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Decreto-Lei 4657/42
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180
da Constituição, decreta:
Comentário: A LICC (Lei de Introdução ao Código Civil) foi publicada em 04 de
setembTro de 1942, de modo que a Constituição que a regia era de 1937. Seu
art. 180 trazia a seguinte redação:
Art 180 - Enquanto não se reunir o Parlamento nacional, o Presidente da
República terá o poder de expedir decretos-leis sobre todas as matérias da
competência legislativa da União.
Desta forma, a atribuição que o caput fazia referência, era a de expedir o
decreto-lei.
É importante ressaltar que a LICC não faz parte do Código Civil. Ela é anexa
ao diploma legal, sendo, todavia, autônoma.
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores
começará a correr da nova publicação.
Comentário: Cada modificação na lei fará com que necessite-se de nova
divulgação, novo estudo, etc. Por isso, recomeça-se o prazo.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Comentário: Sempre que houver modificação na lei, considerar-se-á uma
legislação nova, e por isso, conter-se-á um período de vacatio legis.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra
a modifique ou revogue.
Comentário: A lei de vigência temporária é aquela que já vem com data de
início e término de duração. Sempre que a lei não vier explicitamente
determinando que terá uma data-fim, enteder-se-á como sendo de caráter
definitivo, só podendo ser alterada quando uma lei nova a modificar ou revogar.
Vários são os tipos de revogação. Quando falamos de revogação expressa, a
lei nova diz que está revogando a anterior. Revogação tácita é aquela em que
a lei nova, por seu conteúdo não compatível com a anterior, faz com que esta
deixe de viger, não tendo nenhuma menção em seu texto acerca da lei anterior.
Pode ainda a revogação ser total ou parcial, sendo a primeira quando se
revoga a lei por completo (ab-rogação) e a segunda quando se revogam alguns
trechos da lei anterior (derrogação). E por último, mas não menos importante,
existe a revogação de fato, que é quando a lei entra em desuso.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
Comentário: Se a lei foi revogada, entende-se como regra geral, que ela não
servia mais à sociedade. Desta forma, não teria sentido de ela voltar a viger. A
chamada repristinação, que seria o fato de a lei anterior voltar a ser válida, não
existe no ordenamento nacional.
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Comentário: Analogia, costumes e princípios gerais de direito – fontes formais
de direito -são maneiras de preencher as lacunas da lei. Na analogia se utiliza
de uma norma que regula uma situação semelhante àquela sem norma que a
regule. Costumes são reiterados hábitos sociais, tidos como corretos. E
princípios gerais de direito são as bases norteadoras dos doutrinadores e
juristas.
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e
às exigências do bem comum.
Comentário: O Direito surgiu com o escopo de regular a vida em sociedade.
Não teria sentido que os fins sociais não fossem o objetivo máximo da
aplicação da lei. Entende-se como exigências do bem comum, tudo aquilo que
for o mais benéfico para toda sociedade, até mesmo porque o interesse da
coletividade será sempre mais importante que os direitos individuais.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Comentário: Assim que a Lei passa a vigorar, após cumprir sua vacatio legis,
ela deve ser aplicada para todos, sem distinção.