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TAXINOMIA DA ECONOMIA DE SERVIÇOS E SEU VALOR ADICIONADO

Luci Nychai1

RESUMO: O presente artigo tratou da configuração da economia de serviços brasileira no


que tange ao seu valor adicionado, bem como apresentou algumas diligências quanto a
sua taxinomia ou tipologia econômica. A metodologia utilizada considerou a análise de
dados secundários da Pesquisa de Serviços e do Sistema de Contas Nacionais do IBGE,
analisados por meio do coeficiente de variação e elasticidade. Historicamente o setor de
serviços foi subestimado no processo econômico de produção. Suas atividades não eram
consideradas em termos de valor adicionado, sendo definido a partir da incompatibilidade
dos setores primários e secundários, ou seja, tudo aquilo que não pertencia às atividades
agropecuárias ou à manufatura, era caracterizado como serviço. A partir da segunda
metade da década de 1980, este contexto tomou novo rumo, consolidando a valorização
do setor de serviço como setor produtivo.

PALAVRAS-CHAVE: Economia de serviço, valor adicionado, taxonomia.

ABSTRACT: The present article dealt with the configuration of the Brazilian economy of
services, with the purpose to analyze its added value, as well as presenting its taxonomy
or typology used for economic measure. The used methodology considered the analysis
of secondary data of the Research of Services and the System of National Accounts of the
IBGE, analyzed by means of the coefficient of variation and elasticity. Historically the
sector of services was underestimated in the economic process of production. Its activities
were not considered in terms of added value, being defined from the incompatibility of the
primary sectors and secondary, that is, everything what it did not belong to the farming
activities or the manufacture, was characterized as service. From the second half of the
decade of 1980, this context took new route, consolidating the valuation of the service
sector as productive sector

KEY-WORDS: Service economy, value added, taxonomy..

1. INTRODUÇÃO
A partir do final do século XX, a economia incorporou definitivamente os serviços
na cadeia produtiva e na macroeconomia. Estimativas, apontam que 70% da riqueza
mundial têm ligação direta ou indireta com o setor de serviços. Como setor empregador,
vem se destacando como alocador de mão-de-obra intensiva, em praticamente todas as
faixas-etárias da população economicamente ativa e níveis de escolaridade. Custa menos
a criação de um emprego em serviço do que a criação de um emprego na industria.
Segundo Kathtalian (2009), enquanto a industria tende à automação, à especialização do
trabalho, reduzindo a participação do capital humano, o setor de serviços não consegue
prescindir do elemento humano. Para a industria de serviços um dos mais importantes
ativos é o capital humano e intelectual.
Outro fator ligado aos serviços relaciona-se a comoditização do mercado, tornando
os produtos mais homogêneos. Tal situação faz com que os fabricantes atuem no sentido
de diferenciar o seu produto, por meio de conjunto de serviços que agregam valor, como

1
Departamento de Ciências Econômicas da UNICENTRO, Guarapuava, PR. . E-Mail: nychai@ibest.com.br
distribuição, assistência técnica, garantias, seguros, crédito, informação, pós-venda, e
outros. Serviços permitem diferenciação, personalização e customização. O setor de
serviço agrega, dentre outras atividades, as telecomunicações, o setor financeiro, escolas,
hospitais, profissionais liberais, serviços domésticos e pessoais, hotéis, Internet,
atendimento ao consumidor, consultorias, serviços técnicos, logística, armazenamento,
distribuição e outros.
Diante deste contexto, o presente artigo objetivou especificar e configurar a
Economia de Serviços a partir do caracterização teórica e quantitativa, evidenciando o
seu valor adicionado e a sua classificação no contexto econômico. O estudo foi realizado
para o período de 1947 a 2008, com destaque para 2002 a 2007.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para o desenvolvimento da pesquisa que embasou este artigo, foram
considerados os levantamentos teóricos relativos à literatura da Economia de Serviços,
bem como, o levantamento quantitativo série temporal referente a participação do valor
adicionado dos setores da agropecuária, industria e serviços, do período de 1947 a 2008,
proveniente do Sistema de Contas Nacionais, somada a analise dos dados da Pesquisa
Anual de Serviços, PAS, do IBG, referente ao período de 2002 a 2007.
Para estimativas dos dados quantitativos foram utilizados a média aritmética e o
coeficiente de variação, CV, conforme Hoffmann (2006). Para o CV utilizou-se o seguinte
estimador:
CV = (Desvio Padrão / média) * 100.

