Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
2 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 3
editorial Ano 12 - Edição 51 - Abril/2011
Distribuição dirigida e a assinantes
Uma publicação da Rodovias Editora e Publicações Ltda.
CNPJ/MF.: 03.228.569/0001-05
Rua Professor João Doetzer, 280
Jardim das Américas - 81540-190 - Curitiba/PR
(41) 3267-0909 - rodoviasevias.com.br
atendimento@rodoviasevias.com.br
Impressão - Posigraf
Tiragem - 30 mil exemplares
A tiragem desta edição de 30 mil exemplares
é comprovada pela BDO Auditores Independentes.
Diretoria-Geral
Dagoberto Rupp
dagoberto@rodoviasevias.com.br
RELAÇões de mercado financeiro
João Rodrigo Bilhan Jaqueline Karatchuk
rodrigo@rodoviasevias.com.br jaqueline@rodoviasevias.com.br
A fé, o otimismo, a esperança são característi- João Rodrigo Bilhan João Augusto Marassi
rodrigo@rodoviasevias.com.br joao@rodoviasevias.com.br
cas rotuladas nos brasileiros. Fato ou boato, Carlos Marassi
marassi@rodoviasevias.com.br
Fábio Eduardo C. de Abreu
fabio@rodoviasevias.com.br
é diante de adversidades, de situações estremas, e Paulo Roberto Luz Edemar Gregorio
até de uma maré de azar que as forças sobrenatu- paulo@rodoviasevias.com.br edemar@rodoviasevias.com.br
auditoria e controller
rais, os poderes ocultos são evocados. Nas palavras Marilene Velasco Paula Mayara
do poeta Marcelo Nova, a mesma fé que remove mara@rodoviasevias.com.br mayara@rodoviasevias.com.br
mayara@revistanovoambiente.com.br
montanhas também traz grana e um monte de JORNALISTA RESPONSÁVEL - Davi Etelvino (SC 02288 JP)
mulher. davi@rodoviasevias.com.br
revisão - Karina Dias Occaso
Nós, da Rodovias&Vias, sabemos que, para re- karina@rodoviasevias.com.br
mover uma montanha, nada melhor do que má- Projeto gráfico e ilustrações
tav 42
rodovia 44
são Paulo 46
capa 48
aeroportos 66
exclusiva 9
mercado 73
entrevista 76
ENERgia 78
abcp 84
josé de anchieta
EM TEMPO 14
imagem do mês 86
na medida 89
infopágina 92
artigo 95
ARTIGO 96
6 RODOVIAS&VIAS
nesta edição:
48 vidas em movimento
20 26
BR-101 alagoas
80
PoRTOS roraima
RODOVIAS&VIAS 7
RODOVIAS & VIAS É
Um oferecimento de:
Evento Integrado:
Local
8 RODOVIAS&VIAS
exclusiva
RODOVIAS&VIAS 9
exclusiva
10 RODOVIAS&VIAS
exclusiva
RODOVIAS&VIAS 11
exclusiva
Presidente Lula, induzido pelo Ministro Carlos Roraima, até pela sua exuberância e bele-
Minc. Com todo o respeito, mas o Minc nun- za natural, parece ter um grande potencial de
ca veio a Roraima, ele conhecia Roraima pelo exploração do turismo. O que o governo tem
Google Maps, ele não conhecia Roraima como feito ou pretende fazer para que esse poten-
vocês, que estão tendo a oportunidade de es- cial seja explorado?
tar aqui vendo a situação. Agora vejamos o con- A partir do momento em que eu estruturo o
trassenso, possuímos 6 milhões de hectares de estado com a recuperação das estadas, levando
lavrado a 200 km da Venezuela, que assinou o energia, levando o desenvolvimento para todas
tratado de Kyoto e hoje adiciona álcool na ga- as áreas, estou também incentivando o turismo,
solina. Temos um potencial imenso para um melhorando o acesso das pessoas a essas bele-
grande projeto de etanol e fornecermos todo zas naturais que nós temos em nosso estado,
o álcool produzido para a Venezuela, país com fomentando o ecoturismo na Amazônia. Nós
28 milhões de habitantes e que compra o álcool temos aqui um hotel de selva no Baixo Rio Bran-
do interior de São Paulo. É um absurdo o esta- co, eleito pela revista Forbes como o quarto me-
do ser privado desse desenvolvimento tendo lhor pesqueiro esportivo do mundo, nós temos
todo o mecanismo, a terra, a condição propí- as regiões de serras belíssimas, cachoeiras, um
cia, a logística, o mercado, e Roraima não pro- estado preservado, uma natureza totalmente
duz álcool. Roraima é o estado mais preserva- virgem para mostrar para o mundo. Estamos
do da federação, temos algo em torno de 68% em parte também nos preparando para a Copa
do território preservado, e o menor índice de de 2014. Sendo Manaus subsede que receberá
desmatamento da Amazônia no Brasil, apenas quatro seleções 30 dias antes do evento, vamos
3%. Aproveito a ocasião para fazer uma denún- começar a obra de recuperação do Estádio Fla-
cia: acontece atualmente em Roraima um dos marion Vasconcelos para duplicar sua capaci-
maiores atentados ao direito constitucional de dade. Com a reforma desse estádio, esperamos
ir e vir, quando um trecho da BR-174 que corta trazer uma ou duas dessas seleções para Boa
a reserva indígena Waimiri Atroari é bloqueado Vista, a fim de que se acostumem com o clima
às 18 horas e reaberto às 6 da manhã, travando amazônico sem precisar se deslocar em meio a
o desenvolvimento de nosso estado. Não po- um trânsito complicado como o de Manaus.
demos ter uma rodovia bloqueada 50% do dia,
isso é inaceitável.
12 RODOVIAS&VIAS
exclusiva
Como é que tem sido a atuação da bancada olhados diferentemente do resto do país. Ela
roraimense de parlamentares no Congresso é uma mulher muito técnica, acompanhou o
Nacional, no sentido de garantir os recursos Presidente Lula durante todo o governo, é ex-
necessários para a manutenção do crescimento periente e profunda conhecedora do sistema
do estado? energético do Brasil. Se eu pudesse dizer algu-
Eu tenho tido um apoio da maioria da banca- ma coisa, e logicamente vou ter a oportunida-
da federal, mas, com todo o respeito aos demais de de dizer pessoalmente, pediria que, em pri-
parlamentares, no governo Lula recebi um apoio meiro lugar, nos ajudasse a resolver a questão
muito grande de dois parlamentares em espe- de geração de energia do estado, consolidar
cial, o Deputado Luciano Castro, que na época a integração no sistema nacional com a linha
foi líder do PR, partido da base do governo e que Tucuruí-Manaus-Boa Vista e a construção de
nos trouxe uma relação muito tranquila, muito uma hidrelétrica. Também pediria que priori-
serena com o governo federal. Também o Sena- zasse, visando à integração do Norte do Brasil
dor Romero Jucá, que foi líder do Presidente Lula com os países do Caribe, a construção da es-
no Senado e hoje é líder da Presidente Dilma, en- trada de Bonfim, em Roraima, até Georgeto-
tão foram esses dois os grandes interlocutores. wn, na Guiana, prevendo ainda a construção
de um porto para termos mais uma opção de
Se a Presidente Dilma tiver a oportunidade escoamento da produção na região Norte.
de ler esta entrevista assim que publicada, o Para concluir, faço um convite para que, agora
que o senhor gostaria de dizer a ela? como chefe do Executivo, a Presidente Dilma
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que Rousseff venha visitar o estado de Roraima,
nós do governo de Roraima torcemos para que haja vista que aqui já esteve, mas à época ain-
ela faça um grande governo para o nosso país. da como Ministra das Minas e Energia.
