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Prefeitura Municipal de Angra dos Reis

Secretaria de Meio Ambiente de Desenvolvimento Urbano

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS


SÓLIDOS – PGARS DA ILHA GRANDE

01 de Dezembro de 2006
Prefeitura Municipal de Angra dos Reis
Secretaria de Meio Ambiente de Desenvolvimento Urbano

ÍNDICE

Pág.
1. APRESENTAÇÃO 4

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS 5

2.1 Aspectos Físicos e Bióticos 5


2.2 Aspectos Sócio-Econômicos 8

3. HISTÓRICO DAS AÇÕES EMPREENDIDAS COM


RESÍDUOS SÓLIDOS NA ILHA GRANDE 10

4. SITUAÇÃO ATUAL DO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


NA ILHA GRANDE 14

5. PREMISSAS DO PLANO PROPOSTO 21

5.1 Bases Jurídicas e Legais 21


5.2 População Fixa e Flutuante 30
5.3 Sistema e Fluxo de Coleta 32
5.4 Objetivos e Metas 32
5.4.1 Objetivos do PGARS 33
5.4.2 Metas Gerais do PGARS 33
5.4.3 Metas de Curto e Médio Prazo 33
5.4.2 Metas de Longo Prazo 34

6. O PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS 35

6.1 Fundamentos 35
6.2 Principais Atores e Responsabilidades Institucionais 35
6.3. Sistema Proposto de Coleta Seletiva 35
6.3.1 Residências e pequenos comércios 38
6.3.2 Pousadas e restaurantes 38
6.3.3 Caminhos e trilhas 38
6.3.4 Embarcações 38
6.3.5 Resíduos Públicos 38
6.3.6 Resíduos de Serviços de Saúde 39

6.4 Manejo dos Resíduos por Localidades 39

6.4.1 Manejo dos Resíduos das ilhas e praias de difícil acesso 39


6.4.2 Manejo dos Resíduos das localidades atendidas menos Abraão 39
6.4.3 Manejo de Resíduos em Abraão 40

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7. GERENCIAMENTO E CONTROLE 41

8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL 42

9. PARCERIAS 48

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1. APRESENTAÇÃO

O presente documento constitui-se na proposta da Prefeitura do


Município de Angra dos Reis, por meio da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Urbano, para reformulação do Plano de
Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos Urbanos elaborado em
atendimento ao Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental,
denominado TAC da Ilha Grande, referente à Cláusula Segunda, - Das
Obrigações entre as Partes, item 2.1 do Município de Angra dos Reis,
subitem 2.1.2 – com relação à ação de coleta, tratamento e destinação
final do lixo produzido, 2.1.2.1 Plano de Gestão de Resíduos Sólidos da
Ilha Grande.

O TAC da Ilha Grande é instrumento jurídico celebrado entre o Ministério


do Meio Ambiente, o Ministério Público Federal, o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Estado do Rio de
Janeiro, o Ministério Público Estadual, a Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente, o Instituto Estadual de Florestas, a
Universidade do Estado do Rio de Janeiro e o Município de Angra dos
Reis, em 20 de janeiro de 2002, visando a melhoria e a solução de várias
questões ambientais referentes ao espaço geográfico da ilha.

Com base nessa proposta, a presente reformulação do Plano de Gestão


Ambiental de Resíduos Sólidos – PGARS da Ilha Grande, feita para
atender a exigências do Instituto Estadual de Florestas – IEF, será
submetido novamente à apreciação da Fundação Estadual de Engenharia
do Meio Ambiente – FEEMA, de maneira que em sendo reexaminado e
aprovado, possa então ser imediatamente implementado com base nas
premissas e propostas aqui consubstanciadas.

O PGARS da Ilha Grande é composto dos seguintes capítulos:

1. Apresentação
2. Considerações Gerais
3. Histórico das ações empreendidas com resíduos sólidos na Ilha
Grande
4. Situação Atual do Manejo de Resíduos Sólidos
5. Premissas do Plano Proposto
6. O Plano de Gestão de Resíduos
7. Gerenciamento e Controle
8. Educação Ambiental
9. Parcerias

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2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

2.1 Aspectos Físicos e Bióticos

Localização

A Ilha Grande fica localizada no 3º Distrito do Município de Angra dos


Reis, entre as latitudes 23º 05' S e 23º 14' e as latitudes 44º 05' e 44º
23' W. Sua sede distrital é a Vila do Abraão. Possui uma superfície de
aproximadamente 193 km2, com perímetro de cerca de 130 km, sendo o
menor perímetro de contorno para navegação de 72 km. Seu maior
comprimento se estende por 29,3 km e a maior largura é de 14,3 km. O
ponto mais próximo do continente dista 3 km. A ilha possui um contorno
bastante acidentado com 34 pontas, 7 enseadas e 106 praias.

Clima

A região da Ilha Grande apresenta clima tropical quente e úmido sem


secas. Sendo uma Ilha oceânica, tem influência marinha acentuada no
clima local. A temperatura do ar varia entre 15ºC - 30ºC , temperatura
média da água de 18ºC - 24ºC, dias de sol por ano de 180 a 200.

De acordo com a Estação Meteorológica de Angra dos Reis – INMET ,


tem-se uma temperatura média anual de 22,5oC, sendo fevereiro o mês
mais quente, com 25,7oC de média, e julho, o mais frio, com 19,6oC de
média. A precipitação média anual gira em torno de 2.242 mm, sendo
janeiro o mês mais chuvoso 293 mm e julho, o menos chuvoso, com 87
mm.

Relevo

A ilha possui topografia bastante montanhosa com a presença de vários


picos, sendo os de maior altitude o pico da Pedra D’água, com 1.031 m,
e o pico do Papagaio com 982 m. O relevo predominante é de dissecação
extremamente fortes e muito fortes, constituídos de cristais de topos
aguçados, morros, pontões e escarpas. Planícies e terraços fluviais,
flúvio-marinhos ocorrem em seu entorno.

Hidrografia

A ilha possui vários cursos d'água, alguns são torrenciais, constituídos de


saltos e cachoeiras, que nascem pelas vertentes das serras existentes na
ilha, caminhando em direções diversas, de acordo com a face das serras
onde nascem. Ocorre ainda a formação de algumas lagoas nas partes

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mais baixas e planas, particularmente na face sul, na Reserva Biológica


da Praia do Sul.

Geologia

A ilha se situa nos domínios da suíte intrusiva da Serra dos Órgãos, de


idade proteozóica superior (420 a 500 milhões de anos), constituídas por
rochas de natureza sintectônica representada por granitóides. Pertence
ao mesmo grupo geológico do morro do Pão de Açúcar, Pedra da Gávea
e morro do Sumaré.

O solo da Ilha Grande é em sua maioria Cambissolo Alítico, com textura


variando de argilosa a média. Fase rochosa e não rochosa, relevo
montanhoso escarpado, associado à latossolo vermelho-amarelo alítico A
de moderado a proeminente.

Unidades de Conservação

Estão localizados na ilha o Parque Estadual da Ilha Grande, criado em


1971, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, criado em 1981, e o
Parque Estadual Marinho do Aventureiro, criado em 1990. As unidades
de conservação são administradas pelo Instituto Estadual de Florestas –
IEF, o mapa a seguir mostra a localização da UC's na ilha.

Além da legislação estadual específica referente a cada unidade de


conservação, as mesmas estão sujeitas à legislação federal e estadual,
constituindo-se num emaranhado jurídico que impõe inúmeras regras
dificultando a gestão do conjunto. Há conflito e superposição de
competências o que dificulta em demasia a gestão ambiental da ilha, o
que acarreta em um órgão interferir nas decisões de outro ou se eximir
de agir.

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Unidades de Conservação da Natureza na Ilha Grande

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2.2 Aspectos Sócio-Econômicos

História e ocupação

Originalmente a Ilha Grande foi habitada por índios que deram seu
atual nome “ipaum” (ilha) e “guaçu” (grande), bem como as rotas das
trilhas existentes até hoje, por onde percorriam todas as praias e
enseadas. Foi descoberta em 1502 pelo navegador André Gonçalves
dano início ao processo de colonização onde figuraram interesses de
índios rivais entre si, portugueses, franceses, holandeses e ingleses.

Em 1531, foi fundada a Confederação dos Tamoios que dá nome da


Área de Proteção Ambiental, criada no século XX. O processo de
povoamento se deu com a instalação de uma fazenda, a construção de
uma casa de refúgio, do leprosário e de senzalas clandestinas
(CYPRIANO, 2001).

A cultura canavieira e do café impôs grande devastação das matas


originais pela derrubada e pela queima (PÁDUA, 2000), no entanto
essas culturas sucumbiram à inevitável competitividade com localidades
mais produtivas e esgotamento do solo local, proporcionando a
recomposição da cobertura vegetal original existente.

Em diferentes períodos a Ilha Grande foi usada como presídio para


abrigar presos políticos, época em que a economia local girava em torno
de indústrias de salga de peixes, utilizando mão-de-obra de imigrantes
japoneses e tecnologia grega, hoje desativadas (BRITO, 2002).

Com a construção na década de 70 da rodovia Rio-Santos, e a


desativação do presídio em 1994, intensificaram-se a especulação
imobiliária com a criação de loteamentos e empreendimentos turísticos.

Turismo e lazer

Considerada a maior atração de Angra dos Reis, a Ilha Grande com seu
relevo montanhoso e florestas que contrastam com a beleza de sua
costa, exibem aos turistas praias, cachoeiras, riachos e uma vegetação
exuberante. Um dos pontos principais da ilha é a Vila do Abraão, onde
se concentra o maior núcleo populacional, contando com hotéis,
pousadas, camping e restaurantes. Do Abraão saem diariamente
saveiros para passeios em diversos pontos da ilha, onde se descobrem
locais extremamente belos. Toda a ilha é cortada por trilhas que ligam
vilas e praias, se tornando uma ótima opção para adeptos ao trekking.