Foram realizadas análises do impacto médio do valor adicionado, VA, no condição


média de empregabilidade, E, por meio do coeficiente de elasticidade, EEVA, a partir do
parâmetro explicativo, β, estimado por meio do Método dos Mínimos Quadrados, MQO,
conforme Matos (1997), considerando o seguinte estimador:

EEVA = d(E) / d(VA) * (VA / E)  EEVA = β * (VA / E)


Sendo:
EEVA = Elasticidade emprego do valor adicionado; d(E): deriva do emprego; d(VA):
derivada do valor adicionado; VA: média do valor adicionado por setor; E: média do
emprego no Brasil e β: parâmetros explicativo estimado a partir do MQO.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL
3.1. A Economia de serviços no contexto da Ciência Econômica
Na moderna Ciência Econômica, serviço e produto são igualmente fatores
relevantes para o crescimento e o desenvolvimento econômico. A origem do termo
Economia de Serviço esteve ligado, ao longo da histórica, ao Sistema de Contas
Nacionais, quando R. Frisch, O. Aukrust e P. J. Bjerve, publicaram em 1949, na Noruega,
a Teoria da Contabilidade Social, a qual foi fundamental para definição dos modernos
sistemas de Contabilidade Nacional e por conseqüência da definição dos setores da
atividade econômica, incluindo os serviços. No contexto das atividades econômicas,
consideradas pela Contabilidade Nacional, os serviços inserem-se nas atividades
terciárias, por meio da prestação de serviços, comércio, transportes, intermediação
financeira, serviços públicos, serviços autônomos. No caso brasileiro, a Economia de
Serviço começou a ganhar projeção a partir de 1985, quando a análise da economia
brasileira assumiu o papel relevante do setor serviços na geração de emprego e
produção.
De acordo com Lovelock e Wright (2001), serviço é um desempenho
essencialmente intangível. O serviço pode ou não estar ligado a um produto físico.
Quando ligado a um produto o serviço é considerado um desempenho transformador,
intangível em essência. Para Kahtalian (2009), mesmo os serviços que possuem um forte
componente de bens, produto e capital, como o transporte aéreo, o cliente não pode levar
a viagem para casa e mostrar aos amigos. O que ele pode fazer é viver a experiência
transformadora da viagem e, mostrar a passagem, as fotos, e outros elementos tangíveis
do serviço. Para o mesmo autor, os serviços são atividades desempenhadas no tempo e
no espaço que geram valor.
Nem sempre os serviços foram considerados relevantes para a economia,
caracterizando, inclusive o ramo da Economia de Serviços. A visão negativa sobre o setor
de serviços tem suas origens delineadas desde os economistas clássicos. Conforme
aponta Meirelles (2006), Adam Smith não considerava as atividades de serviços como
produtivas. Para Karl Marx, apenas as atividades de comunicação, de transporte e de
armazenamento de mercadorias eram consideradas relevantes no setor de serviços. Para
os utilitaristas, por sua vez, todos os serviços, visto como criadores de utilidade, são
considerados produtivos. De acordo com Kon (2004), a visão keynesiana define qualquer
atividade que faz jus a uma recompensa monetária como útil e produtiva. A visão
schumpeteriana considera que os serviços são complementares e relevantes ao
consumo, sendo esse último o objetivo primordial da produção, e, portanto, imprescindível
para a atividade produtiva.
