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Uma Questão de Qualidade

Qualidade da informação e processos de negócios são os principais aspectos a serem aprimorados nas corporações,
apontam executivos de todo o mundo.

Um dos maiores problemas enfrentados pelas corporações é o calcanhar de Aquiles de muitos CIOS: a qualidade da
informação. Resultante da falta de integração de sistemas de TI e processos de negócios, a má qualidade da informação
foi citada por nada menos que 80% dos executivos de todo o mundo ouvidos pela consultoria e auditoria Deloitte. A
pesquisa, intitulada “Questões da Qualidade da Informação”, revela as preocupações, os problemas e o rumo dos
investimentos anunciados pelos executivos de finanças e de tecnologia de grandes empresas para administrar a
informação corporativa no século 21. Para 48% dos executivos, a não integração dos processos de negócios é um
problema crítico; para outros 34%, trata-se de uma questão isolada; apenas 16% não a consideram um problema. O perfil
das respostas se repete quanto à diversidade e à não-integração dos sistemas de TI: somente 19% dos executivos
deixam de identificar esse fato como um obstáculo.
Raul Arashiro, gerente financeiro da Copagaz Distribuidora de Gás, reforça o coro. “Problemas de qualidade da
informação aconteceram em todas as companhias por onde passei. Muitas vezes, são causados por uma base de dados
mal-trabalhada, que gera informações duplicadas”, explica. Mas, segundo Arashiro, já houve uma melhora substancial nos
últimos tempos com o advento dos ERPs (sistemas integrados de gestão), ainda que a questão não tenha sido
solucionada por completo. “E preciso melhorar os processos também”, acrescenta.
Muitos CIOS argumentam que, além da falta de integração, fruto muitas vezes de processos suportados em parte por um
sistema e em parte outro, uma deficiência que causa a má qualidade da informação é a falta de ordem na hora de inserir
os dados nos sistemas. “Apesar de tudo o que é feito em TI, muitos esforços ainda estão longe de atingir os objetivos
empresariais”, conclui Lúcio CoIângelo, diretor de consultoria empresarial da Deloitte.

Outro aspecto questionado é o da gestão da informação, que, segundo a pesquisa,permanece inadequada na maioria das
corporações: 82% delas indicam haver espaço para melhorias no gerenciamento de informações financeiras que possam
ser úteis para planejar e definir estratégias. Em relação ao uso de informações operacionais para esse mesmo fim, o
índice de empresas que assinalam a necessidade de promover melhorias é de significativos 84%.
As conseqüências de tanta insatisfação são visíveis no dia-a-dia: desperdício de tempo dos usuários de finanças e de
negócio na elaboração de relatórios; informações conflitantes sobre um mesmo tema; rápida perda de validade das
informações referentes a planejamento ou orçamento. Por outro lado, as empresas vislumbram uma série de benefícios
caso o problema da qualidade da informação seja solucionado: redução de custos; aumento da produtividade; maior ROl
(retorno sobre o investimento); maior agilidade nas decisões; e maior transparência, já que as informações seriam mais
precisas e confiáveis. “Uma boa notícia é que as áreas de finanças e TI estão interagindo e colaborando mais para
melhorar a qualidade da informação. O CFO já está entendendo o papel do CIO, e vice-versa”, ressalta Colângelo. Afinal,
o tempo urge: além da pressão por maior competitividade, com regulamentações como Sarbannes-Oxley, que obrigam as
empresas a prestar contas de maneira cada vez mais minuciosa, rápida e responsável, não tem como não repensar
processos, focar mais em controles e tornar mais transparente a informação. “E nesse contexto o CIO precisa suportar o
processo, não modificá-lo”, aconselha o consultor.

Para o CFO do Grupo Pão de Açúcar, Robin Chin, contar com processos moldados pelas demandas de negóios e do
mercado é o grande desafio hoje porque significa mudar a maneira como se encara a própria informação. “Como as
informações estão cada vez mais abundantes e velozes, é preciso garantir flexibilidade corporativa para se adaptar
rapidamente às circunstâncias, estar à frente da concorrência”, diz. Isso significa encarar o processo como algo transitório.
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Não adianta, segundo o executivo, detalhar excessivamente um processo, geri-lo a partir de um manual à toda prova e as
pessoas acharem que sua forma de trabalhar não vai mudar. “Se há 15 anos um processo permanecia o mesmo por
quatro, cinco anos, hoje ele é dinâmico, não dura mais do que um ano. O importante é ter por trás desses processos
conceitos e regras de negócios claros, estes sim quesitos duradouros, com horizonte de longo prazo, e treinar
constantemente as pessoas”, ressalta Chin. Para ele, a qualidade da informação em sua empresa já é ótima. “Nunca tive
problemas com números aqui, o grupo é integrado, conta com uma única base de dados, com um único sistema.”

A maior parte dos executivos revela que suas empresas realizaram, estão realizando ou pretendem fazê-lo nos próximos
dois anos, investimentos em diversas áreas relacionadas à gestão da qualidade da informação. As primeiras providências
têm sido limpar e padronizar dados; consolidar o data warehouse; e integrar aplicativos e a infra-estrutura de TI (85%,
83% e 83% dos entrevistados, em questão de múltiplas respostas). Mas apenas 25% já partem para a simplificação de
processos de negócios em larga escala. A pesquisa foi realizada no fim do ano passado e inclui empresas de diversos
setores econômicos: bens de consumo e varejo, manufatura, serviços financeiros, tecnologia, mídia e telecomunicações,
saúde e biociências, energia, utilities e outros. Dentre os entrevistados, a maioria é composta por CFOs (chief financial
officers), equivalendo a 31% dos respondentes. Executivos como CEOs, CIOs e controllers correspondem a 4%, 10% e
13% do total, respectivamente. Das quase 400 empresas participantes da pesquisa, 64 faturam mais de 1 bilhão de
dólares. Todas estão sediadas na América do Norte, na Europa ou na China, mas operam em todas as regiões do mundo:
71% nos EUA, 33% na Europa Central, 36% no Canadá, 30% na Ásia, 30% no Reino Unido, 25% na América Latina, 21%
na região da Ásia-Pacífico, 18% no Leste Europeu e 13% na Africa. (R.R)

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