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Pesca

A pesca é uma atividade econômica que ocupa grande parte da


população da ilha. Os principais núcleos pesqueiros são: Provetá, Praia
Vermelha, Praia Longa e Praia do Aventureiro. Exceto em Abraão e
algumas praias com residências particulares, a maioria dos moradores
que formam as comunidades da ilha são pescadores.

Historicamente se relata que na década de 30, iniciou-se o processo de


salga de peixe para comercialização, atividade liderada por imigrantes
japoneses, muito embora, haja registros que a introdução do processo
de industrialização de pescado tenha sido feita também por imigrantes
gregos. Até a década de 70 existiam na ilha cerca de 10 fábricas de
salga de peixe, sardinhas prensadas e em lata. Foi a partir dessa época
que se iniciou seu declínio econômico, com o fechamento das unidades
industriais. Várias das antigas fábricas foram transformadas em
pousadas.

Atualmente a pesca vem passando por um período de declínio na sua


produção, ocasionado pela presença de pesca predatória por barcos de
arrasto, que nada deixam escapar das redes, além de dificuldades na
comercialização do produto pescado.

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3. HISTÓRICO DAS AÇÕES EMPREENDIDAS COM RESÍDUOS


SÓLIDOS NA ILHA GRANDE

Até o início do século XX, pela sua quantidade e qualidade, os resíduos


gerados pelas atividades humanas na Ilha Grande não constituíram
dano aos ecossistemas locais.

No século XX, com a instalação do Instituto Penal Candido Mendes, das


fábricas de salga e conserva de pescado, o incremento do turismo – a
partir da década de 70 – e o natural aumento da população
intensificaram a entrada de bens de consumo na ilha (alimentos,
embalagens, etc.).

Espremidas entre o mar e a montanha, as comunidades da Ilha Grande


chegaram ao ano de 1990 despejando os resíduos sólidos gerados em
grotas, encostas, costões, manguezais e mesmo atrás de prédios
públicos como escolas.

Em 1990, grande parte do lixo coletado pela Prefeitura na Vila do


Abraão era despejada no mangue localizado entre a Rua Getúlio Vargas
e a praia. Naquele ano a Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente - FEEMA determinou a limpeza do manguezal, o fim do
despejo e o transporte do lixo para o continente.

Neste mesmo ano a Prefeitura Municipal de Angra dos Reis - PMAR


organizou a coleta dos resíduos gerados na ilha, passando a transportar
para o continente os resíduos inorgânicos. Os orgânicos eram
queimados e enterrados pelos funcionários da coleta em locais definidos
para separação, queima e enterramento em cada comunidade.

Como nas outras praias, moradores locais foram contratados via


empreiteira para os mesmos serviços. Era uma equipe grande e o local
de separação, queima e enterramento era uma área dominada por
capim sapê próxima ao aqueduto do Lazareto, cedida precariamente
pelo então diretor do Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG). Esta área
se tornou o centro de uma polêmica entre a Prefeitura e o Instituto
Estadual de Florestas - IEF até o ano de 2001, quando a Prefeitura
passou a embarcar todos os resíduos indiscriminadamente para o
continente.

Entre 1993 e 1999 a PMAR manteve o Programa de Troca de Lixo, que


contou com grande participação das comunidades das ilhas, criando-se
entre as casas das pessoas e o barco do lixo um fluxo direto de grande
volume de inorgânicos recicláveis. A partir da demolição do Instituto
Penal, em 1994, as atividades turísticas cresceram consideravelmente,

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principalmente devido à implantação de inúmeras pousadas e camping.


A geração de resíduos acompanhou esse crescimento obrigando a
Prefeitura a intensificar a freqüência das viagens do barco de coleta.

Em 2001 a Prefeitura passou a embarcar todos os resíduos


indiscriminadamente para o continente. A coleta passou a ser feita por
funcionários de empresa terceirizada contratada pela PMAR. Na Vila do
Abraão, até o início de 2005, a coleta era feita por funcionários que
residiam no continente e diariamente se deslocavam para a Vila,
limitando o trabalho de coleta ao tempo entre a atracação e a partida
do barco. Dessa forma o sistema apresentava sérias e graves
deficiências.

De 2001 até março de 2005 a coleta era feita por 10 funcionários da


empresa terceirizada, moradores do continente, que diariamente se
deslocavam entre o continente e a Vila do Abraão para realizar a coleta,
o embarque e o desembarque de lixo.

Esta situação pôs fim ao despejo de lixo dentro do Parque Estadual da


Ilha Grande - PEIG, mas apresentava alguns problemas: os funcionários
locais ficaram desempregados; os serviços estavam limitados pelo
tempo de viagem do barco; os animais tinham mais tempo de revirar e
rasgar os sacos; e havia sacos deixados para trás e ensacamentos
feitos no momento de coleta. Tudo isso gerava atraso, ineficiência e
condições pouco higiênicas de embarque, feito no mesmo cais e às
vezes próximo à hora de movimento da barca de passageiros.

Atuando desde abril de 2005, o Grupo Gestor propôs soluções para a


coleta comum: a contratação de moradores da própria ilha e a
aquisição de melhores equipamentos. Com essas duas medidas a coleta
ganhou tempo e capacidade de carga, aumentou sensivelmente a
eficiência e reduziu o tempo de permanência do barco na Vila do
Abraão.

O Termo de Ajustamento de Conduta - TAC da Ilha Grande

O TAC da Ilha Grande foi assinado, em 20 de janeiro de 2002, entre o


Ministério Público Federal e Estadual e diversos órgãos públicos,
inclusive, o Município de Angra dos Reis, para tratar de questões
ambientais, basicamente o saneamento das áreas com concentração
populacional; a coleta, o tratamento e a destinação final dos resíduos
sólidos produzidos; a remoção ou aproveitamento dos escombros do
antigo presídio; ordenação da ocupação dos imóveis do Estado sob
administração da UERJ e da PMAR; elaboração do Plano de Gestão

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Ambiental; e recuperação da área degradada pelos depósitos de lixo


existentes.

Com relação aos resíduos sólidos, o TAC determina a necessidade com


o cuidado inerente ao acondicionamento, coleta, transporte, tratamento
e disposição final dos resíduos sólidos para que estes não causem
malefícios, a existência de depósitos de lixo em situação irregular na
Ilha Grande, e o não cumprimento de dispositivos legais o que
provocava poluição e risco ao meio ambiente e a saúde.

O TAC prevê ainda a implementação de processo continuado de


sensibilização da população visando a redução de resíduos, estabelece
regras relativas à coleta, à coleta seletiva e manejo, e discorre sobre a
necessidade de garantir à sustentabilidade ambiental e econômica dos
sistemas a serem implantados.
Com relação ao antigo depósito de resíduos da ilha, a Prefeitura
Municipal de Angra dos Reis está realizando licitação para contratação
de empresa para realizar os serviços de monitoramento determinados
no TAC e por essa razão não é abordado no presente documento.

O Programa Estadual de Controle do Lixo Urbano - Prolixo

Em Angra dos Reis, o Prolixo é voltado para a implantação de coleta


seletiva na Ilha Grande. A primeira etapa prevista era a elaboração do
projeto, a segunda eram as obras e instalações, a terceira era a
aquisição de equipamentos e a quarta etapa o treinamento e a
educação ambiental.

Durante o ano 2005, iniciou-se o programa por meio do Convênio


no 001/2001, focado na Vila do Abraão, indiscutivelmente a comunidade
que gera maior quantidade de resíduos na Ilha Grande.

Conforme salientado anteriormente, com a atuação do Grupo Gestor, o


sistema de coleta de lixo sofreu importantes alterações. A contratação
de moradores da Vila do Abraão pela empresa terceirizada para
trabalhar no sistema de coleta de resíduos sólidos da ilha, e a compra
de 9 (nove) carretas para o trator pela Prefeitura, foram as principais
alterações do sistema existente. Nas demais comunidades da ilha,
também foram contratados moradores locais para realizar as tarefas de
coleta e transporte dos resíduos até a embarcação que os encaminha
para o continente.

O primeiro projeto foi elaborado pela empresa de consultoria Schilling &


Figueiredo, encaminhado à Coordenação do Prolixo e Secretaria
Executiva do FECAM, por meio do Ofício n° 006/SP/2004, datado de

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13/01/2004, e aprovado através do Ofício SEMADUR/FECAM n° 39/04


de 22/03/2004.

Em razão de dúvidas quanto à viabilidade operacional do projeto, o


mesmo sofreu sua primeira alteração, elaborada pela equipe da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de
Angra dos Reis, encaminhada à Coordenação do Prolixo e Secretaria
Executiva do FECAM através do Ofício n° 007/SMA/2005, datado de
21/01/2005, e aprovado através de comunicação da Secretaria
Executiva do FECAM em 02/02/2005.

Reestruturação do projeto de coleta de resíduos sólidos

A alteração proposta pela PMAR previa a construção de um Centro de


Reciclagem na Vila do Abraão e o projeto não foi desenvolvido em
função da indefinição por parte do Instituto Estadual de Florestas – IEF
quanto à liberação de terreno para a edificação do centro. Para
viabilizar a execução do convênio e não perder o recurso a PMAR
apresentou nova alteração do Projeto, esta referendada pelo Grupo
Gestor, em que suprimia a edificação do centro para utilizar os recursos
da segunda etapa na aquisição de equipamentos.

Encaminhado à Coordenação do Prolixo e Secretaria Executiva do


FECAM, por meio do Ofício n° 047/SMA/2006 de 10/03/2006 e
aprovado através do Ofício SEMADUR/FECAM n° 053/2006 de
06/04/2006, o projeto finalmente começou a ser desenvolvido
encontrando-se agora em fase de prestação de contas da 2ª etapa.
Também foi obtido o quarto e último Termo Aditivo que prorrogou o
Convênio até junho de 2007.

Atualmente o projeto encontra-se estacionado na 2ª etapa do convênio


(obras e instalações) por causa da dificuldade de obter aprovação por
parte do IEF para a implantação do Centro de Educação Ambiental e
Reciclagem. Apesar de considerar importante a construção de tal
edificação, o Município, considerando essa dificuldade e o prazo do
convênio, propôs aplicar os recursos da 2ª etapa na aquisição de
equipamentos ao invés do investimento na construção do centro.

