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D I S C I P L I N A Física e Meio Ambiente

Movimentos: conceitos
fundamentais e descrição

Autores

Ciclamio Leite Barreto

Gilvan Luiz Borba

Rui Tertuliano de Medeiros

aula

03
Governo Federal Revisoras de Língua Portuguesa
Presidente da República Janaina Tomaz Capistrano
Luiz Inácio Lula da Silva Sandra Cristinne Xavier da Câmara

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Reitor
Carolina Costa
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Divisão de Serviços Técnicos


Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Barreto, Ciclamio Leite.

   Física e meio ambiente / Ciclamio Leite Barreto, Gilvan Luiz Borba, Rui Tertuliano de Medeiros.
– Natal, RN : EDUFRN, 2006.

  316p. : il

   1. Física. 2. Meio ambiente. 3. Sociedade. I. Borba, Gilvan Luiz. II. Medeiros, Rui Tertuliano de.
III. Título.

ISBN  978-85-7273-334-2 CDU 53


RN/UF/BCZM 2006/87 CDD 530

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação

N
esta aula, você entrará em contato com o modo formal de descrever os movimentos.
Para tanto, introduziremos os conceitos fundamentais da Mecânica clássica, tais como
referenciais, sistemas de coordenadas, posição, deslocamento, distância, velocidade e
aceleração. Você também tomará contato com uma breve introdução à linguagem vetorial.

Objetivos

Identificar as variáveis relevantes à descrição dos vários


1 tipos de movimento.

Construir as equações necessárias à completa descrição


2 dos movimentos.

Descrever os diversos tipos de movimento através de


3 representações gráficas.

Perceber a importância do conhecimento sobre a descrição


4 do movimento para a compreensão dos sistemas físicos.

Aula 03 Física e Meio Ambiente 


Sistema de referência

N
o seu cotidiano, sem dúvida, você faz uso implícito ou explícito de sistemas de referência.
Por exemplo, ao informar a alguém um determinado endereço, você geralmente indica
o caminho a seguir recorrendo a determinados pontos referenciais, tais como uma
estátua, uma residência estilizada, uma repartição pública, ou mesmo uma árvore frondosa
que faça diferença na paisagem. Assim, você poderia dar a seguinte explicação: “Vire à direita
na segunda rua após o terceiro semáforo adiante e encontrará seu endereço logo na primeira
quadra a sua esquerda’’. Ou ainda: “Siga por esta estrada até cruzar uma ponte; em seguida,
vai aparecer o cruzamento com a BR- 116; para atravessá-la, basta seguir em frente e usar o
viaduto sobre ela; prossiga; por umas duas léguas e meia adiante, você avistará, então, a sua
direita a estátua de um touro, que fica na entrada do Parque Agro-pecuário’’.
Em qualquer uma dessas situações, você estaria usando uma terminologia comum
que pode ser adaptada a uma linguagem científica, a qual é capaz de descrever completa e
corretamente os movimentos. Nela, o conceito de referencial acha-se implícito.
A Física das mudanças de posição, chamada Mecânica, descreve o movimento
através da utilização de conceitos formalmente definidos, precisos, os quais representam
quantidades físicas observáveis, cujos valores podem ser objeto de obtenção por processos
de mensuração cuidadosamente realizados. A medida da maioria dessas quantidades físicas
carece de reconhecer um marco de referência, o qual deve ser precisamente especificado.

Achei meu
ponto de
referência!

Quando vamos descrever a posição de um corpo, ou o seu deslocamento, por exemplo,


usamos um referencial. Nessa ótica, concebemos um referencial como um corpo rígido e fixo
em relação ao qual estudamos o movimento de outros corpos ou pontos materiais (Figura 1).
Associado ao referencial que escolhemos, temos um sistema de coordenadas que servirá
para especificar posições no espaço, a partir do qual podemos formalizar matematicamente a
descrição do movimento. Um bom sistema de coordenadas consiste dos seguintes elementos:

 Aula 03 Física e Meio Ambiente


1)  um ponto de referência fixo O, arbitrariamente escolhido, chamado origem;

2) um conjunto de eixos ou direções especificadas, cada um contendo uma escala e


rótulos apropriados;

3) instruções que nos informem como designar um ponto no espaço, relativo à


origem e aos eixos.

Nesta aula, iremos centrar nossa discussão em dois tipos de referenciais: os inerciais
e os não inerciais. Um referencial é dito inercial se ele obedece às leis de Newton, ou seja,
encontra-se em repouso ou em movimento retilíneo uniforme (ao longo de uma certa
direção), em relação a um outro referencial que está em repouso em relação às “estrelas
fixas’’. Caso contrário, ele será dito referencial não inercial.
Para um grande conjunto de situações, podemos considerar uma pedra em repouso
no chão como referencial inercial, mesmo sabendo que por estar fixa ao solo ela se move
junto com a Terra.

Figura 1 – Uma pedra como referencial no sitema de coordenadas

Conforme visualizamos na Figura 1, o sistema de coordenadas possui três eixos x, y,


z perpendiculares entre si.
As poltronas de um trem movendo-se em linha reta com velocidade constante
também seria um referencial inercial, pois nesse caso valem as leis de Newton. Por outro
lado, um dos cavalinhos de um carrossel que está girando em torno de um eixo seria um
referencial não inercial.

