito além
das fronteiras
do Cyberespaço
Ricardo Moreno

A grande sensação do Marketing no momento são as Redes Sociais. Pequenas, médias


e grandes empresas estão cada vez mais fazendo uso dessas novas ferramentas
colaborativas e se aventurando por esse “Maravilhoso Mundo Novo” chamado
Marketing 2.0.

Nunca se ouviu falar tanto em socialização, conteúdo, relevância, engajamento e


principalmente Relacionamento. Empresas querendo falar e se preocupando em
ouvir as pessoas e ávidas por trocar informações, passando com isso a enxergar
o cidadão não mais como um cliente ou freguês, mas sim como pessoa. Essa é a
grande mudança na visão mercadológica do século XXI. Mais do que querer vender,
e é claro que no fundo é o que todos querem o foco agora é conhecer e se relacionar
bem com esse público, tornando a marca mais “social” é hoje nada é mais propício
para estreitar esse relacionamento empresa/pessoas do que as Redes Sociais via
internet. Nelas a empresa pode se conecta a milhares de pessoas ao mesmo tempo,
sendo que cada uma dessas pessoas se conectam a milhares de outras pessoas,
formando uma imensa teia de ideias e informação.

O que pouco se fala é que esse relacionamento pode ir muito além das fronteiras do
cyberespaço e se reetir em benefícios para campanhas no mundo ofine. A empresa
que faz um bom trabalho de branding nas Redes Sociais criando laços fortes com o
público soma capital social e acima de tudo consegue criar engajamento do internauta
com a sua marca, isso abre grandes portas para que as ações de marketing no mundo
real tenham um maior impacto.

As pessoas que “curtem” a marca no Facebook, que a seguem no Twitter ou fazem


questão de fazer um check-in no Foursquare dentro da loja, se tornam aptos enxergar
com outros olhos as peças publicitárias criadas para o ofine, isso é bem simples de
exemplicar.

Vamos pegar a Apple como exemplo, uma das empresas no mundo que mais possuem

55
acionados pelos seus produtos. Todos aqueles que gostam da Apple, gostam de
verdade, são fãs de carteirinha dos seus produtos. Essa turma faz questão de seguir a
empresa onde ela estiver e sempre que eles se deparam um artigo ou um anúncio seja
em revista ou tv, eles olham com mais atenção, querem ler sobre ela, enm, fazem
questão de estarem por dentro de tudo o que acontece com a marca. Já os anúncios
de outras empresas na mesma revista ou TV possivelmente passam despercebidos.

Por tudo isso é muito importante zelar pelas ações da marca no ambiente digital,
anal, a marca que desfruta de uma boa imagem com seu público-alvo nas Redes
Sociais online, gera maior relevância para suas campanhas ofine.
24. Inovações
no comércio

Allan Alves

Com raras exceções, entre elas a vontade inexplicável e clássica de algumas


mulheres irem ao shopping, ir às compras é algo que exige no mínimo um esforço de
sair de casa, comparar opções, preços, modelos de produtos, suportar vendedores
empurrando produtos em você, ufa, é cansativo.

Com a evolução da internet e da conança dos consumidores, vimos surgir em nossas


telas possibilidades facilitadas de compra como aplicativos de listas de casamento,
serviços de supermercado delivery e até sites de e-commerce sugerindo, geralmente
de forma assertiva, quais produtos você deveria comprar. Até então, o melhor que
víamos era essa questão da recomendação e personalização da compra que de fato
são grandes facilitadores para o consumidor, além de alimentar sua vontade de
comprar.

Como se não bastasse à recomendação de sites, nos últimos anos surgiram as redes
sociais no cotidiano do internauta. Agora, além da recomendação por empresas,
temos a recomendação por amigos em momentos que não estamos nem pensando
em comprar alguma coisa. “Maravilha esse negócio de internet!” – diriam meus pais.
Além de cômodo, as compras estão inseridas em momentos de diversão.
O último passo foi começar a quebrar barreiras entre a experiência de compra ofine
e online.

Uma das poucas categorias de produto cuja compra, para ser acertada, é
preferencialmente feita fora de casa talvez seja vestuário, principalmente no Brasil,
em função da falta de padronização de medidas.

Entretanto, há novidades que já estão sendo utilizadas pelas empresas e outras


que prometem revolucionar esse mercado. Entre os casos já realizados, destaco a
inovação do provador online da Riachuelo, onde os usuários podem se colocar em
projeções das roupas via webcam, tirar foto e compartilhar online, e uma ação da
Macy’s chamada “provador mágico”, onde as pessoas selecionavam e trocavam

57
as roupas em um ipad e uma projeção simulava como elas cavam no espelho do
provador, também possibilitando o compartilhamento online.

Entre as ferramentas que prometem revolucionar o mercado, destaco o Microsoft


Kinect (antigo Project Natal), que é capaz de mapear objetos xos e móveis em um
ambiente e destingi-los. Essa ferramenta possibilita desde a formação de um catálogo
das roupas que você possui no seu armário, facilitando a escolha das roupas que irá
sair de casa, até o mapeamento do seu manequim na loja física para posteriormente
facilitar a compra online. Outra novidade que não percebemos nem damos a devida
atenção é o PayPal ter aberto seu código para desenvolvedores, que irá abrir inúmeras
possibilidades, entre as quais destaco a facilidade que irá gerar para comprar,
utilizando o celular como forma de pagamento. Se a pessoa está com seu manequim
denido para um determinado site e está navegando via celular, temos a decisão de
compra bastante facilitada.

Essas inovações tecnológicas somadas à distribuição em larga escala e, é claro, a


cultura de utilizar esses produtos e comprar online, nos dá a esperança de sairmos da
cção e de fato vivermos a comodidade no comércio que, por sua vez, terá somente
uma denição sendo ao mesmo tempo eletrônico, social, cômodo, personalizado,
compartilhado e principalmente, divertido.
25. Basta
um clique

Danuzza Cavalcante

Inovação digital. Podemos tentar adivinhar o que acontecerá, fazer projeções,


especular. mas aposto que sempre iremos nos surpreendermos.
Há cinco anos, um dos objetos de desejo era um celular com câmera fotográca,
hoje, não ter um celular que tenha a tecnologia 3G é quase limitador (ou bem menos
prático).

