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Obs.: gente o áudio não estava muito bom e também não veio completo
Resposta: às vezes acontece, ou seja, ele não foi registrado lá, os pais não
tiveram o cuidado de já registrar lá, ai quando ele vem (o povo da turma A
faz muito barulhooooo)
II - naturalizados:
a ) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência
por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
Os que na forma da lei. Que lei? A constituição remete a lei
infraconstitucional então ele fala “na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral”. Um ano de
residência antes do pedido de naturalização, por que a lei exige quatro anos
de residência. Tendo esses dois requisitos o tempo de residência e a
idoneidade moral a naturalização é concedida. Para quem é originário de
país de língua portuguesa.
Pergunta de Rob:
Professora, isso significa dizer que o estrangeiro de qualquer
nacionalidade se ele tiver cumprido quinze anos ele consegue o visto
permanente e ainda tem que cumprir mais quatro anos?
Resposta: não por que nesse caso na constituição eles entendem e já
tem até decisão do STJ dizendo o seguinte, que mesmo ele estando ilegal
durante um tempo, no caso de quinze anos (10:40) no caso da norma
infraconstitucional não eles entendem que tem que ser quatro anos de
residência legalizada, ou seja, o visto permanente ai se pergunta por que?
Porque quinze anos é muito tempo. Ainda que no começo estivesse ilegal
ele visto já foi(10:55) por vinte anos( 11:02) é por isso que a norma
infraconstitucional continuou o entendimento que não, são quatro ano a
partir do recebimento do visto. No caso constitucional não, mesmo que no
começo que dos quinze anos os três primeiros ele tava ilegal não valeram
de nada por que três anos foram substituídos pelos 12 que ele passou legal.
28.03
Isso é o que se chama de quase nacionalidade brasileira, esse parágrafo primeiro ele faz
referencia ao Tratado Amizade (...) e consumo Brasil e Portugal. Esse tratado entrou em vigor
em 2000, na verdade ele revogou o chamado Estatuto da Igualdade que era o único acordo que
dizia direito e deveres recíprocos de brasileiros e portugueses, então esses 8 acordos foram
revogados por um único tratado. Que é o tratado da amizade (relação?) e consumo Brasil e
Portugal.
É necessário ter o visto permanente no país em que esta solicitando os direitos, então é
necessário que os brasileiros estejam com vistos permanentes em Portugal e o português com
visto permanente no Brasil. Três anos de residência de permuta , capacidade civil e estar de
gozo dos direitos políticos.
Da igualdade a alguns privilégios, por exemplo, o português que esteja no Brasil sob os
benefícios do tratado, ele só pode ser (6.40) se for pra Portugal. A mesma coisa para brasileiro
que esteja em Portugal e não pode ser estado apto para outro país somente para o país da sua
nacionalidade. E uma vez no exercício dos direitos políticos, ou seja, o português que esteja no
Brasil no gozo dos direitos políticos, ele tem suspenso os direitos políticos em Portugal e passa
a exercer no Brasil, A mesma coisa para os brasileiros, eles tem suspensos os direitos políticos
no Brasil e passa a exercer em Portugal, ele passa a votar e ser votado lá.
Por exemplo: a constituição diz que só pode ser presidente do Senado Federal brasileiro
nato, então por analogia o português que sobre os benefícios do tratado não pode ser presidente
do senado. Mais se entende que ele pode ser senador, porque não faz restrição nenhuma com um
brasileiro naturalizado ser senador, então o português também pode ser senador. Ele não é
porque em cordado brasileiro ele não pode ser senador. Então embora seja permitido não vai,
por existir essa reciprocidade, ou seja, não há possibilidade do brasileiro em Portugal ser
senador então aqui não é concedido a portugueses o gozo dos direitos do tratado.
Ou no caso,
Salvo algumas exceções, para ele entrar no país ele necessita do visto, para entrada no
seu território estrangeiro. Pra isso, eles são obrigados em seu território nacional. Não existe
obrigatoriedade nenhuma do país aceitar estrangeiro, é discricional ao estado a aceitação do
estrangeiro. Alguns estados, alguns países, exigem vistos para entrada em seu território. Visto é
mera expectativa do direito.