Aula 03 Física e Meio Ambiente 


Como você deve estar lembrado, a Física usa uma representação matemática para sua
descrição da natureza. Assim, no caso do estudo do movimento, um sistema de coordenadas
é associado ao referencial escolhido.
Imagine-se, então, viajando de carro ao longo de uma estrada reta.

Figura 2 – Um ponto fixo da estrada pode servir como referencial para descrever nossa posição em um dado instante

À beira da estrada, existem pequenas estacas de cimento indicando a distância em que


nos encontramos da próxima fronteira. Uma estaca dessas pode ser para você um marco
de referência (Figura 3). Digamos, então, que você acaba de passar no marco 30 Km, o
qual podemos definir como a origem a partir da qual será possível estudar o movimento do
carro, ou seja, ele seria seu “marco zero’’. Assim, é possível nos referir àquela posição como
o marco zero (ou o quilômetro zero) da estrada. Nesse caso, se você quiser informar para
alguém a sua localização, poderia situar-se no marco de 30 Km e estimar que chegaria ao seu
destino em cerca de 40 minutos, por exemplo.
Representaremos, então, a estrada pelo eixo x e esse marco zero (30 Km) seria a
origem O (x = 0). Veja a Figura 3 a seguir.

Figura 3 – Um ponto qualquer (o) como marco inicial

Seguir a partir da posição inicial numa direção da estrada significa vir a ocupar sucessivas
posições que corresponderão a valores positivos (x  >  0), realizando deslocamentos
positivos, enquanto seguir na direção oposta significará ocupar sucessivas posições que
corresponderão a valores negativos (x  <  0), realizando deslocamentos negativos. Tais
deslocamentos possuem magnitude (ou módulo), que é a distância medida em relação à
origem (marco zero), bem como direção indicada, nesse caso, pelo sinal. Isso caracteriza
um deslocamento como uma quantidade física vetorial.

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Ir da origem à posição x = 5 km significa realizar um deslocamento de +5 km, enquanto
ir da origem à posição x = –8 km significa realizar um deslocamento de –8 km. No primeiro
caso, percorre-se a estrada na direção de valores crescentes de x, enquanto no segundo,
percorre-se na direção de valores decrescentes de x.
Existem diversos tipos de sistemas de coordenadas, mas, nesta disciplina, nos
restringiremos a usar coordenadas retangulares e coordenadas polares. No sistema de
coordenadas retangulares (cartesianas) no plano, um ponto é definido localmente por
dois números correspondentes às coordenadas horizontal e vertical. Esse par ordenado de
números define de modo unívoco a posição do ponto no plano.

Figura 4 – Sistema cartesiano de eixos xy. Os pontos P e Q têm coordenadas (2, 4) e (–4, –3),
respectivamente. d1 e d2 são os correspondentes deslocamentos.

Atividade 1
Represente em um plano cartesiano os seguintes pontos: P1(0, 0); P2(–3, –5);
P3(3, 3). Escolha um cunjunto de quatro pontos, de tal modo que ao uni-los,
no plano cartesiano, se obtenha um quadrado de lado 4.

No espaço tridimensional, um ponto tem sua posição definida especificada por três
números (comprimento, largura e altura).
No sistema de coordenadas polares, essa localização é feita através de uma distância
em relação à origem e uma direção medida em relação a uma direção de referência.
Precisamos agora de uma ferramenta que nos permita escrever analiticamente o
vetor em termos das suas componentes. Para tanto, é necessário definir o que vem a ser
escalares e vetores.

Aula 03 Física e Meio Ambiente 


Escalares e vetores

E
xistem muitas grandezas físicas que se comportam matematicamente como
vetores, as quais são chamadas de grandezas vetoriais. Tais grandezas não ficam
bem caracterizadas se utilizamos apenas um número e sua unidade de medida para
representá-las. Além disso, é indispensável especificar uma direção. Assim, velocidade,
deslocamento, força, campo elétrico são exemplos de grandezas vetoriais.
Um vetor é um ente matemático, geometricamente representado por um segmento de
reta orientado que possui módulo, direção e sentido, como mostrado a seguir.

Figura 5 – Vetor como um segmento de reta orientado. Sua magnitude é v = |v| e sua direção é θ .

Por outro lado, há quantidades físicas, tais como distância, tempo e densidade, que,
para sua completa especificação, requerem tão-somente um número e a correspondente
unidade. As quantidades que não requerem a explicitação de uma direção para sua completa
especificação são chamadas escalares e aquelas que requerem são chamadas vetores.

Exemplo 1
Em uma cesta, existem três pacotes com feijão: o primeiro tem 5,0 kg; o segundo, 8,0 kg;
e o terceiro, 11,0 kg. Quantos quilos de feijão existem dentro da cesta?
É fácil, não? No pacote, existem 5,0 kg + 8,0 kg + 11,0 kg = 24,0 kg de feijão.
Assim, esta é uma grandeza escalar.

Veja agora a seguinte questão: A distância entre duas cidades norte-rio-grandenses,


como de Natal para Mossoró é de 300 km e, de Mossoró para Caicó é de 250 km. Qual será,
então, a distância de Natal para Caicó?

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Figura 6 – Mapa do RN
(Observação: Ver figura ampliada na p. 23)

Você deve ter percebido que nesse caso não podemos garantir que a resposta seja
simplesmente a soma ou a subtração das distâncias e que para obter a resposta teríamos de
saber a posição relativa dessas cidades.
Como você percebeu olhando o mapa, a distância de Natal para Caicó não é a soma
nem a diferença entre as distâncias de Natal a Mossoró e de Mossoró a Caicó. Para obter
o valor procurado, devemos aprender como somar deslocamentos levando em conta seu
caráter vetorial, ou seja, precisamos aprender a somar vetores.