Muito se falou sobre a inuência da tecnologia nas nossas vidas. Disseram que nos
tornaríamos reclusos, automatizados, frios. E o que aconteceu? A tecnologia, além de
encurtar distâncias e fazer a nossa vida car mais prática, faz com que as pessoas
compartilhem experiências, conhecimento e também se mobilizem, seja para tirar as
calças no metrô ou para ajudar uma mãe a comprar medicamentos para o lho que
porta uma doença raríssima.

As redes sociais agrupam as pessoas por anidade, estimulam a produção de


conteúdo, e abrem espaço para a criatividade de programadores e planejadores,
que desenvolvem aplicativos cada vez mais complexos para auxiliar em todas as
tarefas, como uma simples lista de compras do supermercado ou um aplicativo
de geolocalização como o Foursquare, que permite a troca de informações sobre
estabelecimentos e também comunica para os amigos aonde você está. Cadê a tal
reclusão profetizada anos atrás?

Você usa aplicativos. Seja no computador, no celular ou no iPad. Você ouve música,
acessa seu Twitter, procura o caminho para aquele restaurante hypado no Google
Maps e passa bons minutos brincando com Tom, the talking cat. Grandes e pequenas
empresas já enxergam os aplicativos como ferramenta de engajamento e lucratividade.
Pais acompanham o crescimento dos lhos, isqueiros virtuais são acesos em shows
de rock e até a turma da Vila Sésamo já utiliza aplicativos.

Uma das maneiras mais criativas e inovadoras de ativar as menções da sua marca,
de se tornar presente, de estimular ações colaborativas, são os aplicativos. Você vai
car fora dessa?!

59
26. A nova
descoberta
do fogo
Cintia Coutinho

Todos os dias, todas as horas, a cada minuto surgem novas campanhas, novos cases,
estudos, pesquisas, dados importantes sobre alguma coisa.

Muitos já perceberam, outros seguem a onda, mas, todos buscam respostas. Como?
Quando? O quê? Pra quê? Pra onde?

Hoje o mundo não apenas vive em sociedade, mas, as pessoas, as conversas, as


compras, as experiências e as mídias são sociais. Todos compartilham interesses e
preocupações mútuas sobre um objetivo comum.

De todos os que utilizam a internet: 95% aprende, 4% replica e 1% produz. Mas todos,
sem sombra de dúvida interagem nas redes sociais.

A comunicação tem que ser interativa, a mensagem tem que ser útil e a propaganda
têm que ser algo mais do que simples venda. Qual a ideia da sua marca, produto
ou serviço? Qual sua intenção? Qual sua reputação? O que você faz de bom na sua
sociedade?

Novos meios, novas formas, novos horizontes, novos desaos, novas prossões e
prossionais, novas gerações X, Y, Z convivendo e trabalhando unidas enfrentando e
superando suas diferenças.

Estamos na era dos “geeks/nerds”? Pode ser. Não basta apenas querer inovar em
uma época em que já se viu de tudo e o novo sempre vem, como já dizia a música.

Prossionais de marketing, comunicação, planejamento, antropologia, engenheiros,


arquitetos de informação, designers de interfaces... Todos devem se fundir para
viabilizar as grandes ou pequenas ideias, mas, ideias que valham à pena investir.

Já não basta ser uma coisa só, é necessário um conjunto de ideias, cabeças,
conhecimento, é necessária uma nova forma de pensar. Repetir velhas formas já não
é garantia de sucesso, muito pelo contrário.

Assim é possível alcançar as pessoas (ainda chamadas de consumidores) e mostrar


que sua empresa, marca, produto ou serviço tem algo que pode fazer alguma diferença
por menor que seja em suas vidas.

Porque no nal das contas, todos são iguais quando buscam o diferente e no fundo
todas as pessoas são simples, assim como eu e você. Todos querem ser reconhecidos,
ter valor, ganhar estrelinhas, likes e retuites, ser populares, ter amigos e ter coisas,
pessoas e momentos para se apegar e chamar de seu.

Vivemos em um mundo capitalista. Mas, por mais “modernos” que possamos ser
estamos descobrindo um novo “fogo” assim como na era das cavernas, que mudará
e já está mudando nossa maneira de viver. E assim estamos na busca constante de
saber anal como e o que fazer nessa nova realidade. Como já disse Albert Einstein
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Todos os dias adquirimos coisas, produtos e marcas e uma comunicação social,


afetiva, inteligente e atraente já é meio caminho andado para criar vínculos com sua
rede de pessoas (não consumidores).

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27. O mundo
nesta rede

Denise Ferreira

As redes sociais estão mudando a forma como as pessoas se comunicam, se divertem


e trabalham. Uma reportagem especial da revista inglesa The Economist, publicada
no Brasil pela Carta Capital, traça um panorama deste fenômeno e mostra que as
tecnologias de relacionamento social são muito mais robustas do que seus críticos
pensam e estão criando benefícios consideráveis para os negócios a que se destinam.

• Efeito de rede e lucro

O Facebook, por exemplo, levou quase 5 anos para conquistar os primeiros 150
milhões de usuários e apenas oito meses para dobrar este número. O objetivo dos
criadores do Facebook é conectar o máximo possível da população mundial através da
rede e, então, fazer com que os usuários a utilizem como acesso principal à internet.

Quanto mais pessoas se juntarem chamado “efeito de rede” de sites como Facebook,
Orkut, Myspace, maiores são os insights que os negócios terão sobre a natureza
dessas relações. E quanto mais eles souberem sobre o que interessa às pessoas mais
capazes serão de lucrar com esse conhecimento.

• Espaço aberto para os pequenos

Estes serviços de relacionamento online podem ser encarados como os maiores,


mais rápidos e mais dinâmicos grupos de discussão do mundo – o que pode ser
uma dádiva para empreendedores que não têm orçamento folgado para pesquisas
de mercado.

Ao dar aos empreendedores acesso grátis à sua audiência, Twitter e Facebook estão
colocando os bagrinhos no mesmo nível dos leviatãs, como Starbucks e Dell, no que
diz respeito à difusão de suas mensagens em um mercado de massa.

