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Projeto e Construção de Usina Didática para Produção de Biodiesel

Brasil, Alex Nogueiraa, Loregian, Henrique Bernardesa, Nunes, Diego Luizb


a
ENERBIO, Grupo de Pesquisa em Energias Renováveis, Universidade de Itaúna, MG
b
Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Café, Departamento de Engenharia Química, UFMG
Universidade de Itaúna, Rodovia MG 431 km 45 (Campus Verde), Itaúna, Minas Gerais, 35680-142
brasil@uit.br

RESUMO

Vários são os projetos de pequenas usinas de Biodiesel existentes nos mercados nacional e
internacional, sendo inclusive fácil adquiri-los via processo de importação. O esforço de
concepção de um equipamento similar tem como mérito iniciar um processo cultural de
desenvolvimento de equipamentos didáticos dentro das universidades. Esta tarefa não se
restringe apenas ao projeto do equipamento, mas envolve desde o estudo de equipamentos
similares até a adaptação dos processos já existentes de maneira a permitir a sua execução
dentro de um ambiente acadêmico e em pequena escala. Este trabalho apresenta o estudo,
projeto e procedimento de construção de um modelo de usina de biodiesel, em escala
reduzida, constituindo-se em uma colaboração para a solução de obtenção de
equipamentos relacionados a treinamentos e estudos de produção de biocombustíveis.
Inicialmente faz-se um estudo dos parâmetros do processo, dimensões e capacidade do
reator passível de ser instalado em uma usina didática de produção de ésteres metílicos ou
etílicos. Após fez-se uma reflexão acerca dos elementos da usina que deveriam ser
projetados de modo a permitir uma visualização do equipamento tanto no que diz respeito
às características químicas quanto mecânicas. Em seguida são apresentados os critérios
utilizados para a seleção dos materiais de construção utilizados no modelo. Mantendo o
princípio da reciclagem, os reatores e demais reservatórios foram construídos a partir de
tubos (com costura) de aço inoxidável, reciclado, de forma que todos os reservatórios
mantiveram o mesmo volume. Tubulações e registros em aço inox e estrutura de fixação
construída em aço carbono.

Palavras-chave: biodiesel, usina didática, transesterificação, biocombustível.