Notação para vetores


Genericamente, representamos vetores em negrito em textos impressos, assim: u, v,
w etc. representam vetores. Em textos manuscritos, setas são colocadas sobre os vetores,
assim: u, v, w etc. Para representar apenas a magnitude (módulo) do vetor, usamos a
mesma letra sem setas: u, v, w etc.

Operando com vetores: adição

O
s vetores podem ser submetidos a operações de adição, subtração e multiplicação,
no entanto, não existe operação de divisão entre vetores. Além disso, eles estão
sujeitos a multiplicação por escalares (uma grandeza física é escalar quando sua
medida fica bem caracterizada apenas por um número e sua unidade, por exemplo, 1 kg).
Nesta aula, entretanto, trataremos especificamente da adição de vetores.
A soma de dois vetores A e B será um vetor. Para tanto, podemos proceder
geometricamente ou analiticamente.

Aula 03 Física e Meio Ambiente 


Soma de vetores: método geométrico
Vamos representar dois vetores A e B geometricamente. Suas magnitudes (tamanhos)
e direções (relativas a alguma direção de referência) são dadas e não podem ser alteradas:

Figura 7 – Representação geométrica de dois vetores A e B

Obtemos a soma geométrica desses dois vetores da seguinte forma: escolhemos um


ponto do espaço como marco de referência, que será nossa origem O. Transladamos para ele
o vetor A de tal forma que sua origem, o ponto inicial de A, coincida com o ponto escolhido
como origem, O. Depois, a partir da extremidade de A desenhamos o vetor B, transladando-o da
sua posição original. O vetor soma A mais B será dado por um novo vetor C que parte do ponto
inicial de A e chega ao ponto terminal de B. Assim, temos: A + B = C. Podemos visualizar a
representação gráfica na Figura 8.

Figura 8 – Vetor C como resultante da adição dos vetores A e B

Como regra geral, se temos um número qualquer de vetores, o procedimento para obter
o vetor que representa a soma desses vetores é similar: escolha uma origem e a partir dela
vá transladando cada um dos vetores, de modo que a extremidade de um seja adicionada
à origem do próximo e que o ponto inicial de cada vetor coincida com o ponto terminal do
anterior. O vetor soma (a partir de agora o chamaremos de resultante) será aquele que irá
ligar o ponto inicial do primeiro (na origem) ao ponto terminal, extremidade do último.

 Aula 03 Física e Meio Ambiente


Atividade 2

Com referência à Figura 8 e usando uma unidade de medida, digamos uma régua
milimetrada, você pode medir e perceber que o módulo do vetor A é ....., o do vetor
A é .... e do vetor C é ...... . Verifique que a soma vetorial não obrigatoriamente
coincide com a soma escalar. Mostre que a adição vetorial é comutativa, isto é,

A+B=B+A

Trajetória e deslocamento

P
odemos agora dizer que deslocamento e trajetória são conceitos fisicamente
muito diferentes: o deslocamento é o vetor que liga o ponto de partida ao ponto de
chegada, enquanto a trajetória é o caminho percorrido, não necessariamente reto.
Por exemplo, quando você sai de casa e vai ao seu pólo estudar, segue uma trajetória que
pode ser representada pelas ruas por onde você vai passando; enquanto seu deslocamento é
simplesmente o segmento de reta orientado (o vetor) que irá unir sua casa ao pólo.
A descrição matemática dos movimentos lida diretamente com localizações no espaço,
que são as posições ocupadas por um objeto móvel. Em uma dimensão linear, como vimos,
especificamos em um eixo o valor de x em relação a uma origem O, arbitrariamente
escolhida. As mudanças de posição são representadas pelos deslocamentos ∆x. Esse eixo
é na verdade um sistema de referência. Mas, se o objeto é livre para se mover no espaço,
em mais de uma dimensão, precisamos adequar esse conceito a essa nova situação. Se um
ponto numa reta pode ser descrito por uma só coordenada, um ponto em um plano (que é
um espaço bidimensional) é localizado por duas coordenadas. E já deve ser óbvio para você
que um ponto no espaço tridimensional em que vivemos é localizado por três coordenadas.

Coordenadas polares
Mostra-se igualmente útil em um plano outro tipo de sistema de referência, o de
coordenadas polares planas (r, θ), como mostrado na Figura 9.

Aula 03 Física e Meio Ambiente 


Figura 9 – Sistema de coordenadas polares planas

Nesse sistema, r é a distância da origem ao ponto genérico P com coordenadas cartesianas


(x, y) e θ é o ângulo medido no sentido anti-horário entre um eixo fixo de referência, que pode
ser o eixo x, e a direção em que é medida a distância r. Ou seja, θ especifica a direção do raio
vetor do ponto P (raio vetor é o vetor posição em relação à origem). Observe que agora uma
direção não é mais especificada simplesmente por um sinal, mas pelo valor do ângulo θ.
Não há nenhuma contradição entre operar com as coordenadas polares ou as cartesianas.
Sua escolha depende da natureza das informações de que dispomos para situar um ponto no
espaço. Assim, se queremos situar um ponto sobre a superfície da Terra, é mais interessante
usar coordenadas polares do que retangulares, visto que nosso planeta é esférico.
Por outro lado, é possível passar de um sistema de coordenadas para outro através do
uso de funções trigonométricas simples, como mostrado a seguir.

