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1. Estudo de caso

Paciente MCSM, 58 anos, branca, natural do Rio de Janeiro, casada. Menarca aos
nove anos. Teve o início da vida sexual aos quinze anos, refere ter tido dois
parceiros e ser nulípara. Refere também o uso de anticoncepcional oral hormonal
por sete anos. Menopausa aos cinqüenta anos e desde então vem usando terapia
de reposição hormonal. É tabagista (consume em média a sete cigarros por dia) há
vinte e oito anos. Os antecedentes patológicos são: Diabetes melito, hipertensão
arterial e obesidade, controlados. MCSM faz acompanhamento com o cardiologista e
o endocrinologista. Nega passado de doença sexualmente transmissível. A primeira
consulta foi realizada em agosto de 2002, no serviço de Ginecologia Oncológica do
Hospital de Base do Distrito Federal.
A principal queixa da paciente era prurido de longa data e ardência vulvar há
cinco meses, que a impedia de dormir bem, associado à presença de "manchas
escuras" na vulva. Diante desse quadro, MCSM refere que decidiu procurar ajuda e
assistência médica.
Ao exame físico geral, MCSM se encontrava normal. Ao exame ginecológico,
foi constatada a presença de múltiplas lesões, isoladas, pigmentadas, com bordas
bem definidas, envolvendo a região dos grandes lábios e perianal. A maior
concentração das lesões se localizava na região superior dos grandes lábios. A pele
vulvar se encontrava com aspecto pálido, com poucos pêlos e foi observado o
apagamento dos pequenos lábios, sugerindo líquen escleroso e/ou líquen simples
crônico (Figura 1).
O resultado da colpocitologia foi normal. Foi realizada colposcopia de todo o
trato genital inferior, sendo observado orifício externo do colo do útero circular sem
muco. A junção escamocolunar situava-se no nível do orifício externo do canal
cervical. O teste do ácido acético a 5% e o teste de Schiller foram negativos no colo
do útero. Vagina sem alterações. Na vulva observaram-se lesões pigmentadas,
hiperqueratinizadas, papulares isoladas e coalescentes. O teste com o ácido acético
a 5% foi positivo na região superior dos grandes lábios, sendo mais intenso na
região superior à esquerda. Na região perianal havia lesões com as mesmas
características das lesões vulvares, mas em menor quantidade e isoladas. A
anuscopia com ácido acético a 2% foi negativa. A biópsia foi realizada de acordo
com a gravidade colposcópica: dois fragmentos da vulva e um da região perianal.
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O material para captura híbrida foi colhido do colo, fundo de saco, vulva e
ânus com os seguintes resultados: colo/fundo de saco vaginal – RLU/PCA (unidade
de luz relativa/controles positivos para vírus do grupo I) = 0,37 e RLU/PCB (unidade
de luz relativa/controles positivos para vírus do grupo II) = 0,43; vulva - RLU/PCA =
0,25 e RLU/PCB = 1,24, e ânus - RLU/PCA = 0,33 e RLU/PCB = 0,87.
O resultado da biópsia foi neoplasia intra-epitelial grau III da vulva e da região
perianal. Com esse resultado foi programado um tratamento cirúrgico.
A cirurgia realizada foi vulvectomia superficial com preservação do clitóris. As
lesões remanescentes na região perianal foram fulguradas. A cirurgia consistiu na
retirada da pele na junção da derme com o tecido subcutâneo, sem enxerto (Figuras
2, 3, 4, 5).

2. Anatomia da Vulva

A vulva se compõe do monte de Vênus, grandes e pequenos lábios, clitóris e


vestíbulo. Com o início da puberdade, o monte de Vênus e as bordas externas dos
grandes lábios adquirem uma gordura subcutânea aumentada e apresentam pêlos
grosseiros. Desenvolvem-se simultaneamente nessas regiões glândulas sebáceas e
apócrinas. As aberturas externas pareadas das glândulas parauretrais (glândulas de
Skene) se localizam de cada lado do meato uretral. As glândulas de Bartholin, que
estão localizadas imediatamente para trás e para fora do intróito, são glândulas
tubuloalveolares ramificadas, secretoras de muco, drenadas por um ducto de 2,5 cm
de comprimento. Além disso, espalhadas pela vulva, existem glândulas mucosas
microscópicas. Os linfonodos femorais e inguinais fornecem as vias primárias de
drenagem linfática, exceto para o clitóris, que compartilha da drenagem linfática da
uretra.

3. O Câncer de Vulva

A neoplasia intra- epitelial vulvdear (NIV) ou câncer de vulva são tumores que se
originam nas estruturas externas do trato reprodutor (lábios, abertura vaginal e
clitóris). Aproximadamente 80% dos cânceres de vulva são carcinomas das células
escamosas (tumor maligno, envolvendo alterações cancerosas nas células da
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porção mediana da camada epidérmica da pele), 10% são melanomas malignos


(que envolvem alterações cancerígenas nas células que produzem o pigmento da
pele, a melanina), 5% são glandulares, 3% são carcinomas das células basais
(tumor cutâneo maligno com alterações cancerosas das células cutâneas basais.) e
2% são sarcomas raros.
Os cânceres de vulva se iniciam e desenvolvem sobre a superfície e, no
início, não crescem muito além. Embora alguns possam ser agressivos, a maioria
desses cânceres apresenta uma evolução lenta. Quando não tratados, eles
terminam invadindo a vagina, a uretra ou o ânus e disseminam – se através dos
linfonodos da região.