1. INTRODUÇÃO

A exemplo da Alemanha e de outros países, o Brasil tem pesquisado e estudado a


produção de biodiesel a partir de óleos e gorduras vegetais in natura e residuais como óleo
de soja, azeite de dendê e óleos usados proveniente de frituras (Almeida Neto, 2006).
As crescentes preocupações econômicas e com o meio ambiente, além das previsões
que as reservas de energia não renováveis esgotem nos próximos 50 anos, têm incentivado
à busca de novas fontes de energia tais como energia solar (painéis com células
fotovoltaicas), energia eólica e os biocombustíveis (Nascimento, 2006).
Biodiesel é um combustível líquido, biodegradável, não tóxico, produzido a partir de
diferentes matérias-primas, tais como óleos vegetais diversos (mamona, dendê, soja,
girassol, amendoim, algodão, etc.), gorduras animais, óleos e gorduras residuais, por meio
de diversos processos. A evolução tecnológica evidencia a adoção da transesterificação
como principal processo de produção. Consiste numa reação química em meio alcalino,
onde se fazem reagir óleos vegetais (ou gorduras animais) e um álcool (etanol ou metanol)
(Macedo, 2005).
O biodiesel é caracterizado como combustível alternativo de queima limpa, produzido
de recursos domésticos, renováveis. Não contém petróleo, mas pode ser adicionado a ele
formando uma mistura. Pode ser usado em motor de ignição a compressão (ciclo diesel)
sem necessidade de modificação mecânica ou, conforme regulamento, para geração de
outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem
fóssil (Macedo, 2006).
Essa reação tem como produto preponderante o biodiesel (éster de ácidos graxos).
Como subproduto, tem-se a glicerina, de alto valor agregado e com aplicações diversas na
indústria química. Além da glicerina, a cadeia produtiva do biodiesel gera ainda uma série de
co-produtos agrícolas (torta, farelo etc.), que podem agregar valor e se constituir em outras
fontes de renda importantes para os produtores agrícolas e industriais.
Hoje, no Brasil, existem algumas empresas que detêm tecnologia para construção de
usinas de biodiesel com alta tecnologia agregada, comercializando usinas com capacidade
de produções em torno de 1000 litros/dia, a preços finais superiores a R$500.000,00
(quinhentos mil reais), o que deixa impraticável aquisição desses equipamentos pelos
pequenos produtores rurais e assentamentos (Nascimento, 2006).
O desenvolvimento e utilização de um módulo didático de produção de biodiesel estão
inseridos em um esforço direcionado para a melhoria do ensino de disciplinas da área de
energias renováveis ministradas nos cursos de graduação em engenharia da UIT
(Universidade de Itaúna). A reconhecida importância do estudo experimental, principalmente
para biocombustíveis, nos cursos de graduação é reforçada face o atual contexto em termos
de geração e aproveitamento de energia (Brasil, 2002).
Fazendo uso do módulo didático de biocombustíveis, torna-se possível a realização de
estudos experimentais de produção de biodiesel, podendo variar facilmente os tipos de
óleos, alcoóis e catalisadores utilizados no processo. O módulo foi concebido e construído
tomando como base uma estrutura laboratorial para produção de biodiesel em bancada já
existente na Faculdade de Engenharia da Universidade de Itaúna. Tanto o laboratório, como
a micro-usina foram construídos dentro do mesmo espírito de se empregar equipamentos
que apresentem facilidade de operação, de transporte, instalação e manutenção.
O Grupo de Energias Renováveis (ENERBIO) da Universidade de Itaúna vem
otimizando os processos de produção de Biodiesel a partir de vários tipos de óleos vegetais
(nabo forrageiro, crambe, pinhão-manso, etc.) e gorduras animais in natura e residuais tanto
pela rota metílica, quanto etílica com a colaboração dos laboratórios de biocombustíveis da
UFMG e da própria Instituição.
Portanto, este trabalho tem como objetivo divulgar informações sobre a construção e
montagem de uma mini-usina de biodiesel de baixo custo e de fácil operação, capaz de
produzir 1 litro de biodiesel por batelada, pelo processo de transesterificação usando
qualquer tipo de óleo vegetal ou gordura animal com metanol ou etanol. Esse protótipo visa
o ensino de produção de biocombustíveis para alunos de graduação em engenharia
mecânica, produção, química e ciências biológicas da Universidade de Itaúna a um baixo
custo e com tecnologia nacional.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A usina didática em questão foi projetada e construída tendo como parâmetro básico a
necessidade de um equipamento versátil e que pudesse ser usado em salas de aulas
convencionais. A mobilidade, facilidade de utilização foram fatores primordiais para o
desenvolvimento do projeto.
A usina de produção de biodiesel em escala reduzida seguiu a filosofia de dispor para
utilização um equipamento de baixo custo, relativo àqueles industriais nacionais ou
importados, de fácil utilização e fácil transporte. O reator tem capacidade de produzir 1 litro
de biodiesel por batelada, o que permite sua utilização em estruturas que possam ser
montadas em laboratórios de produção e análise de biocombustíveis.
A micro-usina, Figura 1, foi projetada para trabalhar com qualquer tipo de oleaginosa
incluindo os óleos oriundos de processos de cocção de alimentos. No caso específico tem-
se a proposta inicial de se trabalhar com as seguintes oleaginosas: soja, girassol, pinhão
manso, nabo forrageiro, crambe e suas respectivas misturas. Os alcoóis etílico e metílico
serão utilizados como reagentes no processo, dando prioridade ao etanol por ser oriundo de
fontes renováveis e porque o Brasil possui grande disponibilidade deste insumo. Como
catalisadores, tem-se a proposta de se trabalhar com NaOH e metilato de sódio (30%) como
já está sendo utilizado nas sínteses em bancada, não impedindo que outros catalisadores
possam ser utilizados.
No projeto da mini-usina foram considerados diversos fatores que estão ligados
diretamente com a parte técnica e econômica do processo de produção do biodiesel.
Pesquisa da compatibilidade dos materiais utilizados nas tubulações, conexões, registros,
confecção dos tanques. Foi utilizado tubo de aço inox com costura (reciclado) e diâmetro de
4” para construção dos reservatórios. Para redução dos custos, todos os reservatórios
possuem as mesmas dimensões, com volumes de 1,3 litros cada. As tubulações, conexões
e registros também em aço inox, estrutura de fixação foi construída em aço carbono. Foram
utilizados dois motores de agitação mecânica com hélice trabalhando a 500rpm. Para o
reator e evaporador foram utilizadas resistências encapsuladas para aquecimento.
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Figura 1: Desenho esquemático da micro-usina de biodiesel

Legenda:
1 Reservatório de Óleo
2 Reator A
3 Reator B
4 Recuperador
5 Condensador
6 Separador
7 Lavador
8 Secador

A Figura 1 apresenta um desenho esquemático do modelo em escala reduzida,


identificando seus diversos equipamentos e reservatórios. O módulo didático em questão foi
projetado e construído tendo como parâmetro básico a necessidade de um equipamento
versátil e que pudesse ser utilizado em salas de aulas convencionais. Assim, observaram-se
os seguintes aspectos para o projeto mecânico do equipamento:

