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944 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 59 — 11-3-1998

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS sindicais e a Associação Nacional de Municípios Por-


tugueses.
Decreto-Lei n.o 50/98 Assim, no desenvolvimento do regime jurídico esta-
belecido pelo artigo 35.o do Decreto-Lei n.o 184/89, de
de 11 de Março 2 de Junho, e nos termos do n.o 5 do artigo 112.o e
das alíneas a) e c) do n.o 1 do artigo 198.o da Cons-
O desempenho da economia e o desenvolvimento tituição, o Governo decreta o seguinte:
social dependem da interligação e da complementari-
dade entre os sectores público, privado e social.
Esta interdependência exige capacidades de coope- CAPÍTULO I
ração e negociação que permitam, em áreas cujos inte- Disposições gerais, objectivos e princípios
resses em jogo o autorizem, a rentabilização dos recursos
e dos esforços, potenciando assim a criação de riqueza, SECÇÃO I
a sua distribuição equitativa e o aumento da qualidade
Disposições gerais
de vida dos cidadãos.
Neste contexto, o papel da Administração Pública é
Artigo 1.o
relevante.
Atentas as funções que lhe estão cometidas, dela Objecto
depende, em grande medida, o funcionamento da eco-
O presente diploma define as regras e os princípios
nomia: a constituição de empresas, o licenciamento de
que regem a formação profissional na Administração
diversas actividades, a atribuição de concessões e de
Pública.
autorizações e a prestação de informação, entre um sem-
-número de outras funções essenciais ao desenvolvi- Artigo 2.o
mento de actividades do dia-a-dia. Âmbito pessoal e institucional
Ciente do papel determinante da Administração neste
quadro, o Governo definiu como objectivo estratégico 1 — O regime estabelecido no presente diploma
«a qualificação, a dignificação, a motivação e a pro- aplica-se:
fissionalização dos recursos humanos da Administração a) Aos serviços e organismos da Administração
Pública, através de uma política coerente e adequada Pública, incluindo os institutos públicos nas
de carreiras, remunerações e formação profissional». modalidades de serviços personalizados e de
A definição deste objectivo resulta da constatação fundos públicos, e ainda aos serviços que este-
de que a transformação de uma Administração de jam na dependência orgânica e funcional da Pre-
modelo burocrático numa Administração de modelo sidência da República, da Assembleia da Repú-
gestionário impõe a adopção de um conjunto de medidas blica e das instituições judiciárias;
integrado, dirigido aos mais diferentes níveis e aspectos b) Ao pessoal que, com subordinação hierárquica
da organização, sob pena de não se alcançarem quais- e independentemente da natureza da sua vin-
quer resultados. culação, exerça funções nos serviços e organis-
É no quadro destas medidas que a formação pro- mos referidos na alínea anterior;
fissional ganha o merecido relevo. Aliás, esta proble- c) Aos candidatos sujeitos a um processo de recru-
mática deu origem, no âmbito do acordo salarial assi- tamento e selecção.
nado com as organizações sindicais em 1996, à cons-
tituição de uma mesa negocial com o objectivo de refor- 2 — O regime do presente decreto-lei aplica-se às
mular o Decreto-Lei n.o 9/94, de 13 de Janeiro, da qual administrações regionais dos Açores e da Madeira.
resultou o presente diploma.
De entre as principais modificações introduzidas, são
de realçar as que se prendem com: a regulamentação Artigo 3.o
do direito à formação profissional, através da atribuição Conceito de formação profissional
de um crédito de trinta e cinco horas anuais ao pessoal,
que, por sua iniciativa, o pode utilizar em acções de Para os efeitos do disposto no presente diploma,
formação, quando não seja contemplado nos planos de entende-se por formação profissional o processo global
formação dos serviços; a reformulação do sistema exis- e permanente através do qual os funcionários e agentes,
tente, de molde a facilitar o levantamento das neces- bem como os candidatos a funcionários sujeitos a um
sidades de formação e a elaboração dos planos ade- processo de recrutamento e selecção, se preparam para
quados à sua satisfação, em sintonia com a feitura dos o exercício de uma actividade profissional, através da
planos de actividades e os orçamentos dos serviços; a aquisição e do desenvolvimento de capacidades ou com-
atribuição à Direcção-Geral da Administração Pública petências, cuja síntese e integração possibilitam a adop-
da função de coordenadora do sistema e a exigência ção dos comportamentos adequados ao desempenho
de acreditação a todas as entidades que promovam a profissional e à valorização pessoal e profissional.
formação para a Administração Pública, com excepção
do Instituto Nacional de Administração e do Centro Artigo 4.o
de Estudos e Formação Autárquica, nos mesmos moldes Direito e dever de formação profissional
que as entidades privadas.