Figura 10 – Raio vetor r e suas projeções nos eixos x e y: xp = OQ e YP = QP.

10 Aula 03 Física e Meio Ambiente


O triângulo mostrado na Figura 10 é formado pelas coordenadas x e y (catetos) do
ponto P e o seu raio vetor (hipotenusa).
Assim, temos:

ou seja,

e, contrariamente:

Utilizando esse conhecimento, podemos expressar um vetor deslocamento qualquer no


plano (espaço bidimensional) como um vetor que une um ponto inicial Pi(xi, yi) a um ponto
final Pf(xf, yf). Nesse caso, podemos nos referir ao vetor posição r do ponto P, o segmento
orientado de reta que liga esses dois pontos de Pi para Pf :
Daí, teremos, com

magnitude:        

direção:           .

Exemplo 2
Represente o vetor para o deslocamento da origem ao ponto P(–5cm, 2cm). Nesse
caso, teremos:

magnitude:         ;

direção:         

Aula 03 Física e Meio Ambiente 11


Movimento em uma dimensão

O
estudo do movimento de um objeto e a relação desse movimento com conceitos
físicos como força e massa é a essência da dinâmica, o campo da Mecânica que
trata de correlacionar o movimento e as suas causas. Para facilitar nosso estudo,
entretanto, torna-se conveniente descrever o movimento usando os conceitos de espaço
e tempo, sem se preocupar com as suas causas. A construção dessa descrição constitui o
ramo da Mecânica chamado de Cinemática.
Começaremos discutindo o movimento de um objeto qualquer, ao longo de uma linha
reta, isto é, o movimento unidimensional. Utilizando o conceito de deslocamento como
uma quantidade física vetorial, definiremos velocidade e aceleração, privilegiando alguns
movimentos caracterizados pela constância dessas quantidades. O que realmene importa é
que você associe nossa discussão com fatos do cotidiano ou de fenômenos naturais ou ainda
de aplicações tecnológicas, ou seja, que você se habilite a identificar os movimentos reais do
meio ambiente, natural ou artificial, em termos dos modelos teóricos aqui descritos.

Velocidade média e velocidade instantânea


Estamos acostumados com informações do tipo:

“[...] As aparências não enganam. O novo motor V6 tem 284 cavalos, 98 a mais que o
motor da geração anterior. É potência superior à que existe no mais bravo dos Porsche
Boxter, o S, com 280 cavalos. Na pista de testes, o Camry acelerou feito esportivo. Fez
de 0 a 100 km/h, em apenas 7,3 segundos. É desempenho de sobra para a circunspecta
categoria dos sedãs familiares e de vocação executiva. Basta dizer que a 100 km/h em
velocidade constante, o motor sussurra a 1700 rotações por minuto.’’

[...] Em nossas medições, o Camry conseguiu boas médias, de 7,7 km/l, na cidade,
e 10,8 km/l, na estrada. As acelerações e desacelerações do Camry agora são mais
graduais e o motor trabalha de modo suave, com menor ruído e vibração.
Fonte: <http://quatrorodas.abril.com.br/carros/testes/conteudo_169739.shtml>.

Ou:
“[...] O Falcão-Tagarote ou Ógea, como também é designada a espécie, um dos mais
exímios voadores do mundo, capaz de vertiginosos vôos, alcançando a velocidade de
240 km/h em vôo picado e 150 km/h em vôo batido.

[...] Falcão Peregrino, ave de comprimento de 38 cm a 50 cm e peso de 580g a 1000 g,


é um campeão de velocidade, no campo da velocidade pura, o falcão peregrino não tem
rival: é a ave mais veloz do mundo, pois um vôo picado já foi cronometrado a 270 km/h
e mesmo a 320 km/h, em pequenas distâncias. Todavia, quando carrega para alcançar a
presa passa sem dificuldade dos 50 km/h para os 100 km/h em vôo horizontal.’’
Fonte: <http://grupo206.netvisao.pt/tjunior_falcao.html>.

12 Aula 03 Física e Meio Ambiente


Os textos apresentados têm em comum o fato de conterem diversos dados sobre
velocidade e aceleração. Apresentam também uma grandeza que chamamos de consumo,
que é a quilometragem que dado carro faz com um litro de combustível. Mas, vamos olhar
apenas as grandezas que têm sido tratadas nesta aula. Assim, em diversas situações, quando
associamos a palavra velocidade ao seu vínculo, explicita ou implicitamente, temos a unidade
de medida: 100 km/h, 240 km/h...
Percebe-se nessas informações que velocidade é entendida como sendo a razão entre
o deslocamento e o tempo gasto, ou formalmente:

No entanto, nada garante a manutenção dessa velocidade ao longo do tempo, temos


inclusive informações sobre variações da velocidade. No caso da velocidade se manter
constante ao longo do tempo, estamos nos referindo à velocidade média, a qual consiste
em um comprimento (L) dividido por um tempo (T), o que conduz à expressão dimensional
.
Lembre-se de que de acordo com o Sistema Internacional, a velocidade tem como
unidade de medida o metro por segundo, m/s. O deslocamento ∆x representa a mudança
efetiva de posição, independente do percurso, durante o intervalo de tempo ∆t. A magnitude
(módulo) de é uma quantidade escalar sempre positiva e dada pela relação:

Exemplo 3
Um motorista segue em direção ao norte por 35 minutos a 85 km/h, após isso, pára por
15 minutos. Depois, continua na mesma direção, viajando 130 km em 2 horas.

a) Qual é o seu deslocamento total?

b) Qual é a sua velocidade média?