4. Etiologia

O risco de desenvolvimento do câncer vulvar relaciona-se a aspectos


comportamentais, reprodutivos, hormonais e genéticos. Fatores que aumentam este
risco incluem outros carcinomas genitais, doenças inflamatórias crônicas vulvares,
fumo, história de verrugas genitais e carcinomas vulvares incipientes, atualmente
denominados neoplasias intra-epiteliais vulvares. Este consiste na infecção pelo
papilomavírus humano, originando uma lesão precursora do carcinoma escamoso
vulvar, a neoplasia intra-epitelial vulvar (NIV), a qual, em uma proporção de
mulheres, progride para carcinoma invasivo.
Outros fatores de risco associados com o processo carcinogênico neste grupo
incluem fatores imunológicos, idade e consumo de cigarros. Sobre o tabagismo, faz-
se importante um comentário. Nitrosaminas específicas do tabaco foram
identificadas no muco do trato genital feminino há mais de uma década. Na década
passada, o consumo de cigarros foi apontado por estudos epidemiológicos como de
risco para o câncer anogenital e um co-fator do HPV em tumores vulvares
associados a este vírus. Apesar de estas associações serem possivelmente
verdadeiras, recentes estudos questionam o papel de uma enzima ativadora destas
nitrosaminas – a CYP2D6 – em pacientes portadoras de câncer de pulmão e vulva,
contrariando resultados de publicações prévias. O outro caminho é menos
conhecido, mas provavelmente requer o desenvolvimento de alterações em genes
do hospedeiro, as quais se acumulam no epitélio escamoso vulvar. Entre os
participantes deste cenário estão às doenças inflamatórias vulvares, como o líquen
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escleroso ou a hiperplasia epitelial, o processo de envelhecimento e o


desenvolvimento de atipia citológica.

5. Epidemiologia

Estudos revelam que o câncer vulvar é o 4º tipo de câncer mais freqüente da


esfera genital feminina, ficando para trás, para o câncer do colo de útero, endométrio
e ovário. Na literatura, sua incidência varia de 1 a 3 mulheres para cada 100.000
mulheres.
Este tipo de câncer ocorre em mulheres acima de 60 anos e raramente é
encontrado em mulheres abaixo de 35 anos. As mulheres brancas são as mais
afetadas do que as de outras raças.
Uma tendência atual é a de se considerar dois perfis etiopatogênicos distintos
para o câncer da vulva. Um destes revelaria comportamento semelhante a outros
tumores anogenitais, ou seja, associação com variáveis de atividade sexual e
presença de ácidos nucléicos de HPV em alta proporção. Tais casos são em geral
mais jovens (menos que 65 anos) e reportam com freqüência história de tabagismo.
O segundo perfil é tipicamente encontrado em pacientes de idade mais avançada
(65 a 85 anos), sem história de moléstias sexualmente transmissíveis e com baixa
freqüência de tabagismo. Traços de HPV são encontros em uma pequena proporção
destes casos (até 15%).

6. Diagnóstico

A vulva apesar de ser o segmento mais externo da genitália feminina, o


câncer que ali se instala é o que mais tardiamente é diagnosticado. A sintomatologia
mais freqüente é o prurido, tumor, ferida, sangramento, dor e secreção.
O prurido costuma ser o primeiro sintoma com data de vários anos. O tumor é
referido pela paciente ao manusear seus genitais. . A ferida forma-se pelo atrito,
condicionada pelo prurido e com o trauma local pode determinar sangramento.
A secreção resulta da necrobiose do tumor e a dor é encontrada nos tumores
avançados.
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A avaliação clinica dos linfonodos inguinais deve ser feita atentamente, pois a
região é considerada uma fonte de infecções freqüentes e adenopatias inflamatórias
devido à infecção secundária do tumor. No exame físico procede-se a colheita da
secreção para a citologia oncótica e posterior vulvoscopia. Esta serve para orientar a
biópsia principalmente em lesões precursoras.
Os métodos complementares de exame são aconselhados conforme o caso.
A uretrocistoscopia e a retosigmoidoscopia são efetuados quando houver suspeita
de invasão dos órgãos da vizinhança, as biópsias endoscópicas serão efetuadas
caso haja suspeita de invasão destes órgãos. Apesar de serem raras as metástases
extrapélvicas, a radiografia dos campos pleuropulmonares se impõe em antero-
posterior e perfil.
O diagnóstico diferencial é feito com granuloma venéreo ou Donovanose, o
linfogranuloma inguinal ou moléstia de Nicolas Favre, o cancro luético, ulcera
distrófica, tuberculose vulvar, condiloma plano e acuminado, traumatismos vulvares
e outras manifestações infecciosas.
Anamnese – A história clínica da cliente apresenta diversos itens
importantes, tais como: Idade, sintomas e tratamento prévio para doenças
granulomatosas.
Prurido vulvar antigo, resistente as diversas terapêuticas, deve ser analisado,
usando-se para isso todos os métodos suplementares necessários para evidenciar
doença sistêmica e/ou local que o justifique.
Inspeção e palpação – As alterações de cor e turgor da pele (distrofias) são
de maior importância, devido ao potencial maligno por elas abrigado.
A inspeção deve ser cuidadosa, procurando-se valorizar todas as
particularidades. Através da palpação, determina-se mobilidade e consistência da
lesão e dos linfonodos, caso estejam palpáveis.
Presente a invasão das estruturas vizinhas, as mesmas serão avaliadas
através do toque retal ou vaginal e métodos outros que possam elucidar a extensão
e natureza de tais lesões.
Citologia – Na vulva, a citologia não é muito útil, pois a coleta do material na
zona suspeita, quando negativa, não exclui o câncer.
A coleta é feita através de raspagem em toda a superfície vulvar previamente
limpa com soro fisiológico, ou sob a zona suspeita.
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Vulvoscopia – É sempre útil e o mais prático é utilizar uma lupa, instrumento