A reformulação do PGARS proposto

O presente PGARS procura, nesse contexto, apresentar melhorias


técnico-operacionais à reformulação já aprovada, em face de algumas
falhas detectadas, considerando contudo todas as premissas
apresentadas anteriormente, conforme será visto mais adiante, com
exceção do centro de reciclagem, que não faz mais parte da proposta.

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4. SITUAÇÃO ATUAL DO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA


ILHA GRANDE

Atualmente, quase todos os resíduos produzidos na Ilha Grande são


coletados sem separação, transportados para o continente e
posteriormente dispostos no Aterro Municipal Controlado do Ariró.

Os serviços de coleta nas diversas comunidades da Ilha Grande são


feitos por funcionários da empresa terceirizada, contratada pela
Prefeitura para executar a coleta em todo o território municipal, bem
como também por funcionários da própria Prefeitura.

A produção de resíduos sólidos domésticos na Ilha Grande não é


medida. Os quadros apresentados abaixo indicam a produção diária em
toneladas e volume (m³) e se baseiam em números estimados em
função do quantitativo populacional pela PMAR.

Os quadros são discriminados por grupos de comunidades:

Grupo 1 - Abraão e Dois Rios;


Grupo 2 - Aventureiro, Provetá, Praia Vermelha, Araçatiba e Longa;
Grupo 3 - Castelhanos, Aroeiras, Lopes Mendes, Palmas, Enseada das
Estrelas, Japariz e Freguesia de Santana;
Grupo 4 - Bananal, Matariz, Passa Terra, Maguariquessaba, Sítio Forte,
Tapera e Ubatubinha.

As populações médias indicadas consideram variações sazonais da


população flutuante: temporada de dezembro a fevereiro; e período
normal de março a novembro. Os volumes consideram a densidade do
conjunto formado por vários objetos, do referido material, agrupados
desordenadamente num recipiente.

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Grupo 1- Abraão e Dois Rios.


População média – 5.200

Peso/dia Volume/dia
RESÍDUOS
t % m³ %
Orgânico 3,693 70,0 7,385 28,0
Metais 0,158 3,0 1,978 7,5
Plásticos 0,369 7,0 9,231 35,1
Papéis 0,739 14,0 6,154 23,4
Vidros 0,158 3,0 0,791 3,0
Rejeitos 0,158 3,0 0,791 3,0
TOTAIS 5,275 100,0 26,331 100,0

Grupo 2 - Aventureiro, Provetá, Praia Vermelha, Araçatiba e Longa.


População média – 2.450

Peso/dia Volume/dia
RESÍDUOS
t % m³ %
Orgânico 1,733 70,0 3,465 28,0
Metais 0,074 3,0 0,928 7,5
Plásticos 0,173 7,0 4,331 35,1
Papéis 0,347 14,0 2,888 23,4
Vidros 0,074 3,0 0,371 3,0
Rejeitos 0,074 3,0 0,371 3,0
TOTAIS 2,475 100,0 12,354 100,0

Grupo 3 - Castelhanos, Aroeiras, Lopes Mendes, Palmas, Enseada das


Estrelas, Japariz e Freguesia de Santana.
População média – 710

Peso/dia Volume/dia
RESÍDUOS
t % m³ %
Orgânico 0,399 70,0 0,798 28,0
Metais 0,017 3,0 0,214 7,5
Plásticos 0,040 7,0 0,998 35,1
Papéis 0,080 14,0 0,665 23,4
Vidros 0,017 3,0 0,086 3,0
Rejeitos 0,017 3,0 0,086 3,0
TOTAIS 0,570 100,0 2,845 100,0

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Grupo 4 - Bananal, Matariz, Passa Terra, Maguariquessaba, Sítio Forte,


Tapera e Ubatubinha.
População média – 930.

RESÍDUOS Peso/dia Volume/dia


t % m³ %
Orgânico 0,522 70,0 1,044 28,0
Metais 0,022 3,0 0,280 7,5
Plásticos 0,052 7,0 1,306 35,1
Papéis 0,104 14,0 0,870 23,4
Vidros 0,022 3,0 0,112 3,0
Rejeitos 0,022 3,0 0,112 3,0
TOTAIS 0,746 100,0 3,724 100,0

Somado-se os quantitativos das tabelas obtemos como resultado o


atendimento de uma população média diária estimativa de 9.270
pessoas, dentre população fixa e flutuante, e um volume de resíduos
coletados de 9,07 t/dia, com um valor per capita de 0,98 kg/hab/dia.

A seguir são relacionadas as freqüências dos barcos que fazem a coleta,


o quantitativo de funcionários e os equipamentos envolvidos com a
coleta em cada comunidade ou grupo de comunidade.

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Nº DE
COMUNIDADES FREQUÊNCIA/BARCO FUNCIONÁRIOS E
EQUIPAMENTOS
10 ; 1 trator com 9
1- Vila do Abraão DIÁRIA
carretas

2- Aventureiro 3ª Feira 4
3- Provetá 2ª, 3ª, 6ª e Sábado 5; micro-trator
4- Praia Vermelha 2ª, 3ª, 6ª e Sábado 1
5- Araçatiba 2ª, 3ª, 6ª e Sábado 2
6- Longa 2ª, 3ª, 6ª e Sábado 2
7- Ubatuba 2ª, Sábado (4ª quinzenal)
8- Tapera 2ª, Sábado (4ª quinzenal)
9- Sítio Forte 2ª, Sábado (4ª quinzenal) 3
10- Maguariquessaba 2ª, Sábado (4ª quinzenal)
11- Passa Terra 2ª, Sábado (4ª quinzenal)
12- Matariz 2ª, Sábado (4ª quinzenal) 2
13 – Bananal 2ª, Sábado (4ª quinzenal) 2
14- Freguesia Santana 4ª quinzenal 2
15 - Japariz 4ª quinzenal
16 – Saco do Céu e Praia de Fora 4ª quinzenal 3
17 - Mangues 4ª quinzenal
18 - Palmas 4ª quinzenal 2 ; 1 jipe particular
19- Aroeiras 4ª quinzenal para trazer
resíduos de Lopes
20 - Lopes Mendes 4ª quinzenal Mendes para
21 - Castelhanos 4ª quinzenal Aroeiras

22 -Dois Rios diária via Abraão 1; trator do Abraão

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Os resíduos coletados são embarcados de acordo com o quadro abaixo.

ROTAS FREQÜÊNCIA

1. Vila do Abraão Diária


2. Aventureiro, Provetá, Praia Vermelha, Araçatiba, Longa 3ª feira

3. Provetá, Praia Vermelha, Araçatiba, Longa, Ilha da Gipóia 6ª feira


4. Castelhanos, Aroeiras, Lopes Mendes, Palmas, Mangues,
4ª feira
Praia de Fora, Saco do Céu, Japariz, Freguesia de
quinzenalmente
Santana
5. Bananal, Matariz, Jaconema, Passa Terra, 4ª feira
Maguariquessaba, Sítio Forte, Tapera, Ubatubinha quinzenalmente
6. Provetá, Praia Vermelha, Araçatiba, Longa Ubatubinha,
Sábado e 2ª
Tapera, Maguariquessaba, Passa Terra, Matariz, Bananal
feira
(rota nova iniciada em 01/07/06)

As rotas são cumpridas em ciclos de duas semanas e envolvem as


distâncias, pesos e valores demonstrados no quadro a seguir
apresentado.

SEMANA 1 2ª F 3ª F 4ª F 5ª F 6ª F SÁB DOM

ROTA 1 1 1 1 1 1 1
PERCURSO (km) 44 44 44 44 44 44 44
CARGA (kg) 5.200 5.200 5.200 5.200 5.200 5.200 5.200
ROTA 6 2 4 3 6
PERCURSO (km) 66 75 74 69 66
CARGA (kg) 6.900 4.300 8.000 5.200 6.900

SEMANA 2 2ª F 3ª F 4ª F 5ª F 6ª F SÁB DOM

ROTA 1 1 1 1 1 1 1
PERCURSO (km) 44 44 44 44 44 44 44
CARGA (kg) 5.200 5.200 5.200 5.200 5.200 5.200 5.200
ROTA 6 2 5 3 6
PERCURSO (km) 66 75 35 69 66
CARGA (kg) 6.100 4.300 2.000 5.200 6.100

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O quadro a seguinte resume as médias semanais de viagens, de carga


transportada, percurso e custo estimado dos serviços prestados.

MÉDIA
SEMANAL Nº VIAGENS CARGA (t) PERCURSO (km)
12 63,9 63,900

Falhas identificadas no sistema implantado

Muito embora os serviços de coleta, transporte e disposição dos


resíduos coletados estejam funcionando adequadamente no geral, uma
série de falhas vem sendo identificadas pela fiscalização da SEMADUR
que possibilitam vislumbrar melhorias práticas e operacionais no que
está sendo praticado, e que são apresentadas nesse plano. Dentre essa
falhas podemos listar:

9 Faltam locais apropriados para a disposição temporária dos resíduos


coletados e acondicionados pelos moradores das comunidades onde
a freqüência de coleta não é diária;
9 Falta infra-estrutura adequada para abrigar os equipamentos de
coleta, transporte e acondicionamento dos resíduos;
9 Faltam meios de comunicação entre as equipes de terra, da ilha, das
embarcações e das comunidades atendidas, de maneira a alertar
para possíveis mudanças de freqüências nas rotas de coleta da
embarcação ocasionados por motivos fortuitos;
9 Os contêineres 240 l destinados a receber reciclado, e que foram
colocados nas comunidades para coleta seletiva, não estão sendo
empregados adequadamente para separação dos resíduos pela
população atendida, nem se vislumbra que venham a ser utilizados
corretamente a curto e médio prazos;
9 As embarcações empregadas para o transporte dos resíduos
coletados não são adequadas para a tarefa;
9 O local onde é feita a transferência dos resíduos coletados da
embarcação para o caminhão compactador não é apropriado;
9 O transporte de mercadorias para a ilha não tem exigências de
padronização, permitindo que diversos resíduos, como caixas de
madeira, venham a ser descartadas sem necessidade na ilha para
serem novamente transportadas de volta ao continente como
resíduos;

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9 Em vários pontos os contêineres de 240 l são empregados como


pontos de entrega voluntária de resíduos pelos moradores, e como
são pequenos para a demanda, acabam virando ponto de depósito
de resíduos, que acabam remexidos por animais e ratos;
9 Inadequação de equipamentos empregados no sistema de coleta de
resíduos;
9 Inadequado sistema de coleta seletiva pela população atendida,
tendo em vista que não foram desenvolvidas ações de educação
ambiental para implementação do plano proposto;
9 Faltam alternativas e abordagens objetivas quanto a questão da
coleta de bens recicláveis em restaurantes, camping, pousadas e
embarcações que transportam turistas;
9 Faltam mecanismos e ações de gerenciamento e controle do plano e
dos serviços executados pela empresa terceirizada e funcionários da
prefeitura que atuam nessas ações;
9 Falta participação da população atendida e dos demais órgãos
intervenientes do plano;

A seguir são apresentadas algumas fotografias recentes que ilustram as


falhas identificadas em recente vistoria de gerenciamento empreendida
pela SEMADUR.