Solução

O intervalo de tempo ao qual se refere o deslocamento total e em relação ao qual


devemos calcular a velocidade média é a soma dos intervalos de tempo correspondentes a
cada etapa do movimento.
Assim, temos: que convertido para hora
[1 min = (1/60) h] corresponde a ou 2h 50min. O

Aula 03 Física e Meio Ambiente 13


deslocamento total é, obviamente, composto por três parcelas: a primeira, (85 km/h) x (35
min)/(60 min/h) = 49,6 km; a segunda é zero (15 minutos parado); e a terceira é 130 km.
Ou seja, Por conseguinte, a velocidade média
é Não esqueça do caráter vetorial, se
quiser saber para onde vai o motorista com essa rapidez. A resposta completa é então: “a
velocidade média é 63,5 km/h em direção ao norte’’.

Em diversas situações, gostaríamos, de fato, de ser capazes de definir a velocidade


de uma partícula num particular instante de tempo, em vez de fazê-lo sobre um intervalo
de tempo finito ∆t.
Nas corridas de Fórmula 1, nas quais a diferença de tempo entre os competidores é
muito pequena, pode-se perguntar qual é a velocidade de um determinado competidor no
momento da ultrapassagem. Tal velocidade é chamada velocidade instantânea.
A velocidade instantânea pode ser positiva, negativa ou zero. Lembre-se de que neste
momento estamos estudando o movimento em uma dimensão, de acordo com o qual o sinal
de v denota o seu caráter vetorial.
Para se obter a velocidade instantânea de uma partícula, basta medir a inclinação da curva
no gráfico posição versus tempo (Figura 11) no instante considerado, o que é feito medindo a
inclinação da reta tangente à curva no ponto correspondente.

Figura 11 – Gráco da posição versus tempo mostrando a tangente à curva em um dado instante.

Aceleração
Quando a velocidade de uma partícula muda com o tempo, dizemos que a partícula
está sendo acelerada. O anúncio publicitário do Camry diz que sua velocidade varia de 0

14 Aula 03 Física e Meio Ambiente


a 100km/h (27,7 m/s) em 7,3 segundos. O que significa que a taxa de variação de sua
velocidade em 7,3 segundos é de:

Por outro lado, pisar no freio sempre remete à necessidade de reduzir a velocidade,
eventualmente até parar. Cientificamente, existe uma definição mais precisa de aceleração:

aceleração média =

Aceleração é uma quantidade vetorial com dimensões de variação de velocidade


(∆v) dividido pelo tempo (∆t), ou seja, (comprimento)/(tempo)2, ou, ainda, L/T2.
No Sistema Internacional, suas unidades são (metro por segundo)/(segundo),
ou, simplesmente, m/s2 = m.s–2.

Em algumas situações, o valor da aceleração média pode ser diferente em diferentes


intervalos de tempo. Torna-se então útil definir, como fizemos para a velocidade, o conceito de
aceleração instantânea como sendo o limite da aceleração média quando ∆t aproxima-se de
zero. Para se obter a aceleração instantânea, então, basta imaginar intervalos de tempo cada
vez menores, e tomar o limite da razão quando

Isso significa que a aceleração instantânea equivale à derivada da velocidade em


relação ao tempo, a qual, por definição, equivale à inclinação da curva no gráfico velocidade
versus tempo. Pode-se entender a derivada da velocidade em relação ao tempo como sendo
a taxa temporal de variação da velocidade, ou seja, uma medida de quanto rapidamente a
velocidade varia no decorrer do tempo. Compare com a velocidade instantânea, dx/dt.
Como acontece com a velocidade, você deve notar que a aceleração pode ser positiva
(na direção x positiva), negativa (na direção x negativa) ou nula. Aceleração nula não significa
ausência de movimento, mas apenas ausência de variação na velocidade, caso que ocorre no
movimento uniforme previamente mencionado (x = vt), em que a velocidade é constante.

Movimento em uma dimensão com aceleração constante

É claro que a situação mais geral para um movimento é aquela em que há uma aceleração
que varia com o tempo. Certamente, trata-se de um movimento complexo, exigindo uma análise
difícil, freqüentemente via um tarefa formidável, que pode requerer o uso de cálculos numéricos
realizados em computador. Felizmente, esse não é o tipo de movimento mais comumente
encontrado na natureza nem na tecnologia. Um tipo simples e muito comum de movimento
em uma dimensão ocorre quando a aceleração é constante (ou aceleração uniforme). Nesse

Aula 03 Física e Meio Ambiente 15


caso, não há distinção entre aceleração média e aceleração instantânea. Em conseqüência, a
velocidade aumenta ou diminui na mesma taxa através de todo o movimento.
Podemos substituir por a na equação de definição da aceleração média para obter:

Aqui, é conveniente tomar para qualquer instante arbitrário. Ademais,


também designamos a velocidade no instante inicial, e a velocidade
no instante t.
Ficamos então com a relação , o que nos leva à expressão da velocidade
v em função do tempo t:

(para a = constante)