imprescindível no estudo da patologia vulvar. Com o simples aumento que oferece,
auxilia-nos a fazer o diagnóstico diferencial entre muitas lesões benignas como os
condilomas acuminados e planos, herpes infectado, os traumatismos vulvares e o
granuloma venéreo.
Biópsia – É o método de eleição, sendo o único capaz de confirmar a
suspeita de malignidade. Pode ser realizado através de pinças do tipo saca-
bocados, bisturi ou pinça do tipo punch, sendo indispensável coletar tecido do local
adequado o que é muito fácil quando a lesão é visível à simples inspeção.

7. Doenças Malignas da Vulva

As neoplasias malignas da vulva dividem-se em três grandes grupos:

1- Origem epitelial, por exemplo, carcinoma;


2- Origem conjuntiva, por exemplo, sarcoma;
3- Secundários, também chamados metastáticos.

Os tumores que incluem mais de uma linhagem histológica são chamados


mistos e são muito raros, por exemplo, carcinossarcomas.
Os tumores malignos de origem conjuntiva são também pouco freqüentes e
são representados principalmente pelos sarcomas e pelos melanomas.
Os sarcomas são oriundos geralmente do tecido conjuntivo da região; das
terminações do ligamento redondo; e de nervo (melanossarcoma). Seu aspecto é
geralmente nodular, difuso e de crescimento súbito. Sua propagação é
predominantemente por via hematogênica, embora também o façam por extensão
direta e por via linfática.
Os melanomas malignos são mais freqüentes no clitóris e grandes lábios. São
excepcionais na região vestibular.
Os tumores metastáticos da vulva podem-se originar de qualquer localização,
porém são mais freqüentes os de origem primária na genitália (vagina, colo uterino,
endométrio e ovário).
O de origem epitelial representa a grande maioria. Predomina o chamado
carcinoma do epitélio pavimentoso estratificado ou epidermóide com marcada
inclinação a reproduzir o tecido originário e por isso bem diferenciado, conhecido
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como espinocelular (com tendência à formação de pérolas córneas). Os de tipo


basocelular são mais raros, e possuem menor capacidade de diferenciação. Os
epiteliais de origem glandular – adenocarcinomas, são raros e originam-se
geralmente das glândulas vestibulares maiores (glândulas de Bartholin).
O câncer da vulva representa 1% de todas as neoplasias malignas da mulher.
É doença da mulher idosa, de baixa condição socioeconômica onde as
condições de higiene são precárias. Apesar de fácil identificação, na maioria das
vezes o diagnóstico é feito nos estágios avançados. Contribuem para isso os
problemas existenciais, os preconceitos, a perda da auto-estima e a substituição dos
valores neste período etário, bem como a desatenção e/ou despreparo do médico
para examinar de maneira adequada a região vulvar e a não realização de biópsias
orientadas. De súbito, o ginecologista coloca o especulo, coleta material para
citologia, cultura, bacterioscopia, faz a colposcopia, retira o especulo, calça a luva e
faz o toque.
Fazem esta rotina de exames, mesmo que a cliente tenha queixas mamárias,
mas não examinam a vulva apesar da queixa específica. Costumam-se dizer por
essas razões que a vulva é órgão esquecido pelo ginecologista.

8. Classificação

Pode-se classificar o câncer da vulva, quanto ao aspecto clínico, quanto à


localização e quanto ao tipo histológico.
Quanto ao aspecto clínico, pode ser exibir de modo difuso ou circunscrito.
A forma difusa é mais rara. Tende a destruir superficial e profundamente a
vulva.
A forma circunscrita pode ser:
1- Superficial
2- Exofítica
3- Endofítica
A forma circunscrita superficial corresponde ao carcinoma intra-epitelial ou in
situ.
A circunscrita exofítica mostra crescimento nodular vegetante ou
papilomatoso, com escassa infiltração dos tecidos subjacentes. Pode-se chamá-la
de exófítico nodular (mais comum) ou exofílico papilar.
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A forma circunscrita endofítica apresenta infiltração precoce do tecido


subjacente com induração, ulceração e destruição localizada e parcial da vulva.
Quanto à localização existem quatro possibilidades:
1- Labial;
2- Clitoridiana ou lábio-clitoridiana;
3- Vestibular, com e sem comprometimento da uretra;
4- Bartoliniano.
Quanto ao tipo histológico:
95% correspondem ao tipo epitelial pavimentoso estratificado ou epidermóide
ou, ainda, escamoso;
2% correspondem ao tipo epitelial glandular – adenocarcinoma;
2% correspondem ao de origem conjuntiva e aqueles de formas mistas, tais
como sarcoma, melanoma e carcinossarcoma;
1% corresponde ao carcinoma indiferenciado e ao secundário ou metastático.
O diagnóstico histopatológico de carcinoma in situ ou intra-epitelial da vulva
abrange quatro denominações clínicas:
a- carcinoma in-situ (simples);
b- doença de Bowen;
c- eritoplasia de Queyrat;
d- doença de Paget;

