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Práticas de leitura e escrita em

GÊNERO TEXTUAL

Texto fonte:

BARROSO, Terezinha. Práticas de leitura em sala de aula. IN Instrumento: revista de estudo e pesquisa
em educação. UFJF/ C. A. João XXIII. v. 3. n. 1. maio 2001, Juiz de Fora: EDUFJF, 2001.

Atualizado pelas professoras Ms. Sandra del-Gaudio (UFJF/FACED/UAB)


Dra. Terezinha Barroso (UFJF/FACED/UAB)
2010

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Práticas de leitura e escrita em
GÊNERO TEXTUAL

Justificativa para a presente proposta didática:


demanda pela formação continuada de professores: conhecimento sobre a
teoria de gêneros (Bakhtin, 1998) e a inclusão do ensino da leitura e escrita
em gêneros textuais, como objetos de ensino de língua;
necessidade de se trabalhar a diversidade de gêneros textuais nas aulas de
Língua Portuguesa;
a inclusão de gêneros do agrupamento do EXPOR no currículo de LP, como
ferramenta auxiliar em disciplinas que utilizam desse agrupamento como
forma de expressão (por ex.: História, Geografia, Ciências);
importância de se introduzir uma prática de ensino de leitura e escrita que
contemple o desenvolvimento das capacidades de linguagem - capacidade
de ação, capacidade discursiva e capacidade linguístico-discursiva (Dolz &
Schneuwly, 2004).

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Práticas de leitura e escrita em
GÊNERO TEXTUAL

Objetivos:
apresentar uma proposta de leitura e produção escrita, tomando como unidade de
ensino um texto expositivo;

facilitar a compreensão do professor sobre como pode se dar a transposição da teoria


de gêneros textuais de base sociointeracionista e discursiva para a prática de sala de
aula;

ilustrar uma prática de leitura e escrita com vistas ao desenvolvimento das capacidades
de linguagem.

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Práticas de leitura e escrita em
GÊNERO TEXTUAL

Gênero textual escolhido: Texto de divulgação científica:


“O que é chuva ácida”, revista Dr. Eco e Companhia, Editora
Paulus, nov. 1996, p. 3- 4.
Suporte: Revista Dr. Eco, dirigida ao público infanto-juvenil em geral
Sujeitos envolvidos: alunos do 5º. ano do Ensino Fundamental (4ª série),
idade 10 -11 anos
Justificativa para a escolha do gênero texto de divulgação científica:
* ser gênero textual pouco frequente nas práticas de ensino de Língua
Português que, usualmente, priorizam gêneros da esfera literária;
* ser o gênero preferencialmente usado por disciplinas como
Geografia, História, Ciências, entre outras.

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Oficina de Leitura e Escrita:
desenvolvendo as capacidades de linguagem

1. Desenvolvendo a capacidade de ação:


A atitude do enunciador, em relação ao objeto do dizer, é a de dar a conhecer,
apresentando ideias, conceitos, informando, analisando e interpretando dados da
realidade, abstraindo-se do tempo e do espaço.

1.1 A moldura comunicativa, na qual o texto de divulgação científica está


inserido:
Antes da leitura do material pelos alunos, o professor, sempre que possível, deve
levar para a sala um exemplar da revista (ou mais de um), para que os alunos
possam ter contato com os suportes onde circulam os gêneros na sociedade.
Fotocópias do material devem ser feitas para cada aluno.
1.2 Aspectos da moldura comunicativa a serem ressaltados pelo professor
A situação de produção: os interlocutores envolvidos, a ação de linguagem
produzida pelo gênero, o suporte, a seção, o título da matéria
O suporte e o gênero: Dr. ECO e companhia, revista educativa, destinada a
tratar de temas ecológicos com o público infanto-juvenil. Gênero textual: texto
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de divulgação científica - O que é chuva ácida
Oficina de Leitura e Escrita:
desenvolvendo as capacidades de linguagem

A seção: Dr. ECO EXPLICA, identificada no canto da página e ilustrada


com sinais de interrogação. As marcas que identificam a seção reforçam
sua intenção comunicativa.
O nome da revista e o da seção que permitem estabelecer associações
com o tipo de revista e com o tema que ela aborda (Dr. ECO →
ECOlogia); a seção leva a entender que a revista está dividida em partes
referentes a assuntos, que são variações do tema central da revista.
O título do texto – expresso em destaque, em forma de pergunta direta –
e o nome da seção, pistas que permitem o levantamento de hipóteses
sobre o gênero de texto que será lido: os leitores estarão diante de um
texto de divulgação científica, disponível em revista infanto-juvenil, cujo
autor tem como intenção comunicativa principal expor, informar, dar a
conhecer alguma ideia – questões relativas ao meio ambiente, numa
linguagem acessível ao perfil de leitor pretendido. Não se desconsidera o
caráter argumentativo do texto: levar o leitor a um comportamento
ecologicamente correto.

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Oficina de Leitura e Escrita:
desenvolvendo as capacidades de linguagem

A ilustração, pista auxiliar para antecipação de significados e de


intenções comunicativas. Facilita a construção de inferências
sobre o conteúdo informativo e atua como forma de previsão da
atitude comunicativa do autor frente ao tema abordado. No caso
em estudo, o ilustrador valeu-se de desenhos antropomorfizados -
com características humanas -, dando a impressão de animação,
adequando, assim, o texto de divulgação científica - O que é chuva
ácida - à sua clientela de leitores infanto-juvenis.

1ª ilustração: em primeiro plano, destaca-se a figura de uma gota


de chuva de aparência sinistra, ameaçadora, ressaltada pelo
formato das sobrancelhas e pelo sorriso expresso pela figura
assemelhada a de um fantasma. A figura usa óculos escuros. Nas
lentes dos óculos está refletido o contorno de chaminés de
fábricas.

