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AULA 1

A Ciência Estatística

1 - Conceito e aplicações
Estatística como ciência pode ser considerada como a parte da
Matemática Aplicada que se preocupa com dados de observação, ou seja, com a
organização, descrição, análise, interpretação desses dados e para utilização dos
mesmos na tomada de decisões.

A Estatística exerce um papel crescente e importante em quase todas as


fases da pesquisa humana. Anteriormente, lidava apenas com negócios do Estado,
donde se originou seu nome, do latim Status.

Um conceito usual e popular relaciona a Estatística com tabelas e


gráficos nos quais os dados experimentalmente obtidos são representados. Ouvimos,
assim, falar em estatísticas da Bolsa de Valores, da loteria esportiva, da saúde pública,
do crescimento da população, das exportações e importações, etc. Entretanto, essa
noção usual prende-se normalmente apenas à parte da estatística que se preocupa com a
organização e descrição dos dados. Há, ainda, todo um campo de atuação da ciência
Estatística que se refere à análise e interpretação desses dados e que, normalmente,
escapa à noção corrente, ou seja, a Estatística é vista como um conjunto de processos
ou técnicas empregadas na investigação e análise de fenômenos coletivos e também em
todo campo da pesquisa.

A Estatística Aplicada refere-se às técnicas pelas quais os dados de


natureza quantitativa são coletados, organizados, apresentados e analisados - ou seja - é
um conjunto de métodos e técnicas que serve para estudar e medir os fenômenos
coletivos. O ponto central da análise estatística moderna é a tomada de decisões sob
condições de incerteza.

Um outro conceito que também podemos destacar é o de Bioestatística


que é a Estatística aplicada às ciências que estudam a vida, ou seja, às ciências do ramo
da Biologia como a Medicina, a Veterinária, a Odontologia, a Psicologia, entre outras.
Por sua importância nas pesquisas nessas áreas a disciplina de Bioestatística é
obrigatória na maioria dos cursos de pós-graduação

2 - Informações históricas
Dizem ser a Estatística tão antiga quanto à humanidade, pois desde
épocas mais remotas se têm notícias sobre levantamentos de dados e, em alguns casos,
até sobre efetuamento de previsões.
Os fatos mais antigos que se tem conhecimento de aplicações da
Estatística são os seguintes na sua devida ordem cronológica:
– no antigo Egito, devido às inundações do Rio Nilo, anualmente se
efetuavam levantamento cadastrais e censitários que permitiam conhecer a
repartição das propriedades e dos bens, a fim de que fossem restituídos após
as inundações;
– na época do Império Romano, periodicamente faziam levantamentos dos
bens dos povos submetidos a esse Império para fins de impostos;
– em 1708, foi organizado o primeiro curso de Estatística na Universidade de
Yena na Alemanha;
– em 1740, Achenwald, professor da Universidade de Goetingue estabelece as
relações da Estatística com as outras ciências, definindo-lhe o campo de
ação;
– em 1750, Süsmilch deu a Estatística um cunho científico procurando
demonstrar as relações entre causa e efeito, sendo por isso apontado como o
primeiro estatístico de que se teve conhecimento;
– a fase de aperfeiçoamento da Estatística teve início em 1853, com a
realização do primeiro Congresso Internacional de Estatística em Bruxelas
na Bélgica;
– ao Congresso de Bruxelas seguiram-se os de Paris, Londres, Berlim,
Florença e outros.

3 - A Estatística no Brasil
Pode-se afirmar que as primeiras informações a respeito da realidade
brasileira tiveram início quando do domínio português. Efetivamente, interessava a
metrópole saber dos recursos de que dispunha a então colônia, a fim de explora-la
convenientemente.

Durante os séculos XVII e XVIII diversos levantamentos foram


efetuados, principalmente em Minas Gerais, com relação à existência e a exploração do
ouro.