Deste modo, atribuem-se à Administração os meca- 1 — Os funcionários e agentes da Administração
nismos para dar resposta às contínuas transformações Pública têm o direito de frequentar acções de formação
económicas, sociais, culturais e tecnológicas. profissional.
De acordo com a lei, foram ouvidos os órgãos de 2 — Os funcionários e agentes da Administração
governo próprio das Regiões Autónomas, as associações Pública, bem como os candidatos sujeitos a um processo
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de recrutamento e selecção, são obrigados a frequentar e) Contribuir para a realização pessoal e profis-
as acções de formação profissional para que forem desig- sional dos funcionários e agentes da Adminis-
nados, especialmente as que se destinem a melhorar tração, preparando-os para o desempenho das
o seu desempenho profissional ou a suprir carências diversas missões para que estão vocacionados;
detectadas na avaliação do seu desempenho. f) Complementar os conhecimentos técnicos e os
fundamentos culturais ministrados pelo sistema
educativo.
Artigo 5.o
Artigo 9.o
Conceito de formador
Princípios
Entende-se por formador o indivíduo que, reunindo
os necessários requisitos científicos, técnicos, profissio- A formação profissional prosseguida na Administra-
nais e pedagógicos, está apto a conduzir acções peda- ção Pública obedece aos seguintes princípios:
gógicas conducentes à melhoria dos conhecimentos e a) Universalidade, porque abrange genericamente
nível técnico dos formandos, de acordo com objectivos os funcionários e agentes, bem como os candi-
e programas previamente definidos. datos a funcionários, da Administração Pública;
b) Continuidade, porque se reveste de uma função
Artigo 6.o de educação permanente ao longo de toda a
carreira;
Estatuto do formador c) Utilidade funcional, porque se relaciona com
1 — O recrutamento, as condições de exercício da as necessidades do serviço público e da sua ges-
actividade de formador e os direitos e deveres dos for- tão, com a política de qualidade do pessoal e
madores constam de estatuto próprio, a definir por por- de emprego público, com as necessidades de
taria conjunta dos membros do Governo que tutelam carácter organizativo e as aspirações de desen-
o Instituto Nacional de Administração, o Centro de volvimento sócio-profissional dos respectivos
Estudos de Formação Autárquica e a Administração funcionários e agentes;
Pública. d) Multidisciplinaridade, porque abarca diversos
2 — Até à publicação do estatuto do formador, o exer- ramos de conhecimento e técnicas necessárias
cício da função monitória faz-se sem prejuízo do cum- à satisfação das necessidades dos serviços públi-
primento das actividades directamente ligadas às mis- cos e à realização e motivação profissional dos
sões e objectivos de cada serviço. respectivos funcionários e agentes, tendo em
3 — Os formadores da Administração Pública podem conta a evolução do saber e dos meios tec-
ministrar formação profissional promovida pelas orga- nológicos;
nizações sindicais, em termos a regulamentar no estatuto e) Desconcentração e descentralização, porque
do formador. procura diversificar os locais de realização das
acções de formação, procurando facilitar o
Artigo 7.o acesso dos funcionários às mesmas;
Validade da formação profissional f) Complementaridade, enquanto sequência natu-
ral do sistema educativo.
A formação profissional ministrada 90 dias após a
entrada em vigor do presente diploma que não obedeça Artigo 10.o
aos requisitos nele fixados não pode ser considerada
e ponderada para os efeitos previstos na alínea b) do Estrutura da formação profissional
n.o 3 do artigo 27.o do Decreto-Lei n.o 498/88, de 30 A formação profissional na Administração Pública
de Dezembro. pode ser:
a) Formação inicial;
SECÇÃO II
b) Formação contínua.