De acordo com Kon (2004), as definições mais recentes de serviços podem ser
resumidas em quatro linhas principais:
1. indústria de serviços: aquela que produz serviços no lugar de bens; ex.: transportes,
comércio, seguros;
2. serviços são bens de consumo ou intermediários intangíveis: em geral, são intensivos
em trabalho, e produção e consumo são concomitantes;
3. serviços são o componente do Produto Nacional Bruto,PNB, que mede o produto de
itens intangíveis;
4. os serviços referem-se a bens intangíveis, sendo uma de suas características o fato
de serem consumidos, na maioria das vezes, no momento de sua produção.
Uma das possíveis definições de serviços é de Hill apud Gallouj e Weinstein
(1997): “... a set of processing operations (…) carried out by a service provider (B) on
behalf of a client (A), in a medium (C) held by A, and intended to bring about a change of
state in the medium C”. Tal definição traduzida identifica que serviço é um conjunto de
operações de tratamento (...) realizadas por um prestador de serviços (B) em nome de um
cliente (A), em um meio (C), realizada por A, e destina-se a uma mudança de estado no
meio C "
Existem inúmeras tipologias para a classificação de serviços. Segundo Kon (2004),
a maior parte das estatísticas dos países utiliza a classificação da Standard Industrial
Classification,ISIC, formulada por um grupo de especialistas reunidos pela Organização
das Nações Unidas,ONU, para esse fim. Essa classificação tipifica os serviços em:
i)distributivos, ii) sem fins lucrativos, iii) às empresas e iv) ao consumidor.
A Pesquisa Anual de Serviços do IBGE (2009), classificou os serviços em: i)
prestados às famílias; ii) prestados às empresas; iii) de informação; iv) transportes, v)
serviços auxiliares e correios; vi) atividades imobiliárias e vii) aluguel de veículos,
máquinas e equipamentos e; (viii) outros serviços.
A taxonomia isto é, a classificação ou tipologia desenvolvida por Elfring (1988),
apresentou três características importantes dos serviços: i) função econômica da
atividade; ii) tipificação do demandante do serviço prestado: firma ou uma pessoa física;
e iii) se o serviço é prestado predominantemente para o mercado. Assim, o autor define
quatro subsetores no setor de serviços: i) serviços prestados às empresas, ii) serviços de
distribuição, iii) serviços pessoais e iv) serviços sociais.
As estatísticas brasileiras de serviços tratam dos serviços de distribuição numa
pesquisa separada. Outras classificações menos utilizadas, são as desenvolvidas por
Gershuny (1983 e 1987), Hill (1977) e Singelmann (1978).
O serviço também pode ser entendido, de acordo com Lovelock e Wright (2001),
por meio das suas características: i) inseparabilidade, ii) variabilidade; iii) intangibilidade; e
iv) perecibilidade. A inseparabilidade diz respeito ao fato de que todo serviço tem um
momento em que sua produção e consumo são simultâneos, inseparáveis. No caso da
variabilidade, os serviços podem variar conforme o prestador de serviços e o cliente,
buscando a customização, a personalização e o atendimento diferenciado. A
intangibilidade caracteriza o serviço como não palpável, mas que possui diversos
elementos tangíveis que funcionam como evidências do serviço. Quanto a perecibilidade,
diz-se ao fato de que o serviço não pode ser estocado, sendo temporais, prestados em
tempo e local definidos.

