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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no HABEAS CORPUS Nº 119.007 - SP (2008/0233234-0)

RELATOR : MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP)
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : ELIZABETE CINTRA SANTOS
ADVOGADO : HELEN KOMATSU - DEFENSORA PÚBLICA E OUTROS
EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS.


COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS FAVORÁVEIS AO RÉU.
ARTIGO 33, § 4º, DA LEI 11.343/06 E ARTIGO 12 DA LEI
6.368/76. VIABILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO.
1. A Sexta Turma desta Corte Superior de Justiça, em caso
análogo ao dos presentes autos, reafirmou o entendimento no
sentido de ser possível a combinação do artigo 33, § 4º, da Lei
11.343/06 com o artigo 12 da Lei 6.368/76.
2. Agravo regimental ao qual se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima


indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça,
por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do
TJ/CE), Nilson Naves, Maria Thereza de Assis Moura e Og Fernandes votaram com
o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.
Brasília, 02 de março de 2010(Data do Julgamento)

MINISTRO CELSO LIMONGI


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP)
Relator

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AgRg no HABEAS CORPUS Nº 119.007 - SP (2008/0233234-0)

RELATOR : MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP)
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : ELIZABETE CINTRA SANTOS
ADVOGADO : HELEN KOMATSU - DEFENSORA PÚBLICA E OUTROS

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP) (Relator):
Senhor Presidente, trata-se de agravo regimento interposto pelo
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL contra decisão monocrática da eminente Ministra
JANE SILVA (Desembargadora Convocada do TJ/MG) que, no dia 5 de fevereiro de
2009, concedeu a ordem requerida em favor do paciente, para aplicar
retroativamente o artigo 33, § 4º, da Lei 11.343/06, reduzindo em 1/3 (um terço) as
penas de 5 (cinco) anos e 4 (quatro) meses de reclusão e 88 dias-multa (no valor
unitário mínimo), impostas ao paciente por infração do artigo 12 da Lei 6.368/76,
ficando a pena concretizada em 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão e 44
(quarenta e quatro) dias-multa.
A decisão agravada foi assim sintetizada:
CONSTITUCIONAL – PENAL – HABEAS CORPUS – TRÁFICO DE
DROGAS – CRIME PRATICADO SOB A ÉGIDE DA LEI 6.368/1976
– REDUÇÃO DO ARTIGO 33, §4º DA LEI 11.343/2006 – NOVATIO
LEGIS IN MELLIUS – RETROATIVIDADE – IMPERATIVO
CONSTITUCIONAL – ORDEM CONCEDIDA.
I. É imperativa a aplicação retroativa da causa de diminuição de
pena contida no parágrafo 4º do artigo 33 da Lei 11.343/2006 feita
sob a pena cominada na Lei 6.368/1976, em obediência aos
comandos constitucional e legal existentes nesse sentido.
Precedentes.
II - Não constitui uma terceira lei a conjugação da Lei 6368/76 com o
parágrafo 4º da Lei 11.343/06, não havendo óbice a essa solução,
por se tratar de dispositivo benéfico ao réu e dentro do princípio que
assegura a retroatividade da norma penal, constituindo-se solução
transitória a ser aplicada ao caso concreto.
IV. Ordem concedida para aplicar retroativamente a causa especial
de diminuição do artigo 33, § 4°, da Lei 11.343/06 (fls. 69).

O agravante alega, em síntese, que não poderia ter sido aplicado


retroativamente o "artigo 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, sobre a pena cominada na
Lei 6.368/1976, haja vista que o ordenamento jurídico brasileiro não permite que,

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num eventual conflito aparente de normas, sejam aproveitados os aspectos mais
benéficos de uma e de outra, porquanto isso configuraria a criação de uma nova lei"
(fls. 81).
O agravante menciona precedentes da Quinta Turma deste Superior
Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal (fls. 81/83), e requer o
provimento do agravo, "para que seja reformado o decisum singular, e, ao final, seja
conhecido e provido o recurso em epígrafe" (fls. 84).
É o relatório.

