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Monografia
19 de junho de 2008
Lista de Sı́mbolos
Agradecimento 4
Resumo 5
Abstract 6
Introdução 7
1 Automorfismos de grupos 8
2.3 Automorfismos de S6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
A Apêndice 46
Referências Bibliográficas 53
3
Agradecimento
Agradeço a Deus por este sonho realizado, pela força e pela luz que me deu durante
esta caminhada. A professora Ana Cristina agradeço por ter aceitado me orientar neste
trabalho, pela paciência, dedicação e pelo incentivo durante a elaboração do mesmo.
Agradeço ao meu marido Allan, pelo amor, paciência e por estar ao meu lado me apoi-
ando, dando força e ajudando em todos os momentos de dúvidas. Finalmente agradeço
aos meus familiares e amigos, pelo apoio e carinho em todos os momentos.
4
Resumo
5
Abstract
In this work, we study some properties of groups and their automorphism groups.
We classify the automorphism group of a cyclic group and give some examples of au-
tomorphism groups for abelian and non-abelian groups. In particular, we study the
automorphism group of the symmetric group Sn .
6
Introdução
O apêndice contém alguns resultados sobre grupos que serão utilizados no decorrer
do texto, alguns sem demonstração como o clássico Teorema de Sylow. Faremos também
observações sobre representações permutacionais de grupos, destacando a representação
nas classes laterias de um subgrupo e resultados sobre grupos transitivos. O apêndice
também possui alguns resultados técnicos de álgebra elementar. Esses resultados usarão
a numeração precedida da letra A.
7
Capı́tulo 1
Automorfismos de grupos
Nesta seção veremos alguns resultados preliminares para uma melhor compreensão
dos grupos e de seus automorfismos.
(i) Um homomorfismo f : G → H é uma função tal que f (ab) = f (a)f (b) para
todo a, b ∈ G.
Quando existe um isomorfismo entre dois grupos G e H, dizemos que eles são iso-
morfos e denotamos por G ∼
= H.
8
1.1 - Fatos básicos
Propriedades Elementares:
9
1.1 - Fatos básicos
A partir de agora, não faremos distinção entre os elementos neutros de dois grupos
G e H. Usaremos 1 para qualquer um deles.
G/ker(f ) ∼
= Im(f ).
10
1.1 - Fatos básicos
e
f¯(x̄) = 1 ⇔ f (x) = 1 ⇔ x ∈ ker(f ) ⇔ x̄ = 1̄,
O conjunto End(G) não é necessariamente um grupo, pois não podemos assumir que
todos os seus elementos possuem inverso. Mas, quando G é um grupo abeliano, End(G)
é um anel com as operações definidas por
(f + g)(a) = f (a) · g(a)
(f · g)(a) = f ◦ g(a),
onde f, g ∈ End(G) e a ∈ G.
11
1.1 - Fatos básicos
ϕ : C∗ −→ C∗
x 7−→ xn .
Temos ϕ ∈ End(C∗ ).Desde que qualquer complexo tenha sua n-ésima raiz em C, ϕ é
um epimorfismo. Como ker(ϕ) = {x ∈ C∗ |xn = 1} é o conjunto das raı́zes n-ésimas de
unidade temos que ker(ϕ) 6= 1, ou seja, ϕ não é um monomorfismo.
σ(H) ∼
= H e |σ(H) : σ(K)| = |H : K| .
12
1.1 - Fatos básicos
τ : G −→ G
x 7−→ gxg −1 = xg .
xg = 1 ⇒ gxg −1 = 1 ⇒ gx = g ⇒ x = 1
x 7→ xg = gxg −1
13
1.1 - Fatos básicos
(ii) isomorfo ao grupo quociente G/Z (G), onde Z (G) é o centro de G. Ou seja,
Inn(G) ∼
= G/Z (G).
1. Id ∈ Inn(G):
Id : τ1 : G −→ G
x 7−→ x1 = x.