Objectivos, princípios e estrutura da formação profissional
Artigo 11.o
o
Artigo 8. Formação inicial
Objectivos da formação profissional
1 — A formação inicial visa habilitar os formandos
A formação profissional tem, designadamente, por com conhecimentos e aptidões para o exercício das res-
objectivos: pectivas funções.
2 — A formação inicial pode desenvolver-se em dois
a) Contribuir para a eficiência, a eficácia e a qua-
momentos distintos:
lidade dos serviços;
b) Melhorar o desempenho profissional dos fun- a) Em fase anterior à admissão, como condicio-
cionários e agentes da Administração Pública, nante da mesma;
fomentando a sua criatividade, a inovação, o b) Em fase imediatamente posterior à admissão,
espírito de iniciativa, o espírito crítico e a integrando-se no período probatório ou de pro-
qualidade; visoriedade da nomeação.
c) Assegurar a qualificação dos funcionários para
o ingresso, acesso e intercomunicabilidade nas 3 — O processo de formação inicial é sempre objecto
carreiras; de avaliação e de classificação.
d) Contribuir para a mobilidade dos efectivos da 4 — A definição de cursos, conteúdos programáticos
Administração Pública; e respectivos regulamentos de funcionamento que se
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insiram no âmbito da formação inicial são objecto de Artigo 14.o


despacho conjunto dos membros do Governo da tutela
e do que tiver a seu cargo a Administração Pública. Tipologia

1 — A formação profissional organiza-se em:


Artigo 12.o
a) Cursos de formação de pequena, média e longa
Formação contínua
duração;
1 — A formação contínua visa promover a actuali- b) Módulos capitalizáveis de cursos de formação;
zação e a valorização pessoal e profissional dos fun- c) Seminários, encontros, jornadas, palestras, con-
cionários e agentes, em consonância com as políticas ferências e estágios.
de desenvolvimento, inovação e mudança da Adminis-
tração Pública. 2 — Os tipos de formação referidos nas alíneas a)
2 — Constituem objectivos específicos da formação e b) do número anterior desenvolvem-se em serviço,
contínua, nomeadamente, os seguintes: em sala ou à distância.
a) O complemento da formação de base, actua-
lizando-a e proporcionando a preparação neces- Artigo 15.o
sária para o desenvolvimento técnico-científico;
b) A adequação às inovações técnicas e tecnoló- Avaliação da formação
gicas com reflexo directo no desempenho pro-
fissional; 1 — A formação profissional na Administração
c) O desenvolvimento e valorização pessoal e pro- Publica é objecto de avaliação, quer em função dos
fissional dos funcionários e agentes da Admi- objectivos de cada acção quer ao nível do desempenho
nistração, tendo por objectivo o desempenho profissional dos formandos e dos resultados nas orga-
de tarefas mais complexas, a promoção e a inter- nizações.
comunicabilidade de carreiras. 2 — Em função dos objectivos de cada acção de for-
mação, podem ser adoptados os seguintes instrumentos
de avaliação:
Artigo 13.o
a) Provas de conhecimentos, sempre que se tenha
Modalidades da formação contínua
por objectivo aferir o nível de eficácia relativa
1 — A formação contínua reveste as seguintes moda- de cada participante;
lidades: b) Metodologias de dinâmica de grupos, simula-
ções ou métodos de casos, sempre que se pre-
a) A formação de aperfeiçoamento, que visa o tenda verificar o nível de alteração da capaci-
aprofundamento e a melhoria das capacidades dade dos participantes;
já existentes; c) Questionários de avaliação das acções de for-
b) A formação de especialização, que visa conferir mação, sempre que se pretenda avaliar a reacção
e desenvolver ou aprofundar conhecimentos e dos formandos, a consecução dos objectivos das
aptidões profissionais relativamente a determi- acções e o nível técnico-pedagógico das mesmas.