8.1. Carcinoma in situ – A descrição das alterações é semelhante ao


carcinoma de células escamosas in situ de qualquer outra região. As células
possuem características malignas em toda a espessura da epiderme. Há
proliferação de células do tipo basal, de tamanho e forma variável, com grandes
núcleos hipercromáticos, nucléolo proeminente e cromatina grosseira com escassa
diferenciação citoplasmática. Há distribuição desordenada das células, com perda
de estratificação. A maturação só se manifesta, em geral, na superfície, pela
presença de uma camada córnea espessa. A hiperceratose e paraceratose são
chamadas variáveis. As mitoses típicas e atípicas estão em grande número.
Um aspecto essencial é que as células cancerosas não ultrapassam a
membrana basal.
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8.2. Doença de Bowen – o quadro é semelhante ao carcinoma in situ ou


simples, associado à presença de grandes células edemaciadas (células de Bowen)
e, às vezes, corpúsculos claros e redondos. As células de Bowen possuem núcleos
hipercromáticos são células grandes que mostram ceratina perinuclear e
fragmentação nuclear. O epitélio está mais engrossado e sua arquitetura muito
desorganizada, com limite profundo mais irregular.

8.3. Eritoplasia de Queyrat – esse tipo histológico é de observação


excepcional e seu aspecto microscópico não é específico. Reproduz o aspecto
microscópico não é específico. Reproduz o aspecto do carcinoma intra-epitelial
simples ou do tipo Bowen.
O epitélio é espessado em todas as suas camadas. O limite profundo é muito
irregular. Os processos interpapilares são altos e, às vezes, estão bifurcados na
profundidade, enquanto que na superfície se observa maceração e descamação das
camadas superficiais de modo que os extremos das papilas congestionadas afloram
na superfície, e estes aspectos dão à macroscopia sua coloração característica
(placa avermelhada, por vezes em relevo e aveludada).

8.4. Doença de Paget – é primeiramente uma neoplasia tegumentar


encontrada na linha Láctea, desde a axila até a vulva. Ela ocorre mais
freqüentemente numa papila, onde está quase sempre associada com um
carcinoma ductal subjacente. Na vulva, as células de Paget se originam de novo na
epiderme ou nas estruturas anexiais provenientes da epiderme, mas a origem exata
das células ainda é desconhecida. A doença de Paget da vulva é uma neoplasia
intra-epitelial que pode tornar-se invasiva. As células de Paget estão geralmente
confinadas à epiderme e aparecem como grandes células isoladas ou, menos
comumente, como agrupamentos de células sem pontes intercelulares, as quais
possuem um citoplasma pálido, vacuolizado. O citoplasma contém
mucopolissacarídeos neutros e ácidos, que se coram com PAS e mucicarmin. A
doença de Paget é freqüentemente muito mais extensa do que parece na biópsia
pré-operatória. O tratamento exige uma ampla excisão local com margens amplas
ou uma vulvectomia simples.
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9. Anatomia patológica

As neoplasias malignas da vulva originam-se de vários componentes


teciduais existentes e incluem, em ordem de freqüência, o carcinoma epidermóide
invasor (51%), carcinoma epidermóide in situ (25%), neoplasias secundárias ou
metastáticas (8%), doença de Paget (8%), melanoma maligno (3%),
adenocarcinomas (2%), carcinoma basocelular (2%) e sarcomas (1%).
As neoplasias malignas vulvares são raras e em nosso meio, onde
representam 0,7% do câncer que atinge as mulheres.

10. Fatores de risco para o câncer de vulva:

• Distrofia vulvar crônica;


• Antecedentes de irradiação na região vulvar e pélvica;
• História pregressa de câncer da vagina e colo uterino;
• Diabetes, obesidade e hipertensão arterial;
• Uso de tabaco, álcool, drogas.
• Hábitos de vida
• Doenças sexualmente transmissíveis, principalmente aquelas granulo-
matosas e deformantes da vulva, por exemplo, linfogranulomatosas inguinal,
donovanose, condilomatose, herpes, sífilis e HPV.
• Mulher após a menopausa com discromia vulvar.
Atenção especial deve-se a aquelas pacientes portadoras das alterações
conhecidas como neoplasia intra-epitelial vulvar (NIV). São lesões que de acordo
com suas características de diferenciação e atípicas levam o rótulo de leve,
moderado ou acentuado.
O termo distrofia se refere ao conjunto de lesões vulvares, de etiologia
desconhecida, caracterizadas por sua cor geralmente esbranquiçada, sintomatologia
pruriginosa e evolução crônica. Macroscopicamente, as lesões de distrofia vulvar
devem ser difusas ou localizadas, surgir como engrossamento ou adelgaçamento do
epitélio e a coloração podem ser branca ou a vermelhada.
A classificação dessas lesões era baseada no aspecto microscópico que
apresentam, a saber:
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I. Distrofia hiperplásica (hiperplasia epitelial):