Com isso já temos que Inn(G) ≤ Aut(G). Mostraremos que Inn(G) é normal em
Aut(G). Sejam σ ∈ Aut(G) e τg ∈ Inn(G). Para todo x ∈ G temos:
τ : G −→ Aut(G)
g 7−→ τg : G −→ G
x 7−→ xg
é um homomorfismo tal que: Im(τ ) = Inn(G) e ker(τ ) = Z (G). De fato, já sabemos
que τ é um homomorfismo e que Im(τ ) = Im(G). Porém, g ∈ G está em ker(τ ) se, e
somente se, τg = Id, ou seja, τg (x) = x, para todo x ∈ G. Logo, gx = xg. Sendo assim
ker(τ ) = Z (G). Portanto, pelo Teorema 1.5 temos que:
Inn(G) ∼
= G/Z (G).
.
14
1.2 - O grupo dos automorfismos Aut(G)
Portanto,
ϕ̃ : Aut(G) −→ Aut(H)
σ 7−→ σ̃
é um isomorfismo.
CG (H) / NG (H).
NG (H)
E ainda, o grupo quociente é isomorfo a um subgrupo de Aut(H).
CG (H)
15
1.2 - O grupo dos automorfismos Aut(G)
h(gxg −1 ) = (hg)xg −1
= (g h̃)xg −1 , para algum h̃ ∈ H
= gx(h̃g −1 )
= (gxg −1 )h.
ϕg : H −→ H
h 7−→ ghg −1
ϕ : NG (H) −→ Aut(H)
g 7−→ ϕg
NG (H) ∼
= Im(ϕ)
CG (H)
O resultado acima mostra que Aut(H) controla o grupo quociente NG (H)/CG (H).
Veremos como a ordem de um grupo finito G estima a ordem do grupo Aut(G) e que
automorfismos preservam a ordem dos elementos.
16
1.2 - O grupo dos automorfismos Aut(G)
g = u1 u2 . . . ur ,
. . . , ϕ(xm ), onde cada ϕ(xj ) pode ser qualquer um dos n elementos de G. Portanto,
H0 = {1}
Hi = hx1 , . . . , xi i .
Como
{1} = H0 ≤ H1 ≤ . . . ≤ Hm−1 ≤ Hm = G
então
|G| = [Hm : Hm−1 ] [Hm−1 : Hm−2 ] . . . [H2 : H1 ] [H1 : H0 ] ≥ 2m .
| {z }| {z } | {z } | {z }
≥2 ≥2 ≥2 ≥2
17
1.2 - O grupo dos automorfismos Aut(G)
|Aut(G)| < na ,
Veremos que n é o menor inteiro tal que ϕ(g)n = 1. Para isso, suponha por absurdo
que existe um k < n tal que ϕ(g)k = 1 ⇒ ϕ(g k ) = 1. Pela injetividade de ϕ temos
g k = 1, o que é um absurdo, pois contradiz a minimalidade da ordem de g.
Nesta situação, dizemos que H age sobre K. Uma ação trivial é aquela em que
ϕh = Id, para todo h ∈ H, ou seja,
ϕ : H −→ Aut(K)
h 7−→ ϕh : K −→ K
k 7−→ k.
H × K = {(h, k) | h ∈ H e k ∈ K} .
18
1.2 - O grupo dos automorfismos Aut(G)
e
(h, k) h−1 , ϕh−1 (k −1 ) = hh−1 , kϕh ϕh−1 (k −1 ) = (1, kk −1 ) = (1, 1).
Note que, quando a ação ϕ é trivial, o produto semi-direto é, na verdade, o produto
direto H × K, pois temos ϕh (k) = k para todo h ∈ H e para todo k ∈ K e assim
(h1 , k1 )(h2 , k2 ) = (h1 h2 , k1 k2 ).
É fácil ver que b 7→ b−1 define um automorfismo de K, o que induz a ação de H sobre
K:
ϕ : H −→ Aut(K)
a 7−→ ϕa : K −→ K
b 7−→ ϕa (b) = b−1 .
Portanto, temos definido um produto semi-direto Z2 nZ3 = {(1, 1), (1, b), (1, b−1 ), (a, 1), (a, b), (a, b−1 )}.
