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Este artigo busca destacar a importância da aplicabilidade das técnicas ergonômicas no que se
refere ao design de interiores. A ergonomia será apresentada como ciência relevante no
processo de concepção dos projetos, comparada com técnicas sistêmicas do design de
interiores.
Vo universo dos projetos para espaços de funções diversificadas existem três profissionais
responsáveis pela qualidade do ambiente construído: o arquiteto, o designer de interiores e o
ergonomista. Definir o papel e o momento deles atuarem no projeto é uma questão que deve
ser estudada com cautela.
O design está em todo lugar. Talvez por isso seja tão difícil encontrar uma definição específica.
O design de interiores está presente numa ampla tipologia de ambientes: de um evento cultural
até hospitais e aeroportos. Seu objetivo principal está na busca do conforto e do fácil
deslocamento dos espaços. Provavelmente, não existirá uma definição absoluta que agrade a
todos, mas tentar achar pelo menos uma mais precisa pode ajudar até mesmo aos
profissionais a entender suas responsabilidades (DAVIS, 2005).
Esse trabalho busca definir as principais atribuições desses profissionais e como essa
interseção de funções funciona durante a concepção de um projeto. A partir da experiência da
autora em parceria com uma equipe de ergonomistas em projetos de design de interiores serão
apresentados dois estudos de caso.
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O ergonomista atua provocando a demanda e definindo cada vez mais seus serviços junto a
outros profissionais, de maneira a garantir sua participação desde o início do projeto de novas
situações de trabalho. A entrada da ergonomia após a formalização do projeto é restrita e sem
grandes resultados, uma vez que sua atuação se resume a uma consultoria ou fornecimento de
dados sobre a atividade no trabalho.
Segundo FILHO (2004), o uso dos conhecimentos da ergonomia encontra-se hoje no Brasil
mais difundido e com numerosos exemplos nos setores industriais. Sua aplicação propicia
facilidade do trabalho e rendimento do esforço humano. Está ligada à organização do trabalho,
destacando-se em diversos setores dos sistemas de produção, como por exemplo, nos
objetivos de racionalização do trabalho para aumento de produtividade; na segurança, visando
à prevenção de acidentes de trabalho; na organização de linhas de produção, ambientes e
postos de trabalho, correção de equipamentos de uso individual e geral, entre outros.
Assim como o paisagismo, a ergonomia também é uma das disciplinas oferecidas nos cursos
de design de interiores. Desta forma, são apresentados os principais conhecimentos das
técnicas ergonômicas na concepção de um projeto conforme as necessidades de seus
usuários. Durante a formulação de um layout de um ambiente, por exemplo, a ergonomia
garante excelentes resultados no que diz respeito a luminotécnica, cor, design de móveis,
conforto térmico, ou seja, todos os fatores a serem considerados num projeto de interiores.
O conforto ambiental considera as condições naturais e/ou artificiais que concorrem para a
segurança, comodidade, bem estar e a própria saúde dos usuários. É proporcionado por meios
artificiais (exaustão, ar-condicionado) e considera condições ergonomicamente adequadas de
climatização. Tudo isso envolve sistemas de iluminação, ventilação natural, exaustão,
refrigeração, calefação, sistemas de proteção acústica e térmica, sempre de acordo com as
funções de cada espaço.
A iluminação é um fator relevante. Ambientes mal iluminados muitas vezes parecem menores,
prejudicam a visão e criam áreas de sombra desconfortáveis. Já ambientes exageradamente
iluminados, também causam desconforto em função da reflexão excessiva. O grande desafio é
chegar a um projeto de iluminação equilibrado.
A seguir, será apresentada de que forma a ergonomia pode ser inserida num sistema de
produção de um projeto, neste caso em design de interiores.
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Segundo WISVER (1997), a contribuição ergonômica pode ser classificada em: ergonomia de
concepção, correção e de conscientização.
A primeira ocorre durante a fase inicial do ambiente. Requer um conhecimento profundo do
programa visto que todas as decisões são tomadas em função de situações hipotéticas. Para
um melhor conhecimento da situação inicial podem ser utilizadas metodologias sistêmicas de
avaliação como a avaliação pós-ocupação (APO).2
A seguir, houve uma nova separação das equipes. Os ergonomistas ficaram responsáveis pelo
estudo do mobiliário, adaptações ao trabalho e interação humana, enquanto que os designers
de interiores pelo enfoque do todo, espaço e a coordenação dos projetos de instalações.
Este projeto recebeu a menção honrosa na premiação anual do IAB (Instituto dos Arquitetos do
Brasil) em 2000. A parceria ergonomista-designer de interiores foi considerada positiva,
principalmente em função da satisfação dos clientes observada no interesse de apresentar o
resultado em diversos eventos internacionais.
O projeto de uma sala de controle configura-se como um grande salão, o qual abriga postos de
trabalho com inúmeros monitores para o controle e visores, onde o processo industrial pode ser
controlado. Próximo a esse salão estão os ambientes de apoio, como o de lazer e serviços dos
controladores.
Para este caso especifico, o designer de interiores ficou responsável pela parte estética do
ambiente, especificando os materiais de acabamento e as cores a serem utilizadas, já que o
ergonomista era responsável por toda parte funcional e técnica do projeto.
O resultado foi um espaço funcional e esteticamente agradável, garantindo satisfação dos
usuários e aumento da produtividade.
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A ergonomia vem aos poucos ganhando importância como ferramenta fundamental para o
design de interiores e pode trabalhar desde a formalização das idéias preliminares até o
produto final, ou seja, na negociação do escopo do contrato, estudo preliminar, detalhamento
do projeto, tomadas de orçamentos, acompanhamento da execução do projeto, avaliação pós-
ocupação.
Veste trabalho, alguns fatores foram determinantes do sucesso, que devem aqui ser
mencionados: a abrangência do contrato (que contemplava do projeto a sua implantação); a
afinidade entre as pessoas da própria equipe de projeto e o bom relacionamento de todas as
equipes.
*
CUIABAVO, Ana Maria, SADIBA, Anis F., SAVTOS, Venétia. Ê
Rio de Janeiro:Itsemap do Brasil, 1994
DAVIS, Gary. About: Ergonomics. à
å Disponível em:
http://www.designcouncil.org.uk. Acesso em: abril de 2005
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. 2 edição.
Reimpressão. São Paulo: escrituras, 2000.
ORVSTEIV, Sheila. Ê!
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& . São Paulo: Studio
Vobel, 1992.
RYBCZYVSKI, Witold. å
Rio de Janeiro: Record, 2002.
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