Essa expressão indica como obter a velocidade v em qualquer instante, se são conhecidos
a velocidade inicial v0, a aceleração a e o tempo decorrido t. A parcela at corresponde à variação
de velocidade durante o intervalo de tempo t.
Um gráfico da velocidade em função do tempo resulta numa linha reta que cruza o
eixo v no valor v0 (ordenada na origem) e forma um certo ângulo θ com a direção positiva
do eixo t. A tangente trigonométrica desse ângulo representa a inclinação
(declividade) constante dessa reta, a qual coincide com a aceleração constante a, em
concordância com o fato de que .
Perceba a associação da notação matemática de uma reta , com a
notação significativa aqui usada: O tempo t corresponde a x, y corresponde
à velocidade, o coeficiente angular a é a aceleração a (mesmo símbolo), e b (ordenada na
origem) é a velocidade inicial v0.
O gráfico da aceleração versus tempo é uma linha reta horizontal com inclinação nula,
uma vez que a = constante. Se a aceleração fosse negativa, a inclinação seria negativa.
Há um resultado único, em particular, que a velocidade média equivale à média aritmética
das velocidades no início e no final do intervalo de tempo:
Mas, esse resultado vale exclusivamente quando a aceleração é uma constante, isto é, quando
a velocidade varia linearmente com o tempo. Em qualquer outro tipo de movimento, essa
equação não se aplica. Você deve usar seus conhecimentos de geometria plana e o gráfico
velocidade versus tempo, no caso de aceleração constante, para demonstrar o resultado.
Agora, podemos obter, para o tipo de movimento que estamos estudando, uma expressão
para a posição x em função do tempo t

16 Aula 03 Física e Meio Ambiente


Essa equação relaciona simultaneamente três variáveis, t, x e v. Se quisermos apenas
duas delas, por exemplo t e x, temos que substituir a terceira:

(para a = constante)

ou ainda:

(para a = constante)

que prevê uma dependência parabólica da posição em função do tempo. Muitas vezes convém
escolher a posição inicial da partícula como a origem do movimento, tal que x0= 0 em t =
0. Nesse caso, o deslocamento é simplesmente A derivada do
deslocamento em relação ao tempo deve fornecer a velocidade num instante genérico t:

Alternativamente, podemos relacionar x e v, para o que devemos eliminar o tempo através


de

(para a = constante) (Eq. 1)

Essa equação dá a velocidade em função do deslocamento: v(x)


Quando a aceleração é zero, Ou seja, quando a
aceleração é zero, a velocidade é uma constante, igual à velocidade inicial, e o deslocamento
varia linearmente com o tempo.
Em suma, há um conjunto de cinco equações cinemáticas para o movimento em uma
dimensão sob aceleração constante. Elas fornecem:

a) a velocidade como função do tempo;

b) a velocidade média como a média aritmética das velocidades nos instantes inicial e final;

c) o deslocamento como uma função da velocidade e do tempo;

d) o deslocamento como uma função do tempo;

e) a velocidade como uma função do deslocamento.

Aula 03 Física e Meio Ambiente 17


Para movimento (com a = constante) ao longo do eixo x, tomando t = 0 como
condições iniciais, x(0) = x0 e v(0) = v0, as equações são respectivamente:

a) (Eq. 2)

b) (Eq. 3)

c) (Eq. 4)

d) (Eq. 5)

e) (Eq. 6)

Tais equações podem ser usadas para resolver qualquer problema desse tipo de
movimento (com a = constante). Em qualquer caso, entretanto, deve-se reconhecer que
as quantidades que variam durante o movimento são velocidade, deslocamento e tempo.
Recomendamos a resolução de exercícios propostos ao final dos capítulos dos livros de
Física básica, tais como Young e Freedman (2003), disponíveis na biblioteca do seu pólo.

Corpos em queda livre

É um fato corriqueiro: todos os objetos, ao serem liberados, caem seguindo a vertical


local em direção ao centro da Terra; essa queda se dá sob uma aceleração aproximadamente
constante. Galileu Galilei (1564-1642), físico e astrônomo italiano, realizou muitas
experiências sistemáticas utilizando objetos móveis sobre planos inclinados. Executando
mensurações cuidadosas de distâncias e intervalos de tempo, ele foi capaz de mostrar
que o deslocamento de um objeto partindo do repouso é proporcional ao quadrado do
tempo em que esse objeto permanece em movimento. Tal observação é consistente com
a equação cinemática (d), anterior, que fornece o deslocamento em função do tempo.
Estudaremos o movimento dos corpos em queda livre supondo que, no âmbito da
superfície da Terra, a aceleração, devido à gravidade – a qual designaremos por g – seja
constante. De fato, a magnitude de g decresce à medida que a altitude aumenta. Ademais,
existem ligeiras variações em g de acordo com a latitude (que é o deslocamento angular
relativo ao equador), devido ao formato achatado, não esférico, do planeta. Em qualquer
situação, o vetor g é direcionado para baixo ao longo da vertical do lugar, o que significa,
em outras palavras, que aponta radialmente para o centro da Terra. Um valor médio para
g na superfície da Terra, usado nas aplicações ordinárias, é 9,80 m/s2 (verifique a relação
entre unidades: m/ s2 = N/ kg).