Note que este grupo não é isomorfo a Z6 , pois não é abeliano:
(a, 1)(a, b−1 ) = (a · a, 1ϕa (b−1 )) = (1, b)
19
1.2 - O grupo dos automorfismos Aut(G)
Portanto, H n K ∼
= D2n .
O próximo resultado trata dos automorfismos de produtos diretos, pois caso consiga-
mos escrever um grupo como o produto direto de dois grupos com ordens relativamente
primas, poderemos afirmar como será o seu grupo de automorfismos.
Teorema 1.16 Sejam H e K dois grupos finitos com ordens relativamente primas.
Então Aut(H × K) ∼
= Aut(H) × Aut(K).
ψ : H × K −→ H × K
(h, k) 7−→ (σ(h), ϕ(k)).
AFIRMAÇÃO: F é um isomorfismo.
Mas,
como querı́amos.
Agora, vamos mostrar que F é injetiva. Suponha que ψ ∈ ker(F). Então F(ψ) = 1,
ou seja, ψ = 1. Logo, para todo h ∈ H e para todo k ∈ K temos que:
20
1.2 - O grupo dos automorfismos Aut(G)
Agora, se w(h, k) = (h̃, k̃) temos ΠH (w(h, k)) = h̃ e ΠK (w(h, k)) = k̃. Assim,
F(wH , wK )(h, k) = (wH (h), wK (k))
= (ΠH (w(h, 1)), 1)(1, ΠK (w(1, k)))
= (ΠH (w(h, 1)), δ(h))(γ(k), ΠK (w(1, k)))
= (ΠH (w(h, k)), ΠK (w(h, k)))
= w(h, k).
21
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
então
w(h, 1) = (1, k̃) = (wH (h), wK (1)).
Como wK (1) = ΠK (w(1, 1)) = ΠH (1, 1) = 1 = k̃ então w(h, 1) = (1, 1). Como w é
um automorfismo então h = 1. Sendo assim, ker(wH ) = {1}.
Nesta seção trataremos os automorfismos dos grupos cı́clicos e daremos alguns exem-
plos de automorfismos de grupos abelianos.
e
(f2 f1 )(g) = f2 (f1 (g)) = f2 (g r ) = f2 (g)r = g rs ,
22
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
g 7−→ g g 7−→ g −1
Usando a informação acima, vemos que g kl−1 = 1. Logo, se |G| = n então n|(kl − 1).
Portanto, kl + sn = 1, para algum s ∈ Z o que implica, pela Proposição A.12, que
mdc(k, n) = 1. Assim, os automorfismos de um grupo cı́clico finito de ordem n são
dados por:
g 7−→ g k
23
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
g− 7 →g g 7−→ g 2 g 7−→ g 4
g 7−→ g 5 g 7−→ g 7 g 7−→ g 8
É fácil ver que U (Zn ) = {ā ∈ Zn |mdc(a, n) = 1}, e que portanto, tem ordem φ(n).
Além disso, pela Proposição A.3, U (Zn ) coincide com o conjunto dos geradores do grupo
Zn .
ψ : Aut(Zn ) −→ U (Zn )
f 7−→ f (1̄).
24
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
para todo r̄, segue que ψ é injetivo. Agora, vamos mostrar que ψ é sobrejetiva. Seja
r̄ ∈ U (Zn ). Agora tome o homomorfismo:
fr : Zn −→ Zn
1̄ 7−→ r.
Podemos definir tal homomorfismo, pois O(r̄) divide n = O(1̄). Como r̄ ∈ U (Zn ) então
r̄ é um gerador de Zn o que implica fr ∈ Aut(Zn ). Como ψ(fr ) = fr (1̄) = r̄ temos a
sobrejetividade e o resultado está provado. .
Cn ∼
= Zpα1 1 × · · · × Zpαk k .
Aut(Cn ) ∼
= Aut(Zpα1 1 ) × · · · × Aut(Zpαk ).
k
Se m ≥ 3, então
Hm = −1, 5̄ ∼
= Z2 × Z2m−2 .