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AgRg no HABEAS CORPUS Nº 119.007 - SP (2008/0233234-0)

RELATOR : MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP)
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : ELIZABETE CINTRA SANTOS
ADVOGADO : HELEN KOMATSU - DEFENSORA PÚBLICA E OUTROS

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TJ/SP) (Relator):
Senhor Presidente, o agravo regimental não merece prosperar.
A questão, com efeito, foi recentemente apreciada por esta Sexta Turma
no HC 91.871/RJ, de relatoria da eminente Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA (Sessão de 18 de dezembro de 2009), oportunidade em que se reafirmou o
entendimento no sentido de ser possível a combinação do artigo 33, § 4º, da Lei
11.343/06 com o artigo 12 da Lei 6.368/76, verbis :
HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES.
CRIME COMETIDO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 6.368/76. ART. 33, §
4º, DA LEI Nº 11.343/06. COMBINAÇÃO DE DISPOSIÇÕES DE
DUAS LEIS. CRIAÇÃO DE TERCEIRA NORMA. ENTENDIMENTO
MAJORITÁRIO DA TURMA. VIABILIDADE. REDUÇÃO EM 1/6.
FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO VÁLIDA. DIMINUIÇÃO DA PENA
NO GRAU MÁXIMO. REGIME ABERTO. SUBSTITUIÇÃO POR
MEDIDAS RESTRITIVAS DE DIREITOS. ARTIGOS 33 E 44 DO
CÓDIGO PENAL. IRRETROATIVIDADE DAS DISPOSIÇÕES
PREJUDICIAIS DAS LEIS Nº 11.343/06 E 11.464/07. ORDEM
CONCEDIDA, INCLUSIVE DE OFÍCIO.
1. Entende a colenda Sexta Turma do egrégio Superior Tribunal
de Justiça, de forma majoritária, ser viável a combinação de
disposições favoráveis de distintas leis a fim de beneficiar o réu
(preceito sancionador do art. 12 da Lei n.º 6.368/76 com a causa
de diminuição do § 4º do art. 33 da Lei n.º 11.343/06).
2. A existência de processos em curso não é fundamento hábil para
considerar desfavoráveis a personalidade e a conduta social do réu,
sob pena de violação ao princípio da presunção de
não-culpabilidade.
3. Não tendo sido apresentado qualquer fundamento válido para
justificar a redução da reprimenda no patamar mínimo previsto, é de
rigor que a pena imposta ao paciente seja diminuída de 2/3 (dois
terços), destacando-se a pequena quantidade de droga apreendida
em seu poder (54,5g de maconha).
4. Como o delito foi cometido na vigência da Lei nº 6.368/76, não
podem retroagir as disposições prejudiciais previstas nas Leis
11.343/06 e 11.464/07, devendo o regime inicial e a possibilidade de
substituição da pena serem regidos, respectivamente, pelos artigos
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33 e parágrafos e 44 do Código Penal.
5. Tratando-se de pena inferior a 4 anos, de réu primário, de crime
cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, com todas as
circunstâncias judiciais favoráveis, tanto que a pena-base foi
estabelecida no mínimo legal, é de rigor a fixação do regime aberto e
a substituição da reprimenda corporal por medidas restritivas de
direitos.
6. Habeas corpus concedido, inclusive de ofício, para reduzir a
reprimenda a 1 (um) ano de reclusão, em regime aberto,
substituindo-a por duas medidas restritivas de direitos, consistentes
em prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária, que
serão melhor individualizadas pelo Juízo das Execuções Penais,
caso a pena não tenha sido cumprida integralmente.
(HC 91.871/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 01/12/2009, DJe 18/12/2009)

Ressalte-se que, no caso, não se questiona o quantum da redução a que


se procedeu na decisão ora agravada.
Pelo exposto, nego provimento ao agravo.
É o meu voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2008/0233234-0 HC 119007 / SP
MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 10867683 11842006 50060640421 713829


EM MESA JULGADO: 02/03/2010

Relator
Exmo. Sr. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP)
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro NILSON NAVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. EDUARDO ANTÔNIO DANTAS NOBRE
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : HELEN KOMATSU - DEFENSORA PÚBLICA
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : ELIZABETE CINTRA SANTOS
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes de Tráfico Ilícito e
Uso Indevido de Drogas - Tráfico de Drogas e Condutas Afins

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : ELIZABETE CINTRA SANTOS
ADVOGADO : HELEN KOMATSU - DEFENSORA PÚBLICA E OUTROS

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto
do Sr. Ministro Relator."
Os Srs. Ministros Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ/CE), Nilson
Naves, Maria Thereza de Assis Moura e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Nilson Naves.

Brasília, 02 de março de 2010

ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA


Secretário

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