Em 1854, foi fundada a primeira Sociedade Brasileira de Estatística e em


1871, dava-se à criação da Diretoria Geral de Estatística no Brasil, órgão que ficou
encarregado de proceder aos levantamentos decenais da população brasileira. Em 1872,
foi realizado o primeiro recenseamento geral do País, depois foram realizados os de
1890, 1900, 1920, etc.

Os serviços de Estatística no Brasil são, atualmente, desenvolvidos sob a


orientação e supervisão da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE, instituído na forma do Decreto-lei N.º 161/67 e subordinado a Secretaria do
Planejamento da Presidência da República.

Nos termos do diploma legal supra citado, constitui objeto básico do


IBGE, promover estudos de natureza estatística e outros, visando permitir o
conhecimento da realidade física, econômica e social do País, possibilitando, assim, o
planejamento econômico e social e a segurança nacional.
4 - Divisão da Estatística
A Estatística como ciência é dividida basicamente em duas partes:
I - Estatística Descritiva - é a parte da Estatística que se preocupa com a organização,
descrição e apresentação de dados experimentais, através de tabelas e gráficos.
II - Inferência Estatística - também chamada de Estatística Indutiva é a parte que
cuida da análise e interpretação dos dados experimentais.

De modo geral podemos dizer que a Estatística preenche ao menos duas


finalidades: primeiro fornece métodos para organizar, resumir e comunicar dados;
segundo fornece métodos para fazer inferência através de observações feitas para um
universo maior de observações potenciais. As pessoas em geral quando se referem a
Estatística usualmente o fazem no sentido da primeira das duas funções acima citadas.
No entanto, o aspecto essencial da Estatística refere-se exatamente à proposição dos
métodos inferências, que permitem conclusões que transcendam os dados
imediatamente obtidos. Desta maneira ela se apresenta como um sistema formal, com
modelos matemáticos que permitem o tratamento de dados observados com vistas a
conclusões e generalizações. Ela é um composto de métodos aplicados e de teoria
matemática.

Praticamente em todos os campos de pesquisa a Estatística é um dos


métodos utilizados. Apesar de encontrarmos diferenças metodológicas nos diferentes
campos em que ela é usada, estas aplicações baseiam-se numa mesma teoria geral. A
aplicação da Estatística a qualquer campo baseia-se na possibilidade de se obter
observações repetidas sobre um dado fenômeno, sob as mesmas condições. É evidente
que esta última restrição é mais fácil de ser obedecida em determinados campos de
estudo do que em outros. De qualquer maneira, o pesquisador pode controlar alguns
fatores que influem nas observações, mas dificilmente poderá controlar todos. Isto
acarretará uma variabilidade nos resultados obtidos, a qual revela um certo grau de
incerteza que está associada a qualquer ocorrência do fenômeno em estudo. Assim,
dado um conjunto razoavelmente grande de observações repetidas do mesmo
fenômeno, o experimentador será capaz de fazer afirmações sobre algumas de suas
características, mas não pode estar completamente certo do estado total desse
fenômeno.

A variabilidade na ocorrência dos fenômenos, a incerteza associada a


essa ocorrência é que constitui o problema central da Estatística, que seria uma teoria
sobre a incerteza. De fato, a Estatística repousa inteiramente na teoria das
probabilidades e as afirmações sobre a probabilidade de ocorrência de certo tipo de
fenômeno, a partir de um conjunto de condições teóricas satisfeitas.

5 - População e amostra
O conceito mais geral de Estatística foi dado no item 1 deste capítulo,
mas, como um conceito um pouco mais específico, poderíamos dizer que Estatística é a
parte da Matemática Aplicada que tem por objetivos tirar conclusões sobre uma
população, a partir de dados observados em uma amostra dessa população. Uma
população é o conjunto universo de dados que tem pelo menos uma característica em
comum, sobre os quais se quer tirar conclusões, e uma amostra é um subconjunto que
dever ser representativa e ter as mesmas características da população.

