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Qual o significado de um ebó

O termo ebó (ẹbọ) tem pelo menos 2 significados práticos. O


primeiro quando é usado para denominar um processo de limpeza,
chamado também de sacudimento por muitos. O segundo quando é
usado genericamente para o ato de fazer uma oferenda e as vezes
para a oferenda em si, não importando se esta oferenda é uma
comida ou sangue. A palavra ebó (ẹbọ) – significa sacrifício e
devemos entender isso de uma forma ampla e não somente o que
requer sangue.
O ebó (ẹbọ) uma oferenda a ser feita para os ancestrais ou orixá
(òrìṣà) em agradecimento por benção recebidas ou na intenção de
resolver problemas ou obstáculos, abrir portas e oportunidades. Os
itens normalmente se compõe de itens comestíveis como frutas
frescas, água, bebidas destiladas, mel e azeite. Além disso o ebó
(ẹbọ) pode conter outros itens como dinheiro, roupas, búzios e ervas.
Alguns tipos de ebó (ẹbọ) são colocados dentro de casa e outros
devem ser colocados no tempo.
Ebó (ẹbọ), é assim uma oferta ritual, um forte elemento e o
motivo final do processo de consulta ao oráculo. Ele tem uma função
central no processo de consulta. O ritual de oferta consiste de uma
liturgia elaborada com objetivo de apresentar uma comida e bebida
através dos quais o homem manipulará e usará para intermediar com
as divindades em seu próprio benefício. O relacionamento entre os
seres humanos e as divindades é expressado e obtido através da
execução de rituais e liturgias, e isso ocorre em qualquer religião
sendo essa, a ritualização, a base da necessidade e existência das
religiões uma vez que a sua razão é a ligação entre o homem e o
divino.
A colocação ou citação do oráculo como parte do processo de
um ebó (ẹbọ) é intencional, em se tratando de Candomblé ou de Ifá,
não existe sentido em se estabelecer a necessidade de se fazer um
ebó (ẹbọ) sem que o oráculo esteja envolvido.
Estamos tratando de uma processo de transmissão, equilíbrio e
reposição de axé (àṣẹ) através de orixá (òrìṣà) e com a interferência
de um “operador” qualificado o sacerdote, dessa forma a necessidade
disso, a composição, local, etc. tem que ter sido definido através do
oráculo, é assim que as coisas funcionam, isso não é Umbanda.
Os rituais e litugias conectam o mundo físico ao mundo
espiritual de forma a trazer harmonia e equilíbrio para o nosso dia a
dia. A realização das liturgia e rituais através do ebó (ẹbọ) re-ordena
e corrige o relacionamento entre a divindade e o homem trazendo o
equilíbrio que se deseja.
Segundo Abímbọ́lá, todo conflito no cosmo Yorùbá pode ser
eventualmente resolvido através do uso do ebó (ẹbọ). O sacrifício é a
rama que traz a solução e tranquilidade ao universo e que ordena os
problemas do dia a dia.
Quatro coisas são importantes para a eficácia de um ebó (ẹbọ).
A primeira é o correto uso de cada elemento ritual que é especificado
para o odù que foi revelado na consulta ao oráculo. Segundo isto tem
que ter objetivo e propósitos reais e sinceros. Terceiro, tem que ser
espiritualmente tratado por sacerdotes. Quarto, existe a necessidade
de existir uma integração entre o sacerdote, o consulente e as forças
espirituais que serão movimentadas para se obter o resultado
desejado. Mais ainda, quando este relacionamento é próximo, as
ervas, se forem necessárias, irão curar de fato.
Algumas vezes o ebó (ẹbọ) não virá na forma de uma oferenda
física, mas sim através de regras de comportamento e proibições. Por
exemplo, não frequentando alguns lugares, não consumindo
determinado tipo de alimento, não fazendo determinado tipo de
tarefa ou comportamento, adotando uma rotina de rezas, etc..