25
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
Sendo assim,
Hm = −1 × h5̄i ∼
= Z2 × Z2m−2 .
.
Teorema 1.23
{1}, se m = 1
∼
Aut(Z2m ) = Z2 , se m = 2
Z2 × Z2m−2 , se m ≥ 3.
Se p é um primo ı́mpar,
Aut(Zpn ) ∼
= Zpn−1 (p−1) .
26
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
Temos que |B| = pn−1 . De fato, se 1 ≤ b < pn então b pode ser escrito de maneira
única na base p:
b = b0 + b1 p + b2 p2 + . . . + bn−1 pn−1
Para n = 2 temos
n−3
Suponhamos a afirmação válida para n − 1, ou seja, que (1 + p)p / 1(mod pn−1 ).
≡
Pela Proposição A.13 sabemos que 1 + p ≡ 1(mod p). Portanto,
n−3
(1 + p)p ≡ 1(mod pn−2 )
n−3
Então, por hipótese de indução (1 + p)p = 1 + kpn−2 , com k ≡
/ 0(mod p).
Assim,
n−3
((1 + p)p )p = (1 + kpn−2 )p
n−2
(1 + p)p = (1 +kpn−2 p
)
p n−2 p n−2 2 p
= 1+ kp + (kp ) + . . . + (kpn−2 )p
1 2 p
| {z }
múltiplo de pn
n−1 n
≡ 1 + kp (mod p )
/ 1(mod pn ).
≡
27
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
Com isso mostramos que G tem um subgrupo B cı́clico de ordem pn−1 . O grupo
G = U (Zpn ) é abeliano, portanto ele é um produto direto de seus subgrupos de Sylow.
Como |G| = (p − 1)pn−1 então o subgrupo em Sylp (G) tem ordem pn−1 . Já mostramos
que o grupo G tem um subgrupo B cı́clico de ordem pn−1 então B ∼
= Zpn−1 e G = B × A
onde A é um subgrupo de ordem p − 1. Considere f : G → U (Zp ) definida por f (ā) = ã
onde ã é a classe de congruência de a módulo p. Percebemos que f é sobrejetiva com o
núcleo igual a B, então
G/B ∼
= U (Zp ) ∼
= Zp−1 .
Como G/B ∼
= A teremos que A ∼
= Zp−1 . Assim
G∼
= Zp−1 × Zpn−1 ∼
= Z(p−1)pn−1 .
.
Exemplo 1.24 Tome um grupo cı́clico G de ordem 24 · 32 · 11. Vejamos o que ocorre
com o Aut(G) usando o Teorema 1.16. Temos o seguinte grupo Z24 × Z32 × Z11 . Como
eles possuem ordem relativamente primas entre si então teremos que:
Aut(Z1584 ) ∼
= Aut(Z24 ) × Aut(Z32 ) × Aut(Z11 ) ∼
= Z2 × Z4 × Z6 × Z10 .
Aut(Q) ∼
= Q∗ .
ψ : Aut(Q) −→ Q∗
σ 7−→ σ(1),
28
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
sendo que:
σ : Q −→ Q
1 7−→ σ(1),
σ(1) 6= 0, pois σ é um automorfismo e σ(1) ∈ Q∗ .
Inicialmente, mostremos que se σ(1) = r então σ(x) = rx, para todo x ∈ Q. De fato
se n ∈ N temos
. . + 1}) = σ(1) + . . . + σ(1) = nr.
σ(n) = σ(1| + .{z
n vezes
1
Para racionais do tipo, com n ∈ N, temos:
n
1 1 1 1 1 1 1
+ ... + = 1 ⇒ σ + ... + = σ(1) ⇒ nσ =r⇒σ =r ,
n n n n n n n
p
e para racionais do tipo , com p, q ∈ N, temos:
q
p 1 1 p
σ =σ p = pσ =r .
q q q q
Desde que σ(−1) = −r, claramente, o resultado vale também para os racionais
negativos.