18 Aula 03 Física e Meio Ambiente


Mas, o que é mesmo queda livre?
Será que a queda de qualquer corpo, em qualquer local próximo à superfície da Terra,
constitui uma queda livre? A resposta, rigorosamente, é não.
Por exemplo, uma esfera de aço com 10 cm de diâmetro, ao ser solta do repouso de
uma altura de, digamos, 3,0 m em relação ao chão de uma sala tranqüila, sem ventos, pode
aproximar fielmente o ideal de uma queda livre, mas uma pena de gavião carcará (ou de uma
rolinha), solta da mesma altura, na mesma sala, poderá exibir um comportamento bastante
distinto daquele de um corpo caindo em queda livre. Isso porque, durante a queda, a resistência
do ar ao movimento da pena é relativamente muito maior do que ao movimento da esfera. Em
cada corpo em queda, há uma força devida à gravidade direcionada verticalmente para baixo
(apontando para o centro da Terra) que é o próprio peso, mas há também uma força exercida
em oposição ao movimento (portanto apontando para cima) devido à resistência oferecida
pelo ar. Essa força é negligenciável frente ao peso da esfera, mas não em relação ao peso da
pena, o que pode até alterar sua trajetória em relação ao percurso estritamente vertical.
Agora, se ambos os corpos caem num ambiente de vácuo, por exemplo, próximo à
superfície da Lua, então caem com a mesma aceleração devida exclusivamente à gravidade,
portanto, aumentam sua rapidez de queda ao longo do percurso de modo idêntico, chegando
simultaneamente ao solo com igual velocidade. Nesse sentido, a expressão “queda livre’’,
usada para o mundo cotidiano, é forçada, haja vista que vivemos imersos no ar, e todos os
objetos caem no meio atmosférico, estando assim sempre sujeitos à resistência do ar.
Na Lua, se há uma atmosfera, ela é tão tênue e rarefeita que dificilmente pode ser
detectada, o que nos autoriza a afirmar que em boa medida a Lua está imersa no vácuo.
Há ainda um aspecto a considerar: um corpo acha-se em queda livre independentemente
do seu movimento inicial. Basta estar (ou poder ser considerado como) movendo-se
exclusivamente sob a ação da gravidade! Um corpo lançado horizontalmente, ou segundo
uma direção qualquer, estará, a partir do lançamento, sujeito à gravidade. Se pudermos
desprezar a resistência do ar, então, seu movimento, mesmo no trecho ascencional, tem uma
componente de queda livre.
Objetos lançados para cima ou para baixo, assim como aqueles liberados do repouso,
acham-se em queda livre a partir do instante em que são liberados ou lançados. Tudo isso está
sendo dito a fim de que você reconheça que qualquer objeto em queda livre, independente do
seu movimento inicial, experimenta uma aceleração (a da gravidade) direcionada para baixo.
A adaptação das equações é direta; para a Terra, tomando ,
temos:

Aula 03 Física e Meio Ambiente 19


Você não deve esquecer que nessas equações o valor de g a ser substituído é 9,80 m/s2,
haja vista que o sinal negativo, indicativo de que a aceleração é para baixo, já está incluído. Não
esqueça também que a direção positiva do eixo y é para cima. Se você tomar y positivo para
baixo, então, deve fazer a = +g, e os resultados serão os mesmos. Em muitas situações, pode-se
supor y0 = y(t = 0) = 0 e v0 = v(t = 0) = 0, o que não afeta a solução do problema. Se y0 não
é zero, então o gráfico de y versus t (a parábola) é simplesmente deslocado para cima ou para
baixo, dependendo se é positivo ou negativo, enquanto o gráfico de v0 permanece inalterado. Se
, então, similarmente, a reta no gráfico v versus t sobe ou desce sem alterar
sua inclinação, por conseguinte, modificando apenas o instante em que v = 0.

Exemplo 4
Suponha a queda livre de um corpo a partir do repouso de uma altura h em relação ao solo.

1)  Qual a expressão matemática para o tempo de queda?

2)  Qual a expressão matemática para a velocidade com que atinge o solo?

Solução

1) Partindo do repouso na altura , tem-se As equações de interesse são:


e . Deve ficar claro que a origem do referencial
encontre-se no solo. Assim: ao atingir o solo,

2) A velocidade com que o corpo atinge o solo é obtida para o tempo de queda (observe que
esta é uma velocidade instantânea):

ou fazendo y = 0 na equação para e incluindo o sinal:


O sinal negativo indica que essa velocidade, obviamente, é para baixo.

(Verifique que a velocidade média é

20 Aula 03 Física e Meio Ambiente


Resumo
Nesta aula, estudamos os conceitos necessários à descrição de movimentos,
com ênfase nos movimentos em uma dimensão. Discutimos a necessidade do
sistema de referência, aplicado especialmente ao movimento unidimensional.
Foram desenvolvidos também os conceitos básicos de deslocamento,
velocidade e aceleração, destacando intensivamente seu caráter vetorial.
Discutimos ainda as peculiaridades das quantidades físicas vetoriais, tais como
o cálculo da magnitude e direção, sendo feito o confronto com as quantidades
escalares. Especificamente, tratamos em detalhes o caso de movimento em
uma dimensão com aceleração constante, adaptando as equações para o caso
do movimento em queda livre nas proximidades da superfície do planeta.