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5. PREMISSAS DO PLANO PROPOSTO

5.1 Bases Jurídicas e Legais

Conforme comentado na apresentação do PGARS da Ilha Grande, o


mesmo é fruto das obrigações contidas no TAC da Ilha Grande e que foi
concebido com base na legislação ambiental federal, estadual e
municipal, tendo como elementos norteadores no que concerne à
questão dos resíduos sólidos, os seguintes instrumentos legais:

9 Leis Municipais

Lei n° 162/L.O., de 12/12/1991 - Plano Diretor de Angra dos Reis

Título IV – da Infra-estrutura e dos Serviços Públicos”, considera como


um dos objetivos da política de serviços públicos o sistema de coleta e
destinação de resíduos sólidos, e na seção IV deste título, detalha o
“Programa de Coleta e Destinação Final dos Resíduos Sólidos”

Art. 36

- Item II – implantação progressiva do sistema de coleta seletiva

Art. 37 –a implantação do programa deverá ser precedida por intensa


campanha de informação, conscientização e a mobilização das
comunidades, das entidades e empresas locais, quanto a necessidade
de ser solucionado o problema do lixo”;

- & 3° - “o planejamento da campanha será elaborado integralmente e


acompanhado por grupo de trabalho instituído pelo Executivo Municipal”

Art. 43 – o sistema de coleta e disposição final de resíduos sólidos terá


assegurada anualmente dotação orçamentária para sua manutenção e
contará com recursos adicionais provenientes de:” e menciona então a
criação de taxas, tarifas, recursos provenientes de fundo municipal a
ser criado para tal finalidade; repasse de recursos de outras fontes...

Lei Municipal nº 284, de 08 de junho de 1993 – Institui o Código de


Proteção ao Meio Ambiente e da Melhoria da Qualidade de Vida no
Município de Angra dos Reis em seu CAPÍTULO IV - DOS PRINCÍPIOS E
OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO AMBIENTAL, estabelece:

- 21 -
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SEÇÃO I - DOS PRINCÍPIOS

Artigo 13 - O Planejamento Ambiental, observada a exigência da


compatibilização do desenvolvimento social e econômico com a
proteção ao meio ambiente, atenderá aos seguintes princípios:

I- o planejamento ambiental, nas suas várias formas de


materialização, deverá coordenar e integrar as atividades
dos diferentes órgãos da administração pública e outras
entidades afins, no sentido de articular mecanismo capazes
de garantir a melhoria da qualidade ambiental;
II- o desenvolvimento social e econômico deverá observar a
compatibilização com a proteção ao meio ambiente;
III- o processo de planejamento, em suas diferentes fases,
deverá atender, sem prejuízo do seu caráter global, as
peculiaridades e demandas locais e dos setores direta ou
indiretamente relacionados com atividades que causem ou
possam causar impacto ambiental;
IV- o planejamento ambiental deverá observar e priorizar o
princípio da participação da comunidade, inclusive através do
Conselho Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.

SEÇÃO II - DOS OBJETIVOS

Artigo 14 - O Planejamento Ambiental tem como objetivos:

I- produzir subsídios à formulação da Polícia Municipal de Meio


Ambiente;
II- articular os aspectos ambientais dos vários planos, programas e
ações, em especial relacionados com;
a) localização industrial;
b) zoneamento ambiental;
c) aproveitamento dos recursos minerais;
d) saneamento básico;
e) aproveitamento de recursos magnéticos;
f) gerenciamento costeiro;
g) reflorestamento;
h)aproveitamento dos recursos hídricos;
i) patrimônio cultural e histórico municipal e sítios de valor ecológico;
j) proteção preventiva à saúde pública;
k) desenvolvimento científico e tecnológico;

- 22 -
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III- elaborar planos de manejo para as unidades de conservação,


espaços territoriais especialmente protegidos ou para áreas com
problemas ambientais específicos;

IV- elaborar programas especiais com vistas à integração das


ações com outros sistemas de gestão e áreas da
administração direta e indireta do Município, Estado e União,
especialmente saneamento básico, recursos hídricos, saúde
pública, desenvolvimento urbano e regional e meio
ambiente;

V- subsidiar com informações, dados e critérios técnicos a análise dos


estudos de impacto ambiental e respectivos relatórios;

VI- elaborar para cada bacia hidrográfica:

a) diagnóstico ambiental - considerado os aspectos geo-bio-físicos, a


organização do território, o uso e a ocupação do solo, as
características do desenvolvimento sócio-econômico e o grau de
degradação dos recursos naturais;
b) as metas plurianuais a serem atingidas através da fixação de índices
de qualidade da água, do ar, do uso e ocupação do solo e da
cobertura vegetal, bem como os respectivos índices quantitativos,
considerando o planejamento das atividades econômicas, a
instalação de infra-estrutura e a necessidade de proteção,
conservação e recuperação ambiental;
c) os planos de controle, fiscalização, acompanhamento,
monitoramento, recuperação e manejo de interesse ambiental;

VII- promover a captação e orientar a aplicação de recursos


financeiros destinados ao desenvolvimento de todas as
atividades relacionadas com a proteção, conservação,
recuperação, pesquisa e melhoria do meio ambiente;
VIII- promover e manter o inventário e o mapeamento da cobertura
vegetal nativa, visando a adoção de medidas especiais de
proteção, bem como promover / incentivar programas de
reflorestamento, em especial, das encostas, dos mananciais e das
margens dos rios e reflorestamento econômico, priorizando
principalmente o plantio de essências nativas;
IX- estimular e contribuir para a recuperação da vegetação em áreas
urbanas, com plantio de árvores, objetivando especialmente a
consecução de índices mínimos de cobertura vegetal;
X- incentivar e auxiliar tecnicamente as associações e entidades de
proteção ao meio ambiente, respeitando a sua autonomia e
independência de atuação;

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XI- instituir programas especiais mediante a integração de todos os


órgãos afins da administração pública, objetivando incentivar os
proprietários rurais a executarem as práticas de conservação do
solo e da água, de preservação e reposição da vegetação ciliar, de
encosta ou de baixada e o replantio das espécies nativas;
XII- articular com o Sistema Único de Saúde - SUS- os planos,
programas e projetos, de interesse ambiental, tendo em vista a
sua eficiente integração e coordenação, bem como a adoção de
medidas pertinentes, especialmente as de caráter preventivo, no
que respeita aos impactos dos fatores ambientais sobre a saúde
pública, inclusive sobre o meio ambiente do trabalho;
XIII- elaborara e propor o planejamento do conhecimento geológico do
seu território, através de programa permanente de levantamentos
geológicos;
XIV- aplicar o conhecimento geológico ao planejamento de uso do solo,
principalmente às questões de uso do solo, estabilidade de
encostas, construção de obras civis, soluções para esgotamento
sanitário, exploração de recursos minerais e de água subterrânea;
XV- incentivar, quando necessário, a formação de consórcios entre
municípios, objetivando o encaminhamento e a solução de
problemas comuns relativos à proteção ambiental e em particular,
à preservação dos recursos hídricos, ao uso racional dos demais
recursos naturais e destinação final dos resíduos sólidos.

A minuta do novo Plano Diretor Municipal, em fase final de discussão na


Câmara de Vereadores, sugere quanto à questão dos resíduos sólidos
em sua Seção IV - Do Plano de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos:

Art. 92 - A Política Municipal de Resíduos Sólidos deverá obedecer aos


princípios universais de sistemas de gerenciamento integrado
de resíduos (SGIR) baseados na redução, ou prevenção,
reutilização, reciclagem e recuperação do material ou da
energia considerando a disposição final em aterro somente
das frações dos resíduos consideradas não reaproveitáveis.

Art. 93 - A solução para os problemas do gerenciamento de resíduos


poderá contemplar a diversidade de Planos de Coleta de
Resíduos Sólidos (PCRS) no que se refere a projetos voltados,
especificamente, a sistemas de acondicionamento, coleta e
transporte de resíduos sólidos e outros serviços de limpeza
pública, na perspectiva de torná-los mais eficientes e
econômicos, formando uma rede integrada das soluções.

Art. 94 – O Poder Executivo instituirá o Plano de Gestão Ambiental de


Resíduos Sólidos o qual definirá a Política Municipal de

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Resíduos Sólidos e estabelecerá as diretrizes, os sistemas e


programas público e privados adequados às ações relativas ao
manejo de resíduos sólidos, contemplando os aspectos
referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta,
armazenamento, transporte, tratamento e disposição final,
bem como proteção à saúde pública.