3.1. As controvérsias sobre a participação econômica do setor de serviços


As controvérsias relacionadas à participação excessiva do setor de serviços estam
relacionadas à estagnação da economia por força da hipótese do baixo resultado
produtivo deste setor. A hipótese do resultado produtivo dos serviços é analisada pelo
modelo de Baumol (1967), o qual permite analisar o crescimento relativo dos serviços em
relação às demais atividades da economia. Contudo, a grande preocupação do autor,
neste caso, está voltada para o fato de que, à medida que os serviços ganhem
participação no PIB e no trabalho, a economia caminhe para a estagnação, em razão do
pressuposto do desempenho produtivo pobre, deste setor. No entanto, esta avaliação
apresenta algumas limitações.
Em primeiro lugar, segundo o próprio Baumol, Blackman e Wolff (1991), a
composição relativa das atividades de serviços, que vêm ganhando participação na
economia, não é adequadamente analisada. Alguns segmentos dos serviços se
apresentam extremamente dinâmicos, com ganhos acelerados de produtividade, como,
por exemplo, informática e as telecomunicações
Assim, caso este tipo de setor esteja crescendo, a doença de custos, ou seja, a
elevação dos salários sem a contrapartida em termos de produtividade, não se confirma.
Em segundo lugar, o surgimento de novas atividades de serviços pode apenas refletir
mudanças na forma de se contabilizar as atividades. Algumas atividades realizadas
dentro de empresas pertencentes ao setor de bens podem, portanto, estar sendo
externalizadas, sem reflexo direto sobre o volume de produção de serviços e sobre a
produtividade da economia. Em terceiro lugar, efeitos do progresso técnico podem não
estar sendo captados pelas variáveis de produtividade que estão sendo analisadas. Neste
caso, algumas atividades podem estar se extinguindo enquanto outras novas estão
surgindo, serviços podem ser substituídos por bens e vice-versa, de maneira que uma
longa série temporal pode estar enviesada. Estas colocações revelam que a análise da
composição do crescimento da economia deve ser realizada visando captar: a) elementos
referentes à heterogeneidade do setor; b) dificuldades de contabilização das atividades; e
c) efeitos do progresso técnico não captados por indicadores macroeconômicos.
Gershuny (1987) procurou tratar parte dos problemas anteriormente colocados.
Para isto, fragmentou as atividades de serviços em finais ou intermediárias, privadas ou
sociais, levantando hipóteses distintas sobre o comportamento em cada um destes
segmentos. A dinâmica dos setores de serviços finais estaria determinada por duas forças
distintas. De um lado, haveria fatores de ordem demográfica e sociológica que
influenciariam a demanda dos serviços finais privados. No que se refere à demografia, a
tendência à urbanização poderia elevar a demanda de serviços por parte da população
que, neste caso, estaria mais necessitada de serviços relacionados à distribuição e
transporte, bem como todo o tipo de característica de uma sociedade urbana. As causas
de conteúdo sociológico poderiam estar relacionadas a outros aspectos como a entrada
da mulher no mercado de trabalho, o aumento do tempo disponível ao ócio, dada a
elevação da relação salário/tempo de trabalho etc.
De outro, esta tendência deveria ser relativizada pela forma como o progresso
técnico vem sendo introduzido nas atividades de consumo final. A não detecção de
crescimento da produtividade destes setores reflete o fato de estes serviços estarem
sendo substituídos por bens. A principal forma de introdução do progresso técnico nestas
atividades é sua substituição por selfservice (auto-serviços).
A introdução de máquinas de lavar domésticas que estariam substituindo os
serviços prestados por lavanderias, afeta, por exemplo, a relação entre o consumo de
bens e serviços. No mesmo sentido, a indústria da Internet substituiu, em grande medida,
o lazer no que se refere aos serviços de diversão. Assim, o crescimento do selfservice
estaria refletindo uma economia cuja quantidade de serviços finais prestados é cada vez
