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O que é cultura?

José Luiz Santos CULTURA BRASILEIRA As várias maneiras de entender o que é


cultura derivam de um conjunto comum de preocupações que podemos localizar em duas concepções
básicas. A primeira dessas concepções preocupa-se com todos os aspectos de uma realidade social.
Assim, cultura diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação, ou
então de grupos no interior de uma sociedade. Podemos assim falar na cultura francesa ou na cultura
xavante. Do mesmo modo falamos na cultura camponesa ou então na cultura dos antigos astecas.
Nesses casos cultura refere-se a realidades sociais bem distintas. Na segunda concepção básica de
cultura, quando falamos em cultura estamos nos referindo mais especificamente ao conhecimento, ás
idéias e crenças, assim como às maneiras como eles existem na vida social. Observem que mesmo aqui
a referência à totalidade de características de uma realidade social presente, já que não se pode falar em
conhecimento, idéias, crenças sem pensar na sociedade à qual se referem. O que ocorre é que há uma
ênfase especial no conhecimento e dimensões associadas. Entendemos neste caso que a cultura diz
respeito a uma esfera, a um domínio, da vida social. Contam-se inúmeras definições de cultura, mas
podemos nos valer de certos procedimentos metodológicos: 1) partir de uma noção básica de cultura; 2)
não erigir nenhuma definição de cultura como a única verdadeira e exata; 3) procurar sempre captar ou
explicitar a área conceitual em que se está trabalhando no momento; 4) distinguir claramente cultura de
outros termos próximos ou costumeiramente aproximados; 5) perceber e diferenciar os enfoques mais
constantes e mais ricos de cultura, a saber, o enfoque filosófico, o humanista, o etnológico e o da
antropologia cultural. A cultura é o desenvolvimento intelectual do ser humano, são os costumes e valores
de uma sociedade.