Lei no 1.735, de 24/11/2006, que dispõe sobre a criação do Fundo


Municipal de Meio Ambiente de Angra dos Reis (FMMAR) Edá outras
providências.
Art. 1º. Fica criado o Fundo Municipal de Meio Ambiente de Angra dos
Reis – FMMAR, de natureza contábil especial, vinculado à Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, responsável
pela proteção ao meio ambiente, e por esta gerenciado, com a
finalidade de captar recursos e de prestar apoio financeiro em caráter
suplementar a projetos, planos, obras e serviços necessários à
conservação, preservação, manutenção e recuperação dos recursos
ambientais do Município.
Art. 4º. O Fundo Municipal de Meio Ambiente de Angra dos Reis tem
como finalidade o desenvolvimento de Programas de Educação
Ambiental, recuperação do meio ambiente degradado e a preservação
das áreas de interesse ecológico, compreendendo a execução das
seguintes atividades:
VI – apoio à formulação de normas técnicas e legais, padrões de
proteção, conservação, preservação e recuperação do meio ambiente,
observadas as peculiaridades locais e o que estabelece a legislação
federal e estadual;
VII – atividades de educação ambiental e promoção de pesquisa
científica, visando à conscientização da população sobre a necessidade
de proteger, preservar, conservar e recuperar o meio ambiente;
XVI – apoio à análise, controle, fiscalização e monitoramento das
atividades potencialmente ou efetivamente poluidoras ou degradadoras
do meio ambiente, praticadas por pessoa física ou jurídica;
XVIII – estudos, programas e projetos para reciclagem e
diminuição do lixo urbano;

9 Leis e Normas Federais

Lei nº 5.357, de 17 de novembro de 1967 - estabelece penalidades


para embarcações e terminais marítimos ou fluviais que lançam detritos
ou óleo em águas brasileiras;

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Lei nº 6803, de 2 de julho de 1980, dispõe sobre as diretrizes básicas


para o Zoneamento Industrial, prevê que os Estados estabeleçam leis
de zoneamento, nas áreas críticas de poluição, que compatibilize as
atividades industriais com a proteção ambiental;
Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981 - Dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação, e
dá outras providências.
Lei nº 7347, de 24 de julho de 1985 - Disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor,
a bens e direitos de valor artístico, histórico. turístico e paisagístico, e
dá outras providências.
Lei nº 9.605, de 12/02/98, Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências;

LEI Nº 9.966, de 28 de abril de 2000, Dispõe sobre a prevenção, o


controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e
outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição
nacional e dá outras providências.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Resolução Conama nº 1, de 23 de janeiro de 1986 - Define Impacto


Ambiental, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto
Ambiental e demais disposições gerais.
Resolução Conama nº 1-A, de 23 de janeiro de 1986 - Estabelece
normas ao transporte de produtos perigosos que circulem próximos a
áreas densamente povoadas, de proteção de mananciais e do ambiente
natural.
Resolução Conama nº 6, de 15 de junho de 1988 - No processo de
Licenciamento ambiental de Atividades Industriais os resíduos gerados
e/ou existentes deverão ser objetos de controle específico.
Resolução Conama nº 6, de 19/09/91 - Resíduos de Serviço de
Saúde.
Resolução Conama nº 5, de 05/08/93 - Resíduos Sólidos - definição
de normas mínimas para tratamento de resíduos sólidos oriundos de
serviços de saúde, portos e aeroportos, bem como a necessidade de
estender tais exigências aos terminais ferroviários e rodoviários.
Resolução Conama nº 6, de 31 de agosto de 1993 - Resíduos Sólidos:
óleos lubrificantes.
Resolução Conama nº 9, de 31 de agosto de 1993 - Define os
diversos óleos lubrificantes, sua reciclagem, combustão e seu rerrefino,

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prescreve diretrizes para a sua produção e comercialização e proíbe o


descarte de óleos usados onde possam ser prejudiciais ao meio
ambiente.
Resolução Conama nº 257, de 30/06/99 - Pilhas e Baterias
Resolução Conama nº 258, de 26/08/99 - Pneumáticos
Resolução Conama nº 275, de 25/04/01 - Códigos de Cores para os
resíduos
Resolução Conama nº 283, de 12/07/01 - Disposição de Resíduos de
Serviço de Saúde
Resolução Conama nº 308, de 21/03/02 - Licenciamento Ambiental
Resolução Conama nº 307, de 05/07/02 - Estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção
civil.
Resolução no 358, de 29/04/05, Dispõe sobre o tratamento e a
disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

Gerais

NBR 10.004 - Resíduos Sólidos - Classificação


NBR 10.005 - Lixiviação de Resíduos Procedimento
NBR 10.006 - Solubilização de resíduos - Procedimentos
NBR 10.007 - Amostragem de resíduos – Procedimentos

Aterros Sanitários / Industriais

NBR 10157 - Aterros de Resíduos Perigosos - Critérios para Projeto,


Construção e Operação.
NBR 8418 - Apresentação de projetos de aterros de resíduos
industriais perigosos.
NBR 8419 - Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de
Resíduos Urbanos.

Tratamentos de Resíduos

NB 1265/ NBR 11.175 – Dezembro / 89 Incineração de resíduos


sólidos perigosos - Padrões de desempenho.

Armazenamento / Transporte

NB 1183 – Novembro / 88 - Armazenamento de Resíduos Sólidos


Perigosos.

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NB 98 - Armazenamento e Manuseio de Líquidos inflamáveis e


Combustíveis.
NBR 7505 - Armazenamento de Petróleo e seus Derivados Líquidos.
NB 1264 - Armazenamento de Resíduos Classe II - Não Inerte e III -
Inertes
NBR 7500 - Transporte de Cargas Perigosas - Simbologia

Diversas

NBR 9897 - Planejamento de Amostragem de Efluentes Líquidos e


Corpos Receptores
NBR 12807 - Resíduos de Serviços de Saúde - Terminologia
NBR 12809 - Manuseio de Resíduos de serviços de Saúde
NBR 12810 - Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde

Leis Estaduais

LEI Nº 1.356, de 03/10/88 Dispõe sobre os procedimentos vinculados


à elaboração, análise e aprovação dos Estudos de Impacto Ambiental.
LEI Nº 1.361, de 06/10/88 Regula a estocagem, o processamento e a
disposição final de resíduos industriais tóxicos.
LEI N° 1.806, de 30/03/91 Autoriza o Poder Executivo a promover
junto às comunidades carentes a instalação de "biodigestores".
LEI N° 1.831, de 06/07/91 Cria a obrigatoriedade das escolas públicas
procederem a coleta seletiva do Lixo no Estado do Rio de Janeiro.
LEI Nº 2.011, de 10/06/92 Dispõe sobre a obrigatoriedade da
implementação de Programa de Redução de Resíduos.
LEI Nº 2.060, de 28/01/93 Dispõe sobre a coleta de lixo hospitalar e
dá outras providências.
LEI Nº 2.110, de 28/04/93 Cria o Sistema Estadual de Recolhimento
de Pilhas e Baterias.
LEI Nº 2.794, de 17/09/97 Dispõe sobre aterros sanitários na forma
que menciona.
LEI Nº 2.939, de 08/05/98 Dispõe sobre o transporte e
armazenamento de baterias usadas de telefones celulares, e dá outras
providências.
LEI Nº 3.183, de 28/01/99 Autoriza o Poder Executivo a criar normas
e procedimentos para o serviço de coleta e disposição final de pilhas no
Estado do Rio de Janeiro.
LEI Nº 3.316, de 09/12/99 Autoriza o Poder executivo a implantar
sistema de tratamento de resíduos sólidos dos serviços de saúde e dá
outras providências.
LEI Nº 3.325, de 17/12/99 Dispõe sobre a Educação Ambiental,
institui a Política Estadual de Educação Ambiental, cria o Programa
Estadual de Educação Ambiental e complementa a Lei Federal Nº

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9.795/99 no âmbito do Estado do Rio de Janeiro.


LEI Nº 3.369, de 07/01/00 Estabelece normas para a destinação final
de garrafas plásticas e dá outras providências.
LEI Nº 3.415, de 29/05/00 Dispõe sobre a coleta de baterias de
telefones celulares e de veículos automotores e dá outras providências.
LEI Nº 4.191, de 30/09/03 Dispõe sobre a Política Estadual de
Resíduos Sólidos e dá outras providências.

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5.2 População Fixa e Flutuante

Os dados de população fixa e flutuante que geram resíduos na Ilha


Grande considerados nesse plano para fins de planejamento, foram
elaborados com base na projeção de população por bairro do município
de Angra dos Reis, tendo como base os dados do IBGE coletados junto
ao escritório regional de Angra dos Reis.

ANOS
BAIRRO
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

99 Vila do Abraão 1.481 1.533 1.586 1.642 1.699 1.759 1.821


100 Dois Rios 115 119 123 128 132 137 141
101 Abraãozinho 0 0 0 0 0 0 0
102 P Castelhanos 0 0 0 0 0 0 0
103 Lopes Mendes 0 0 0 0 0 0 0
104 Ens Palmas 54 56 58 60 62 64 66

105 Guaxuma 0 0 0 0 0 0 0
106 Ens. Estrelas 424 439 454 470 487 504 521
107 F Santana 0 0 0 0 0 0 0
108 Bananal 292 302 313 324 335 347 359
109 Matariz 0 0 0 0 0 0 0
110 Ens Sítio Forte 396 410 424 439 454 470 487
111 Praia da Longa 125 129 134 139 143 148 154
112 Araçatiba 290 300 311 322 333 344 356
Pr Vermelha I
113 G 0 0 0 0 0 0 0
114 Provetá 1.234 1.277 1.322 1.368 1.416 1.466 1.517
115 Aventureiro 95 98 102 105 109 113 117
116 Parnaioca 5 5 5 6 6 6 6
total 4.511 4.669 4.832 5.001 5.176 5.358 5.545
Fonte: IBGE -2006 – Censo 2000 e Projeção da População 2006

Conforme pode ser observado, alguns dados foram agrupados de


acordo com a proximidade entre as localidades da ilha, como por
exemplo na enseada de Palmas onde se encontram agrupada a
população de Ponta dos Castelhanos, Abraãozinho e das cercanias de
Lopes Mendes.