Uma parte muito importante de um ebó (ẹbọ) é se determinar a


quantidade de tempo que ele vai ficar exposto e o local onde será
colocado depois. Alguns Odú podem permitir colocar seu ebó (ẹbọ)
em uma lixeira, mas normalmente algum lugar da natureza poderá
ser a melhor escolha. Esta definição é parte do processo do oráculo.
Mas em relação a seu significado o mais importante é entender que o ebó (ẹbọ) é
mais do que um conjunto de itens físicos. Ele é parte de um sistema de forças e energia
que é movimentado no momento em que se inicia a consulta ao oráculo, quando
olódùmarè se utilizará de Orunmilá (ọ̀rúnmìlà) e de seus ministros, os orixá (òrìṣà) e
ancestrais, para poder mudar ou corrigir uma determinada situação, e neste processo,
exu (èṣù) é o elemento transportador de energia, ou axé (àṣẹ). Assim todo o conjunto
espiritual que compõe os fundamentos da religião se movimentam através de uma
simples consulta a Ifá, ou seja, um jogo de búzios.
Não podemos entender o significado de um ebó (ẹbọ) se não compreendermos
este sistema metafísico que está envolvido e suas diversas engrenagens. O oráculo
diagnostica e nos remedia através de odù que recebemos no Opon (ọpọ́n). O odù serve
para nos indicar o que existe em torno de nós, como uma mensagem, e também para nos
trazer a energia bruta que será manipulada para resolver o problema. O odù é assim
como se fosse uma “célula tronco” que através do olhador, das rezas e encantamento e
do ebó (ẹbọ) será manipulado para se resolver o problema do consulente.
Este é inclusive um dos motivos que se indica não manipular odù se não se tiver o
conhecimento necessário. Pode-se estar trazendo para perto de sí uma energia bruta não
lapidada que pode influenciar a pessoa, sua casa e família de forma negativa se não for
adequedamente conduzida e transformada. Se fosse simples não haveria necessidade de
todo o conhecimento, todas as cerimônias de iniciação e todo o tempo de aprendizado
no qual o olhador se alinha com as forças metafísicas e supernaturais que vão ajudá-lo
no seu trabalho. Eu considero que não é apenas teoria ou cerimônias de iniciação, é
necessário prática para que as engrenagens metafísicas de alinhem e se adaptem à
pessoa.
O conceito básico do uso do ebó (ẹbọ) é que temos um desequilbrio de energia e
isto está afetando a nossa vida, assim precisamos corrigir o àṣẹ́ do consulente e isto é
feito através do odù que recebemos e da energia que está contida em cada elemento do
ebó (ẹbọ) . Olódumàrè quando criou cada elemento na terra colocou nele um espírito ou
uma energia metafísica que da a ele um propriedade especial. As folhas são elementos
poderosos na acumulação dessas propriedades e por isso extremamentes importantes ao
uso que damos. Esta energia está então contida em cada elemento existente no aiyé e
sera extraída e manipulada através de um “operador” qualificado. Este operador
empresta a esse processo o seu próprio aṣẹ́ que funcionando como uma “quintessência”
irá retirar a energia própria de cada elemento do ebó (ẹbọ).
Seria muito simples se qualquer pessoa pudesse pegar um elemento “expremê-lo”
e tirar dele a sua propriedade divina, como se tira o suco de uma fruta. As vezes isso
pode ser assim e algumas pessoas tem o axé (àṣẹ) necessário para fazer isso e, por essa
razão, é que algumas coisas funcionam quando feitos por uma pessoa e por outra não. O
que eu penso é que esta propriedade divina, ou natural de cada elemento, não é um aṣẹ́
ainda no sentido que aṣẹ́ é a energia em movimento. Quem tem o aṣẹ́ somos nós seres
vivos e o nosso aṣẹ́ é necessário para retirar a propriedade de cada material. É claro que
as plantas estão vivas e por isso mesmo tem o axé (àṣẹ), isso é o que faz delas um
componente tão importante e por isso que qualquer pessoa pode usar com bons
resultados as ervas para fazer banhos. Independente do o axé (àṣẹ) dessa própria pessoa
as folhas quando usadas frescas tem o seu próprio axé que é assim transmitido para
quem recebe o banho.
A liturgia de quinar as ervas com cânticos e encantamentos e feitos pelo próprio
sacerdote é uma processo liturgico mais forte porque diretamente está havendo
manipulação, transferência e amplificação do o axé (àṣẹ) do sacerdote através das
folhas, que se soma ao o axé (àṣẹ) das ervas fazendo fluir e acumular no banho de ervas
preparado e encantado uma “bateria” viva de o axé (àṣẹ).
O uso de elementos preparados, manipulados e cozidos é uma outra variação e,
através desse processo “alquímico”, estamos manipulando, transformando,
amplificando e canalizando as propriedades de todos os elementos envolvidos para o
fim que desejamos. Mas, nesse caso de elementos preparados, as suas propriedades são
estáticas, como um alimento comum. A “virtude” existe neles, mas será o aṣẹ́ do
sacerdote que irá colocar isso em movimento retirando deles essa propriedade e
fazendo-a funcionar na forma de energia dinâmica, ou seja o axé (àṣẹ).
Neste momento estamos também colocando em movimento uma aṣẹ́ muito mais
importante que é o das divindades, os orixá (òrìṣà), que assistem o sacerdote e que irão
se utilizar da propriedades desse elementos que estarão preparados para o uso através do
seu o axé (àṣẹ). Aqui então entramos na área onde devemos entender as especializações
das divindades. Cada orixá (òrìṣà) tem afinidades com elementos e locais que faze parte
do aiyé. O sacerdote deve conhecer essas afinidades para que possa se utilizar disso.
Desta forma ao usarmos o axé (àṣẹ) de uma divindade temos que conhecer os
elementos que fazem parte de sua afinidade e a forma de serem preparados para a
amplificação ou mesmo abertura de suas propriedades. A natureza e todo o aiyé é um
repositório de energias metafísicas e o sacerdote deve, com um garimpeiro ou como um
lavrador, procurar os locais onde ela aflora e se manifesta ou também cultivar locais
onde estas energias se concentrarão. Um terreiro ou casa de santo é um local que é então
preparado para acumular ou fazer aflorar a energia do aiyé e dos orixá (òrìṣà). Dessa
forma muitos ẹbọ serão feitos na própria casa de santo. Em outros casos o sacerdote vai
procurar o seu local de afloramento, circulação ou acumulação na própria natureza. Não
se pode por exemplo ter a energia de uma praia dentro do terreiro, ou de uma estrada ou
de uma encruzilhada, ou do alto de uma montanha, etc...
É o conhecimento desse fundamentos que permite a um bom sacerdote ter os
melhores e mais efetivos resultados. Uma pessoa com conhecimento e axé (àṣẹ) poderá
amplificar as energias da natureza, dos elementos e dos òriṣà, obtendo os resultados
mais efetivos. Os locais da natureza, o cuidado do sacerdote na manutenção do seu axé
(àṣẹ) (pelas suas obrigações, observância de preceitos, afastamentos dos ewọ̀ do seu
odù e orixá (òrìṣà)), as horas do dia e dias do mês (em função de horários e fase da lua
mais apropriados) e as cantigas e encantamentos serão no seu conjunto e
individualmente elementos que aplificarão a energia e por isso mesmo dão mais eficácia
ao ebó (ẹbọ).
Assim o ebó (ẹbọ) é formado pelo conjunto de tudo isso que citei aqui. Elementos
que contém virtudes divinas e mesmo aṣẹ́, como é o caso das folhas, da energia que está
na natureza, do axé (àṣẹ) dos orixá (òrìṣà) e do axé (àṣẹ) do próprio sacerdote, que ao
longo de toda sua vida acumula não só conhecimento como também acumula aṣẹ́ para
poder ser transmitido para que ele ajuda ou para retirar e ser amplificado pelos
elementos que ele manipula.
Não podemos esquecer que em todo este processo o Orí da pessoa foi o elemento
ativo de comunicação e como uma divindade pessoal do consulente nada poderá ou
ocorreu sem o seu consentimento.
Assim quando a pessoa e seu Orí se sentam no espaço sagrado do olhador de Ifá
este irá invocar ọ̀rúnmìlà para que este como o eleri ipin (ẹlẹ́rí ìpín), ou testemunho do
compromisso entre o consulente e seu orí e olódùmarè, possa analisar a situação que
está ocorrendo e avaliar se os problemas fazem parte do destino pessoal daquela pessoa
ou não, são parte dos problemas de terra que podem ser eliminados ou amenizados.
Neste momento ọ̀rúnmìlà é a boca através da qual falam o Orí, os orixá (òrìṣà) e
ancestrais do consulente e, sem dúvida nenhuma olódùmarè que sempre está presente
em nossa vida.