nada técnica ou área do saber, proporcionando
o exercício especializado de funções nos cor-
respondentes domínios; CAPÍTULO II
c) A formação para promoção na carreira, que,
nos casos e nos termos em que o respectivo Sistema de formação profissional
regime o preveja, visa especificamente o desen-
volvimento dos conhecimentos e aptidões pro- Artigo 16.o
fissionais considerados indispensáveis para o
exercício de funções de maior complexidade e Entidades competentes para realizar acções de formação
responsabilidade no âmbito da mesma carreira;
d) A formação de reconversão profissional, que São competentes para a realização de formação na
visa conferir os conhecimentos e as aptidões Administração Pública:
profissionais indispensáveis ao exercício das
tarefas e responsabilidades relativas ao con- a) Os organismos centrais e sectoriais de formação
teúdo funcional da carreira diversa daquela em com âmbito de actuação para a administração
que o funcionário está integrado, suprindo a central, regional ou local;
falta de habilitações literárias ou qualificações b) Os serviços e organismos da Administração
profissionais legalmente estabelecidas para pro- Pública;
vimento na nova carreira e possibilitando, dessa c) As entidades formadoras públicas ou privadas
forma, a sua adequada transição. que sejam reconhecidas pelos respectivos minis-
térios da tutela e que se encontrem inseridas,
2 — A regulamentação da formação de reconversão nomeadamente, nos sistemas educativo, cientí-
profissional, no que respeita aos conteúdos programá- fico ou tecnológico;
ticos, procedimentos e avaliação, é objecto de despacho d) As associações sindicais e profissionais, dentro
conjunto dos membros do Governo da tutela e do que do seu âmbito de actuação;
tiver a seu cargo a Administração Pública. e) Quaisquer outras entidades privadas.
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Artigo 17.o serviços, tendo em conta a prévia identificação


Organismos centrais de formação
das necessidades específicas de cada sector;
b) Assegurar a consultadoria nas áreas de forma-
1 — O Instituto Nacional de Administração e o Cen- ção aos serviços da Administração Pública;
tro de Estudos e Formação Autárquica são considerados c) Elaborar relatórios de actividades que conte-
organismos centrais de formação para efeitos do pre- nham as acções desenvolvidas e o balanço dos
sente diploma. resultados obtidos.
2 — Compete aos organismos centrais de formação:
3 — Os organismos sectoriais de formação remetem,
a) Promover regularmente a realização de diag- até ao dia 15 de Abril de cada ano, ao órgão coordenador
nósticos de necessidades de formação e estudos a que se refere o artigo 30.o do presente diploma os
de impacte da formação nos seus domínios de relatórios de actividade referidos na alínea c) do número
intervenção, com base nos elementos fornecidos anterior.
pelos serviços, nos termos do artigo 21.o, dos
quais deve ser dado conhecimento às demais Artigo 19.o
entidades referidas no artigo anterior; Protocolos com outras entidades
b) Conceber e desenvolver planos anuais de for-
mação de âmbito predominantemente horizon- Os organismos centrais e sectoriais de formação
tal para os diferentes grupos de pessoal e tendo fomentam e apoiam iniciativas de formação e podem
em conta as políticas do Governo e as principais estabelecer acordos ou protocolos de cooperação com
necessidades identificadas nas suas áreas de outros organismos, designadamente universidades, cen-
actuação; tros de investigação públicos ou privados, nacionais ou
c) Conceber e desenvolver formação específica estrangeiros, e organizações sindicais e profissionais,
para os dirigentes e chefias da Administração visando:
Pública; a) Promover a aquisição de meios e competências
d) Apoiar os serviços sectoriais de formação atra- adicionais e o intercâmbio de experiências;
vés da elaboração e divulgação de instrumentos b) Colaborar na concepção, programação e exe-
técnicos, com vista a facilitar a concretização cução de planos e actividades de formação e
das diferentes fases do processo formativo; informação de interesse para ambas as partes;
e) Assegurar a preparação pedagógica e a actua- c) Desenvolver estudos e actividades de investi-
lização de conhecimentos dos formadores da gação em domínios de formação de interesse
Administração Pública, tendo em conta a neces- para a Administração Pública.
sidade de manter uma bolsa de formadores que
responda às necessidades formativas dos vários
Artigo 20.o
serviços nas áreas comuns da Administração;
f) Desenvolver projectos de formação ajustados às Acreditação das entidades formadoras
necessidades específicas dos serviços da Admi-
As entidades referidas nas alíneas b), c), d) e e) do
nistração Pública, sempre que para tal soli-
artigo 16.o, bem como os organismos sectoriais de for-
citados;
mação, podem realizar acções de formação, desde que
g) Elaborar relatórios de actividades que conte-
sejam devidamente acreditadas nos termos da portaria
nham as acções desenvolvidas e o balanço dos
conjunta a que se refere o n.o 3 do artigo 14.o do Decreto
resultados obtidos.