(1) Reservatório de óleo: armazena o óleo até que se termine a etapa de mistura do
catalisador mais álcool;
(2) Reator A: ocorre a mistura álcool (etanol ou metanol) mais catalisador (NaOH ou
Metóxido de Sódio 30%);
(3) Reator B: é o coração da usina onde ocorre a transesterificação (reação do óleo com
catalisador mais álcool). A reação é realizada por um agitador mecânico de haste em
temperatura controlada, para isto foi utilizado uma resistência encapsulada e um
termopar para medição e controle da temperatura;
(4) Recuperador: após a reação de transesterificação, a mistura é encaminhada para o
recuperador para evaporação do álcool em excesso, processo realizado por
aquecimento com resistência encapsulada.
(5) Condensador: neste caso foi utilizado um trocador de calor que realizará a condensação
do álcool em excesso podendo ser coletado em um Becker;
(6) Separador: onde ocorre a separação das fases por decantação (Éster e glicerina Bruta).
A glicerina de maior densidade permanecerá no fundo do recipiente e será retirada
através do registro de esfera;
(7) Lavador: o éster contendo impurezas será então lavado por pulverização de água em
temperatura controlada para retirada de impurezas como, por exemplo, resíduos de
catalisador e glicerina;
(8) Secador: finalmente resíduos de água serão evaporados por aquecimento, e então, o
biodiesel será coletado em reservatório próprio para posterior análise de qualidade.

Figura 2: Foto da usina didática

A Figura 2 apresenta uma foto da mini-usina de biodiesel já em uso no laboratório de


Energias Renováveis da Faculdade de Engenharia da Universidade de Itaúna.
3. CONCLUSÃO

Toda a usina foi construída com tecnologia do Grupo de Energias Renováveis da UIT.
A planta foi montada no laboratório de usinagem da própria Instituição com custo total de
R$3.500,00 (três mil e quinhentos reais), com volume médio de produção de biodiesel 1 litro
por batelada. Este custo ainda pode ser reduzido caso as tubulações, registros e acessórios,
atualmente em aço inox sejam trocados por PVC.
Testes preliminares com óleo refinado de soja, álcool etílico anidro e metilato de sódio
(30%) demonstraram bons resultados no que diz respeito à separação da glicerina e
produção de éster. Ainda não foram realizadas análises do biocombustível produzido. Uma
correção deverá ser realizada em relação à troca de posição dos reservatórios 6 (separador)
e 4 (recuperador) pois, a glicerina deve ser separada antes da recuperação do álcool.
Apesar de o equipamento construído ser relativamente simples, o “Know-How”
adquirido abre caminho para novos projetos e permitirá em médio prazo formar uma cultura
cooperativa interdisciplinar que pode permitir um efetivo crescimento em termos de
conhecimento e desenvolvimento. Além disso, a apresentação da metodologia utilizada para
a concepção do equipamento, bem como os passos para a construção física do modelo são
contribuições que permitirão a diversas escolas construírem um equipamento semelhante,
de baixo custo e adaptado às suas necessidades e potencialidades.

4. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Biominas Biodiesel pelo financiamento das pesquisas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida Neto, J.A. et al., Produção de Biodiesel em Escala Piloto: Parte 3 – Aspectos
Ambientais, 1º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel, Brasília, Brasil,
Ago. 2006, pp. 280-284.
Brasil, A.B. et al., Projeto e Construção de um Modelo de Turbina Pelton em Escala
Reduzida, II Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, João Pessoa, Brasil, Ago. 2002,
pp. 01-10.
Cruz, R.S. et al., Produção de Biodiesel em Escala Piloto: Parte 1 – Aspectos Tecnológicos e
Controle da Qualidade, 1º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel,
Brasília, Brasil, Ago. 2006, pp. 269-274.
Macedo, I.C. e Nogueira, L.A.H., Biocombustíveis, Núcleo de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República, Cadernos NAE, Brasília, Brasil, Jan. 2005, 235p.
Macedo, I.C. e Nogueira, L.A.H., Diretrizes de Política de Agroenergia 2006-2011, Ministério
da Ciência e Tecnologia, Ministério de Minas e Energia, Brasília, Brasil, 2006, 34p.
Nascimento, U.M. et al., Montagem e Implantação de Usina Piloto de Baixo Custo para
Produção de Biodiesel, 1º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel,
Brasília, Brasil, Ago. 2006, pp. 147-150.
Suarez, P.A.Z., Produção de Biodiesel na Fazenda, Centro de Produções Técnicas, Viçosa,
Brasil, 2006, 220p.

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