O odú contém ao mesmo tempo a mensagem e a solução do problema e tudo se


faz através de energia e equilíbrio, mas sempre através das mãos das divindades que
assintem a vida do consulente. Desta forma os elementos físicos que compõe o ẹbọ
trazem suas energias individuais e seu axé (àṣẹ). O elementos físico será transmutado
em energia que será utilizada como força a ser colocada em movimento por estas
divindades para atuar na situação colocada.
Por fim eu gostaria de abordar uma mistificação ligada a ebó (ẹbọ). De nenhuma
maneira ao fazermos um ebó (ẹbọ) estamos alimentando divindades ou espíritos.
Estamos dando início a uma roda de energia que irá ser movimentada em benefício do
próprio consulente, ou seja, estamos dando ignição a uma corrente do bem. Desta
maneira tudo o que é colocado em um ebó (ẹbọ) desde a qualidade dos elementos até o
carinho que isto é feito irá retornar para nós mesmos.
Uma divindade não necessita de comer, o seu nível de evolução espiritual a coloca em
uma condição que elas existem para nos ajudar e não ao contrário, mas, não estamos no
Orun (ọ̀run) e sim no aiyé, desta maneira necessitamos transformar energia. Como todos
sabemos energia não se cria do nada, se transforma a partir de uma fonte já existente.
Por esta razão é que usamos o ẹbọ como uma fonte de energia que será gerada para que
o que necessitamos de aṣẹ possa ser obtido.
É ridícula a imagem que passam de que aquela comida vai agradar a algum orixá
(òrìṣà) e que ele assim comendo e bebendo vai se dispor a nos ajudar. É também
ridícula a fala de que um espírito não nos ajuda porque não o ajudamos ou o
alimentamos. Minha opinião é que este tipo de mistificação é a primeira coisa que deve
ser esquecida por alguém que quer aprender algo.

Asé

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