Os vistos são comuns a todos os estados com a finalidade que vai validar os requisitos
pra concessão e os prazos que cada estado estabelece de acordo com sua ordem jurídica interna,
os prazos, os vistos e os requisitos para que esses vistos sejam concedidos.
• Visto turista: é concedido a estrangeiro que tenha um caráter recreativo para fazer
turismo. Na condição de turista, o estrangeiro só pode ficar 90 dias prorrogados, por
mais 90, que vai dar 180 dias. Essa prorrogação pode ser feita, ele tira o visto no
consulado brasileiro no exterior, visto de turista. Se tiver aqui e precisar prorrogar o
Visto antes de extinto o prazo, ele vai à Policia Federal, pede prorrogação e a
Policia Federal prorroga se quiser, porque o visto é ato discricionário. Então, no
máximo pode ficar ate 180 dias. O prazo máximo para retorno é de 1 ano a contar
da primeira entrada, certo. Quê que significa isso? Digamos que o estrangeiro
chegou no dia 01-01-2011, digamos que ele conseguiu os 90 dias, então ficaria até
01-04-2011. Antes do dia 01 de abril, ele pega a prorrogação e o visto é renovado
por mais 90 dias, ficando até 01-07-2017. Nessa data, obrigatoriamente, ele tem que
sair. Então, ele completou os 180 dias dentro do prazo em menos de um ano. Então,
ele só vai poder voltar ao Brasil, na condição de turista, no dia 02/01/2012. Mais ai
por que faz contar a partir da primeira entrada? Porque, vai que nesse vai e volta ele
complete os 180 dias indo e voltando no dia 05/08/2011, mesmo assim ele não
podia voltar. Ele só podia voltar no dia 02/01/2011, certo. A contar da primeira
entrada. Não é 180 dias mais a ultima vez que entrei foi no dia 01/08/2011, não é da
primeira entrada.
• Visto temporário: pode ser vários tipos, ele não pode ser especificado, exemplo:
visto de estudante, pesquisador, artista, desportista etc. Todos eles vão ter visto
temporários, vai depender da finalidade, se é pra estudante é de 01 ano. Então, todo
ano tem que comprovar a situação de estudante pra renovar o visto. Quando é
desportista dependendo do evento que vem, exemplo, as olimpíadas que são 30
dias, e assim dependendo do evento que vem vai ter um prazo especifico.
Tem um visto que é concedido a investidores estrangeiros, basta que comprove que
aplicou no ano anterior no Brasil, 150 mil reais. É solicitado na Delegacia Regional
Trabalho e concedido pelo Ministério do Trabalho.
Perg. ...x....
Resposta: como é ato discricionário do estado, concede, mas existe o fato de que se
aqui tem tanta gente para acessar aquela atividade pra que vai contratar um estrangeiro?
a. Asilo político
Então, existe a prática internacional regulado pelo direito interno de cada Estado, de
conceder asilo a essa pessoa. Não existe tratado disso, nada mais é que um costume
internacional.
O asilo político ele é territorial, ou seja, a pessoa tem que estar no território do país que
ele está pedindo asilo, tem que se encontrar no território do país asilante. Ele é individualizado,
ou seja, a perseguição se não é uma pessoa especifica, ela é pelo menos uma categoria,
exemplo:(..)quem é jornalista (..) essa perseguição (38:41) não da pra entender o exemplo.
Tem que ser atual e efetiva, porque no sentido tem que ser amplamente divulgada que
gere a possibilidade de perseguição, ou seja, não basta a ameaça de perseguição, certo. Eu não
posso pedir asilo político alegando que eu posso ser perseguida, eu peço asilo político alegando
que estavam com perseguição a minha pessoa ou, por exemplo, à minha profissão.
O asilado assim como é concedido é dado todas as condições para permanecer no país.
Se dá trabalho, documentação, passaporte. Se ele chegou sem a família o país se encarrega de
trazer a família pra ficar perto dele e dá todas as condições para que ele fique como asilado. Não
tem prazo. O asilo persiste até o momento que dure a perseguição no exterior. Se muda o
governo na perseguição que se ataca, ele tem o prazo de 06 meses contra a vontade do país dele
ou para requerer o visto de permanência, ai sai da condição de asilado. Ele tem 6 meses para
fazer isso, na verdade, qual a diferença? É que na condição de asilado se ele perder o emprego
ele tem direito a uma bolsa família, e com visto permanente não, você perde o emprego e perde
o visto, certo? Então ele goza de benefícios que alguém estrangeiro com visto permanente não
tem. O governo se encarrega de ir atrás de trabalho pra ele, para que ele não se sinta excluído.