A- Sem atipia;
B- Com atipia.
II. Distrofia hipoplásica (líquen escleroso e atrófico).
III. Distrofia mista (líquen escleroso e atrófico com focos de hiperpalsia
epitelial):
A- Sem atipia;
B- Com atipia.
Os aspectos anatomomorfopatológicos das displasias vulvares são similares
aqueles descritos para colo uterino, ou seja:
I. Tipo escamoso:
NIV I (displasia leve);
NIV II (displasia moderada);
NIV III (displasia acentuada ou carcinoma in situ)
II. Tipo não escamoso:
- doença de Paget ;
- melanoma in situ .
As displasias vulvares (NIV) são alterações epiteliais (geralmente
hiperplásicas), atípicas e que são histologicamente similares às displasias da cérvice
e da vagina. São considerados precursores morfológicos verdadeiros do carcinoma
vulvar.
Os graus variáveis de atipias encontradas serão transmitidos ao clínico como
leve, moderada ou acentuada.
A associação dessas lesões e do carcinoma da vulva com diabetes,
obesidade, hipertensão, etc, sugere que haja distúrbio metabólico como
predisposição. Tais dismetabolismo acometem as mulheres com menos de 50 anos
e o câncer em geral acima desta idade. O sintoma capital e comum às duas
entidades é o prurido vulvar. O ato de coçar leva à escoriação e liquenificação da
pele, criando um circulo vicioso. Nas lesões atróficas há estreitamento do
intróitovaginal levando à dispareunia e sangramento.
As lesões são multiformes e de coloração diversas, em geral brancas,
acinzentadas ou vermelhas. O diagnóstico diferencial deve ser feito com o
condiloma acuminado, condiloma plano, os nervos e a dermatose seborréica. O
fundamental é a biópsia com subseqüente exame histopatológico.
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Os critérios histopatológicos que orientam o escalonamento em displasia leve,


moderada ou acentuada estão na ordem direta das alterações da relação núcleo-
citoplasma, hipercromasia, aberração da cromatina, aumento e multiplicação dos
nucléolos, fíguras de mitoses atípicas, multiplicação e atipias nucleares,
amoldamento dos núcleos e espessamento da membrana nuclear. Esses elementos
quando presentes são critérios citológicos de malignidade.

11. Câncer avançado da vulva

O câncer avançado da vulva é aquele que compromete o terço inferior da


vagina ou a uretra e a bexiga. Outras vezes se propaga posteriormente e o reto é
invadido através do canal anal. Mais raramente, o câncer de vulva se torna
avançado pela existência de metástase à distância.
Nos casos que acometem a uretra e bexiga serão tratados pela
histerocolpectomia total alargada com uretrocistectomia total e linfadenectomia
pélvica bilateral, combinada à ureterossigmoidostomia bilateral e vulvectomia ultra-
radical, e quando ainda o canal anal e/ou reto for atingido, combinaremos a
intervenção clássica de histerocolpectomia total alargada com linfadenectomia
pélvica bilateral, combinada à ureterossigmoidostomia bilateral e vulvectomia ultra-
radical.
Ainda aqueles casos em que o reto, a bexiga ou uretra se apresentam livres
da neoplasia e o câncer tenha se propagado apenas à vagina, a operação constará
da histerocolpectomia total alargada com linfadenectomia ultra-radical.
A radioterapia terá indicação nos casos deformantes da vulva, onde qualquer
intervenção cirúrgica esteja contra-indicada. As regiões inguinais, ilíacas e aórticas
poderão, em casos selecionados, serem irradiadas.
A poliquimioterapia fica limitada, também, a casos localmente avançados ou
recidivados, na contra-indicação cirúrgica. Algumas substâncias, como a bleomicina,
a cisplatina, o metotrexato, o 5-fluorouracil, a mitomicina-c e a vimblastina, em
esquemas diversos e combinados, provocam remisões parciais por algum tempo.
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12. Prevenção
Recomenda – se durante a vida reprodutiva, a mulher ser avaliada pelo
ginecologista pelo menos uma vez por ano. Esta avaliação permite a observação
ginecológica e a realização de exames complementares de rotina. A prática de sexo
seguro e redução ou controle dos fatores de risco podem diminuir o risco em
algumas mulheres.

13. Disseminação

A propagação da doença ocorre por disseminação direta para a vagina,


uretra, virilha e ânus. Mais importante é a disseminação pela corrente linfática para
os linfonodos superficiais de ambos os lados. A partir daí os gânglios inguinais
profundos (femorais) e ilíacos externos tornam-se comprometidos. Há muito tempo
se afirma que um câncer do clitóris, mesmo pequeno, possui um mau prognóstico
porque a rica rede sangüínea e linfática desse local favorece a disseminação
precoce diretamente para o gânglio femoral profundo de Cloquet, mas as
observações modernas não confirmam esse fato.
Foram descritos os casos do carcinoma da vulva, mas as definições são
variáveis e cada cirurgião tende a usar sua própria classificação. A última proposta
pela FIGO para aceitação internacional é a seguinte.
Estágio I – A lesão vulvar tem menos de 2 cm de diâmetro, sem gânglios
palpáveis suspeitos.
Estágio II – Como o estágio I, mas o câncer, ainda limitado à vulva, tem um
diâmetro maior.
Estágio III – Como o estágio II, mas a proliferação estende-se além da vulva;
ou o câncer está limitado à vulva, mas os gânglios inguinais estão palpavelmente
aumentados.
Estágio IV – A lesão se dissemina além da vulva e os gânglios estão
hipertrofiados de modo suspeito; ou existe invasão da uretra, bexiga, grosso
intestino ou ossos pélvicos; ou existem metástases pélvicas profundas ou distantes.
Em todos os casos de câncer invasivo que chegam a operação encontram-se
células malignas nos linfonodos inguinais superficiais em 30 a 40% e nos gânglios
profundos em 10 a 15%. Quanto maior a área da proliferação primária mais provável
o comprometimento dos linfonodos.
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14. Tratamento