Que no governo passado construímos uma
boa relação com o governo federal, que sem
dúvida irá continuar. Mas chamaria a atenção
para os estados da Amazônia, que precisam ser
RODOVIAS&VIAS 13
em tempo
BR-101 no Paraná
Seguindo pelo litoral brasileiro de norte a sul, a rodovia
que reserva as mais belas paisagens do país, a BR-101, até
hoje não conseguiu passar pelo Paraná. Questões ambientais
das regiões por onde passaria o traçado entravam a obra. No
entanto, após os problemas causados pelas águas de março e
registrados na edição passada da Rodovias&Vias, a discussão
sobre a BR-101 no Paraná novamente ganha força. O DER do
estado tem um projeto básico concluído para a implantação
da rodovia “litorânea”. Entre Garuva/SC e a PR-508 (rodovia
Alexandra-Matinhos), seriam 84 km e R$ 400 milhões,
aproximadamente, em investimentos. No futuro, seria feita a
ligação entre a BR-277 e a BR-116.
14 RODOVIAS&VIAS
em TEMPO
RODOVIAS&VIAS 15
em TEMPO
16 RODOVIAS&VIAS
em TEMPO
RODOVIAS&VIAS 17
18 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 19
Alagoas recebe
duplicação da BR-101
A rodovia Translitorânea está sendo totalmente duplicada no Nordeste.
Depois de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, chegou a vez de Alagoas.
Fotos: Rodovias&Vias / Leandro Dvorak
20 RODOVIAS&VIAS
O borracheiro José Pereira lamenta
que terá de mudar sua borracharia
de endereço, mas é por uma boa causa. O
local onde trabalha cederá espaço aos ho-
mens e máquinas que vão duplicar a BR-
101 no estado de Alagoas. “É uma pena ter
que deixar o local, mas a obra é muito im-
portante. Com toda a certeza vai diminuir
o número de acidentes da rodovia”, afirma
José.
O comerciante Davi Souza da Silva, que
chegou a participar de interdições da ro-
dovia, também concorda. “O movimento
mata os inocentes. A gente era obrigado a
fechar a pista para que fosse tomada algu-
ma atitude. Agora, com essa modificação
vai ficar melhor.”
RODOVIAS&VIAS 21
rodovias
Maurício Quintella,
Deputado Federal (PR -AL)
Foto: Divulgação
Rommel Melo,
Diretor de Engenharia do DNIT em Alagoas
22 RODOVIAS&VIAS
alagoas recebe duplicação da br-101
Benefícios
ça e conforto. “O trânsito não é seguro
Quando concluídas as obras da BR- com a pista simples. Cada dia tem mais
101 no Nordeste, ela será um corredor caminhão na pista. Com a duplicação,
de pista dupla que ligará os estados do vai ficar bom demais. Sem falar que vai
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernam- diminuir os gastos com manutenção do
buco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Além caminhão.”
de incrementar o turismo, vai facilitar A obra também vem contribuindo
o escoamento de produtos agrícolas e para a geração de empregos. As cons-
industrializados. Motoristas como José trutoras estão aproveitando quase que
Sena, que há 20 anos dirige no trecho, na totalidade a mão de obra da popula-
trafegarão com muito mais seguran- ção que vive no entorno da rodovia.
RODOVIAS&VIAS 23
rodovias
novo lino
joaquim flores
flexeiras
messias
rio largo
marechal deodoro
pilar
são miguel dos campos maceió
teotônio vilela
junqueiro
são sebastião
igreja nova
BR-101 ALAGOAS
porto real
do colégio
24 RODOVIAS&VIAS
O futuro
está nos
trilhos e
o Brasil vai
bem de Trem
Todos sabem que a ferrovia foi o meio de transporte
mais importante do século XIX e que, no século XX, o
predomínio foi das rodovias. Mas a maior parte das
pessoas ainda não percebeu que os trilhos voltarão a
de 10 a 12 | Agosto | 2011
Valer Centro de Excelência em Logís�ca - CEL
ditar o rumo dos transportes no século XXI.
A realidade atual das ferrovias é muito diferente do que foi no passado. As locomo�vas de hoje são
robustas, equipadas com tecnologia de ponta, como computador de bordo e sistema de rastrea-
mento por GPS, entre outros recursos, e toda a movimentação das composições é monitorada à
distância por modernos Centros de Operação e Controle.
O grande avanço das ferrovias de carga no Brasil não acontece por acaso. Desde que assumiram a
operação da malha ferroviária, as concessionárias já inves�ram mais de R$ 24 bilhões. Esses inves-
�mentos viabilizaram os resultados que o setor apresenta nos dias de hoje.
Entre 1997 e 2010, o volume de carga transportada sobre trilhos saltou de 253,3 milhões para
471,1 milhões de Toneladas Úteis, e es�ma-se que chegue a 530 milhões de TU em 2011. Para
atender a esse crescimento, a frota de locomo�vas e vagões aumentou em 128,3% no período e a
oferta de empregos no setor subiu 131,6%. Só o que diminuiu – e muito – foi o índice de acidentes,
reduzido em 79,7%.
Além de inves�r em equipamentos e so�wares de úl�ma geração, as concessionárias implantaram
modelos de gestão focados na qualificação dos profissionais e na busca de compe��vidade,
eficiência, economia e sustentabilidade.
Participe da viagem das ferrovias no rumo do futuro, garantindo desde já sua presença no
III Encontro de Ferrovias ANTF, de 10 a 12 de agosto de 2011, na sede da Vale, em Vitória (ES).
Uma excelente oportunidade para a troca de ideias, sugestões, conhecimentos e experiências.
RODOVIAS&VIAS 25
Roraima
Roraima:
Terra de oportunidades
Uma porta para novas rotas, um celeiro para muitas nações vizinhas,
um lugar pleno de possibilidades para inúmeros empreendimentos. Apesar
de recente, a história roraimense está caminhando a passos largos para um
futuro promissor. A logística atraente, as terras agricultáveis e o potencial
turístico caminham de mãos dadas sob as cinco cores do pavilhão que tremula
inflado de perspectivas. Porém, há ainda entraves, carências energéticas e
melhorias na infraestrutura rodoviária do estado a serem implementadas.