Situações que pode perder o asilo: se retornar o estado perseguidor, ele não esta preso aqui.
Exemplo, ele esta sendo perseguido na Venezuela por Hugo Chaves, vem aqui, ta asilado, quer
voltar? Volta. Não está preso aqui, mais também perde o asilo porque aqui não é a casa da mãe
Joana; se ele sai sem autorização, ele tem que pedir autorização. Por quê? Porque quem ta
reconhecendo a condição de asilado dele é o Brasil, ele quer ir pro Uruguai, mas ai ninguém
sabe se Uruguai reconhece a condição de asilado, então ele pode chegar no Uruguai e o Uruguai
extraditá-lo para outro pais, então ele tem que pedir sair. Mas vamos dizer que ele saia e volta e
não acontece nada com ele, mas ele perde a condição de asilado, porque independente do que
aconteça com ele tem que pedir autorização pra sair; se for expulso do Brasil, que isso? O
estrangeiro que cometa um crime no Brasil e venha a ser condenado por esse crime ele pode ser
expulso e ai perde a condição de asilado. E por ultimo se ele se naturalizar brasileiro, ai é uma
questão lógica o asilo concedido a estrangeiro, se naturaliza, ele perdeu a condição principal de
asilo, que é ser estrangeiro.
Josélia: professora, a senhora diz que não tem prazo pro asilo, mas, no caso, após acabar a
perseguição entra o prazo de 06 meses pra sair?
Professora: não, ele tem um prazo de 06 meses pra voltar ou pra requer se visto permanente
se ele quiser ficar.
Professora: não, ele tem esses 06 meses se ele não fizer nem uma coisa nem outra, ele vai
ser deportado.
b. Asilo diplomático
Então o que acontece, você esta sendo perseguido no Chile e Venezuela e chega na
embaixada do Brasil e pede asilo diplomático, concede de imediato, mas pergunta ao governo
brasileiro se aceita esse pedido em território brasileiro, ou seja, se transforma esse asilo
diplomático em asilo político. Porque asilo diplomático é provisório. Então se o governo disser
que não aceita, o embaixador manda o coitado sair, agora se o Brasil disser que vai conceder o
asilo político a questão agora é tirar do individuo daquele território e ai, o embaixador brasileiro
no país que pretende o asilado ele vai solicitar ao governo perseguidor o salvo conduto.
Se o país ta perseguindo como que ele vai da uma autorização pra ele sair? Na verdade,
eles dão por uma questão de não entrar em conflito. E com esse salvo conduto a pessoa sai do
país perseguidor e vai para o país que concedeu o asilo diplomático.
7.2.1 Deportação
b) competência
d) Retorno
7.2.2 Expulsão:
a) Requisitos
b) Impedimentos/ exceção
c) Inquérito/fundamentação
d) destino
e) Retorno
c) Refúgio: É a admissão no território nacional de grupos de estrangeiros perseguidos
no exterior, não necessariamente nos país da nacionalidade, por questões de raça,
religião, técnico, nacionalidade, conflitos internos ou grandes telúrias econômica.
No refúgio basta a ameaça de perseguição, ela não precisa ser efetiva, a simples
ameaça já justifica o refúgio.
A ONU tem um órgão que cuida disso é o ACNUR (Ato Comissariado das
Nações Unidas para Refugiados)
Resposta: É uma obrigação do Estado convencionada, mas a ONU não tem como
obrigar, em tese, não. Na prática, não tem como a ONU obrigar. É quase impossível
você obrigar um país a receber 30 mil pessoas de uma vez, e se você aceitar tem que dar
emprego, saúde, educação a esse povo.
A ONU tem um programa pra esse povo, o Brasil faz parte, que é pra acabar
com os campos de refugiados, justamente isso, pois o papel não é só proteger, é dar uma
vida digna a essas pessoas.
O Brasil faz parte desse programa, recebe tipo uma bolsa da ONU, dinheiro para
o país, por exemplo, o país não está pagando o bolsa família a esse povo, o dinheiro
vem da ONU, porque o interesse da ONU é integrar essas pessoas na sociedade.