Peter Burker

De fato, “cada vez mais as questões culturais são apresentadas


como explicação para mudanças no mundo político, como revoluções,
formação dos Estados” (p. 47), o mesmo acontecendo nas análises de
crises econômicas ou sociais. Burke salienta que, “de 30 anos para cá,
ocorreu um deslocamento gradual no uso do termo pelos historiadores.
Antes empregado para se referir à alta cultura, ele agora inclui também
a cultura cotidiana, ou seja, costumes, valores e modos de vida. Em outras
palavras, os historiadores se aproximaram da visão de cultura dos
antropólogos” (p. 48). Neste ponto, o autor faz referência aos antropólogos
mais influentes e suas contribuições para a pesquisa histórica.
Por outro lado, Burke lembra que houve, na década de 1970, o
surgimento de um novo gênero histórico, a Micro-história, associada a
um grupo de historiadores italianos, dentre os quais se destacam Carlo
Ginzburg, Geovanni Levi e Edoardo Grendi. Ressalta que essa foi uma
reação a um certo estilo de História Social, indo ao encontro da Antropologia
e exprimindo a crescente desilusão com a “grande narrativa”.
Paralelamente, o autor aborda outras temáticas importantes como as
colocadas pelo pós-colonialismo — que encontraram especial ressonância
na produção de Edward Said —, e pelo feminismo, destacando-se,
aqui, as análises de Michelle Perrot e Georges Duby. Em ambos os casos,
frise-se, as questões se centravam na luta pela independência, fosse ela
cultural ou de gênero.
Burke prossegue sua argumentação, perguntando se a NHC estabeleceria
um “novo” paradigma. Afirma, então, que a “palavra ‘cultural’
distingue-a da história intelectual, sugerindo uma ênfase em mentalidades,
suposições e sentimentos e não em idéias ou sistemas de pensamento”
(p. 69). Os principais teóricos dessa linha investigativa como
sugere o autor, seriam Mikhail Bakhtin, Norbert Elias, Michel Foucault e
Pierre Bourdieu: “juntos, esses quatro teóricos levaram os historiadores
culturais a se preocuparem com as representações e as práticas, os dois
aspectos característicos da NHC, segundo um de seus líderes, Roger
Chartier” (p. 78). Depois de se debruçar mais atentamente sobre o papel
desempenhado por esses historiadores, o autor conclui que “aconteceu
um deslocamento ou uma virada coletiva na teoria e na prática da história
cultural. (...) uma mudança de ênfase, mais que a ascensão de alguma
coisa nova, uma reforma da tradição, mais que uma revolução, mas,
afinal, a maior parte das inovações culturais acontecem dessa maneira”
(p. 98).
Não foi por acaso que, em muitos casos, da idéia de representação
passou-se a dar maior atenção à de construção, seja da realidade cotidiana
ou das manifestações artísticas e simbólicas como a pátria e a nação.
Burke destaca que as idéias de performance e desconstrução foram importantes
nessa redefinição de interesses e abordagens nas pesquisas.
Todavia, no seu entender, embora os estudos culturais tenham sido de
grande valia para se reavaliar as ações e as atitudes dos homens e das
sociedades no tempo, a expressão Nova História Cultural, que apareceu
nos anos 1980, começa a demonstrar sinais de esgotamento. Para o autor,
poder-se-ia pensar três cenários alternativos: um “’retorno a
ArtCultura, Uberlândia, v. 9, n. 15, p. 235-239, jul.-dez. 2007 239
resenhas
Burckhardt’, “usando o nome como uma espécie de síntese, um símbolo
para o renascer da história cultural tradicional”; outro seria “a expansão
contínua da nova história cultural para outros domínios”; e, por fim,
“a reação contra a redução construtivista da sociedade em termos de
cultura, o que pode ser chamado de ‘a vingança da história social’” (p.
132).
De leitura fluente e agradável, o livro de Peter Burke nos oferece
um abrangente painel do desenvolvimento da história da História Cultural
(seja como for, ainda em construção). No entanto, o leitor pode
chegar ao final da obra com a pergunta: será possível definir todo o agir
humano em termos de ações culturais? Por outro lado, vale sublinhar
que, se de fato muitos intelectuais que se diziam herdeiros diretos do
marxismo hoje se classificam como historiadores culturais, muitos outros
historiadores permanece(ra)m fiéis às suas posições originais. Tal foi
o caso de Ernest Labrousse, François Furet e Pierre Vilar, na França, de
Ellen M. Wood, nos Estados Unidos, ou ainda de E. P. Thompson, Raymond
Williams, Christopher Hill, Eric J. Hobsbawm e Perry Anderson.
Estes últimos, historiadores marxistas ingleses dissidentes do Partido
Comunista nos anos 1950, à época das revelações das atrocidades cometidas
por Stalin, nem por isso romperam com seus ideais. Mantiveram-se
criativos ao tentarem uma síntese (se é que isso é possível) entre os modelos
clássicos de interpretação e transformação das sociedades e os ‘novos’
modelos, associados à NHC (nesse particular, destaquem-se Carlo
Ginzburg, Terry Eagleton ou mesmo Cornélius Castoriadis, François Dosse
e Michel Vovelle).
Além do mais, se, aparentemente, a NHC ocupa parte ponderável
dos estudos e pesquisas hoje desenvolvidos nas universidades, no campo
da História, os novos influxos da produção historiográfica não se limitaram
a ela. Não se pode ignorar que a História Econômica tem sido revista
e renovada em muitos países, do mesmo modo como a História Política
e a História das Idéias passam por transformações Isso tudo acena
para a possibilidade, quem sabe, de diálogos frutíferos entre essas
subáreas do conhecimento, sem que tal aproximação deva conduzir ao
escamoteamento de suas divergências.

Resenha recebida em abril de 2007. Aprovada em novembro de 2007.