Temos que:
1. ψ é homomorfismo:
Se σ, ϕ ∈ Aut(Q), então ψ(σϕ) = ψ(σ)ψ(ϕ), pois fazendo σ(1) = r e ϕ(1) = s,
teremos:
ψ(σϕ) = (σϕ)(1)
= σ(ϕ(1))
= σ(s)
= rs
= σ(1)ϕ(1)
= ψ(σ)ψ(ϕ).
2. ψ é injetiva:
29
1.3 - Automorfismos de grupos cı́clicos e abelianos
3. ψ é sobrejetiva:
O grupo de Klein é um grupo de ordem 4 onde todo elemento não trivial tem ordem
2, digamos K4 = {1, a, b, ab}. Desde que automorfismos preservam ordem de elementos,
os automorfismos de K4 serão:
Portanto Aut(K4 ) ∼
= S3 .
30
1.4 - Automorfismos de alguns grupos não abelianos
ou seja, tem n geradores. Como podemos somar estes elementos, vamos obter que G é
um espaço vetorial de dimensão n sobre o corpo Zp .
Aut(Zp × · · · × Zp ) ∼
= GLn (Zp ).
| {z }
n
31
1.4 - Automorfismos de alguns grupos não abelianos
Com isso vemos que Aut(D8 ) possui ordem 8 com O(f2 ) = 2, O(f3 ) = 4 e f2 f3 =
f3−1 f2 . Portanto Aut(D8 ) = hf2 , f3 i ∼
= D8 . Note que D8 ∼
= Z2 n Z4 e U (Z4 ) ∼
= Z2 . Com
isso, Aut(D8 ) ∼
= U (Z4 ) n Z4 .
D2n = a, b| an = 1, b2 = 1, ab = a−1 .
Sabemos que
32
1.4 - Automorfismos de alguns grupos não abelianos
(s̄1 , t̄1 )(s̄2 , t̄2 ) = (s̄1 s̄2 , t̄1 + ϕs̄1 (t̄2 )) = (s̄1 s̄2 , t̄1 + s̄1 t̄2 ).
Definindo
ψ : Aut(D2n ) −→ U (Zn ) n Zn
γs,t 7−→ (s̄, t̄)
temos ψ um isomorfismo. De fato, ψ é um homomorfismo:
ψ (γs1 ,t1 ) ψ (γs2 ,t2 ) = (s̄1 , t̄1 )(s̄2 , t̄2 )
= (s̄1 s̄2 , t̄1 + ϕs̄1 (t̄2 ))
= (s̄1 s̄2 , t̄1 + s̄1 t̄2 )
e
(γs1 ,t1 γs2 ,t2 ) (ai b) = γs1 ,t1 (ais2 +t2 b)
= a(is2 +t2 )s1 +t1 b,
= ais2 s1 +(t2 s1 +t1 ) b.
o que implica ψ (γs1 ,t1 γs2 ,t2 ) = (s̄1 s̄2 , t̄1 + s̄1 t̄2 ) = ψ (γs1 ,t1 ) ψ (γs2 ,t2 ).
Aut(Q) ∼
= S4
33
1.4 - Automorfismos de alguns grupos não abelianos
σ13 σ14 σ15 σ16 σ17 σ18 σ19 σ20 σ21 σ22 σ23 σ24
i −j −j −j −j k k k k −k −k −k −k
j i −k k −i i −i j −j −i i −j j
k k i −i −k j −j −i i j −j −i i
sendo que O(σ) = O(ϕ) = O(θ) = 2. Sendo assim, temos que Aut(Q) = hσ, ϕ, θi e
|Aut(Q)| = 24. Criaremos então o seguinte homomorfismo injetor:
Aut(Q) −→ S4
σ 7−→ (1 2)
θ 7−→ (1 3)
ϕ 7−→ (1 4).
Pela Proposição A.7 temos que S4 é gerado por (1 2), (1 3) e (1 4). Logo temos que a
função definida acima é um isomorfismo..
Aut(S3 ) ∼
= S3
f4 : x −→ xy −1 f5 : x −→ xy f6 : x −→ xy
y −→ y −1 y −→ y y −→ y −1 .
Portanto Aut(S3 ) ∼
= S3 ..