Experiências realizadas por pequenas empresas ao redor do mundo comprovam que


as redes sociais podem atrair um público diferenciado que nem sempre as mídias
convencionais garantem. Uma empresa de alimentos usou o Twitter para avisar aos
clientes, em tempo real, em qual lugar da cidade seus pequenos caminhões estariam
servindo. Uma confeitaria dos EUA, com 94 mil fãs no Facebook, posta uma senha
diária que pode ser trocada por um bolinho grátis em suas lojas. Uma fábrica de
tortas nos EUA começou a utilizar o Twitter para avisar seus seguidores que novas
tortas estavam prontas. Em pouco tempo, atingiu os primeiro milhar de seguidores.
Krystin Rubin uma das donas da fábrica conseguiu resumir o motivo do sucesso: “Ele
tem uma espécie de credibilidade de rua que falta à mídia tradicional”.

• Empreendimento 2.0

Enquanto as pessoas estão cada vez mais acostumadas a compartilhar e colaborar


fora do ambiente de trabalho, elas estão começando a ter a expectativa de que as
empresas devem ter lugares mais abertos e colaborativos também. Muitas companhias
estão organizadas em “silos estritamente separados em termos regionais, funcionais
e linhas de produção, tornando difícil para as pessoas compartilhar informações em
um círculo mais amplo do que seus colegas imediatos.

Como conseqüência, muitos esforços são duplicados e informações valiosas tendem


a ser entesouradas em vez de compartilhadas. No mundo corporativo, este tipo de
entesouramento leva à perda de lucros.

As redes sociais estão também sendo usadas para quebrar barreiras internas no
mundo corporativo. Algumas corporações estão permitindo que seus funcionários
tenham pers nas redes sociais e compartilhem informações sobre seu trabalho. O
argumento é que isso ajuda as corporações impessoais a parecer mais humanas aos
olhos de seus clientes. Mas a maioria das companhias ainda está profundamente
desconfortável com a idéia, principalmente pelo receio de seus empregados deixarem
vazar informações estratégicas.

Isso tem provocado o interesse das redes de Empreendimento 2.0 adaptadas para o
mundo corporativo. Elas funcionam praticamente como o Twitter, MSN e o Facebook,
mas deixam informações fora da internet aberta, protegidas por um rewall.

Embora este seja apenas o começo, as companhias dizem que estas iniciativas já
estão acelerando o compartilhamento de conhecimento e as comunicações internas.
Serviços como Yammer e Chatter criam um ambiente de trabalho mais aberto ao
deixar que as pessoas vejam em que os outros estão trabalhando e encorajando o
compartilhamento. Num trabalho de produção de conhecimento, por exemplo, em
vez de gastar 6 a 8 horas em busca de informações, us funcionários podem se valer
de redes sociais para conseguir os dados e utilizar o tempo restante para outras
coisas.

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• Recrutamento inteligente

Existem redes como o Facebook e o Orkut, que se destinam principalmente a


sociabilizar os amigos, e outras voltadas para assuntos relacionados ao trabalho – a
mais famosa delas no Brasil é o Linkedin. Os sites voltados a prossionais já estão
com grande impacto no mercado de trabalho e têm atraído cada vez mais a atenção
dos recrutadores corporativos.

As vantagens para quem busca um prossional são muitas. A principal delas é que os
usuários visitam suas páginas pessoais frequentemente, e seus pers estão sempre
atualizados, com conteúdo rico em informações que ajudam aos recrutadores
a ter uma boa percepção do candidato, sem ter de car destrinchando currículos
detalhados.

Uma companhia de telecomunicações arma ter economizado mais de 1 milhão de


dólares no ano passado usando o sistema do Linkedin, que produziu bons candidatos
para seus empregos mais rapidamente que os canais normais de recrutamento. Já
os usuários das redes têm ao seu dispor o que o presidente do site, Reid Hoffman,
chama de sistema de “sonar ativo”, que divulga suas principais aptidões em um amplo
mercado de trabalho com um esforço mínimo e que depois recolhe as respostas que
são enviadas de volta. Além de economizar dinheiro, as empresas têm a chance de
conduzir os candidatos mais apropriados para os cargos adequados.
28. Faça da sua rede
de relacionamentos
uma inovação.
Fabio Fernandes

Estamos na era da tecnologia, mas onde nasce tudo o que existe hoje? Pode ser uma
pergunta irônica, mas você já parou para pensar quantas coisas são criadas no dia a
dia?

Pois é, o mundo é assim, criação de ideias que são compartilhadas pelas as pessoas,
as noticias também tem pernas e sabiam que voam, voam pelo e-mail onde apertamos
o botão enviar, pronto já li sua idéia, vou compartilhar com um amigo.

É assim que estamos vivendo a era de compartilhar as ideias para ajudar o próximo
ou melhorar algo que já esta criada, as pessoas estão pensando assim agora, pois
o mundo não está suportando a carga de crescimento descontrolado, poluição
ambiental e tecnológica acelerado, ajudar é um bem coletivo, não só para si, mas
para todos o que estão ao seu redor.

Compartilhar com ideias, estas ajudam a desenvolver caminhos para melhorar o


nosso modo de vida, por meio das redes sociais, onde as pessoas se encontram para
namorar, conversar, pesquisar, monitorar, trabalhar, tudo o que você esta fazendo na
vida off-line(vida real), até a mim você esta lendo.

Pois é, as mídias sociais chegaram para revolucionar a nossa economia Brasileira, pois
as empresas estão percebendo que há nicho de mercado para atrair consumidores
para vender no seu próprio segmento de negocio, onde facebook, twitter, demais
redes sociais são precisas para analisar o mercado e o que o mercado está dizendo
a respeito da sua marca.

Fique atento, seja inovador, pesquise, troque idéias com os seus amigos, professores
e entre nesta rede social, pois onde você vive há idéias que possa ser compartilhadas
conosco para mudar o mundo na qual vivemos.

Não caia na mesmice, pois a mesmice nós foge de limitações de ideias, pense e

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inove no seu estilo de vida, lendo um livro que trará idéias para sua vida, pois se não
correr cará na mesmice. Você gosta da mesmice? Pense e reita consigo mesmo,
pois você pode a diferença na atual realidade sendo inovador com suas próprias
idéias, não prenda as suas idéias, vende-as e compartilhe.
29. Inovação com
sustentabilidade.
O caminho para um mundo.
Fernando Eliezer Figueiredo

Hoje o mundo vive diversos dilemas e questões cujas respostas ainda não temos.
São questões que afetam a todos, mas poucos ainda estão atentos ao que realmente
precisa ser feito. Ouso dizer que estamos vivendo o momento mais importante da
civilização no planeta terra. Nós seres humanos e terráqueos, que estamos por aqui
em uma breve passagem neste inicio do século XXI, temos uma possibilidade rica e
ímpar de fazer a diferença para as próximas gerações.