A IDÉIA DE CULTURA
1ª Edição » 208 pgs.
Editora: UNESP » São Paulo » 2005
Resgatar o significado de cultura das vulgatas que dominam o discurso contemporâneo é o desa¬fio que
Terry Eagleton enfrenta em A idéia de cul¬tura. Insatisfeito tanto com o significado antropoló¬gico
debilitantemente amplo quanto com o sentido estético desconfortavelmente rígido, o autor busca as
transformações históricas pelas quais o termo passou e os seus usos contemporâneos. Nesse per¬curso,
incorpora ao debate questões filosóficas en¬volvendo liberdade e determinismo, o fazer e o so¬frer,
mudança e identidade, o dado e o criado.
A partir de um amplo panorama conceitual, mergulha na crise moderna da idéia de cultura, que se difere
das crises anteriores por sua aFirma¬ção de uma identidade específica em vez de sua transcendência. O
pensador aprofunda também o problema dos choques culturais como "parte da forma que assume a
política mundial do novo milê¬nio" e debate a dialética da natureza e da cultura. Transita com
desenvoltura em vários contextos pa¬ra extrair da idéia de cultura um significado que a diferencie de
outros conceitos fundamentais da So¬ciologia. Adentra na discussão sobre a dialética da natureza e da
cultura, estabelecendo um diálogo profícuo com Marx, Nietzsche e Freud. Por fim, aprofunda nossa visão
em relação a questões cen¬trais do mundo contemporâneo, como a homoge¬neização da cultura de
massas, a função da cultura na estruturação do Estado-Nação e a construção de identidades e sistemas
doutrinários
O que é expressão cultural ?
Cultura - Em todas as milhares de modalidades de vivência cultural, se podem distinguir certos aspectos
da cultura, nos quais é mais ardente a preocupação de criar beleza, de expressar alegria ou de manifestar
sentimentos. A estas particularidades é que se atribui, habitualmente o conceito de forma de expressão
cultural. Para muita gente é difícil meter na cabeça que balé e samba, feijoada e xadrez, sejam
modalidades diferentes de expressão cultural.

Às vezes é útil, ainda que seja sempre perigoso, falar de cultura popular e cultura erudita. Gosto de
pensar que essas são as duas asas da cultura que, sem vigor em ambas, não voam belamente. É preciso
reconhecer que uma não é melhor nem pior, superior ou inferior à outra; são apenas diferentes e, porque
distintas, se intercambiam, abeberando-se reciprocamente. Populares são, para nós, as formas livres de
expressão cultural das grandes massas, que nos dão seu exemplo maior no carnaval carioca, como a
principal dança dramática que jamais se viu. Eruditas são as formas escolásticas, cnônicas, de expressão
cultural, como o balé e a ópera, por exemplo, cultivadas por alguns, vivenciadas por pouquíssimos, mas
admiradas por um grande público.

O importante neste campo, como em outros, não é o de cair em sectarismo. É tão ridículo o populesco
que só tem ouvidos para seu samba, como o basbaque que só aprecia gêneros e estilos de expressão
cultural desenvolvidos por outros povos, como a ópera ou o balé, por exemplo. Nosso desafio está
precisamente em criar, no plano cultural, com fundamento em nossos modos de ser, gêneros
equivalentes, que cultivemos com gosto e, quem sabe, até exportemos. É igualmente importante não nos
fecharmos aos gêneros eruditos, hostilizando-os, porque são exógenos. Ganhando geande público, eles
se fizeram, para muitos povos, modos de co-participação nos valores da civilização a que pertencem.
Rejeitá-los ou até hostilizá-los será cair num provincianismo detestável. Reverenciá-los boquiabertos
como formas perfeitas e intocáveis, sem a ousadia de criá-los a nosso jeito, é igualmente boboca.

Dentro deste conceito de cultura, política cultural não pode ser mais que o estímulo generoso do Estado
para que a criatividade popular e erudita floresça, sem nelas jamais interferir. A mão do Estado é sempre
uma mão possessa, onde quer que ela queira ditar normas ou impor diretrizes.