34
1.4 - Automorfismos de alguns grupos não abelianos
f1 : induzido por 1
f2 : induzido por x
f3 : induzido por y −1
f4 : induzido por xy
f5 : induzido por y
f6 : induzido por y −1 .
35
Capı́tulo 2
Nesta seção veremos alguns resultados básicos sobre a estrutura cı́clica, geradores e
classes de conjugação dos grupos simétricos.
É claro que se α, β ∈ Sn são ciclos disjuntos então αβ = βα. O primeiro resultado é:
Teorema 2.2 Toda permutação não trivial α ∈ Sn , n ≥ 3, pode ser escrita (de
maneira única, a menos de ordenação) como um produto de ciclos disjuntos.
sendo que r1 , 2 ≤ r1 ≤ n, é tal que a1 , α(a1 ), α2 (a1 ), . . . , αr1 −1 (a1 ) são todos distintos e
αr1 (a1 ) = a1 .
Dessa forma, teremos que a restrição de α ao conjunto {a1 , α(a1 ), α2 (a1 ), . . . , αr1 −1 (a1 )}
é tal que
γ1 := α|{a1 ,α(a1 ),...,αr1 −1 (a1 )} = (a1 α(a1 ) α2 (a1 ) . . . αr1 −1 (a1 )).
γ2 := α|{a2 ,α(a2 ),...,αr2 −1 (a2 )} = (a2 α(a2 ) α2 (a2 ) . . . αr2 −1 (a2 )).
Se a restrição de α ao complementar do conjunto {a1 , α(a1 ), . . . , αr1 −1 (a1 ), a2 , α(a2 ) . . . αr2 −1 (a2 )}
for a identidade, como γ1 e γ2 são disjuntos, então α = γ1 γ2 = γ2 γ1 . Caso não seja ver-
dade tomaremos um a3 ∈ {1, 2, . . . , n}\{a1 , α(a1 ), . . . , αr1 −1 (a1 ), a2 , α(a2 ) . . . αr2 −1 (a2 )}
tal que α(a3 ) 6= a3 e iremos fazer o mesmo processo anterior. Observe que teremos um
número finito de etapas para o processo anterior, pois o nosso conjunto é finito. Com
isso, iremos obter que
α = γ1 γ2 . . . γt
37
2.1 - Grupos simétricos
Corolário 2.3 Cada elemento de Sn pode ser escrito com um produto (não necessa-
riamente disjuntos) de transposições.
Demonstração: Basta mostrar, pelo teorema anterior, que cada ciclo é o produto de
transposições. De fato, e = (a1 a2 )(a1 a2 ) e para r > 1, teremos que (a1 a2 . . . ar ) =
(a1 ar )(a1 ar−1 ) . . . (a1 a3 )(a1 a2 )..
Cl(σ) = {σ α | α ∈ Sn } .
38
2.1 - Grupos simétricos
α = σ1 σ2 · · · σs ,
onde σi0 s são ciclos disjuntos. Vemos que β = σ1γ σ2γ · · · σsγ . Digamos que σi = (ai1 · · · airi ).
Então
σiγ = (γ(ai1 ) · · · γ(airi ))
Defina a permutação γ ∈ Sn por ail 7→ ãil . Claramente temos que cγi = c̃i , para todo i o
que implica αγ = β, como querı́amos..
39
2.1 - Grupos simétricos
(n − 2)(n − 3)
de escolha para a segunda transposição será pois, ao escolhermos a pri-
2
meira transposição, dois elementos já não podem mais serem escolhidos, dessa forma, a
próxima escolha será entre n − 2 elementos. Continuando a contagem dessa maneira,
por combinatória, sabemos que a possibilidade total de escolhas será dada pelo produto,
então teremos
n!
2k (n − 2k)!k!
maneiras de escrever o produto de k transposições disjuntas, onde k! é a quantidade de
permutações entre as transposições disjuntas. Logo o tamanho da classe de conjugação
de t será dado por
n!
|Cl(t)| = .
2k (n − 2k)!k!
n!
|Cl(t)| = .