Vemos hoje quebras de paradigmas a cada dia, novas descobertas, tecnologias


surgindo, crescimentos para todos os lados, mas não podemos perder de perspectiva
que só temos um planeta! E que uma grande parte dos recursos naturais deste único
planeta em muitos casos, é nito! Qual é nossa responsabilidade frente a isto? O que
Eu tenho a ver com isso? Como posso fazer a diferença? Se desejamos ser cidadãos
do mundo, devemos estar cientes que temos nossos direitos e deveres frente a ele,
e precisamos assumir nossas responsabilidades tanto no âmbito pessoal como
prossional.

Estamos vivendo hoje no amanhecer de uma nova era, uma nova economia “verde”,
inclusiva e sustentável que precisa ser compreendida e potencializada. Precisamos
otimizar os recursos naturais disponíveis, aprender a fazer mais com menos, consumir
conscientemente e criar novos paradigmas para empreender e crescer.

É necessário incluir o tripé da sustentabilidade nos negócios de forma rápida, tanto


no setor privado como no público. Os resultados precisam ser integrados - econômico-
nanceiro, os ambientais e os sociais. O dinheiro é somente uma das moedas, temos
que considerar também os recursos naturais, pessoas, conhecimento e a tecnologia
que fazem parte desta equação.

Esta nova economia pede que reinventemos, façamos de forma diferente, inovemos!
Inovar é o único caminho para o desenvolvimento de negócios sustentáveis. Nosso
copo está meio cheio e novas oportunidades como fontes alternativas de energia,

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biotecnologia, tecnologia da informação de nova geração, materiais avançados,
carros movidos a combustíveis alternativos e tecnologia para poupar energia e não
agredir o meio ambiente são algumas das muitas e novas oportunidades que estão
se apresentando.

A hora é agora, o Brasil tem a grande oportunidade de dar um salto neste caminho,
vamos inovar idéias, produtos, métodos, renovar conceitos, aprimorar nossa interação
com todos os seres vivos e construir um mundo melhor, aqui e agora. Só depende de
cada um de nós, pois inovar com sustentabilidade começa em cada pequeno ato do
nosso dia a dia.
30. A “mão invisível”
da rede social

João Pedro Piragibe

A própria rede social faz a manutenção e a limpeza dela mesma. A rede funciona
como banco de dados, para a análise da informação sobre um determinado grupo,
rede ou tribo. A intenção, da Inovadores-ESPM, de fato estimula a nossa mente para
pensarmos sobre as novas tendências digitais, ou melhor, em palavras do nosso
preletor “não use velhos mapas para descobrir novas terras.” por Gil Giardelli.

Um novo mundo, o mundo das redes sociais, tem participação virtual e real. Pode
entender a rede social como projetos que buscam a coletividade, estão vivendo um
mundo da liberdade e da felicidade. Projetos como a “Teoria da Diversão”, “free hugs”
e “free steps”, tem surgido cada vez mais inuenciando milhares de pessoas. Você já
assistiu as últimas propagandas da Smirnoff? E até mesmo o ocorrido no aniversário
do show de Oprah? Diversão e coletividade são essas as duas palavras chaves do séc
XXI.

A própria rede se alimenta e se “policia” relatando o que foge da regra ou o que


ultrapassa o limite de nós seres humanos vivermos em harmonia. O que une tantas
pessoas diferentes? A mão invisível do séc XXI são as redes sociais ela te pega e não
solta mais. Qual o segredo do crescimento em redes sociais? Bom, nada acontece
por acaso, tudo isso se dá mediante muito esforço, ou melhor, trabalho, foram essas
as palavras que Juliana Lima, Coordenadora de Comunicação do Apontador, utilizou
na palestra de Redes Sociais na ESPM.

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31. Inovação entre
os públicos

Jose Eugênio Grillo

Fui beber na fonte da língua portuguesa para reavivar o signicado do verbo inovar.
Nada melhor que um dicionário respeitado e de credibilidade cujo propósito é registrar
os sentidos e signicados comuns das palavras e vocábulos entre outras facilidades.

Segundo o Dicionário Houaiss, Inovar é tornar novo, renovar, fazer algo como não
era feito antes. Assim, a inovação pode ser vista como a promoção de mudanças
signicativas para melhorar processos de um indivíduo ou processos e produtos de
uma organização e criar valor adicional para as partes interessadas

Desmembrando os “públicos” para esclarecer o signicado, as inovações relacionadas


aos indivíduos processam-se através de mudanças comportamentais signicativas
ou de produtos que o atendem e que visam melhorar sua vida em uma evolução
contínua, Assim, algo que gere qualquer mudança signicativa de uma rotina diária
pode ser considerado uma inovação. Por exemplo, a renovação da escova de dentes
(da velha para a nova no mesmo modelo ou para aquela nova com um diferencial
inovador) ou um jeito diferente de escovar os dentes, uma inovação em um produto
ou processo; um atalho novo para chegar a um destino regular, outra inovação de
um processo. Buscar a escovação dos dentes mais eciente e ecaz ou o atalho ao
destino regular em um menor tempo são consequências da inovação.

E como se dá a inovação no âmbito das organizações - no sentido amplo, um conjunto


que envolve colaboradores, fornecedores e clientes - que para estar na vanguarda de
sua área de atuação precisa gerar ideias originais e incorporá-las continuamente a
seus produtos e processos? Ela deve sempre estar presente em soluções simples ou
complexas, sistêmicas ou não, originadas de simples observações ou de complexas
análises e continuamente cultivar a maneira de pensar soluções criativas para sua
permanência no mercado. Fazer chegar ou identicar esse algo aos tomadores de
decisão é um assunto que se inicia em como a organização está estruturada nos seus
canais de comunicação.
Mas como a lingua é dinâmica, assim como as pessoas e as organizações, é possível
identicar outras denições e signicados para o verbo inovar: “romper com o que
está posto e legitimado”, segundo o jornalista Ricardo Lombardi, ou “acreditar que
sempre é possível ser diferente e melhor”, conforme o administrador Eduardo dos
Santos, como também “compartilhar e desenvolver aquela ideia, estalo ou insight
que nos leva à pergunta “Por que não?”. Tudo inovação, ou seja, a geração de um
produto - este texto - de uma forma diferente e única. Além do mais, também pode
ser denida:

inteligência
invenção
instigamento
interação
insight
instantâneo
#in ■

Fontes:

Fundamentos da Excelência: Critérios de Excelência 2005, FNQ, 2005

Calendário 2010, Vice-Presidência de RHDO, Grupo Abril - Distribuição interna

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32. Inovação nas
organizações

Nei Grando

Gosto muito do tema inovação, assim como empreendedorismo, tecnologia da


informação, marketing digital, redes sociais, mobilidade, estratégia, gestão do
conhecimento, criatividade, colaboração, projetos entre outros.