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Etapas de desenvolvimento da
Oficina de Leitura e Escrita:
capacidades de linguagem
Uma grande nuvem cinzenta serve de fundo para as duas páginas e
a predominância da cor cinza remete à ideia de ambiente sombrio,
poluído. Em segundo plano, estão gotas de chuva e nuvens cinzentas.
2ª ilustração: o desenho de uma nuvem de aspecto ameaçador, de
onde saem raios e gotas de chuva, amedronta uma árvore próxima a
uma fábrica. Há também o contraste das cores: o colorido da natureza
(árvore e grama) e a cor negra e acinzentada dos demais desenhos da
página.
As imagens ameaçadoras e sinistras, nas duas páginas, predispõem
o leitor a levantar expectativas sobre o tema, ou seja: mesmo não sendo
possível ainda ter construído um significado para a expressão chuva
ácida, o leitor já será capaz de estabelecer relação semântica e
pragmática entre chuva ácida e ameaça (ao meio ambiente), e antecipar
possíveis intenções do texto que será lido.

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Oficina de Leitura e Escrita:
desenvolvendo as capacidades de linguagem

Após a exploração da moldura comunicativa, a leitura do texto de divulgação científica


deve ser feita para verificação das hipóteses levantadas durante as discussões.

2. Desenvolvendo a capacidade discursiva:


Com relação à organização composicional do gênero: texto de divulgação
científica, atualizado em uma revista informativa, cujo tema gira em torno de questões
ambientais.

O texto apresenta uma organização composicional própria, que parte da


GENERALIZAÇÃO (conceito) para a ESPECIFICAÇÃO (detalhamento de
consequências, exemplificação), com organização das informações numa ordenação
lógica, sem alteração aleatória (cf. 1ª. página).

A referência ao mundo real tem a função discursiva de exemplificação (cf. 1º.§ da 2ª.
página).

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Oficina de Leitura e Escrita:
desenvolvendo as capacidades de linguagem

3. Desenvolvendo a capacidade linguístico-discursiva


Com relação à identificação dos recursos linguístico-discursivos
utilizados pelo autor na composição do gênero:
Estratégias facilitadoras de negociação de informações novas e de
aproximação com o leitor, tais como:
apoio ao conhecimento prévio (Cf. uso de expressões definidas
(informações dadas) no 1º. Parágrafo);
opção por uma interlocução direta com o leitor (uso de pronomes de 2ª
pessoa do singular (você), de 1ª pessoa do plural e presença de
interrogativa direta);
progressão temática feita por conectores que ligam informações novas a
informações dadas no texto (construção de uma teia de informações
coerente e coesa);

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Oficina de Leitura e Escrita:
desenvolvendo as capacidades de linguagem

predomínio de verbos no presente do indicativo, tempo verbal


próprio do mundo comentado (característica dos gêneros do
EXPOR);
uso do tempo verbal pretérito, para marcar mudança de postura
enunciativa (o autor recorre a pequenos relatos, para
exemplificação do exposto).

O esquema na próxima lâmina identifica o mapeamento de


algumas pistas linguístico-discursivas (o professor pode considerar
outras pistas, dependendo do estágio de desenvolvimento de
leitura de seus alunos):

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Práticas de leitura e escrita com
GÊNERO TEXTUAL
em sala de aula
Atividades de produção escrita motivadas pela leitura:
O trabalho de leitura poderá ser acompanhado por atividades que visem ao
desenvolvimento da competência da escrita em gêneros textuais:
● Produção do gênero textual esquema (cf. lâmina 12): atividade coletiva, orientada
pelo professor.
● Produção do gênero textual resumo do texto, a partir do esquema
coletivo, atividade auxiliar nas demais disciplinas.
● Produção do gênero textual texto de divulgação científica, a partir de
outro tema, como por exemplo, poluição, aquecimento global, etc.
Tema que poderá estar associado a conteúdos desenvolvidos em
outras disciplinas. Os alunos pesquisam, anotam, fazem um
esquema de planejamento do texto e produzem um pequeno texto de
divulgação científica, com organização semelhante àquela do texto
sobre chuva ácida. O material poderá ser publicado em jornalzinho
da sala/escola, afixado em mural, postado em blogs, etc.

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Práticas de leitura e escrita com
GÊNERO TEXTUAL
em sala de aula

Considerações finais:
q A aplicação das etapas de leitura e as atividades de
produção escrita descritas nesta oficina devem ser
analisadas pelo professor e adaptadas ao perfil de seus
alunos.
q Esta oficina pode orientar o professor no planejamento de
aulas de leitura e escrita com textos de outros gêneros em
sala de aula.
q Os procedimentos de leitura descritos visam ao
desenvolvimento das estratégias de leitura acionadas por
um leitor proficiente e devem ser tomados como trabalho
coletivo, orientado pelo professor.
q O foco dado à prática coletiva de leitura em sala de aula,
monitorada pelo professor, não desconsidera a importância
da leitura individual, momento em que o aluno estabelece
relações, antecipadas durante as discussões, com outras
emergentes no ato da leitura; constrói inferências e se forma
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como leitor/escritor proficiente.
Referência Bibliográfica
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1952/1992.

BARROSO, Terezinha. Práticas de leitura em sala de aula. IN Instrumento:


revista de estudo e pesquisa em educação. UFJF/ C. A. João XXIII. v. 3. n. 1.
maio 2001, Juiz de Fora: EDUFJF, 2001.

SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros Orais e escritos na escola. Campinas :


Mercado de Letras. 2004.

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