Ex: Caso prático do Iraque na época de Sadam Russeim, quando ele assumiu o
governo antes mesmo de ele assumir, (...) 17:52
Você pede o refúgio, que pedindo vai para o Ministério da Justiça, tem uma
comissão, essa comissão confere ou não o refugio, analisa para conceder ou não.
c) Polipátrida- país dos documentos dele (deportado), pois no caso dele ter dois
passaportes ou nenhum, vai ser deportado para o ultimo país onde esteve.
No caso do apátrida irregular, se ele nunca teve nacionalidade, ele vai ser deportado
para o ultimo país de onde veio, no caso se ele é apátrida e perdeu sua nacionalidade
aqui, ele volta para o país de nacionalidade perdida.
Ex: se no passaporte dele diz que ele é mexicano, então ele vai ser deportado para o
México, no caso, se ele tiver mais de uma nacionalidade, Mexicano e Espanhol, ai ele
tem passaporte dos dois países, daí ele será deportado para o ultimo país que esteve, ex:
ele é Mexicano e espanhol e estava na Argentina...ele será deportado para Argentina.
Apátrida: Se ele for apátrida, se ele não tiver nacionalidade, ou nunca teve, ou seja, se
ele já chegou aqui sem nacionalidade, ele vai ser deportado para o ultimo país que ele
veio.
Ex: Se ele chegou aqui como apátrida e veio do Paraguai ele será deportado para o
Paraguai.
E se ele tinha uma nacionalidade e perdeu essa nacionalidade aqui, se tornou apátrida
irregular ele volta para o país da nacionalidade perdida.
Ex: Ele chegou aqui como americano naturalizado e perdeu a nacionalidade aqui, ele
será devolvido para os Estados Unidos que é o lugar que ele nasceu.
7.2.2 Expulsão:
Essas medidas não tem uma hierarquia, aplica uma ou outra vai depender dos
requisitos. A divisão que se coloca é só uma questão didática. Aplicam-se as medidas da
mais complexa para a mais simples.
Expulsão: É uma medida punitiva, das três medidas de exclusão é a única que é uma
medida punitiva, mas ela não é uma pena, é medida punitiva de proteção do Estado.
II- Fraude para entrar ou permanecer no país. Não confundir com a entrada
irregular. É lógico que quem frauda a entrada, tem entrada irregular, só que a
fraude é um crime.
Ou seja, na deportação a pessoa entrou de forma irregular, mas não cometeu
nenhum crime, na expulsão não, ele entra com o passaporte falsificado, ele
comete um crime, ou falsifica a renovação do visto, etc.
IV- Não sair do país no prazo determinado (na deportação, a Policia Federal dá
um prazo de 03 a 05 dias para ele sair, se ele não sair nesse período, ele vai ser
expulso. Ele não é mais passível só da deportação, é também de expulsão.
VI- Que atentar contra segurança nacional. Ex. Tentar matar o presidente.
B) Impedimentos:
A lei Brasileira fala que se você for casado com cônjuge brasileiro a mais de 05
anos ou se tiver filhos brasileiros, não será expulso. Essa mesma lei dá duas
exceções.
Exceções :
e) Retorno: Como é uma medida punitiva, ele vai ser expulso mediante decreto
de expulsão, pois, para retornar, é preciso que o decreto seja revogado.
Digamos que ele não poderia voltar, o decreto não foi revogado e ele volta, foi
pego irregular ele vai ser expulso novamente, mas nesse caso não é necessário
preparar outro inquérito, vão ser dois decretos, para ele revogar, vai ser preciso
revogar dois decretos.
7.2.3. Extradição
a) Conceito
b) Tipos
b.1) Instrutória
b.2) Executória
c) Fundamentação
d) Impedimento
e) Procedimento
f) Deferimento/indeferimento
g) Pedidos concorrentes
h) Novo pedido
i) Extradição simulada
___________________________________________
b) Tipos:
Logo:
- quando o pedido é baseado em tratado – o Estado tem obrigação de
analisar o pedido e não de conceder a extradição.
d) Impedimento
Esses impedimentos estão tanto nos tratados que o Brasil firma com
outros países, como na ausência de tratado, como na lei 6.815/80 (estatuto
do estrangeiro), como também na própria jurisprudência do STF nesse
sentido.