Nos últimos anos e principalmente neste ano que estou em período sabatino participei
de diversos Cursos e Workshops e li muitos artigos a respeito de Inovação e creio
que este assunto está diretamente relacionado aos demais temas de interesse que
apresentei acima.

Penso e sinto que inovar e empreender são paixões, é mais fazer do que falar, é mais
do que agir e do que pensar. Pois nas duas empresas de tecnologia da informação
que tive onde inovamos como empresa, como modelo de negócios, onde formos
pioneiros em alguns projetos de hardware, software e internet, onde arriscamos sem
o capital necessário, onde perdemos e ganhamos em muitas batalhas que fazem
parte deste tipo de espírito, que exige coragem, perseverança e determinação. Por
isso posso dizer que senti na pele o signicado da palavra inovação.
Se me pedissem uma dica a respeito eu diria que é preciso se re-inventar a cada dia
para poder inovar melhor, usem ciência com as metodologias e melhores práticas,
mas também a arte com intuição e criatividade.

Signicado da palavra inovação

Segundo a Wikipédia, maior enciclopédia do mundo na Internet, Inovação signica:


Novidade ou renovação[1]. A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere
a uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões
anteriores. Hoje, a palavra inovação é mais usada no contexto de idéias e invenções
assim como a exploração económica relacionada, sendo que inovação é invenção
que chega no mercado.[2]
De acordo com FreemanInovação é o processo que inclui as atividades técnicas,
concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização de novos (ou
melhorados) produtos, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados) processos.
[3]

Inovação pode ser também denida como fazer mais com menos recursos, por
permitir ganhos de eciência em processos, quer produtivos quer administrativos ou
nanceiros, quer na prestação de serviços, potenciar e ser motor de competitividade.
A inovação quando cria aumentos de competitividade pode ser considerada um factor
fundamental no crescimento económico de uma sociedade.

Algumas citações a respeito

• “Inovação é a criação de novas formas de valor em antecipação à demanda


futura.” Andrew Zolli (Especialista em Previsão Global e Fundador da Z + Partners)
• “Inovação é um processo, é preciso em primeiro lugar capacitar as pessoas
dando-lhes poder para pensarem diferente.” Andy Cohen (Mágico e Consultor de
liderança. Autor do livro Follow The Other Hand)
• “Inovação é qualquer coisa nova que chega ao mercado.” Eric Von Hippel
(Diretor do grupo de inovação e empreendedorismo do MIT)
• “A inovação distingue um líder de seus seguidores.” Steve Jobs – CEO da Apple
• “Se você não está fracassando, é sinal de que não está fazendo nada inovador.”
Woody Allen (Cineasta e ator)
• “Empatia, inventividade, visão global - estes são os hábitos que mais importam
agora.” Daniel Pink (Autor do livro “A whole new mind”)
• “O que as marcas têm de aprender a não temer os bloggers nem os sites de
comunidades, mas os acolher e ouvi-los, trabalhar com eles.” Kevin Roberts (CEO
Worldwide of Saatchi & Saatchi)
• “Tire um tempo para observar usuários usando os seus produtos.” (Robert
Herbold - Ex COO da Microsoft)
• “Inovação é fazer as coisas melhores para produzir mais ecazmente.” Adam
Smith
• “Agora as ferramentas estão nas mãos de todos, assim as empresas de hoje
tem que capacitar as pessoas para serem criativas.” Raymond Kurzweil - Inventor e
Empreendedor
• “Você faz inovação de mãos dadas com seus usuários. Identique as
necessidades dos usuários, crie protótipos e teste-os rapidamente.” Chris Anderson
(Editor chefe da Revista Wired)
• “Você precisa saber que problemas resolver.” Tom Kelley (Diretor da IDEO e
autor do livro A Arte da Inovação)
• “Nenhuma Indústria está imune a disrupções.” Clayton Christensen (Professor
da Harvard Business School)
• “A internet é o mercado mais puro para idéias que o mundo jamais viu” Gil
Giardelli (Prof. da ESPM e empresário da área de marketing/publicidade)

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Porque a inovação é tão importante

Idalberto Chiavenato no Workshop “A dinâmica da Inovação nas Organizações” nos


diz por que a inovação é tão importante:

1. O crescimento orgânico dos negócios só é possível com a transformação de


boas idéias em bons produtos/serviços. Empresas que não inovam estão marcadas
para morrer.
2. As inovações estão ocorrendo com uma velocidade cada vez mais intensa.

Tipos de Inovação

Segundo o professor Clayton Christensen da Harvard Business School, existem 3


tipos de inovação que criam oportunidades para o crescimento para as pessoas de
negócios em geral. O dois primeiros são relacionados a novos produtos vendidos
dentro de um modelo de negócios. O primeiro tipo nós chamamos de inovação de
sustentação, que ajuda as empresas a terem melhores produtos que podem vender
por um lucro melhor para os seus melhores clientes. Suportam o negócio existente,
não mudam muito as coisas. O segundo tipo é um produto destrutivo que transforma
uma indústria que costumava ser dominada por produtos complicados e caros. Ele
o transforma em algo que é muito simples e acessível. Exemplo: Telefonia xa para
telefonia móvel via celular. O terceiro na realidade não está relacionado à tecnologia
ou produtos, mas é uma inovação de modelo de negócios que lhe permite a chegar
a novos clientes a um custo mais baixo com uma ecácia muito maior do que era
possível antes.