Regulamentar n.o 15/96, de 23 de Novembro.
3 — O Instituto Nacional de Administração e o Cen-
tro de Estudos e Formação Autárquica remetem, até CAPÍTULO III
ao dia 30 de Abril de cada ano, ao órgão coordenador
Organização da formação
a que se refere o artigo 30.o do presente diploma os
relatórios de actividades referidos na alínea g) do SECÇÃO I
número anterior.
Iniciativa dos serviços
Artigo 18.o
Organismos sectoriais de formação Artigo 21.o
Diagnósticos de necessidades e planos de formação
1 — Para efeitos do presente diploma, consideram-se
organismos sectoriais de formação: 1 — Os serviços e organismos da Administração são
obrigados a elaborar e manter actualizado, anualmente,
a) As unidades de formação de âmbito ministerial
o diagnóstico de necessidades de formação.
reconhecidas nas respectivas leis orgânicas;
2 — O disposto no número anterior não exclui a obri-
b) As unidades de formação dos serviços ou orga-
gatoriedade de os serviços da Administração Pública,
nismos com mais de 1500 funcionários e agentes
em articulação com a elaboração dos respectivos planos
reconhecidas nas respectivas leis orgânicas;
de actividades, e fazendo parte integrante dos mesmos,
c) As unidades de formação dos institutos públicos
prepararem um plano de formação ou um plano de fre-
como tal consideradas nos respectivos estatutos.
quência de acções de formação, consoante possuam ou
não unidade de formação criada na respectiva lei orgâ-
2 — Compete aos organismos sectoriais de formação:
nica, devidamente orçamentados.
a) Conceber e realizar planos anuais de formação, 3 — Os diagnósticos de necessidades de formação e
associados quer a planos de actividades quer os planos de frequência de acções de formação dos ser-
a processos de mudança que ocorram nos vários viços devem ser comunicados ao Instituto Nacional de
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Administração ou ao Centro de Estudos e Formação 4 — A autoformação, quando realizada dentro do


Autárquica até ao dia 31 de Maio do ano anterior a período laboral, corresponde, para todos os efeitos
que respeitam, consoante se refiram à administração legais, ao exercício efectivo de funções.
central ou autárquica. 5 — Os serviços e organismos da administração cen-
4 — A elaboração dos diagnósticos de necessidades tral, regional e local não podem impedir a frequência
de formação, dos planos de formação ou de frequência de acções de autoformação quando estas tenham lugar
de acções de formação deve ser precedida de consulta fora do período laboral.
prévia aos funcionários e agentes dos serviços, podendo
ser ouvidas as organizações dos trabalhadores que
abranjam os respectivos serviços. Artigo 25.o
Procedimentos
Artigo 22.o
1 — A autorização para a autoformação será conce-
Indicadores de gestão
dida dentro dos limites dos créditos disponíveis por ano.
1 — Os serviços da Administração Pública que rea- 2 — O pedido de autorização para autoformação deve
lizem planos e acções de formação ou planos de fre- ser requerido ao dirigente máximo do serviço com a
quência de acções de formação devem elaborar anual- indicação da data de início, da natureza da acção de
mente relatórios de actividades que contenham as acções formação, da sua duração, assim como da entidade que
desenvolvidas e o balanço dos resultados obtidos e enviá- a promove e do local.
-los, até ao dia 15 de Abril de cada ano, ao órgão coor- 3 — O acesso à autoformação é automático para o
denador a que se refere o artigo 30.o do presente pessoal não contemplado no plano de formação do ser-
diploma. viço ou organismo, sem prejuízo, todavia, do normal
2 — Os relatórios referidos no número anterior inte- funcionamento do serviço.
gram o relatório de actividades referido no Decreto-Lei 4 — O funcionário ou agente que tenha beneficiado
n.o 183/96, de 27 de Setembro. de uma autorização para autoformação não poderá
obter uma nova autorização no mesmo ano civil, sem
prejuízo do número seguinte.