d.3) se o fato não for crime – se não for crime em nenhum dos
dois países, não será extraditado, até por uma questão lógica, pois se lá não
é crime, não deveria estar pedindo a extradição. Quando é o contrário
também tem que ser nos dois (quase todos os países adotam esses
impedimentos), ou seja, o fato tem que ser crime nos dois países para ser
extraditado, tanto no que esta pedindo quanto no que esta sendo solicitada
a extradição.
e) Procedimento
1
Obs.: depois falarei sobre o caso de Césare Batista. Até certo tempo atrás não se extraditava (negava a
extradição com julgamento de mérito do pedido), mas no caso dele o STF derrubou a concessão do
refugio, não considerou o refugio concedido a ele e analisou a concessão da extradição. É um caso atípico
porque nunca se tinha ocorrido isso anteriormente (caso em que a administração conceder um asilo ou
refugio e o STF tornar ilegal a concessão desse refúgio ou asilo e conceder a extradição). Falarei mais
adiante desse caso. Esse caso vai voltar ao supremo para decidirem se cabe ao presidente extraditar ou
não, ou seja, vão decidir algo já decido por ele.
sumariamente. Portanto, somente na promessa pode existir a negativa
sumariamente, quando é tratado não pode negar tem que enviar ao STF.
f) Deferimento/indeferimento
06/04/2011
Vou falar do caso de Césare Batista. Nesse caso, que ainda está a caminho
de uma decisão final no STF, a questão foi a seguinte: ele foi acusado de ter
praticado na Itália alguns homicídios e dentre esses homicídios, em três ele
foi condenado pela justiça italiana por entenderem que não constituía crime
político, que não fizeram parte de crime político, ou seja, não estava
associado aos crimes políticos pelos quais ele tinha sido acusado.
Entenderam que foram homicídios premeditados, de pessoas que não
tinham nada a ver com a situação política da época.
Ele foi condenado na Itália em todas as instâncias, foi para a França, foi
condenado também em todas as instâncias, recorreu à Corte Européia dos
Direitos Humanos, que é um Tribunal Transnacional da Europa encarregado
só de questões relativas a direitos humanos, e a corte entendeu também
que o crime não era crime político, que era um crime comum e ele foi
condenado também na Corte. Na verdade, a Corte não condena, ela apenas
confirmou as decisões da Justiça da Itália e da Justiça da França. Não
condenando ele, mas confirmando.
Ao ser preso, e fazer sua defesa, ele entrou com um pedido de refúgio no
Brasil, buscando o refúgio no Brasil por questões políticas, alegando que se
voltasse para a Itália, se fosse extraditado, sofreria perseguição política e o
fundado temor de perseguição era o motivo do pedido de refúgio.
Ele então entrou com o recurso, não pode mais ele fez, ele entrou com o
recurso para o Ministro da Justiça, para que fosse aceito o pedido de refúgio
dele. O Ministro da Justiça da época, Tarso Genro, em uma decisão
monocrática concedeu o refúgio a ele, confrontando todas as instâncias que
tinham negado.
E aí quando ele fez esse pedido para o STF através dos advogados dele, o
governo da Itália também, numa situação até hoje nunca vista, porque
sempre foi que o Estado requerente não é parte, então ele só faz o pedido
extradicional e pronto. A extradição corre independente da manifestação
dele, ele não contesta mais nada nem faz mais nenhum pedido.
Como o refúgio foi julgado ilegal, então eles partiram para a análise do
pedido extradicional. Foi julgada a extradição e no final foi decidido que
Cesare Batista deveria ser extraditado.
Cesar Peluzo levantou uma questão do poder, que ninguém jamais tinha
levantado essa questão. Estou falando tanto em matéria de extradição
como em questão doutrinária. Qualquer autor que você pegar, dos mais
conceituados, eles não fazem menção à essa possibilidade. Ele entendia
que realmente a extradição é uma medida de exclusão, assim como é a
deportação e a expulsão, e é um ato discricionário do Estado. Mas, segundo
ele, essa discricionariedade só estaria na questão de que, uma vez o STF
recebendo o pedido extradicional, e sendo favorável à extradição, só
caberia ao Estado negá-la se o pedido fosse baseado em “lei?”. Ou seja, só
existiria essa discricionariedade de pedido baseado em “...”. Aquele pedido
baseado em tratado, a discricionariedade do Estado em ser contrário ao
entendimento do STF, ou seja, o STF dizendo que era para extraditar e o
Estado dizendo que não o ia fazer, isso não poderia acontecer quando o
pedido fosse baseado em tratado. Isso porque o ato era discricionário do
Presidente, mas o Estado firmou um tratado, esse tratado tem que ser
respeitado. Então não caberia ao Presidente, numa atitude discricionária
somente dele, negar o cumprimento de um tratado que foi analisado pelo
STF. Na verdade, o que foi analisado não foi só o pedido extradicional, mas
foi o tratado.
