Vous êtes sur la page 1sur 5

Física I – MIEB, EA, CM DF – Universidade do Algarve

Protocolos das Aulas Práticas

LEI DE BERNOULLI

Resumo
Num tubo com diferentes secções faz-se circular ar com um caudal considerado constante.
Mede-se a pressão em cada uma das secções e, conhecendo o diâmetro interno do tubo,
processam-se os dados para obter o caudal.

Introdução teórica
Considere-se um tubo horizontal com diferentes diâmetros através do qual circula ar (ver
figura 1). Se o escoamento for laminar, incompressível, invíscido e estacionário, a equação de
Bernoulli é válida e pode ser escrita na seguinte forma para uma secção arbitrária i, do tubo,

Figura 1. Dispositivo experimental para de uma conduta de secção variável.

P + ρ gh + ρvi2 / 2 = Ptot = const. , (1)


{i 1ar23i 12 3 {
I II III IV

onde as variáveis têm o seguinte significado:


Pi – pressão estática, ρar – densidade do ar, g – aceleração da gravidade, hi altura e vi
velocidade do fluído.
Na equação (1) os termos I, II, III e IV representam as pressões estáticas, dinâmica,
hidrostática e total, respectivamente. Portanto a expressão (1) implica que a pressão total deve
permanecer constante. Como o escoamento é incompressível e como o tubo está disposto
horizontalmente e a variação do seu diâmetro provoca variações desprezáveis de pressão
hidrostática, pode-se considerar que h0≈h1≈····≈hi. Isto implica que os termos associados à
pressão hidrostática na equação (1) cancelam-se. Se tomarmos duas secções, a de entrada e
uma secção i a equação (1) pode ser escrita na forma
P0 + ρ ar v02 / 2 = Pi + ρ ar vi2 / 2 = Ptot (2)
Considera agora que a secção i está conectada a um tubo muito fino que penetra até o centro
do tubo e que fica disposto do modo mostrado na figura (2). Como o tubo fino está disposto
radialmente, e o escoamento só tem componente de velocidade axial, o mesmo só capta a
pressão estática Pi. Se a pressão Pi for menor que a pressão atmosférica então a diferença
1
Física I – MIEB, EA, CM DF – Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas

(Patm-Pi) será proporcional à altura da coluna de líquido (água) na secção i, i.e, será igual à
pressão hidrostática (ver figura 1), (Patm-Pi)=ρlghi. Portanto a pressão Pi é igual a
Pi = Patm − ρl ghi . (3)

Figura 2. Dispositivo de medição da pressão estática na secção i. No centro da conduta


(r=0) a velocidade é máxima. Portanto, de acordo com a equação de Bernoulli (1), a
pressão dinâmica é máxima e a estática mínima.

Pela equação da continuidade (ver a introdução teórica sobre mecânica de fluido) o caudal
volúmico, Q, é dado por Q=Aivi=const. e portanto
Q / Ai = vi . (4)
Sendo Ai a área da secção i do tubo. Substituindo (3) e (4) em (2) chegamos à expressão:
Patm − ρ l ghi + ρ ar Q 2 /( 2 Ai2 ) = Ptot . (5)
Esta última expressão pode ser escrita de modo mais conveniente
 ρ Q 2  1  Patm − Ptot 
hi =  ar  2 +   (6)
{ 2 ρ g A ρ g
yi 
1424 l
3 { 14243
 i  l
b xi a

Metodologia experimental
A equação anterior pode ser interpretada como a equação de uma recta em que a abcissa e
a ordenada são iguais a x=1/A2 e y=h. As expressões dos coeficientes a e b desta recta estão
indicados na expressão (5). Se conhecermos os valores de hi e Ai em diferentes secções
podemos construir o gráfico de uma recta e mediante um método de ajuste de funções (por
exemplo a regressão linear), determinar os coeficientes a e b. Uma vez obtido o valor do
declive b, podemos calcular o caudal Q, conhecendo os valores das densidades do ar e da
água. De modo análogo pode-se obter o valor da pressão total (Ptot) com o valor calculado da
ordenada na origem (a) e os valores conhecidos da pressão atmosférica (Patm) e da densidade
da água. Para testar a qualidade dos resultados mede-se a velocidade à entrada do tubo com
anemómetro e, com uma craveira, mede-se o diâmetro desta secção. Usando a expressão (4)
pode-se calcular o caudal Q e compará-lo com o valor obtido mediante a regressão linear.

Dispositivo experimental
O dispositivo experimental desta experiência está mostrado na figura 1. Este consiste
numa bomba de ar de potência variável conectada à conduta de secção variável através de
uma mangueira. Na conduta foram feitos vários orifícios pelos quais são introduzidas as
agulhas finas para medir a pressão estática. Estas agulhas estão conectadas, mediante

2
Física I – MIEB, EA, CM DF – Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas

mangueiras, aos tubos verticais de acrílico que estão em contacto com um recipiente que
contém a água tingida.