Ciente dos gargalos, a gestão Anchieta pode ser considerada “de ação”, pois
Roraima definitivamente virou um canteiro de obras.
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel
26 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades
A
“ última fronteira agrícola do
Brasil”, assim foi definido o jo-
vem estado de Roraima pelo seu Go-
da terra e o estabelecimento dos locais
destinados ao imenso potencial produ-
tivo, só faltava um elemento para uma
vernador, José de Anchieta Júnior. Ro- história de sucesso e pujança: a infraes-
raima é um dos mais novos entes fe- trutura. Não falta mais! Com pesados in-
derados do país, pois saiu da condição vestimentos no setor de obras públicas
de “Território Federal” com a Consti- e construção pesada, Roraima passa a
tuição de 1988. Efetivamente, pode- contar com uma capital bem organiza-
-se dizer que este foi o primeiro passo da, estradas restauradas, saneamento
para uma questão crucial para seu de- implantado e luz para todos.
senvolvimento, algo capaz de moldar Este panorama organizado tem
as características hoje observadas por transmitido segurança a investidores de
lá e que permeia a história recente do todo o país e do mundo, que passaram
estado: trata-se da regularização fun- a encabeçar a lista de recém-chegados
diária. Este processo iniciou-se com ao estado, tendo em vista que houve
decreto do Presidente Lula, assinado um aumento de cerca de 97% no nú-
em janeiro de 2009, fazendo a trans- mero de empresas instaladas.
ferência para Roraima de 6 milhões Rodovias&Vias esteve lá e visitou as
de hectares de terras anteriormente principais obras da infraestrutura, que se
pertencentes à União. Passou a surtir encontram em plena execução. Tocadas
efeitos a partir da publicação da Lei por empresas que figuram entre as maio-
n.º 11.949, de 17 de junho de 2009. Fi- res, elas são a marca de uma gestão vol-
caram de fora as terras pertencentes tada para o desenvolvimento sustentável
aos assentamentos do Incra já exis- e pela consolidação da posição de lide-
tentes, as áreas de preservação am- rança que Roraima parece naturalmente
biental, das Forças Armadas e reservas ter vocação para exercer na região Norte.
indígenas. A transferência das terras Não por acaso, este é o estado que está à
para os estados permite a titulação de frente de negociações importantes com
áreas em nome dos atuais ou futuros os países vizinhos Venezuela e Guiana.
ocupantes.
Segundo avaliação do Gover-
RODOVIAS&VIAS 27
Roraima
28 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades
RODOVIAS&VIAS 29
Roraima
Rodovias&Vias: Percorrendo o estado, BR-210 pelo menos até São João da Baliza
observamos que Roraima está um verda- e a usina de Jatapu, e o projeto de restau-
deiro canteiro de obras. Sabemos que isso, ração da BR-401 que liga daqui à Guiana. É
em boa parte, não seria possível sem uma importante que esta rodovia seja restaurada.
atuação firme dos parlamentares do esta- Também estamos fazendo o asfaltamento
do. Que tipo de ação o senhor teve que de- da BR-432, que conseguimos incluir no PAC.
senvolver em Brasília para que todos estes Ela vai ter, agora, mais de 50 km asfaltados
recursos fossem disponibilizados para o e devemos concluí-la pelo menos ate o final
estado? do ano que vem. A BR-432 corta uma região
Luciano Castro: Nós tivemos uma equa- produtora do município do Cantá, chegan-
ção que nos ajudou muito. Eu liderei o nos- do até Caracaraí. Sem dúvida nenhuma, ela
so partido, o Partido da República, por três vai ajudar a desenvolver muito o nosso esta-
anos. Durante este período, o Ministro Alfre- do. Ainda sobre a BR-174, seu trecho Norte
do Nascimento, também do PR, nos ajudou está com seu projeto aprovado e o gover-
muito. Costumo dizer a ele que, se nós não no do estado deverá licitá-lo ainda este ano
tivéssemos resolvido o problema da BR-174 para que as obras comecem. É um trecho
e das outras rodovias federais do estado, que, por merecer um tratamento diferen-
agora, por exemplo, ninguém mais resolvia. ciado, terá todo o acostamento executado
Esta equação, de ter o líder do partido no daqui até a divisa com a Venezuela, além da
estado, o Ministro e o Senador da República implantação das terceiras faixas, para facili-
também da nossa região, facilita a realiza- tar o transporte de carga. Faremos ainda a
ção de ações importantes como esta. Veja, contenção das encostas, bem como a ade-
o programa de restauração da BR-174 é um quação geométrica de algumas curvas, que
programa de desenvolvimento que vai en- precisam ser revistas. Este conjunto de obras
volver da fronteira com a Venezuela até a di- nas BRs é de fundamental importância. Acho
visa com o Amazonas. Trata-se de um inves- que não se pode pensar em desenvolvimen-
timento de cerca de R$ 700 milhões em que, to sem duas vertentes: uma das rodovias e a
além disso, estão incluídos a restauração da outra da energia.
30 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades
Já que o senhor mencionou energia, po- que nós temos que buscar uma vocação in-
deria discorrer mais a respeito? dustrial, e não apenas o perfil da agroindús-
Bem, o Governador Anchieta tem feito um tria. Devemos buscar outro tipo de negocia-
esforço grande para interiorizar o programa ção, que possa nos ajudar a desenvolver um
energético, no sentido de interligar sistemas sistema industrial complementar ao da Zona
e levar energia de qualidade, saindo do mo- Franca de Manaus. Temos que ir plantando
delo de termoelétricas que acontece muito e colhendo. Estes programas, ao lado da re-
no nosso interior. Temos um sistema isolado, gularização fundiária e da titularidade de
e interligá-lo é muito importante. Estamos terras, representam avanços importantes e
vivendo um problema, pois nossa energia é transmitem sucesso aos investidores. Ain-
comprada do sistema Guri da Venezuela. Tí- da, infelizmente, temos um modelo muito
nhamos um contrato de 200 megawatts em estatizante. As pessoas, os empresários de-
compras, mas na realidade eles não têm con- pendem muito do estado. Mas é um modelo
seguido gerar isso e às vezes geram menos que tende a desaparecer com o crescimen-
de 100 megawatts. Nosso pico de demanda to, deixando de lado a “economia de con-
chega a 120 “megas”. Ou seja, daqui a pouco tracheque” e migrando para uma economia
nós teremos sérios problemas de energia no efetiva, de investimento no capital produti-
estado se não buscarmos alternativas como vo, com geração de emprego.
a interligação ao sistema Tucuruí, que viria
de Manaus até Boa Vista, e outros sistemas Como o senhor vê a inclusão da Vene-
secundários, como o governo está fazendo. A zuela no Mercosul? É positiva para Rorai-
revitalização de Jatapu, que é uma pequena ma? Como foi a articulação do senhor neste
hidrelétrica do sul do estado, também ajuda- sentido?
ria, gerando energia adicional para aquela re- Essa foi uma luta grande, porque havia
gião produtora. Há muito que fazer, são obras resistências à inclusão da Venezuela no Mer-
estruturantes, grandes e que demandam cosul em razão da atuação do Presidente
tempo. Certamente elas atenderão a esta ne- Hugo Chávez. Um regime com característi-
cessidade básica do estado para seu desen- cas ditatoriais, o que criou uma reação muito
volvimento. grande no Congresso. Independente disso,
eu costumo dizer que os regimes passam, os
Com recursos garantidos e consolidados, regimes mudam, mas a economia, a pujança
qual é a previsão de investimentos nos pró- da Venezuela, o mercado consumidor con-
ximos quatro anos? Quais serão os próximos tinua e vai continuar sempre. Nós não deve-
passos no sentido do desenvolvimento do mos abrir mão e Roraima não poderia abrir
estado? mão da incorporação deste país ao Mercosul.