menor. Esta explicação é interessante porque, por um lado, contrapõe-se teoricamente à
lei de Engel, fornecendo uma interpretação para a não constatação empírica dos serviços
como produtos superiores, de outro, vai de encontro à tese da economia pós-industrial
como Predominantemente uma economia de serviços.
De acordo com Gershuny (1987), três fatores estão associados ao processo de
crescimento dos serviços intermediários. Primeiro, o autor identifica o surgimento de
novos serviços a serem prestados à empresas, fruto de inovações tecnológicas de
produto e emergência de novos setores como software. Este fenômeno está diretamente
relacionado a uma elevação da quantidade de serviços existentes.
Segundo, ainda com relação ao progresso técnico, a ocorrência de economias de
escala e escopo em algumas atividades faz com que alguns serviços antes internalizados
nas empresas possam ser adquiridos diretamente do mercado. Finalmente,
acompanhando esta última tendência, a elevação dos custos indiretos do trabalho, fruto
da forte carga tributária sobre a contratação do trabalho, nas economias de bem-estar,
vem motivando também a terceirização das atividades. Estes dois últimos fatores
implicariam uma elevação da quantidade de serviços prestados simplesmente do ponto
de vista contábil, refletindo principalmente uma tendência à crescente especialização do
trabalho.
Já no que se refere ao setor público, a questão parece ser mais complexa. Há uma
tendência ao crescimento do setor público com o nível de renda per capita do país até um
determinado patamar, depois do qual o tamanho relativo do governo se estabiliza. No
entanto, na medida em que o setor público é afetado pela doença de custos e diante da
impossibilidade de se resolver este problema por substituição de serviços por bens e o
surgimento de atividades de selfservice, aparecem problemas fiscais. Logo, a dinâmica de
crescimento do setor público é limitada pela dificuldade de seu custeio.
A partir destas idéias, Gershuny (1987) sustentou que o crescimento está centrado
nos segmentos de serviços destinados ao consumo intermediário e, principalmente, na
demanda que emerge do setor industrial. Desta maneira, ao contrário do que seria
esperado o consumo de bens dariam a dinâmica, em última instância, do crescimento do
setor serviços. Ademais, seria reflexo de um crescimento do grau de especialização
presente no setor e, por conseguinte, poderia estar trazendo elevações no crescimento da
produtividade da economia. Momigliano e Siniscalco (1986), anteciparam a discussão de
Gershuny (1987), sugerindo um papel predominante para a demanda intermediária de
serviços, fruto do desenvolvimento do setor de bens. Por sua vez, Gutiérrez (1993),
argumentou pela ocorrência de um comportamento cíclico por parte dos serviços.
Neste caso, a evidência levantada por Gershuny (1987), apontou para um
crescimento superior da demanda intermediária somente nos períodos de crescimento da
economia, concordando com os demais autores como Gershuny (1987) e Momigliano e
Siniscalco (1986). Porém, nos períodos de crise, o centro dinâmico dos serviços deve ser
atribuído ao governo e aos serviços privados não-mercantis, estes sim mantendo um
crescimento constante em todos os períodos. Estas hipóteses foram testadas por Flores e
Santos (1995) para o Brasil durante a década de 70, utilizando as matrizes insumo-
produto de 1970 e 1980. Os autores concluíram que durante o período os serviços
intermediários cresceram acima dos demais segmentos de serviços. Particularmente,
encontrou evidências de um elevado grau de externalização das atividades de serviços na
economia brasileira.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. A evolução da Economia de Serviço a partir do valor adicionado
A análise da evolução da Economia de Serviços foi analisada observando-se a
série temporal do valor adicionado a preços básicos medidos por meio do percentual
relativo ao PIB, coletado junto ao IBGE/SCN (2009), para o período de 1947 a 2008. O
Gráfico 01 apresenta a evolução do valor adicionado do setor de serviços em comparação
com a indústria e agropecuária.