Algumas fontes de erros


É importante comentar alguns factores importantes que podem constituir fontes de erros
na experiência. Por exemplo:
- O escoamento não é invíscido, tal como foi considerado, pelo que o perfil da velocidade na
direcção radial do tubo não é constante mas sim parabólico [1]. Coloca-se então a questão:
com qual valor de v é calculado o caudal volúmico com a expressão Q=Av? No caso desta
experiência é conveniente usar o valor de v quando o raio é igual a zero. i.e., no centro do
tubo, onde a velocidade é máxima. Isto implica, de acordo com a equação de Bernoulli, que a
pressão dinâmica é máxima e a estática mínima. É importante colocar o dispositivo de
medição da pressão (ver figura 2) no centro da conduta onde a pressão estática mínima, de
acordo com a expressão (3), faz com que a altura da coluna de líquido seja máxima.
- Se o escoamento for turbulento a equação de Bernoulli não é válida. Para garantir que o
escoamento é laminar, a potência da bomba tem ser escolhida de modo tal que a velocidade
do escoamento não seja muito elevada. Em [1] refere-se que se o número de Reynold
ρ ar v s d
Re = . (7)
η
for superior a 2000 o escoamento torna-se turbulento. Na equação (7) a viscosidade toma-se
igual a 0,001 Poise. As grandezas d e vs representam o diâmetro e a velocidade (no centro da
conduta) na secção de saída (ver figura 1).
- O número de pontos de medição da pressão Pi nesta experiência deve ser aumentado para
que o tratamento estatístico permita obter bons resultados.

Objectivos
Pretende-se estudar experimentalmente o escoamento de um fluído num tubo com diversas
secções, nomeadamente:
- Estudar a dependência da pressão com a área.
- Calcular o caudal do escoamento.

Material
Tubo de diferentes secções.
Tubos destinados à medição da pressão estática.
Tina com líquido.
Agulhas de injecção (medidores de pressão estática)
Compressor de ar.

Procedimento experimental
- Tenha o cuidado de anotar os erros de leitura de escala associados a todos os aparelhos de
medida que usar.
- Verifique a montagem experimental.
3
Física I – MIEB, EA, CM DF – Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas

- Meça com a craveira o diâmetro de todas as secções do tubo onde estão instalados os
medidores de pressão estática e da secção de saída. Registe os valores numa tabela. Meça
também a espessura do tubo.
- Regule a potência do compressor de modo a que as colunas de água tingida se tornem bem
visíveis.
- Regule a profundidade das agulhas de modo a obter a altura máxima possível em cada tubo
vertical.
-Meça a altura das colunas de líquido, h, e anote na mesma tabela.

Análise dos resultados obtidos


- A partir dos diâmetros do tubo, calcule as áreas das diferentes secções e os respectivos erros
e anote-as numa tabela.
- Calcule e anote o valor de 1/A2, indicando os respectivos erros.
- Construa, a partir da tabela anterior, um gráfico de h em função de 1/A2. Represente
também, se possível, as barras de erro associadas a cada ponto. Verifique a forma do gráfico
obtido.
- Calcule o declive e a ordenada na origem da recta que melhor se ajusta aos pontos
experimentais do gráfico anterior.
- Represente a recta obtida sobre o mesmo gráfico.
- Calcule, a partir da regressão linear, o valor experimental do caudal de ar que sai do
compressor.
- Estime o erro associado ao declive da recta e à ordenada na origem, δb.
- Tendo em conta o erro associado ao declive da recta, determine o erro experimental
associado ao caudal. Assuma que os erros das grandezas conhecidas, por exemplo, as
densidades, a aceleração gravítica, a pressão atmosférica, a viscosidade, etc., são desprezáveis
em comparação com os erros das grandezas que se pretendem determinar nesta experiência.
Uma vez determinado o declive, o caudal Q pode ser calculado mediante a expressão (ver
equação 6)
2 gρ ag
Q= b . (8)
ρ ar
Usando a teoria de propagação de erros, o erro de Q pode ser calculado pela expressão
gρ ag δb
δQ = . (9)
2 ρ ar b

4
Física I – MIEB, EA, CM DF – Universidade do Algarve
Protocolos das Aulas Práticas

Dados
O valor da aceleração gravítica usado é g=9,8 m/s2. A seguir são apresentadas as tabelas
das densidades do ar e da água. A densidade do ar é dada em função da temperatura ambiente
assumindo que a pressão atmosférica é constante (Patm=101325 Pa). Sendo uma aproximação,
o valor de ρar não é muito exacto.

Densidade do ar Densidade da água


t (ºC) ρar (kg/m3) t (ºC) ρar (kg/m3)
16 1,2180 16 998,5768
17 1,2138 17 998,3691
18 1,2096 18 998,1614
19 1,2055 19 997,9537
20 1,2013 20 997,7460

Bibliografia
[1] Texto de apoio às experiências de Física Geral. José. L. Argaín, ADF, FCT, Univ. do Algarve.
[2] The art of experimental physics; Daryl W. Preston, Eric R. Dietz, John Wiley & Sons (2) (3).
[3] Tratamento de dados e análise de erros, Rui Guerra, ADF, FCT, Univ. do Algarve..

Vous aimerez peut-être aussi