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Comparando-se os dados informados pelo IBGE com os relatórios da


PMAR, constata-se que são consistentes os quantitativos, tendo em
vista que consideraram a população flutuante representativa, conforme
calculado no quadro apresentado a seguir.

População
População População
Localidades residente
PMAR Flutuante
IBGE
GRUPO 1 Abraão e Dois Rios. 1962 5200 3238
População média – 5.200

Aventureiro, Provetá, Praia Vermelha,


GRUPO 2 2150 2450 300
Araçatiba e Longa.
População média – 2.450

Castelhanos, Aroeiras, Lopes Mendes,


GRUPO 3 Palmas, Enseada das Estrelas, Japariz e 588 710 122
Freguesia de Santana.
População média – 710

Bananal, Matariz, Passa Terra,


GRUPO 4 Maguariquessaba, Sítios Fortes, Taperas e 846 930 84
Ubatubinha.
População média – 930.

TOTAL 5.545 9.290 3.745

Dividindo-se a população, projetada e flutuante, pela quantidade de


resíduos gerados, obtemos o valor de 0,98 kg/hab/dia, quantitativo este
considerado compatível com os dados de geração de resíduos per
capita, posto que embora a população local gere menos quantidade de
resíduos, em função de seu baixo poder aquisitivas, as populações
visitantes, compostas basicamente por turistas, com maior poder
aquisitivo, acaba equilibrando os valores médios, atingindo um patamar
considerado normal para áreas turísticas.

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5.3 Sistema e Fluxo de Coleta Atuais

Nesse plano foram considerados integralmente o atual sistema e fluxo


de coleta de resíduos realizado por empresa terceirizada. Embora com
as falhas identificadas, o mesmo apresenta uma série de pontos
positivos que foram incorporados na reformulação do plano proposto,
tais como:

1) Contratação de moradores locais para coleta dos resíduos e


preparação para transporte pelas embarcações;
2) O fluxo de coleta de resíduos pelas embarcações somente é
interrompido por motivos fortuitos (quebra do equipamento) ou
problemas com mau tempo, particularmente nas praias da face Sul
da ilha;
3) Disposição de todos os resíduos coletados no Aterro Controlado de
Ariró;
4) A embalagem dos resíduos em sacolas plásticas pretas, o que
permite um adequado manuseio dos resíduos do ponto de coleta até
a disposição final;

5.4 Objetivos e Metas

A seguir são estabelecidos os objetivos e metas do plano apresentado,


tendo como base a melhoria das ações de coleta, transporte e
disposição final atualmente praticada, considerando a separação de
bens recicláveis pelos moradores da ilha a ser executada pelo próprio
ente gerador, quer seja ele a residência familiar, o estabelecimento
comercial ou a embarcação acostada na ilha, em diferentes níveis.

Os níveis de separação de reciclados serão executados de acordo com


nível de percepção e de responsabilidade do ente gerador. Para as
residências será somente prevista a separação simples de resíduos
secos (recicláveis) e úmidos (orgânicos). Já para os estabelecimentos
comerciais a proposta é de uma separação mais apurada, considerando
os diversos tipos de bens recicláveis gerados, como também esse
mesmo sistema será imposto às embarcações de turismo que circulam
na ilha.

5.4.1 Objetivos do PGARS

O PGARS visa atender ao seguinte objetivo:

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Desenvolvimento das atividades voltadas para o manejo adequado de


resíduos em toda a área do 3º Distrito do Município de Angra dos Reis,
denominado Ilha Grande, de modo a promover, ações de coleta,
transporte, reciclagem dos resíduos gerados; disposição final;
gerenciamento integrado de resíduos sólidos; gerenciamento do
monitoramento ambiental; economia dos recursos naturais;
comunicação e informação dos resultados.

5.4.2. Metas Gerais do PGARS

O PGARS prevê como metas anuais:

1° ano: Atendimento a 60% das ações previstas para cada segmento.

2° ano: Atendimento a 80% das ações previstas para cada segmenta.

3° ano: Atendimento a 100% das ações previstas para cada segmenta.

5.4.3 Metas Específicas de Curto e Médio Prazo

1. Implantação do sistema de separação de úmidos (orgânicos) e secos


em residências, órgãos públicos e escolas de toda a ilha;
2. Implantação do sistema de separação de reciclados pelos
estabelecimentos comerciais e embarcações;
3. Implantação ou melhoria do sistema de comunicação entre as
comunidades com coleta de resíduos;
4. Melhoria da infra-estrutura dos pontos de apoio à coleta de resíduos
sólidos;
5. Adequação dos equipamentos de apoio à coleta de resíduos;
6. Alteração do sistema de contêineres para reciclados de 4 (quatro)
para 2 (dois) tipos básicos;
7. Aquisição de novos contêineres com maiores volumes em áreas de
entrega voluntária de resíduos;
8. Construção de infra-estrutura adequada na Vila do Abrão para
abrigar o trator, as carretas e demais equipamentos empregados na
coleta e adquiridos pelo Poder Público;
9. Separação adequada dos Resíduos dos Sistemas de Saúde – RSS e
transporte em condições de segurança para disposição na célula
especial do Aterro Controlado do Ariró.

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Secretaria de Meio Ambiente de Desenvolvimento Urbano

10. Aquisição de novos contêineres com maiores volumes em áreas


de entrega voluntária de resíduos, a serem definidos em projeto
específico;
11. Construção de infra-estrutura adequada na Vila do Abrão para
abrigar o trator, as carretas e demais equipamentos empregados na
coleta e adquiridos pelo Poder Público;
12. Separação adequada dos Resíduos dos Sistemas de Saúde – RSS
e transporte em condições de segurança para disposição na célula
especial do Aterro Controlado do Ariró.

5.4.4 Metas Específicas de Longo Prazo

1. Padronização das lixeiras de todas residências e pequenos comércios


para o sistema de secos (recicláveis) e úmidos (orgânicos);
2. Padronização das lixeiras de todos os estabelecimentos comerciais e
embarcações objetivando a separação por tipo de reciclado;
3. Adequação das embarcações para transporte de resíduos sólidos da
ilha;

Os recursos para implementação do PGARS da Ilha Grande serão


providos de verbas do Governo Federal, acordadas no TAC da Ilha
Grande, do Governo Estadual, por meio do Programa Prolixo, e de
verbas municipais proveniente de recursos orçamentários ordinários e
do Fundo Municipal de Meio Ambiente de Angra dos Reis – FMMAR,
recém criado por meio da promulgação da Lei no 1735 de 24/11/2006,
fundo este de natureza contábil especial, vinculado à Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, responsável
pela proteção ao meio ambiente, e por esta gerenciado, com a
finalidade de captar recursos e de prestar apoio financeiro em caráter
suplementar a projetos, planos, obras e serviços necessários à
conservação, preservação, manutenção e recuperação dos recursos
ambientais do Município.

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6. O PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS

6.1 Fundamentos

Os fundamentos básicos do plano foram discutidos ao longo do


documento e podem assim ser resumido:

a) Manutenção do sistema atual de coleta, transporte e destinação final


no Aterro Controlado de Ariró;
b) Melhoria imediata do sistema de coleta, transporte e destinação final,
com modificações na infra-estrutura existentes, melhoria e
adequação dos equipamentos e métodos em execução;
c) Separação na geração de resíduos úmidos e secos empregando-se
recipientes diferenciados;
d) Melhoria do sistema de comunicação entre a empresa terceirizada
responsável pela coleta, transporte e disposição e as comunidades
atendidas;
e) Implantação de um sistema de gerenciamento e controle das ações
do plano, a cargo da SEMADUR;

6.2 Principais Atores e Responsabilidades Institucionais

A seguir é apresentada a relação dos principais atores envolvidos com


as respectivas responsabilidades institucionais.

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ATORES ATRIBUIÇÕES

Disponibilização de recursos e
Governo Federal
fiscalização da aplicação

Disponibilização de recursos e
Governo do Estado do Rio de Janeiro
fiscalização da aplicação
Acompanhamento e cobrança do
Ministério Público Federal e Estadual cumprimento das obrigações
estabelecidas no TAC
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
Aprovação das propostas que envolvam
e dos Recursos Naturais Renováveis
as UC´s e participação no Grupo Gestor
- IBAMA
Aprovação das propostas que envolvam
Instituto Estadual de Florestas - IEF
o PEIG e participação no Grupo Gestor

Fundação Estadual de Engenharia do Aprovação do PGARS da Ilha Grande e


Meio Ambiente - FEEMA participação no Grupo Gestor
Implementação, coordenação e
gerenciamento do PGARS, mobilização
Prefeitura Municipal de Angra dos
da população com educação ambiental
Reis
e disponibilização de recursos para
coleta e disposição dos resíduos
Definir as linhas básicas de atuação, o
acompanhamento das metas
estabelecidas, discussão das medidas
Grupo Gestor1
propostas pelo PGARS e recomendação
de medidas voltadas para melhoria do
sistema implantado
Cumprimento das normas de coleta
Empresa de Coleta Terceirizada
estabelecidas pelo PGRS

Empresas privadas Cumprimento das normas de coleta


(estabelecimentos comerciais) estabelecidas pelo PGRS

Educação ambiental com ênfase em


Escolas da rede pública
resíduos sólidos

Comunidades da ilha Envolvimento com o PGARS

1
Grupo Gestor do Programa Estadual de Controle do Lixo Urbano – Prolixo tem por objetivo definir as linhas
básicas de atuação do programa na Vila do Abraão, dar seguimento e agilizar a conclusão das etapas
estabelecidas no Prolixo. Este grupo conta com a participação de representantes de instituições públicas e
representantes de diversos setores da sociedade civil

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6.3. Sistema Proposto de Coleta Seletiva

Todos os resíduos (orgânicos e inorgânicos) continuarão sendo


diariamente coletados e embarcados para o continente. O que muda é a
forma como chegarão na embarcação. Os resíduos serão descartados já
selecionados em três grupos, conforme os seguintes segmentos:

6.3.1 Residências e pequenos comércios

Para esse segmento o processo será o mais simplificado de todos e o


objetivo é a rápida adoção do sistema para posterior avaliação e
possíveis aperfeiçoamentos.