Características de uma empresa inovadora

Chiavenato nos apresenta algumas características a serem consideradas:

• Tem uma cultura que apóia a imaginação e a criatividade, onde a inovação


é encarada como estratégica, todos estão comprometidos, e todos contam com o
apoio da alta direção para ousar.
• Compreensão do mercado e do consumidor, utilizando pesquisas convencionais
e não convencionais para extrair conhecimentos sobre as motivações dos clientes.
Isso permite antecipar-se à concorrência.
• Mobiliza equipes, pois utiliza farta comunicação, consegue mobilizar
funcionários de diferentes áreas para gerar idéias que se transformam em novos e
lucrativos negócios.
• Cultiva um clima de liberdade e autonomia, onde os funcionários podem
expressar livremente suas opiniões a respeito de novos projetos. Ao invés de punições,
os erros geram aprendizado.
• Monitora e avalia resultados, estabelecendo métricas claras tanto para avaliar
o retorno nanceiro das inovações como para recompensar os membros das equipes
responsáveis por projetos bem-sucedidos.
• Derruba muros e fronteiras, estendendo seus processos de desenvolvimento
de novos produtos também aos fornecedores, e envolvendo os clientes em seus
processos de desenvolvimento de novos produtos.

E nos deixa algumas questões para pensar:


• Como transformar uma empresa em um ambiente inovador?
• Como romper com a rotina e estagnação?
• Como garantir que as inovações geradas façam sucesso no mercado e tragam
resultados nanceiros?
• Como criar uma estratégia clara de como usar a inovação como motor do
crescimento?

Gestão da Inovação

Inovar é fundamental para a sustentabilidade do negócio, mas as empresas costumam


não enxergar isso claramente. Além disso, é preciso suportar os passos que levam
à inovação contínua. Não bastam idéias! Não bastam intenções! É preciso gestão. É
preciso gerar valor de maneira contínua.

Ao pensar em inovação em uma organização, devemos reetir sobre algumas


questões como:

• De onde virão os recursos e o orçamento para o desenvolvimento das inovações?


• Qual o modelo organizacional e de governança adequados para tratar
inovações?
• Qual o contexto do nosso ambiente competitivo?
• Como posso estimular a colaboração para criar inovações?
• Que mudanças culturais são necessárias?
• Temos objetivos e metas de inovação adequada?
• Como medir o desempenho do modelo de inovação e recompensar os esforços?
• Como podemos gerar boas idéias para inovações?
• Que processos são necessários para auxiliar na prototipação, testes e
desenvolvimento de tais possíveis inovações?
Além disso, precisamos reetir no que queremos inovar:
• Produtos: Criar novos produtos ou serviços
• Soluções: Resolver problemas especícos dos clientes
• Processos: Inovar nos processos operacionais, refazendo ou melhorando
• Clientes: Achar novos segmentos de clientes ou necessidades não atendidas
• Experiência do Cliente: Mudar o jeito com que você interage com os seus
clientes

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• Modelo de Receitas: Mudar o jeito pelo qual você é pago
• Cadeia de Valor: Mudar a posição ou o escopo de participação na cadeia de
valor.
• Logística de Distribuição: Mudar o jeito que você fornece e entrega os produtos.
• Modelo de Vendas e Canais: Mudar a forma como você vai para o mercado com
o seu produto
• Networking: Mudar a forma com que você se liga aos clientes ou fornecedores

A Gestão da Inovação deve estar alinhada à estratégia da empresa, questionando


desde o início, com a geração de idéias:

• Como analisar o mercado de modo a tornar a empresa inteligente em termos


competitivos?
• Como compreender as necessidades e desejos do consumidor?
• Como criar uma cultura favorável à geração de idéias?
• Como gerar mais idéias alinhadas com a estratégia da empresa?
• Como garantir um suprimento contínuo de novas idéias?
• Como capturar estas idéias? Será utilizado um software? Quem gerencia?
• Como selecionar e agrupar as melhoras idéias?

Durante a execução, gerenciando os riscos:


• Como garantir recursos nanceiros para implementar as ideias?
• Quais tecnologias serão utilizadas no futuro? Em quais delas devemos investir?
• Como podemos acelerar projetos para que sejam implementados?
• Como os projetos podem ser desenvolvidos de uma maneira mais sistemática?
• Que parcerias serão utilizadas em cada um dos estágios do projeto?
• Como gerenciar devidamente o portfólio de projetos?
• Como e quando matar projetos de novos negócios?

E na busca retornos mensuráveis e maiores, independentemente se a Inovação é um


produto, processo ou serviço.

• Qual a melhor estratégia para lançar no mercado? Jointventure, licenciamento,


patente, spin-off, start-up?
• Como garantir a maior rentabilidade possível?
• Como eu mensuro o retorno sobre o investimento?
• Como recompensar os envolvidos?

O futuro

O livro “A Nova Era da Inovação” de C.K. Prahalad e M.S. Krishnan, nos apresenta dois
pilares ou princípios de transformação considerando o novo paradigma dos negócios:
a Orientação da empresa para compreensão do comportamento, necessidades e
habilidades de consumidores individuais; e que a empresa deve deixar de pensar em
termos de apropriação de recursos e se concentrar em ter acesso a eles a partir de
diferentes fornecedores espalhados pelo mundo.

Enm, aprendi que a globalização exige rapidez e mudança constante nas corporações,
que o usuário está mais exigente, que o mercado está cada vez mais competitivo, que
o capital intelectual está se tornando o ativo mais importante das empresas. Mas
mais do que nunca as ferramentas disponíveis na Web, os recursos de mobilidade,
as mídias sociais, as possibilidades de colaboração em projetos, co-criação, trabalho
remoto, permitem que a inovação aconteça mais rapidamente e de forma melhor. Os
próprios usuários podem e estão colaborando com idéias, com sugestões e com testes
de protótipos e versões betas de produtos. Um admirável mundo novo está surgindo,
não mais industrial, mas do conhecimento, da multiplicidade de relacionamentos
com unidade na diversidade. A revolução tecnológica nos trouxe uma revolução
econômica e social e agora o ciclo recomeça surgindo novas tecnologias. ■

Referências Bibliográcas

- Vídeos da HSM Vídeo – The Innovation Collection – Vencendo através da Inovação

- Livro “A Nova Era da Inovação” de C.K. Prahalad e M.S. Krishnan

- Artigo: “Fazendo as Idéias Acontecerem”, resume o livro de Scott Belsky: http://t.co/eZu0MS8

- Artigo: “Era da generosidade e da criatividade coletiva” por Gil Giardelli. http://migre.me/1ofru

- Artigo: “Introdução a Gestão de Conhecimento nas Organizações” por Nei Grando em http://t.co/
ssFzVeS

- Artigo: “Tudo que você queria saber sobre inovação e não tinha a quem perguntar”, entrevista
exclusiva com Silvio Lemos Meira pela editora-executiva Adriana Salles Gomes da Revista HSM
Management janeiro-fevereiro 2009

- Material do Encontro FNQ (Fundação Nacional da Qualidade) com a TerraForum sobre Gestão de
Inovação, Agosto/2008

- Material do Fórum de Administração 2008 “A Dinâmica da Inovação nas Organizações”, Instituto


Chiavenato, Setembro/2008.

