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RESUMO
Neste trabalho é analisada a estrutura do campo de vento horizontal em condições de
estabilidade estável. Nestas condições observa-se que quando os gradientes de velocidade do vento
horizontal tornam-se expressivos tem-se um amortecimento nas oscilações de baixa freqüência que
ocorrem quando a velocidade do vento é pouco intensa e que caracterizam o fenômeno de meandro
do vento horizontal. Também se observa que a expressão de Frenkiel (1953) para descrever a
função de autocorrelação em condições de meandro do vento horizontal só é valida em casos onde
as magnitudes dos gradientes de velocidade horizontal são desprezíveis.
ABSTRACT
Employing the Navier-Stokes equations the horizontal wind field structure in stable
conditions is investigated. For these conditions the analysis shows that when the gradients of the
horizontal wind speed become expressive occurs a reduction in the low frequency horizontal wind
oscillations associated to the meandering phenomenon. The mathematical study shows that the
Frenkiel expression, describing the autocorrelation function in the meandering conditions, is only
valid in situations in which the magnitudes of the horizontal speed gradients are neglectably small.
INTRODUÇÃO
Em condições onde a velocidade do vento é muito baixa ocorrem oscilações de baixa
freqüência na direção da velocidade do vento. Estas oscilações horizontais de baixa freqüência, que
caracterizam o fenômeno observado de meandro do vento horizontal, ocorrem com freqüência e
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Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Física, Faixa de Camobi km 9, 97105-900, Santa Maria-RS,
Brasil – Tel.: +55 5532208616 – E-mail: degrazia@ccne.ufsm.br
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C.N.R., Istituto di Scienze dell Atmosfera e del Clima, Torino, Itália.
são mais ou menos independentes dos fatores topográficos específicos e da estação do ano (Anfossi
et al., 2004). Recentemente, Oettl et al.(2005) Propôs um modelo em que afirma que o fenômeno
de meandro surge quando existe um equilíbrio entre a força de Coriolis e o gradiente horizontal de
pressão nas equações de Navier-Stokes. No presente trabalho é analisado a influência dos fluxos
turbulentos no fenômeno de meandro do vento horizontal. Além disso, são avaliadas as condições
em que é válida a expressão sugerida por Frenkiel (1953) para a função de autocorrelação da
velocidade.
os termos a1u , b1v , c1 , a2v , b2u e c2 nas equações (5), (6) e (7). Além disso, negligenciando os
fluxos de momento verticais e assumindo um balanço hidrostático tem-se c3 = 0 na equação (7).
Portanto o sistema de equações (5), (6) e (7) pode ser escrito como,
∂u
= − a1u + b1v + c1 (8)
∂t
∂v
= − a2 v + b2u + c2 (9)
∂t
∂w
=0 (10)
∂t
Resolvendo o sistema de equações acima (considerando somente a solução oscilatória) obtemos,
onde
D 1⎡ D ⎤
α1 = u 0 − , α2 = ⎢ v0b1 − ( a1 − p ) u0 − p + c1 ⎥ (14)
C q⎣ C ⎦
1 1
p= ( a1 + a2 ) , q= − ( a1 − a2 ) − 4b1b2
2
(15)
2 2
Para considerarmos os efeitos dos fluxos de momentum no campo de vento descrito pelas
equações (11) e (12) será considerado a seguinte parametrização,
∂ui
ui′u′j = − K m i, j = 1, 2, 3 (16)
∂x j
x1 = x , x2 = y , x3 = z .
Em condições de estabilidade estável e vento fraco podemos desprezar os fluxos que envolvem a
componente vertical e, por simplicidade, vamos considerar que os fluxos horizontais são da mesma
magnitude.
Figura 1 – Componentes longitudinal e transversal da velocidade do vento calculadas com as equações (11) e (12).
A partir das equações (17) e (18) é possível obter um coeficiente de autocorrelação expresso por,
onde foi considerado somente a parte real do coeficiente de autocorrelação obtido das equações
(17) e (18). O coeficiente de autocorrelação dado pela equação (19) é idêntico ao proposto por
Frenkiel (1953) e obtido por Oettl (2005), considerando desprezíveis os fluxos turbulentos nas
equações de Navier-Stokes.
A Figura 2 mostra que a componente u (t ) calculada pela equação (17) não coincide com a
calculada a partir da equação (11) quando os fluxos turbulentos têm magnitudes relevantes.
Entretanto se os fluxos turbulentos são desprezíveis as equações (17) e (18) geram valores
idênticos aos obtidos com as equações (11) e (12). Portanto o fenômeno de meandro pode ser
descrito pelas equações simplificadas (17) e (18) em situações em que se tenha um campo de vento
muito pouco intenso. Ou seja, quando não exista nenhuma fonte de turbulência relevante como foi
obtido por Oettl et al. (2005).
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANFOSSI D., D. Oettl, Degrazia, G., Goulart, A., An analysis of sonic anemometer observations
in low wind speed conditions. Boundary-Layer Meteorol., v.114, p.179-203. 2005.
OETTL, D., Goulart, A., Degrazia, G., Anfossi, D., A new hypothesis on meandering atmospheric
flows in low wind speed conditions. Atmos. Environment., v.39, p. 1739-1748. 2005.