Em princípio, os resíduos serão separados em grupos:

1. Resíduos inorgânicos não recicláveis e orgânicos. Restos de


comida, ossos, cascas, papel higiênico usado, guardanapo, papel
sujo, papel de fax e carbono, papel de bala, saco de biscoito,
canudo, caneta, palitos, copinho descartável, lâmpadas, espelhos,
vidros de janela, pirex, etc.

2. Resíduos inorgânicos recicláveis.

¾ Metal – ferro velho e latas (refrigerante, cerveja, conserva,


alimentos em pó, tinta etc.);

¾ Plásticas – garrafas PET, frascos, potes e copos (água


mineral, refrigerantes, sucos, mate, guaraná, óleo, vinagre,
produtos de limpeza, manteiga, baldes, brinquedos, etc.);

¾ Vidros – copos, potes, frascos e garrafas.

¾ Papéis recicláveis - Papelão, jornal, ofício, bloco, revista,


encarte, cartaz, etc. (tudo limpo e seco).

Os resíduos serão separados em recipientes plásticos diferenciados. Os


sacos plásticos coletores terão duas cores: preto para o grupo 1
(resíduos inorgânicos não recicláveis e orgânicos) e branco
transparente para o grupo 2 (inorgânicos recicláveis e papéis
recicláveis).

Quando houver necessidade de priorizar o embarque de resíduos por


qualquer motivo excepcional, os recicláveis poderão ser retidos
temporariamente por um dia ou mais para evitar viagens
extraordinárias.

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6.3.2 Pousadas e restaurantes

Para pousadas e restaurantes será obrigatória à separação dos resíduos


sólidos por categoria. Os resíduos sólidos inertes do tipo domiciliar,
provenientes dos escritórios e das áreas de alimentação ou resultantes
do preparo de produtos alimentícios, serão segregados em contêineres
específicos, posicionados no interior dos estabelecimentos, coletados,
embalados e transportados disponibilizados para coleta de acordo com a
freqüência.

6.3.3 Caminhos e trilhas

Nos caminhos e trilhas de maior movimento serão instalados


equipamentos para coleta de resíduos nas proximidades das praias e
nos pontos de maior visitação. Esses equipamentos poderão ser
papeleiras, contêineres ou mesmo outro tipo de equipamento
considerado mais adequado e que não interfira com a estética e a
beleza natural do local.

6.3.4 Embarcações

Para embarcações que aportem ou façam roteiros turísticos na ilha será


obrigatória à separação dos resíduos sólidos por categoria. Os resíduos
sólidos inertes do tipo domiciliar, provenientes de alimentação ou
resultantes do preparo de produtos alimentícios, serão segregados em
locais específicos, posicionados no interior das embarcações coletados,
embalados e transportados disponibilizados para posterior coleta.

6.3.5 Resíduos Públicos

O resíduo público está diretamente associado ao aspecto estético de


uma cidade ou localidade, como no caso da Ilha Grande. Portanto, o
PGARS dará especial atenção o planejamento das atividades de limpeza
de logradouros das localidades abrangidas pelo plano.

Os resíduos presentes nos logradouros públicos, em geral resultantes


da natureza, tais como: folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e
também aqueles descartados irregular e indevidamente pela população,
como entulho, bens considerados inservíveis, papéis, restos de
embalagens e alimentos, deverão ser numa primeira fase embalados e
encaminhados para coleta, transporte e disposição no Aterro Controlado
de Ariró.

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6.3.6 Resíduos dos Serviços de Saúde

Os resíduos sólidos especiais provenientes de serviços de saúde da ilha


(posto de saúde e farmácias) serão segregados em contêineres
posicionados em áreas abrigadas no interior dos estabelecimentos, na
forma preconizada pela legislação ambiental, coletados e transportados
para disposição final em célula especial do Aterro Controlado de Ariró.

6.4 Manejo dos Resíduos por Localidades

6.4.1 Manejo dos Resíduos das ilhas e praias de difícil acesso

Tendo em vista que nas ilhas e praias de difícil acesso não ocorre à
coleta diária dos resíduos coletados, os mesmos deverão ficar abrigados
em locais adequados, a serem dimensionados e definidos em projeto
específico a serem desenvolvidos pela PMAR, de maneira que as
embalagens plásticas não sejam rompidas quer pelas intempéries, quer
pela ação de animais (gatos, cachorros, ratos ou aves) e expostos ao
meio ambiente.

Recomenda-se essa infra-estrutura particularmente para a praia do


Aventureiro, situada dentro da Reserva Biológica da Praia do Sul, e
outras localidades menores, que recebem inúmeros turistas na alta
temporada de férias em camping rústicos.

Recomenda-se ainda a redistribuição estratégica dos contêineres


disponíveis para abrigo dos resíduos gerados, em quantidade e tipo
(volume) a serem definidos em projeto específico, de maneira que nas
áreas de camping e de maior visitação não ocorra exposição de resíduos
ao ar livre antes de serem embalados para transporte ou espera.

6.4.2 Manejo dos Resíduos das demais localidades atendidas


menos Abraão e Provetá

Na demais localidades com atendimento de coleta diário e população


fixa em torno de 300 habitantes, deverão ser estabelecidas áreas
padronizadas para abrigar os equipamentos de coleta e também
resíduos embalados (sacos pretos e brancos), caso haja interrupção
temporário da coleta por meio de embarcação de transporte, como é o
caso de Araçatiba, onde é necessária a construção de infra-estrutura
para abrigar equipamentos e resíduos ensacados em situações de
emergência, de forma que não fiquem expostos à ação de animais e das
intempéries.

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6.4.3 Manejo de Resíduos em Abraão e Provetá

O manejo de resíduos na Vila do Abraão e Provetá deverá atender


adequadamente à demanda sazonal de visitantes e a população fixa
residente, posto serem as maiores localidades da ilha. Para tanto,
deverá ser estudada a distribuição de contêineres em locais específicos,
de acordo com a oferta/geração de resíduos pelos visitantes,
implantação da obrigatoriedade de separação dos resíduos recicláveis
pelo comércio local, a construção de infra-estrutura específica para
abrigar máquinas e equipamentos adquirido pelo Prolixo, envolvimento
e mobilização da comunidade para a questão da coleta seletiva de
resíduos sólidos e a coleta diferenciada de resíduos de serviços de
saúde, pois ambas as localidades possuem postos de saúde.

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7. GERENCIAMENTO E CONTROLE

Visando o acompanhamento do PGARS da Ilha Grande, um “Relatório


de Implementação e Acompanhamento” deverá ser elaborado
semestralmente pela SEMADUR, contendo informações relativas ao
progresso e situação do PGARS, para posterior apresentação ao Grupo
Gestor e encaminhamento ao Ministério Público responsável pelo
acompanhamento do TAC da Ilha Grande, com os seguintes itens
obrigatórios:

a) Cumprimento do Plano de Gestão Ambiental

Situação atualizada do Cronograma de Implementação e


Acompanhamento do PGARS;

Indicador de Sucesso 1: Informar o número de residências,


estabelecimentos e demais atores atendidos pela coleta seletiva por
localidade. Justificar os casos em que não atendem ao cronograma e as
seguintes metas estipuladas:

1° ano: Atendimento a 60% das ações previstas


2° ano: Atendimento a 80% das ações previstas
3° ano: Atendimento a 100% das ações previstas

Indicador de Sucesso 2: Sistemas de coleta, transporte de resíduos


por localidade;

1° ano: Atendimento a 60% das ações previstas


2° ano: Atendimento a 80% das ações previstas
3° ano: Atendimento a 100% das ações previstas

Este relatório que possibilitará avaliar a eficácia do PGARS e deverá


estar disponibilizado para todas as partes interessadas e para todos os
atores institucionais envolvidos.

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8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

8.1 Premissas Metodológicas

A Educação Ambiental deverá servir de apoio ao Plano de Gestão


Ambiental proposto. A metodologia participativa norteará a elaboração
das campanhas visando garantir a mobilização e sensibilização das
comunidades e dos visitantes da ilha, de forma a se tornar uma
referência pela maneira de apresentar informações educativas que
levem as pessoas à ação.

É preciso levar em conta que em programas dessa natureza não bastam


argumentos técnicos sobre como se deve preservar o meio ambiente,
como favorecer o desenvolvimento sustentável na região e como mudar
comportamentos em relação ao controle na destinação de resíduos
sólidos urbanos ou hábitos pessoais em relação à saúde individual ou
coletiva. Existem outros elementos a serem levados em consideração.
Será preciso ouvir com maior cuidado o que os moradores têm a dizer.
É necessário identificar, compreender e procurar responder, com grande
sensibilidade e respeito, uma série de questões sociais, culturais e
pessoais que, por razões diversas, não são explicitadas, dissimulando-
se em um contexto mais amplo. Questões que podem revelar baixa
auto-estima da população, receio do que é novo e desconhecido.

Sem o enfrentamento adequado dessas manifestações, dificilmente se


compreenderá a realidade das condições de vida daquelas populações e
muito menos será possível construir, com a sua participação, soluções
locais de desenvolvimento social.

Considerou-se nessa proposta de educação ambiental, voltada para a


defesa e proteção do meio ambiente, melhoria da qualidade de vida e
proteção da saúde, que o mesmo só pode ser viabilizado se for
estruturado a partir dos vínculos fundantes da relação estabelecida
entre a população residente na área do PGARS, e o local onde se
encontram inseridos, destacando-se dois vínculos: moradia e trabalho.

