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Contraste
DEFINiÇÃO
o contraste radiológico é definido como a diferença de densidade
nas áreas adjacentes da imagem radiográfica. Quanto maior essa
diferença, maior será o contraste. Quanto menor a diferença entre
a densidade nas áreas adjacentes, menor será o contraste. Isso é
demonstrado pela escala graduada e pela radiografia de tórax na
Fig. 1.1 10, que mostra diferenças maiores nas densidades entre as
á r e a s a d j a c e n t e s , p o r t a n t o , a l t o c o n t r a s t e . A F i g. m o s t r a b a i x o
contraste com menos diferença de densidade nas áreas adjacentes da
escala graduada e a radiografia associada.
O c o n t r a s t e p o d e s e r t a m b é m d e s c r i t o c o m o um a e s c a l a l o n g a o u um a
escala curta, referindo-se à faixa de todas as densidades ópticas, das
partes mais claras até as mais escuras na radiografia. Isso é novamente
demonstrado na Fig. 1.1 10, que mostra escala curta com alto contraste
com diferenças maiores em densidades adjacentes e menos graus de
densidade visíveis quando comparada à Fig. 1.111.
OBJETIVO OU FUNÇÃO
O objetivo ou a função do contraste é tornar os detalhes anatômicos de
uma radiografia mais visíveis. Por esse motivo, é importante ter um
ótimo contraste radiográfico e saber que o contraste é essencial na
avaliação da qualidade radiográfica.
Contrastes maiores ou menores não são necessariamente bons ou
ruins por si sós. Por exemplo, baixo contraste com pouca diferença
entre densidades adjacentes (contraste de longa escala) é mais desejável
em certos exames, como nas imagens de tórax, em que as muitas diferenças
na gradação de cinza são necessárias para visualizar os tênues traçados
pulmonares. Isso pode ser demonstrado pela comparação das duas radiografias
de tórax nas Figs. 1.110 e 1.1 11. O baixo contraste (escala longa) de tórax na
Fig. 1.111 mostra mais escalas de cinza, evidentes pelos tênues contornos
das vértebras visíveis através do coração e das estruturas mediastinais. Essas
escalas de cinza que delimitam as vértebras são menos visíveis através do
coração e do mediastino na radiografia de tórax de alto contraste mostrada na
Fig. 1.110.O limite de kVp preferido e a escala de contraste resultante podem
v a r i a r , d e p e n d e n d o d a p r e f e r ê n c i a d o r a d i o l o g i s t a . C om o o c o n t r a s t e é
controlado pela kVp conforme a descrição a seguir, o limite preferido para
a kVp como indicado pelos protocolos e rotinas departamentais pode variar
em relação àqueles listados nas páginas de posicionamento deste livro.
FATORES DE CONTROLE
O f a t o r p r i m á r i o d e c o n t r o l e p a r a o c o n t r a s t e é a kV p . E l a c o n t r o l a a
energia ou o poder de penetração da fonte primária de raios X. Quanto
m a i o r a kV p , m a i o r s e r á a e n e r g i a e m a i o r s e r á a u n i f o r m i d a d e d o s f e i x e s
penetrantes de raios X nas várias densidades de massa de todos os
tecidos. Assim, elevadas kVp produzem menos variação na atenuação (absorção
diferencial), resultando em mais baixo contraste.
A quilovoltagem (kVp) é também um fator secundário de controle da densidade.
A l t a s kV p r e s u l t a m t a n t o e m m a i s r a i o s X c o m o e m r a i o s X d e m a i s e n e r g i a ,
p r o p o r c i o n a n d o r a i o s X d e m a i s e n e r g i a p a r a a l c a n ç a r o f i l m e , c o m u m a um e n t o
correspondente em toda a densidade. Como regra geral, um aumento de 15%
n a k V p a u m e n t a a d e n s i d a d e d a m e s m a f o rm a q u e d o b r a o m A s . A s s i m , n o
l i m i t e i n f e r i o r d a kV p , c o m o e m 5 0 a 7 0 k V p , u m a um e n t o d e 8 a 1 0 kV p d o b r a r á
a d e n s i d a d e ( e q u i v a l e a d o b r a r o m A s ). N a f a i x a d e 8 0 a 1 0 0 k V p , é p r e c i s o um
a u m e n t o d e 1 2 a 1 5 kV p p a r a t e r a d e n s i d a d e d o b r a d a . A i m p o r t â n c i a d i s s o
b a s e i a - s e n a p r o t e ç ã o c o n t r a a r a d i a ç ã o , p o r q u e , c o m o a u m e n t o d a k V p,
o mAs pode ser significativamente reduzido, resultando em menos radiação para
o paciente.