É preciso criar as bases do desenvolvi- A Venezuela é uma São Paulo aqui do nosso
mento. Eu já disse que sem estradas e ener- lado, um consumidor muito grande, carente
gia não há base para o desenvolvimento, de tudo, e que sem dúvida nenhuma pode
então eu acho que o governo tem atacado servir de suporte para o nosso desenvolvi-
esses dois pilares, transmitindo segurança mento. Apesar de ela estar vivendo uma situ-
aos investidores. Naturalmente que, paralelo ação de dificuldades econômicas, isso é tem-
a isso, começa-se a chegar ao investimento porário. Não fazemos política para usufruto
no setor produtivo, atraindo, neste contexto, próprio. Meus filhos e meus netos querem
um forte contingente de agricultores e pro- ter um estado melhor, os filhos e netos dos
dutores especializados. O Governador tem cidadãos roraimenses querem ter uma pers-
feito contatos com diversos grupos interes- pectiva melhor, e eu acho que a Venezuela,
sados, e estudos indicam que podemos ele- com Chávez ou sem Chávez, perseverará. Cer-
var a área plantada de soja para 50 mil hec- tamente, com um novo regime de governo,
tares. A partir disso, há outros negócios que poderemos ter uma abertura muito forte e
passam a ser incentivados, como o processa- muito importante para o Brasil. Não podemos
mento da soja e das atividades que dão sus- esquecer que a Venezuela é um país produ-
tentação ao plantio, gerando uma série de tor de petróleo importante, inclusive no setor
subprodutos industrializados, que sem dúvi- petroquímico, que, embora tenha ficado um
da nenhuma vão dar um perfil de industria- pouco defasado pela falta de investimentos,
lização importante para o estado. Roraima é um suporte fundamental para a economia
tem vocação agrícola, mas eu costumo dizer brasileira e para nossa região.
RODOVIAS&VIAS 31
Roraima
32 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades
RODOVIAS&VIAS 33
Roraima
RR 203.
34 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades
Vicinais
A abrangência desta ação é funda-
mental para a integração do estado.
Destaque para a Vicinal 26, que serve
de ligação entre as duas mais impor-
tantes BRs do estado, a BR-174 e a BR-
210. Vale ressaltar que elas apresentam
um padrão técnico consideravelmente
superior que o governo do estado tem
utilizado, até porque se trata de um ar-
tifício para aumentar a durabilidade do
pavimento, uma vez que, a exemplo de
outras estradas do gênero espalhadas
nos rincões do país, os municípios (que
deveriam preservá-las, pois são estradas
municipais e não estaduais) não têm
condições de conservá-las.
RODOVIAS&VIAS 35
Roraima
Obras rodoviárias
e o desafio do clima
36 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades
RODOVIAS&VIAS 37
Roraima
Um dos dez mais influentes políticos do Congresso Nacional, o economista Romero Jucá nasceu
no Recife/PE, mas possui uma história estreita de colaboração com o estado de Roraima. Ativista do
desenvolvimento, é o atual líder do governo no Senado Federal. Ex-Governador de Roraima, foi o Senador
mais votado do estado e tem a fundamental missão de, junto à bancada, compor uma atmosfera propícia
às aspirações roraimenses. Ele falou com exclusividade à Rodovias&Vias, explicitando suas visões e
conceitos que evidenciam o bom-senso e a perspicácia que lhes são inerentes. O leitor agora pode ler na
íntegra como foi a conversa.
de líder do governo no Senado Federal, tan-
Rodovias&Vias: De que maneira os investi-
to na administração Lula como agora, mais
mentos em infraestrutura estão melhorando
recentemente, com a Presidente Dilma, tem
a qualidade de vida do cidadão roraimense?
ajudado o estado de Roraima?
Romero Jucá: A infraestrutura é fundamen-
A bancada tem trabalhado unida no senti-
tal para dar condições a Roraima crescer e ser
do de alocar recursos tanto para o estado quan-
um estado desenvolvido. Ainda temos proble-
to para os municípios. Somos uma bancada
mas nas estradas, no fornecimento de energia,
reconhecida na Comissão de Orçamentos no
na logística, tanto de abastecimento quanto
Congresso Nacional, que coloca recursos para
a saída de produtos. A infraestrutura, aliada à
seu estado. Como líder do Senado, tenho atu-
regularização de terras, é um passo garantido
ado de forma muito forte, nós temos consegui-
para que tenhamos um futuro de progresso.
do vitórias importantes para Roraima, não só
Estamos trabalhando para melhorar a infraes-
com recursos para estrada, asfaltamento de vi-
trutura e agilizar a regularização fundiária. As
cinais, para obras importantes de saneamento,
terras da União estão sendo passadas para o
esgoto, abastecimento de água e recursos para
estado. Muitos títulos de terras já foram conce-
as prefeituras do interior. Estamos equacionan-
didos aos produtores.
do problemas do estado, como a questão da
ZPE e a negociação do setor elétrico. Também
Como tem sido a atuação da bancada ro- a relação do Brasil com a Guiana, para que nós
raimense de parlamentares no Congresso tenhamos uma rodovia asfaltada até a cidade
Nacional, no sentido de garantirem recursos de Georgetown, construindo assim a relação
para o estado? E de que forma a sua posição Brasil-Guiana.
38 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades
RODOVIAS&VIAS 39
Roraima
Temakeria Umai
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel
22 - 24 de Novembro de 2011
Pavilhão Azul, Expo Center Norte
São Paulo
Expo Parking reúne as operadores e 2011
fornecedores de soluções de estacionamento
para atender às necessidades de
ESTACIONAMENTO EM FOCO
estacionamento nas cidades Brasileiras e as
crescentes exigências de estacionamento nos
edifícios públicos e privados.
info@real-alliance.com
www.expo-parking.com.ar
(21) 2516 1761 / (21) 2233 3684 RODOVIAS&VIAS 41
PASSAGEIROS
Do projeto
ao projétil
Governo insiste, e Trem de Alta Velocidade
entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro tem
leilão marcado para o dia 29 de julho.