O tratamento do câncer da vulva universalmente consagrado é o cirúrgico,


sendo que a radioterapia e a quimioterapia constituem terapêuticas adjuvantes.
Grandes modificações houve a partir dos melhores conhecimentos da
anatomia e principalmente da distribuição linfática da região. Com o passar dos anos
as perspectivas de cura aumentaram, com resultados terapêuticos em lesões de 2
cm de diâmetro de até 90% de sobreviva em cindo anos. Estes resultados se
fizeram acompanhar de uma menor radicalidade na técnica operatória e redução das
complicações. Outros avanços também foram surgindo no tratamento do câncer da
vulva, tais como a hemivulvectomia para as lesões unifocais sem o
comprometimento central ou oposto; o abandono da linfadenectomia pélvica e o
mesmo com a linfadenectomia inguinal em pacientes com lesão, com infiltração
menor que 1 mm. A linfadenectomia homolateral também se tornou uma realidade
quando bem indicada. Naqueles com doença avançada usar quimioterapia prévia e
indicar radioterapia adjuvante nas cadeias linfonodais pélvicas quando as inguinais
estiverem comprometidas na tentativa da diminuição das recorrências. A indicação
cirúrgica no câncer da vulva apresenta dificuldades terapêuticas não só relativas ao
seu estado evolutivo, mas principalmente no fato de incidir em pacientes idosas com
problemas inerentes à idade. A cirurgia alargada poderá ser bem tolerada, mas as
complicações pós-operatórias das pacientes idosas são mais graves e mais
freqüentes. Em pacientes com idade avançada ou com doença grave associada, o
tratamento cirúrgico poderá ser efetuado em dois ou três atos operatórios. Deve ser
racionalmente proposto, realizando-se primeiro a vulvectomia, e em outras etapas,
de acordo com a necessidade de cada caso, os esvaziamentos escalonados, ou
seja, após a cicatrização da ferida cirúrgica, faz-se a linfadenectomia inguinal
superficial e profunda em um ou dois atos operatórios.
Quanto às modalidades cirúrgicas, não existe um esquema rígido para o
tratamento de todos os casos. As limitações dependem de fatores orgânicos e
inclusive da negação da paciente em se submeter a uma operação mutilante. Os
tipos de cirurgia: exérese ampla, vulvectomia simples, vulvectomia ampliada,
vulvectomia radical e a vulvectomia supra-radical.
No carcinoma in situ, faz-se ressecção ampla da lesão, a peça cirúrgica é
submetida a cortes semiseriados para comprovação de não haver micro-invasão da
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doença. Caso existir microinvasão, completa-se a cirurgia em segundo tempo,


procedendo-se à vulvectomia radical.
A vulvectomia simples corresponde à ressecção dos grandes e pequenos
lábios, região clitoridiana e ressecção interna da região vestibular com retirada do
coxim gorduroso até o nível da aponeurose subjacente. Está indicada no carcinoma
in situ e no câncer microinvasor.
Em nossa experiência a vulvectomia simples não é a melhor indicação
mesmo quando complementada com irradiação dos linfonodos satélites. A
vulvectomia ampliada corresponde à ablação incluindo a região púbica, os sulcos
gênito-femurais e posteriormente no períneo contornando o orifício anal sob forma
de “W”. Medialmente, abrange o vestíbulo vulvar preservando o meato urinário, se
este não for sede de propagação tumoral ou vizinhança. O ligamento suspensor do
clitóris é pinçado e seccionado. É mantido intacto o músculo ísquio cavernoso que
se acha aderente aos ramos do púbis. Contornando o intróito vaginal, de cima para
baixo, encontram-se os músculos bulbo cavernoso que vão se reunir inferiormente
ao nível do centro tendinoso do períneo, sendo que esta formação anatômica
permanecerá intacta. A vulvectomia ampliada como procedimento operatório único,
é indicada nas pacientes idosas ou naquelas de regular estado geral, ou com
finalidades higiênicas. Mesmo nos casos em que associamos a radioterapia pós-
operatória nas regiões das cadeias linfonodais, os resultados são precários. Não é
raro que a cirurgia planejada para obtenção da cura total tenha que ser ampliada
devido ao tamanho e à localização do tumor primário. Se o tumor acomete o meato
uretral faz-se a ressecção da metade distal da uretra. Caso haja incontinência
urinária é necessário a suspensão do coto vesical com suturas laterais ao coto
uretral. Havendo fixação à sínfise púbica, remove-se de forma parcial ou total a
porção óssea do púbis. Quando a posição externa do ânus é acometida procede-se
à ampla excisão do ânus e da porção inferior do reto, seguida de colostomia. Caso
haja infiltração do reto, evidência pouco freqüente faz-se a ressecção
abdominoperineal.
A vulvectomia radical consiste na ressecção ampla da vulva, conforme
descrevemos acima como cirurgia ampliada, somada a linfadenectomia inguinal. A
vulvectomia supra-radical compreende a vulvectomia radical, incluindo o
esvaziamento linfonodal pélvico. Esse é obtido por secção da musculatura e
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aponeurose do músculo oblíquo externo e exposição dos vasos ilíacos sem a


abertura da cavidade peritoneal.