A construção coletiva das ações a serem implantadas nos Programas


Ambientais, base essencial para um processo que se quer participativo,
garante, por si só, maior comprometimento por parte dos públicos-alvo,
resultando em maior empenho na execução do mesmo e em atender
aos objetivos propostos:

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9 contribuição para aumentar a consciência da população alvo sobre a


situação ambiental local, necessária à implantação de mudanças de
comportamento em relação ao meio ambiente e à qualidade de vida,
tanto individual quanto coletiva;
9 aquisição de aptidões que lhes permitam revelar, discutir e formular
suas aspirações, identificar problemas e prioridades, propondo
soluções para as situações encontradas;
9 articulação dos diversos segmentos locais com os programas
existentes, tanto a nível público quanto os desenvolvidos pelo
empreendedor ou outras entidades, potencializando suas ações e
efeitos;
9 capacitação para a transferência a terceiros de um conjunto de
práticas educativas voltadas para o conhecimento e a valorização do
meio ambiente local; a prevenção e a melhoria das condições gerais
de saúde; os mecanismos que reduzam a pressão sobre o meio
ambiente pela ausência de um projeto sistemático de destinação
final de resíduos.

“A difusão da educação ambiental informal busca a formação de uma


consciência ambiental ecológica na população, estimulando-a para que
a mesma adote ações ambientalmente corretas e que venham a
promover mudanças de atitudes que acarretem recuperação de áreas
degradadas, preservação do meio ambiente e convívio harmonioso.”

8.2 Segmentos de Público

Professores da rede pública; agentes de saúde; turistas e visitantes,


pescadores; proprietários e funcionários de pousadas, restaurantes e
barracas nas praias; ONG’s; entidades comunitárias; técnicos das
prefeituras; lideranças sindicais; entidades religiosas; associações de
interesse, moradia ou classe, entre outros.

De acordo com as características das relações estruturantes


estabelecidas entre o público-alvo potencial e o meio ambiente nas
praias e ilhas de Angra dos Reis, distinguem-se algumas grandes linhas
de atuação para o Programa de Educação Ambiental nesta região:

9 conjunto de práticas educativas voltadas para a aquisição e domínio


de comportamentos e ações ambientalmente adequadas, tanto do
ponto de vista do ambiente local quanto da saúde e qualidade de
vida das comunidades e visitantes;

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9 conjunto de ações integradas visando a eficácia das práticas


educativas voltadas para a destinação final de resíduos sólidos, de
forma a garantir o fluxo ambientalmente desejável: identificação dos
recicláveis; formas seguras de armazenamento; coleta seletiva; e
destinação final ambiental e saudavelmente definida.

8.3 Integração com a Dinâmica Sociocultural Pedagógica Local

A metodologia do Programa de Educação Ambiental pressupõe um


diagnóstico da situação das praias e ilhas envolvidas, incluindo o
levantamento de lideranças locais, a identificação dos parceiros, os
planos e programas existentes e, em especial, a situação ambiental da
região, para que se possa abordar a questão de maneira concreta.

É condição essencial à viabilização do Programa, a integração mais


ampla possível com todos os segmentos dos públicos-alvos e com as
práticas educativas e de desenvolvimento comunitário já em curso nas
áreas de interesse, para que este tenha a oportunidade de fortalecer a
rede já existente, potencializando as atividades de agentes já em
campo (agentes de saúde, professores, agentes comunitários e
ambientalistas, entre outros).

Para tanto, torna-se necessário que, metodologicamente, para a própria


formulação do planejamento das ações, da elaboração de estratégias de
disseminação e dos instrumentais a serem utilizados, assim como das
técnicas de avaliação, se proceda a um diagnóstico complementar
dessas áreas de influência, ao mesmo tempo que já se inicia o processo
de articulação local para parcerias na implementação do programa.

Os itens a serem considerados no diagnóstico contemplam:

9 levantamento de dados secundários junto a diversas instituições


públicas e privadas com informações e registros referentes à região;
9 entrevistas com diretores e técnicos de outras instituições regionais
que atuem na área prevista para o Programa e com representantes
comunitários, de ONG voltadas para o meio ambiente e a saúde e de
Secretarias da Prefeitura Municipal de angra dos Reis afins aos temas
do Programa;
9 visitas técnicas para levantamento de campo, visando aprofundar o
conhecimento da área e identificar características sócio-econômicas e
culturais da realidade local e regional;
9 preparação de questionários com questões objetivas, direcionadas
aos segmentos definidos nos públicos-alvos, para aplicação de forma

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amostral, visando a identificação das características sócio-


econômicas e culturais das comunidades presentes nas áreas de
interesse do Programa, contemplando: condições de vida; grau de
instrução; prática associativista; formas de comunicação mais
utilizadas; condições de saúde; hábitos de saúde; infra-estrutura
existente; saneamento básico; e lazer, entre outras.
9 levantamento do sistema educacional do município, contemplando o
maior número possível de escolas que atendam às comunidades das
ilhas e praias contempladas e identificando escolas-pólo que, por sua
localização e abrangência, possam atender às atividades previstas
para este segmento.
9 identificação dos públicos-alvos sob a ótica de viabilização e
disseminação do Programa, destacando os atores potenciais para
multiplicação dos conteúdos e práticas educativas, de caráter
conservacionista e de integração da população com o meio ambiente,
preventivo para a saúde e de novos hábitos ambientalmente corretos
e socialmente adequados.

A sensibilização da população deverá passar pela ênfase à necessidade


de seus representantes desempenharem um papel atuante na definição
de estratégias para a proteção ambiental. A participação destes
representantes, identificados a partir de contatos diretos com as
comunidades contempladas pelo Programa de Educação Ambiental, será
fundamental para a aproximação dos técnicos junto às entidades
representativas da área. É preponderante que essa participação se dê
desde as discussões que definam os principais tópicos, as estratégias de
execução e as premissas básicas para avaliação do alcance dos
objetivos propostos em cada etapa.

Os representantes dos públicos-alvos deverão ser informados dos


objetivos e metas do Programa, a fim de que se identifiquem com as
ações propostas e ampliem suas percepções sobre a importância de sua
participação e sobre o propósito comum de capacitar as populações da
área para a correta utilização do patrimônio ambiental e das ações
necessárias à melhoria de sua qualidade de vida e saúde.

Após a realização dos levantamentos complementares de dados, da


caracterização dos públicos-alvos e das atividades de articulação e
envolvimento dos setores representativos, será elaborado o
detalhamento do programa executivo, contendo estratégias de
implantação e divulgação, programação de atividades, definição de
materiais educativos adequados a cada público-alvo e locais adequados
para a realização de cursos e oficinas.

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A partir do diagnóstico, serão realizadas oficinas iniciais de


sensibilização, produzidos materiais educativos específicos para
diferentes públicos e, posteriormente, realizadas oficinas de formação
continuada com grupos de lideranças locais e professores, que serão os
multiplicadores da informação e da metodologia propostas.

Os materiais que serão trabalhados nos encontros darão o subsídio para


que os participantes encarem principalmente a questão do patrimônio
ambiental e seus problemas como desafios, construindo propostas e
realizando ações para resolvê-los. As oficinas trabalharão com
dinâmicas que permitem que os participantes se sintam estimulados a
questionar e dialogar. A partir dos materiais, os participantes entrarão
em contato com a metodologia Planejamento para a Ação e
desenvolverão Planos de Ação em cima das situações concretas.

Além dos itens enunciados, serão definidas as formas de avaliação a


serem adotadas, adequadas às características dos públicos e das
atividades, através de indicadores de: participação e freqüência;
aferição de apreensão dos conteúdos; grau de satisfação; e
envolvimento na organização das atividades. A forma poderá ser
escrita, verbalizada, através de dinâmicas de grupo, ou as que se
mostrarem mais adequadas aos públicos em questão.

Ao longo da execução do Programa, serão elaborados relatórios técnicos


que registrarão a consolidação das informações e análises produzidas
nas suas diversas etapas de implantação, de modo a propiciar um
processo constante de avaliação e discussão das ações do Programa e
das teorias que as fundamentam.

8.4 Educação Ambiental com os Moradores

A educação ambiental trabalhará a comunidade através de visitas


domiciliares , peças de teatro com as crianças locais e dinâmicas com o
objetivo de sensibilizar e orientar para os seguintes aspectos.

9 Reciclagem e coleta seletiva – conceitos e benefícios.


9 Reaproveitamento de resíduos no ambiente doméstico (artesanato,
jardins hortas etc).
9 Seleção dos resíduos nos dois grupos.
9 Cuidados com os papéis recicláveis para que se mantenham limpos e
secos e não percam valor.
9 Utilização correta dos serviços de coleta e seus equipamentos
(horários, locais e lixeiras públicas).
9 Valorização do profissional que realiza a limpeza pública.
9 Aterro controlado do Ariró (para onde é encaminhado o lixo).

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9 Aumento do consumo x capacidade de absorção do planeta terra.


9 Proposta de visita ao aterro para conhecer os seus limites.

8.5 Educação Ambiental com os Visitantes

A educação ambiental trabalhará com os visitantes de forma a orientá-


los quanto ao descarte de resíduos de forma ambientalmente adequada
nos variados ecossistemas, inserindo-os na proposta do PGRS como
um dos principais agentes transformadores e fortalecedores do sistema
proposto.Serão orientados nos seguintes aspectos:

¾ Utilização correta dos serviços de coleta nos locais visitados;

¾ Orientação nos transportes durante o percurso da viagem até a


chegada na Ilha, quanto ao descarte de resíduos de forma
ambientalmente adequada;

¾ Recebimento de cartilhas em português/ inglês orientando sobre a


questão do lixo gerado na Ilha.

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9. PARCERIAS

O PGARS sugere que sejam desenvolvidas parcerias, particularmente


dos projetos específicos a serem detalhados no contexto do PGARS da
Ilha Grande, com a iniciativa privada, especialmente com relação à
educação ambiental.

A PMAR deverá também promover ingerências junto às entidades


representativas das agências de turismo locais, para que, por meio de
embarcações fazem o transporte de turistas à ilha, possam ser
engajadas nas ações do PGARS da Ilha Grande

Todos os turistas têm que atravessar a baía para chegar à ilha e os


tripulantes das embarcações são um grande meio de levar informações
sobre o manejo de resíduos na ilha e de como os visitantes podem
colaborar e participar do PGARS implantado.

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