Ao invés de pesquisar toda uma população, extraímos uma amostra da


mesma pelas seguintes razões:
 Limitação de recursos. Por exemplo, nas pesquisas pré-eleitorais não há
tempo nem dinheiro suficiente para auscultar a opinião de todos os votantes.
Para fazer uma pesquisa de opinião ou de satisfação com os clientes de uma
loja, se tentarmos pesquisar todos os clientes tornaria a pesquisa antieconômica
para o proprietário, etc.

 Escassez de dados. Por vezes dispomos apenas de uma pequena quantidade


de dados (amostra pequena). Por exemplo, no caso de problemas de
controvérsia entre hereditariedade e ambiente, os grupos de gêmeos univitelinos
proporcionam dados idéias porque tem a mesma constituição genética, mas o
número desse tipo de gêmeos é bastante pequeno. No caso de condições ideais
para lavouras de plantio anual, não podemos ficar uma vida toda fazendo
experiência, temos que nos contentar com alguns anos de experiências. Na
indústria podemos introduzir em algum setor uma máquina mais eficiente para
ser testada, mas seria antieconômico se esse teste se prolongar por muito tempo,
etc.

 Testes destrutivos. Suponha, por exemplo, que queremos determinar a média


de vida de componentes eletrônicos de uma fábrica ou a eficiência de um
medicamento produzido por um certo laboratório, seria um absurdo testarmos
toda a produção da fábrica ou do laboratório no que se refere a esses itens

Mesmo que em alguns casos for possível e viável manusear toda a


população, isso nos levaria a um trabalho bastante cansativa e o resultado teria apenas
um valor imediato, pois, por exemplo, os clientes de uma loja têm aquela opinião
“hoje”, daqui a uma semana, ou em um mês, pode ter mudado.

6 - Onde e como obter informações


Em algumas circunstâncias (pesquisas específicas), temos que produzir
fatos e dados de caráter estatístico, sempre procurando obter o máximo de informação
com um mínimo de custo e tempo.

Um método bastante comum (principalmente na área ciências humanas)


de se produzir dados é através de questionários, os quais tem algumas características e
que devem ser observadas: questionários completos (ter todas informações, instruções e
definições necessárias); concretos (claros e objetivos); secretos (não identificáveis);
discretos (perguntas que não firam suscetibilidades). Experiências práticas mostram
que, em média, apenas 10% dos questionários encaminhados para serem respondidos,
retornam.
Em outras circunstâncias, devemos utilizar dados que se encontram a
nossa disposição em vários organismos e, nessa qualidade de consumidores de
Estatística, precisamos ter alguma noção sobre onde iremos encontrá-los.

6.1 - Dados nacionais

De uma forma geral, informações a respeito do Brasil podem ser obtidas


junto à Fundação IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – em qualquer
de suas agências espalhadas por todo o Brasil.

Quanto a dados estaduais, devem ser obtidos na Divisão de Estatística do


Estado, que geralmente está subordinada a alguma Secretaria do Estado, sendo,
portanto, de fácil localização em qualquer estado do Brasil. Os dados referentes ao
município deverão ser procurados junto às prefeituras que possuam um Serviço de
Estatística.

6.2 - Dados internacionais

Vários organismos fornecem informações sobre dados mundiais, tais


como:
 Estatísticas Agrícolas podem ser obtidas no Instituto Internacional de
Agricultura, sediado em Roma;
 Estatísticas Comerciais podem ser conseguidas no Bureau Internacional de
Estatística Comercial, sediado em Bruxelas;
 Estatísticas Sociais e Trabalhistas podem ser obtidas na OIT - Organização
Internacional do Trabalho, cuja sede se situa em Genebra;
 Outras Estatísticas podem ser obtidas na ONU - Organização das Nações
Unidas, sediada em New York.