Ilustração: Divulgação
42 RODOVIAS&VIAS
do projeto ao projétil
RODOVIAS&VIAS 43
Duplicação da
Euclides da Cunha
Governo de São Paulo inicia duplicação de trecho da SP-320.
A rodovia liga São Paulo ao Mato Grosso do Sul.
Foto:Divulgação
44 RODOVIAS&VIAS
Foto: Milton Michida
165km da rodovia serão duplicados. Um investimento de
R$775 milhões, que vai beneficiar 17 municípios.
A obra
Em relação ao primeiro, o governo esta-
dual alegou dificuldades para desapro- Cerca de R$ 775 milhões serão in-
priação de algumas áreas, o que já foi vestidos na duplicação dos 165 km. A
resolvido. Quanto à diminuição do limite extensão total da rodovia Euclides da
de velocidade, a medida se deu em fun- Cunha é de 186 km, sendo que 21 km já
ção da movimentação de máquinas e são de pista dupla. Esta parte será toda
recuperada. Serão 17 municípios dire-
instalação de canteiros de obras. “A me-
tamente atendidos. Além desta obra,
dida é necessária para que as frentes de haverá duplicação também em 3,6 km
trabalho possam iniciar a obra em vários da rodovia Péricles Bellini (SP-461) e em
trechos da via, reforçando a segurança 1,8 km da rodovia Perci Waldir Senegui-
dos usuários e dos trabalhadores”, infor- mi (SP-543), que fazem entroncamento
mou em nota o governo paulista. com a SP-320.
RODOVIAS&VIAS 45
SÃO PAULO
para escoar
a produção
Governo paulista anuncia novos investimentos em vias
relevantes para o escoamento da produção nacional – o trecho
Norte do Rodoanel e a hidrovia Tietê-Paraná.
Foto: Milton Michida
46 RODOVIAS&VIAS
para escoar a produção
Porto de Santos.
Ponte sobre rio Tietê entre Brejo Alegre e Buritama / Hidrovia Tietê-Paraná.
RODOVIAS&VIAS 47
Vidas em
movimento
Como garantir a mobilidade de milhões de pessoas em uma realidade
cada vez mais urbanizada? Para descobrir algumas respostas a tão complexa
questão, equipes de Rodovias&Vias permaneceram por mais de 20 dias
na maior cidade da América Latina, que não poderia deixar de ser o mais
desafiador exemplo de conglomerado urbano – São Paulo.
48 RODOVIAS&VIAS
S e somarmos todos os deslocamentos de
RODOVIAS&VIAS 49
capa
50 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO
RODOVIAS&VIAS 51
capa
52 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO
“As juntas da tubulação eram muito anti- Metrô, são comuns os remanejamentos
gas, de chumbo, e tivemos que desviar os de tubulações de água, esgoto, linhas te-
tubos. Tudo isso sem causar vazamentos”, lefônicas, fios de eletricidade, gasodutos
explica o engenheiro Jackson Teixeira Eu- e muito mais. Tudo isso torna a engenha-
gênio, Gerente de Obras da Linha 5 (Lilás). ria complexa para garantir a chamada
O exemplo é apenas um. Em obras do “concretagem submersa”.
RODOVIAS&VIAS 53
capa
CONSTRUÇÃO DO METRÔ
ar ar ar
Para a construção e
acabamento da estação
Butantã, foram utilizados
9.600 m³ de concreto,
No subsolo existem tubulações de 1.000 toneladas de aço
abastecimento de água, gasodutos,
e 900 m² de vidros. Nela
linhas telefônicas e cabos elétricos.
Muitas vezes é preciso desviar ou também foram instaladas
reforçar tubos e encanamentos antigos. 14 escadas rolantes
inteligentes, 22 escadas
fixas e 5 elevadores. A
sua área construída tem
13.000 m².
ar ar
54 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO
ar
RODOVIAS&VIAS 55
capa
56 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO
da Sistema Pri Engenharia, conta que a fadiga com 3 milhões de ciclos e com
tecnologia massa-mola é mundialmen- uma carga de 20,8 toneladas aplicada a
te aplicada e exige alta qualidade, pois, trilhos colocados sobre os componen-
uma vez instalada, é de difícil manu- tes do sistema massa-mola”, explica
tenção posterior. Guidetti. Os projetos atuais consideram
O engenheiro Antônio Guidetti, questões que no passado não eram tão
Coordenador do Centro de Tecnologia valorizadas como hoje, explica o Presi-
da Universidade Estadual de Campinas dente do Metrô: “Quando projetamos
(Unicamp), explica que o componente uma estação, o olhar hoje é usar técni-
absorve as vibrações dos trens e não cas construtivas que diminuam as ne-
deixa que elas sejam transmitidas ao cessidades de reassentamentos, que
chão, e, assim, evitam-se ruídos e trepi- diminuam a ferida que será provocada
dações em casas próximas às linhas do por uma escavação na cidade e atinja o
metrô, por exemplo. “Fizemos testes de menor número de pessoas.”
Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes
Estação Adolfo Pinheiro: as obras não impedem que os coletivos circulem na região .
RODOVIAS&VIAS 57
capa
58 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 59
capa
60 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO
Monotrilho
Prazo
40 mil
passageiros/hora
Extensão total
24,5 km
O TRANSPORTE ELEVADO FARÁ A LIGAÇÃO ENTRE
VILA PRUDENTE E CIDADE TIRADENTES COM
CONEXÕES COM ÔNIBUS E ESTAÇÕES DO METRÔ
RODOVIAS&VIAS 61
capa
Passageiros transportados
até 31/12/10
20,3 bilhões
Equivale a:
109 vezes a população do Brasil
15,6 vezes a população da China
3 vezes a população da Terra
Estação de Metrô da Sé .
62 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO
Expansão
Investimentos previstos para os próximos anos
LINHA 17______________MONOTRILHO
RODOVIAS&VIAS 63
capa
METRÔ SP EM NÚMEROS
Quilometragem percorrida
pelos trens até 31/12/10
367,1 milhões
Equivale a:
966 vezes a distância da Terra à Lua
6,6 vezes a distância da Terra a Marte
Estação de Metrô Alto Ipiranga .
64 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 65
Última chamada
Sinta-se em casa. Sem o conforto de sua casa, mas em casa. Se você
está em um aeroporto qualquer do Brasil, tente ter a paciência de quem
relaxa na sua sala de estar. Pegue um bom livro, acomode-se em uma
das desconfortáveis poltronas ou, na provável falta dela, acomode-se
no chão mesmo. Até porque, ainda que, depois de um trânsito pesado
nas congestionadas avenidas que levam aos principais aeroportos
nacionais, você tenha conseguido chegar com a antecedência exigida
pelas companhias aéreas, a chance de sua aeronave atrasar é enorme.
