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CAPÍTULO I
CONCEITOS BÁSICOS
I . FORÇA
A. Conceito:
Força é toda a grandeza capaz de provocar movimento, alterar o estado de movimento ou provocar
deformação em um corpo. É uma grandeza vetorial cuja intensidade pode ser obtida pela expressão da
física:
F= m.a
onde:
F = força
m = massa do corpo
a = aceleração provocada
Exemplo 1 :
efeito: movimento
P=m.g
O peso é uma força oriunda da ação da aceleração da gravidade, tendo características definidas:
direção - vertical
sentido - de cima para baixo
módulo - P = m.g (onde g representa a aceleração da gravidade)
ponto de aplicação - centro de gravidade do corpo
ISOSTÁTICA – DECivil . PUCRS- Profas: Nelson Eltz de Sousa/ Maria Regina Costa Leggerini / Sílvia Baptista Kalil
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Na maioria das estruturas serão com cargas peso que trabalharemos.
B. UNIDADES
A toda a ação corresponde uma reação igual e contrária (3ª lei de Newton).
Podemos observar que estas duas forças tem pontos de aplicação diferentes e portanto causam efeitos
diferentes, cada uma atuando no seu ponto de aplicação.
As forças são classificadas em forças de contato (ex: locomotivas, musculares, etc..) e de ação à
distância (ex: elétricas, gravitacionais, magnéticas, etc...)
ações : São forças independentes que podem atuar em qualquer ponto de uma estrutura . Correspondem
às cargas as quais estaremos submetendo a estrutura, normalmente conhecidas ou avaliadas. Ex: peso
do pedestre em uma passarela, peso próprio das estruturas, etc...
reações : São forças que surgem em determinados pontos de uma estrutura (vínculos ou apoios), sendo
consequência das ações portanto não são independentes, devendo ser calculadas para se equivalerem as
ações.
FORÇAS INTERNAS : são aquelas que mantém unidos os pontos materiais que formam o corpo
rígido (solicitações internas). Se o corpo rígido é estruturalmente composto de diversas partes, as forças
que mantém estas partes unidas também são chamadas de forças internas (forças desenvolvidas em
rótulas).
E. DECOMPOSIÇÃO DE FORÇAS
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Qualquer força no espaço pode ser decomposta segundo três direções . Normalmente usamos como
referência três direções ortogonais entre si, escolhidas de acordo com o problema.
Qualquer força em um plano pode ser decomposta segundo duas direções. Normalmente nos interessam
duas direções perpendiculares entre si,também escolhidas de acordo com o problema.
Exemplo:
F - força a ser decomposta
por trigonometria
A força F decomposta também pode ser chamada de resultante da soma vetorial de suas componentes
Fx e Fy . Observe que soma vetorial ou geométrica não correspode a soma algébrica.
A. DEFINIÇÕES:
DEFINIÇÃO : Chama-se momento de uma força F em relação à um ponto "0", o produto vetorial do
vetor OA pela força F ,sendo "A" um ponto qualquer situado sobre a reta suporte da força F. Logo
também é um vetor, e para a sua caracterização precisamos determinar o seu módulo,direção e sentido.
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Mo = F ∧ OA
Mo = F .OA . sen α ou Mo = F . d
OBS 1 : posiciona-se os dedos da mão direita no sentido da rotação da força em torno do ponto O e o
polegar indica o sentido do momento.
OBS 2:. a distância d que representa o módulo do vetor OA é também chamada de braço de alavanca.
Ela é a menor distância entre a reta suporte da força e o ponto em relação ao qual se calcula o
momento , isto é, pode ser obtida pela perpendicular à reta que passa pelo ponto.
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OBS 3 : Podemos representar o sentido do momento no plano usando convenções simples
Podemos também convencionar sinais + ou - para cada um dos sentidos, de acordo com a nossa
escolha.
Exemplo 1 : Determine o peso que devemos colocar na extremidade direita da gangorra a fim de que
ela permaneça em equilíbrio estático.
P1 = 30 kN
a= 2m
b= 4m
P= ?
Exemplo 2 : Determine a força desenvolvida no tirante da estrutura, a fim de que ela permaneça em
equilíbrio, sabendo-se que a barra pesa 5 kN. A barra é presa a uma parede por meio de um pino O.
G = 5 kN
L=3m
α= 15º
T= ?
DEFINIÇÃO:
- É o valor algébrico da projeção ortogonal sobre o eixo do momento polar produzido pela força em
relação a um ponto qualquer do eixo. Pode ser representado por uma grandeza escalar quando se adota
uma convenção para a orientação do eixo.
- É o momento polar produzido pela projeção ortogonal da força sobre uma reta perpendicular ao plano
do eixo, em relação a este eixo
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Mx = F . d
Mx = Fz . d
Fz = F . sen α
F=F1+F2+F3
Mx = 0
F1 My =.0
Mz = -4 . F 1
Mx = 0
F2 My=0
Mz = - 1 . F 2
Mx = + 4 . F 3
F3 My = - 1 . F 3
Mz = 0
OBSERVAÇÃO:
O momento de uma força em relação à um eixo é nulo sempre que a força e o eixo forem coplanares
(concorrentes ou paralelos).
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C. UNIDADE DE MOMENTO
Sendo o momento produto de uma força por uma distancia,a unidade desta grandeza é o produto de
uma unidade de força por uma unidade de distancia.
Exemplos: kgf.m , kN.m , N.m , kN.cm , etc
A. DEFINIÇÃO :
É o conjunto de forças que atuam simultaneamente em um corpo rígido ou em um ponto material.
Exemplo:
Obs: Forças equipolentes são aquelas que tem mesmo módulo, mesma direção e mesmo sentido.
RESULTANTE:
Origem no ponto escolhido como referência e extremidade com a última força.