14.1. Radioterapia

Muitos relatos reafirmam as grandes reações locais e a pobre sobrevida com


o uso da radioterapia local no câncer da vulva. A necrose local da pele e ulcerações
pela sua extrema sensibilidade produz dores intensas. Alguns relatos mostraram o
valor da radioterapia em tumores que atingem a fúrcula, períneo e ânus. Pacientes
com tumores aparentemente inoperáveis, com a radioterapia prévia à ressecção da
vulva tornou-se exequível. Para estes autores nos tumores avançados, a
radioterapia pré-operatória condicionaria menor amplitude da ressecção da vulva
com esterilização microscópica da lesão. Além disso, produziria uma regressão
tumoral permitindo margens cirúrgicas sem sacrifício de estruturas importantes como
a uretra e o ânus.

14.2. Quimioterapia

Poucas drogas isoladas mostraram alguma atividade no câncer da vulva


como a Bleomicina e a Doxorubicina. Os derivados da platina muito atuantes em
outros tumores como o epitelial do ovário, adenocarcinoma do endométrio e câncer
do colo do útero, apresentam uma menor atuação no câncer da vulva. Porém os
estudos carecem de um mais rigido protocolo para estudo comparativo. Tem-se
usado outras combinações de drogas quimioterápicas utilizando-as com intenção
neo-adjuvante com a Cisplatina, a Vinblastina, a Mitomicina e a Bleomicina com
resultados altamente promissores. Iniciamos neste instante um protocolo para
quimioterapia adjuvante com a intenção de fazer um estudo comparativo com os
linfonodos inguinais comprometidos ou livres de doença, utilizando-se as mesmas
drogas.
Os nossos resultados mostraram uma resposta parcial ou completa na ordem
de 73% com melhora acentuada das dores e a secreção fétida.
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15. Complicações

Complicações imediatas decorrem da amplitude da cirurgia, a contaminação


própria da área, a infecção dos tumores exofíticos, os grandes descolamentos de
retalhos, a tendência à necrose das dissecções cutâneas nos membros e as
freqüentes infecções secundárias, são causas que determinam deiscência de
extensão variada. São complicações relevantes a necrose, hemorragia, trombose
venosa profunda e o linfocisto.
As complicações tardias decorrem principalmente da cicatrização. Aderências
e bridas cutâneas viciosas podem ocorrer, produzindo dores, represamentos e
perturbação da marcha obrigando a uma cirurgia plástica reparadora. Pela
compressão vascular cicatricial ocorrem alterações na drenagem linfática
determinando linfedemas nos membros inferiores substrato adequado à instalação
de infecções principalmente a erisipela.
O linfedema é uma das mais freqüentes complicações tardias do tratamento
cirúrgico do câncer da vulva. Além dessas complicações, a cistocele e ou retocele,
paresia da região alta das coxas, osteíte púbica e a infecção urinária devem ser
lembradas.
Complicações sérias de conseqüências imprevisíveis podem ocorrer ao
psiquismo da paciente. As pacientes de nível social mais alto às vezes refutam o
tratamento mutilante e outras mesmo após concordarem, ficam em estado
desprezível não se conformando com a deformidade da região onde converge sua
sexualidade. Atualmente, instituímos com a necessidade absoluta do suporte
psicológico e apoio psicoterápico a todas as pacientes.

16. Prognóstico e sobrevida

O prognóstico e a sobrevida do câncer da vulva estão diretamente


relacionados a fatores clínicos e anátomo-patológico. Os parâmetros clínicos como o
tamanho e localização do tumor e estágio clínico em relação ao envolvimento
linfonodal. Aspectos microscópicos também são analisados tais como: espessura do
tumor, grau de diferenciação e mitoses; invasão vascular, linfática e peri-neural,
infiltrado linfoplasmocitário.
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17. Diagnósticos de Enfermagem

 Baixa auto-estima situacional relacionado aos distúrbios na imagem corporal


 Déficit de conhecimento relacionado ao procedimento
 Medo relacionado à incerteza do prognóstico
 Dor aguda relacionado à cirurgia de grande proporção.
 Risco de integridade da pele prejudicada relacionado à presença de
secreções, pele úmida e mudanças no turgor e elasticidade.
 Integridade tissular prejudicada relacionado a irritantes químicos, pelo o uso
de rádio e quimioterapia.
 Risco de infecção relacionado a defesas primárias inadequadas (rompimento
da pele, lesões verrugosas, tecido traumatizado e exposição à patógenos).

16. Intervenções de Enfermagem

É de extrema importância o enfermeiro orientar o paciente e a família com


diagnóstico de CA de vulva, pois cabe o mesmo orientar os cuidados sobre o
processo do esquema terapêutico tanto no ambiente hospitalar quanto domiciliar.

