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O que é um relógio?
O relógio é uma versão complexa da ampulheta. O relógio é mais útil porque é capaz de medir
o tempo por períodos mais longos do que uma ampulheta de tamanho razoável e não precisa
permanecer em pé. Ao invés da passagem de areia por um orifício, o relógio usa uma peça de
metal flexível, a mola principal, que é enrolada e liberada. O tempo indicado no mostrador é
essencialmente o quanto a mola principal se desenrolou, da mesma forma que a quantidade de
areia que tenha passado pelo orifício da ampulheta.
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A energia da mola viaja pelos cinco componentes do conjunto de engrenagens, tendo a roda de
escape com sua última peça. A roda de escape trava e libera intermitentemente (e,
conseqüentemente, trava e libera todo o conjunto de engrenagens, ocasionando a marcação do
tempo), já que a primeira palheta de rubi imobiliza a roda de escape, a libera, sendo, então,
parada pela outra "levée" de rubi. A roda do balanço (através de um rubi, a "elipse") move a
âncora e suas "levées" para frente e para trás em intervalos regulares. O balanço, portanto,
calcula o movimento da âncora, que trava e libera a roda de escape. Tudo aquilo é para isto,
pelo menos em tese. Aqueles que não desejam detalhes desta operação não precisam ler
adiante.
Os detalhes do mecanismo
Como o funcionamento da âncora é obtido
com tanta precisão e regularidade, apesar das
mudanç as de temperatura, posição do
relógio, forç as de inércia aplicadas pelos
movimentos do pulso do usuário e choques,
é questão de projeto, construção e ajuste do
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escapamento.
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A mola do balanço
Eu deixei a mola do balanço (também conhecida
como "cabelo") por último porque, em alguns
aspectos, é o coração do escapamento e seu
componente mais sutil. A ilustração à esquerda
mostra a "torneira do balanço" (uma "torneira" é
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ilustração abaixo à esquerda mostra uma curva de Phillips, com seu característico ponto plano.
A curva de Lossier é totalmente radial. A ilustração abaixo à esquerda também mostra o ponto
externo de fixação da mola, no triângulo azul (que na verdade é uma parte da torneira do
balanço, não mostrada nesta ilustração), e o encaixe interno no collet, em verde. A mola é vista
entrando no collet na seta verde.
Ajustes na mola do balanço são uma tarefa muito especializada normalmente executada por
relojoeiros especialmente treinados, conhecidos como cronometristas. Esses ajustes são feitos
depois dos ajustes básicos no próprio balanço. Embora tenha discutido a roda do balanço num
artigo anterior do Horologium (nota do tradutor: referido artigo encontra-se disponível no site
Timezone, em inglês), é suficiente dizer que a roda deve estar perfeitamente redonda e
equilibrada (isto é, em equilíbrio, sem pontos sobrecarregados). Erros residuais inevitáveis no
equilíbrio do balanço, porém, podem ser parcialmente compensados pelo ajuste da mola do
balanço.
O ajuste da mola, normalmente conhecido como sincronismo, tem quatro objetivos primários,
todos relacionados à obtenção de precisão ou cadência absoluta: (1) Possibilitar a extensão e
contração simétrica da mola a partir do centro do seu comprimento (isto é, o centro da bobina
central), a fim de compensar os efeitos da gravidade sobre a mola, que arqueia sobre seu
próprio peso e, conseqüentemente, introduz diferenças de funcionamento em posições diversas
do relógio. Isto é uma questão de precisão. (2) Para maximizar o isocronismo do movimento, de
modo que todas as oscilações do balanço durem ( o tanto quanto possível) o mesmo tempo, não
obstante o arco percorrido. Esta também é uma questão de precisão. (3) Para ajustar a mola de
modo que o relógio esteja "no compasso", significando que o tempo entre a batida da elipse na
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boca da forquilha, percorrendo em uma direção, seja igual ao intervalo quando o pino de
impulso esta percorrendo na outra. (Isto é obtido aproximadamente tendo o pino de impulso
centrado na forquilha com o balanço em repouso). Isto também é uma questão de precisão. (4)
E o ajuste da mola para assegurar se a marcha absoluta do relógio está correta (isto é, se o
relógio se mantém correlato a um padrão de tempo). Observe que a precisão é, de longe, a
questão complexa. Sem precisão, a questão de marcha absoluta é, em todo caso, discutível.
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Conclusões
Tão simples quanto os conceitos, o moderno escapamento de âncora e duplo platô é uma
realização notável. Na sua forma atual mais comum, funcionando a 28.800 oscilações por hora,
o rubi da "levée" acopla e libera um dente de escape 691.200 vezes por dia. Qualquer distúrbio
em qualquer parte do mecanismo, mesmo de pequena proporção, pode causar efeitos
dramáticos na precisão. Por exemplo, qualquer mudança na mola do balanço, pivôs do balanço,
âncora ou ação de impulso das "levées", equivalente a apenas um por cento de alteração na
inércia da roda do balanço, irá causar aproximadamente sete minutos e meio de erros durante
24 horas. Isto é equivalente a mudar o tamanho efetivo da mola do balanço em apenas 1,2 mm.
Talvez tão notável quanto a precisão do escapamento de âncora seja sua confiabilidade e
durabilidade. Nos quatro anos entre uma revisão, o relógio de 28,800 oscilações por hora terá
completado aproximadamente 505 milhões de ciclos completos do escapamento: mais de um
bilhão de acoplamentos e impulsos de cada "levée" e o número equivalente
Nota do tradutor: Gostaria de agradecer a Walt Odets e à equipe do site Timezone por gentilmente permitirem a tradução e
divulgação deste artigo.
Os relojoeiros brasileiros, sobretudo pela influência do saudoso professor Dimas de Melo Pimenta, fundador do Instituto
Brasileiro de Relojoaria - hoje extinto -, adotaram a terminologia francesa dos componentes de um relógio. Assim, mantive-me
fiel aos termos adotados na obra "Manual do Aprendiz de Relojoeiro, 2ª Edição", de autoria de Dimas Pimenta. Alguns
componentes dos movimentos mecânicos, porém, não possuíam designação neste livro, razão pela qual realizei a tradução livre
de algumas palavras.
Agradecimentos: Ao Sr. Flávio Maia que elaborou o texto e permitiu sua transcrição para este site.
Site: relógios mecânicos
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