Então ele entendia que nesse caso, e até argumentou que a jurisprudência
e o entendimento do STF deveriam evoluir nesse sentido, de que nesse
caso, o tratado teria que ser cumprido. Então o STF teria que mudar esse
entendimento que é discricionário, porque é discricionário só quando for
baseado em “...lei?”, quando for baseado em tratado, tem que ser seguido o
entendimento do STF, ou seja, ele vai estar vinculado aquilo que o STF
decidir.
Existe esse tipo de ação? Não, mas como já estava tentando de tudo
mesmo, teve de tudo. Tanto que eles receberam o pedido e negaram o
habeas corpus a Cesar Batista. Ele continua preso, porque agora eles vão
julgar esse pedido da Itália.
Pedido Concorrente
Um caso que foi público e notório foi o caso de Pinochê, que foi pego na
Inglaterra e dois países pediam a extradição dele, Chile e Espanha. Então a
preferência era do Chile onde os crimes pelos quais ele foi acusado foram
cometidos. E porque a Espanha pediu? Porque crimes de direitos humanos,
existe a questão da extraterritorialidade, ou seja, mesmo que os crimes
fossem cometidos em qualquer país, mesmo que não fosse no seu território.
Isso pelo fato de na Espanha Ter muitos descendentes de chilenos.
Quando dois ou mais países pedem a extradição da mesma pessoa por fatos
diversos. Crimes diversos, vamos dizer: um país pede a extradição por
homicídio e o outro pede por estupro, são fatos completamente distintos.
Terá preferência o pedido do país onde ocorreu o fato mais grave, de acordo
com a lei brasileira. Então digamos que se a pena do homicídio fosse de 12
anos e a do estupro fosse de 15, teria preferência o país que tivesse
pedindo a extradição pelo estupro.
Novo pedido
Negada a extradição, ou se por acaso ela for deferida e o país não vier
retirar o extraditando, ele é colocado em liberdade. E esse país não pode
mais requerer a extradição daquela pessoa por aquele mesmo fato. Ou seja,
a Itália pediu a extradição de Cesar Batista por três homicídios, A, B e C, o
pedido foi negado, ou então a Itália não veio o retirar, por exemplo, então a
Itália não vai mais poder fazer um pedido de extradição com relação a
Cesare Batista por esses mesmos homicídios. Ou seja, não pode pedir de
novo com relação aquele mesmo fato.
Desses oito, sete foram recapturados pela Interpol e pela polícia inglesa. E
um veio para o Brasil, fez umas três cirurgias plásticas e entrou no Brasil
com documentação falsa (passaporte falso que não foi pego). Depois de
muito tempo ele foi localizado pela Interpol e a Inglaterra queria pedir a
extradição para ele ser julgado lá. Na verdade, ele já cumpria pena porque
já tinha havido o julgamento.
Só que a Inglaterra na época desse fato, que ele foi localizado aqui, a
Inglaterra não tinha tratado de extradição, então a Inglaterra não tinha
como fundamentar o pedido extradicional baseada em tratado, tinha que
ser por promessa de reciprocidade.
Como ele entrou aqui com a documentação fraudulenta, ou seja, ele entrou
aqui com a documentação falsa, então ele era passível de expulsão. Para
isso ele teve que responder a um processo penal, por ter tirado passaporte
falso, falsificação de documento, e como a justiça brasileira tem uma
característica de ser muito ágil, podendo-se combater até o STF, transitou
em julgado a condenação dele, e o Brasil decide ficar com o crime. Na
defesa ele alegou que tinha um filho brasileiro sob sua guarda e
dependência econômica, e realmente tinha, para quem não sabe, era Mike,
do Balão Mágico. Então ele não podia ser expulso por causa do filho
brasileiro.