Resumindo: Uma regra geral estabelece que altas kVp e baixos mAs que
proporcionam informações diagnósticas suficientes devem ser usados em
cada exame radiográfico. Isso pode tanto reduzir a exposição do paciente
c o m o e m g e r a l r e s u l t a e m r a d i o g r a f i a s c o m m e l h o r e s i n f o rm a ç õ e s d i a g n ó s t i c a s . *
3 4 - P R I N C Í P I O S, T E R M I N O L O G I A E PR O T E Ç Ã O C O N T R A R A DI A Ç Ã O
Detalhes
DEFINiÇÃO
Detalhe, às vezes referido como detalhe registrado, pode ser
definido como a nitidez das estruturas na imagem. Essa
definição dos detalhes das imagens é demonstrada pela
clareza ou precisão de tênues estruturas lineares e bordas
de tecidos ou estruturas visíveis nas imagens radiográficas.
A falta de detalhes visíveis é conhecida como borramento ou
ausência de nitidez.
FATORES DE CONTROLE
Uma ótima imagem radiográfica mostra uma imagem com boa
definição de detalhes, como já descrito para cada exame no texto
"Critérios Radiográficos". Os detalhes são controlados por fatores
geométricos e movimento, como visto a seguir:
Fatores Geométricos Três fatores geométricos que controlam ou
influenciam os detalhes são (1) tamanho do ponto focal, (2) DFoFi
(distância foco-filme) e (3) DOF (distância objeto-filme).O uso de ponto
focal menor resulta em menor borramento geométrico, fornecendo assim
u m a i m a g e m m a i s p r e c i s a o u c o m m e l h o r e s d e t a l h e s . ( V e r F i g. 1 . 1 1 7 . )
Além disso, um ponto focal pequeno, como selecionado no painel de
c o n t r o l e , d e v e s e r u s a d o s e m p r e q u e p o s s í v e l . A c o m b i n a ç ã o d e um p o n t o
focal pequeno, um aumento na DFoFi e a diminuição na DOF resulta em
menos imprecisão geométrica, o que aumentará os detalhes como descrito
na seção de distorção que se segue, na próxima página.
Velocidade Filme/Écran A velocidade filme/écran afeta os detalhes por
permitir períodos de exposição mais curtos para prevenir a movimentação,
como descrito mais adiante neste capítulo, em proteção contra radiação.
Movimento O único grande impedimento para a precisão da imagem
relacionado ao posicionamento é o movimento. Dois tipos de movimentos
influenciam os detalhes radiográficos. São eles os movimentos voluntários
e os movimentos involuntários.
O movimento voluntário, seja da respiração ou do movimento de partes
do corpo durante a exposição, pode ser prevenido ou pelo menos minimizado
pelo controle da respiração e pela imobilização. Blocos de apoio, sacos de
areia ou outros dispositivos para imobilização podem ser usados com eficácia
para reduzir a movimentação. Isso é mais efetivo para os exames dos
membros superiores ou inferiores, como será demonstrado ao longo deste texto.
O movimento involuntário não pode ser controlado pela vontade do paciente.
Por esse motivo, movimentos como os peristálticos dos órgãos abdominais são
mais difíceis, se não impossíveis, de serem controlados completamente.
Se a imagem ficar borrada por causa dos movimentos, o técnico/radiologista
deve identificar através da radiografia se o borramento ou imprecisão da
imagem se deve a um movimento voluntário ou involuntário. Essa
i d e n t i f i c a ç ã o é i m p o r t a n t e p o r q u e e x i s t e m f o rm a s d i f e r e n t e s d e c o n t r o l a r
esses dois tipos de movimentos.
D I F E R E N Ç A E N T R E M O V I M E N T O V O L U N T Á R I O E I NV O L U N T Á R I O
O movimento voluntário, que é muito mais fácil de ser prevenido, é
caracterizado pelo borramento generalizado de estruturas adjacentes,
como o borramento do diafragma e dos órgãos abdominais superiores,
mostrado na Fig. 1.112.