2(n − 2)!
n! n!
6= k
2(n − 2)! 2 (n − 2k)!k!
para k > 1.
n
2k (n − 2k)!k! 6= 2(n − 2)!, para 1 < k ≤ . (2.1)
2
Se k = 2, é fácil ver que 4(n − 4)!2! 6= 2(n − 2)!, n ≥ 4. Assumimos então que k ≥ 3
o que nos dá 3 transposições disjuntas, ou seja, temos n ≥ 6. Mas por hipótese n 6= 6.
Assim teremos n > 6. Observe que teremos uma igualdade em (2.1) caso n = 6 e k = 3,
o que comprova a necessidade de nossa hipótese. Para mostrarmos (2.1), mostraremos
que
2k (n − 2k)!k! < 2(n − 2)!
40
2.2 - Grupos completos
ou então
2k−1 k!(n − 2k)! ≤ 2k−1 (n − k)!.
Para mostrar (2.2), observe que no lado direito dessa inequação temos k − 2 fatores
com o de menor valor sendo (n − (k − 1)). Uma vez visto que este fator excede 4, teremos
n
que os demais fatores também excederão 4. De fato, como n > 6 e 1 < k ≤ , temos
2
n n−2
0 < k−1 ≤ −1 = . Mas para termos o menor valor de (n − (k − 1)) precisamos
2 2
n−2
que k − 1 seja o maior possı́vel, ou seja, . Logo, chegamos que
2
n−2 n+2
n− = >4
2 2
para n > 6. Temos então que o lado direito de (2.2) excede 4k−2 = 22(k−2) ≥ 2k−1 como
querı́amos..
Nesta seção veremos o que são grupos completos e quais são os grupos dos automor-
fismos de Sn , com n 6= 6.
41
2.2 - Grupos completos
Podemos escrever então t2 = (a2 a3 ) com a3 6= a1 . Pelo mesmo raciocı́nio t3 não comuta
com t2 , pois s3 não comuta com s2 . Assim t3 deve possuir a2 ou a3 . No entanto, uma vez
que s1 comuta com s3 , t1 comuta t3 . Desta forma t3 = (a3 a4 ) onde a4 ∈
/ {a1 , a2 , a3 }. Da
mesma forma, t4 possui interseção com t3 e é disjunto de t1 , t2 . Assim sendo t4 = (a4 a5 ),
a5 ∈
/ {a1 , a2 , a3 , a4 }. Continuando deste modo podemos escrever ti = (ai ai+1 ) com
a1 , . . . , an diferentes, ai ∈ {1, 2, . . . , n}.
42
2.3 - Automorfismos de S6
Sabemos que ti = σ(si ), o que nos leva a α−1 (σ(si )) = α−1 (ti ). Como
α−1 : Sn −→ Sn
−1
x 7−→ xg
e ti = sgi temos
−1
α−1 (σ(si )) = α−1 (ti ) = α−1 (sgi ) = (sgi )g = si .
2.3 Automorfismos de S6
Lema 2.10 Existe um subgrupo transitivo K de S6 com ordem 120 que não contém
transposições.
43
2.3 - Automorfismos de S6
ker(ϕ) = {g ∈ S5 | ϕg = Id}
= {g ∈ S5 | aH = gaH, ∀a ∈ G}.
44
2.3 - Automorfismos de S6
ϕ : S6 −→ S6
(1 2) 7−→ ϕ(1 2) : X −→ X
αi K 7−→ (1 2)αi K,
para cada i. Como ϕ(1 2) é transposição então alguma classe αi K tem que ser fixada,
ou seja, existe i tal que (1 2)αi K = αi K. Se isto acontecer, αi−1 (1 2)αi K = K, teremos
que αi−1 (1 2)αi ∈ K. Absurdo, pois αi−1 (1 2)αi é uma transposição e K não possui
transposições.
Então, ϕ(1 2) não fixa as classes laterais. Portanto ϕ(1 2) não é uma transposição, o
que contradiz (2.3). Logo, ϕ ∈
/ Inn(S6 ), ou seja, S6 possui um automorfismo que não é
interno. .
