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Aula 02 – JURISDIÇÃO
“Jurisdição é uma palavra que abrange diversos sentidos: poder, função e atividade.”
2. Equivalentes jurisdicionais.
1º a sentença arbitral não pode ser revista pelo Poder Judiciário. Não se pode decidir
de novo. O Judiciário nem a homologa nem pode revê-la. Não existe recurso da
decisão do árbitro para o Judicário.
2º a sentença arbitral é título executivo judicial, sendo assim, com ele, já é possível
promover a execução.
LEMBRE-SE !!! O árbitro é juiz de FATO e de DIREITO (inclusive para fins penais). A
investidura do árbitro na Jurisdição se dá por escolha dos litigantes. Não é o “curso de
arbitragem”, tão comum no Brasil, que torna alguém árbitro. É sempre pela escolha de
um terceiro capaz. O tal curso é absolutamente desnecessário.
As partes podem escolher o direito aplicável e, ainda, podem permitir que o árbitro
decida por eqüidade.
INTENSIVO
Disciplina: Direito Processual Civil
Tema: Jurisdição
Prof.: Fredie Didier Junior
Data: 03/08/2005
Casos de admissão:
Pode ser:
1. Extrajudicial ou Judicial;
2. por transação ou por submissão voluntária.
Sendo por transação, as partes fazem concessões recíprocas. Quando por submissão
voluntária, uma das partes abdica de suas intenções, reconhecendo que a outra parte
tem razão, pondo fim ao conflito.
3. Escopos da Jurisdição.
a) fim jurídico:
x
x
“aplicar o direito ao caso concreto”;
“tutelar direitos”.
Formas:
- certificando direitos ĺ processo de conhecimento;
- protegendo direitos ĺ processo cautelar;
- efetivando direitos ĺ processo de execução;
- integrando direitos ĺ jurisdição voluntária.
b) fim social:
x
x
a jurisdição TEM de pacificar conflitos;
o conflito PRECISA ser resolvido.
c) fim político:
x formas:
SISTEMA CF SISTEMA
POLÍTICO JURÍDICO
4. Características da Jurisdição.
5ª “Lide”: é o conflito de interesses, de pretensões. “Só há jurisdição quando houver lide” (F.
Carnelutti). Essa característica não explica as ações preventivas anteriores à lide. Não explica o
processo objetivo (ADI, ADPF, ADC). Também não explica a jurisdição voluntária.
6ª “Unidade”: a Jurisdição é UMA. Cada Estado tem a sua jurisdição, a sua SOBERANIA.
Embora única, pode ser divisível.
7ª “ Inércia”: a Jurisdição, em regra, precisa ser provocada. No entanto, verifica-se que o juiz
tem uma série de poderes que pode exercer sem provocação alguma. Ver, por exemplo, o art.
114, inciso VIII, da CF/88.
5. Princípios da Jurisdição.
I. Da investidura.
A jurisdição só pode ser exercida por quem foi devidamente investido na função
jurisdicional.
II. Da inafastabilidade.
- XXXV, art. 5º, CF/88, tutela efetiva e preventiva;
- direito de acesso ao Judiciário;
- com exceção das matérias que a CF reservou ao Senado, qualquer outra alegação
pode ser levada ao Poder Judiciário para a sua apreciação.
LEMBRE-SE: o devido processo legal controla os abusos do poder, mesmo na
discricionariedade administrativa. Sobre a matéria ver no site do STF, www.stf.gov.br,
em “bingos”, a posição do Min. Celso de Melo em seu voto como relator no julgamento
do Mand. de Segurança.
IV. Da indelegabilidade.
A jurisdição não pode ser delegada. Mitigação ao princípio: art. 102, I, “m”, CF/88.
V. Da inevitabilidade.
Não há como a pessoa escapar da jurisdição. A submissão é inevitável. A jurisdição é
poder !
VI. Da territorialidade.
Sempre há um limite territorial para o exercício da jurisdição. atente-se ao caso de
extraterritorialidade do art. 107 do CPC.
LEIA: art. 16 da lei n. 7.347/85 (Ação Civil Pública) e verifique o absurdo cometido
pelo legislador, que confundiu “competência” com “jurisdição”.
6. Jurisdição Voluntária.