O movimento involuntário pode ser identificado pela imprecisão ou
borramento localizado. Esse tipo de movimento é menos óbvio,
mas pode ser visto nas imagens de abdome pela identificação do
borramento dos limites padrões dos intestinos apenas em pequenas
regiões entre outras imagens do mesmo órgão com imagens precisas.
(O gás nos intestinos aparece como áreas escuras.) Ao estudarmos
c u i d a d o s a m e n t e a F i g . 1. 1 1 3 , p o d e m o s v e r e s s e d i s c r e t o b o r r a m e n t o
apenas no abdome superior esquerdo, evidenciado pelas pequenas setas
pretas. O restante dos limites do padrão enegrecido intestinal em
t o d o o a b d o m e s e m o s t r a c l a r o e p r e c i s o . A F i g. 1 . 1 1 2 , p o r c o m p a r a ç ã o ,
mostra um borramento geral do abdome, tanto do diafragma como dos
padrões intestinais visíveis.
Às vezes, certas técnicas de relaxamento ou a instrução para uma
respiração cuidadosa podem ajudar a reduzir os movimentos involuntários.
Entretanto, um curto tempo de exposição é a melhor e, às vezes, a única
forma de minimizar a imprecisão da imagem causada pelos movimentos involuntários.
3 5 - P R I N C Í P I O S, T E R M I N O L O G I A E PR O T E Ç Ã O C O N T R A R A DI A Ç Ã O
Distorção
DEFINiÇÃO O quarto e último fator determinante da qualidade
de uma imagem é a distorção, que pode ser definida como a
representação equivocada do tamanho do objeto ou da sua
forma quando projetada no meio de registro radiográfico.
A a m p l i a ç ã o é c o n s i d e r a d a u m f a t o r à p a r t e p o r q u e é um a
distorção de tamanho e pode ser incluída como uma distorção
de forma, o que é indesejável.
Entretanto, nenhuma imagem radiográfica é a imagem fiel da
parte do corpo radiografada. Isso é impossível porque sempre
há alguma ampliação e/ou distorção, seja pela DOF, seja pela
divergência do feixe de raios X. Portanto, a distorção deve ser
minimizada e controlada.
FATORES DE CONTROLE
Quatro fatores primários de controle da distorção são (1) DFoFi
(distância foco-filme), (2) DOF (distância objeto-filme), (3) alinhamento
do objeto com o filme e (4) alinhamento/centralização do RC (raio central).
DFoFi: O efeito da DFoFi na distorção do tamanho é demonstrado
n a F i g . 1 . 1 1 5 . N o t e q u e , q u a n t o m a i o r a D F o F i , m e n o r s e r á a am p l i a ç ã o .
Essa é a primeira razão pela qual as radiografias de tórax são feitas com um
mínimo de 72 polegadas (180 cm), em vez do mínimo mais comum, que são
4 0 p o l e g a d a s ( 1 0 0 c m ). U m a D F o F i d e 7 2 p o l e g a d a s ( 1 8 0 c m ) r e s u l t a e m
menor ampliação do coração e de outras estruturas torácicas.
DFoFi mínima de 40 polegadas (100 em): Por muitos anos, usouse a
DFoFi de 40 polegadas (100 cm) como padrão para a maioria dos exames
radiográficos. Entretanto, com o interesse de diminuir a exposição do
p a c i e n t e e a u m e n t a r o s d e t a l h e s r e g i s t r a d o s , a um e n t a r a D F o F i p a r a 4 4
ou mesmo 48 polegadas (110 ou 120 cm) está se tornando uma prática
cada vez mais comum. Estudos mostraram, por exemplo, que aumentar a
DFoFi de 44 polegadas (100 cm) para 48 polegadas (120 cm) reduz a dose
de radiação em 12,5%.*
Também pelo princípio da divergência da fonte de raios X descrito
antes, esse aumento da DFoFi possui o benefício adicional de diminuir
a ampliação e a distorção, reduzindo assim o borramento geométrico,
fato que aumenta o detalhe ou definição registra dos no filme.
36- PRINCÍPIOS, TERMINOLOGIA E PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÃO