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| LY Interativa Mianeyaimento) Copel Wel eile Nair Moretti Baradel Possui mais de 30 anos experiéncia na dtea contabiltributéria de grandes e médias indistrias, bem como de prestadores de servigos. Tem graduagao em Gestdo Financeira pela Universidade Paulista (UNIP) e pés-graduagao em Controladoria de Empresas pela mesma universidade. E professora do curso de Ciéncias Contabeis, nas disciplinas Contabilidade Tributaria, Planejamento Contabile Tributsrio, Contabitidade Gerencial e Contabildade Introdutdria na UNIP.E professora conteudista das discipnas Contabilidade Tibutdria (curso de Ciéncias Contabeis) Planejamento Tributario curso de Gestéo Financeira. ‘Atua ainda como colaboradora de EAD, participando da elaboracao de livros-textos, fazendo revisdes € formulagées de exercicios para os cursos de Ciéncias Contes e Gestdo Financeira, Rubens Pardini Mestre em Ciéncias Contabeis Financeiras pela Pontificia Universidade Catélica - PUC-SP. Bacharel em Administracéo de Empresas pela Faculdade de Administracéo e Estatistica Paes de Barros ¢ em Ciéncias Contabeis pela Faculdade de Ciencias Econdmicas de Sao Paulo. De 1984 a 1992, ecionou na Faculdade de Ciencias Econémicas de Sao Paulo, Faculdade de Engenharia Industral - FEI «Escola Superior de Administragéo de Negocios - ESAN, em Sao Bernardo do Campo. Chefe do Departamento de Ciéncias Contabeis da Faculdade de Ciéncias Econdmicas de Séo Paulo de 1986 2 1988. Elaboracdo do Projeto Pedagégico para o Curso de Ciéncias Contabeis da UNIESP, em 2007. Fundagdo Geto Vargas ~ Brasilia & Professor MBA - Contabilidade para Executivos. Professor Tutor da Fundacéo Getilio Vargas nos cursos lives em EAD ¢ Professor de Contabilidade do Senac, em 2011 Desde 1992 € docente do curso de Citmcias Contabe's ¢ Administragdo de Empresas da UNIP - Universidade Paulista, curso presencial EaD. Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagéo (CIP) 8223p Bade Nar Moret Panciamento conti ibutro | sir Maret Bade, Rubens Pa, So Paulo Eto So, 2021, 128.3 Nota: este volume eth puiado as Coders de Etudes © Pesquisa UN, See its, 5915179230 1. Planejamento tibutiia 2 Simple mainal 3. tera L Pad, Rues Tul, cou2ei396, © Todos 0 diets reservados Nerhuma pate desta obra pode sr reproduzita ou tansnitié por qualquer forma elou «qussquer mais (cetrsio includ Foto e gravaco) ou argued em qualquer stems eu banca de dado sem pesmi esciadaUnvesidade Polis Prof. Dr. Jodo Carlos Di Genio Reitor Prof. Fabio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administragio e Financas Profa. Melénia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitirias Profa. Dra, Marilia Ancona-Lopez Vice-Reitora de Pés-Graduagio e Pesquisa Profe. Dra, Marlia Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduacao Unip Interativa - EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcello Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberta Frugoli Material Didatico ~ EaD Comissao editorial: Dra, Angélica L Carlini (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra, Katia Mosorov Alonso (UFMT) Apolo: Profa, Ciéudia Regina Baptista - EaD Profa, Deise Alcantara Carreiro ~ Comissdo de Qualificagao ¢ Avaliagio de Cursos Projeto grafico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisio: Michel Kahan Apt Amanda Casale Virginia Bilatto Sumario Planejamento Contabil Tributario APRESENTACAO .ccsonsn-nsnsnsnnsnnnnnsnsnsen INTRODUCAO wes Unidade | 1 PLANEJAMENTO TRIBUTARIO 1 1.1 Conceito. 4 1.2 ObjetiVOS ennnnn : 15 1.3 Finalidade do planejamento tributario. 18 1.4 Condicées necessarias para 0 planejamento tribUtario sen. 18 1.5 Distingao entre elisdo e evasao 19 1.5.1 Elisdo fiscal. ——— = sesnnn 19 1.5.2 Evaséo fiscal 20 1.53 Diferenca entre sonegacao fiscal e elisao fiscal 20 1.6 Processo de planejamento tributario. a 1.7 A carga tributdria dos paises participantes da Organizaco para a Cooperagdo € Desenvolvimento (OCDE) wismnmnunnnanannunsintnnnaiuianninanenene 23 1.8 Impostos federais que impactam diretamente nos reSUltadOS worn. 24 1.8.1 Imposto de Renda Pessoa Juridica 25 2 TIPOS DE SOCIEDADES E ENQUADRAMENTO FISCAL DAS EMPRESAS. 26 2.1 As sociedades simples. 26 2.2 As sociedades organizadas como empresdrias. 26 2.3 0 enquadramento fiscal das empresas. a 23.1 Microempresas (ME) 27 2.3.2 Empresas de Pequeno Porte (EPP). 27 2.3.3 Microempreendedor Individual (MEI) cmon - ty 3 SIMPLES NACIONAL. 28 3.1 Opcao pelo Simples Nacional 28 3.2 Pessoas juridicas excluidas da opco 28 3.3 Pessoas juridicas que podem optar pelo Simples 29 3.4 Abrangéncia dos impostos 30 3.5 Aliquotas aplicaveis. 31 3.5.1 Determinagdo das aliquotas. 7 sn 4 3.6 PIS, Cofins e CSLL 45 3.7 INSS. 45 8.8 IRRF .enennenen 45, 3.9 Receita de exportacao. 3.10 Substituicdo tributéria do PIS e da Cofins.. 3.11 Receitas no tributéria 3.12 Recolhimento dos tributos devidos 3.13 Imposto de Renda na fonte sobre servigos prestado 3.14 Limite para exportagao de servico. 3.15 MEI ~ contratagdo por empresas 4 RETENGOES NA FONTE 4.1 Retencdo exclusiva na fonte e por antecipacao 4.2 Retencdo na fonte de PIS, Cofins € CSLL (CSR). 43 Nao exigéncia das CSRF. 4.4 Base de calcul ¢ aliquota CSRF 4.5 Compensacao dos Valores Retidos. 4.6 Imposto de renda retido na fonte sobre receitas: 4.7 Retencdo de tributos e contribuigées por rgdos pUblicos federals, estaduais, municipais e Distrito Federal Unidade II 5 LUCRO ARBITRADO 5.1 Contribuiggo Social 5.1.1 Receita bruta conhecida....... 5.1.2 Receita bruta no conhecida 5.1.3 Exemplo de receita conhecida. 6 LUCRO PRESUMIDO 6.1 A tributacéo pelo lucto presumido 6.2 Opcao pelo regime de lucro presumido. 6.3 Empresas vedadas da op¢ao do lucro presumido 6.4 Limite de receita... 6.5 Periodo de apuracdo 6.6 Momento da opcao. 6.7 Redarf para mudanca de forma de tributacéo 68 Regime de reconhecimento de receitas. 69 A determinagao do lucro presumido. 6.10 Receitas financeiras no lucro presumido 6.11 Receitas e rendimentos nao tributaveis pelo lucro presumido. 6.12 Base de cdlculo para apuragio do Imposto de Renda sobre o lucro presumido... 6.13 Aliquota do Imposto de Renda e adicional a que esto sujeitas as pessoas juridicas que optarem pelo lucro presumido..... 6.14 Aliquotas de contribuigdo social sobre 0 lucro presumide 6.15 Exemplo de calculo dos impostos. 6.15.1 Céleulo da Contribuigdo Social sobre o Lucro Liquido (CSL) 6.15.2 Calculo do Imposto de Renda sobre o lucro presumido 6.15.3 Calculo do PIS e Cofins no lucro presumido. 6.16 Necessidade de escrituragao contabil 6.17 Distribuigdo de lucros aos sécios 6.18 Isencdo de Imposto de Renda sobre lucros distribuidos pela pessoa juridica. 6.19 Dedugdes do imposto de renda devido 6.20 Tributagéo do PIS e da Cofins para empresas optantes pelo luro presumido Unidade Ill 7 LUCRO REAL. 7.1 Determinagio do lucro rel. 7.2 Pessoas jurdicas obrigadas a apurarem 0 lucro real. 7.3 Opgao pelo lucro real 7.4 Ajustes ao lucro liquido 7.4.1 Lalur. 7.5 Aliquota do Imposto de Renda, 7.5.1 Adicional do Imposto de Renda. 7.6 Base de calculo. 7.7 Lucro real trimestral 7.7.1 Momento da opcao. 7.7.2 Apuracao do Imposto... 7.7.3 Compensacao dos prejuizos. 78 Lucro real anual... 7.8.1 Base de célculo da estimativa mensal 7.8.2 Conceito de receita bruta 7.8.3 Compensacao de prejuizos... ve 7.84 Aliquota do Imposto de Renda e do adicional.. 7.8.5 Suspenséo ou reducao do imposto 7.9 Forma de pagamento 8 CONTRIBUICAO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LiQUIDO (CSL) 8.1 Aliquotas. 8.2 Base de calculo 8.2.1 Luero real 8.2.2 Luero preSUMidO.nnnnn nm 8.2.3 Deducdo da receita ruta. 8.2.4 Adigdes & base de célculo 8.3 Algumas alteracdes na legistagao para 0 ano de 2015. 8.4 Estudo sobre utilizagao do controle e da informacao contabil no planejamento tributario. 8.4.1 Estudo comparativo entre Simples, Lucro Real e Lucro Presumido. 8.4.2 Exemplo do estudo comparativo entre Simples, Lucro Real e Lucro Presumido 8.4.3 Dados do exemplo a ser aplicado para empresa optante pelo Lucro Presumida 8.4.4 Comparacdo entre Simples Nacional e Lucro Presumido. APRESENTACAO. Caro aluno, ‘alta carga tributaria que incide sobre as empresas e a forte concorréncia no mundo dos negdcios faz com que as empresas busquem alternativas que as coloquem a frente de seus concorrentes. 0 planejamento tributario é uma ferramenta essencial para o melhor retorno financeiro de uma empresa, Nesse contexto, nds, como profissionais da area contabil, devemos apresentar alternativas que possibilitem as empresas escolherem, entre as formas de tributacdo, uma que resultard em beneficios econdmicos que as colocardo a frente de seus concorrentes. Para obter esse resultado, varias formas de tributacdo devem ser analisadas. Utilizando-se exemplos, pode-se demonstrar como efetivamente o planejamento tributério traré beneficios econdmicos 8 empresa, Nossas vidas pessoais também se aproveitam disso, pois, conhecendo nossos impostos de pessoa fisica, também teremos retornos satisfatérios. Serdo analisados a incidéncia do imposto de renda das pessoas juridicas e os impactos que podem causar em outros impostos. Utilizaremos dados coletados por meio de pesquisa e andlise da legislacdo tributéria brasileira. 0 planejamento tributario nao é simplesmente uma alternativa, mas sim uma obrigacdo do bom administrador, que, dentro da legalidade, encontra meios de tornar menos onerosa a carga tributaria da empresa. Visa a uma administracao baseada em resultados, deve ser estrategicamente estudado e analisado antes de ser implantado. E uma ferramenta que esta ao aleance de todos e uma possibilidade real de reducao de custos e melhoria da lucratividade das empresas, tornando-as mais competitivas. Num ambiente de elevada carga tributaria como o Brasil, torna-se indispensavel para qualquer tipo de negocio. INTRODUCAO A disciplina Planejamento Contabil Tributério serve para que o futuro profissional da drea contabil conheca as formas de tributacdo das empresas € possa mostrar que o planejamento tributério pode diminuir a carga tributaria, trazendo com isso um melhor resultado financeiro para a empresa, tudo em conformidade com @ lei, sem extrapolar o campo da licitude 0 Brasil € um dos paises da América Latina e Caribe com a maior carga tributéria; 0s brasileiros pagam o equivalente a 334% do Produto Interno Bruto PIB. O Brasil possui uma carga tributéria comparavel com as economias mais desenvolvidas no mundo, onde a média dos impostos equivale a 34,4% do PIB, Com a estabilidade econdmica, isto &, estabilidade nos precos, taxas de jutos baixas ou até mesmo em épocas de crises econdmicas, as empresas precisam estar conscientes dos impostos incidentes sobre as suas transacées de compras e vendas, Assim, o planejamento tributario é um conjunto de recursos legais com o objetivo principal de reduzir ou retardar o pagamento dos impostos. 0 objetivo desta disciplina também é dar subsidios para que o aluno possa optar, entre as formas de tributacdo, qual teré a menor carga tributaria de uma sociedade limitada, por meio de estudo de caso, apresentando as alternativas de tributaco pelo Simples Nacional, olucro presumido, o lucro arbitrado € 6 lucro real, e quanto isso irdrefletir no resultado. A forma de tributacao levaré em conta outros tributos que estdo associados 8 forma de tributacdo, tais como o PIS (Programa de Integracdo Social) ea Cofins (Contribuiggo para o Financiamento da Seguridade Social). PS ELE Ly 1 PLANEJAMENTO TRIBUTARIO 0 peso clos impostos cresceu cinco pontos percentuais nos diltimos 10 anos, passando de 30% pare 32,38% do PIB (Produto Interno Bruto, representado pela soma de todos os bens e servicos finais produzidos numa determinada regido ou pais, medido num determinado period) Quando foi implantado o Plano Real, em 1994, a carga tributéria brasileira era de 29,84 do PIB, a mais alta registrada no pals, porém, conforme Ultima divulgacdo no IBPT, no ano de 2016, a carga tributéria atingiu 32,38% do PIB’. Com a estabilizacdo da economia, ha preocupagdo cada vez maior com o planejamento tributario como uma ferramenta importantissima para se destacar da concorréncia. 0 livro-texto pretende abranger os tributos federals incidentes sobre as empresas no Brasil, mais especificamente 0 Imposto de Renda Pessoa Juridica (IRPJ), 0 PIS e a Cofins, mostrando que um planejamento tributdria bem elaborado, para qualquer tipo de empresa, pode trazer economia de impostos visando 8 redugao da carga tributaria e tendo como consequéncia melhor resultado financeiro, isso sem extrapolar 0 campo da licitude nem comprometer a qualidade e os resultados dos negécios, todas elas suportadas por bases legais. Muitas vezes, por desconhecimento ou falta de recursos, 0 empresariado brasileiro de pequeno e médio porte deixa de usufruir de diversos beneficios fiscais disponibilizados pelo governo e que est&o ao aleance de variados setores. A complexidade da legislacdo brasileira € 0 escopo necessério & busca da otimizacdo da gestéo tributéria, a fim de assegurar que todas as obrigagdes fiscais sejam cumpridas de forma econdmica, por meio de acdes legais e legitimas (SA, 2003) Considerando a entrada de diversos produtos no mercado brasileiro, a concorréncia acirrada em virtude de politicas de subsidios praticadas por diversos paises, inclusive com m&o de obra extremamente barata, faz. com que as empresas brasileras sejam criativas e procurem mecanismos, dentro da legalidade, pare a sua manutengao no mercado de forma lucrativa e rentavel A carga tributaria no Brasil & muito elevada quer para a pessoa fisica, quer para a pessoa juridica e vem crescendo constantemente, todos nds observamos isso constantemente na hora de fazermos rnossas compras. Todos os produtos que adquirimos, tem incidéncia de inimeros impostos no prego pago no caixa, Alguns desses produtos possuem carga tributéria superior a 40%. Como comprovacao disso, o IBPT estimava que, para os Ultimos cinco anos, a carga tributéria média no Brasil atingiria mais de 32% do PIB, ou seja, de tudo que é produzido internamente no pais, em * Dados disponiveis no site: . Acesso em: 6 jan, 2018. média 329% seriam destinados ao recolhimento de impostos. Entretanto, esse nlimero ultrapassou a expectativa do instituto e chegou a mais de 354% no Ultimo ano. +t Figura 1 Até alguns anos atrds, tinhamos uma inflacdo galopante, proxima de 50% ao més. Os pregos mudavam todos os dias, populagdo no conseguia comprar um produto com o mesmo preco em dois dias diferentes. Na €poca, antes de 1994, era muito comum as empresas e a propria populacéo fazerem estoques de mercadorias, quer seja de suprimentos para subsisténcia, quer também estoques de produtos para a fabricacdo, a fim de se obter um pouco de ganho, pois, se tivessem que adquirir mercadorias, por exemplo, no dia 4 de um determinado més, ¢ depois fosse necessdrio adquirir mais uma quantidade dessa mesma mercadoria no dia 20 do proprio més, certamente o preco teria sofrido um acréscimo de cerca de 20%. Com essa pratica, as empresas ficavam com estoques gigantescos, muitos empresdrios aplicavam todo seu capital de giro em estoques, mas mesmo assim 0 custo dos produtos subia dia apds dia. A especulacdo também era constante, pois os empresérios jd calculavam o prego baseado numa inflacao que iria acontecer. PS ELE Ly Porém, com a implantacdo do programa de estabilizacdo econdmica, um plano em longo prazo para o controle da inflaco, a economia do Brasil foi se estabilizando. Hoje ha preocupacto cada vez maior com a lucratividade das empresas, e o planejamento tributério € usado como ferramenta importantissima para se destacar da concorréncia, por meio da economia de impostos visando 8 redugdo da carga tributéria e tendo consequentemente melhor resultado financeiro, tudo isso sem extrapolar 0 campo da licitude nem comprometer a qualidade e os resultados dos negécios. O sistema tributario brasileiro € um dos mais complexos do mundo. Segundo alguns tributaristas, hd cerea de 60 impostos em vigor, com diversas leis, regulamentos e normas que so frequentemente alteradas, Tais fatos penalizam demasiadamente o custo da maioria das empresas € causam grandes transtornos no momento do gerenciamento € controle contabil € financeiro dos impostos ¢ demais tributos. Como aponta Shingaki, {.Joplanejamento tributario€ a escolha dealtermativas de agdes ou omissoes licitas, portanto, nao (dis)simuladas e sempre anteriores a ocorréncia dos fatos gerados dos tributos, que objetiver direta ou indiretamente a reduco ddesses nus diante de um ato administrativo ou fato econdmico (SHINGAKI, 2003, p. 24) E de acordo com Rocha: A nogdo de planejamento se relaciona diretamente com uma programacdo de atividade, a partir da observacdo de circunstancias presentes € tendo em vista comportamentos futuros que provavelmente acontecerao. 0 planejamento exacional (ou tributério) tem por objetivo a previsdo de dispéndios com exagdes (ou tributos) em que se incidira em determinada atividade ¢, enquanto voltada para a obtencdo de resultados, 0 menor ispendio possivel, icitante (ROCHA, 1995, p. 161) Ou seja, 0 planejamento tributario visa obter economia de impostos, adotando procedimentos estritamente dentro dos ditames legais. 0 planejamento tributario é, na verdade, uma atividade empresarial estritamente preventiva, que tem como fator de andlise 0 tributo e visa identificar e projetar os atos € fatos tributdvels e seus efeitos, comparando-se os resultados provaveis, para 0s diversos procedimentos possives, de forma a possibilitar a escolha da alternativa menos onerosa, sem extrapolar o campo da licitude. 0 planejamento € preciso tendo em vista a necessidade que as empresas tém de procurar alternativas que possam trazer vantagens frente aos concorrentes, uma vez que a competicao entre elas estd cada vez mais acirrada. Muitas delas, por falta de conhecimento da legistagdo, podem estar deixando de abter essa vantagem via tributos, uma vez que @ opcSo por ndo buscar um estudo mais completo objetivando a reduco da carga tributaria pode trazer efeitos comprovadamente negativos, uma vez que se esté pagando uma carga tributaria elevada e que reflete no preco de seus produtos, comprometendo assim a continuidade da empresa, O planejamento tributario é uma ferramenta essencial para a gestao financeira de empresas de todos os perfis e tamanhos. Occaréter preventivo do planejamento tributario decorre do fato de nao se poder escolheralternativas sendo antes de se concretizar a situacao. Apds a coneretizacdo dos fatos, via de regra, somente se apresentam duas alternatives para o sujeito passivo da relacio juridico-tributaria: pagar ou nao pagar 0 tributo decorrente da previsio legal descrita como fato gerador. A altemativa de ndo pagar se caracterizaré como pratica ilicita, sujeitando-se a empresa a agdo punitiva do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal pratica, que tem como principal finalidade a redugdo do montante do tributo, no sentido de reduzir a base de célculo ou aliquota, o que resultard numa menor carga tributaria. 1.1 Cone Oliveira (2006) conceitua o planejamento tributério como uma forma licita de reduzir a carga fiscal, que exige alta dose de conhecimento técnico € bom senso dos responsaveis pelas decisoes estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio a concretizacdo dos fatos administrativos, dos efeitos juridicos,fiscais e econdmicos de determinada decisdo gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte. De acordo com Rocha: 0 planejamento exacional (ou tributario) tem por objetivo a previsio de dispéndios com exagées (ou tributos) em que se incidiré em determinada atividade ¢, enquanto voltada para a obtengéo de resultados, 0 menor ispéndio possivel,icitante (ROCHA, 1995). Para Shingaki: O planejamento tributdrio a escolha de alternativas de agdes ou omissbes lictas, portanto, nao (dis)simuladas e sempre anteriores & acorréncia dos fatos gerados dos tributos, que objetivem direta ou indiretamente a redugdo desses nus diante de um ato administrativa ou fato econémico (SHINGAKI, 2003, p. 16). Segundo Borges, as seguintes regras devem ser observadas para a elaboracdo de um planejamento: * verificar se @ economia dos tributos @ oriunda de agdo ov omissao anterior 4 coneretizagao da hipdtese de incidéncia; © examinar se a economia dos tributos & decorrente de acdo ou omisséo legitimas; Oo PS ELE Ly ‘© analisar se a economia de impostos € proveniente de agao realizada por meio de formas de direito privado normais, tipicas e adequadas; * investigar se a economia de impostos resultou de aco ou conduta realizadas igualmente a suas formalizagdes nos correspondentes documentos ¢ registros fiscais (BORGES, 2001, p. 28) Ou seja, o planejamento tributario visa obter economia de impostos, adotando procedimentos totalmente dentro da legalidade, nao devendo ser confundida com sonegacaio fiscal. Planejar é escolher, entre algumas opgdes licitas, a que traga menor carga tributaria. Portanto, temos diversos conceitos que irdo resultar sempre no mesmo objetivo: obtencao de menor carga tributéria, dentro da legalidade. 1.2 Objetivos Segundo Zanluca ([s.dJ), “o planejamento tributério é uma conjunto de sistemas legais com o objetivo de diminuir 0 pagamento dos tributos" 0s objetivos principais de um planejamento tributario sao evitar a incidéncia, reduzir o montante e retardar 0 pagamento dos tributos, isso tudo sem violar a lel. 0 contribuinte tem o direito de estruturar 0 seu negécio de tal forma a minimizar os custos gerais, entres eles o impacto da carge tributéria. Sua intencao deve ser ganhar cada vez mais competitividade, principalmente quando da formacao de seus precos de vendas e de seus bens e servigos. Além dos diversos itens que compoem o custo dos produtos e servigos, um componente principal sdio 0s diversos impostos que incidem sobre os pregos de vendas, ainda que em nosso sistema tributério nacional os impostos recaiam sobre o consumidor final Apesar de a carga tributéria do Brasil estar em 32,38%, hd maneiras de evitar tributagdo. Por meio de pesquisas em leis especificas e técnicas de célculos, serdo apresentadas alternativas de planejamento que, quando bem elaboradas, resultardo em economia de impostos, contribuindo para a redugao do montante a ser recolhido. 0 principio constitucional nao deixa dividas de que, dentro da le, o contribuinte pode agir segundo © seu interesse. Planejar tributos & um direito to essencial quanto planejar o fluxo de caixa, fazer investimentos ete. A forma legal de planejamento tributario é chamada elisdo. Diante da carga tributaria tdo alta, e tendo as empresas que passar por um periodo to complicado em virtude da crise financeira mundial, que seestende desde 2008 até os dias atuais, pode uma sociedade por quotas de capital limitada optar por uma melhor forma de tributacdo com o intuito de minimizar a carga tributéria e trazer melhor resultado financeiro, dentro da lei e obtendo resultados positivos que garantam a continuidade de seus negécios? UTC CT Ca Por meio de um planejamento tributario bem elaborado e de praticas legais disponiveis, abrangendo nao s6 a forma de tributacdo do Imposto de Renda da Pessoa Juridica (IRPJ), mas também o PIS e a Cofins, que so impactados pela forma de tributacdo escolhida, hd dispositivos e praticas legais totalmente aceitas para que se tenha uma reducdo da carga tributéria dentro dos ditames legais e, consequentemente, melhor resultado financeiro, a... Como alssemos anteriormente, a entrada de diversos produtos no mercado brasileiro, a concorréncia acirrada em virtude de politicas de subsidios praticadas por diversos paises, inclusive com mao de obra extremamente barata, faz com que as empresas brasileiras sejam criativas e procurem mecanismos, dentro da legalidade, para a sua manutencdo no mercado de forma lucrativa e rentavel E neste ambiente que deve atuaro profissional das areas administrativaefinanceia, Oassunto ¢ complexo € constantemente sofre alteragdes, portanto, cabe & nds, profissionais da drea, ficarmos atentos 8s alteragdes da legislacdo, pois qualquer mudanca nas aliquotas, forma de célculo, bases de célculos etc. afeta diretamente as financas das organizagdes. No caso de aumento de alguma aliquota de imposto, isso ira refletir na margem de lucros da empresa e, por extenséo, refletiré também no consumidor, uma vez que, se hid aumento na carga tributaria, muito provavelmente o consumidor pagaré esse aumento por meio da alteracdo de precos de todos os produtos. Por exemplo, no caso de 0 governo resolver aumentar as aliquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) das geladeiras, automaticamente os febricantes repassardo esse aumento para a populacdo. Esse reflexo também pode ocorrer caso a empresa seja autuada em valores significativos por causa de alguma obrigacdo que tenha deixado de ser cumprida em virtude do desconhecimento do profissional envolvido na area contabil Nesse sentido, crescesensivelmentea responsabilidade de todososgestoresde uma empresa, principalmente das dreas de controladoria e contabilidade, pois as empreses € os responséveis que, por desconhecimento, emitirem declaracoes errdneas ou em desacordo com as narmas € a legislacéo vigentes poderdo vir a ser autuados, processados e até condenados em determinados casos de comprovacdo de evasdo fiscal Figura 3 -o PS ELE Ly O intuito deste material € estimular a todos a pesquisar a legislagdo vigente e se inteirar das normas e procedimentos tributarios que as empresas estdo obrigadas a cumprir, procurando informagdes por meio de outras fontes de conhecimentos, em especial a propria legislacdo tributéria, tomando-se 0 devido cuidado quanto a veracidade e ao embasamento legal da informacao obtida. A maioria das empresas de médio e pequeno porte, por sua propria condigdo societaria, ndo tem estrutura suficiente para manter uma equipe preocupada em se especializar na legislacSo tributdria e tampouco investir na capacitagdo de pessoas para atendimento das exigéncias legais. Todo beneficio concedido pelo governo acaba tendo, em contrapartida, a obrigacdo da prestacdo de contas, De forma complexa e burocrética, esses procedimentos acabam desestimulando as empresas numa busca por beeneficiosfiscais, uma vez que se sentem incapazes de cumprir as obrigagdes por no possulrem recursos humanos suficientes para tal. Mas essa posicdo pode ser mudada e nds, profissionais da érea, podemos instruir essas empresas @ buscarem seus direitos e usufruirem dos beneficios que 0 governo concede, objetivando assim uma redugao da carga tributaria A carga tributaria brasileira comecou a ser medida em 1947, quando o percentual apurado foi de 13,8% do PIB. A carga tributaria nada mais é do que a medicio do volume de recursos financeiros que o Estado arrecada na forma de tributos comparado com a geragdo de riquezas em geral.O indice é obtido por meio da divisdo de todas as receitas tributérias pelo valor do PIB, No conceito de carga tributaria estdo inclusos também contribuigdes sociais, intervencao do dominio econdmico e de interesse das categorias profissionais e econémicas, ¢ FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Servico). Segundo estudo oficial realizado pela Receita Federal, temos as sequintes informagdes, conforme visualizado na tabela a seguir: Tabela 1 - Receita tributaria por base de incidéncia - 2005 a 2010 (% do PIB) 18 csseneceo 0 site da Receita Federal publica estudos anuais sobre a carga tributéria O IBPT é uma fonte constante de pesquisa para 0 gestor preocupado com a carga tributaria. > ESTUDOS TRIBUTARIOS. Carga Tributdria no Brasil. n. 21. CTB-2009, 1BPT. Disponivel em: . Acesso em: 2 abr, 2011 > Dados alsponiveis no site: . Acesso em: 6 jan. 2018. stud UT CT Cay A partir da apresentacdo desses dados, pode ser verificado que houve um crescimento constante da carga tributéria, Em relacdo a primeira medic30, 0 aumento foi de 149,42%. No ano de 2004, iniciou-se a arrecadacao da Cofins pelo sistema da ndo cumulatividade, em que a taxa passou de 3% @ 7,6%%, sendo que as empresas optantes pelo lucro real poderia se creditar desse percentual quando da aquisicdo de matéria-prima e servigos utilizados para industrializacdo ou comercializagdo de produtos. Embora o governo insistisse em garantir que a mudanca da aliquota ndo interferiria no aumento da carga tributaria, o IBPT indicou que a arrecadacéo da Cofins em maio de 2004 crescera 23% em relagdo a abril do mesmo ano. Para Amaral (apud PEREIRA et al, [sdj), “esse resultado € a prova inequivoca de que a no cumulatividade da Cofins provoca aumento da carga tributéria e traz danos fortissimos 0 mercado nacional" Ainda segundo o autor, *[.] 0 Ministério da Fazenda se equivocou na andlise de que a mudanca da sistematica da Cofins ndo provocaria aumento da carga tributéria, O resultado demonstra que aquelas afirmacdes nao eram verdadeiras’ 1.3 Finalidade do planejamento tributario 0 planejamento tributério objetiva @ diminuigdo legal da quantidade de dinheiro a ser entregue ao governo. 0s tributos (impostos, taxas e contribuigdes) representam uma grande parcela dos custos das empresas, se nao for a maior delas. Com a globalizacdo da economia, tornou-se questéo de sobrevivéncia empresarial a correta administracdo do énus tributario. Em média, 33% do faturamento empresarial € dirigido a0 pagamento de tributos. Do que corresponde a0 lucro, 34% vao para 0 governo. Mais da metade do valor do somatério dos custos e despesas € representada pelos tributos Assim, torna-se imprescindivel a adocao de um sistema de economia legal. Trés sao as finalidades do planejamento tributério: a) Evitara incidéncia do tributo - para este caso, adotam-se medidas e procedimentos com o fim de evitar a ocorréncia do fato gerador. 0} Reduzir 0 montante do tributo - as providencias para atender este item serdo no sentido de reduzir a base de calculo ou alfquota do tributo, c) Retardar o pagamento do tributo - 0 contribuinte opta por medidas que terdo 0 fim de postergar 6 pagamento do tributo, sem ocorréncia da multa, tudo dentro da legislacdo. 1.4 Condigées necessdrias para o planejamento tributario. Oliveira et al. (2007) estabelecem que qualquer que seja a forma de tributacdo escolhida pela empresa, pode-se verificar que a falta de planejamento estratégico tributério pode deixar a empresa mal-preparada para 0s investimentos futuros, devido a uma possivel insuficigncia de caixa, gerando um desgaste desnecessario de investimentos forcados para cobertura de gastos que mo estavam previstos. Os autores afirmam ainda que, para a correta execucao das tarefas inerentes ao planejamento tributario, precisam ser aplicados todos os conhecimentos sobre a legislacdo do tributo a ser reduzido, para que, a PS ELE Ly partir desses cenzrios, se possa planejar com bastante antecedéncia a melhor alternativa para a empresa executar suas operacdes comerciais, Por fim, dizem que a finalidade principal de um bom planejamento tributério é sem divida, a economia de impostos, sem infringir a legislacdo, tratando-se de um conceito bastante utilizados pelos norte-americanos, denominado tax saving Assim, para alcancar éxito nessas atividades, o gestor precisa, com profundidade, entre outras coisas: # conhecer todas as situacdes em que é possivel o crédito tributério, principalmente com relagéo aos chamados impostos nao cumulativos ~ ICMS e Il; * conhecer todas as situagées em que é possivel o diferimento (postergacSo) dos recolhimentos dos impostos, permitindo melhor gerenciamento do fluxo de caixa; * ser oportuno € aproveitar as lacunas deixades pela legislaco, para tanto ficando atento as mudancas nas normas e aos impactos nos resultados da empresa Em sintese, para se fazer um planejamento tributario adequado, ¢ necessdrio que o gestor tenha conhecimento profundos para lidar com a complexidade da legislacdo brasileira, aproveitando ao maximo os créditos tributarios e as brechas existentes no sistema. 1.5 Distingao entre elisao e evasGo Muitas vezes, nos deparamos com essas duas palavras, que nos trazem duividas quanto ao seu significado. Mas 0 que isso tem a ver com o planejamento tributério? Pois bem, uma palavra é justamente © oposto da outra em termos de legalidade. vamos esclarecer. 1.5.1 Elisdo fiscal Significa a economia tributéria licita, realizada mediante toda e qualquer aco prevista antes da ocorréncia do fato gerador que, sem violara le, evita, reduz ou posterga o imposto. Ea forma legalmente aceita para economia de impostos, porém temos dois tipos de elisdo: a) Decorrente da propria lei No caso da elisdo decorrente da lei, 0 proprio dispositive legal permite ou até mesmo induz a economia de tributos. Existe uma vontade clara e consciente do legislador de dar ao contribuinte determinados beneficios fiscais. Os incentivos fiscais sao exemplos tipicos de elisdo induzida por lei, uma vez que 0s proprios textos legais dao aos seus destinatarios determinados beneficios. E 0 caso, por exemplo, dos incentivos a inovagdo tecnoldgica, conforme a Lei 11.196/2005, que concede incentivos fiscais de IPI, como a reducdo de 50% deste (o IPI incidente sobre equipamentos, maquinas, aparelhos e instrumentos, bem como sobre acess6rios sobressalentes e ferramentas que acompanhem esses bens, destinados pesquisa e a0 desenvolvimento tecnolégico). A partir de 18 UT CT Cay de setembro de 2008, com a conversdo da MP n° 428/2008 na Lei n° 11.774/2008, passou a poder ser utilizada a depreciagao integral, no préprio ano da aquisicao, de maquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos, destinados 4 utilizacdo nas atividades de pesquisa tecnoldgica € desenvolvimento de inovacao tecnolégica, para efeito de apuragdo do IRPJ e também da CSLL (Contribuigao Social sobre 0 Lucro Liquido). b) Que resulta de lacunas e brechas existentes na propria lei Contempla a hipétese por meio da qual o contribuinte opta por configurar seus negocios de tal forma que se harmonizem com um menor dnus tributario, utilizando-se de elementos que a lei nao proibe ou que possibilitem evitar o fato gerador de determinado tributo cam elementos da propria lei. E 0 caso, por exemplo, de uma empresa de servigos que decide mudar sua sede para determinado municipio, visando pagar 0 ISS (Imposto Sobre Servicos} com uma aliquota mais baixa. A lei nao proibe que 0s estabelecimentos escolham o lugar onde exercerdo atividades, pois os contribuintes possuem liberdade de optar por daqueles mais convenientesasi mesmos, se a definigao do local for exclusivamente com objetivos de planejamento fiscal. 1 ).2 Evasao fiscal E toda acdo consciente, esponténea, dolosa ou intencional do contribuinte através de meios ilictos com o intuito de evitar, eliminar, reduzir ou retardar o pagamento do tributo devido, porém no se configurando em hipdtese alguma como planejamento tributério licito. Ou seja, a pessoa opta conscientemente por “driblar” a legistacao de forma a obter vantagens ilicitas. 1.5.3 Diferenga entre sonegagio fiscal ¢ elisio fiscal A fraude ou sonegacdo fiscal € a utilizacdo de praticas que violem e/ou ferem diretamente a lei fiscal ou 0 requlamento fiscal. A fraude € imperdoavel, ou dificilmente perdodvel porque, além de ser flagrante, 0 contribuinte acaba se opondo de forma consciente e intencional & lei No planejamento tributario, nao se tem relacdo alguma com fraude. Os contribuintes tém direito de recorrer aos seus procedimentos preferidos ou mais adequados a sua realidade, autorizados ou nao proibidos pela lei, ainda que, por uma escolha mais adequada de tributacdo, venham a prejudicar o Tesouro. PS ELE Ly Figura 4 1.6 Processo de planejamento tributario Podemos dizer que o planejamento tributario & uma obrigacao dos administradores. Na Lei_n° 6.404/76 - Lei das Sociedades Andnimas esté a obrigatoriedade do planejamento tributario por parte dos administradores de qualquer companhia, considerando a interpretagao do artigo 153, que diz: ( administrador da companhia deve empregar, no exercicio de suas fungoes, © cuidado e a diligéncia que todo homem ativo e probo costuma empregar na administrago dos seus préprios negécios" Portanto, antes de ser um direito, uma faculdade, o Planejamento fiscal é uma obrigatoriedade para todo bom gestor, principalmente neste periado onde a concorréncia esta acirrada, € as empresas esto competindo centavo por centavo, no intuito de obter maior lucratividade (BRASIL, 1976). 0 que vai servir de base para 0 planejamento tributario é a existéncia de dados confiéveis, sendo que a contabilidade é o sistema de registros permanentes das operacoes, é a base desse planejamento. Conforme definigdo de Zanluca (s4), por contabilidade entende-se um conjunto de escrituragao das receitas, custos € despesas, bem como de controle patrimonial (ativos € passivos), representado por diversos livros, entre os quais: a) Livi Diario. 0) Livro (ou fichas) Razao. c) Inventario e Controle de Estoques. ? d) Livro de Apuragéo do Lucro Real (Lalur). e) Apuragao do ICMS, f) Apuracao do IPI 4g) Apuracao do ISS ete. 0 histérico da empresa esta registrado nas escrituragdes e & a fonte de busca para se fazer 0 planejamento tributario. E a partir de todas essas informacdes e sistemas que serdo gerados dados preliminares para andlise tributdria, pois se desejamos reduzir tributos, temios que saber quanto estamos gastando com eles atualmente. 0 planejedor de sucesso, na rea tributaria, iré buscar principalmente as informagdes precisas sobre 0s tributos, bases legais, incidéncia, bases de calculos, aliquotas, classificacao fiscal, prazos de recolhimento, fato gerador, entre outros. Pela analise minuciosa de todas essas informacdes, elabora-se 0 planejamento tributario. Apés a aplicagdo do planejamento pretendido, sua execugdo necessita ser avaliada quanto 20s critérios e objetivos se foram atingidos, se houve realmente economia de impostos. Ai entdo, novamente, precisaremos utilizar dados contabeis para termos evidenciado se o planejamento trouxe reducdo de impostos, quanto, como, se houve custos adicionais ou nao na implantacdo, enfim, precisa ser verificado 9 resultado final do planejamento tributario, se atendeu 0 objetivo e trouxe ganhos e reducao da carga tributéria. Afinal, & esse 0 nosso objetivo principal, ndo &? Figura 8 PS ELE Ly Por esses motivos, o planejamento tributario como ferramenta de gesto é uma programacao que deve ser adotada por todos os tipos de empresas pequenas, médias e grandes, a partir do conhecimento de todos os processos produtivos, das aquisigdes de matéria-prima e insumos, da venda da producao, entre outros, para que, com base nessas informacdes, as estruturas possam passar por mudancas legitimas e eficazes 4 economia e racionalizacdo dos procedimentos fiscais Um exemplo prético de economia de impostos €0 simples fato de se optar por adquirir mercadorias de empresas que apuram o Imposto de Renda com base na sistematica do lucro presumido ¢ luero real, €ndo pelo Simples, tendo em vista os créditos do IPI e ICMS que o adquirente podera tomar. Mas, por qué? Melhor explicando, uma empresa comercial ou industrial, quando adquire mercadorias para revenda ou producao, pode compensar por meio do crédito dos impostos, 0 ICMS, o IPI, ¢, em alguns casos, 0 PIS ea Cofins, dependendo do sistema de tributacdo, que a empresa vendedora destacou na nota fiscal Porém, se ssa empresa vendedora for tributada pelo Simples Nacional, a parcela correspondente 20 ICMS e ao IPI é muito menor. Por exemplo, dentro de Sao Paulo, a aliquota € de 18% para o ICMS, porém, rio caso do Simples, esse percentual pode ser de 1,25%, ou seja, urna perda muito grande no crédito dos impostos. Assim, tal analise deve ser muito bem feita, pois, caso nao se analise o crédito desses impostos, as empresas industiais e comerciais poderdo estar pagando mais caro pela mercadoria. 1.7 A carga tributaria dos paises pa Cooperagdo e Desenvolvimento (OCDE) antes da Organizacdo para a Se formos analisar estaticamente, a carga tributaria do Brasil esta abaixo da média dos paises participantes da Organizacdo para a Cooperagdo e Desenvolvimento Econdmico (OCDE), porém ainda € muito elevade. € importante esclarecer que bens e servigos consumidos e gerados por consumidores e empresdrios tém um percentual entre 46,6% e 32,3% de carga tributdria, uma das mais elevadas do mundo. Conforme publicagdes de 2009 2 2016 da Receita Federal do Brasil relativas & carga tributaria brasileira e analisando apenas 0 ano de 2016, pode-se constatar que o Brasil ocupa 0 23° lugar num rol de 33 pafses da OCDE, ou seja, a carga tributaria em 2016 correspondeu a 32,1% do PIB. Nessa andlise, os paises que se destacam com indices superiores a 40% do PIB s8o: Dinamarca (46,6%), Franca (45,59), Bélgica (44,8%), Finlandia (44,0) Austria (43,5%), Italia (43,3%) Suécia (43,39). Ainda que estes indices sejam bem superiores aos indices do Brasil, 0 que se conclui favoravelmente & que a qualidade dos servicos piblicos desses mesmos paises € também infinitamente superior. 0 mesmo nao podemos falar do Brasil: ha décadas os principais servicos ofertados & populacdo brasileira, principalmente os ligados 4 saiide, educagdo, seguranca e a0 transporte s4o extremamente precarios. Nao vislumbramos em um curto prazo que tais situacdes possam ser revertidas em beneficio da populagao brasileira. $e Todos esses dados poder ser verificados no grafico 1 a seguir, onde sao apresentados os percentuais de carga tributdria dos paises da OCDE de 2015 (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2016). Carga tributaria no Brasil e nos paises da OCDE - 2015 00 100 200 300 400 500 in EE] 16:3 Aan a 45,5 gic LL 44,8 ci EY 44,0 As) a 43,5 (8. 