Foto: Rodovias&Vias/Estanis Neto
66 RODOVIAS&VIAS
A capacidade de assegurar uma
viagem rápida e segura pelas ae-
rovias nacionais já vinha sendo coloca-
No discurso, e na tardia criação da
Secretaria de Aviação Civil (SAC), que
tem status de Ministério, o governo
da em xeque há pelo menos uma déca- federal segue tropeçando diante das
da. Com o advento do crescimento eco- reais necessidades do setor. Enquanto
nômico, a demanda por viagens aéreas a presidência da Agência Nacional de
cresceu entre 2003 e 2010 ao ritmo de Aviação Civil (Anac) muda com certa
10,2% ao ano, e, apenas no biênio 2009- frequência, a realidade dos aeroportos
2010, a demanda aeroportuária saltou do Brasil segue rumo a preocupante de-
impressionantes 20,4%, elevando o nú- terioração.
mero de passageiros de 128 milhões em Exemplos não faltam. E pior, em ci-
2009 para 154 milhões em 2010. dades que sediarão a Copa de 2014,
Todos estes números superlativos como em Curitiba, capital do Paraná. O
parecem caminhar diametralmente em estacionamento do Aeroporto Interna-
sentido oposto à capacidade apresenta- cional Afonso Pena, localizado em São
da pelo governo federal de criar as condi- José dos Pinhais, na Região Metropoli-
ções de infraestrutura aeroportuária que tana, está totalmente saturado. Faltam
atendam à atual e à futura demanda. vagas e os carros têm de esperar em fila
Para desassossego do governo, no para estacionar.
último dia 14 o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), órgão do
próprio governo federal, acenou com
a possibilidade real de que 10 entre 13
aeroportos que estão recebendo inves-
timentos para a Copa do Mundo po-
dem não ter suas obras concluídas até o
Mundial de Futebol.
RODOVIAS&VIAS 67
AEROPORTOS
68 RODOVIAS&VIAS
última chamada
Kai Heinicke,
Diretor-Geral de Carga da
Boeing Commercial Airplanes
RODOVIAS&VIAS 69
AEROPORTOS
70 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 71
Produtos para trabalhos pesados
Valence Máquinas
72 RODOVIAS&VIAS
MERCADO
dose DUpla
Durante quatro dias, São Paulo se transformou na capital mundial
do transporte, pelo menos no que diz respeito às novas tecnologias
para intermodalidade e técnicas de construção viária e rodoviária.
Profissionais do mundo todo, somados a softwares e equipamentos
de ponta, garantiram sucesso de duas feiras do segmento.
RODOVIAS&VIAS 73
MERCADO
Brazil Road
Expo 2011
A primeira edição da Brazil
Road Expo (BRE) superou as ex-
pectativas dos visitantes e dos
expositores. Profissionais do se-
tor puderam conferir as novas
soluções e tecnologias em siste-
mas e métodos para construção
e infraestrutura de vias e rodo-
vias, aplicáveis desde o projeto
até a conservação e a manuten-
ção, incluindo inovações e ten-
dências mundiais em equipa-
mentos, produtos e serviços.
A expectativa de negócios,
segundo os 170 expositores na-
cionais e internacionais, é de R$
500 milhões gerados durante
e depois da feira. Prova disso é
que, no próprio evento, foram
renovados 40% dos espaços
para a próxima Brazil Road Expo.
“Logo no primeiro dia recebe-
mos um número acima do es-
perado e as renovações dos ex-
positores chegaram a 20%. Ano
que vem a feira será no pavilhão
azul, que é quase 40% maior que
esse. A expectativa é muito boa,
acho que o mercado estava ca-
rente de um evento assim”, ex-
plicou Guilherme Ramos, Diretor
Executivo da Quartier, empresa
que organiza a feira.
Paralelamente à exposição
foi realizado o Brazil Road Sum-
mit, programa de conferências
sobre tecnologias e inovações,
muitas delas apresentadas na
feira. A próxima Brazil Road Expo
já está marcada para os dias 02,
03 e 04 de abril do ano que vem.
74 RODOVIAS&VIAS
eventos
RODOVIAS&VIAS 75
ENTREVISTA
76 RODOVIAS&VIAS
De são paulo a paris
RODOVIAS&VIAS 77
energia
Por mais
energia renovável
Deputados querem marco regulatório para a produção de energia limpa.
Foto: Rodovias&Vias Leonardo Pepi
78 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 79
Um olhar
para o futuro
Secretaria Especial de Portos e governo do Rio Grande do Sul
investem para que porto seja um dos mais importantes do mundo.
80 RODOVIAS&VIAS
O porto mais ao sul do Brasil
é o do Rio Grande. Locali-
zado na margem oeste do Canal
do Norte, que é o escoadouro na-
tural de toda a bacia hidrográfica
da Laguna dos Patos, o terminal é
dotado de características naturais
privilegiadas. Além de estar bem
próximo do oceano Pacífico, se
desenvolvido racionalmente, tem
condições de atender à navega-
ção de longo curso, que exige boas
profundidades.
“O porto do Rio Grande está
emergindo de uma profunda alte-
ração da indústria portuária brasi-
leira. Este é o momento oportuno
para redefinição de bases dentro
de um cenário mais previsível. O
país vive um momento rico de
orientação de mercado regional,
nacional e internacional, e o setor
portuário está em forte evidência”,
avalia Dirceu Lopes, Superinten-
dente do porto do Rio Grande.
No cargo desde o dia 16 de fe-
vereiro, o Superintendente já des-
tacou um conjunto de metas para
esta nova gestão. Entre elas, estão:
a conclusão da dragagem total do
complexo e a ampliação dos mo-
lhes da Barra.
Os molhes Oeste já estão pron-
tos desde o ano passado. A Supe-
rintendência do porto do Rio Gran-
de trata agora, com a Secretaria Es-
pecial de Portos, dos procedimen-
tos para a entrega final da obra de
ampliação dos molhes Leste. “Com
o término da ampliação dos mo-
lhes da Barra, a SEP [Secretaria de
Portos] veio devolver aquele im-
portante logradouro à administra-
ção do porto. Esse diálogo e essa
interação são fundamentais para o
projeto de desenvolvimento e ex-
pansão do nosso porto”, destaca o
Superintendente.
RODOVIAS&VIAS 81
PORTOS
Foto: Divlugação
As obras
vimentação, carga e descarga e custo
de frete depois das obras concluídas em
A obra conta com o investimento de julho do ano passado. Atualmente, o
R$ 520 milhões provenientes da União. porto opera com 16 m de profundidade
Neste molhe, cuja extensão era de 4,2 no canal interno e 18 m no canal exter-
km, o prolongamento é de 370 m. A no. O objetivo da dragagem é viabilizar
construção Oeste, que tinha compri- a operação de grandes navios (pós-pa-
mento inicial de 3,16 km, foi aumentada namax). Este tipo de navio já opera no
em 700 m. Rio Grande, porém não utiliza sua capa-
cidade máxima devido ao calado.