45
Apêndice A
Apêndice
(i) H é um subgrupo de G.
(ii) (a) 1 ∈ H
(b) ∀ a, b ∈ H tem-se ab ∈ H
(c) ∀ a ∈ H tem-se a−1 ∈ H.
(ii) ⇒ (i): Basta observar que a condição (b) nos diz que a operação de G induz uma
operação em H e essa operação será também associativa, pois a operação é associativa
em G.
(ii) Temos que az gera G se, e somente se, z gera Z. Agora, os únicos elementos que
geram Z são 1 e −1. .
47
A.1 - Resultados sobre Grupos
Teorema A.4 Seja G um grupo finito e p um número primo que divide |G|. Então
existe um elemento x ∈ G de ordem p.
Corolário A.5 Seja G um grupo finito e seja p um número primo. Seja pm a maior
potência p que divide |G|. Então existe um subgrupo de G de ordem pm .
As demonstrações dos Teoremas A.4 e A.6 encontram-se na referência [2] nas páginas
235 à 241.
Proposição A.7 Para n ≥ 3, Sn é gerado pelo conjunto {(1 2), (1 3), · · · , (1 n)}.
48
A.1 - Resultados sobre Grupos
ϕ : G −→ Sim(X)
g 7−→ ϕg : X −→ X
xH 7−→ gxH.
Exemplo: K4 = {1, (1 2)(3 4), (1 3)(2 4), (1 4)(2 3)} é um subgrupo transitivo de S4 ,
pois para cada para i, j ∈ {1, 2, 3, 4}, existe σ ∈ K4 tal que σ(i) = j.
ρ : G −→ Sim(X)
g 7−→ ρg : X −→ X
aH 7−→ gaH
Y
Demonstração: Associamos a α o polinômio P α = (xα(j) − xα(i) ) e observamos
1≤i<j≤n
Y
que seus fatores são também os fatores do polinômio P = (xj − xi ).
1≤i<j≤n
49
A.2 - Resultados Técnicos
Se ambos são não-nulos, devemos provar o resultado para inteiros positivos. De fato,
se mdc(|a|, |b|) = x|a| + y|b| para certos inteiros x e y, então mdc(a, b) = mdc(|a|, |b|) =
(±)ax + (±)by.
a = q1 b + r1 , 0 < r1 < b
b = q2 r1
ou seja,
r1 = a − q1 b = 1a + (−q1 )b.
50
A.2 - Resultados Técnicos
Suponhamos que a afirmativa seja verdadeira toda vez que n + 1 passos forem ne-
cessários para se obter o primeiro resto nulo. Consideremos a e b inteiros tais que,
aplicando-se o algoritmo de Euclides a eles, obtemos o primeiro resto nulo após n + 2
passos:
a = q1 b + r1 , 0 < r1 < b
b = q2 r1 + r2 , 0 < r2 < r1
r1 = q3 r2 + r3 , 0 < r3 < r2
.. ..
. = .
rn−2 = qn rn−1 + rn , 0 < rn < rn−1
rn−1 = qn+1 rn + rn+1 , 0 < rn+1 < rn
rn = qn+2 rn+1 + rn .
n−1 n−1
Proposição A.13 Seja p um primo. Se a ≡ b(mod p) então ap ≡ bp (mod pn ),
para todo n ∈ N.
p
Demonstração: Inicialmente, lembremos que se p é primo então é múltiplo de p,
i
1 ≤ i ≤ p − 1. Usaremos indução sobre n.
n−1 n−1
Suponha que seja verdadeiro para n ≥ 1, ou seja, ap ≡ bp (mod pn ). Queremos
n n
mostrar que ap ≡ bp (mod pn+1 ).
51
A.2 - Resultados Técnicos
.
52
Referências Bibliográficas
[2] GARCIA, A. & LEQUAIN, Y. Elementos de Álgebra, Rio de Janeiro: IMPA, 2002.
[6] ROTMAN, J.J. An Introduction, The Theory of Groups Massachusetts: Allyn and
Bacon, Inc., 1984.
53