Cabe o enfermeiro orientar quanto aos:

• Cuidados Primários

 Evitar a obesidade, mantendo um IMC entre 18,5 e 24,9


 Incluir a atividade física no dia-a-dia, como caminhadas, alongamentos,
natação, levantamento de peso entre outros.
 Manter o limite do consumo de alimentos de alto valor calórico como bebidas
ricas em açúcar, tais como: Doces, refrigerantes e refrescos contribuem com
o aumento de peso e devem ser ingeridas em menores quantidades.
 Evitar o álcool e cigarros.
 Realizar uma dieta balanceada, incluindo verduras, frutas e legumes.
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• Cuidados Secundários

 Aproximar e Iniciar um diálogo com o paciente, relativo às preocupações


sobre o diagnóstico de câncer (na admissão), mostrando calma, confiança e
tranqüilidade.
 Corrigir qualquer conceito ou informação incorreta que a paciente tenha
sobre a cirurgia (na admissão)
 Explicar os procedimentos necessários para realização da cirurgia (preparo,
rotinas pré e pós-operatórias, presença de drenos) (na admissão)
 Avaliar o preparo do paciente
 Encaminhar o paciente para serviço de psicologia e trabalhar junto para
melhorar a sua auto-estima.
 Orientar a paciente quanto ao procedimento cirúrgico, mantendo vinculo com
a mesma para que seja aliviado seu medo e tenha uma melhor recuperação
 Promover analgesia no pós-operatório.
 Oferecer suporte emocional para que o paciente consiga trabalhar com as
alterações em sua imagem corporal.
 Instruir paciente para utilização de sabão neutro e para que tome banho
apenas com água morna;
 Monitorar sinais vitais;
 Monitorar resultados de exames de função renal e dosagem de eletrólitos;
 Realizar balanço hídrico;
 Reportar alterações do volume urinário ou das características da urina;
 Não banhar o local com água quente pois pode haver vasodilatação e causar
hemorragia
 Ao trocar o curativo, retirar a cobertura delicadamente, sempre umedecendo
para não causar sangramento e dor.
 Orientar quanto à importância do auto-cuidado e higienização local
 Orientar a família quanto aos procedimentos realizados, mostrar a importância
do apoio emocional e da fragilidade da mulher que descobre essa doença.
 Não usar a força do jato d’água diretamente na pele irradiada
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• Cuidados Terciários

 Orientar a usar roupas de tecido de algodão


 Orientar quanto aos sintomas da quimioterapia, oferecendo suporte emocional
e dizendo que eles são “normais”.
 Instruir o paciente quanto à possibilidade de ocorrência de efeitos sobre
sexualidade e fertilidade;
 Encorajar o paciente a discutir sobre as alterações que lhe ocorram e
providenciar suporte emocional e aconselhamento sexual;
 É imperativo manter adequada hidratação do paciente antes, durante e após
a quimioterapia, pois quando se administra agentes nefrotóxicos ou tóxicos
pode acometer para as vias urinárias;
 Minimizar efeitos colaterais.
 Pacientes e familiares devem ser orientados sobre as toxicidades
relacionadas ao seu tratamento
 Estimular o vínculo familiar mãe e filha, através da participação nas decisões
e atividades de cuidado (na admissão e no dia da alta).
Conclusão

É importante o enfermeiro trabalhar com a prevenção, no incentivo a mulher


para a realização dos exames e saber identificar as situações de possíveis de
cânceres, para o diagnóstico precoce e melhor prognóstico, evitando assim cirurgias
de proporção radical.
A enfermagem tem um papel importante na recuperação de pacientes com
câncer de vulva, tanto no pré-operatório, quando no pós-operatório, orientando
sobre possíveis complicações que podem surgir nesta fase. Tendo como objetivo
principal reabilitação precoce para fazer com que o paciente volte a realizar suas
atividades o mais rápido possível, trabalhando assim também a parte social do
paciente para que assim restabeleça sua auto-estima e para o restabelecimento do
mesmo.
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20. Referências Bibliográficas

ABRÃO, F. Tratado de oncologia genital e mamária. São Paulo: Roca, 1995.


BORTOLETTO, C. C. R. Rastreamento das Neoplasias Genitais Malignas na Pós-
menopausa. 2002. Disponível em <http://www.unifesp.br/dgineco/rastmeno.htm>.
Acesso em: 8/8/2002.
CHARLES, H. Cirurgia de Reconstrução de Vulva. 2002. Disponível em
<http://www.rsbcancer.com.br/rsbc/11artigo1.asp?nrev=N%C2%BA%C2%A011>.
Acesso em: 8/8/2002.
HALBE, H. Tratado de ginecologia. 2 ed. São Paulo: Roca, 1993.
JEFFCOATE, N. Princípios de ginecologia. 4 ed. São Paulo: Manole, 1983.
RUBIN, E. et al. Patologia. Rio de Janeiro: Interlivros, 1990.
1- http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000902.htm
2- http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2032/paginas/materia
%2002-32.html
3- http://www.msd-brasil.com/msd43/m_manual/mm_sec22_239.htm
4- http://www.accamargo.org.br/index.php?
page=14&idTipoCancer=36&gclid=CKeKpsrsyqMCFRScnAod6Smpvw
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5- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0100-
72032003000400010&script=sci_arttext
6-

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