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Análise eclesiológica

Sermão do Espírito Santo – Padre Antonio Vieira

Por Caio Peters Fevereiro

Catequista de Primeira Eucaristia

Coordenador Adjunto de Liturgia

Paróquia São Roque do Imirim – Região Episcopal Santana

Arquidiocese de São Paulo

Neste sermão, Padre Antônio Vieira utiliza a passagem descrita no


Evangelho segundo São João, capítulo 14, versículo 26, cujo texto afirma:
“Ele vos ensinará todas as coisas que vos tenho dito”. Aqui, em uma análise
literal, vemos que Cristo afirma aos seus discípulos que o próprio Espírito
Santo confirmará e ensinará todas as coisas que Ele ensinou. Tal afirmação
está intimamente ligada ao Sacramento da Confirmação, ou Crisma. Afirma
Padre Vieira que aquela era a sexta vez em que ele exortava seus fiéis em
torno do tema do Espírito Santo. No contexto da passagem do Evangelho,
no versículo 24, Cristo diz que “A palavra que tendes ouvido não é minha,
mas sim do Pai que me enviou”, ou seja, eis a inspiração livre do Espírito na
vida dos discípulos! Jesus dá-lhes a liberdade de serem inspirados e
aprenderem todas as coisas que seu Pai lhes ensina! Padre Vieira, então,
invoca o Espírito Santo para inspirá-lo em seu sermão, concluindo saudando
a Nossa Senhora. “Ave Maria”.

Na segunda parte do sermão, Vieira diz que a Jesus, segunda pessoa da


Santíssima Trindade, atribui-se a sabedoria, e ao Espírito Santo, terceira
pessoa da Santíssima Trindade, é atribuído o amor. No caso, argumenta o
padre, Jesus não deveria pedir ao Espírito Santo para ensinar aos discípulos,
e sim o contrário. E afirma ainda que para ensinar “bárbaros e infiéis”, é
necessário sabedoria, mas, acima de tudo, é necessário o amor! Vejam,
meus caros, o Amor é, acima de tudo, a arma contra qualquer ataque ou
resistência do inimigo!

Isto nos faz lembrar Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu em


línguas e ensinou aos apóstolos que lá estavam. Padre Vieira ainda remete
às palavras do Cristo: “Ide a toda criatura, e anunciai o Evangelho” (Mc
16,15), refere-se a TODAS as criaturas, não apenas aos homens, mas às
árvores, aos animais, às pedras também.

Vieira ainda dá o exemplo da passagem da Bíblia no Evangelho segundo


João, capítulo 21, quando Jesus pergunta à Simão Pedro três vezes se ele O
Amava. Pedro respondeu: “Tu sabes que eu Te amo”. Ao passo que Jesus
responde: “Apascenta as minhas ovelhas”. Vieira questiona se para
apascentar as ovelhas de Cristo, a sua Igreja, que somos todos nós, é
necessário tanto exame de amor. Três vezes Jesus pergunta e Pedro
responde. Para nós significa que Pedro o amava mais do que todos? Sim.

No terceiro capítulo, Padre Vieira argumenta que para ensinar na terra do


Brasil é necessário muito amor de Deus, tanto pela qualidade da gente,
referindo-se aos indígenas e aos escravos, quanto pela dificuldade das
línguas brasileiras. Segundo Vieira, a São Tomé coube a parte da América
que hoje se encontra o Brasil, e que foi a maior penitência, pela
incredulidade do santo quando da Ressurreição de Cristo.

Na quarta parte, Antônio Vieira fala da dificuldade de ensinar por causa da


diversidade das línguas indígenas. Ele afirma que houve quem chamasse o
Rio Amazonas de “babel”, referindo-se à Torre de Babel, que dividia setenta
e duas línguas, segundo São Jerônimo, enquanto, segundo o padre,
contaram-se cento e cinqüenta línguas até o ano de 639 d.C, e ainda se
encontram muitas mais. Vieira diz que é uma graça imensa receber o
domínio dessas línguas pela ação do Espírito Santo, mas que é muito mais
gratificante o esforço, dando como exemplo as línguas chinesas e
japonesas, diferente da Torre de Babel, onde ninguém aprendeu novos
dialetos.

O padre lembra também da passagem da Bíblia na qual o Espírito Santo


envia aos Apóstolos as línguas de fogo (At 2), e, de acordo com ele, fogo de
línguas aos seus sucessores, queixando-se de que o Espírito Santo não
inspira novas línguas aos pregadores de hoje.

Na quinta parte, Vieira sustenta o argumento de que todas as conquistas de


Portugal têm os ministros do Evangelho, embora em outras terras podem
não os ter. Ele também invoca o Espírito Santo para aqueles que partirão
em missão para o Rio Amazonas, e lembra o sangue e a água, que saíram
do lado aberto de Cristo, e de onde nasceram todos os sacramentos da
Igreja, em especial o Batismo e a Eucaristia. Exorta as mulheres a serem
missionárias em suas casas, durante seu serviço diário, ensinando as
orações aos seus escravos.

Na sexta parte, o padre reafirma que as mulheres têm a obrigação de


ensinar a fé e a lei de Cristo, e que todos não desanimem para moldar a fé
dos índios, dos escravos e de todos que ainda não foram catequizados, e
que devem ser esses ensinamentos colocados aos poucos, de forma
progressiva.

Por fim, na última parte, Padre Antonio Vieira diz que quem ensinar às
pessoas estará fazendo um grande serviço para Deus e, caso não o fizer,
prestará contas a Deus no final dos dias, lembrando que Jesus virá julgar os
homens no último dia, e que as pessoas que não foram batizadas se
queixariam deste fato no último julgamento. Vieira termina pedindo ao
Espírito Santo que desça sobre todos aqueles que ouviram ao sermão.
Desde então, muitos desses ensinamentos mudaram, a história avançou e
algumas dessas idéias se tornaram obsoletas. Hoje podemos dizer que
temos uma missão sim, de catequizar, mas não podemos, e não devemos
usar a força para isto, e devemos nos render à livre ação do Espírito, que é
fogo, luz e sabedoria.

“A paz esteja convosco!”

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