Estamos orgulhosos do que fizemos. No campo dos tombamentos, uma atitude nova nos fez sensíveis,
tanto à necessidade de preservar peças do patrimônio barroco, desde sempre louvadas, como em muitas
outras coisas. Por exemplo, a Casa da Flor. Outro exemplo é o tombamento de trechos inteiros da cidade
do Rio de Janeiro, para ter a garantia de que outras gerações que se sucederem à nossa geração verão a
cidade com os olhos com que nossos avós a viram.

(...) Outra alegria nossa, das maiores foi dar ao Rio uma nova e bela biblioteca pública. Ela funcionará por
si mesma como um grande centro de cultura, capaz de atender a milhares de pessoas diariamente,
dando-lhes não só livros mas todos os instrumentos audiovisuais de informação, de estudo e de
recreação.

(...) Através delas daremos livros, livros a-mãos-cheias, a todo o povo. O livro, bem sabemos, é o tijolo
com que se constrói o espírito. Fazê-lo acessível é multiplicar tanto os herdeiros quanto os
enriquecedores do patrimônio literário, científico e humanístico, que é, talvez, o bem maior da cultura
humana.

(...) E trouxemos de volta a Revista do Brasil, que Monteiro Lobato tornou uma voz da consciência
brasileira e que hoje o Rio de Janeiro devolve a todos os homens de cultura do Brasil.

Um gênero novo de arte surge no Rio, graças à criatividade de Carlos Scliar: não mais o quadro, o painel,
a escultura, o objeto - mas dar plasticidade em cor e forma a um edifício inteiro. No caso concreto, a idéia
foi embelezar uma escola em São Gonçalo que, como num ato mágico, transformou-se numa escola
colorida.
Enorme foi nossa alegria de dar casa ao Carnaval do Rio. Casa nobre e bela edificada com o risco de
Oscar Niemeyer que coroou com um arco tido hoje como o símbolo do Rio de Janeiro. Mais ainda foi o
júbilo de fazer o sambódromo a maior escola de 1º grau deste mundo - dez mil alunos em 200 salas de
aula sob as arquibancadas.

(...) Numerosos foram os eventos que patrocinamos, participando da alegria do povo nos seus dias mais
festivos: as datas nacionais e religiosas, carnaval, iemanjá tiveram, nestes anos, comemorações em
paralelo.
No campo da museologia, enorme foi nossa messe. Citemos apenas alguns exemplos: Criamos o Museu
França-Brasil, para visualizar os cinco séculos de bom convívio que tivemos com os galeses. Estamos
montando o Museu do Carnaval, que dará ao visitante do Rio a visão e o ritmo dos desfiles, em qualquer
dia do ano. Estamos concluindo o projeto de criação de um Museu de Civilização Rústica com
fundamento na qual - a roda d'água, o monjolo, o carro-de-boi, o alambique etc - esses brasis se
construíram. A Fazenda Colubandê, dignamente restaurada, vai receber uma réplica do melhor mobiliário
rústico brasileiro. Ao redor dela, cultivaremos um imenso pomar com todas as frutas de antigamente. Será
um santuário de todas as árvores frutíferas, inclusive de passarinhos, para se ver se eles voltam a revoar
outra vez. Na casa de número 176 da Avenida Vieira Souto está hoje um polo irradiador de arte e cultura:
a Casa de Cultura Laura Alvim (), doada por sua proprietária, em vida, ao Estado.

(...) Alguns desses fazimentos me deram um soberbo sentimento de glória. A alegria de participar da
homenagem que o Brasil prestou, no Teatro Municipal pleno de público como nunca, a essa cantora que
é Clementina de Jesus.

(...) A pintura mural pelas ruas. As crianças nos teatros e concertos. A cultura viva. A ainda há (...) o
Monumento a Zumbi, um bronze do Benim, para alegria da negritude.