Atualmente a INTERNET pode ser considerada uma fonte muito rica em


dados, tanto nacionais quanto internacionais.
Estudo Complementar optativo

Revisão de Matemática Necessária ao


Cálculo Estatístico

1 - Introdução
Como você irá ver mais adiante, a análise estatística de dados exige
diversas operações matemáticas, as quais são muito complicadas de serem descritas com
palavras. A solução para tal dificuldade é expressar as operações em termos de uma ou
mais fórmulas.

Algumas das operações mais comuns em Estatística são: operações com


frações, a notação científica, operações com conjuntos, funções e a soma seqüencial. As
frações, a notação científica, os conjuntos e as funções “falam” por si mesmos, mesmo
porque consideramos que o que for mostrado aqui será apenas uma revisão do que já foi
visto no segundo grau. Agora quanto a soma seqüencial torna-se necessário um símbolo
capaz de indicar ao leitor que se trata de uma soma de um conjunto de números. Esse
símbolo, denominado de somatório, será bastante familiar a alguns leitores , embora
totalmente novo para outros.

Para entender a linguagem dos somatórios é necessário familiarizar-se


com dois tópicos da Álgebra elementar: a notação de função e a noção de seqüência.

2 - Frações
Chama-se fração todo o par de números naturais, em que o segundo
representa um certo número de partes iguais em que o inteiro está dividido, e o primeiro

representa uma ou mais dessas partes iguais. Assim, é uma fração onde 3 é o
numerador e 7 (que é o número de partes iguais em que o inteiro está dividido o
denominador.
2.1 - Tipos de frações

Quanto ao tipo, as frações classificam-se em:


2.1.1 - Próprias - Numerador ( 0) menor que o denominador.

Exemplos: ; e

2.1.2- Impróprias - numerador ( 0) maior ou igual ao denominador.

Exemplos: e

2.1.3 - Decimais - quando o denominador é igual a 10 ou potência de 10.

Exemplos: e

2.2 - Frações equivalentes

Duas frações são equivalentes se, e somente se, forem iguais os produtos

do numerador de uma pelo denominador de outra. Assim, as frações e são


equivalentes pois 2 . 10 = 5 . 4.

2.3 - Simplificação de frações

Para a simplificação de frações, devemos lembrar que dividindo os dois


termos de uma fração por um divisor comum, obtém-se uma fração equivalente à fração

dada. Assim, por exemplo, .

2.4 - Redução ao mínimo denominador comum

Para a comparação de frações e para as operações de adição e subtração,


convém efetuarmos a redução dos denominadores ao mínimo múltiplo comum. Assim,

para a redução ao mínimo denominador comum das frações e , deveremos


obedecer os seguintes passos:
1º) encontrar o MMC (Mínimo Múltiplo Comum) dos denominadores dessa forma:

3 4 6 2
3 2 3 2
3 1 3 3
1 1 1 12
2º) obtém-se o numerador para cada fração dividindo-se o denominador comum pelo
denominador original e multiplicando-se esse quociente pelo numerador original, ou

seja, para dividiremos 12 por 3 e multiplicaremos por 1 (12  3 x 1 = 4) obtendo o

novo numerador, portanto  , para procede-se do mesmo modo (12  4 x

3 = 9), portanto  , e para (12  6 x 5 = 10), então  . Assim, teremos:

e e, quando duas ou mais frações têm o mesmo denominador, será maior

aquela que tiver maior numerador. Assim: < < o que significa que <

< .

2.5 - Operações com frações

A revisão das operações com frações será feita através dos exemplos
dados a seguir.

a) Adição

Exemplo: Efetuar

b) Subtração

Exemplo: Efetuar

c) Multiplicação

Exemplo: Efetuar , portanto:

d) Divisão

Exemplo: Efetuar

e) Potenciação

Exemplo: Efetuar

f) Radiciação
Exemplo: Efetuar

3 - Notação Científica
A grande maioria das calculadoras, a fim de proporcionarem maior
capacidade de operação, trabalham com a vírgula flutuante, ou seja, empregam a
notação científica que utiliza potências de 10.