Artigo 23.o 5 — A impossibilidade referida no número anterior
Recurso à formação prestada por entidades privadas só é aplicável caso a formação esgote o crédito anual
para a formação.
1 — Os serviços da Administração Pública que recor- 6 — A recusa do acesso à autoformação deve ser
ram à formação ministrada por entidades privadas estão fundamentada.
obrigados a verificar o cumprimento, por parte destas,
dos requisitos constantes do artigo 16.o do Decreto Artigo 26.o
Regulamentar n.o 15/96, de 23 de Novembro, bem como
a exigir o comprovativo da respectiva acreditação. Obrigações do funcionário ou agente
2 — O dirigente máximo dos serviços é responsável
financeira e disciplinarmente pelos montantes despen- 1 — O funcionário ou agente a quem for concedida
didos quando não se tenha verificado o cumprimento a autorização para a formação deve, no fim da mesma,
dos requisitos referidos no número anterior. apresentar uma declaração de frequência ou certificado
de formação.
2 — Em caso de ausência, o funcionário ou agente
SECÇÃO II deve justificar a sua falta nos termos legais, sob pena
de ficar impossibilitado de requerer nova autorização
Iniciativa dos funcionários e agentes para formação no ano em curso e no seguinte, inde-
pendentemente da sanção disciplinar que ao caso
Artigo 24.o couber.
Autoformação
CAPÍTULO IV
1 — Entende-se por autoformação o acesso à forma-
ção por iniciativa individual do pessoal a que se refere Órgãos consultivos e de coordenação
o artigo 2.o do presente diploma que corresponda, da formação profissional
directa ou indirectamente, às áreas funcionais em que
se encontre inserido ou contribua para o aumento da SECÇÃO I
respectiva qualificação.
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, Órgãos consultivos
aquele pessoal tem direito, dentro do período laboral,
a um crédito de trinta e cinco horas por ano civil para Artigo 27.o
a sua autoformação, sem prejuízo de, no caso de acções
formativas com relevância directa nas respectivas áreas Órgãos consultivos
funcionais, a apreciar pelo dirigente máximo do serviço,
aquele limite coincidir com a carga horária prevista para Constituem órgãos de apoio consultivo em matéria
a correspondente acção de formação. de formação e aperfeiçoamento profissional da Admi-
3 — A autoformação é financiada pelo formando, sem nistração Pública:
prejuízo do disposto no Decreto Regulamentar n.o 15/96,
de 23 de Novembro, quanto ao acesso individual à a) A Comissão Intersectorial de Formação (CIF);
formação. b) Os conselhos consultivos sectoriais (CCS).
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Artigo 28.o Artigo 29.o


Conselhos consultivos sectoriais
Comissão Intersectorial de Formação
1 — Devem ser constituídos, com representação sin-
1 — A CIF é um órgão consultivo do membro do dical, conselhos consultivos sectoriais, de âmbito minis-
Governo que tiver a seu cargo a Administração Pública terial, que têm por missão colaborar na determinação
e a respectiva formação profissional, ao qual compete: das necessidades de formação de cada departamento
governamental, na definição dos princípios informado-
a) Colaborar na definição e permanente actuali- res da respectiva política de formação e na execução
zação da política de formação e aperfeiçoa- coordenada dos correspondentes planos de formação.
mento profissional da Administração Pública; 2 — A competência dos conselhos consultivos secto-
b) Dar parecer sobre os planos anuais de formação riais consta de portaria conjunta dos membros do
do Instituto Nacional de Administração e do Governo interessados e daquele que tiver a seu cargo
Centro de Estudos e Formação Autárquica; a Administração Pública.
c) Pronunciar-se sobre qualquer outro assunto, a 3 — Cada conselho consultivo sectorial aprova o seu
solicitação do seu presidente. próprio regulamento interno.