13.3 6 «3 ei I 39,4 Noes LL 36,1 (Hole EEE 37,9 td) 37,1 na I ———— rE i eT] 168 (slovenia LL 36,6 Porta LL 34,5 (3.20 I 33,8 £$¢§ ET 53,5 pa. ET 235 ov 2, ee] 175 Reino Vide Ty 32,5 Rep. Soviqis a 32,3 | Ty 32,1 ot 9 Sol EE 314 QL TT] 30,0 bis TY 29,0 Sie Sa 27,9 Estados Unidos TY 26,4 Coreia do S| IEEE eee eee 25,3 dT 76 ie TY 20,7 Mexican 1 7,4 Figura 6 - Carga tributria no Brasil e em paises da OCDE em 2007 1.8 Impostos federais que impactam diretamente nos resultados Temos impostos, taxas e contribuigdes em diversos ambitos, porém os principais impostos federais cobrados no Brasil que impactam diretamente o resultado das empresa sao 0 IRPJ, a CSL, 0 PIS ea Cofins. _ OVC) 1.8.1 Imposto de Renda Pessoa Juridica AAS pessoas juridicas em geral com fins econdmicos estao sujeitas a0 pagamento do imposto de renda pelo regime de lucro real, presumido, arbitrado ou simples. Qualquer pessoa juridica, por menor que seja, pode optar pela tributagdo com base no lucro real. A tributacéo com base no lucro presumido ou a opcao pelo Simples nem sempre é possivel em razao do montante da receita bruta, atividade ou condi¢do da pessoa juridica Figura 7 0 administrador da empresa deverd escolher o regime de tributagdo menos onerosa em termos de tributos e burocracta e exigéncias fiscais, porém a escolha nao sera possivel quando a pessoa juridica obrigatoriamente for tributada pelo lucro real ‘A tributagdo com base no lucro real pode ser por opcéo ou por obrigacao. As pessoas juridicas néo enquadradas no art. 14 da Lei n° 9.718/98 terdo a possibilidade de optar pela tributagéo com base no lucro presumido. 0 impedimento leva em conta: receita bruta total, tipos de atividades, procedéncia de rendimentos, entre outros. A tributagdo pelo lucro real, seja por opcao ou obrigacao, requer a manutengdo da escrituragdo de livros comerciais¢ fiscais na forma determinada por lei. Néo basta, todavia, simplesmente a manutengéo da escrituragdo na forma das leis comerciais ¢ fiscais se a pessoa juridica nao mantiver a documentacao que embasou a escrituragéo. O art. 47 da Lei n® 8981/95 enumera as hipoteses em que o lucro da pessoa juridica sera arbitrado. 9 UT CT Cay Nem sempre a apcao pelo Simples € mais vantajosa que a tributacéo pelo lucro presumido ou luero real. Nos cdlculos comparativos, devem ser levados em conta o IRPJ, a CSLL, 0 PIS, a Cofins e a contribuicdo para 0 INSS. 2 TIPOS DE SOCIEDADES E ENQUADRAMENTO FISCAL DAS EMPRESAS De acordo com 0 novo Cédigo Civil, as empresas podem ser constituidas como sociedades simples sociedades empresérias. Quanto 4 natureza juridica, elas podem constituir-se em sociedades simples limitada, sociedade empresiria limitada e sociedade anénima. Existem, ainda, as sociedades em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedad em comandita por ages. Estas, em razéo da complexidade e atribuigéo de maior responsabilidade aos seus Socios, estéio em extingdo. Hd também a Sociedade em Conta de Participagdo (SCP) e sua constituigdo nao esta sujeita as formalidades legais prescritas para as demais sociedades, ndo sendo necessirio o registro de seu cantrato social na Junta Comercial. Conforme preceitua 0 Cédigo Civil, geralmente as sociedades em nome coletivo sao constituidas por um prazo determinado, com o objetivo de explorar um projeto especifico. Apds o cumprimento do objetivo, a sociedade se desfaz e a sua formac3o pode ocorrer quando duas ou mais pessoas, pelo menos uma delas sendo comerciante, se reidnem sem firma social, para obter Iucro comum, em uma ou mais operagdes de comércio determinadas, trabalhando um, alguns ou todos em seu nome individual para 0 fim social, em que a associacdo assume o nome de sociedade em conta de participacéo, sendo regulada, a partir do Novo Cédigo Civil, pelos artigos 991 a 996 do referido cédigo (Lei n° 10.406/2002). 2.1 As sociedades simples As sociedades simples sao um tipo societario introduzido pelo Cédigo Civil de 2002, vindo, de certa forma, a substituir a antiga sociedade civil. Com a vigéncia do atual diploma civil, que diminuiu a flexibilidade da sociedade limitada, observou-se uma crescente adogdo da forma tipica de sociedade simples nos pequenos negécios.A sociedade simples, caracterizada como personificada e ndo empresiria, quer dizer que & constituida como uma pessoe juridica, com fins econdmicos, €o termo “no empreséria” identifica que as sociedades simples sdo de carater pessoal, ou seja, existe uma estreita relagao entre a5 atividades desenvolvidas e a especialidade de seus sécios. Nessa condicio esto as sociedades de dentistas, médicos, advogados, engenheiros etc. Os objetivos socials so realizados pelo atrelamento e pela superviséo de seus sécios. E importante ainda mencionar que o surgimento da sociedade simples reduziu 2 flexibilidade quando ela se organizava no antigo concelto de sociedade civil imitada, pois agora a responsabilidade de seus sdcios podem se caracterizar como “responsabilidade ilimitada", ou seja, 05 Socios podem responder ilimitadamente pelo saldo devedor na proporcdo de suas participacoes. 0 registro da sociedade simples € feito no Registro Civil das Pessoas Juridicas. 2.2 As sociedades organizadas como empresarias Esse tipo de sociedade determina que o cardter econdmico ou o abjetivo social € impessoal, ou seja, a5 atividades que sdo desenvolvidas esto apartadas da figura dos seus sécios. A sociedade ria independentemente de seus sécios. Nessa condi PS ELE Ly empresas comerciais, cujos registros constitutivos sdo feitos nas Juntas Comerciais dos seus respectivos estados. 2.3 © enquadramento fiscal das empresas De acordo com os abjetivas sociais, as empresas podem enquadrar-se para fins tributérios em microempresas, empresas de pequeno porte e demais empresas que podem ser tributadas pelo lucro presumido, quando nao obrigadas 8 tributacdo pelo lucro real, e em lucro real por op¢a0 ou quando obrigadas. A partir do que se estabelece na Lei Complementar n° 123, de 14/12/2006, as microempresas € empresas de pequeno porte sera oferecida a possibilidade de adesdo ao regime de tributagdo do Simples Nacional, um regime de tributacdo diferenciado e simplificado cujo inicio de funcionamento se deu a partir de 1 de julho de 2007 (BRASIL, 2006). Por ser uma lei complementar, abrange nao s6 o regime tributdrio diferenciado, estabelecido em Lei € denominado Simples Nacional, bem como todos os aspectos relacionados as licitacdes publicas, relacdes trabalhistas, estimulo ao crédito, & capitalizagio de recursos, 8 inovacdo, entre outros mais. Existe ainda o Comité Gestor do Simples Nacional (CGSN), criado pelo Decreto n° 6.038, de 7 de fevereiro de 2007, ligado ao Ministério da Fazenda, sendo formado por representantes da Unido, dos estados, do Distrito Federal e dos municipios. 2.3.1 Microempresas (ME) E classificada como microempresa, no tocante ao Simples Nacional, a pessoa juridica, ou a ela equiparada, que obtenha, em cada ano-calendario, uma receita bruta igual ou menor que R$ 360.000,00 (a partir de 1 de janeiro de 2012, conforme Lei Complementar n° 139, de 10 de novembro de 2011). 2.3.2 Empresas de Pequeno Porte (EPP) Considera-se EPP, no tocante ao Simples Nacional, o empresdrio ou a pessoa juridica que obtenha, em cada ano-calendario, receita bruta superior a R$ 360.000,00 ¢ igual ou inferior a RS 4,800.000,00 (Redacdo dada pela Lei Complementar 155 de 27 de outubro de 2016 e Resolucao do CGSN ne 135 de 22 de agosto de 2017). 2.3.3 Microempreendedor Individual (MEI) E classificado como MEI o empresario individual que tenha obtido receita bruta, no ano-calendario anterior, no valor de até RS 81,000,00, optante pelo Simples Nacional (Redagdo dada pela Lei Complementar 155 de 27 de outubro de 2016 e Resolucdo do CGSN n° 135 de 22 de agosto de 2017). ? UTC CT Ca 3 SIMPLES NACIONAL Trata-se de um regime tributario diferenciado, simplificado e favorecido, cuja aplicagéo se dé nas microempresas ¢ empresas de pequeno porte a partir de 1 de julho de 2007. A Lei complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006, estabelece normas ¢ procedimentos gerais relativossmicroempresas e 4s empresas de pequeno porte no dmbito dos poderes da Unido, dos estados, do Distrito Federal e dos municipios (BRASIL, 2006), onde abrange néo apenaso regime tributario diferenciado (Simples Nacional), como também as outros aspectos relacionados as licitacdes publicas, as relagdes de trabalho, ao estimulo ao crédito, & capitalizacao e & inovacéo, ao acesso 4 justica ete. E de competéncia do CGSN, instituido pelo Decreto n° 6.038, de 07/02/2007, regulamentar o Simples Nacional (BRASIL, 2007). 0 CGSN, ligado a0 Ministério da Fazenda, trata dos aspectos tributarios do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar n° 123, de 14/12/2006] e compde-se de representantes da Unido, dos estados, do Distrito Federal e dos municipios (BRASIL, 2006). a... ALC 123/06 teve recente atualizacdo por meio da Lei Complementar n° 155/16, de 27 de outubro de 2016, em que foram modificados 0s limites de tributacdo e enquadramento. 