Exemplos:
a) 103 = 1 000 (três zeros depois do 1)
b) 108 = 100 000 000 (oito zeros depois do 1)

c) 10-1 = = 0,1 (uma casa após a vírgula)

d) 10-4 = = 0,0001 (quatro casas após a vírgula)


3
e) 27,1454 . 10 = 27,1454 . 1 000 = 27 145,4
f) 1,4521367 . 107 = 1,4521367 . 10 000 000 = 14 521 367

g) 474,321 . 10-4 = = 0,0474321


-5
h) 17,3268 . 10 = 0,000173268

Verifique que para multiplicarmos um número por uma potência de 10


(expoente positivo), basta deslocarmos a vírgula para a direita quantas casas indica o
expoente. Assim: 2,2 . 103 eqüivale deslocar a vírgula três casas à direita: 2 200.

Por outro lado, para dividirmos um número por uma potência de 10


(expoente negativo), basta deslocarmos a vírgula para a esquerda quantas casas indica o
expoente. Assim 2,2 . 10-3, equivale a deslocar a vírgula três casas à esquerda: 0,0022.

A notação científica possibilita a expansão de visor das calculadoras.


Dessa forma, produtos ou quocientes cujo número de dígitos superam o número de
posições do visor são expressos em notação científica.

Exemplos : Vamos supor que a calculadora dispõe de oito (8) posições no visor e não
tem notação científica. Neste caso, o produto; 1,78 . 109 será incorreto, pois no visor
aparecerá:

1 7 8 0 0 0 0 0

quando o resultado correto será: 1 780 000 000.

Se a calculadora possuir notação científica, o resultado apresentado no


visor será:

1, 7 8 0 9

ou seja: 1 780 000 000.


Os dois dígitos que aparecem à direita indicam o expoente da potência de
10 que deve ser multiplicado pelo número da esquerda. Se o número que aparecer à
direita for negativo, indica que a vírgula deve ser deslocada para a esquerda. Assim:

8 7, 2 -0 8

expressa o número 0,000000872.

A notação científica pode ser útil no cálculo de potências de mesma base.


Para tanto usam-se as regras:
a) 10m 10n = 10m-n
b) 10m x 10n = 10m+n
c) (10m)n = 10m.n

Exemplos:
a) 104 . 102 = 104+2 = 1 000 000
b) 104  103 = 104-3 = 101 = 10
c) (4 000)(0,03) = (4 . 103)(3 . 10-2)= (4 . 3 . 103 . 10-2) = 12 . 103-2 = 12 . 10 = 120

d) 1 400 000

4 - Noções sobre conjuntos


4.1 - Conceito

O conceito de conjunto é fundamental não somente no estudo da


probabilidade e da estatística, como para a matemática em geral. Um conjunto pode ser
considerado como uma coleção de objetos, chamados membros ou elementos do
conjunto. Em geral, denota-se um conjunto por uma letra maiúscula (A, B, C, ...) e
um elemento do conjunto por uma letra minúscula (a, b, c, ...). Sinônimo de
conjuntos: agregado, classe, coleção.

Se um elemento a pertence a um conjunto C escrevemos a  C. Se a não


pertence a C escrevemos a  C. Se tanto a como b pertencem a C escrevemos a, b  C.
A fim de que um conjunto seja bem definido, devemos dispor de uma regra que nos
permita dizer se determinado objeto pertence ou não ao conjunto.

Um conjunto pode ser definido relacionando todos seus elementos, ou,


quando isso não for possível, indicando uma propriedade que seja válida para todos os
elementos do conjunto, e somente para eles. O primeiro método chama-se método de
listagem, o segundo, método da propriedade.

Exemplos:
1 – Podemos definir o conjunto de todas as vogais do alfabeto latino pelo método da
listagem: {a, e, i, o, u} ou pelo método da propriedade {x/x é uma vogal} que se lê “o
conjunto de todos os elementos x tais que x é uma vogal” (a barra “/” significa “tal
que”).
2 – O conjunto {x/x é um triângulo do plano} é o conjunto de todos os triângulos do
plano. Aqui não é possível aplicar o método da listagem.
3 - Se lançarmos um dado usual, os “pontos” ou “números” que podem aparecer na face
voltada para cima são os elementos do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6}.