Dragagem A previsão é de que, depois de tudo
concluído, haja um aumento da movi-
mentação com cargas vindas da Bacia
A SEP incluiu o porto do Rio Grande do Prata, como grãos da Argentina, Pa-
no Programa Nacional de Dragagem raguai e Bolívia, minério do Mato Gros-
(PND). Os trabalhos devem consumir so do Sul e da Bolívia, madeira do Uru-
cerca de R$ 244 milhões. O porto já guai e ainda contêineres da Argentina,
apresentou ganho em aumento na mo- Uruguai e Paraguai.
82 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 83
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA PROJETO EXECUTIVO DE
PAVIMENTO DE CONCRETO
Autor
Marcos Dutra de Carvalho, Engenheiro Especialista
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) • Projeto geométrico de distribuição de pla-
cas e detalhamento dos tipos de juntas, contendo:
É fato mundialmente reconhecido que a grande – planta, na escala 1:250 ou 1:500, com todos os tipos
de juntas, incluindo aquelas especiais de transição nos
durabilidade esperada de um pavimento de concre- encontros com estruturas ou outros tipos de pavimentos,
to está diretamente relacionada à boa qualidade da bem como os dados de topografia necessários à perfeita
execução da obra, feita com os equipamentos e os locação das juntas no campo;
materiais adequados e de acordo com o Projeto Exe-
cutivo de Engenharia previamente elaborado. Assim, – desenhos específicos com detalhes de todos os tipos de juntas
previstas no projeto, incluindo o reservatório de selagem;
um bom projeto é condição básica para que a obra
seja bem sucedida. Um projeto inadequado certa- – seções transversais típicas do pavimento, em tangente
mente comprometerá a durabilidade do pavimento. e em curva, com indicações de drenagem superficial, sub-
Nesse sentido, mostram-se a aqui as principais eta- superficial e profunda (se houver).
pas a ser seguidas na elaboração de um projeto exe-
cutivo de pavimento de concreto, extraídos do traba- • Recomendações de execução e de con-
trole de obra, com as especificações dos materiais
lho “Os dez mandamentos da pavimentação rígida” utilizáveis em todas as camadas do pavimento.
e do Capítulo 40 – Pavimentos Viários de Concreto,
integrante do livro “Concreto: Ciência e Tecnologia”, • Recomendações sobre concreto simples:
publicado este ano pelo Instituto Brasileiro do Con-
creto (IBRACON), ambos de autoria do engº Marcos – espessura das placas, definida em projeto;
Dutra de Carvalho.
– resistência característica à tração na flexão (fctM,k),
Também é fato mundialmente reconhecido que medida aos 28 dias;
o processo de execução de um pavimento de con-
creto deve estar calcado num Projeto Executivo de – parâmetros de dosagem do concreto, como relação
Engenharia, o qual deve obrigatoriamente contem- água/cimento, abatimento, consumo mínimo de
plar as etapas descritas a seguir. cimento, teor máximo de ar incorporado, dimensão
máxima do agregado graúdo e teor de argamassa;
• Estudos geotécnicos completos, incluindo a – plano de controle tecnológico do concreto no estado
verificação do nível do lençol freático. fresco e endurecido, ressaltando se aí o controle da
consistência do concreto (abatimento) e do teor de ar
• Estudos de tráfego, incluindo a determina- incorporado (estado fresco), e o controle das resistên-
ção do número total de solicitações das cargas por cias mecânicas e da espessura das placas.
eixo, para cada tipo de eixo, para o período de proje-
to de 20 anos. • Notas de serviço e quantitativos de
pavimentação.
• Estudos de geometria e traçado da via
ou rodovia.
Como comentário final, ressalta-se que
• Estudos de drenagem superficial, sub-su- o Projeto Executivo de Engenharia, bem elabo-
perficial e profunda. rado e com todas as informações necessárias
à adequada execução do pavimento de con-
• Memória de cálculo do pavimento com defi- creto e das camadas constituintes da es-
nição dos tipos, características tecnológicas e espes-
suras das camadas constituintes da estrutura. trutura de pavimentação, incluindo o trata-
mento dado ao subleito e aos dispositivos de
• Projeto geométrico planialtimétrico, com to- drenagem da estrutura, é fundamental para
das as informações topográficas necessárias à per- a qualidade final e a durabilidade da obra.
feita locação da obra.
84 RODOVIAS&VIAS
As Figuras 1 e 2)Detalhe do projeto geométrico,
mostrando os distintos tipos de juntas
2 ilustram um projeto
geométrico típico de
distribuição de placas,
mostrando os tipos de
juntas. As placas ha-
churadas são dotadas
de armadura distribu-
ída descontínua, sem
função estrutural.
1) Projeto geométrico de
distribuição de placas
RODOVIAS&VIAS 85
86
Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi
RODOVIAS&VIAS
FotoLegenda
iMAGEM DO MÊS
O trem é grande. Trem, não, é ônibus! Apelidado de “Ligeirão”,
o novo biarticulado de Curitiba é o maior ônibus do mundo, com
28 m de extensão. O coletivo entrou em circulação às 7:20 horas do
último dia 16 e teve como passageiro ilustre o Prefeito Luciano Ducci. Ao
todo, dez ônibus deste tipo, com capacidade para 250 passageiros,
vão operar a linha. A previsão é que o sistema transporte 25 mil
passageiros a cada dia por um trajeto de 10,3 km.
RODOVIAS&VIAS 87
88 RODOVIAS&VIAS
NA MEDIDA
RODOVIAS&VIAS 89
NA MEDIDA
Saneamento é básico
Segundo dados do IBGE, quase metade dos
domicílios brasileiros não têm ligação com a
rede de esgoto. Por essa e outras preocupações
é que a Associação Brasileira da Infraestrutura e
Indústrias de Base encomendou um estudo de
investimentos. O documento, com propostas
para o setor de saneamento básico para os
anos de 2011 a 2014, foi entregue nas mãos do
Ministro das Cidades, Mário Negromonte, no
início de abril, na sede da Abdib, em São Paulo.
O texto faz sugestões de gestão de recursos para
melhorar os indicadores de saneamento básico.
O Ministro disse à Rodovias&Vias que o governo
federal comunga com vários pontos da agenda.
90 RODOVIAS&VIAS
NA MEDIDA
Geólogo contesta
fora da medida
duplicação da Rodovia Régis Bittencourt
O geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos entende que a duplicação da rodovia Régis
Bittencourt (BR-116) não está sendo feita da forma correta. Ex-Diretor do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT) e autor de diversos livros sobre geologia e meio ambiente, ele
afirma que o sistema usado para a expansão da rodovia não é o correto. A pista da Régis
está sendo duplicada sem a construção de túneis e viadutos e, na opinião do especialista,
isso pode até garantir fluidez ao trânsito de cargas, mas não blindará a rodovia contra os
perigos de deslizamentos de terra, comuns no trecho da Serra do Cafezal. Álvaro explica
que a região é propensa a deslizamentos, e os cortes e aterros feitos na Serra do Cafezal
para a abertura da rodovia, nos anos 1950 e 1960, aumentam os riscos.