3.1 Opedo pelo Simples Nacional Como poderemas fazer essa opcdo? Ela s6 poderd ser feita, pela internet, no portal do Simples Nacional, nao podendo ser anulada para todo o ano-calendario e somente no més de janeiro, até o seu Ultimo dia Util, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendario da opcao. 3.2 Pessoas juridicas excluidas da opcao Nao so todas as empresas que podem optar pelo Simples Nacional, existem restrgdes. Para iss, veja a seguir quais pessoas juridicas ndio podem opt, de acordo com 0 $4», artigo 3°, da LC n’ 123/06 (BRASIL, 2006}: © como microempresa quando a receita bruta no ano calendario anterior for superior a R$ 360.000,00; © como EPP que tenha auferido, no ano-calendério imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 4.800.000,00; ALCn® 123/06 também relaciona as vedacoes ao Simples Nacional, conforme preceitua a lei (BRASIL, 2006): empresas que tenham pessoas juridicas em sua composicdo do capital social; empresas que sejam filiais, sucurseis, agéncias ou representacdo no pais de pessoa juridica cuja sede € no exterior; empresas que tenham como sécio pessoa fisica que participe de outra empresa que nao esteja tributada com base nos termos da LC n° 123/06, desde que a receita ultrapasse o limite de RS 4.800,000,00; empresa cujo PS ELE Ly sécio ou titular participe com mais de 10% do capital social de outra empresa nao beneficiada pela LC 1 123/06, desde que a receita bruta seja superior a RS 4.800,000,00; empresa constituida com atividade de cooperativas, exceto as de consumo. Sao igualmente vedadas as atividades de banco comercial, investimentos € de desenvolvimento, caixas econdmicas, sociedades de crédito em geral, distribuidoras de titulos e valores mobilirios, empresas de arrendamento mercantil, entre outros relacionadas rea financeira; empresas resultantes de cisdo que tenha ocorrido em um periodo anterior de até cinco anos; sociedades por agdes que explore atividades de gerenciamento de ativos, assessoria de créditos, asset management e factoring; empresas que tenham socios residentes no exterior, que tenha participacdo de entidade da administracdo publica direta ou indireta e em todas as esferas; pessoas juridicas com debitos junto ao INSS ou com as Fazendas Piblicas Federal, Estadual ou Municipal; prestadoras de servigos de transporte intermunicipal ou interestadual de passageiros. Ainda so vedadas as empresas de geracdo, transmissd0 ou comercializagao de energia elétrica, importadoras e fabricantes de automéveis e motocicletas; importadoras de combustivels; que explorem a venda ou fabricaco de cigarros,cigarrilhas, charutos etc.; empresas de bebidas alcodlicas, refrigerants, inclusive 4guas saborizadas gaseificadas, cervejas sem élcool ete. Nao poderdo optar pelo Simples Nacional as ME e as EPP que, embora exercam diversas atividades permitidas, também exercam pelo menos uma atividade vedada, independentemente da relevancia da atividade impeditiva. 3.3 Pessoas juridicas que podem optar pelo Simples Pode optar pelo Simples Nacional a firma individual ou sociedad que nao se enquadre em nenhuma das vedagdes da LC 123 de 2006 elencados no item anterior. 05 1°. do art. 17 da LC n° 123, de 2006, expressamente permite optar pelo SIMPLES Nacional as empresas que tenham por atividades (BRASIL, 2006): creches, pré-escolas, estabelecimentos de ensino fundamental, técnicas, profissionais e de ensino médio escolas de linguas estrangeiras, escolas de artes, técnicas de pilotagem, preparatério para concursos, gerenciais e escolas livres; agéncias de correios que sejam terceirizadas, agéncias de viagens e turismo; centro de formacao de condutores; transporte municipal de passageiros; agéncias lotericas; instalacSo, repero € manutencdo em geral, bem como usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais. Também sto permitidas as empresas de constructo de iméveis € obras de engenharia em gerel, inclusive sob a forma de subempreitadas, projetos e servicos de paisagismo bem como decoragdo de interiores; montadoras de estandes para feiras; producdo cultural, cinematogeafica e de artes cénicas; empresas de administracdo € locacao de iméveis de terceiros; academias de dancas, capoeira, ioga, artes marciais; de atividades fisicas, desportivas, de natacdo; elaboracdo de programas de computadores € jogos eletrdnicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante. eS UTC CT Ca Ainda esto inclusos servigos de vigilancia, de limpeza e de conservacao; escritérios de contabilidade; laboratérios em geral; tomografias e diagndsticos médicos por imagem, incluindo ressonancia magnética e servicos de préteses em geral (BRASIL, 2006) 3.4 Abrangéncia dos impostos No Simples Nacional, diversos impostos so abrangidos e recolhidos por meio de um unico documento, denominado DAS (Documento de Arrecadacdo do Simples). A lista é bastante extensa, porém destacamos os principais (BRASIL, 2006): © IRPI; ee IPI para as empresas industriais ou equiparadas; Cofins; PIS/Pasep, sendo que, na importacao, os impostos e contribuicdes serdo devidas; Contribuigao Patronal Previdencidria (CPP) para a Seguridade Social, de responsabilidade da pessoa juridica, exceto quando a ME ou EPP desempenhar as atividades relacionadas no § 5-C do art. 18, da LC, entre elas a construcdo de iméveis e obras de engenlharia em geral; academias de danca; atividades fisicas; elaboraco de jogos e programas de computadores quando desenvolvido no estabelecimento da empresa optante; laboratérios de andlises; empresas montadoras de estandes de Feiras, servigos de diagnésticos médicos por imagem, bem como ressonancia magnética; © ICMS (Imposto sobre Circulagdo de Mercadorias e Servicos); eee Nao so abrangidos pelo Simples Nacional e, portanto, deverdo ser recolhidos em conformidade com as demais empresas (BRASIL, 2006): © I0F (Imposto sobre Operagées Financeiras); Il (Imposto de Importacao); ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural); Imposto de Renda sobre os ganhos de capital auferidos na alienagdo de bens do ativo permanente; FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Servico); _ * Contribuicdo para manutencao da Seguridade Social (INSS), relativamente ao trabalhador, entre outros. q Saiba mais AA relagdo completa dos impostos abrangidos ¢ no abrangidos pelo Simples Nacional encontra-se descrita na Lei complementar n° 123, de 2006 e pode ser acessada pelo site do Palacio do Planalto, no endereco: . 3.5 Aliquotas aplicaveis Desde 2006, quando foi criado 0 Simples Nacional, até 2017, as aliquotas eram fixas por faixas de faturamento e enquadramento das atividades em comércio, industria e servigos. A partir do exercicio de 2018, hd uma mudanca substancial na fornta de obtencao das aliquotas para cada faixa de enquadramento, ou seja, comércio, indiistria e servigos. As aliquotas agora so progressivas € com desconto fixo; sua obtencéo leva em consideragdo a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao periodo de apuracéo. A titulo de esclarecimento ou exemplificagdo, leva-se em conta a atividade de comércio, cujo faturamento dos 12 meses anteriores ao periodo de apuraco € igual a RS 500.000,00, e o periodo de apuracao ou faturamento do més de janeiro é igual a R$ 20.000,00. Célculo até 2017 Para um faturamento acumulado dos diltimos 12 meses de R$ 500.000,00, a aliquota aplicével sobre 0 faturamento no més de R$ 20,000.00 era de 6,84%, e valor do imposto a recolher de R$ 1.36800. Céleulo obtido conforme Anexo | - Comércio. Tabelas do Simples Nacional validas até 31/12/2017 Tabela 2 - Anexo | - Partilha do Simples Nacional Comércio (de 01/01/2012 a 31/12/2017) Tabela 3 - Calculo a partir de 2018 (Aliquotas - Comércio) Valores a serem considerados: Receita bruta nos 12 meses anteriores ao periodo de apuracdo de R$ 500,000,00 ¢ cuja receita do més de R$ 20,000,00: © Aliquota nominal (3° faixa) de 9,50%. © Parcela a deduzir de R$ 13.860,00. Calculo dos valores: © R$ 500.000 x 9,50% % = R$ 47.500,00 (-] menos 2 parcela a deduzir de RS 13.860,00 = R$ 33.640,00. © Aliquota efetiva = R$ 33.640,00 / R$ 500,000.00 = 6,73%. © Aplicado sobre a Receita de laneiro = R$ 20.000 x 6,73 % = R$ 1.346,00. A nova sistematica de célculo exige muita atengdo para as atividades de servigos que esto estabelecidas nas tabelas ou Anexos Ill, IV e V, observando os diversos tipos de servicos. Por exemplo, uma empresa de servico de Fisioterapia, que & tributada pelo Anexo V € cujo anexo possui uma carga tributaria elevada, poderd valer-se da Tabela ou Anexo Iil com uma tributagao menor, desde que o fator *r" que @ relacdo da folha de pagamento acumulada dos 12 meses anteriores 20 periodo de apuracdo € o Faturamento Bruto acumulado dos 12 meses anteriores 20 periodo de apuraco sejam iguais ou superiores a 28%. 