4.2 - Subconjuntos

Se todo elemento de um conjunto A é também elemento de um conjunto


B, dizemos que A é subconjunto de B, e escrevemos A  B ou B  A e lemos “A está
contido em B”, ou “B contém A”. Segue-se que, qualquer que seja A, A  A.

Se A  B e B  A dizemos que A e B são iguais e escrevemos A = B. Em


tal caso, A e B têm exatamente os mesmos elementos.
Se A e B não são iguais, isto é, se A e B não tem exatamente os mesmos
elementos, escrevemos A  B.
Se A  B, mas A  B dizemos que A é subconjunto próprio de B.

Exemplos:
1 - {a, i, u} é um subconjunto próprio de {a, e, i, o, u}.
2 - {i, o, a, u, e} é um subconjunto, mas não um subconjunto próprio, de {a, e, i, o, u}
porque os dois conjuntos são iguais. Nota-se que um simples rearranjo dos elementos
não altera o conjunto.
3 - Na jogada de um dado, os resultados possíveis em que o dado apresenta um número
“par” são os elementos do conjunto {2; 4; 6}, que é um subconjunto próprio do
conjunto de todos os resultados possíveis {1; 2; 3; 4; 5; 6}.

O teorema que segue é válido para quaisquer conjuntos A, B e C.

Teorema 1: Se A  B e B  C, então A  C.

4.3 - Conjunto universal e conjunto vazio

Em muitos casos restringimos nosso estudo a subconjuntos de um


determinado conjunto chamado conjunto universal, ou simplesmente universo. É
também designado por espaço. Representamo-lo pela letra U. Os elementos de um
espaço costumam chamar-se pontos do espaço.

É conveniente considerarmos também o conjunto desprovido de


elementos: é o conjunto vazio, denotado por   O conjunto vazio é subconjunto de
qualquer conjunto.

Exemplos:
1 - Um conjunto importante, já familiar ao leitor, é o conjunto  dos números reais tais
como , 3; -2; ; , que podem ser representados por pontos da reta real ( o eixo do
x). Se a e b são números reais tais que a < b, os subconjuntos {x/a x b} e {x/a <
x < b} de  (em geral) denotados abreviadamente por a x b e a < x < b chama-se
intervalo fechado e intervalo aberto, respectivamente. Subconjuntos tais como {x/a x
<b} ou {x/a < x b} dizem-se intervalo semi-aberto ou intervalo semi-fechado.
2 - O conjunto de todos os reais tais que x2 = -1, isto é {x2/ x2 = -1}, é o conjunto vazio,
pois não existe nenhum real cujo quadrado seja igual a -1. No campo complexo,
entretanto, este conjunto não é vazio.

4.4 - Diagramas de Venn

Um universo U pode ser representado geometricamente pelo conjunto de


pontos interiores de um retângulo. Em tais casos, subconjuntos de U tais como A e B,
(sombreados como na Fig. 2.1) são representados por conjuntos de pontos interiores a
círculos. Tais diagramas, chamados de diagramas de Venn, são úteis para dar intuição
geométrica sobre as possíveis relações existentes entre conjuntos.

4.5 - Operações com conjuntos

I. União. O conjunto de todos os elementos (pontos) que pertence a A, ou a B, ou a


ambos, é chamado união de A e B; denota-se por A  B (área sombreada na Fig. 2.2)

II. Intercessão. O conjunto dos elementos que pertencem a A e a B é chamado


intercessão de A e B. Denota-se por A  B (área sombreada na Fig. 2.3).
Dois conjuntos A e B tais que A  B =  isto é, cuja intercessão é vazia
chama-se conjuntos disjuntos. Na Fig. 2.1, A e B são disjuntos.
III. Diferença. O conjunto formado pelos elementos de A que não pertencem a B é
chamado diferença de A e B; denota-se por A - B (área sombreada na Fig. 2.4).
IV. Complemento. Se B  A então A - B é o complemento de B em relação a A;
denota-se por (área sombreada na Fig. 2.5). Se A = U, o conjunto universo,
referimo-nos a U - B como o complemento de B; denotamo-lo por (área sombreada
na Fig. 2.6). O complemento de A  B é denotado por .