Gráfico 01: Evolução temporal do valor adicionado dos setores de serviço, industria e
agropecuária.
100,0000
95,0000
90,0000
85,0000
80,0000
75,0000
70,0000
65,0000 SERVIÇOS
60,0000
55,0000
50,0000
45,0000
40,0000
35,0000
INDÚSTRIA
30,0000
25,0000
20,0000
AGROPECUÁRIA
15,0000
10,0000
5,0000
0,0000
47

49

51

53

55

57

59

61

63

65

67

69

71

73

75

77

79

81

83

85

87

89

91

93

95

97

99

01

03

05

07
19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

20

20

20

20

Fonte: IBGE/SCN (2009)

O Gráfico 01, espelhou o cenário co comportamento da Economia de Serviço em


comparação com os setores da indústria e agropecuária por meio da evolução do valor
adicionado. Percebeu-se que enquanto o valor adicionado da indústria apresentou uma
estagnação e a agropecuária apresentou uma tendência de queda, o setor de serviço
expressou uma tendência de crescimento. De 1947 a 1986, o setor de serviço apresentou
uma média percentual de participação no PIB de 54,5083%, sendo que em 1986 ocorreu
a sua menor participação na ordem de 48,6939%. A partir de 1986, o setor de serviço
começou a ganhar corpo na economia brasileira.
A segunda fase da Economia de Serviço iniciou-se a partir de 1987, o qual foi
caracterizada pela sua maior participação no PIB a partir das evidencias de sua
participação na geração de valor adicionado. Neste período a média percentual de
participação do setor de serviços na economia foi de 67,7548%, atingindo o boom em
1993, quando o seu valor adicionado correspondeu a 81,8168% do PIB.
A média da participação do setor de serviços no período de 1947 a 2008 foi de
58,3995%, contra 34,7447% do setor de serviços e 13,1718% da agropecuária. A análise
do coeficiente de variação de Pearson a partir da razão entre o desvio padrão e a média,
apontou que a série do valor adicionado do setor de serviço apresentou a maior
homogeneidade, ou seja, menor dispersão ou variabilidade, na ordem de 12,7485%,
enquanto que o setor da agropecuária evoluiu de forma bastante heterogenia
caracterizado por um coeficiente de variação de 46,9195%, o qual foi seguida pelo
coeficiente da industria no valor de 21,8357%, o qual apesar de se apresentar menor que
o parâmetro de 30%, configurou um variabilidade considerável.
A relação entre o emprego e o valor adicionado da agropecuária, industria e
serviço foram analisados para o período de 2002 a 2009, conforme Tabela 01, sendo que
a agropecuária, indústria e serviços foram medidos a partir da participação percentual do
PIB e o desemprego e emprego, a partir da variação média percentual anual.

Tabela 01: Evolução do valor adicionado por setor e a taxa de desemprego e emprego.
Ano Agropecuária Industria Serviços Desemprego Emprego
2002 6,3000 27,0519 66,3304 11,6600 88,3400
2003 7,3860 27,8458 64,7683 12,3600 87,6400
2004 6,9133 30,1136 62,9730 11,4800 88,5200
2005 5,7084 29,2730 65,0186 9,8700 90,1300
2006 5,4665 28,7803 65,7532 10,0000 90,0000
2007 5,9822 28,0511 65,9667 9,3400 90,6600
2008 6,6994 27,9591 65,3415 7,9100 92,0900
CV 10,8381 3,5954 1,6998 14,9100 1,7258
Fonte: IBGE (2009). Legenda: CV: coeficiente de Variação

No período de 2002 a 2008, de acordo com os dados da Tabela 01, observou-se


que a média do valor adicionado do setor de serviços foi de 65,16%, contra 6,35% da
agropecuária e 28,44% da indústria. Neste período, a maior variação aconteceu no setor
da indústria com 10,83% em relação a media, ou seja, este setor apresentou uma maior
variabilidade positiva e negativa. Na mesma série anual verificou-se que o desemprego
variou 14,91%, sendo que no ano de 2003 e 2008 apresentou, respectivamente, a maior e
menor taxa, na ordem de 12,36% e 7,91%.
As mensurações dos coeficientes de elasticidade-emprego do valor adicionado
dos setores da agropecuária, industria e serviços, EEVA, foram estimados a partir dos
coeficientes explicativos, β, obtidos por meio do Método dos Mínimos Quadrados
Ordinários, MQO. A elasticidade caracteriza a sensibilidade do impacto de uma variável
em relação à outra. Os resultados constam da Tabela 02.

Tabela 02: Elasticidades Emprego-Valor Adicionado no período de 2002 a 2008 .


Categoria Média β EEVA
Agropecuária 6,3508 -1,10386 -0,07822
Indústria 28,4393 0,01183 0,03754
Serviço 65,1645 0,42439 0,30849
Emprego 89,6257 - -
Fonte: Elaborada pela autora (2009).