Auto-avaliação
Uma manga rosa e uma pena de pavão são simultaneamente liberadas a partir
1 do repouso, do topo interno de uma câmara de vácuo assentada sobre uma base
apoiada no solo. A câmara tem uma altura razoável para propiciar uma observação
da queda livre desses corpos, digamos 4 m. Exclua a possibilidade de não
haver gravidade neste ambiente de vácuo. Verifica-se que eles caem à mesma
velocidade, independente de sua massa. (a) O que significa essa afirmação? (b) O
que você pode afirmar em relação à velocidade desses corpos? (c) Daria resultado
diferente se realizada fora da câmara de vácuo? (d) Por que essa experiência se
manifesta diferente, e quais são as diferenças, fora da câmara de vácuo? (e) Por
que um pára-quedas em operação desenvolve uma velocidade bastante diferente,
ao ponto de servir aos fins a que se destina?

Velocidade média e velocidade instantânea são geralmente quantidades


2 diferentes. Porventura, elas podem ser iguais para algum tipo específico de
movimento? Explique.

É possível ter uma situação em que velocidade e aceleração têm sinais opostos? Se for
3 o caso, esboce um gráfico velocidade versus tempo para provar seu ponto de vista.

Se a velocidade de uma partícula é (a) diferente de zero, (b) igual a zero, pode
4 sua aceleração ser, respectivamente, (a) igual a zero? (b) diferente de zero?
Explique, exemplificando.

Aula 03 Física e Meio Ambiente 21


Você, quando criança, já deve ter lançado uma biloca (bola de gude) no ar com uma
5 rapidez inicial v0. Outra criança solta outra biloca no mesmo instante. Compare as
acelerações dos dois objetos enquanto eles estão em vôo.

Um atleta nada o comprimento de 50 m de uma piscina em 20 s e retorna nadando


6 ao ponto de partida em 22 s. Determine sua velocidade média (a) na primeira metade
do percurso, (b) na segunda metade do percurso, e (c) no percurso completo.

Um carro faz uma viagem de 200 km a uma velocidade média de 40 km/h. Um


7 segundo carro, partindo 1 h depois, chega ao destino de ambos ao mesmo tempo
que o primeiro carro. Qual foi a rapidez média do segundo carro para o período que
esteve em movimento?

Um carro viajando numa estrada reta alcança uma velocidade de 30 m/s em algum
8 instante. Dois segundos depois, sua velocidade é de 25 m/s. Qual é sua aceleração
média nesse intervalo de tempo?

Um automóvel viajando inicialmente a uma rapidez de 60 m/s é acelerado


9 uniformemente até uma rapidez de 85 m/s em 12 s. Qual a distância percorrida
pelo automóvel durante esse intervalo de tempo?

Referência
YOUNG, H.; FREEDMAN, R. A. Física I: mecânica: Sears e Zemansky. 10. ed. São Paulo:
Addison-Wesley, 2003. v. 1.

22 Aula 03 Física e Meio Ambiente


Aula 03 Física e Meio Ambiente 23
Anotações

24 Aula 03 Física e Meio Ambiente


Governo Federal Revisoras de Língua Portuguesa
Presidente da República Janaina Tomaz Capistrano
Luiz Inácio Lula da Silva Sandra Cristinne Xavier da Câmara

Ministro da Educação Revisora Tipográfica


Fernando Haddad Nouraide Queiroz
Secretário de Educação a Distância – SEED Ilustradora
Ronaldo Motta
Carolina Costa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Editoração de Imagens


Adauto Harley
Reitor
Carolina Costa
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitor Diagramadores
Nilsen Carvalho Fernandes de Oliveira Filho Bruno de Souza Melo

Secretária de Educação a Distância Adaptação para Módulo Matemático


Vera Lúcia do Amaral Thaisa Maria Simplício Lemos
Pedro Gustavo Dias Diógenes
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS
Imagens Utilizadas
Coordenadora da Produção dos Materiais Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Célia Maria de Araújo
Fotografias - Adauto Harley
Coordenador de Edição MasterClips IMSI MasterClips Collection, 1895 Francisco Blvd,
Ary Sergio Braga Olinisky East, San Rafael, CA 94901,USA.
Projeto Gráfico MasterFile – www.masterfile.com
Ivana Lima MorgueFile – www.morguefile.com
Pixel Perfect Digital – www.pixelperfectdigital.com
Revisores de Estrutura e Linguagem
FreeImages – www.freeimages.co.uk
Eugenio Tavares Borges
FreeFoto.com – www.freefoto.com
Marcos Aurélio Felipe
Free Pictures Photos – www.free-pictures-photos.com
Revisora das Normas da ABNT BigFoto – www.bigfoto.com
Verônica Pinheiro da Silva FreeStockPhotos.com – www.freestockphotos.com
OneOddDude.net – www.oneodddude.net
Stock.XCHG - www.sxc.hu

Divisão de Serviços Técnicos


Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Barreto, Ciclamio Leite.

   Física e meio ambiente / Ciclamio Leite Barreto, Gilvan Luiz Borba, Rui Tertuliano de Medeiros.
– Natal, RN : EDUFRN, 2006.

  316p. : il

   1. Física. 2. Meio ambiente. 3. Sociedade. I. Borba, Gilvan Luiz. II. Medeiros, Rui Tertuliano de.
III. Título.

ISBN  978-85-7273-334-2 CDU 53


RN/UF/BCZM 2006/87 CDD 530

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
D I S C I P L I N A Física e Meio Ambiente

Força e movimento

Autores

Ciclamio Leite Barreto

Gilvan Luiz Borba

Rui Tertuliano de Medeiros

aula

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