4.6 - Alguns teoremas relativos a conjuntos

Teorema 2: A  B = B  A.............................................................................Lei
comutativa da união

Teorema 3: A  ( B  C ) = ( A  B )  C = A  B  C.............................Lei
associativa da união

Teorema 4: A  B = B  A....................................................................Lei comutativa da


intercessão

Teorema 5: A  ( B  C ) = ( A  B )  C = A  B  C.....................Lei associativa da


intercessão

Teorema 6: A  ( B  C ) = ( A  B ) ( A  C ).........................................Primeira lei


distributiva

Teorema 7: A  ( B  C ) = ( A  B )  ( A  C )........................................Segunda lei


distributiva

Teorema 8: A  B = A 
Teorema 9: Se A  B, então ou

Teorema 10: A   = A, A   = 

Teorema 11: A  U = U, AU=A

Teorema 12: = ...................................................................Primeira lei de


De Morgan

Teorema 13: .....................................................................Segunda lei


de De Morgan

Teorema 14: A = ( A  B )  ( A  ).............................................para quaisquer


conjuntos A e B

4.7 - Princípio da dualidade

Qualquer resultado relativo a conjuntos é igualmente válido quando


substituímos uniões por intercessões, conjuntos por seus complementos e se invertermos
os símbolos de inclusão  e .

5 - Funções
Vamos considerar dois conjuntos de elementos (objetos, números ou
qualquer coisa que desejemos usar) e o relacionamento entre ambos. Vamos usar o
símbolo x para representar um elemento do primeiro conjunto e y para designar um
elemento do segundo. É possível especificar um sem-número de regras diferentes para
definir as relações entre x e y. Por exemplo, se os elementos são pessoas, há regras para
determinar se x e y, duas pessoas quaisquer, são ou não primos em primeiro grau.
Suponhamos que x e y sejam números inteiros, valendo 1, 2, 3, etc. Por algum motivo,
poderemos dizer que x e y “se relacionam” se x = y.

Vamos, agora, dirigir nossa atenção para um relacionamento específico,


denominado função ou relacionamento funcional.

5.1 - Definição

Toda função consiste em dois conjuntos de elementos e uma


correspondência bem definida entre um elemento do primeiro conjunto, x, e um do
segundo, y, e a cada x corresponde um e somente um valor (elemento) y.

Uma função pode ser expressa como uma coleção de pares ordenados de
elementos (x, y), onde x representa um elemento do primeiro conjunto e y representa um
elemento do segundo. Na verdade, é comum definir uma função como uma coleção de
pares ordenados de elementos, sua propriedade sendo expressa por sua definição
matemática.
Regularmente, x e y serão variáveis capazes de tomar valores numéricos,
e os dois conjuntos de elementos irão representar todos os possíveis valores numéricos
que x e y podem tomar; a regra que define o relacionamento entre esses elementos de
conjuntos diferentes terá forma de uma equação. Por exemplo, se dissermos que x e y
são números reais e que: y = x + 2, então, y será função de x. Associando um valor a x
(isto é, escolhendo um elemento do conjunto de todos os números reais), a ele
corresponderá um e apenas um valor para y. Quando escolhermos x = 1,
necessariamente, y =3. Quando x = 4, y = 6 e assim por diante.

A área A de um círculo relaciona-se com seu raio r pela fórmula: A = r2

Note que, se escolhermos um valor para r, o valor de A poderá ser


determinado usando-se a fórmula mencionada. Do mesmo modo, o comprimento da
circunferência de um círculo, C, também é função do seu raio.

