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3 ± O SAT tem sua base constitucional estampada no inciso XXVIII do artigo 7º, inciso
I do artigo 195 e inciso I do artigo 201, todos da Carta de 1988, garantindo ao
empregado um seguro contra acidente do trabalho, às expensas do empregador,
mediante pagamento de um adicional sobre folha de salários, com administração
atribuída à Previdência Social.
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7 - Tais lacunas foram preenchidas pelo Decreto 612/92 que determinou o grau de
periculosidade de cada atividade e considerou preponderante a atividade econômica que
ocupa o maio número de empregados da empresa. O Decreto n° 612, de 21.7.19892, que
regulamentou a Lei n° 8.212, de 24.7.1991 determinava, como responsabilidade da
empresa, o enquadramento de seus estabelecimentos nos correspondentes graus de risco,
segundo a atividade preponderante de cada um deles, ficando o Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS com a faculdade de rever essa classificação.
9 - Ocorre que, a Lei 8.212/91 recebeu nova redação por força da Medida Provisória
1.523-9/1997. A MP manteve as alíquotas anteriores e determinou que o recolhimento
da Contribuição ao SAT seria feito ".... em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos de trabalho, conforme dispuser o regulamento..."
7> Em nada difere a doutrina de HUGO DE BRITO MACHADO: " Diante da vigente
Constituição social, pode-se conceituar a contribuição social como espécie de tributo
com finalidade constitucionalmente definida, a saber, intervenção no domínio
econômico, interesse da categorias profissionais ou econômicas e seguridade social. É
induvidoso, hoje a natureza tributária destas contribuições.... (Curso de Direito
Tributário, São Paulo, Malheiros, 11ª Ed., 1997, p.313)
:?Já a outra parte do preceito constitucional determina que o seguro contra acidentes
do trabalho seja mantido e pago exclusivamente pelo empregador, sem prejuízo de sua
responsabilidade cível quanto ao respectivo evento ilícito. Ora, o texto constitucional,
ao impor ao empregador o dever de custear um seguro contra acidente de trabalho, na
verdade, lhe impõe uma "obrigação tributária" vinculada a um determinado fim e
exigível por um dos órgãos da administração pública direta, no caso o Instituto Nacional
do Seguro Social.
b) o seguro em questão deve ser pago pelo empregador, assumindo, portanto, o "status"
de contribuição previdenciária parafiscal, cuja respectiva exigência deve observar e
preservar as garantias constitucionais relativas ao poder de tributação;
- Sucede que como o dispositivo instituidor do SAT, não estabeleceu o conceito de
atividade preponderante, nem de risco de acidente do trabalho leve, médio ou grave,
elementos essenciais e necessários para a cobrança da Contribuição. Dessa forma,
enquanto não houver lei determinando a abrangência de aludidas expressões, é
possível a exigência da Contribuição Social para o SAT.
8? A Contribuição Previdenciária para o Seguro Acidente Trabalho - SAT, teve sua
sistemática de recolhimento alterada pela Lei nº 8.212/91, que em seu artigo 22, que
revogando a legislação anterior, assim dispõe:
I-...............................
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja
considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja
considerado grave.
=<? Na lição de Alberto Xavier, citado na Revista Dialética de Direito Tributário nº 32,
pág. 53, por Marcelo de Aguiar Coimbra:
coloca-nos perante a necessidade de uma lex stricta: a lei deve conter em si mesma
todos os elementos da decisão no caso concreto, de tal modo que não apenas o fim, mas
também o conteúdo daquela decisão sejam por ela diretamente fornecidos. A decisão do
caso concreto obtém-se, assim, por mera decisão a subsumir o fato na norma,
independentemente de qualquer livre valoração pessoal.
=? Deveras, o legislador in casu utilizou-se de tipo aberto, que apenas descreve, isto é,
faz uma enumeração não exaustiva de suas notas características, utilizando-se para tanto
de termos em branco. A tipicidade no Direito Tributário, assim como no Direito Penal, é
rígida, cerrada, não sendo lícita a utilização de tipo aberto, impondo-se o emprego de
um tipo oposto - o tipo cerrado -, que define de modo exaustivo seus elementos e notas
características. Nesse sentido os ensinamentos deYoshiaki Ichihara, Princípio da
Legalidade Tributária na CF/88, Atlas, 1995, p.92 e Yonne Dolacio de Oliveira, Curso
de Direito Tributário, Cejup, v.1, 2ª ed.1.993, p.141.
==? No dizer sempre expressivo de Carlos Mário da Silva Velloso, insigne Ministro do
Supremo Tribunal Federal, citado na Revista Dialética nº 32, p.54 "... a Constituição
(art. 6°, parágrafo único; art. 81, 111; art. 153, §2°) impede que o ´ Executivo
estabeleça, por fora ou para além das leis, direito ou muito menos obrigações aos
indivíduos´, certo que nenhuma restrição à liberdade ou à propriedade pode ser imposta
se não estiver previamente delineada, configurada e estabelecida em alguma lei "´.
(Temas de Direito Público, Belo Horizonte, Del Rey, 1993, p.432).
=7 - A estrita legalidade exige que tão somente que a função legislativa descreva a
norma matriz tributária, pormenorizando em sua plenitude todos os seus elementos,
sendo vedado, pois, ao legislador, delegar poderes legiferantes ao Executivo no sentido
de normatizar sobre parcela do critério quantitativo, a exemplo do caso em tela. Como
sabido e ressabido, aliás, o primado da estrita legalidade ocupa um lugar de
incontendível magnitude na graduação de riscos não uniformes. Nesse sentido, também,
são os termos da Orientação Normativa n° 2, de 21/08/97.