2 — A CIF é composta pelos seguintes membros: SECÇÃO II


a) O membro do Governo que tiver a seu cargo Órgão de coordenação
a Administração Pública, que preside;
b) O director-geral da Administração Pública; Artigo 30.o
c) O presidente do Instituto Nacional de Admi- Atribuições e competências
nistração;
d) O presidente do Centro de Estudos e Formação 1 — Cabe à Direcção-Geral da Administração Pública
Autárquica; coordenar o sistema da formação profissional da Admi-
e) O presidente do Instituto do Emprego e For- nistração Pública, em consonância com as linhas de
mação Profissional; orientação em matéria de modernização e reforma da
Administração Pública.
f) Um representante do Ministério do Equipa-
2 — Para efeito do número anterior, compete à Direc-
mento, do Planeamento e da Administração do
ção-Geral da Administração Pública:
Território;
g) Um representante do Ministério da Educação; a) Estudar e propor ao Governo a definição de
h) Um representante de cada organismo sectorial linhas políticas e estratégias para a formação
de formação; e aperfeiçoamento profissional da Administra-
i) Um representante de cada órgão sectorial de ção Pública;
formação de âmbito ministerial; b) Recolher dados que permitam avaliar o cum-
j) Um representante da Direcção-Geral da Admi- primento dos planos de formação e os inves-
nistração Pública; timentos efectuados nesta matéria pelos orga-
l) Um representante do Secretariado para a Moder- nismos centrais e sectoriais de formação, asso-
nização Administrativa; ciações sindicais e profissionais e entidades
m) O gestor do Programa Integrado de Formação privadas;
para a Modernização da Administração Pública c) Estudar e propor ao Governo a metodologia
(PROFAP); adequada à elaboração de diagnósticos de neces-
n) Um representante da administração regional da sidades de formação previstos nos artigos 17.o,
Madeira e um representante da administração 18.o e 21.o do presente diploma;
regional dos Açores; d) Elaborar um sistema de indicadores que deve
o) Três representantes da Associação Nacional de presidir à elaboração dos relatórios de activi-
Municípios Portugueses; dades a executar pelas entidades a que se refere
p) Um representante da Associação Nacional de a alínea b);
Freguesias; e) Promover, periodicamente, a avaliação dos efei-
q) Seis representantes das associações sindicais tos da formação ministrada ao nível de eficácia
representativas dos trabalhadores da função dos serviços, por forma a avaliar o impacte do
pública; investimento efectuado nos resultados das orga-
nizações;
r) Até três personalidades de reconhecido mérito
f) Promover, através dos organismos centrais de
ligadas à formação e ao ensino, designadas pelo
formação, a verificação do cumprimento do dis-
membro do Governo que tiver a seu cargo a
posto no artigo 21.o do presente diploma;
Administração Pública.
g) Promover, periodicamente, auditorias às enti-
dades que desenvolvem a formação profissional
3 — O presidente da CIF pode delegar a sua com- para a Administração Pública, quer de âmbito
petência no director-geral da Administração Pública. oficial quer de âmbito privado, numa óptica de
4 — A CIF funciona junto do gabinete do membro análise da contribuição da formação profissional
do Governo que a preside, cabendo à Direcção-Geral para a modernização e reforma da Administra-
da Administração Pública prestar o apoio técnico e ção Pública.
administrativo indispensável ao seu funcionamento.
5 — A CIF aprova o seu regulamento interno, 3 — A Direcção-Geral da Administração Pública pro-
podendo funcionar em reuniões restritas ou plenárias. moverá as necessárias articulações com a Direcção-Ge-
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ral da Administração Autárquica nas matérias relativas MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS
à formação profissional que se destinem à administração
local. Decreto n.o 9/98
4 — Tendo em vista o desenvolvimento das atribui- de 11 de Março
ções e competências previstas no presente diploma, pro-
ceder-se-á aos necessários ajustamentos na Lei Orgânica Nos termos da alínea c) do n.o 1 do artigo 197.o da
da Direcção-Geral da Administração Pública. Constituição, o Governo decreta o seguinte:

CAPÍTULO V Artigo único

Disposições finais É aprovado o Convénio de Cooperação Científica e


Técnica entre o Ministério da Ciência e da Tecnologia
Artigo 31.o da República Portuguesa e o Ministério da Educação,
Ciência e Cultura da República de Cabo Verde, assinado
Certificação para o mercado de emprego na Praia aos 30 de Setembro de 1997, cuja versão autên-
A certificação profissional para o mercado de emprego tica em língua portuguesa segue em anexo.