Definida a relação funcional (ou função), voltemos nossa atenção para a


notação funcional - ou notação de funções.

A linguagem matemática, freqüentemente, usa as mesmas frases ou se


refere a um assunto específico inúmeras vezes, ao longo de uma análise. As repetições
desnecessárias são uma perda de tempo e espaço. Sendo assim, os matemáticos
utilizam-se de símbolos matemáticos, que, de certo modo, correspondem a um alfabeto
matemático. Ao invés de escrever: “a área, A, de um círculo é uma função de seu raio
r”, um matemático escreve: A(r) ou A = f(r). A expressão y = f(x) diz-nos que y é função
de x, isto é, da variável entre parênteses. Note que essa expressão não nos diz,
especificamente, qual a relação funcional entre x e y.

Seja a função de x: y = 3x + 2. Em notação funcional, isto


eqüivale a escrever:
f(x) = 3x + 2 {Fica subentendido que y = f(x).}

A notação funcional é especialmente vantajosa, quando se deseja


indicar o valor da função y para um valor específico de x - digamos x = 2.
Para a função do exemplo anterior, quando x = 2
y = 3x + 2
y = 3(2) + 2
y = 8.

Ao invés de escrever tudo isso, podemos notar, simplesmente: f(2) = 8.

Para descobrir o valor dessa função, quando x é igual a um valor


qualquer, digamos x = c, basta substituir x por c na equação que define
essa função, obtendo-se: f(c) = 3(c) +2.
6 - Somatórios
Muitas vezes precisamos escrever expressões que envolvem somas com
muitos termos, ou cujos termos obedecem a certa lei de formação. Por exemplo, a soma
dos 100 primeiros números naturais:

1 + 2 + 3 + 4 + ....... + 99 + 100.

Simbolizaremos por xi o i-ésimo termo da soma. Assim, x1 representa


o primeiro termo, x2 representa o segundo, x3 o terceiro, x100 representa o centésimo
elemento. Também chamaremos de n o número de termos da soma. Por exemplo:

20 + 30 +15 + 40 + 10 + 25

tem 6 termos, ou seja, n = 6. A soma desses 6 elementos pode ser representada por:

= 20 + 30 +15 + 40 + 10 + 25 = 140

De uma maneira genérica, a soma de n termos pode ser simbolicamente


representada por:

Lê-se “somatório de xi com i variando de 1 a n. O símbolo  é a letra


grega sigma maiúsculo. Também, através dessa notação, podemos somar apenas parte
de um conjunto de números, por exemplo, se tivermos um conjunto onde n = 10, e
quisermos somar somente os 5 primeiros ou os 5 últimos números, podemos escrever:

ou

Sempre que quisermos somar todos o números de uma série e não houver
possibilidade de dúvidas podemos eliminar os índices do somatório, ou seja:

Daqui em diante, sempre que utilizarmos os somatórios sem índices


significa que estaremos interessado na soma dos n (todos) elementos.

6.1 - Propriedade dos somatórios

Primeira propriedade - Se cada elemento da série é multiplicado por uma constante, os


elementos podem ser somados e a soma multiplicada pela constante.
ou seja:

Segunda propriedade - A soma de uma constante sobre n termos é igual a n vezes a


constante.

Terceira propriedade - O somatório da soma (ou diferença) é igual à soma (ou


diferença) de somatórios:

ou seja:

Observações

1) ; o primeiro termo chama-se de soma de quadrados e o segundo


de quadrado da soma, e seus desenvolvimentos são, respectivamente:

2) ; o primeiro chama-se de soma de produtos e o segundo de pro-


duto de somas, e seus desenvolvimentos são, respectivamente:

3) Sempre que houver operações indicadas em frente do somatório, deveremos


desenvolvê-las, para em seguida aplicarmos as propriedades. Assim, por exemplo:

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