Ocorre que se ele fraudou a entrada, a estada dele era irregular, então ele
era passível de deportação. O filho brasileiro não impediria a deportação.
Mas a deportação seria para onde? Para o país da nacionalidade dele que é
a Inglaterra.
Ocorre que tem um detalhe: pedidos “...” a extradição, se permite que eles
retroajam à data do fato. E aí a Inglaterra correu para fazer um tratado de
extradição com o Brasil que tivesse uma cláusula retroativa, ou seja, o
tratado perfeito para pegar as normas dele. Aí é elaborado o tratado, firmar,
provar, ratifica, entrou em vigor, aí a Inglaterra pede a extradição dele. Ele
é preso para responder a sua extradição e em sua defesa ele alega que o
crime que ele estava sendo acusado na Inglaterra, embora lá fosse
imprescritível, porque na Inglaterra os crimes não prescrevem, aqui tinha
ocorrido a extinção da punibilidade. E aí o STF entendeu que sim, que
estava prescrito o crime.
Há uma entrevista no youtube onde ele diz que estudou para vir para o
Brasil. Ou seja, ao mesmo tempo em que ele planejava o assalto, ele
planejava para onde iria. E tudo isso por conta própria, sem advogado,
porque ele tinha medo de divulgar alguma coisa. Então ele estudou qual o
país que ele se encaixava e ele não cairia em nenhuma das medidas. Ele
não é formado em direito. É muito inteligente, pena que usou para o mal.
Aí o repórter na entrevista até perguntava porque ele não disse aos outros
companheiros que vinha para o Brasil, ele disse que por dois motivos:
primeiro que era um segredo dele e segundo que o que é para um não é
para dois. Tinham localizado o primeiro, então cada um que se safasse. A
gente se reuniu para o assalto, não existia nada para continuar reunido
depois.
O repórter ainda perguntou se o filho fazia parte do plano e ele disse que
com certeza, mesmo ele sendo o maior amor da vida dele, mas que não
pode negar que fez parte do plano.
Se arrepende? Ele disse que não, mesmo já estando com pouco dinheiro na
época da entrevista. Ele já não estava mais na mansão que morava, mas
em um apartamento.
Ele disse que parte do dinheiro gastou com o que quis, festas, mulheres e
carros. A outra parte infelizmente eu tive que gastar com advogado. Mas ele
gastou todo, não ficou com um tostão. É tanto que no ano passado passou
no fantástico que ele estava preso, pediu prisão domiciliar porque estava
muito mal, o câncer já na fase de metástase. Foi a última vez que eu o vi
aparecendo.
Era um trem cheio de dinheiro que ia abastecer o banco central. Eram oito
vagões.
E ele ainda deu um golpe maior na Inglaterra depois. Ele nunca casou com a
mãe de Mike no Brasil. Quando Mike nasceu, Mike só era brasileiro. Ele não
registrou o menino na Inglaterra e Mike ficou só brasileiro. Aí Mike
acompanhou ele para a Inglaterra, só que entrou como turista. Então depois
de 90 dias ele foi deportado, aí o que foi que ele fez? Traga sua mãe para a
Inglaterra que eu caso com ela. Casando com ela, ela adquire a
nacionalidade inglesa, e nós dois passamos para você e aí você regulariza.
Ninguém poderia o impedir de casar, muito menos de passar a
nacionalidade para o filho. E aí o filho fica com a previdência de lá. Se
tivesse de morrer vamos morrer pelo menos com dignidade.
2ª Aula
A ONU foi criada pela carta das nações unidas, o tratado, em 1945, na
cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, em substituição a Liga das
Nações.
Após o final da primeira guerra foi criada a liga das nações, que na verdade
faliu porque não conseguiu evitar a Segunda guerra. Ao final da Segunda
guerra, os país vitoriosos, numa tentativa de unir o mundo, manter uma tão
almejada paz, decidiram criar uma organização onde todos os Estados que
seguissem aqueles princípios (manutenção da paz e segurança
internacionais, livre determinação dos povos)... então na verdade instituía o
direito internacional para que os países pudessem fazer parte dessa
organização.
A ONU foi criada por 52 países, onde houve a maior organização
internacional do mundo. Hoje conta com 201.