0 objetivo do governo ¢ privilegiar com aliquotas menores as empresas que tém um maior numero de funciondrios registrados. Para melhor entendimento, vejamos Empresa A - Fisioterapia © Faturamento Bruto dos 12 meses anteriores ao periodo de apurago igual a RS 400,000.00. © Folha de Salérios Acumulada dos 12 mesesanteriores ao periodo de apuracdo igual a R$ 100.000,00. © Periodo de apuragao ou Faturamento de janeiro/2018 = R$ 25.000,00. © Razao entre a Folha de Salarios e Faturamento Bruto: R$ 100.000,00/400.000,00 = 25% 9 Enquadramento: Anexo V Tabela 4 - Aliquotas e Partilha do Simples Nacional ~ Receitas decorrentes da prestacao de servicos relacionados no § 5°-1 do art. 18 da LC 123/2016 Valores a serem considerados: Receita Bruta nos 12 meses anteriores ao periodo de apuracdo de R$ 400.000,00 e cuja receita do més de janeiro é de R$ 25.000,00: © Aliquota nominal (3° faixa) de 19,50 % (Anexo VI} © Parcela a deduzir de R$ 9.900,00. Calculo dos valores: ‘© R$ 400.000 x 19,50% 9b = R$ 78,000,00 (-] menos a parcela a deduzir de R$ 9:900,00 = RS 68.100,00. © Aliquota efetiva = R$ 68.100,00 / R$ 400.000,00 = 17,03%. © Aplicado sobre a Receita de Janeiro = R$ 25.000 x 17,03 % = R$ 4.257,50. Empresa B - Fisioterapia © Faturamento Bruto dos 12 meses anteriores 20 periodo de apuracdo igual a RS 400,000.00. * Folha de Salérios Acumulada dos 12 meses anteriores ao periodo de apuracdo igual a R$ 115.000,00. © Periodo de apuragéo ou Faturamento de Janeiro/2018 = R$ 25.000,00. © Razio entre a Folha de Salarios e Faturamento Bruto: R$ 115.000,00/400.000,00 = 28,75%. Enquadramento: Anexo III Tabela 5 - Aliquotas - Receitas de locacao de bens méveis e de prestacao de servigos nao relacionados no § 5°-C do art. 18 da LC 123/2016 COI Valores a serem considerados: © Receita Bruta nos 12 meses anteriores ao periodo de apuractio de R$ 400.000,00 e cuja receita do més de janeiro de R$ 25,000.00. © Aliquota nominal (3° faixa) de 13,50 % (Anexo V). © Parcela a deduzir de R$ 17.640,00. Célculo dos valores: © R$ 400.000 x 13,50% % = R$ 54. 000,00 (-) menos a parcela a deduzir de R$ 17.640,00 = R$ 36.360,00 09 % © Aliquota efetiva = R$ 36.360,00 / R$ 400.000,00 © Aplicado sobre a Receita de Janeiro = R$ 25,000 x 9,09 % = R$ 2.272,50 Concluindo, a empresa cuja razdo entre a folha de salérios € faturamento dos 12 meses anteriores ao periodo de apuracéo € igual ou superior a 28% tem uma tributacdo favorecida, conforme exemplo acima citado. 3.5.1 Determinagao das aliquotas A determinacao das aliquotas ou percentuais aplicdveis sobre a receita bruta mensal a ser tributada no Simples Nacional € feita tendo como base as tabelas progressivas por ramo de atividades contidas nos Anexos de | a V, a seguir (BRASIL, 2017): Tabela 6 ~ Anexo | da Resolugdo CGSN n° 94, de 2011. (art. 25-A, § 1%, inciso I) (vigencia: 01/01/2018) Aliquotas € Partilha do Simples Nacional - Comércio ena OVC) Tabela 7 - Anexo Il da Resolugao CGSN n° 94, de 2011, (art. 25- (vigéncia: 01/01/2018) Aliquotas e Partilha do Simples Nacional - Industria 1 Faixa Ate 180,000,009 4.50% : 2+ Faixa De 180000001 2 360.000,00 780% 5940.00 3 Faixa De 360,000.01 2 720.000,00 10.00% 13,860.00 4 faire De 720.0000 1.800.000,00 120% 2250000 5 Faixa De 1.800.000001 a 3.600.000,00 147% 8550000 6 Faixa De 3.600.000001 a 4.800000,00 30.00% 72000000 Tabela 8 - Anexo Ill Aliquotas - Receitas de locagao de bens méveis e de prestacao de servicos nao relacionados no § 5°-C do art. 18 da LC 123/2016 PSS en) CUT) ACT Vela ‘in 1 Faixa ‘Ate 180.000,00 5 2:Foixa De 180.000001 2 360.000,00 120% 9.36000 3° Faixa De 360,000,01 2 720.000,00 13,50% 17.640,00, faire De 720,000001 2 1.800.000,00 1600 35,640.00 5° Falxa De 1.800.000001 a 2.690.000,00 21,00" 125.640,00 6 Faixa De 3,600.000001 a 4.800.000,00 33,008 648.0000 Servicos abrangidos pelo Anexo Ill (BRASIL, 2008) {8 5°-B Sem prejuizo do disposto no § 1° do art. 17 desta Lei Complementar 123) § 5¢-B Sem prejuizo do disposto no$ 1* do art. 17 desta Lei Complementar, serdo tributadas na forma do Anexo Il desta Lei Complementar as seguintes atividades de prestacdo de servigos 1- creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas t€cnicas, profissionais e de ensino médio, de linguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatérios para concursos, gerenciais € escolas livres, exceto as previstas nos incisos Il Ill do § §°-D deste artigo; 2- agencia terceirizada de correios; 3 agéncia de viagem e turismo; 4- centro de formacdo de condutores de veiculos automatores de transporte terrestre de passageiros e de carga: ——rrvrrvsr $9 - 5 - agéncia loterica; 6 - servigos de instalagdo, de reparos e de manutengao em geral, bem como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais; 7 - transporte municipal de passageiros; 8 - escritorios de servicas contabeis, observado 0 disposto nos §§ 22-B € 22-C deste artigo. 9- produgdes cinematagraficas, audiovisuais, artisticas ¢ culturais, sua exibigdo ou apresentagdo, inclusive no caso de musica, literatura, artes cénicas, artes visuais, cinematograficas e audiovisuais, 10- fisioterapia; ‘11- corretagem de seguros. 12- arquitetura e urbanismo 13 - medicina, inclusive laboratorial,e enfermagem; 14- odontologia e protese dentaria; 15 ~ psicologia, psicandlise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoauiologia, clinicas de nutricdo e de vacinacdo e bancos de leite, § 5°-D. Sem prejuizo do disposto no § 1° do art. 17 desta Lei Complementar, as sequintes atividades de prestacdo de servigos serdo tributadas na forma do Anexo Il desta Lei Complementar: (Redacdo dada pela Lei Complementar ne 155, de 2016) 16 - administragdo e locacdo de imoveis de terceiros 17 - acadlemias de danca, de capoeira, de ioga e de artes marciais; 18 academias de atividadesfsicas, desportivas, de natagdo e escola de esportes; 19- elaboracao de programas de computadores, inclusive jogos eletronicos, deste que desenvolvidos em estabelecimento do optante; 20- licenciamento ou cessdo de dieito de uso de programas de computagéo; oO PS ELE Ly 21 - planejamento, confeccéo, manutencéo e atualizacdo de paginas eletrénicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; 22- empresas montadoras de estandes para feiras; 23 - laboratérios de andlises clinicas ou de patologia clinica; 24 - servigos de tomografia, diagndsticos médicos por imagem, registros agrafieos e métodos éticos, bem como ressonancia magnética; 25 - servigos de prétese em geral (BRASIL, 2008). 0s servigos acima mencionados, como: fisioterapia; arquitetura e urbanismo; medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem; odontologia € protese dentaria; —psicologia, psicandlise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clinicas de nutrigao e de vacinacdo e bancos de leite; administracao € locacdo de iméveis de terceiros, academias de danca, de capoeira, de ioga e de artes, marciais; academias de atividades fisicas, desportivas, de natagdo e escolas de esportes; elaboracdo de programas de computadores, inclusive jogos eletrénicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; planejamento, confeccdo, manutencdo € atualizacdo de paginas eletrénicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; empresas montadoras de estandes para feiras; laboratorios de andlises clinicas ou de patologia clinica; servigos de tomografia, diagndsticos médicos por imagem, registros graficos e métodos dticos, bem como ressondncia magnética; estdo sujeitos ao fator *r’, que representa o resultado da divisdo da massa salarial pelo faturamento nos ltimos 12 meses. Quando for igual ou superior a 28%, a tributacdo seré na forma do Anexo Ill da Lei Complementar 123/2006. Importante observar que, quando 0 fator "r" for inferior a 289, a tributacSo serd realizada pelo ‘Anexo V. Tabela 9 - Anexo IV - Aliquotas - Receitas decorrentes da prestagao de servicos relacionados no § 5°-C do art. 18 da LC 123/2016 Servigos abrangidos pelo Anexo IV: §5°-C Sem prejuizo do disposto no § 1° do art. 17 desta Lei Complementar, asatividades de prestacéo de servigos seguintes sero tributadas na forma TT or__—_w—rwro-

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