- Material do Curso ESPM “Redes Sociais e Inovação” – Novembro/2010 – Prof. Gil Giardelli

- Material do Curso ESPM Realidade Aumentada e Web 3.0 – Maio/2010 – Prof. Marcelo Negrini

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33. Inovar é transformar
pela irresistível
força da mudança.
Priscilla Freire

Inovação no universo acadêmico pode soar como um acorde fora de tom. Mas ser
harmônico se faz necessário que a tradição seja pautada, também, na inovação.

Há um grande desao de experimentar a liberdade na área acadêmica, apresentando


cursos e metodologias inovadoras sem recorrer, tão somente, a fórmulas
preestabelecidas. Experimentar novos caminhos na educação, novos currículos, inovar
nos espaços comuns, propor alternativas didáticas e pedagógicas. Permitir cursos
que conduz o prossional como alguém capaz de mobilizar saberes e competências
a partir dos conhecimentos que possui.

Inovar na educação vai além de formar prossionais altamente qualicados


e competentes tecnicamente, inclui formar pessoas aptas para mudanças e
transformações na sociedade.

Vivemos a uma velocidade assustadora. São centenas de milhares de descobertas por


minuto. Não basta acompanhar tais novidades, mas estar à frente delas, buscando
novos desaos e respostas. Não queremos assistir ao progresso, mas interagir com
ele. Por tais motivos o ensino deve ser proposto de maneira que, favoreça o exercício
da autonomia, da formação humanista, pois para inovar e evoluir, é importante
entendermos quem somos, para alcançarmos o que desejamos ser.
Inovar, evoluir, transformar. Como alcançar esse status no ensino? Como ensinar para
transformar? Como transformar para evoluir?

O start para essa metamorfose está dentro de cada um de nós.

“Há apenas uma coisa no universo que você tem certeza que pode transformar e essa
coisa é você”. Aldous Huxley
34. Inovar : novidade
ou renovação

Reinaldo Cirilo

Parece muito fácil se apropriar de uma palavra tão interessante e dizer: “eu inovei”.
Mas, não, não é tão fácil você conseguir se desprender de sua rotina, de seus afazeres,
de suas habilidades habituais, para criar algo novo, jamais pensado, ou se pensado
jamais colocado em prática.

Quantos de nós, já passamos noites acordados, desde criança, tentando imaginar


uma maneira de poder se sair melhor em alguma atividade, de ir bem na prova, de
conseguir render mais em menos tempo...

Essas noites passaram, muitas outras vieram e às vezes a solução de um desconforto,


de algo que nos causa incomodo é resolvido por nossa mente em um momento
completamente inimaginável, lendo um jornal, conversando com alguém na rua, indo
para o trabalho,pois é, essa tal de Inovação sempre nos pega de surpresa, não é?

Um dos problemas da inovação, no meu ponto de vista, é que sempre pensamos nela,
de uma maneira egoísta, somente para melhorar algo que nos diga respeito, mas
também se já é complicado pensar para nós, imagina no coletivo.

Inovar é fazer mais com menos, é pensar fora da caixa, é fazer diferente do que
está sendo feito e que não dá resultado, é se rebelar, quebrar padrões, se expor,
radicalizar, simplicar, realizar e por ai vai.

O processo de inovação precisa ser pensado, analisado e realizado. Nenhuma dessas


etapas pode ser pulada. O ato de inovar, não cai do céu simplesmente, ele vem de
uma inquietação de pessoas especiais.

E dessa inquietação de algumas pessoas especiais, estudantes, músicos, artistas,


guerreiros, esportistas, pessoas que revolucionaram uma atividade, um grupo, uma
década, uma geração e deixaram marcas para toda uma vida.

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Meados dos anos 50, um país um tanto quanto careta, uma sociedade que se
levantava de uma guerra, economia de altos e baixos, eis que surge alguém, que
revoluciona uma década, encanta a sua terra, modica o ambiente, tem o poder da
transformação...ele cria a denominação correta do termo – Rock, ele é Elvis Presley.

Com sua música, criatividade, ele mexe com um sistema, revoluciona a cabeça dos
jovens, convida essa garotada a usar jeans, camiseta justa, cabelo com topete, muda
hábitos e padrões, cria uma legião de fãs e tudo isso, por ter inovado, pensando
diferente, lutando contra a razão.

Ele foi um marco, sumiu do nosso mundo, mas nunca mais os padrões foram os
mesmo, ele deixou sua marca, registrou um domínio, muda a cabeça de muita
gente, fez uma innidade de pessoas cinzas, se transformaram em pessoas felizes e
coloridas, ele é considerado o Rei do Rock & Roll.

Outros revolucionaram os negócios, a relação entre as pessoas e encurtaram espaços,


combatendo pensamentos pessimistas de que era impossível, de que ninguém
conseguiria aquilo que ele tanto sonhava.

Nem sempre é fácil contaminar alguém com idéias incríveis e inovadoras, mas o
gostoso de tudo isso é passar por cima dessas pessoas que não te dão bola.
Imagina falar em voar, no inicio do século passado...

Este sonho é alimentado pelo homem, desde a pré-história, muitos tentaram, mas um
conseguiu. Para nosso orgulho, o pai da aviação é brasileiro, e podemos considerar
talvez o maior inovador do nosso país – Santos Dumont.

Com uma capacidade extraordinária de pensar na frente de seu tempo, ele encurtou
os espaços entre o mundo, revelou lugares incríveis, fez o mundo rodar, as pessoas
se conhecerem, interagirem, culturas serem criadas e ainda teve tempo de criar o
relógio de pulso.

Claro, que gênio não aparece em qualquer e nem toda hora.

Mas quando aparecem pessoas inovadoras elas nos inspiram.

O que falar dos Beatles? Gandhi? Pelé?Einstein?

São todos mestres, todos inovaram dentro de seus pensamentos, pesquisas, carreiras
e dentro da sua realidade.

Todos eles se basearam nos seus pontos fortes, para reinventar algo que já existia.
Esses inovadores criaram maneiras de fazer algo diferente do que já era feito, não
aceitaram ser mais um e isso é o gostoso.
E a internet, o mundo nunca mais foi o mesmo. Algumas cabeças pensantes, inovaram
de verdade o mundo. A geração www., foi talvez a invenção mais importante que
já assistimos, não desmerecendo outras, todas tem sua importância histórica e de
acordo com o momento, mas a internet, essa foi demais.

Nossa reexão aqui, não se trata de uma tentativa de se despertar o desejo de fazer
algo revolucionário, monstruoso, mas construir pequenos degraus no seu dia-a-dia,
deixar a rotina de lado, fazer algo de bom para a sua comunidade, para o seu vizinho,
para o seu colega de trabalho.

Pensar fora da caixa, não é exclusividade de sábios, mas sim de seres humanos, que
tem vontade, capacidade e não se contentam com respostas do tipo Porque sim!
Comece a sua revolução dentro de sua casa, contamine as pessoas que estão ao seu
redor, abra a janela, deixa a inovação correr solta na sua vida, sinta-se um felizardo
de ser dono da sua própria consciência e de sua capacidade de recriar novos mundos,
refazer antigos mapas, explorar novos ambientes. Seja você!

A inovação é o maior bem que podemos deixar para uma geração que vai nos substituir.

Pense nisso.

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35. O que é
inovação?

Sonia Maria Eulálio Alves

Inovação hoje pode já não ser a mesma de amanhã, as mudanças acontecem muito
rápido, o velho chavão de que o tempo voa..

Há 10 anos quem diria que as Redes Sociais teriam um poder tão grande de inuenciar,
indicar, ajudar em resoluções de problemas, comercializar produtos, formar opiniões,
com esta enorme força que se mostra.

Você é o que você posta, sua identicação tem nome e sobrenome: #fulanodetal,
as pessoas às vezes se conhecem e na impossibilidade de trocar telefones vale um
perl de Orkut, Facebook, ou outra rede menos conhecida no Brasil. Acredito que
uma das mais novas prossões no mercado de trabalho, e se pensarmos a rede abre
grandes possibilidades, uma vez que posso ser jovem ou também menos jovem e
perfeitamente ser inserida neste contexto, desde que esteja aberta às mudanças.

Pesquisei na internet lógico, a respeito de um curso de e-commerce e cheguei a


ESPM / São Paulo, para o curso de Redes Sociais com Gil Giardelli, uma vez que eu já
tenho uma loja de e-commerce, desde este dia não me canso de pesquisar, estudar
e praticar Redes Sociais, algumas pessoas me trataram como se eu tivesse ido à um
passeio de escola por tanta empolgação, após fui à uma palestra sobre novas idéias
e escutei um: Bom passeio!!! Passeio???? Sai em busca de aprimorar meu negócio
e cai na rede.

Eu quero é ser feliz!!! E navegar, postar coisas bacanas, passar informações


interessantes, engajar em campanhas sociais, divulgar meu próprio trabalho com
outros olhos não somente pelo lado comercial tem sido realmente a alegria de um
passeio de escola, e quem entra nela não tem volta, pelo menos é o que sinto, parece
que nos aguça por conhecimento, já que saímos do invisível e a responsabilidade do
que compartilhamos é fundamental.
E o mais interessante, atrás de uma tela de computador, de um iphone, em qualquer
lugar estamos conectados e a possibilidade de sairmos do virtual só depende
de nós mesmos, pois atraímos os semelhantes e conhecimento necessita de
compartilhamento, quanto mais se aprende mais se transmite, talvez tenha sido uma
sortuda (também ouvi isso, rs) pois depois que fui apresentada de verdade as redes
sociais conheci mais pessoas reais, e realmente os interesses se conectam.

Bons clicks a todos!!!

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36. Inovação
Digital

Magali Martins

O que pra mim é inovar? E inovar em comunicação?


E inovar em comunicação digital?

Como diria Jack, vamos por partes! (sem inovação)

Inovar, do latim novare ou innovare, signica “inovar, renovar, refazer”.


Inovação é novidade ou renovação. Derivada do termo latino innovatio, se refere a
ideia,
método ou objeto criado que pouco se parece com padrões anteriores.
Sinônimos de inovar: mudar, reformar, renovar, variar.
Enm, tudo remete ao “novo”.

O que tenho pra mim sobre esses termos?


Inovar é sair do quadrado.
É quebrar regras, paradigmas.
É mudar o caminho, fazer atalhos e buscar novas estradas.
Inovar é dizer não quando todos dizem sim, ou o contrário...

Inovar em comunicação é dar o recado.


É fazer-se entender pelo avesso.
É interagir sem agir.
É falar uma língua que não precisa de palavras.

Inovar em comunicação digital?


É teclar e enviar, deletar, responder, abrir, encaminhar.
É um bicho de sete cabeças, não... de muitas cabeças.
É usar o desconhecido num mundo surreal.
É reaprender a se relacionar.
É não ter medo de errar e nem de publicar.
É não saber no que vai dar.
Um novo glossário deve ser formado para comportar tanto palavreado.
Inovar é deixar o novo enter na sua vida.
É aprender 100 novas palavras e conhecer 80 pessoas, em 10 dias.

Para inovar em comunicação tem que aceitar que a ação parte do consumidor em
direção à
marca. E a marca é que dá o feedback.
O mundo mudou e a comunicação não é de massa.
A massa segmentou, mas a linguagem globalizou.
O legal é não precisar garantir resultado, anal na era digital todo mundo é igual.
Estamos na era do relacionamento!
Relacionamento não tem garantia, não mensura market share, não bate metas!
Alguém já ouviu dizer “ele é meu amigo 87,5%” ou “esse ano vou atingir 100% da
meta
de fazer amigos”. Bizarro.

Inovar, no mundo digital, é se comunicar usando novos verbos:


twitttar, blogar, seguir, conectar, zappear, postar, migrar, buscar, compatilhar...

Inovar é mudar o contexto e o texto. Usar a tríade tecnologia/ comunicação/


relacionamento,
na rede. É abrir a mente, criar e se superar coletivamente.

INOVE, RENOVE, TRANSCENDA, REAPRENDA e MUDE!

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