Darcy Ribeiro (trecho de artigo publicado na Revista do Brasil, ed. especial, 1986)

introdução
- A capoeira é uma expressão cultural afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura popular, música,
esporte, artes marciais, e talvez até brincadeira. Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus
descendentes, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés, as mãos, a
cabeça, os joelhos, cotovelos, elementos ginástico-acrobáticos, e golpes desferidos com bastões e
facões, estes últimos provenientes do Maculelê. Uma característica que a distingue da maioria das outras
artes marciais é o fato de ser acompanhada por música.
Acredita-se que a palavra capoeira seja originária do tupi e refira-se às áreas de mata rasteira do interior
do Brasil. Foi sugerido que a capoeira obteve o nome a partir dos locais que cercavam as grandes
propriedades rurais de base escravocrata. Há, porém, uma enorme polêmica acerca da origem
etimológica do termo. Existe a teoria de base lusófona na explicação de alguns etimólogos como sendo
originária do português "capo", uma vez que, o jogo dançante era praticado por escravos de ganho,
vendedores de aves, que assentavam ao chão as gaiolas de seus capôs, antes da prática. No entanto,
muitos especialistas consideram a teoria um tanto simplista e artigos acadêmicos que questionam o rigor
científico dos estudos sobre a capoeira podem ser encontrados na web. As teorias indígenas apontam
tanto o tupi quanto o guarani nos termos kapwera ou tupwera, relacionando-a à vegetação debastada
pela prática. Internacionalmente, os dicionários etimológicos acompanham a controvérsia, ora
apresentando o vocábulo capoeira como oriundo do quicongo "kipura" sofrendo influência latina para cap,
ora apresentando o português antigo "capon", frango ou galo jovem castrado, ave esta vendida em
gaiolas pelos escravos de ganho praticantes da capoeira.

- O surgimento dos novos processos de gestão, a empresa imaterial, a descoberta do turismo como
forma de investimento, lazer e aprendizagem; o desenvolvimento das tecnologias de informação e
comunicação, as nano e biotecnologias responsáveis pela inteligência artificial, pelo genoma e pela
clonagem, o terrorismo e a já real primeira guerra do século XXI têm mais em comum do que se imagina,
pois estão tão intercruzados quanto os microfios de uma mesma rede.

O globalismo está presente na vila, na comunidade, na ilha, na vida. É a realidade do mundo moderno. E
ao mesmo tempo em que integra, fragmenta. Essa modernidade-mundo, pois, é contraditória, desigual. A
imagem, em meio a esse contexto, é cultuada com supremacia (Ianni, 1998).

E a partir da imagem da modernidade, as práticas cotidianas têm sido redimensionadas em virtude das
conseqüentes mudanças histórico-sociais que, cada vez mais, são arrastadas pelo espaço das
mercadorias sobre o qual teoriza Lévy (1999). De um lado, o sujeito social é convidado ou desafiado a
enfrentar os novos modos de aprendizagens interativas usando o hipertexto como forma complementar
que revigora as metodologias tradicionais de ensino. Do outro, as relações humanas atam as conexões
planetárias, proporcionando a interatividade nas redes eletrônicas que, segundo Lévy (1999), são meios
de organização em ampla escala que poderá fazer nascer uma nova forma de pensamento global, unindo
quatro espaços: o dos saberes, das mercadorias, a terra e o território. Estes espaços deveriam ter uma
mesma planificação de interesses, mas, em determinados contextos sociais, o espaço das mercadorias,
como os demais, sobrepõe-se uns aos outros. Tais espaços, uma vez equilibrados, formatariam as bases
de um pensar complexo em prol da formação da inteligência coletiva.