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Lembrando que uma força pode ser decomposta segundo eixos de referência, podemos determinar a
resultante de uma forma mais simples,obtendo-se cada componente pela soma algébrica das projeções
de todas as forças sobre este eixo.
R ≠ 0
Exemplo 2 :
R = 0
F1x = F1 . cos α
F1y = F1 . sen α
F2x = F2 . cos β
F2y = F2 . sen β
Fx = F1x + F2x
Fy = F1y + F2y
R = Σ ( Fx ) 2 + Σ ( Fy ) 2 PITÁGORAS
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IV . PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO DE EFEITOS
" O efeito produzido por um conjunto de forças atuando simultaneamente em um corpo é igual a
soma do efeito produzido por cada uma das forças atuando isolada"
- O momento polar resultante de um sistema de forças é a soma algébrica dos momentos polares,
produzidos em relação ao mesmo ponto, por cada uma das forças atuando isolada.
- O momento axial produzido por um sistema de forças atuando simultaneamente em um corpo é igual
a soma algébrica dos momentos axiais,produzidos em relação ao mesmo eixo, de cada uma das forças
atuando isolada.
A. CONCEITO
Denomina-se binário a um sistema constituido por um par de forças paralelas de módulos iguais e
sentidos opostos. A resultante em termo de forças é nula, entretanto há um momento polar resultante de
módulo igual ao produto da força pela distância entre as duas direções paralelas.
Exemplo 1:
F=
a=
b=
c=
d=
MA =
MD =
ME =
CONCLUSÃO: O binário é um vetor livre pois seu efeito independe do ponto de aplicação, sendo
que para qualquer ponto do plano o binário tem o mesmo valor.
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B . SITUAÇÕES REPRESENTATIVAS
C. EQUIVALENCIA DE BINÁRIOS
Dois binários são equivalentes quando tem o mesmo momento polar resultante
M1 = 60 kN . 2m = 120 kN.m
M2 = 30 kN . 4m = 120 kN.m
Superposição de efeitos:
M = M1 + M2 = 240 kN.m
MA =
MB =
Obs: Veja que podemos transformar a soma vetorial de binários em uma soma algébrica a partir da
adoção de uma convenção.
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Exemplo2: (adote convenção anterior)
Supomos
M1 = - 60 kN . 2m = - 120 kN.m
M2 = + 30 kN . 4m = + 120 kN.m
M = M 1 + M2 = 0
CONCLUSÃO : Os dois binários não são equivalentes pois tem sentidos contrários . Observe-se
que em qualquer ponto do plano a superposição dos binários deve ser nula.
MA = 0 MB = 0
VI . TRANSLAÇÃO DE FORÇAS
Transladar uma força (como artifício de cálculo) é transportá-la de sua direção para outra direção
paralela. Isto implica no acréscimo de um momento devido à translação, cujo módulo é igual ao
produto da força pela distância de translação.
Qualquer sistema de forças pode ser reduzido à um sistema vetor-par , onde o vetor é a resultante das
forças , localizada à partir de um ponto arbitrariamente escolhido e o par é o momento polar resultante
do sistema em relação ao mesmo ponto.
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Exemplo 1: Reduzir o sistema de forças da figura ao ponto B indicado.
R:
Dois sistemas de forças são equivalentes quando tem resultantes iguais e momentos polares em relação
ao mesmo ponto também iguais.
Exemplo:
F=
Fx =
Fy =
a=
α=
b=
F - sistema inicial
Fx , Fy - sistema equivalente
MA (sistema inicial) =
MA (sistema equivalente) =
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VIII . EQUILÍBRIO ESTÁTICO DOS CORPOS RÍGIDOS
Se tomarmos 3 eixos ortogonais como referencia de espaço, e isto se faz necessário por uma questão de
classificação e organização de método, podemos dizer que um corpo no espaço tem 6 possibilidades de
movimento:
- translação segundo as tres direções de referência
- rotação em torno das tres direcões de referência
Dizemos que um corpo está em equilíbrio estático quando as forças atuantes formam entre si um
sistema equivalente a zero, isto é, sua resultante e o seu momento polar em relação a qualquer ponto é
nulo.
R =0 Mp = 0
Fx = 0 Mx = 0
Fy = 0 My = 0
Fz = 0 Mz = 0
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EXERCÍCIOS:
1. Suponha um plano formado pelos eixos x e y, conforme desenho, onde atuam as cargas F1 e F2.
Calcule:
a. Momentos desenvolvidos por F1 em relação aos pontos A , B e C.
b. Momentos desenvolvidos por F2 em relação aos pontos A , B e C.
c. Momentoda resultante do sistema em relação aos pontos A , B e C .
d. Resultante do sistema na direção x
e. Resultante do sistema na dieção y
Convencione o giro no sentido horário positivo.
F1 = 20 kN
F2 = 30 kN
F1 = 10 kN
F2 = 15 kN
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R: a) + 20 kn.m
b) + 20 kN.m
c)sim
d) M1A = M1B=M1E = + 20 kN.m
e) M2B=M2D=M2E = + 20 kN.m
f) MA = MB = .....=ME = + 40 kN.m
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b. Translade as forças indicadas para os pontos B e D.
R: ponto B : Fy = 20 kN
Mz = - 20 kN.m
ponto D : Fy = 20 kN
Mz = - 20 kN.m
Mx = + 80 kN.m
6. Qual a força horizontal que atua nos parafusos 1 e 2 da ligação abaixo, considerando o momento
provocado pelo peso na ponta da haste
a.
R: ΣFx = 25,98 kN ΣFy = 65 kN
ΣMA = 138,04 kN.m
ΣMB = 70 kN.m
ΣMC = 330 kN.m
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b.
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