Os coeficientes de elasticidade registrados na Tabela 02 evidenciaram que para os


três setores, a elasticidade do emprego foi inelástica, indicando que o impacto do valor
adicionado na condição de empregabilidade do período de 2002 a 2008, foram menos
que proporcional, pois |EEVA| < 1.
Desta forma, no caso da agropecuária, para cada 1% de aumento no seu valor
adicionado, a quantidade de emprego sofreu uma redução de 0,07822%. Tal fato se deu
por força dos seguintes fatores: i) comoditização dos produtos in natura; ii) carência de
processos agroindustrializantes; iii) incremento tecnológico em substituição ao braçal.
Para o setor da indústria, o coeficiente de elasticidade, também se caracterizou
inelástico, isto é, para cada 1% de aumento do valor adicionado na indústria influenciou o
aumento de 0,03754 % no emprego. Este caso refletiu a ineficiência da industria em
absorver a grande oferta de mão-de-obra desempregada, bem como, a inserção da
emergente população economicamente ativa no mercado de trabalho.
Apesar, do setor de serviços também ter apresentado um coeficiente inelástico,
este foi o maior em comparação com os setores de agropecuária e indústria. Desta
forma, para cada aumento na ordem de 1% no valor adicionado do setor de serviço
representou um aumento de 0,30849% no emprego, tal estimativa vem ratificar a
relevância dos serviços na participação da economia brasileira e na capacidade de
empregabilidade. O Gráfico 02, apresenta o histograma comparativo entre os setores da
agropecuária, indústria e serviço e a condição de emprego.

Gráfico 01: A relação do valor adicionado e a condição de emprego/desemprego.

2008

2007

2006
EMPREGO
DESEMPREGO
SERVIÇOS
2005 INDUSTRIA
AGROPECUÁRIA
Log. (DESEMPREGO)
Log. (EMPREGO)
2004

2003

2002

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00 80,00 85,00 90,00 95,00 100,0
0

Fonte: Elaborado pelo autor, conforme IBGE (2009).

É indiscutível a participação dos serviços na economia brasileira, principalmente a


partir da segunda metade da década de 1980, seja de forma consorciada com a industria
e a agropecuária, seja como setor autônomo, configurando o setor terciário. O IBGE
estabeleceu a taxinomia, ou seja, a classificação e a tipificação dos serviços, o qual por
sua vez estabelece a configuração da Economia de Serviços.

4.2. A evolução da Economia de Serviço a partir do valor adicionado


O IBGE estabeleceu a classificação dos serviços a partir de oito categorias
principais: i) Serviços prestados às famílias; ii) Serviços de informação; iii) Serviços
prestados às empresas; iv) Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; v)
Atividades imobiliárias e de aluguel de bens móveis e imóveis; vi) Serviços de
manutenção e reparação; vii) Outras atividades de serviços, conforme Quadro 01.
Quadro 01: Taxinomia da Economia de Serviços
Serviços prestados às famílias Atividades imobiliárias e de aluguel de bens móveis e
1. Serviços de alojamento; imóveis
2. Serviços de alimentação; 1. Incorporação, compra e venda de imóveis por conta
3. Atividades recreativas e culturais; própria;
4. Serviços pessoais; 2. Administração, corretagem, e aluguel de imóveis de
5. Atividades de ensino continuado; terceiros;
Serviços de informação 3. Aluguel de veículos, máquinas e objetos pessoais e
1. Telecomunicações; domésticos;
2. Atividades de informática; Serviços de manutenção e reparação
3. Serviços audiovisuais; 1. Manutenção e reparação de veículos;
4. Agências de notícias e serviços de jornalismo; 2. Manutenção e reparação de objetos pessoais e
Serviços prestados às empresas domésticos;
1. Serviços técnico-profissionais; 3. Manutenção e reparação de máquinas de escritório e de
2. Seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra informática;
temporária; Outras atividades de serviços
3. Serviços de investigação, segurança, vigilância e 1. Serviços auxiliares da agricultura;
transporte de valores; 2. Agentes de comércio e representação comercial;
4. Serviços de limpeza em prédios e domicílios e outros 3. Serviços auxiliares, financeiros, dos seguros e da
serviços prestados às empresas; previdência complementar;
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e Limpeza urbana e esgoto
correio
1. Transporte ferroviário e metroviário;
2. Transporte rodoviário;
3. Transporte de passageiros;
4. Transporte de cargas;
5. Transporte aquaviário;
6. Transporte aéreo;
7. Agências de viagens e organizadoras de viagens;
8. Serviços auxiliares dos transportes;
9. Correio e outras atividades de entrega;
Fonte: Elaborado pela autora conforme BGE/PAS (2009)