Desse modo, se num primeiro plano, o lastro da globalização e as políticas do neoliberalismo injetam as
imposições do Capitalismo dito pós-moderno, numa outra face a participação social, a vez da palavra às
massas historicamente silenciadas, o discurso polêmico das minorias desfavorecidas, a responsabilidade
social cobrada às instituições, a solidariedade, o voluntariado, dentre outras conquistas e projetos de
ação, exemplificam que a rede também pode ser usada como ação estratégica para a emersão do
interesse popular.

É neste panorama que a cultura está ou travando sua luta de resistência ou aderindo às armas
opressoras que formam a indústria cultural. As expressões populares, sobretudo, espremidas entre o
global e o local, são assoladas por crises identitárias, metamorfoseando as ações populares a partir
daquilo que é imposto pelos padrões estéticos, de consumo, de mercado. Assim, compreender a
complexidade dos tempos atuais significa (re)dimensionar as nuanças da cultura local e sua interface ou
até mesmo dualidade com a global; significa traçar os paralelos da modernidade e do que se
convencionou denominar pós-modernidade.

Neste trabalho, objetivo discutir a expressividade cultural como marca de uma realidade contextual. É por
isso que levo à discussão a expressividade da serenata do sertão paraibano, associando-a às dimensões
conjunturais desta sociedade de realidade complexa e sem paz, destacando a cidade de São José do
Sabugi como caso não distanciado do macro, mas, coeso com os parâmetros que formam a conjuntura
mundial. Pois, partindo da concepção de que, nos dias atuais, a realidade econômica esforça-se para
comandar os lastros das finanças globais, interligando bolsas de valores e idéias de mercado, podemos
constatar que o viés econômico enfileira as esferas sócio-culturais, determinando o jogo dos
envolvimentos, do consumo e do pensamento. Mais além, a pretensão que tomamos ao abordar o tema
aludido é discuti-lo numa ótica que sintonize seu entendimento às dimensões de uma realidade que já se
considera pós-capitalista, uma vez que a responsabilidade social está cobrando das instituições o retorno
social, isto é, o escoamento da produção resulta no lucro e parte deste seria repassado para projetos
sociais.
José Washington de Morais Medeiros
Mestrando em Ciências da Informação - UFPB

Expressão Cultural é discutida em Seminário Palle

Começou nessa quarta e se estende até sexta-feira, 03, no Anfiteatro da Universidade Estadual de
Feira de Santana (Uefs), módulo 2, o XX Seminário Palle (Projeto Aprimoramento em Língua e Literatura
Estrangeiras). Com o tema A língua estrangeira sob uma perspectiva cultural: arte, linguagem e literatura,
o evento é destinado a professores e alunos da Uefs, além de pessoas da comunidade externa
interessadas na aprendizagem de línguas estrangeiras.

O evento foi aberto com a palestra Língua e Cultura: objetos, perspectivas e novas abordagens,
proferida pelo professor doutor Diógenes Cândido de Lima, da Uesb e terá uma vasta programação com
palestras, oficinas, mesas-redondas e apresentação de comunicações.

Segundo a coordenadora do Palle, professora Isa Maria Carneiro Gonçalves, o seminário vem se
expandindo ao longo dos anos, acompanhando o desenvolvimento social e o crescimento dos estudos de
língua estrangeira da Uefs. A professora lembra que, “no início, o Palle era somente para os professores
e hoje atende também os alunos da instituição, além de estudantes de escolas públicas e da comunidade
em geral”. Atualmente a equipe do Palle coordena cursos de língua estrangeira todos os sábados no
colégio Agostinho Froes da Mota e em Cachoeira, na UFRB.

A professora Isa se mostrou satisfeita com a realização do evento, declarando que “Este XX Seminário
é muito importante e inovador, porque é o primeiro em que abordamos mais especificamente os aspectos
culturais, pois aprender uma língua estrangeira é também aprender uma nova cultura”.

FSA, 1º/9/10

Marly Caldas - Ascom/Uefs


O que é
Cultura?

O que é
Expressão
cultural?

Nome: Amanda Piva - N°01


Prof.(a).: Daniela
UNIBAN - OS

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