A estrutura da ONU
Lula tinha o sonho de ser, mas sendo amigo dos maiores ditadores do
mundo, ficou frustrado.
Os dez que são não-permanentes, tem mandato de dois anos. A divisão eles
fazem por continente. Então para a América do Sul geralmente são duas
vagas, uma para a América Central, e aí eles vão dividindo. O Brasil está
como membro rotativo e acaba o mandato dele em dezembro deste ano. É
renovável, mas esse do Brasil já está na renovação. São dois anos mais
dois.
Quando abre a vaga para América do Sul, se candidata. Por exemplo, vai
abrir a vaga do Brasil, o Brasil pode se candidatar? Pode, mas a preferência
vai ser para os outros. Acho que é o Peru que também está na América do
Sul. Mas não trocam os dois de uma vez não, eles geralmente fazem de
uma forma que só troque um por vez, então a cada um ano uma cadeira
completa dois anos, para ter rotatividade sempre.
É tanto que pode ser 14 votos favoráveis, se tiver um veto, então ele não é
aprovado. São 15 membros. Para uma resolução ser aprovada, com nove
ela já é aprovada, desde que não tenha nenhum veto. Membro permanente
pode se abster também, mas não conta como veto.
Dos quinze juízes, cinco sempre vão ser nacionais dos países membros
permanentes do conselho. Ou seja, sempre vai ter um chinês, um francês.
Essas nacionalidades não mudam.
Nós estamos com um juiz brasileiro que é Antônio Augusto Trindade, que
até é sobrinho do Padre Marcos aqui do UNIPÊ. Ele estava como juiz da corte
americana de direitos humanos aí quando abriu uma vaga, a rotatividade da
corte funciona de forma que esses juízes tem um prazo de nove anos, mas a
cada três anos cinco juízes são renovados. Então ela está sempre mudando.
Os dez juízes não completam os nove anos juntos. Cada três anos, cinco
juízes completam nove anos e eles vão mudando a corte.
(no final do ano eles vão abrir vaga para estagiário. Tem que ter até três
anos de direito, tem que saber inglês, francês e um dos outros idiomas e
são três anos de estágio. Não pode trabalhar com juiz da sua nacionalidade.
O salário está em torno de dezoito mil reais. Tem direito a três passagens
aéreas para o país de origem, alimentação e moradia.)
Aqui tem um detalhe: eu disse a vocês que todos os países membros fazem
parte do estatuto. Fazer parte do estatuto não quer dizer aceitar a jurisdição
da corte. Nenhum Estado é obrigado a aceitar a jurisdição do Tribunal
Internacional, e é assim que funciona com essa Corte Internacional.
O que é isso? Por exemplo, o Brasil faz parte do Estatuto da ONU e faz parte
do Estatuto da Corte. Aí o Brasil pega e adere, ou aceita, essa cláusula.
Parece ate contraditório, porque como é facultativa e obrigatória? É uma
cláusula facultativa porque é uma faculdade do Estado de aceitar a
cláusula, mas uma vez aceita ela se torna obrigatória.
Se por acaso nenhum dos dois tem cláusula eletiva, cláusula facultativa,
nada, Brasil aciona a Espanha perante a Corte, e a Espanha não responde.
O processo corre à revelia da Espanha, já que vai ter que ter uma decisão
porque o Estado procurou a justiça. No caso, essa corte é um órgão judicial.
Então a Espanha não responde, ao final da ação vai ter uma decisão
provavelmente contrária à Espanha porque correu à revelia. Não tem como
obrigar a Espanha a cumprir porque ela não aceitou a jurisdição nem de
forma expressa (tratado ou adesão à cláusula) nem tácita (porque não
respondeu).
Ela está dizendo tacitamente que não está aceitando a jurisdição da Corte
quando não responde, então não tem como obrigar a Espanha a cumprir a
sentença. A sentença da Corte é definitiva, não cabe apelação até porque a
Corte tem que ser em Sessão Plenária, então não tem a quem recorrer. E
ela é executável.
Ele não está extinto, porque como ele é um órgão da ONU, para ser extinto
é necessário que haja uma reforma na organização. Como não houve essa
reforma, ele não pôde ser extinto. Ele não está funcionando por falta do
objeto do conselho.