Fora da Copa
Segundo Paulo Godoy, Presidente da Abdib,
uma ou outra cidade-sede pode ficar fora da Copa
por falta de estádio. “Copa do Mundo de Futebol
tem uma visibilidade política muito grande;
qualquer coisa que se fale, a coisa pega fogo.” Godoy
afirmou que uma equação deve ser arrumada para
as obras de infraestrutura e mobilidade urbana.
“Nós queríamos que a evolução das intervenções
acontecesse de forma gradativa e ordenada.” Para
ele, o problema não é de falta de recurso, e sim de
gestão, já que a preparação para a Copa envolve
governo federal, estadual e municipal. “Estamos
animados com a indicação do Wagner Bittencourt
para a Secretaria de Aviação Civil, ele tem perfil e
histórico de estruturador de negócios e de projetos.”
RODOVIAS&VIAS 91
Foto: Rodovias&Vias/Alemão
92
RODOVIAS&VIAS
infopágina
Fonte: Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar
RODOVIAS&VIAS 93
94 RODOVIAS&VIAS
ARTIGO
ASPECTOS
DA INCERTEZA
José Pio Martins
Economista e Reitor de gestão, ser minimizadas ou eliminadas. A
da Universidade Positivo
base da economia e do progresso é o setor pro-
dutivo e não o governo, e é da economia priva-
da que o governo tira os recursos necessários
para sua própria subsistência e para os serviços
públicos. Assim, criar incertezas por atos políti-
cos, a ponto de potencializar riscos e provocar
RODOVIAS&VIAS 95
A TERCEIRA ONDA DA
José Allama HIDROVIA BRASILEIRA
Especialista em Regulação do Transporte
Aquaviário da Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (Antaq)
96 RODOVIAS&VIAS
ARTIGO
do Japão. Todavia, consolida-se o modelo ro- o grande salto da matriz é no segmento aquavi-
doviarista. A crise fiscal e financeira dos anos 80 ário, que sai dos subutilizados 13% para o nível
provocou estagnação e desinvestimentos. Nos estratégico de 29% do total das cargas nacionais
anos 90, a desestatização e a liberalização viram transportadas. Para alcançar essas metas, será
moda. Órgãos e empresas públicas foram extin- necessário priorizar os investimentos em infraes-
tas. Tais fatos produziram um apagão hidro-na- trutura de transportes, em especial nos setores
val-portuário no país. Nesse contexto, a segunda de navegação e portuário.
onda encerrou o século XX com problemas tão Um exemplo do esforço brasileiro na busca
grandes quanto os desafios que estariam por vir. pelo reequilíbrio da matriz de transporte foi a
A terceira onda da hidrovia não é um tsuna- inauguração das eclusas de Tucuruí, no rio To-
mi. Diversamente do impacto dos fatos que mar- cantins, no final de 2010. Após 30 anos de cons-
caram o início da onda anterior, esta fase é ainda trução, a envergadura dessa obra representa
embrionária. Mas já se evidencia um tratamento um divisor de águas de um novo tempo da hi-
diferenciado ao setor aquaviário. Pode-se dizer drovia e uma referência para novos projetos e
que esta onda surge a partir da Constituição de iniciativas semelhantes. Mas é preciso avançar
1988 e do arcabouço jurídico-institucional de re- ainda mais. Sabe-se que o alcance de um novo
organização do papel do Estado. Esse novo con- patamar de melhoria implica mudança de cul-
junto de leis e instituições vem possibilitando tura. Desse modo, urge romper com dois fortes
significativas alterações nos setores da infraes- paradigmas do setor de infraestrutura: o predo-
trutura brasileira. Como exemplos, têm-se as leis mínio do setor elétrico sobre o uso da água e a
de modernização dos portos, de concessões, das supremacia do rodoviarismo sobre os outros
águas, de energias e as de criação das Agências modais. O primeiro por colidir com o princípio
Reguladoras, entre outras. do uso múltiplo da água, consagrado na legis-
Esse movimento é impulsionado por vetores lação. O segundo, por ter gerado uma matriz
como a estabilidade institucional e econômica de transporte irracional e ineficiente, que drena
do país, o crescimento das correntes de comér- competitividade do produto brasileiro. Eleva o
cio e dos acordos internacionais, a demanda custo Brasil e, a cada ano, milhares de vítimas en-
por uma infraestrutura aquaviária adequada grossam as estatísticas de acidentes rodoviários.
e com tarifas módicas, maior rigor no trato das Esses e outros aspectos configuram o caldo de
questões ambientais e usuários mais exigentes cultura que vem moldando essa nova onda da
quanto à qualidade dos serviços prestados. Em hidrovia.
especial, a expansão e interiorização da fron- Concluída a analogia, percebe-se que tais
teira agrícola e da mineração vem exigindo in- processos não são isolados. Pelo contrário, as
vestimentos públicos e privados na criação de ondas coexistem. Em resumo, vale frisar que
alternativas logísticas de baixo custo e reduzido o uso das hidrovias brasileiras está muito
impacto ambiental. Quando se adicionam as aquém de seu potencial. No entanto, com a
demandas da indústria petrolífera, as perspec- correta articulação dos vários aspectos aborda-
tivas do pré-sal, dos biocombustíveis, da Copa dos, combinados com investimentos e a aplica-
de 2014 e das Olimpíadas de 2016, tem-se uma ção de tecnologias navais modernas, além do
combinação explosiva e exigente, que impõe a aproveitamento das melhores práticas de uso
reconfiguração e o aperfeiçoamento, não ape- múltiplo dos recursos hídricos, é possível redu-
nas do modal aquaviário, mas de toda a infraes- zir o desnível entre esses estágios evolutivos e
trutura de transportes. Nesse contexto, amplia- fazer com que nossos potenciais hidrográficos
-se o consenso de que a hidrovia constitui uma alcancem, efetivamente, a posição de hidrovias
solução viável e eficaz. da terceira onda. Pois, quanto mais evoluído for
No tocante ao planejamento, vale ressaltar o setor, maior e mais eficaz é sua contribuição
o Programa Nacional de Logística e Transpor- para consecução das metas econômicas, sociais
tes. No horizonte de 15 anos, o PNLT propõe so- e ecológicas do país, rumo ao desenvolvimento
lução para o grave desequilíbrio que se verifica sustentável. Por fim, é fundamental ampliar o
hoje entre os modais de transporte de cargas conhecimento de formadores de opinião, dos
do país. Nessa perspectiva, o modal rodoviário tomadores de decisão, dos agentes técnicos,
deixa o inadequado patamar de 58% de movi- acadêmicos, políticos, empreendedores priva-
mentação total da carga e passa a responder por dos e outros atores acerca da importância desse
apenas 33%. Em paralelo, o ferroviário avança tema para a sociedade, especialmente no mo-
7%, colocando nos trilhos 32% das cargas. Mas, mento favorável que o país vive atualmente.
RODOVIAS&VIAS 97
98 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 99
100 RODOVIAS&VIAS