De acordo com IBGE (2009), a Pesquisa Anual de Serviços, PAS, é realizada para
a taxinomia identificada no Quadro 01. Tem como objetivo identificar as características
estruturais básicas das atividades prestadoras de serviços e suas transformações no
tempo. É constituída da estimação do valor adicionado, do pessoal ocupado, dos salários,
da receitas, dos custos e das despesas, bem como apresenta indicadores tais como:
faturamento médio e salário médio os quais retratam o desempenho do setor serviços.
A Tabela 03 e o Gráfico 03 apresentam a evolução da Economia de Serviço, a
partir da evolução do valor adicionado percentual de cada categoria no período de 2002 a
2007.

Tabela 03: Valor adicionado por classificação dos serviços no período de 2002 a 2007.
Classificação 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Média
1 Serviços prestados às famílias 8,83 7,84 7,54 7,86 8,08 8,76 8,15
2. Serviços de informação 26,81 30,02 29,54 27,11 25,13 24,33 27,16
3. Serviços prestados às empresas 26,78 26,49 25,55 27,85 29,36 30 27,67
4. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio 24,61 24,72 26,32 25,85 25,1 23,47 25,01
5. Atividades imobiliárias e de aluguel de bens móveis e imóveis 4,56 3,79 4,3 4,29 4,64 4,47 4,34
6. Serviços de manutenção e reparação 2,2 1,74 1,73 1,83 1,86 1,78 1,86
7. Outras atividades de serviços 6,21 5,4 5,02 5,22 5,83 7,2 5,81
Fonte: IBGE/PAS (2009)
Gráfico 03: Evolução do valor adicionado por classificação de serviços de 2002 a 2007.

Fonte: IBGE/PAS (2009)

Observando os dados da Tabela 03 e do Gráfico 03, contatou-se a partir da média


do valor adicionado por setor de serviços do período de 2002 a 2007, que os três setores
que mais de destacaram, na ordem, foram: 1) Serviços prestados às empresas com
27,67%; 2) Serviços de informação com 27,16%; e 3) Transportes, serviços auxiliares
aos transportes e correio com 25,01%.
Contudo, a categoria de serviços ligados as empresas, tais como, serviços técnico-
profissionais, seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra temporária, serviços de
investigação, segurança, vigilância e transporte de valores, serviços de limpeza em
prédios e domicílios e outros serviços prestados às empresas, começam a crescer a partir
de 2005. Já os serviços de informação vêm caindo da mesma forma que os serviços de
transporte. Destaca-se a evolução dos serviços prestados as famílias, o qual vem
apresentando um crescimento contínuo desde 2003. Tal crescimento é justificado pelo
aumento da demanda por serviços de alojamento, de alimentação, de atividades
recreativas e culturais, serviços pessoais e de serviços da educação continuada.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No estudo realizado contatou-se que os serviços configuraram a economia de
serviço brasileira em duas etapas. Na primeira foi observada no período de 1947 a 1986
com uma participação média do valor adicionado de serviço no PIB na ordem de
54,5083%, sendo que em 1986 ocorreu o menor índice na ordem de 48,6939%. A partir
deste ano, o setor de serviço começou a ganhar corpo na economia brasileira. A segunda
fase da Economia de serviço iniciou-se a partir de 1987, o qual foi caracterizada pela sua
maior participação no PIB a partir da geração de valor adicionado. Neste período a média
percentual de participação do setor de serviços na economia foi de 67,7548%, atingindo o
boom em 1993, quando o seu valor adicionado correspondeu a 81,8168% do PIB.

5. REFERÊNCIAS SOBR SERVIÇOS


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