de formação ministrada no âmbito deste diploma rege-se Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 15
pelas disposições aplicáveis do Decreto-Lei n.o 95/92, de Janeiro de 1998. — Jaime José Matos da Gama —
de 23 de Maio. Jaime José Matos da Gama — José Mariano Rebelo Pires
Artigo 32.o Gago.
Acompanhamento profissional Assinado em 25 de Fevereiro de 1998.
1 — O pessoal dirigente e de chefia deve assegurar Publique-se.
o acompanhamento profissional, no próprio local de tra-
balho, visando a transmissão ao funcionário ou agente O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
dos conhecimentos e aptidões profissionais necessários
ao exercício do respectivo posto de trabalho, bem como Referendado em 26 de Fevereiro de 1998.
os procedimentos mais adequados ao incremento da O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
qualidade do serviço prestado. Guterres.
2 — O acompanhamento profissional cabe na esfera
de responsabilidades próprias do pessoal dirigente e de CONVÉNIO DE COOPERAÇÃO CIENTÍFICA E TÉCNICA ENTRE O
chefia. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA DA REPÚBLICA
3 — O acompanhamento profissional a que se refe- PORTUGUESA E O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CUL-
rem os números anteriores não se considera formação TURA DA REPÚBLICA DE CABO VERDE.
profissional para os efeitos do presente diploma e é
equiparado a exercício de funções no posto de trabalho. Desejando estreitar os laços históricos de amizade
e de cooperação entre o Ministério da Ciência e da
Tecnologia da República Portuguesa e o Ministério da
Artigo 33.o
Educação, Ciência e Cultura da República de Cabo
Revogação Verde (a seguir denominados «Partes»), cientes da con-
tribuição da investigação científica e tecnológica para
São revogados os Decretos-Leis n.os 9/94 e 140/96,
o desenvolvimento económica e social e para a valo-
de 13 de Janeiro e 23 de Agosto, respectivamente, e
rização dos recursos humanos das Partes;
a Portaria n.o 80/94, de 7 de Fevereiro.
Considerando o Acordo Geral de Cooperação e Ami-
zade entre Portugal e Cabo Verde de 5 de Julho de
Artigo 34.o 1975;
Entrada em vigor
Na sequência do Acordo de Cooperação Científica
e Técnica entre Portugal e Cabo Verde, assinado em
O presente diploma entra em vigor 30 dias após a 5 de Julho de 1975, ao abrigo do seu artigo 5.o;
data da sua publicação. Tendo em conta o acordo bilateral assinado entre
a Junta Nacional de Investigação Científica e Tecno-
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 8
lógica e o Instituto Nacional de Investigação Tecno-
de Janeiro de 1998. — Jaime José Matos da Gama —
lógica de Cabo Verde em Setembro de 1984 e atendendo
António Luciano Pacheco de Sousa Franco — João Car-
à necessidade de retomar os seus objectivos gerais;
dona Gomes Cravinho — Eduardo Carrega Marçal
Reconhecendo a importância da cooperação entre
Grilo — Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues — Jorge
Cabo Verde e Portugal no campo da ciência e da tec-
Paulo Sacadura Almeida Coelho.
nologia e desejando ampliar e reforçar essa cooperação
e aperfeiçoar o intercâmbio entre os dois países nesse
Promulgado em 19 de Fevereiro de 1998.
campo;
Publique-se. Tendo em conta a continuada cooperação que,
nomeadamente nos domínios da agricultura, das pescas
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
e oceanografia, da engenharia civil e da vulcanologia,
tem sido desenvolvida ao abrigo de vários protocolos;
Referendado em 3 de Março de 1998.
Tendo em conta o apoio à mobilidade de cientistas
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira e tecnólogos dos dois países através do Fundo de Apoio
Guterres. à Cooperação de Ligação entre Cabo Verde e Portugal

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